Resultados das empresas do PSI sobem mais de 20% em 2004
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Resultados das empresas do PSI sobem mais de 20% em 2004
Resultados das empresas do PSI sobem mais de 20% em 2004
Aberta a época de apresentação dos resultados anuais, estima-se que em 2004 as contas das cotadas venham a registar uma subida de 22% nos lucros líquidos.
28-01-2005, André Veríssimo e Mafalda Anjos
Se se utilizar como barómetro as empresas incluídas no principal índice de referência da praça lisboeta, o PSI-20, é de esperar que os resultados das empresas portuguesas cresçam mais de 20% em 2004. Esta taxa de crescimento espelha uma melhoria significativa dos resultados líquidos das cotadas nacionais no ano passado, mas fica claramente atrás dos ganhos obtidos no ano fiscal de 2003, em que os resultados dispararam mais de 100% (ver quadro). 2003 foi um ano de aumento significativo dos lucros das empresas sobretudo porque no ano anterior os resultados registaram, na sua generalidade, fortes decréscimos.
Lucros descem em apenas quatro empresas
Segundo a média das estimativas recolhidas pela Reuters de várias casas de investimento para 16 empresas do PSI-20, com um peso de 94% do índice, os resultados líquidos incluindo os interesses minoritários (os únicos para os quais existem estimativas e que são designados de “Net Profit” por oposição a “Net Attributable” em que se descontam os interesses minoritários) deverão ter registado um aumento de 21,97% no ano passado. Uma análise aos números revela que, das 16 empresas para as quais existem estimativas, para apenas quatro se espera que os resultados decresçam em 2004: BES, Brisa, Cimpor e Sonae SGPS.
Para a holding de Belmiro de Azevedo, os analistas esperam em 2004 resultados líquidos (com interesses minoritários) de 94 milhões de euros, menos 65% do que no ano anterior, a pior taxa de evolução dos lucros entre as 16 empresas consideradas. Para a Brisa também se espera um decréscimo dos 226 para 183 milhões de euros, menos 19% do que em 2003. O destaque pela positiva vai para a Novabase, que se espera que aumento os lucros de 1,38 para 5,318 milhões de euros, uma subida de 285%. Igualmente bem posicionada está a PT Multimedia, para a qual se espera um lucro líquido de 99,24 milhões de euros, contra 29,77 milhões no ano anterior, mais 233%.
Das 20 empresas que compõem o índice de referência da praça nacional, o Banco Comercial Português foi, como aliás de costume, o primeiro a iniciar a época de resultados. O banco apresentou resultados líquidos de 513 milhões de euros, o que representa um crescimento superior a 17% face ao ano anterior. Se se considerar a posição com interesses minoritários, utilizada para efeitos da comparação com as estimativas da Reuters para as restantes empresas do PSI, o BCP registou um resultado de 600,5 milhões de euros, mais de 20% superior a 2003.
Já o BPI anunciou um crescimento dos resultados de 18% para 192,7 milhões de euros, com um crescimento do EPS para 25,4 cêntimos por acção. Considerando os interesses minoritrários, o banco terá registado um aumento superior a 16% nos lucros.
Em linha com o estrangeiro
As estimativas para as empresas portuguesas são em linha com os números esperados no estrangeiro. Segundo as estimativas da Thompson Financial, empresa que monitoriza as contas das cotadas norte-americanas, para o índice S&P 500, que reúne as 500 maiores empresas dos Estados Unidos, espera-se que em 2004 os lucros tenham atingido o pico no ciclo da recuperação, com uma previsão de crescimento de 19,4%. No mercado norte-americano registaram-se quatro trimestres consecutivos com crescimentos acima dos 20%, o que não acontecia há mais de 15 anos.
Dicas para um “olhar de lince” sobre os resultados
Com mais uma época de apresentação de resultados anuais em marcha, importa saber como olhar para os números e separar o trigo do joio. O “Semanário Económico” pediu aos analistas alguns conselhos para compreender as contas das empresas.
