Caldeirão da Bolsa

Algumas pistas para 2005

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por marafado » 11/2/2005 2:14

Crescimento não se resolve com "choques"


Ana Paula Lima

Oprogresso da economia passa pela reforma da Administração Pública e não por "choques". Numa palestra sobre economia promovida pelo "Diário Económico", no Porto, António Borges afirmou que se sente "deprimido" com a ideia de que os problemas portugueses se resolvem "com um choque qualquer", sem adiantar se se referia ao choque fiscal do PSD ou ao tecnológico socialista.

O vice-presidente do banco de investimento Goldman Sachs - e apontado como possível titular da Economia num eventual Governo PSD - mostrou-se desapontado com as campanhas eleitorais por estarem afastadas dos verdadeiros problemas do país.

"Gostaria que estas eleições servissem para um debate profundo sobre questões essenciais do desenvolvimento económico e social", lamentou, à margem do encontro.

Borges defendeu que "não há soluções mágicas e fáceis para o desenvolvimento económico". Na sua visão, o próximo Governo poderá ser um "cheque em branco. Não se sabe o que vão fazer porque não há compromisso sérios e profundos", afirmou.

Sobre a possibilidade de vir a assumir uma pasta ministerial, limitou-se a dizer que, com as suas sugestões, pretende apenas "dar o seu contributo, num momento de dificuldade para o país".

E o conselho que deixa ao próximo Governo é que proceda à reforma da Administração Pública, para que o Estado liberte as empresas. Ao mesmo tempo que "impõe mais rigor e disciplina, para gerar mais competitividade", deve reduzir a excessiva dependência do tecido empresarial, já que "as políticas deliberadas de protecção só debilitam as empresas", afirmou o economista.

O crescimento da economia irlandesa é, na visão de António Borges um bom exemplo do que é possível fazer separando o Estado e a iniciativa privada.

A Irlanda é "um país pequeno que há uns anos atrás era pobre e que se tem afirmado muito bem pela sua competência e capacidade de criação de riqueza", através de "um Estado que não tem peso e não intervém, que não apoia os mais fracos e não condiciona a actividade económica".
 
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por marafado » 11/2/2005 2:11

Salário líquido nacional na cauda da Europa a 15
trabalho Um espanhol ganha, em média, mais 30% que um português Só novos membros da União Europeia têm custos de trabalho mais baixos

O salário líquido português é o mais baixo entre 13 dos 15 países da União Europeia, excluindo os novos aderentes. Uma análise da consultora Deloitte demonstra que, em média, um português que trabalhe numa empresa com dez ou mais pessoas leva para casa metade do salário líquido de um francês. Isto apesar de o custo global do trabalho português - com impacto no vencimento "limpo" - continuar a aumentar (mais 1,7% em 2004), como foi reportado, ontem, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

No final de 2004, em Espanha, o salário líquido médio era 30% superior ao português. A diferença é mais expressiva quando se sabe que os preços pagos pelos consumidores crescem mais em Portugal que no país vizinho. Em 2003, e de acordo com o anuário estatístico, os preços da maior parte dos produtos, em Portugal, aumentaram em média 3,3%, contra 2,6% em Espanha.

Comparando com a Grécia, um trabalhador daquele país ganhava mais cinco mil euros por ano - sensivelmente o mesmo que um habitante da ilha de Chipre, que aderiu à União Europeia há menos de um ano. Da Europa a 15, o estudo deixou de fora a Áustria e a Holanda.

Cada trabalhador português ganhava, em média, 11 771 euros por ano, indica a Deloitte, o que compara com os 16 699 de Espanha ou os quase 24 mil de França. O primeiro lugar dos salários mais elevados é ocupado pela Alemanha.

No cômputo geral, os custos do trabalho em Portugal são, também, dos mais baixos da Europa a 15, o que continua a justificar a existência em Portugal de empresas interessadas em explorar mão-de-obra barata. Mas quando se olha para a Europa a 25, vê-se que o custo do trabalho é bastante inferior. Não é, pois, de estranhar que cada vez mais empresas escolham instalar-se nesses países.

Em Portugal, um casal em que apenas um dos cônjuges trabalhe e com dois filhos, paga 689 euros por ano de impostos sobre o trabalho. A Segurança Social recebe 1540 euros dos trabalhadores e 3325 euros da entidade patronal. No total, o trabalho custa 17 325 euros.

Custo aumenta

Na maior parte das profissões, em 2004, o custo de trabalho aumentou, sobretudo nos trabalhadores não qualificados, nos serviços e vendas e nos profissionais de nível intermédio. Já a maior descida (ou seja, onde o trabalho ficou mais barato) deu-se nas profissões intelectuais e científicas. Esta evolução é ainda mais expressiva atendendo apenas ao último trimestre do ano. Por regiões, só no Algarve houve uma descida do custo, enquanto que a maior subida (2,6%) aconteceu na Madeira. A região Norte ficou em linha com a média nacional.
 
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por marafado » 11/2/2005 2:09

comentário cambial
Economia não ajuda dólar



O euro subiu ontem para 1,2882 dólares, chegando mesmo a transaccionar-se a 1,2901 dólares, apesar da divulgação de novos bons indicadores sobre a economia dos Estados Unidos - o défice comercial caiu para 56,4 mil milhões de dólares em Dezembro, depois de ter, no mês anterior, atingido um máximo histórico de 59,3 mil milhões de dólares; e os pedidos de subsídio de desemprego desceram inesperadamente para o valor mais baixo dos últimos quatro anos. "Os números deveriam favorecer a compra de dólares, mas os investidores parecem não estar muito convencidos da sustentabilidade dos dados sobre o défice e o mercado do trabalho e optaram por realizar mais-valias, aproveitando o facto de a moeda norte-americana ter valorizado fortemente nas últimas semanas", explicaram os economistas. O euro deverá, no entanto, manter-se sob pressão, dado não só o diferencial de taxas de juro entre os EUA e a Europa, como as "promessas" de Washington de que irá resolver o problema dos défices.
 
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por marafado » 11/2/2005 2:09

O 'milagre' espanhol
Madrid prevê expansão de 3%



A economia espanhola escapou ao forte "arrefecimento" da Europa. Pedro Solbes prevê para este ano um crescimento de 3% do produto interno bruto (PIB), depois de uma expansão saudável de 2,6% a 2,7% em 2004. O ministro da Economia e Finanças espanhol mostra-se "muito optimista", valorizando especialmente o elevado ritmo da criação de emprego e a moderação da inflação. Entre os desafios que a economia espanhola enfrenta, Solbes su-blinhou o aumento da produtivi- dade e a redução do diferencial de inflação que mantém com a União Europeia. O diferencial é, neste momento, de sete pontos, o que retira competitividade à economia espanhola. Neste contexto, a política económica aposta na estabilidade orçamental, no aumento da produtividade e na melhoria da transparência e da qualidade da regulação. Para aumentar a produtividade, são necessárias reformas estruturais nos mercados e fomentar o clima empresarial e o espírito empreendedor. No mercado laboral, as prioridades vão para a redução do trabalho temporário, aumentar a participação feminina, modernizar a negociação colectiva e melhorar a formação e a protecção social. O "milagre" espanhol reflectiu-se também nas contas públicas. O défice orçamental de Madrid foi de 0,5% do PIB em 2004, devido à contenção da despesa pública, ao crescimento das receitas dos impostos, ao equilíbrio nas contas dos municípios e a um excedente da Segurança Social maior do que o previsto.
 
