Caldeirão da Bolsa

Lisboa perto do máximo em um ano

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por marafado » 31/1/2005 3:35

Crescimento será a chave da renovação europeia
davos Durão Barroso defendeu uma Europa com mercados mais abertos e com mais regulamentação Criar "campeões europeus" terá de passar por apostar na inovação

Opresidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, afirmou, em Davos, que a hora da "renovação europeia" chegou e que o crescimento económico é a chave dessa renovação.

"Implementar uma reforma económica" é essencial para relançar o crescimento económico, defendeu Barroso no Fórum Económico e Social, que hoje termina, na Suíça.

"Quero uma Europa com mercados mais abertos e com uma melhor regulamentação" que, investindo na educação e com uma política social coerente, favoreça um crescimento durável e sólido", acrescentou, citado pela France Presse.

O presidente da Comissão explicou que para criar "campeões europeus" nos diferentes sectores de actividade, a UE quer traçar objectivos precisos em torno da inovação. No entanto, Barroso sublinhou "Pudemos fazer melhor, o que não quer dizer que iremos subvencionar as empresas". O esforço deve ser feito a montante, na investigação e desenvolvimento.

Enquanto o líder europeu usava palavras de optimismo, o vice-primeiro-ministro chinês, Huang Ju, recordou, em Davos, o comportamento excepcional da economia do seu país, com um crescimento de 9,4%, contra os 2% da União Europeia, para avisar que há uma China mais aberta e mais próspera que não servirá apenas os seus 1,3 mil milhões de habitantes, mas mundo inteiro.

A China criou "uma nova forma de capitalismo" e "esta geração de dirigentes é inteligente e capaz", defendeu, na mesma ocasião, o patrão da Microsoft, Bill Gates. Por sua vez, Takatoshi, economista da Universidade de Tóquio, foi ainda mais longe "Nada deverá parar este gigante".

O crescimento da economia global foi retomada pelo presidente do Banco Central Europeu, Jean-Claude Trichet, ao admitir que este se ressentirá se o dólar continuar a oscilar. Reafirmou que as subidas do euro "são contraproducentes e não são bem vindas".

Davos foi ainda palco de uma pequena manifestação, que reuniu cerca de uma centena de pessoas, em protesto contra o Fórum Económico Mundial.


Francisco Pinto Balsemão

"Só estive uma vez em Davos, no início dos anos 80, como orador, quando era primeiro-ministro. Falei e vim-me embora, pelo que não tenho uma ideia concreta sobre o ambiente das reuniões. Como observador, penso que é um local de reunião útil, na medida em que permite a troca de informação e o confronto de opiniões entre pessoas que ocupam lugares de importância à escala mundial. Claro que a globalização está na ordem do dia, com as suas vantagens e os seus inconvenientes. Por isso, uma reunião como a do Fórum Económico de Davos constitui um interessante ponto de observação sobre as tendências positivas e negativas de um fenómeno aparentemente irreversível. O Fórum Social de Porto Alegre, onde também nunca estive, pretende, segundo creio, ser o reverso da medalha de Davos. Nessa medida é de certo muito importante, pois a verdade nunca é privilégio de uma única corrente de pensamento (e de poder)".
 
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por marafado » 31/1/2005 3:33

Davos

Empresas contra corrupção

Yoshiko Kusano/Epa


Os responsáveis de 62 multinacionais participantes no Fórum Económico Mundial, que terminou ontem em Davos, comprometeram-se a colaborar na luta contra a corrupção e o suborno no mundo dos negócios.






A favor da transparência e do desenvolvimento mundial, os administradores da ABB, Autostrade, Enel, De Beers e outras empresas de dimensão mundial defenderam as regras de bom governo empresarial
 
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por marafado » 31/1/2005 3:30

Meda e Tempus
programas


O programa Meda (Programa de Assistência e Cooperação com os Países do Mediterrâneo) é uma das principais iniciativas europeias às quais a Fundação Europeia para a Formação Profissional está ligada.

O Meda é um instrumento financeiro para implementação de parcerias euro-mediterrânicas em três grandes vertentes política (no sentido de promover uma zona de paz e de estabilidade na bacia mediterrânica), económica (desenvolvimento sustentável e de cooperação regional tendo por objectivo a instauração de uma zona de comércio livre em 2010) e social, cultural e humano (direitos dos trabalhadores e outras questões sociais).

Outro programa de destaque é o Tempus, um programa de mobilidade transeuropeia para os estudantes universitários. O objectivo deste programa é fornecer assistência financeira para projectos conjuntos realizados por organizações de países da União Europeia com parceiros de países da Europa Central e Oriental. O programa concentra-se principalmente em áreas específicas de especial importância para o processo de mutação económica e sociopolítica daquela região.
 
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por marafado » 31/1/2005 3:28

União Europeia discute importância da formação



> raquel botelho

Repensar o papel da formação e da educação, da estabilidade e do desenvolvimento económico no seio da União Europeia alargada foi o principal objectivo da conferência internacional "A Educação no Desenvolvimento Sustentado e na Integração Europeia" que se realizou entre os dias 27 e 29 de Fevereiro em Graz, na Áustria.

Com a presença de representantes dos diversos Estados membros, este evento foi organizado pelo grupo de trabalho para a educação e juventude da União Europeia, com a participação de diversas entidades, entre as quais a Fundação Europeia para a Formação Profissional.

O desenvolvimento social, educacional e o nível da formação profissional do Leste europeu, com vista à plena integração na União Europeia, foram um dos principais temas em cima da mesa. Segundo a Fundação Europeia para a Formação Profissional, alcançar os objectivos estipulados na Estratégia de Lisboa, que pretende fazer da UE a mais competitiva e dinâmica economia do mundo baseada no conhecimento até 2010, implica um investimento urgente na educação e na formação profissional nesta zona da Europa, de modo a garantir o de-senvolvimento económico e do mercado de trabalho.