Ricardo Duarte Silva, responsável pelo departamento de research do Banco de Investimento Global (BIG) elege alguns indicadores essenciais. Um deles é a evolução das receitas ou volume de negócios, que permite “avaliar como está a correr a actividade da empresa”. Mas não chega.
A margem operacional é um indicador fundamental, pois permite aferir “a capacidade da empresa para transformar vendas em lucros, quer pela melhoria das vendas, quer pela redução dos custos”, explica Ricardo Duarte Silva. Associado a este indicador está o cash-flow operacional ou EBITDA, que são os resultados antes das amortizações, juros da dívida e impostos. Para o responsável pelo research do BIG, o EBITDA permite ter “uma visão mais clara da riqueza real que a empresa está a gerar”.
José Miguel Lourenço, director da Caixa Banco de Investimento (CBI), recomenda olhar também para a estrutura de capital da empresa e ver se esta não está muito endividada, com um peso elevado dos custos financeiros nos resultados.
Atenção aos extraordinários
O resultado líquido é talvez o indicador mais popular. A sua importância é inquestionável, já que o objectivo de qualquer empresa é ter lucros, crescentes. Mas pode ser enganador se não for analisado devidamente. “É essencial perceber se a melhoria veio do lado operacional ou de resultados extraordinários, que não se repetem, como a venda de participações ou de património”, aconselha Ricardo Duarte Silva.
José Miguel Lourenço, alerta ainda para o efeito da sazonalidade dos resultados em alguns sectores. Pelo que recomenda “comparar os resultados em relação ao período homólogo”. Mas não só. “A evolução dos resultados de uma dada empresa devem ser comparados com os do sector”, acrescenta.
“ Olhar para a frente”
Outro ponto fundamental na opinião do director da CBI: “perceber até que ponto os resultados apresentados surpreenderam pela positiva ou pela negativa”. As estimativas dos analistas já estão descontadas no preço das acções. Só uma surpresa poderá provocar uma reacção do mercado.
Ricardo Duarte Silva lembra a importância de “olhar para a frente”. Isto é, para as perspectivas que as empresas apresentam para os anos seguintes quando apresentam os resultados. “O desempenho do título depende mais do que a empresa diz que vai fazer para a frente do que o que fez até agora”.
Aberta a época de apresentação dos resultados anuais, estima-se que em 2004 as contas das cotadas venham a registar uma subida de 22% nos lucros líquidos.
28-01-2005, André Veríssimo e Mafalda Anjos
Se se utilizar como barómetro as empresas incluídas no principal índice de referência da praça lisboeta, o PSI-20, é de esperar que os resultados das empresas portuguesas cresçam mais de 20% em 2004. Esta taxa de crescimento espelha uma melhoria significativa dos resultados líquidos das cotadas nacionais no ano passado, mas fica claramente atrás dos ganhos obtidos no ano fiscal de 2003, em que os resultados dispararam mais de 100% (ver quadro). 2003 foi um ano de aumento significativo dos lucros das empresas sobretudo porque no ano anterior os resultados registaram, na sua generalidade, fortes decréscimos.
Lucros descem em apenas quatro empresas
Segundo a média das estimativas recolhidas pela Reuters de várias casas de investimento para 16 empresas do PSI-20, com um peso de 94% do índice, os resultados líquidos incluindo os interesses minoritários (os únicos para os quais existem estimativas e que são designados de “Net Profit” por oposição a “Net Attributable” em que se descontam os interesses minoritários) deverão ter registado um aumento de 21,97% no ano passado. Uma análise aos números revela que, das 16 empresas para as quais existem estimativas, para apenas quatro se espera que os resultados decresçam em 2004: BES, Brisa, Cimpor e Sonae SGPS.
Para a holding de Belmiro de Azevedo, os analistas esperam em 2004 resultados líquidos (com interesses minoritários) de 94 milhões de euros, menos 65% do que no ano anterior, a pior taxa de evolução dos lucros entre as 16 empresas consideradas. Para a Brisa também se espera um decréscimo dos 226 para 183 milhões de euros, menos 19% do que em 2003. O destaque pela positiva vai para a Novabase, que se espera que aumento os lucros de 1,38 para 5,318 milhões de euros, uma subida de 285%. Igualmente bem posicionada está a PT Multimedia, para a qual se espera um lucro líquido de 99,24 milhões de euros, contra 29,77 milhões no ano anterior, mais 233%.