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por marafado » 11/2/2005 2:08

Zona euro deverá crescer 1,8% este ano e 2,1% em 2006
BCE espera que inflação baixe de 1,9% em 2005 para 1,8% no próximo ano


A economia da zona euro deverá crescer apenas 1,8% este ano, bem menos que os 2% previstos no último trimestre de 2004, uma vez que a forte valorização do euro está a retirar alguma competitividade às exportações europeias. Em 2006, a expansão da economia deverá acelerar para 2,1%, mesmo assim abaixo dos 2,2% esperados anteriormente, anunciou ontem o Banco Central Europeu (BCE).

"Os indicadores sugerem que a actividade económica se manteve moderada nos primeiros meses deste ano", revelam os economistas do BCE, quer por causa do euro forte, quer pelos elevados preços do petróleo e por uma retoma mundial menos vigorosa. "Mas em termos prospectivos as condições continuam a ser propícias a que o crescimento económico recupere e se torne auto-sustentado ao longo do ano", dadas as condições de financiamento favoráveis para os particulares e as empresas e o esperado aumento do rendimento disponível das famílias.

Mais optimistas são as expectativas para a inflação - os preços no consumidor deverão aumentar 1,9% este ano e 1,8% no próximo, uma vez que o impacto da subi- da do petróleo será atenuado pela maior moderação salarial, pelo efeito dos preços administrativos e alimentares e pela própria valorização do euro. Mesmo assim, o Banco Central Europeu diz que vai manter-se atento aos riscos para a estabilidade dos preços, nomeadamente o excesso de liquidez e a eventual 'bolha especulativa' no mercado imobiliário.

O gradual crescimento do produto interno bruto (PIB) da zona euro e ainda o gradual aumento da capacidade de utilização das fábricas irá permitir criar mais emprego, prevêem os economistas do BCE. Este ano, a taxa de desemprego ainda deverá ficar em 8,8%, mas recuará para 8,5% em 2005, prevendo-se mesmo que, dentro de cinco anos, a taxa de desemprego da zona euro se situe em 7,5%.

Os economistas advertem, no entanto, que a descida do desemprego, a longo prazo, irá depender não só do crescimento económico e do desenvolvimento demográfico, mas sobretudo das reformas que vierem a ser introduzidas no mercado laboral.
 
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por marafado » 11/2/2005 2:07

comentário
bolsa de valores
Dia de mais-valias em Lisboa



A realização de mais-valias, em particular no sector de telecomunicações e media, fez com que a Euronext Lisboa registasse ontem uma quebra de 0,23%. Impresa, ParaRede, Gescartão, PT e Media Capital lideraram o top das descidas (as perdas oscilaram entre 2,5% e 1,08%). A queda da PT acontece pela segunda sessão consecutiva e depois de ter atingido o nível mais elevado desde Maio de 2001 (9,80 euros). "Os outros títulos também tiveram a corrigir da chuva de máximos alcançados recentemente", disse um operador. A impedir que o mercado recuasse mais estiveram papéis como o BCP e Brisa, que valorizaram 0,47% e 0,5%, respectivamente. A EDP foi o papel mais negociado da sessão, mas terminou inalterada nos 2,29 euros. Durante a sessão mudaram de mãos 22 milhões de acções, o que perfez um volume de negócios de 78,3 milhões de euros. No resto da Europa, a tendência também foi de ligeira baixa, com os investidores a mostrarem algum pessimismo depois de terem conhecido os resultados da Ericsson e da DaimlerChrysler, aquém do esperado. A sessão de hoje deverá continuar a ser marcada pelos resultados empresariais, dos quais se destaca as contas da Dell, reveladas já depois do fecho da Wall Street.
 
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por marafado » 11/2/2005 2:06

indústria alimentar Unilever com novo modelo de gestão



A Unilever anunciou ontem que irá deixar de ter dois presidentes, pondo um ponto final no modelo de gestão que utilizou nos últimos 75 anos. Antony Burgmans, que partilhava a gestão com Patrick Cescau, deixará agora de ter funções executivas. A empresa anglo-holandesa, a terceira maior, a nível mundial, no ramo alimentar, apresentou prejuízos de 255 milhões de euros nos últimos três meses de 2004, pela primeira vez em quatro anos. "Esperamos que a nova estrutura de gestão nos ajude a 'ganhar' os próximos anos", concluiu Cescau, que ocupa agora o cargo de presidente-executivo (CEO).
 
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por marafado » 11/2/2005 1:56

ING começa avaliação da Euronext com recomendação de 'Manter'

DE


A casa de investimento iniciou hoje a cobertura do operador de bolsa pan-europeu adiantando um preço-alvo de 28,50 euros e uma recomendação de 'Manter'.

A ING vê bom potencial para o Euronext, considerando ainda que a compra da London Stock Exchange pode trazer mais valias para o operador.
 
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por marafado » 11/2/2005 1:55

Lucro de 2004 da Gescartão ficou abaixo do conseguido em 2003 e 2002

DE


O resultado líquido da Gescartão relativo ao exercício de 2004 ficou abaixo do registado nos dois exercícios anteriores, admitiu hoje a empresa, em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

"A recuperação dos preços de venda do papel kraftliner (...) iniciada no final do primeiro trimestre de 2004 tem permitido uma melhoria dos resultados trimestrais do grupo, sendo no entanto insuficiente para que, em 2004, sejam alcançados os níveis de resultados anuais registados nos dois exercícios anteriores", lê-se no texto do documento.

A Gescartão lucrou 14,1 e 17,9 milhões de euros em 2002 e 2003, respectivamente.

O comunicado explica ainda que esta informação ao mercado foi solicitada pela CMVM, na sequência de uma notícia veiculada pela agência Reuters.

A Gescartão encerrou a sessão de hoje a perder 1,36% para os 10,86€.
 
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por marafado » 11/2/2005 1:54

Indicadores puxam Wall Street para fecho positivo

DE


Os mercados norte-americanos fecharam hoje em alta, suportados pela divulgação de dois indicadores positivos.

Deste modo, o Nasdaq Composite fechou a progredir ligeiros 0,03% para 2.053,1 pontos, depois de ter fechado na quarta-feira a cair 1,64% para 2.052,55 pontos.

O Dow Jones Industrial Average terminou o dia a ganhar 0,8% para 10.749,31 pontos, após ter encerrado a perder 0,56% para 10.664,11 pontos, na sessão anterior.

Num dia com vários indicadores macroeconómicos, estes dados acabaram por ser o grande motor de Wall Street.

Os novos pedidos semanais de subsídios de desemprego caíram inesperadamente para o valor mais baixo em quatro anos, enquanto o défice comercial se estreitou, graças à descida do petróleo e ao aumento das exportações.

Em termos de empresas, destacou-se a Sara Lee, grupo de alimentação e produtos de vestuário e para o lar, depois de ter anunciado a autonomização de algumas unidades e a venda de outras, para se focar nos bens alimentícios.

A Office Depot, segunda maior cadeia norte-americana de produtos para escritório, subiu com resultados acima do esperado.

A Dell, maior fabricante mundial de computadores pessoais que apresenta resultados ainda hoje, fechou também em alta.
 
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por marafado » 11/2/2005 1:54

Management” e competências

António Gaspar*


“Cada vez que tomo uma decisão errada, tomo logo uma nova decisão”. Harry S. Truman (1884-1972)

Na minha última crónica nestas páginas, prometi voltar a falar num tema então sumariamente abordado e que se relacionava com a gestão estratégica das empresas em Portugal, da falta de competitividade de muitas delas e do marasmo de muitos dos nossos empresários que adormeceram à sombra duma mão de obra barata e muito pouco qualificada que ultimamente têm visto os seus projectos terem um fim. A culpa vai para a China e para a OIC (Organização Mundial de Comércio) que com a liberalização das trocas comerciais “obrigou” empresas a encerrar e outras se lhe irão seguir. Bom, mas vamos lá por partes.