Poucos dias antes desta conferência, a Fundação Europeia para a Formação Profissional tinha apresentado no Parlamento Europeu, à Comissão para o Emprego e Assuntos Sociais, a sua estratégia e objectivos para 2005. Muriel Dunbar, director da Fundação, frisou o papel que tem vindo a ser desempenhado por esta organização no desenvolvimento das habilitações profissionais dos cidadãos dos diferentes Estados membros da UE, promovendo assim melhores empregos e melhores condições de vida. "O nosso trabalho visa fazer com que a educação e a formação profissional aumentem a competitividade, a prosperidade, a empregabilidade e a mobilidade nas economias modernas", explicou.

Com um orçamento de 18,5 milhões de euros para o presente ano, o principal objectivo até 2006 é ajudar os novos membros e os países candidatos a preparar a sua integração, assegurando-se de que estes estão a contribuir para o sucesso da estratégia europeia para a educação, formação e emprego, formalizada na Estratégia de Lisboa.

Ainda em 2005, a Fundação pretende continuar a desenvolver estratégias em áreas-chave relacionadas com as políticas de reforma da educação e da formação no seio da União Europeia, a facilitar os contactos entre as diversas entidades a operar no sector e a divulgar informação nos países- membros relativamente às melhores práticas e a acções inovadoras relacionadas com a formação profissional contínua no seio da União Europeia.

A questão da aprendizagem e da formação contínua, considerada um dos eixos prioritários da Estratégia de Lisboa, foi alvo de um estudo recente da União Europeia, apresentado em finais de 2004, com base em inquéritos do Eurobarómetro, e que privilegia a visão que os cidadãos europeus têm sobre o tema. Dois terços dos inquiridos não tinham participado em nenhuma acção de formação profissional nos últimos 12 meses. Os países nórdicos aparecem como os mais bem posicionados, com apenas 50% dos inquiridos sem acções de formação recentes, enquanto a Grécia e Portugal aparecem na outra extremidade da lista com 80%. Talvez por isso, os cidadãos portugueses e os gregos, bem como os de outros países do Sul da Europa, são aqueles que mais acções de formação realizam por conta própria. Apesar deste facto, este estudo frisa a importância das empresas europeias, que continuam a desempenhar um importante papel ao estimular os seus colaboradores a participarem em acções de formação para desenvolverem as suas aptidões profissionais.

Outro dos dados curiosos deste estudo é o facto da maioria da população europeia adulta registar falta de conhecimentos em três áreas consideradas essenciais para a União Europeia informática, línguas estrangeiras e ainda ciências/tecnologias.

Em relação à informática, cerca de um terço dos cidadãos da Europa dos Quinze reconhece não ter conhecimentos suficientes nesta área, apesar da grande maioria dos inquiridos os considerar muito úteis. No entanto, estes dados variam muito de país para país oito em cada 10 islandeses consideram "muito importantes" os conhecimentos nesta área, enquanto apenas três em cada 10 portugueses partilham da mesma opinião.

Estas diferenças relacionam-se com a posse ou não de computadores pessoais, outro campo no qual Portugal, segundo este estudo, continua a estar abaixo da média europeia.
 
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por marafado » 31/1/2005 3:27

Xutos e Pontapés a 0,99 euros

como funciona a loja de mÚsica virtual


Os ficheiros descarregados através do iTunes, que previamente tem de ser instalado no computador (Windows ou Macintosh), são codificados de acordo com o formato de compressão .aac (Advanced Audio Coding, da Dolby Labs), podendo ser distribuídos em cinco computadores diferentes. Podem depois ser reproduzidos em qualquer leitor de iPod ou, em alternativa, ser convertidos para o formato .mp3, compatível com outros leitores. Cada faixa musical custa 0,99 euros na Europa e 0,99 dólares nos Estados Unidos, existindo já vários títulos de artistas portugueses a vender no iTunes, como Maria João, Mário Laginha, Paulo de Carvalho, Vítor Espadinha e outros. De acordo com um responsável da Apple Portugal, as músicas dos Xutos e Pontapés têm sido bastante procuradas. A mesma fonte adiantou que o tema Contentores chegou mesmo a ocupar um lugar entre o top ten das mais vendidas na passada quinta-feira.
 
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por marafado » 31/1/2005 3:26

I Tunes da Apple ultrapassa 250 milhões de 'downloads'



> hugo bordeira

Parece estar em marcha uma verdadeira revolução no mercado mundial da música. Na semana passada, o iTunes ultrapassou a marca dos 250 milhões de faixas musicais vendidas pela Internet, pulverizando por completo as projecções mais optimistas da Apple. Esta popular aplicação, que permite efectuar o download legal de músicas online, pode rasgar novos caminhos a uma indústria que, nos últimos anos, tem sido fortemente abalada pela pirataria.

A loja de música online começou por ser lançada em Abril de 2003 para os consumidores norte-americanos. Em Outubro de 2004 já cobria 13 países (entre os quais Portugal), que representam 70% do mercado mundial da música. Um sucesso imparável que surpreendeu o próprio CEO da Apple, Steve Jobs "Quando lançámos a iTunes Music Store esperávamos vender um milhão de faixas nos primeiros seis meses. Actualmente, estamos a vender mais de um milhão de músicas por dia e já vendemos mais de 250 milhões no total".

A este ritmo, a empresa norte- -americana acredita que atingirá uma média de 500 milhões de músicas por ano, números que estão a entusiasmar a indústria discográfica em todo o mundo. É que apesar da enormidade dos números o universo de utilizadores é ainda muito reduzido quando olhamos para o seu potencial.

Isto porque os ficheiros descarregados através do iTunes só podem ser reproduzidos num leitor comercializado pela companhia californiana (o iPod), o que logo à partida limita o universo de potenciais utilizadores da loja virtual aos 15 milhões de consumidores que já possuem o aparelho.

No entanto, os promissores resultados da Apple confirmam os bons auspícios lançados por um relatório divulgado na semana passada pela Federação Internacional da Indústria Fonográfica.