Das 20 empresas que compõem o índice de referência da praça nacional, o Banco Comercial Português foi, como aliás de costume, o primeiro a iniciar a época de resultados. O banco apresentou resultados líquidos de 513 milhões de euros, o que representa um crescimento superior a 17% face ao ano anterior. Se se considerar a posição com interesses minoritários, utilizada para efeitos da comparação com as estimativas da Reuters para as restantes empresas do PSI, o BCP registou um resultado de 600,5 milhões de euros, mais de 20% superior a 2003.
Já o BPI anunciou um crescimento dos resultados de 18% para 192,7 milhões de euros, com um crescimento do EPS para 25,4 cêntimos por acção. Considerando os interesses minoritrários, o banco terá registado um aumento superior a 16% nos lucros.
Em linha com o estrangeiro
As estimativas para as empresas portuguesas são em linha com os números esperados no estrangeiro. Segundo as estimativas da Thompson Financial, empresa que monitoriza as contas das cotadas norte-americanas, para o índice S&P 500, que reúne as 500 maiores empresas dos Estados Unidos, espera-se que em 2004 os lucros tenham atingido o pico no ciclo da recuperação, com uma previsão de crescimento de 19,4%. No mercado norte-americano registaram-se quatro trimestres consecutivos com crescimentos acima dos 20%, o que não acontecia há mais de 15 anos.
Dicas para um “olhar de lince” sobre os resultados
Com mais uma época de apresentação de resultados anuais em marcha, importa saber como olhar para os números e separar o trigo do joio. O “Semanário Económico” pediu aos analistas alguns conselhos para compreender as contas das empresas.
Ricardo Duarte Silva, responsável pelo departamento de research do Banco de Investimento Global (BIG) elege alguns indicadores essenciais. Um deles é a evolução das receitas ou volume de negócios, que permite “avaliar como está a correr a actividade da empresa”. Mas não chega.
A margem operacional é um indicador fundamental, pois permite aferir “a capacidade da empresa para transformar vendas em lucros, quer pela melhoria das vendas, quer pela redução dos custos”, explica Ricardo Duarte Silva. Associado a este indicador está o cash-flow operacional ou EBITDA, que são os resultados antes das amortizações, juros da dívida e impostos. Para o responsável pelo research do BIG, o EBITDA permite ter “uma visão mais clara da riqueza real que a empresa está a gerar”.
José Miguel Lourenço, director da Caixa Banco de Investimento (CBI), recomenda olhar também para a estrutura de capital da empresa e ver se esta não está muito endividada, com um peso elevado dos custos financeiros nos resultados.
Atenção aos extraordinários
O resultado líquido é talvez o indicador mais popular. A sua importância é inquestionável, já que o objectivo de qualquer empresa é ter lucros, crescentes. Mas pode ser enganador se não for analisado devidamente. “É essencial perceber se a melhoria veio do lado operacional ou de resultados extraordinários, que não se repetem, como a venda de participações ou de património”, aconselha Ricardo Duarte Silva.
José Miguel Lourenço, alerta ainda para o efeito da sazonalidade dos resultados em alguns sectores. Pelo que recomenda “comparar os resultados em relação ao período homólogo”. Mas não só. “A evolução dos resultados de uma dada empresa devem ser comparados com os do sector”, acrescenta.
“ Olhar para a frente”
Outro ponto fundamental na opinião do director da CBI: “perceber até que ponto os resultados apresentados surpreenderam pela positiva ou pela negativa”. As estimativas dos analistas já estão descontadas no preço das acções. Só uma surpresa poderá provocar uma reacção do mercado.
Ricardo Duarte Silva lembra a importância de “olhar para a frente”. Isto é, para as perspectivas que as empresas apresentam para os anos seguintes quando apresentam os resultados. “O desempenho do título depende mais do que a empresa diz que vai fazer para a frente do que o que fez até agora”.
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