A nossa entrada na então CEE e hoje União Europeia, deu uma visão mais abrangente aos nossos empresários ao mesmo tempo que lhe deu um novo conceito de mercado. Paralelamente (e porque as estruturas produtivas do país não estavam preparadas), vieram ajudas sob a forma de Fundos de Coesão que tinham como principal objectivo preparar as empresas bem como os seus colaboradores para desafios de competição que até esse momento não conheciam. Não me vou hoje pronunciar sobre a qualidade do aproveitamento dessas ajudas, querendo acreditar que boa parte cumpriu o seu principal objectivo. Mas então o que fizeram as empresas portuguesas? Aqui temos que distinguir dois tipos de empresas: as PME’s e as Grandes Empresas. As primeiras, foram a fonte dinamizadora da nossa economia durante muitos anos. Geralmente empresas de traços familiares, com orientações ancestrais, geridas de forma patriarcal e geralmente com pessoas de reduzida visão estratégica que não souberam dar o grande passo em frente. Apostando desde sempre na mão-de-obra barata e muito pouco qualificada, estariam condenadas a prazo. Os últimos vinte anos foram pautados por um conjunto grave de faltas: coragem de chamar à gestão da empresa pessoas de elevadas competências; um processo contínuo de qualificação da mão-de-obra; inventariar novas áreas de negócio que per si fossem geradoras de alto valor acrescentado; promoção de um processo contínuo de inovação, quer no sistema produtivo quer na abordagem a novos mercados e necessidades dum “target” alvo cada vez mais exigente. Relativamente às Grandes Empresas, todo este processo foi um pouco mais pacífico sem que, no entanto, algumas tenham passado processos atribulados e mesmo encerrado portas.

Pelo que já referi, não faz nenhum sentido hoje as empresas terem medo do “perigo chinês”, se atempadamente tivessem sabido assumir uma atitude estratégica de mudança permanente. Faltaram competências na forma como essas empresas foram geridas. Foi uma gestão “à vista”, que se preocupava só com o curto prazo, e isto significa, com as encomendas para os próximos seis meses. Nunca existiu a preocupação de encetar estratégias de longo prazo, alicerçadas em processos de inovação dinâmicos, mas o mais grave, é que não houve a preocupação de escolher profissionais que com características distintas tivessem essa capacidade de dotar a empresa de uma nova dinâmica vencedora. A criação de valor foi um conceito ou subestimado ou desconhecido. Só assim se explica que empresas tenham feito “mais do mesmo” anos a fio, mesmo vendo que caso não procedessem a alterações estariam condenadas a desaparecer.

Tenho para mim que aquelas empresas que em devido tempo se aperceberam do que significava o seu percurso futuro, fizeram apostas certas. Diversificaram a sua produção, evoluindo para patamares mais elevados de criação de valor; apostaram em “designs” agressivos, em suma, inovaram no seu todo. Hoje essas empresas irão certamente receber de braços abertos os produtos que lhe chegam da China a preços de facto muito baixos, porque o preço do factor trabalho é muito baixo e a sua incorporação é intensiva. Compram a preços mais baixos do que aqueles que o mercado nacional produz, acrescentam valor e colocam nos mercados internacionais a preços competitivos e com ganhos significativos.

Infelizmente para muitos trabalhadores, esta mensagem não foi percebida a tempo pelos seus empresários. Por muito que nos custe admitir, não restará outro caminho a muitas empresas que não seja o seguido por muitos dos seus pares - o encerramento!
Quando não temos capacidade ou nos falta a consistência estruturante de desenvolvimento de projectos, temos que encontrar pessoas que com as suas competências possam de facto transformar uma situação potencialmente adversa numa posição ganhadora e de sucesso!

*Mestre em Economia/ISEG e doutorando em Gestão
 
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por marafado » 11/2/2005 1:53

Ford confirma saída da Autoeuropa no final de 2005


Notícia agenciafinanceira.com
(10/02/05)-(Agência Financeira) Inicialmente o contrato era para terminar no primeiro semestre mas, a fábrica portuguesa conseguiu estendê-lo até final do ano. Agora, estava «a ser estudada a hipótese de o contrato ser prolongado até 2006», segundo fonte oficial da fábrica mas, o presidente da Ford Lusitana, Diogo Rezende, assegurou à Agência Financeira que «a Ford não vai continuar a produzir na Auto Europa para além de 2005».

O mesmo acrescentou que a marca, que foi responsável por 23,5% do total da produção em Portugal em 2004, com cerca de 35.497 veículos fabricados, «não vai ter nenhuma produção cá», sendo que a mesma vai ser transferida para a fábrica em Genk, na Bélgica, local que será responsável pela nova geração da Ford Galaxy, o modelo actualmente produzido em Portugal.

De acordo com Diogo Rezende, tal deve-se ao esforço de reorganização e reestruturação da marca, realizado ao longo de 2002 e 2003, no que diz respeito à contenção de custos e a uma maior rentabilidade e que nesse sentido a mesma «redireccionou completamente a sua estratégia de produção na Europa».

Contudo, quando questionado sobre se isso iria implicar despedimentos, o mesmo salientou que não, tendo em conta que «existem trabalhadores que estão envolvidos no desenvolvimento dos produtos» mas que «não estão localizados na Autoeuropa», explica.

Recorde-se que para além da Ford Galaxy, também a Volkswagen Sharan e a Seat Alhambra são produzidas naquela fábrica, que no ano passado foi responsável pelo fabrico de 95.660 unidades, o equivalente a 63,4% do total produzido em Portugal, e que para 2006, está também já confirmada a produção do Concept C da Volkswagen. Este modelo, que se vai posicionar entre o Golf e o Passat, será comercializado a partir do primeiro trimestre de 2006.

Passagem da Galaxy a classe 1 nas portagens pode aumentar vendas até 30%

Quanto às potencialidades do Ford Galaxy em Portugal, tendo em conta a alteração da lei (ainda falta aprovar) que permite a este tipo de veículos passar a serem considerados como classe 1 nas auto-estradas, Diogo Rezende acredita que isso «vai contribuir para a atractividade junto dos clientes».

«Não faz qualquer sentido que um veículo destes que provoca o mesmo tipo de desgaste de um carro de passageiros normais nas auto-estradas estivesse a pagar quase o dobro pela sua utilização. Achamos que isso inibia muitas pessoas de incorrer a mais esse gasto», afirmou.

Assim, o mesmo adianta que o crescimento «poderá ser significativo», e tendo em conta que este ano foram vendidas 236 unidades, o mesmo acredita que para 2005 possa haver um acréscimo «na ordem de mais 20/30% neste segmento».

Diogo Rezende acredita, no entanto, que em termos de modelos «2005 será sem dúvida o ano do Focus». O responsável destaca que a recepção ao modelo lançado no inicio do ano tem sido «fantástica, o que justifica as nossas expectativas em relação este modelo para este ano».

Nesse sentido, o mesmo relembra que o modelo atingiu um recorde de vendas da marca no primeiro fim-de-semana de comercialização em território nacional, referindo que muito se fica a dever «à disponibilidade de praticamente todos os seus modelos desde o seu lançamento»

Apesar de referir que as expectativas «são muito altas», o mesmo acredita que o novo modelo pode chegar a 11% do segmento C do mercado, «o que nos posiciona em cerca de oito mil unidades», adiantou.


Nuno Alexandre Francisco
 
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por marafado » 11/2/2005 1:52

Gescartão admite queda nos lucros em 2004


Notícia agenciafinanceira.com
(10/02/05)-(Agência Financeira) De acordo com a papeleira, em 2003 os lucros ascenderam a 17,9 milhões de euros, e a 14,1 milhões em 2002. No entanto, no final do terceiro trimestre de 2004, os lucros da Gescartão alcançaram os 6,4 milhões de euros, menos 42,3% face aos 11,1 milhões registados no período homólogo.