O documento, elaborado pela consultora Jupitermedia, conclui que o número de downloads legais de música passou de 20 milhões em 2003 para mais de 200 milhões em 2004. Também o número de sites que disponibilizam música na Net disparou de 50 em 2003 para 230 no final de 2004. Tudo junto, a Jupitermedia conclui que o mercado da música online duplicará em 2005 o seu valor do ano anterior, que atingiu os 330 milhões de dólares.

Em Portugal, as editoras ainda não divulgam números relacionados com o negócio online. Nuno Carvalho, director-geral da NZ Produções, associou a companhia ao iTunes desde Outubro, esperando vir a colher bons frutos no médio e longo prazo "Ainda é cedo para fazer uma avaliação em Portugal, mas acredito que é este o futuro da distribuição musical, porque o público mais jovem quer a música rapidamente a um preço acessível e gosta de escolher as faixas que compra."

Também Miguel Birra, responsável pelo negócio digital da Universal, diz que "os resultados dos primeiros três meses são muito interessantes", acrescentando que "os números do negócio em 2005 serão significativos".
 
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por marafado » 31/1/2005 3:24

Mercado à espera da Fed



Asemana passada começou com uma recuperação da tendência de subida das taxas de juro dos dois lados do Atlântico, alimentada pelos dados da confiança do consumidor em alta nos EUA e pelos pedidos de subsídio de desemprego, que sugerem uma criação de emprego em velocidade de cruzeiro, enquanto o mercado parece retomar a tendência de flattening da curva de juros. Entretanto, a divulgação dos primeiros dados relativos ao crescimento do PIB americano no quarto trimestre, na sexta-feira, anulou o movimento inicial da subida de taxas. A conjugação de dados bons e maus não conseguiu, desta forma, retirar o mercado das margens de oscilação das últimas semanas, pelo que aguardaremos atentamente a decisão da Fed nos próximos dias. Na Europa, apesar dos dados económicos positivos que foram divulgados, com o IFO Industrial Survey a sugerir uma retoma na zona euro, as obrigações mantiveram-se praticamente inalteradas, mostrando que o apetite do investidor por yields continua implacável. Poucos investidores consideram que as obrigações estejam atractivas, mas ninguém parece disposto a abdicar do investimento e obter retornos inferiores à inflação.

André Veloso

Trader
 
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por marafado » 31/1/2005 3:23

Santander a preços atractivos



RR Nuno Miguel Matias
research

Depois de ter concluído, em Novembro, a aquisição do Abbey National por cerca de 12,2 mil milhões de euros, o Banco Santander Central Hispano recuperou algum do terreno perdido, transaccionando presentemente no suporte dos 9 euros, com uma underperformance significativa face ao principal congénere doméstico - o Banco Bilbao Vizcaya Argentaria (BBVA). Nesse sentido, e a múltiplos de mercados atractivos atendendo ao seu potencial de crescimento, consideramos que o Santander poderá constituir uma boa oportunidade aos actuais níveis.

Nos primeiros nove meses de 2004, e fruto de um crescimento apreciável em todas as áreas geográficas, o Santander comunicou que os lucros acumulados aumentaram 64%, totalizando 3,17 mil milhões de euros. Excluindo itens de carácter extraordinário, o resultado teria ascendido a 2,34 mil milhões, com um crescimento homólogo de 21%. O banco, que em Portugal detém o grupo Totta, está presente na América Latina e no Reino Unido.

Uma performance sólida que foi acompanhada por um aumento da margem financeira (+8,8% em termos anuais), pela continuação do controlo de custos e pelo fortalecimento dos rácios de solvabilidade (BIS de 13,1% e Tier I de 8,4%).

De referir também que, já no final de Dezembro, o BSCH anunciou que detinha 0,52% de acções próprias, adquiridas no âmbito do programa de share buyback em curso até 31 de Março de 2005. Tendo em atenção que o programa previa a compra de até 3% do capital do grupo, o downside do Santander poderá ser relativamente limitado aos actuais níveis.

Em termos de múltiplos de mercado, o Santander transacciona com um P/E 2005E [relação entre os lucros por acção e a cotação na Bolsa] de 11,99x, a desconto face ao 'rival' BBVA (13,84x) e à média do sector bancário europeu (12,48x).

Com um dividend yield [rendibilidade do dividendo] de 3,5%, o Santander poderá revelar-se uma boa oportunidade para investimentos a médio prazo. Aconselhamos um stop loss (limite de perda máximo recomendado) de 5% abaixo do preço de entrada. Ou seja, um preço de compra de acções nos 9 euros implicaria um nível de stop loss nos 8,55 euros.
 
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por marafado » 31/1/2005 3:22

OPEP faz cair preço do petróleo



Opetróleo brent ultrapassou a barreira de 47 dólares o barril, o valor mais alto em 12 semanas, apesar do agravar da tensão no Iraque. E só na sexta-feira, quando os responsáveis da OPEP afastaram a possibilidade de novos cortes na produção, o preço caiu para os 45 dólares o barril. Os metais mantêm uma forte correlação com a evolução do dólar. O ouro, como a prata e a platina, registaram variações semanais inferiores a 1%, reflectindo a estabilidade da moeda norte-americana. Já o cobre manteve-se perto dos 143,50 dólares a tonelada. O grande destaque foi o zinco, cujo preço atingiu o valor máximo em sete anos, na sequência da quebra na produção da China, o maior produtor mundial de zinco.