De acordo com a empresa «a recuperação dos preços de venda do papel kraftliner (principal determinante dos resultados do Grupo Gescartão) iniciada no final primeiro trimestre de 2004, tem permitido uma melhoria dos resultados trimestrais do grupo, sendo no entanto insuficiente para que, em 2004, sejam alcançados os níveis de resultados anuais registados nos dois exercícios anteriores».

Este comunicado surge na sequência das declarações do administrador financeiro da Gescartão à Agência Reuters, onde adiantou a previsão de quebra nos lucros em 2004, quando os resultados só serão divulgados oficialmente a 28 de Fevereiro.


Nuno Alexandre Francisco
 
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por marafado » 11/2/2005 1:50

Relatório devia ser divulgado na próxima quarta-feira
Bruxelas adia avaliação do défice português para evitar aproveitamento político

Lusa
A Comissão Europeia decidiu adiar para depois das eleições legislativas de 20 de Fevereiro a avaliação do Programa de Estabilidade e Crescimento português actualizado para evitar um aproveitamento político do relatório que devia ser divulgado na próxima quarta-feira, em Bruxelas.

A porta-voz comunitária Amélia Torres disse à Lusa que o comissário europeu responsável pelos Assuntos Económicos e Monetários, Joaquín Almunia, não quer que haja "aproveitamento político" do "parecer" de Bruxelas, independentemente do seu resultado.

Segundo fonte comunitária, a nova avaliação poderá ser feita apenas na Páscoa, para que o novo Governo português possa actualizar o quadro orçamental inicial.

A mesma fonte assegurou que não é a primeira vez que o processo de análise de um Programa de Estabilidade é perturbado por causa da queda de governos e eleições antecipadas.

No corrente ano, o processo de avaliação da Grécia também foi adiado aguardando agora a Comissão Europeia a apresentação de um novo programa que deverá integrar alterações nas projecções orçamentais para 2006.

O Executivo comunitário vai divulgar na próxima quarta-feira, 16 de Fevereiro, o seu parecer sobre os Programas de Estabilidade e de Convergência actualizados de um último grupo de seis Estados membros que incluía inicialmente Portugal.

Os países membros da UE apresentam no fim de cada ano programas de Estabilidade para os membros da Zona Euro e de Convergência para os outros, onde dão conta da evolução esperada das suas economias de forma a respeitarem o Pacto de Estabilidade e Crescimento.

Os programas de Estabilidade ou de Convergência cobrem este ano, na maior parte dos casos, entre os quais se inclui Portugal, os anos de 2003 até 2007.

O ministro das Finanças António Bagão Félix referiu no início do ano que a revisão do Programa de Estabilidade entregue à Comissão Europeia faz a "transposição das principais variáveis para 2005", dando conta a Bruxelas do "contexto político especial" em que o país se encontra, com o Parlamento dissolvido e à espera das eleições legislativas de Fevereiro.

O Pacto de Estabilidade e Crescimento obriga os Estados membros a respeitarem várias regras de saneamento orçamental sendo a mais importante a obrigação de não ultrapassarem o limite de três por cento do Produto Interno Bruto para o défice orçamental.
 
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por marafado » 11/2/2005 1:47

11-02-2005
Luis Montez tem acordo com Olivedesportos para comprar TSF

Media Capital, Cofina e Olivedesportos na final da Lusomundo Media
Na segunda-feira irão entregar as propostas firmes, pelo menos: a Media Capital, que irá sozinha, a Cofina e Olivedesportos. Os manos Oliveira, accionistas com 2% da PTM, prevêem entregar a TSF a Luís Montez.






11-02-2005
Aposta em Imobiliário e hotéis
Teixeira Duarte avança para o mercado brasileiro
A Teixeira Duarte (TD) está a ultimar uma análise do mercado brasileiro que deverá resultar na entrada no Brasil, nas áreas imobiliária e hoteleira. A expansão para aquele mercado é, segundo fonte oficial da construtora, “praticamente certa”.





11-02-2005
Espanhóis tentam encontrar financiamento para o preço da Sonae
Caixa BI ajuda Europac na eventual compra da Gescartão
A Europac mandatou a Caixa Banco de Investimento para montar o financiamento e as operações necessárias para comprar a posição da Sonae na Gescartão ao preço pretendido pela empresa de Belmiro de Azevedo.





11-02-2005
BPN Paribas atento a possíveis aquisições no crédito ao consumo e gestão de frotas em Portugal
“Estamos abertos a aquisições nos sectores do crédito ao consumo e na gestão de frotas. O crescimento externo é uma possibilidade para o BNP Paribas”, garante Benoît Monsaingeon, director geral do BNP Paris em Portugal.






11-02-2005
Polónia e Grécia são mercados privilegiados
Millennium BCP alavanca presença internacional
O BCP criou agora um serviço para empresas suas clientes que queiram internacionalizar-se. Esse serviço vai desde o financiamento até à prospecção dos mercados e intermediação. Para tal usarão a sua rede de 1.700 sucursais e 20.000 representantes em 18 países. Com destaque para Polónia e Grécia. O BCP alavanca assim a sua presença internacional e não pretende desenvolver-se na China.






11-02-2005
Dimitrios Contominas reduz no BCP mas mantém 2%
O accionista grego do Millennium bcp tem estado a reduzir a sua participação ligeiramente, mas manter-se-á como accionistas qualificado com 2% do capital do banco.





11-02-2005
Queda do EBITDA na rede fixa estagnará pela primeira vez em 2004
Acerto no acordo para o Brasil com impacto nas contas
Segundo apurou o “Semanário Económico”, a revisão do acordo coma Telefónica para o Brasil tradiziu-se e pequenos acertos sobre a forma de contabilizar a remuneração das participadas no Brasil. Em causa estão custos extraordinários de pequena ordem.





11-02-2005
Estudo do observatório inglês Teligan
PT com preços abaixo da média europeia
Segundo os dados da Teligan, um observatório inglês para as telecomunicações, tanto os clientes residenciais da PT como as empresas pagam menos do que a média europeia
 
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por marafado » 11/2/2005 1:44

11-02-2005
60% do custo total do PRN2015

SCUT’s permitem ao Estado encaixar 6 mil milhões de euros
O Plano Rodoviário Nacional até 2015 tem um custo de 22 milhões de euros a preços correntes. Com a introdução das SCUT´s o estado arrecada 60% do montante total desse custo. Estudo ecncomendado ao ISEG confirma teoria de Mexia.
 
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por marafado » 11/2/2005 1:43

Plano de Actividades da Inspecção tributária aprovado dia 16

Fisco aperta cerco a contribuintes com planos poupanças
Os contribuintes com planos de poupança estarão na mira Fisco em 2005. As acções especiais da Inspecção Tributária visarão também os retalhistas e o controle das retenções na fonte.

11-02-2005, Filomena Lança

O fim dos benefícios fiscais na subscrição de produtos financeiros como contas poupança habitação e PPR/E poderá incentivar a fugir ao fisco os contribuintes que em anos anteriores apostaram neste tipo de poupança. É pelo menos essa a suspeita das Finanças, que em 2005 pretendem dar um acompanhamento especial à forma como os montantes ainda investidos nestes produtos vão ser utilizados. Por outras palavras, quem tenha, por exemplo, uma conta poupança habitação e utilize os valores aí depositados para outros destinos que não os previstos na Lei (como a compra de habitação, obras ou amortização de empréstimos) não escapará à acção extraordinária que está prevista no Plano Nacional de Actividades da Inspecção Tributária para este ano.
O Plano está ainda a ser ultimado, e a sua versão final deverá ser aprovada na próxima quarta-feira, 16, e comunicada no dia seguinte aos responsáveis pelas várias unidades orgânicas espalhadas pelo País. Mesmo a tempo de, em vésperas de eleições, Bagão Félix se despedir em beleza e com mão de ferro. É que, para além do cerco apertado aos contribuintes com planos de poupança fiscal, estão previstas várias outras acções especiais que os inspectores tributários levarão a cabo em 2005.
Assim, As manifestações de fortuna continuarão na mira do Fisco, na sequência do que havia já sido prometido por Bagão Félix na apresentação do Orçamento do Estado para 2005. Fica por se saber, para já, se o principal instrumento de trabalho dos inspectores serão de facto as revistas cor-de-rosa, como o ministro anunciou na mesma altura.
Retalhistas e máquinas registadoras
Os retalhistas de diferentes sectores, mas especialmente os do sector da restauração estarão também em observação. Na frequente ausência da passagem de facturas, o Fisco pretende fazer um controle apertado aos talões das caixas registadoras, confrontando-os posteriormente com o apuro diário da caixa. Esta é outra das acções especiais previstas para 2005 e se os valores em causa podem até não ser muito elevados considerados individualmente “no total falamos de quantias muito significativos”, explica um membro da Inspecção Tributária.
As sociedades off-shore e os pagamentos a não residentes vão igualmente ser alvo de acções especiais. O objectivo é verificar o cumprimento das alterações à Lei incluídas no Orçamento do Estado para 2005, que limitaram os benefícios fiscais aos lucros das SGPS.
Atenção especial à s retenções na fonte
Ao nível da actividade correctiva, os olhos dos inspectores fiscais estarão postos nas retenções na fonte. É que, em 2004, essa vertente levou a que fossem recuperados 11,5 milhões de euros, num total de 21.429 pagamentos por parte de entidades patronais que não entregavam ao Fisco as retenções mensais que faziam aos seus empregados.
O modelo de trabalho passará pelo cruzamento de dados, graças ao qual em 2004 foram também detectados 145 mil faltosos em IRS, dos quais 56 mil ao nível do anexo J, correspondente aos rendimentos auferidos no estrangeiro. Foram igualmente descobertos 50 mil contribuintes de IRC em falta com o Fisco e emitidas 16.805 liquidações de valor correspondente a 162 milhões de euros. Para além disso, a Inspecção Tributária detectou 40 mil sujeitos passivos que não haviam procedido a um único pagamento por conta.


Finanças vão admitir 380 inspectores tributários
A Direcção-geral dos Impostos (DGCI) vai reforçar os meios humanos afectos à área da Inspecção Tributária, com a abertura de um concurso interno para admissão de 380 novos inspectores. A medida, já prevista desde Outubro passado, está agora formalizada no Plano de actividades da DGCI para 2005 e o concurso deverá arrancar em breve, num reconhecimento oficial de que o pessoal existente não chega para acudir a todas as necessidade. Uma medida que já vem tarde, segundo a Associação dos Profissionais da Inspecção Tributária (APIT). “Há muito tempo que é necessário um reforço ao nível dos recursos humanos. Neste momento somos cerca de 1500 inspectores e precisávamos pelo menos do dobro”, afirma José Carlos Gouveia, presidente da APIT. “A situação está cada vez mais degradada, no que toca à evasão fiscal, e só com mais pessoas no terreno é que poderá ser travada”, sublinha.

Serviços on-line com novas funcionalidades
O preenchimento à mão e a entrega em papel das declarações fiscais têm os dias contados. É essa a intenção das Finanças, que vão disponibilizar postos de atendimento com equipamento adequado para que os contribuintes possam, cada vez mais, entregar as suas declarações de rendimentos pela Internet. Esta é uma das metas constantes no Plano de Actividades da DGCI para 2005 e passa também por uma sensibilização das entidades públicas empregadoras no sentido de estas facilitarem a utilização dos seus equipamentos para o efeito. Para os menos habituados às novas tecnologias está previsto um projecto piloto de pré-preenchimento das declarações pelos funcionários da DGCI.
A intenção é operacionalizar na totalidade a gestão integrada das relações com os contribuintes. As declarações de rendimentos entregues via Internet dispararam em 2004 (ver gráfico) e há já 2,7 milhões de pessoas registadas nos serviços on-line. Em 2005 estes números deverão continuar a subir, até porque passou a ser obrigatório que os contribuintes da categoria B do IRS sem contabilidade organizada e com rendimentos superiores a 10 mil euros entreguem as declarações pela Net. Por outro lado, serão disponibilizadas novas funcionalidades. Ao nível dos impostos sobre o património, passa a ser possível já no primeiro trimestre efectuar on-line a liquidação do imposto de selo sobre transmissões gratuitas. Em breve será também disponibilizada na Net a liquidação do IMT, bem como os pedidos de isenções de IMI. Numa segunda fase o Fisco prepara a troca de informações com municípios e cartórios notariais.
O objectivo é concentrar os serviços no seu core business - arrecadar impostos - libertando-os de “tarefas de reduzido valor acrescentado”, como a passagem de certidões ou a recolha de declarações. O alargamento dos serviços on-line com vista à redução do trabalho administrativo passa ainda pela criação de um call-center com um horário alargado para atendimento aos contribuintes.

Previstas cobranças de 1300 milhões em 2005
Em 2005 os processos de execução instaurados pelas Finanças deverão render aos cofres do Estado 1300 milhões de euros. De acordo com as estimativas da Direcção-geral dos Impostos (DGCI) incritas no Plano de Actividades, deste montante total, 470 milhões de euros correspondem ao resultado esperado para processos instaurados em 2005. Para acelerar os pagamentos, as citações a enviar aos faltosos virão já com a referência para pagamento através de multibanco mas, para os que mesmo assim nada façam, o Fisco avançará com penhoras automáticas, uma das metas constantes no Plano de Actividades da DGCI para 2005. As penhoras automáticas abrangerão saldos bancários, vencimentos ou outros créditos. O primeiro passo será um levantamento de informações sobre os devedores, nomeadamente informação cadastral no próprio Fisco, números de identificação bancária, prédios urbanos e rústicos que o contribuinte possua, veículos comerciais, rendimentos da categoria A, Aquisições e fornecimentos e participações fiscais. Em última instância, o Fisco acederá também aos bens dos cônjuges dos faltosos.
A Administração Fiscal pretende, desta forma, continuar na linha de resultados obtidos em 2004, quando as ordens de Bagão Félix para que as Finanças cobrassem o mais que pudessem em impostos até 31 de Dezembro deram frutos “históricos”. De acordo com os números divulgados esta semana pela DGCI, no último mês do ano o valor cobrado aumentou 15% em relação a Novembro. Comparando com o Dezembro de 2003 o crescimento foi de 123%. Em termos globais, as cobranças coercivas registaram em 2004 um aumento de 45% face ao ano anterior. Resultados históricos, assegura a DGCI, e apenas superados nos anos em que houve perdões de dívidas, como com o Plano Mateus. Para tal terão contribuído as quase 73 mil penhoras efectuadas ao longo do ano, em processos de cobrança executiva num valor total de 1.385 milhões de euros. Apesar de tudo, as contas continuam claramente desfavoráveis ao Fisco. No final do ano passado contabilizavam-se três milhões de processos no Sistema de Execuções Fiscais, 734 mil dos quais instaurados em 2004. Contas feitas, o valor total em dívida ultrapassava os 15 mil milhões de euros.
 
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por marafado » 11/2/2005 1:38

11-02-2005

Câmbios
Yuan não é o único culpado...
Na última reunião do G7 o ocidente voltou a insistir na necessidade de a China flexibilizar a sua politica cambial, sobretudo no que diz respeito a esta última. Parece-nos que se pretende um processo e não tanto uma ruptura, até porque os políticos ocidentais já se aperceberam que não terão grande sucesso se pretenderem impor um calendário para a flexibilização cambial.