João Pina Gomes

Gestor de activos
 
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por marafado » 31/1/2005 3:21

Euro com potencial de subida



RR Manuel Coelho
Trader

Oeuro estabilizou em torno dos 1,30 dólares, numa semana com poucos indicadores económicos. Aguarda-se, nos próximos dias, a divulgação da criação de emprego nos Estados Unidos, bem como a decisão da Reserva Federal de subir de novo as taxas de juro de 2,25% para 2,50%. Os investidores estarão atentos ainda aos resultados da próxima reunião do G-7 (dias 4 e 5 de Fevereiro), na qual a China estará presente, nomeadamente a qualquer referência à flexibilização da moeda chinesa, presentemente fixa face ao dólar. O mercado tem especulado em torno do timing da revalorização do yuan, acreditando que esta ocorrerá em breve, o que tem provocado a valorização da generalidade das divisas asiáticas, como o caso do iene, nomeadamente face ao euro. Acreditamos, contudo, que esta cimeira não será ainda a ocasião para um anúncio desse género, na medida em que a China quererá, antes de mais, assegurar um soft landing da sua economia e uma maior maturidade do seu sistema financeiro antes de tomar uma decisão dessa importância. Não obstante, os focos continuarão centrados na região asiática, desviando-se pelo menos por agora da zona euro.

Em relação ao euro, consideramos que existe, neste momento, potencial de subida. No entanto, voltamos a alertar para a necessidade de depreciação do dólar, por forma a corrigir os défices norte-americanos e não implicar que o mercado tenha um só sentido. A libra esterlina permanece sustentada, em virtude de os últimos dados macroeconómicos indicarem que o ciclo de subida de taxas no Reino Unido poderá ainda não ter chegado ao fim, levando a que o euro voltasse a testar as 0,69 libras.
 
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por marafado » 31/1/2005 3:20

Banca com novos rostos no último ano



No espaço de um ano, três dos principais grupos bancários portugueses mudaram de presidente. Fernando Ulrich, presidente executivo do BPI, Vítor Martins, presidente da CGD e agora Paulo Teixeira Pinto, no BCP, são as mudanças anunciadas e a concretizar no espaço de um ano, não esquecendo que António Horta Osório assumiu a presidência do Totta há quase cinco anos.

Nem todas estas mudanças, no entanto, foram concretizadas da mesma forma e corresponderam a mudanças tranquilas e naturais de presidência. Está neste caso a nomeação do actual presidente da CGD, Vítor Martins, que colocou um ponto final num dos períodos mais conturbados da vida do banco público, após as divergências entre os anteriores presidentes, António de Sousa e Mira Amaral.

No caso do BPI, tratou-se de uma passagem natural de testemunho, sendo há muito esperada a substituição de Artur Santos Silva por Fernando Ulrich, que ocorreu em 2004.

De referir que entre estes novos gestores perdem terreno os 'banqueiros', a favor dos políticos. Com efeito, tanto Paulo Teixeira Pinto como Vítor Martins exerceram cargos políticos, um traço comum interessante para dois gestores que poderão, no futuro, negociar projectos comuns, devido à parceria existente entre as duas instituições.

Com a nomeação de Paulo Teixeira Pinto, que ocorrerá na assembleia geral do próximo dia 14 de Março, chega ao fim um ciclo de mudança na banca portuguesa entre os principais bancos portugueses, ao qual apenas escapa o Banco Espírito Santo (BES), liderado por Ricardo Espírito Santo Salgado, o líder 'natural' do principal accionista do banco e que, pela sua idade, não levantará o problema da sucessão nos tempos mais próximos.
 
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por marafado » 31/1/2005 3:18

Mudança no BCP bem acolhida por mercados e analistas



> paula cordeiro

Continuidade e manutenção da estratégia foi a principal mensagem que o mercado acolheu face à anunciada saída de Jardim Gonçalves da presidência do Millennium bcp e sua substituição por Paulo Teixeira Pinto. O rumo futuro do banco não sofrerá alterações significativas, uma garantia dada pelos dois responsáveis e que os analistas consideram ser um dado consistente.

"Não tenho a sensação de ser o virar de uma página", disse Jardim Gonçalves, na conferência de imprensa da semana passada. Ao escolher para seu sucessor um alto quadro do banco, ligado à instituição há dez anos e que não é um profissional da banca de raiz, o engenheiro quis manter a 'estabilidade' dentro do próprio conselho, não indicando nenhum dos seus companheiros, o que poderia criar alguns conflitos.

Paulo Teixeira Pinto alia ao seu percurso bancário uma componente política (foi secretário de Estado de Cavaco Silva), facto que foi bem aceite pelo mercado e considerada uma mais-valia para um grupo financeiro da dimensão do BCP.

"O BCP continuará a ter o mesmo rumo, face ao perfil do seu próximo presidente e ao que o próprio disse", referiu ao DN Tiago Dionísio, do departamento de research do Banco Português de Investimento (BPI). Logo após a apresentação dos resultados em Lisboa, Jardim Gonçalves e Teixeira Pinto seguiram para Londres, onde apresentaram os números de 2004 aos analistas sediados naquela praça. Aí, o futuro presidente do Millennium bcp falou brevemente e referiu a intenção de seguir a mesma estratégia, à semelhança do que tinha dito em Lisboa.

"Os mercados reagiram bem ao anúncio da mudança, uma vez que se trata de uma pessoa da confiança de Jardim Gonçalves", disse outro analista de banca, que não quis ser citado.

Quais vão ser as principais tarefas de Teixeira Pinto? A nível internacional, com as operações na Polónia e Grécia a começarem a dar lucros, o pior trabalho está feito, sendo a principal alteração o reforço no grego Novabank, com o BCP a comprar os restantes 50%. No mercado doméstico, o cenário está igualmente traçado. O banco centrou a sua actividade no core business, podendo ainda alienar mais alguma participação estratégica, como o caso da Brisa. O mercado irá estar particularmente atento ao desenrolar das relações com a Caixa Geral de Depósitos, accionista do BCP.
 
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por marafado » 31/1/2005 3:11

Scottish & Newcastle quer comprar marcas líderes em Portugal



> cátia almeida

AScottish & Newcastle, que controla a Central de Cervejas, quer crescer no mercado português por via da aquisição de marcas líderes, qualquer que seja o seu segmento no mercado das bebidas, afirmou ao DN Alberto da Ponte, presidente da comissão executiva da Central de Cervejas, que este mês acrescentou ao seu nome a palavra "Bebidas", passado a designar-se Central de Cervejas e Bebidas. A alteração do nome tem já implícita a estratégia de crescimento da empresa.