11-02-2005

Futuros
Optimismo mantém-se
Neste momento parece consensual…o segmento accionista internacional encontra-se a atravessar um excelente momento, com a EuroNext Lisboa a acompanhar (ou mesmo ultrapassar) as suas congéneres.






11-02-2005

Dívida
Diminuição das yields
Tal como era esperado, a Reserva Federal norte-americana subiu em 25 pontos base a federal funds para 2.50 pct, a 2 de Fevereiro, concretizando a sexta subida consecutiva desde o final do primeiro semestre de 2004.
 
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por marafado » 11/2/2005 1:37

Índice em destaque
PSI20 acima dos 8.000 pontos
O índice PSI20 encontra-se acima do nível psicológico de 8.000 pontos, um nível que desde 2001 tem funcionado como a sua principal resistência. Apesar de ainda não se ter confirmado o corte em alta deste nível, os indícios são bastante favoráveis e tudo indica que este nível terá sido superado, uma situação que é corroborada pelo pull-back efectuado pelas cotações aos 8.000 pontos.





Acção em destaque
PT a caminho dos 10 euros
O reencontro das cotações da Portugal Telecom com a sua tendência de médio prazo foi o ponto de partida para um forte movimento de alta deste papel. Neste movimento, a PT superou, progressivamente, a resistência que apresentava nos 9,30 euros e o máximo estabelecido em Março de 2004, a 9,45 euros por acção. No início desta semana, este título chegou a ser negociado a 9,80 euros, ou seja, o seu nível mais elevado desde Maio de 2001, mas o movimento de alta ainda tem espaço para progredir.
 
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por marafado » 11/2/2005 1:36

Colaboração JPMorgan
Investir em acções do Médio Oriente: a Próxima Fronteira
Apesar dos cohecidos desenvolvimentos geopolíticos, o Médio Oriente representa uma categoria única de activos com importantes áreas de vantagem competitiva.

28-01-2005, Carlos Varela

Frequentemente subestimado e raramente tomado em consideração para investimento, o Médio Oriente oferece um surpreendente leque de oportunidades para os investidores: empresas bem geridas com valorizações atractivas e uma gama excepcional de matérias-primas e de inovação nos domínios da tecnologia e biotecnologia. No entanto, com vários mercados ainda fechados ao investimento estrangeiro e com o risco geopolítico nas manchetes dos jornais, a especulação persiste.
Oportunidades de investimento na região e a tensão geopolítica
Apesar dos desenvolvimentos geopolíticos amplamente divulgados, o Médio Oriente representa uma categoria única de activos com importantes áreas de vantagem competitiva. A região vai registar um elevado crescimento e desfruta de significativos recursos naturais, fornecendo matérias-primas de exportação para os EUA e a Europa, além de ser um centro de inovação nos domínios da tecnologia e dos produtos farmacêuticos. Como tal, estes investidores podem aceder aos mercados globais de exportação através de operadores de nível mundial e à diversificação das empresas, agindo a vários níveis na cadeia de valor acrescentado. As tendências demográficas estabeleceram um cenário favorável ao crescimento, com um ritmo projectado na população activa de mais de 2% durante os próximos 20 anos, largamente superior ao do mundo desenvolvido e dos mercados emergentes. Uma vaga séria de reformas está em curso, tanto a nível político como económico, e as economias estão a convergir para níveis desenvolvidos à medida que a região se integra na economia global - a Turquia está a caminho da adesão à UE, enquanto que um vasto número de países já assinou acordos de comércio livre, tanto com a Europa como com os EUA. Várias empresas bem geridas, actuando em toda a região, tanto em serviços como em sectores relacionados com o comércio, assim como as acções de bancos, oferecem a oportunidade de apreender este crescimento de uma forma mais diversificada. As acções permanecem a um nível de valorização atractivo em relação a outros mercados.
O risco geopolítico domina as manchetes dos nossos jornais. Porém, o impacto quotidiano directo sobre as empresas que operam na região é mínimo: um elevado grau de incerteza e de volatilidade política faz aumentar o prémio de risco exigido pelos investidores para possuir acções nesses países, e pode manifestar-se através de uma maior volatilidade da moeda.
Sectores / Indústrias que dirigem o Crescimento Económico
O crescimento económico está a melhorar, e as previsões do PIB para 2005 aproximam-se dos 5% para toda a região (Israel, Turquia, Egipto, Marrocos, Jordânia, Tunísia). A base do crescimento é bastante diversificada e os componentes económicos mais importantes abrangem os serviços, o sector industrial e o turismo. Os motores da economia diferem consoante o país:
O sector da construção está a acelerar na Turquia, nesta fase tratam-se, essencialmente, de projectos privados, mas à medida que o crescimento prossegue e as dinâmicas da dívida pública melhoram, podemos ter a expectativa de ver projectos de infra-estrutura em 2006, antes das eleições em 2007.
Em Israel, a recuperação da economia que se iniciou em 2004 foi largamente conduzida pelas exportações - uma procura mundial saudável beneficiou os volumes e preços para os produtos químicos e agro-químicos, assim como as exportações israelitas do sector da tecnologia e uma forte melhoria na chegada de turistas em 2004. Em 2005, espera-se que este crescimento se alargue ao sector nacional e ao consumo privado - tal é sustentado pelas taxas de juro reais reduzidas, uma situação de segurança mais tranquilizante, cortes nos impostos e uma procura latente.
No Egipto, o turismo desempenha um papel fundamental nas expectativas de crescimento, estando no topo do crescimento continuado das exportações dada a competitividade da libra egípcia. Espera-se que o início iminente das exportações do gás natural liquefeito do Egipto acrescente, este ano, um ponto percentual ao crescimento do PIB. Entretanto, Marrocos estabeleceu-se como um importante centro de subcontratação para os industriais europeus.
Quais os Países que mais contribuirão para o desenvolvimento económico da região?
Os principais destinos de investimento em relação ao Médio Oriente são Israel, Egipto e Turquia; os mercados mais pequenos a despertarem neste momento abrangem Marrocos, Jordânia, Líbano e Tunísia. O Médio Oriente representa, aproximadamente, 6% do Índice MSCI dos Mercados Emergentes. Desse valor, Israel representa 59%, seguido da Turquia com 28% e do Egipto com 7%.
Além disso, o alargamento da UE é importante para a Turquia, uma vez que os investidores começam a olhar para a economia como um “candidato de convergência” que dá apoio às entradas de capital e à estabilidade da moeda. Com a UE a actuar como suporte para as políticas, as reformas deverão ganhar velocidade logo que a Turquia comece a adoptar as orientações da UE, fazendo com que o país possa atrair os investimentos estrangeiros necessários para um maior crescimento económico.
Dados económicos recentes acompanham essa convicção para o mercado israelita em 2005. O desemprego começa a declinar, a inflação tem um bom comportamento, as transacções correntes são saudáveis e o país assinou, recentemente, acordos de comércio, tanto com o Egipto como com a Jordânia. O estudo do FMI de 2004 deu origem a um relatório entusiasta sobre o progresso dos responsáveis políticos, lançando bases para melhorias da agência de notação da dívida externa de Israel.
Um ambiente político muito mais desenvolvido no Egipto e a exploração de uma abordagem mais agressiva perante a privatização deveriam aumentar os fluxos de capitais no país - uma melhoria na liquidez do dólar e uma libra egípcia mais forte também poderiam ajudar a desinflação.
Assim, como pudemos constatar, a região tem todos os ingredientes necessários para crescer. Acordos de comércio livre, reformas políticas sérias, a liberalização do mercado e acções de privatização estão a estabelecer-se na região. O desenvolvimento do sector privado cria oportunidades de investimento - a venda de activos públicos envolve a reestruturação de operações ineficientes para uma melhor atribuição de capital e origina uma nova gestão empresarial. Um custo de produção mais baixo está a transformar a região num centro de comércio para a Europa e os EUA. A diminuição do custo do capital desenvolve fortes fluxos de tesouraria e, ao mesmo tempo, permite às empresas competir mais eficientemente com as multinacionais. Dados demográficos favoráveis - população activa crescente - levarão a um crescimento económico da região a longo prazo. O desenvolvimento do Centro Financeiro Internacional do Dubai serviu de catalisador, onde acolherá uma bolsa regional e permitirá uma segunda cotação para a maior parte das empresas dos países da MENA (Médio Oriente e Norte de África) e dos países do CCG (Conselho de Cooperação do Golfo). Será criado com base em princípios de legislação que seguirão de perto os que são utilizados em Londres e Nova Iorque, e atrairá a atenção dos investidores internacionais para os mercados regionais.
Não há dúvidas de que o Médio Oriente está destinado ao desenvolvimento económico e abre as portas a um novo conjunto de oportunidades para os investidores.
 