"Não acredito num portfólio sem ser constituído por marcas líderes. Eu não seguiria uma estratégia de diversificação através de muitas marcas pequenas [o que acontece de certa forma com a Unicer]", sustentou.

Assim, a melhor forma de crescer "é através da aquisição. Estamos abertos a todos os segmentos, desde que apareçam oportunidades", diz Alberto da Ponte, embora referindo que não existem para já conversações com nenhuma empresa em particular.

Mesmo estando integrada num grupo internacional, a "liberdade" da Central de Cervejas é "total". Os dois grandes "pilares continuam a ser a cerveja Sagres e Água do Luso, que só existem a partir de Portugal". Quanto ao alargamento da exportação destes produtos através do grupo S&N, "a Sagres já está no mercado italiano e está prevista a exportação de Água do Luso. Para Inglaterra, estamos a estudar a possibilidade da exportação da água".

Actualmente, o mercado das águas "é mais interessante do que o das cervejas". Primeiro, porque está a crescer mais, chegando em alguns países ao duplo dígito e, em Portugal aos 5% a 7% ao ano. Em segundo lugar, a Luso é a única marca de água do grupo, podendo ser mais facilmente exportada. Na cerveja há mais limitações, um grupo tem de possuir várias marcas deste produto.

O melhor mercado estrangeiro é Angola, tendo a Sagres como objectivo a três anos ultrapassar os 1,1 milhões de hectolitros de vendas anuais.

Na Europa, é a Suíça a campeã de vendas, com três milhões de litros por ano. Em Portugal, esta marca de cerveja tem subido, embora a um ritmo lento, detendo "uma quota de 41,8%". Apesar de existir uma certa estagnação no mercado das cervejas, que apenas foi quebrada no ano passado devido ao Euro 2004, Alberto da Ponte considera que "ainda há muito para se fazer nesta categoria, dinamizando o produto".

A Sociedade Central de Cervejas alcançou nos primeiros oito meses de 2004 uma quota de 41,8% do mercado cervejeiro nacional, um crescimento de 0,9% face ao período homólogo de 2003.
 
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por marafado » 31/1/2005 3:10

Bank Millennium no 9.º lugar



O investimento do BCP no Bank Millennium, onde controla 50% do capital, é o pioneiro e a maior operação portuguesa na Polónia. Desde 1998 que este mercado tem sido encarado como uma prioridade na internacionalização do grupo financeiro. Depois das dificuldades iniciais, o banco, 9.º maior, atingiu lucros de 53 milhões de euros em 2004, contando com cerca de 300 balcões e uma quota de mercado no crédito, que estima em torno dos 4%.
 
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por marafado » 31/1/2005 3:10

Embaixada beneficia com investimentos



A embaixadora portuguesa em Varsóvia considera que os investimentos do BCP e da Jerónimo Martins na Polónia prestigiam Portugal. Margarida Figueiredo, que tem contado com as empresas portuguesas para patrocinarem eventos promovidos pela embaixada, lembra, no entanto, que a lista de investimentos portugueses vai crescendo sempre em variados sectores. A Mota & Engil, a Colep e a Simoldes são outras das que têm uma presença consolidada.
 
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por marafado » 31/1/2005 3:09

Jerónimo Martins supera as 700 lojas



A Jerónimo Martins é o investimento português com maior visibilidade no mercado polaco, através da rede Biedronka, com 725 lojas discount espalhadas pelo País. A cadeia Biedronka registou um crescimento de 17,5% em 2004 e ultrapassou os mil milhões de euros em vendas. No último ano, o Grupo Jerónimo Martins apostou forte na expansão da insígnia, em especial no último trimestre, com a abertura de 55 novas lojas, o que lhe confere a liderança do mercado polaco.
 
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por marafado » 31/1/2005 3:08

O charme irresistível de Varsóvia



> Carla aguiar

> Em Varsóvia

Qual pote de mel, a Polónia continua a atrair cada vez mais investimento estrangeiro 4,2 mil milhões de dólares em 2003. Um 'charme' que já seduziu 30 empresários portugueses e contribuiu para que Portugal seja o 20.º investidor estrangeiro naquele país. O interesse não pára de crescer, com "novas empresas a recorrerem regularmente à Embaixada portuguesa em Varsóvia para fazerem prospecção de oportunidades de negócio", afiança a embaixadora Margarida Figueiredo. Desde a banca às águas, passando pela construção, têxteis, calçado, distribuição alimentar, moldes e auto-estradas, os portugueses estão presentes ou querem estar.

O 'feitiço' de Varsóvia não é muito difícil de explicar. A Polónia é a maior economia dos 10 novos membros da UE, tem registado taxas de crescimento em torno dos 5% nos últimos anos, é o 6.º maior mercado da UE, com 39 milhões de habitantes e vai receber 50% do total de fundos comunitários afectos aos países do alargamento, ou seja, 12,5 mil milhões de euros até 2006.

Talvez por este conjunto de razões, o mercado polaco foi considerado o 12.º país mais atractivo em termos de captação de investimento estrangeiro e o 5.º destino mais interessante para a realização do primeiro investimento estrangeiro no exterior no último relatório do FDI Confidence Index, da consultora A.T. Kearney.

Mas os empresários olham ainda para outros indicadores. Dificilmente conseguem resistir a um país onde a mão-de-obra é a mais barata da UE, por hora trabalhada, e com a particularidade de ser bastante qualificada. E - cereja do bolo - os despedimentos estão liberalizados, não implicando custos de maior. Tudo isto, somado à facilidade de criar uma empresa em apenas 31 dias, aos juros baixos, e à centralidade geográfica, vai contribuindo para alterar, a cada dia, a face de Varsóvia, onde modernos arranha-céus de multinacionais disputam a dominância do imponente ex-líbris da arquitectura soviética na cidade, o Palácio da Ciência e Cultura.