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por marafado » 11/2/2005 1:35

11-02-2005
Acções em destaque em Portugal

Morgan prevê trimestre difícil para a PT
A semana foi rica em notícias para a Portugal Telecom. Em antecipação dos resultados, que a empresa irá apresentar no início de Março, a Morgan Stanley emitiu uma nota de research em que vem manter a recomendação de “underweight” (subponderar) para a acção.






11-02-2005

...e no estrangeiro

HP dispara 8% com saída da presidente
A mudança da presidência da fabricante de software Hewlett-Packard (HP) parece ter sido do agrado dos investidores, pelo menos tendo em conta o comportamento em bolsa do título.
 
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por marafado » 11/2/2005 1:34

11-02-2005
Benefícios da compra da LSE
Investidores ganham com fusão de bolsas
O “convite” apresentado esta semana pela Euronext NV para a compra da principal praça inglesa pode beneficiar os investidores portugueses, com o espectro de emitentes a aumentar. Apesar das vantagens apresentadas, a excessiva concentração poderá resfriar o ânimo inicial.





11-02-2005
Terceira tentativa de Glazer desde Outubro
Manchester United dispara 6% com nova oferta de compra de Glazer
A proposta de Malcom Glazer foi de 300 pences por acção, o que avalia o clube em 1,16 mil milhões de euros. Apesar dos valores, a oferta tem a oposição de adeptos e jogadores.





11-02-2005
Estudo da Goldman Sachs
Ainda não é hora de apostar nas large caps
A Goldman Sachs considera que a baixa performance das empresas com maior capitalização bolsista nos últimos anos, em comparação com títulos mais pequenos, não é um sinal de que estas empresas vão começar a dar ganhos. A casa defende uma análise “caso a caso”.





11-02-2005
Análise de Bolsa

Ganhos em todos os mercados
Esta semana a orquestra dos mercados accionistas esteve bem afinada, com todas as bolsas a tocarem uma sinfonia de subidas. Da América à Ásia, passando pela Europa, os principais mercados registaram valorizações, que oscilaram entre os o,16% e os 4,54%
 
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por marafado » 11/2/2005 1:32

11-02-2005

Analistas temem que novo governo PS force saída de Talone da EDP
Os investidores estrangeiros estão preocupados com uma eventual alteração da equipa de management da EDP, caso o Partido Socialista vença as eleições a 20 de Fevereiro.





11-02-2005
Análise de Bolsa

Carnaval de máximos na Bolsa de Lisboa
A semana começou com ganhos na Bolsa de Lisboa. De ponto em ponto, o PSI-20 fixou na terça-feira um novo máximo de três anos e meio nos 8088,63 pontos, em sintonia com a Europa. Quarta-feira, na ressaca das valorizações de Carnaval, o índice arrepiou caminho. Entre quinta-feira da semana passada e ontem às 12H o PSI-20 acabou por registar uma variação muito ligeira de 0,22%.
 
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por marafado » 11/2/2005 1:31

Lisboa é uma das bolsas mais caras da Europa

A Bolsa de Lisboa está entre as praças financeiras da Zona Euro onde o preço das acções é mais elevado em relação aos lucros das empresas. Apesar de ser um dos mercados que deverá registar maior crescimento dos lucros em 2005.

11-02-2005, André Veríssimo

A Bolsa de Lisboa é um dos mercados europeus em que o preço das acções é mais elevado em relação aos lucros estimados para as empresas em 2005. A conclusão faz parte de um estudo da casa de investimento americana Lehman Brothers, divulgado esta semana.
“ Os mercados em que o preço das acções é mais caro na zona euro são a Itália, a Grécia, a Áustria, a Finlândia, a Irlanda e Portugal”, escreve Ian Scott, analista da Lehman Brothers.
Esta conclusão resulta da análise do Price Earnings Ratio (PER)dos mercados da moeda única europeia, usando as estimativas de lucros para o ano corrente. O PERé o rácio entre a cotação e os lucros por acção de uma empresa ou mercado. Quando se comparam diferentes empresas do mesmo sector ou mercado, é possível aferir se estão a transaccionar com desconto ou, por outro lado, estão caros. Isto é, se os accionistas estão ou não a pagar demais pelos lucros e desta forma identificar oportunidades de investimento.
Com um PER estimado para 2005 de 14,1, a Bolsa de Lisboa está entre as mais caras da Europa. O que significa que terá também um potencial de valorização limitado. A lista é liderada pela Itália, com um PERde 15,6. As praças financeiras mais baratas são a Holanda (12,1), a Alemanha(12,9), a Bélgica (13) e a França (13,5).
Numa união monetária o lógico será preferir os mercados com maiores taxas de crescimento económico e taxas de inflação mais elevadas. E estes são, de facto os países com o PER mais elevado. Mas os dados demonstram que o crescimento dos lucros tem sido mais acentuado nos países com menor inflação e aumento do Produto Interno Bruto (PIB).
“ Desde o início da União Económica e Monetária, em 1999, existiu uma relação inversa entre o crescimento nominal do PIB e o crescimento dos lucros”, conclui Ian Scott. Para o analista “os investidores em acções não têm beneficiado de uma exposição às economias de maior crescimento na Europa”.
Irlanda, com um crescimento do PIB próximo dos 14%, Grécia, com um crescimento acima dos 8% e Portugal, com um crescimento de cerca de 4,5% são os três países em que os lucros das empresas menos cresceram. A excepção é Espanha, que obteve um crescimento económico acima dos 8% e uma das maiores subidas dos lucros da zona euro.
“ Portugal é um exemplo de um país que gozou de um crescimento económico relativamente forte, e cujo mercado viu o PER subir, mas onde o crescimento dos lucros foi inferior ao da economia e dos lucros no resto da Europa”, afirma Ian Scott.
Pelo contrário, Alemanha, França, Bélgica, Itália e Áustria gozaram de um maior ritmo de aumento dos lucros, com um crescimento mais baixo do PIB.
Preferência pelas grandes empresas dos grandes mercados
“ Com alguns dos mercados europeus mais pequenos a terem um começo de ano forte, aconselhamos os investidores a terem cuidado ao relacionarem um melhor desempenho económico com uma performance mais positiva das acções”, diz Ian Scott.
Não esquecer que Lisboa foi a Bolsa que mais valorizou em Janeiro. O facto de Portugal estar entre os países que mais deverá ver os lucros das cotadas crescer em 2005 (18%) não diminui o facto de estar “caro”.
Por outro lado, “o PERmais baixo pago por mercados como a Alemanha e a França são suportados por um crescimento continuado e forte dos lucros”, afirma o analista da Lehman Brothers.
Ian Scott acrescenta ainda que as acções de empresas de média dimensão estão muito perto do pico, o que pode reforçar a atractividade das maiores e mais maduras empresas dos países do coração da Europa.