A apropriação por estrangeiros de alguns símbolos polacos, por via do programa de privatizações, foi uma das bandeiras agi- tadas pelos novos partidos políticos, de cariz populista, que nasceram nos últimos anos contra a integração europeia. Um movimento que quase fez tremer a entrada da Polónia na UE, pois, a um ano da adesão, as sondagens de opinião indicavam que 50% dos eleitores eram contrários à integração, quando seis anos antes a percentagem da população favorável à adesão era de 80%.

Com a recente crise no Governo, que levou à substituição do primeiro-ministro do SLD (ex-comunistas que se afirmam próximos da social-democracia), os empresários apresentam como sinal menos positivo a instabilidade política e macroeconómica. Este ano a Polónia enfrenta um período político particularmente intenso, com eleições em várias frentes, legislativas, presidenciais e também o referendo sobre a Constituição Europeia. A instabilidade não é, contudo, suficiente para demover os investidores. Segundo um inquérito do ICEP, mais de 61% dos portugueses ali instalados têm intenção de voltar a investir num mercado que assumiu a sério o espírito capitalista, com elevada flexibilidade laboral e desenfreada concorrência. Tal como o estalinismo cedeu, também o forte catolicismo dos polacos vai sofrendo abalos, com uma visível, liberalização dos costumes.
 
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por marafado » 31/1/2005 3:06

O grande desafio



Um estudo do economista Eugénio Rosa, que cita dados da OCDE, indica que um trabalhador licenciado tem uma produtividade entre 114,5% e 145,7% superior à de quem não tem mais do que o ensino básico (nove anos de escolaridade) e um empregado com o ensino secundário é entre 39,8% e 46,9% mais produtivo do que quem não ultrapassou o básico. As projecções da OCDE indicam que, por cada ano mais de escolaridade média da população activa, a produtividade de um país pode subir entre 3% e 6%. Os dados citados por Eugénio Rosa revelam que os níveis de escolaridade em Portugal são muito inferiores à média da OCDE e da União Europeia alargada e que os progressos feitos em Portugal nos últimos anos não impediram que se alargasse o fosso em relação aos países desenvolvidos em matéria de escolaridade. Eugénio Rosa defende que não há possibilidade de progresso sustentável e duradouro de Portugal sem uma forte aposta na educação e que é um engano pensar que isso se consegue através de 'choques', sejam eles fiscais, tecnológicos ou de gestão. Mas o grande desafio é não só o aumento de escolaridade, mas também a melhoria da qualidade do ensino e o crescimento do número de licenciados na área das engenharias, ciências e tecnologias.
 
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por marafado » 31/1/2005 3:05

Economia abranda no final de 2004



> fernando valdez

OBanco de Portugal e a Direcção-Geral de Estudos e Previsão (DGEP) do Ministério das Finanças coincidem plenamente em considerar que a actividade económica desacelerou no quarto trimestre. Os indicadores coincidentes daquelas instituições vêm confirmar e reforçar as tendências já detectadas de claro abrandamento da actividade económica nacional.

A confirmar-se a tendência para uma evolução mais desfavorável das exportações líquidas, com aceleração das importações até Outubro e abrandamento das exportações, torna-se bastante provável um recuo do PIB em cadeia (face ao trimestre anterior) no quarto trimestre, o que significaria a reentrada da economia portuguesa em recessão técnica.

O Banco de Portugal assinala que, após atingir o valor mais negativo no segundo trimestre, o indicador coincidente para a economia portuguesa recuperou até ao fim do primeiro semestre e abrandou depois seis meses consecutivos, até Dezembro.

O consumo privado teve um aumento significativo em 2004, após a queda registada em 2003, mas com moderação do dinamismo no final do ano passado.

A formação bruta de capital fixo (FBCF, investimento) em material de transporte teve uma variação positiva no conjunto de 2004, mas no último trimestre as vendas de comerciais ligeiros reduziram-se 2,3%. Contudo, as vendas de veículos pesados aceleraram, crescendo 29,6%. Relativamente ao investimento em construção, as vendas de cimento caíram 1,7% em 2004, após um recuo de 16,8% em 2003. No quarto trimestre, as vendas de cimento baixaram 5,4%, após um ligeiro retrocesso no terceiro trimestre (menos 0,3%).

O Banco de Portugal recorda que a informação disponível sugere um agravamento da actividade da indústria transformadora, com a produção a cair 4,1% no trimestre terminado em Novembro.

A DGEP destaca que os indicadores coincidentes do consumo privado e do investimento registaram no quarto trimestre uma evolução desfavorável face aos três meses precedentes. Observa que esta evolução sugere que o crescimento do consumo privado terá sido inferior ao verificado no terceiro trimestre.

Acrescenta que as opiniões sobre o volume de vendas no comércio a retalho e sobre a procura interna de bens de consumo dirigida à indústria se deterioraram no quarto trimestre, evoluindo em sentido contrário as vendas de automóveis ligeiros de passageiros, que aumentaram 4,5%.

Também os indicadores de confiança dos consumidores e dos empresários da indústria, construção e serviços evoluíram negativamente no último trimestre de 2004 em comparação com o trimestre anterior.

A DGEP considera que o índice de produção na construção e obras públicas acentuou a tendência negativa até Novembro e as vendas de cimento baixaram mais fortemente no quarto trimestre, recuando 5,4%, indicando uma degradação do investimento em construção.

Relativamente à FBCF em máquinas e equipamentos, aquela Direcção-Geral destaca que as opiniões dos empresários do comércio por grosso sobre as vendas de bens de investimento foram mais negativas no quarto trimestre, tanto em relação ao anterior como face a período homólogo.

As vendas industriais de bens de investimento para o mercado nacional caíram 0,4% homólogos no bimestre Outubro/Novembro.

A DGEP recorda que os dados do comércio internacional até Outubro e do comércio extracomunitário até Novembro evidenciam um agravamento do défice da balança comercial portuguesa.

Observa que, no trimestre terminado em Novembro, as encomendas externas à indústria portuguesa baixaram 5,1% e o índice de volume de negócios para mercados externos desacelerou. No entanto, as opiniões dos industriais sobre a procura externa melhoraram ligeiramente em Dezembro.
 
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por marafado » 31/1/2005 3:03

Reformas nacionais tiveram ritmo pouco eficaz em 2004



> luis Naves

E m 2003, o Conselho Europeu identificou três grandes desafios para Portugal, num documento intitulado "Grandes Orientações Económicas" acelerar a consolidação orçamental, aumentar a competitividade e assegurar a sustentabilidade a prazo das finanças públicas. Estas acções eram consideradas essenciais para garantir que o País cumpriria a tempo as metas previstas na Estratégia de Lisboa.

Na quinta-feira, a Comissão Europeia publicou o seu segundo relatório anual sobre os progressos registados nas orientações económicas e o panorama de 2004 não parece muito positivo. Para além dos progressos decepcionantes em cada um dos três objectivos, apesar da introdução de reformas na Saúde e na Segurança Social, a Comissão faz recomendações que não serão fáceis de seguir pelo próximo Governo, qualquer que seja a sua cor e dinâmica reformista.

Assim, para manter o rumo na Estratégia de Lisboa e garantir a sustentabilidade a prazo das finanças públicas, o próximo Executivo terá de prosseguir as reformas na Saúde e na Segurança Social. A Comissão também defende medidas de aumento da produtividade, nomeadamente na área da melhoria da eficiência do sistema educativo. Bruxelas quer ainda mais competição e uma transposição mais rápida das directivas sobre mercado interno.

Mas neste relatório não há só críticas a Comissão Europeia reconhece que o Governo fez algumas reformas importantes em 2004. Houve nomeadamente progressos nas políticas do conhecimento e da competição.

"A produtividade do trabalho é ainda muito baixa", escreve-se no relatório, que reconhece ter havido um aumento menos acentuado dos salários no sector privado, no ano passado, e uma melhoria da adaptabilidade do mercado de trabalho, introduzida pela nova lei laboral. Por outro lado, os autores identificam a persistência de "importantes insuficiências no capital humano".

Apesar destes sinais, o relatório reconhece que houve medidas visando melhorar a situação do sector educativo, sobretudo iniciativas para reduzir os números do insucesso escolar e melhorar a formação de adultos. Mesmo assim, os indicadores educativos nacionais são os piores na UE a 25, à excepção de Malta.

Outras medidas governamentais sublinhadas no relatório da Comissão incluem a reforma da lei das falências e algumas simplificações administrativas que poderão vir a melhorar a actividade das empresas.

"A natureza muito enraizada dos problemas que Portugal tem de ultrapassar, particularmente na questão do capital humano na baixa produtividade, é um factor que deve ser levado em conta quando se analisam os resultados políticos", diz o relatório, no capítulo dedicado a Portugal.

Em conclusão, a Comissão Europeia recomenda que sejam aceleradas as medidas de consolidação orçamental, sendo de esperar que alguns impactos das reformas do ano passado comecem a ser sentidos este ano, sobretudo no campo da Saúde e da Segurança Social.

Em resumo, Portugal aproximou-se devagar das metas da Estratégia e Lisboa e o ritmo das reformas parece insuficiente para assegurar o cumprimento dos objectivos.
 
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por marafado » 31/1/2005 3:01

Novo regime para 40% dos funcionários



Quase 40% dos funcionários públicos estão abrangidos pelas condições de acesso às pensões de reforma dos demais trabalhadores do regime geral da Segurança Social, segundo o DN apurou.

Os subscritores da Caixa Geral de Aposentações que ainda estão no regime mais favorável contavam-se em 485 mil, de acordo com as contas de 2000. No mesmo ano, mais de 259 mil funcionários tinham sido admitidos após 1993, altura a partir da qual os novos funcionários passaram a ficar em pé de igualdade com os trabalhadores do sector privado.

Com as novas admissões no novo regime, ao longo dos últimos anos, foi aumentando a proporção de funcionários que necessitam de 40 anos de carreira para poderem aceder à pensão de reforma completa. Os outros continuam a poder aposentar-se aos 60 anos, com pensão completa, desde que reúnam um mínimo de 36 anos de contribuições

Com as alterações introduzidas na fórmula de cálculo da pensão dos funcionários públicos, "já houve, na prática, um aumento da idade de reforma", diz Pereira da Silva. Ou seja, "a nova fórmula, baseada em 2% do salário médio a multiplicar pela antiguidade, resulta em apenas 70% do salário. Para terem direito aos 80%, os funcionários têm de trabalhar mais quatro anos, conclui aquele especialista. "Na prática, significa que se aumentou, sem aumentar, a idade de reforma."

Apesar da aposentação dos funcionários mais velhos tender para aproximar, nos próximos anos, o regime da função pública do regime geral, o défice da Caixa Geral de Aposentações não pára de crescer. E situa-se já em mais de 2% do PIB.

Para tentar minorar este problema, os dois maiores partidos preconizam soluções muito próximas. O ministro das Finanças acaba de anunciar que aprovou uma lei para que os serviços públicos passem a fazer, eles próprios, os descontos, estimados em 13% dos salários, para a Caixa Geral de Aposentações. Até agora, é o Orçamento do Estado que vai, anualmente, colocando as transferências em falta.

Quase dois meses antes, já Correia de Campos defendia, em entrevista ao DN, o pagamento obrigatório das contribuições pelos serviços, de modo a responsabilizar os dirigentes com os gastos de pessoal e a dar mais transparência à gestão pública
 
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por marafado » 31/1/2005 2:59

PSD e PS querem adiar aposentação



> carla aguiar

Aumentar ou não aumentar a idade de reforma? A questão, ciclicamente recuperada, voltou à ordem do dia pela boca do primeiro-ministro, Santana Lopes, que defendeu a subida. A ideia é também admitida pelo PS. Mas conta com a feroz oposição de patrões e sindicatos.