O que é o PER?
O Price Earnings Ratio (rácio entre preço e lucros) é igual à divisão da cotação pelos lucros por acção de uma empresa ou mercado. Este indicador permite aferir quanto é que os investidores estão a pagar pelos lucros. Quando comparado com o restante mercado, com o sector em que se insere ou com o seu valor histórico, o PER de uma empresa permite perceber se a cotação está muito alta ou baixa. Isto é, se a empresa estará a transaccionar com um desconto ou, por outro lado, está cara.

Maioria das empresas do PSI-20 mais caras que o mercado
O Price Earnings Ratio (Rácio entre cotação e lucros por acção) permite comparar o valor atribuido às empresas com o do mercado em que se inserem.
O valor do PER para a Bolsa de Lisboa em 2005, calculado com base nas estimativas de consenso de lucros para o ano inteiro, é de 14,1.
Olhando para o PER estimado para as empresas do PSI-20, vemos que a grande maioria tem um valor mais elevado do que o mercado em que se insere. O que poderá ser um indício de estarem a transaccionar a um valor demasiado alto.
Só o BCP, a Jerónimo Martins, o BES, a EDP, o BPI e a Gescartão têm PERs abaixo do valor do mercado. A empresa de embalagens de cartão é a empresa com o menor preço para os lucros estimados.
No extremo oposto está a Sonaecom, com um PER de 62. Segue-se a Media Capital com 42,31 e a PT Multimédia que fecha o Top 3 com 40,16.
As empresas de media e telecomunicações são as que apresentam um PER mais elevado, com a Novabase e a Impresa a terem o quinto e sexto valor mais elevado.
Uma análise completa ao PER deve passar pela comparação sectorial e do valor actual com o histórico. Dados que a Reuters não disponibiliza.
Olhando para os sectores mais representados no PSI-20, vemos, por exemplo, que o BPI é o banco que transacciona com um múltiplo mais baixo. A Cofina é a empresa de media mais barata.
 
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Algumas pistas para 2005

por marafado » 11/2/2005 1:24

Algumas pistas para 2005

O ano de 2005 deverá trazer um forte abrandamento no crescimento do EPS.

11-02-2005, Jorge Ramos

O ano de 2005 começou de forma mista para os mercados financeiros, com as Bolsas americanas a acumularem perdas (Dow Jones -1,1%; S&P -1,6% e Nasdaq -5,6%) e as Bolsas do Velho Continente e um pouco pelo resto do Mundo, a apresentarem performances invariavelmente positivas (Euro Stock50 4,2%; CAC 4,1%; DAX 2,4%; Ibex 4%; FTSE 3,7%). Os mercados americanos só apresentam valorizações positivas quando medidos em Euros, ou seja, para os investidores europeus que estiveram expostos à valorização do USD que, desde o início do ano já se apreciou 6% face ao Euro. Fraca consolação para quem perdeu bem mais durante o ano de 2004, em que a moeda norte-americana desceu aos abismos.
Curioso e interessante, é o mínimo que podemos dizer deste comportamente díspar dos mercados dos dois lados do Atlântico já que, normalmente, os europeus não conseguem “descolar” dos seus congéneres, assumindo um irritante seguidismo face ao “big brother” americano. Só que, em termos puramente objectivos, este comportamento não nos surpreende e era, em grande medida, previsível quando analisamos os fundamentais dos dois blocos económicos e, sobretudo, as diferentes fases do ciclo económico em que se encontram.
Com efeito, em termos de cenário macro para 2005, prevê-se um menor vigor do crescimento económico mundial (na casa dos 3,5%, contra uns vigorosos 4,7% em 2004), ainda com a liderança dos EUA - no seu quinto ano de crescimento consecutivo - mas ainda assim, em clara desaceleração. Ou seja, o gigante americano vai parar para respirar enquanto, apesar de não se anteverem significativos riscos inflacionistas, a Reserva Federal deverá continuar a levar as taxas de juro para terreno “monetariamente neutro”, o que deverá traduzir-se numa subida de mais 1%, com os Fed Funds a terminar o ano nos 3,5%. E a julgar pelas reacções à recente subida de Janeiro, este movimento já está amplamente descontado, pelo que, desta frente não deverão advir grandes sobressaltos.
Só que, a julgar pela “pobreza” dos mais recentes indicadores europeus, ao BCE não deverá restar outra alternativa do que baixar taxas de juro. Num cenário de arrefecimento económico, fragilidade da procura interna e Euro especulado em alta, dificilmente as economias europeias se furtarão a uma gripe primaveril. O lado pírrico da questão é que, em 2004, perdeu-se uma oportunidade de ter ido bem mais longe na prevenção deste cenário, com a adjuvante de que talvez se tivesse evitado uma especulação tão desenfrada contra a moeda europeia. Na ausência de pacotes fiscais expansionistas, com menores ganhos de produtividade e com os limites impostos por um pacto de estabilidade que dá largas à contabilidade criativa dos seus Governos, a Europa do Euro não utilizou o único trunfo que tinha disponível, na altura certa.
Neste cenário, a nossa tese é que o ano de 2005 deverá trazer um forte abrandamento no crescimento do EPS (”earnings per share”) mundial: o EPS do índice MSCI World deverá crescer 9% (vs uns estonteantes 25% em 2004) e estimamos que o EPS do S&P500 deverá registar um crescimento ainda menor - entre 6 e 7%. Mas também acreditamos que este facto não deverá traduzir-se, necessariamente num Armagédon financeiro: estatisticamente, desde 1976, as acções subiram em média 10% no ano seguinte a um pico de EPS verificando-se que, na maioria das vezes, o abrandamento já foi descontado no ano anterior. A questão que se coloca é portanto, a da selectividade dos investimentos e a de saber, quais os mercados e sectores que poderão beneficiar desta envolvente macro, por contrapartida daqueles que vão atingir uma fase de esgotamento.
Em termos de alocação geográfica, privilegiamos claramente a Europa: pela ausência de risco cambial (o Euro/Usd está longe de estar estabilizado) e sobretudo pelo desconto que evidencia face ao mercado norte-americano que está no máximo dos últimos 30 anos (19% desconto médio vs 30% desconto actual, via utilização de múltiplos). E esta é, para nós, a principal razão do “decoupling” entre os dois mercados o qual, acreditamos, não deverá esbater-se nos tempos mais próximos.
A história também nos diz que sectores com crescimento estável e sustentado e bom “pricing power” tendem a comportar-se melhor num ciclo de abrandamento económico, por contrapartida aos sectores mais cíclicos da economia (onde se incluem as empresas de Tecnologia) que se comportam pior. Ou seja, as surpresas positivas para este ano, poderão vir de empresas com elevados dividendos, grande capacidade de libertação de cash-flow e que continuem a promover políticas agressivas de “share buy-backs”. Esta grelha poderá incluir os sectores Farmacêutico e Healthcare (transaccionam em múltiplos mínimos do seu trend histórico); Financeiras, Seguradoras e o próprio Retalho (consumo não descricionário. Finalmente, apesar dos bons desempenhos recentes, as Utilities e empresas de Energia e Químicas, poderão continuar a mostrar bons desempenhos pois apesar de um recúo no preço do petróleo, continuamos a acreditar que os tempos da energia barata dificilmente voltarão. Em suma, acreditamos que 2005 poderá ser um ano da chamada Velha Economia que poderá voar e brilhar mais que as normalmente apelativas TMT´s.
 
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