"Admito que se possa aumentar a idade de reforma", disse ao DN o coordenador do PS para a Saúde e Segurança Social. Correia de Campos ressalvou, todavia, que "qualquer mudança terá de ser feita com muito gradualismo e sempre em concertação com trabalhadores e patrões". Para o homem que presidiu à Comissão do Livro Branco da Segurança Social, o principal argumento a favor do alargamento da idade de reforma é o do aumento da esperança de vida. "Quando se estabeleceu o limite dos 65 anos para a reforma, em 1960, os portugueses viviam, em média, menos 11,5 anos do que agora."

Correia de Campos reconhece que resolver o que está em causa "não é tarefa fácil. Os alemães andam às voltas com isto há dez anos". Mas lembrou que há que abrir caminho. E, acrescentou, "antes do Livro Branco também ninguém aceitava que passasse a contar toda a carreira contributiva para a formação da pensão, foi preciso mostrar a injustiça do sistema e até os sindicatos entenderam".

Um entendimento que está muito longe de ser alcançado, a julgar pelas posições de confederações patronais e sindicais ao DN. "Seria extremamente penalizador para a competitividade das empresas portugueses aumentar a idade de reforma", considera o presidente da CIP, que alerta para a necessidade crescente que as empresas têm de mão-de-obra mais qualificada e que domine novas tecnologias. "Isto é muito sério, e o que aconteceria ao direito ao trabalho dos mais novos?", pergunta Francisco Van Zeller.

Para o patrão dos patrões, a prioridade do Governo no sentido de melhorar a sustentabilidade deveria passar por disciplinar as reformas antecipadas. "Aumentar a idade é a solução preguiçosa", refere. Outra alternativa é obrigar as pensões acima de um determinado montante a pagarem taxa social única, tal como já acontece com o IRS.

Esta hipótese é também admitida pelo economista Carlos Pereira da Silva, ex-presidente do Instituto de Gestão de Fundos de Capitalização da Segurança Social. Pereira da Silva é contrário à solução do aumento da idade, "porque esta não é uma questão meramente aritmética e, por outro lado, arrasa-se a competitividade das empresas que precisam de gente nova", que domine as novas tecnologias. "Se o problema é o da esperança de vida, então fixe-se um mínimo de anos de carreira contributiva para se poder aceder à pensão e, no caso da sua inexistência, faça-se uma contribuição adicional para a financiar, em função da esperança de vida estimada", sustenta. Mas "não é recorrendo aos fundos privados que o problema se resolve por si só, pois os sistemas de capitalização também não são imunes ao risco da longevidade".

A proposta do PSD, cujos contornos ainda não são bem conhecidos, implicam aumentos da idade diferenciados em função da idade e da carreira contributiva, com base em cálculos actuariais. João Proença, da UGT, alerta que nenhum Governo pode mexer unilateralmente no regime contributivo da Segurança Social, que "está equilibrado nos próximos 20 anos", porque não é do Estado, é o resultado dos descontos individuais.

Na administração pública, "qualquer intenção de adiar a idade de reforma contraria o objectivo da renovação dos quadros", diz Bettencourt Picanço, do Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado. "E não permite poupanças no curto-médio prazo, a não ser que se alterassem as regras para aqueles que já estão à beira da aposentação, o que seria inaceitável."
 
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Lisboa perto do máximo em um ano

por marafado » 31/1/2005 2:55

Lisboa perto do máximo em um ano



RR Ricardo Duarte Silva
Analista

Janeiro, o mês de todas as esperanças, ficará na história de 2005 como um período de correcção nas principais praças mundiais. A expectativa de uma subida de taxas de juro mais pronunciada nos EUA, juntamente com algum nervosismo decorrente da primeira época de ganhos do ano, foram factores determinantes para que os mercados sofressem uma correcção moderada, que em alguns casos anulou praticamente todos os ganhos acumulados em 2004.

Todos? Todos não... Na "irredutível aldeia lusitana", o "efeito Janeiro" foi uma das excepções, conduzindo o índice nacional para próximo dos máximos de Fevereiro de 2004, junto da barreira psicológica dos 8000 pontos. Sem dúvida impressionante, se atendermos ao actual cenário de indefinição governativo e à necessidade premente de reformas estruturais. Mesmo com resultados acima das expectativas por parte do BCP e do BPI no decorrer da última semana, a outperformance da praça nacional é uma repetição do que ocorreu nas primeiras sessões do ano transacto. Nesse particular, a Cofina, a Sonaecom e a Semapa, com valorizações anuais próximas dos 15%, são, até à data, os títulos que apresentam um melhor desempenho.

Já na Europa e Estados Unidos, os resultados empresariais reportados nas últimas sessões - Microsoft, Nokia e Philips -, mesmo que superando as previsões dos analistas, pouco contribuíram para alterar o sentimento de apreensão que parece instalado no mercado. Contrastando com o habitual optimismo de início de ano, e sem disfarçar um aparente desconforto pelo actual sentimento de subida de taxas de juro, os investidores têm adoptado uma postura mais defensiva resguardando-se em sectores tipicamente menos voláteis.

Nos próximos dias, a atenção dos investidores estará centrada nos resultados das eleições iraquianas, na reunião da Reserva Federal norte-americana agendada para terça e quarta-feira e para a divulgação do relatório de criação de postos de trabalho nos EUA. Além disso, o mercado será ainda marcado pela divulgação de resultados empresariais. A nível nacional, o Banco Espírito Santo apresenta resultados na quinta -feira, e no dia seguinte a ParaRede faz uma assembleia geral de accionistas para deliberar sobre o aumento de capital em espécie.
 
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