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[luiz22]

MERCADOS Publicado 28 Janeiro 2005 11:30
Introdução do IAS no BPI reduz capacidade de crescimento
A introdução do IAS terá um impacto nos rácios de capital do BPI, podendo atingir 130 pontos base. Segundo o Millennium bcp, apesar de não implicar necessariamente um aumento de capital, este impacto reduz significativamente a capacidade de crescimento do BPI, ao mesmo tempo que aumenta a sua vulnerabilidade a nível de capital.

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Pedro Carvalho
pc@mediafin.pt



A introdução do IAS terá um impacto nos rácios de capital do BPI, podendo atingir 130 pontos base. Segundo o Millennium bcp, apesar de não implicar necessariamente um aumento de capital, este impacto reduz significativamente a capacidade de crescimento do BPI, ao mesmo tempo que aumenta a sua vulnerabilidade a nível de capital.

O Banco BPI [Cot] apresentou ontem, já após o fecho do mercado, resultados líquidos de 192,7 milhões de euros em 2004, um valor que fica 18% acima do registado no ano anterior. Uma sondagem do Jornal de Negócios junto dos analistas sugeria um valor médio de 176 milhões de euros. O banco justifica o crescimento com o aumento do crédito e das receitas a uma taxa superior à dos custos.



No final de Dezembro de 2004, o rácio de capital situava-se em 11,0% e o Tier I em 6,6%, segundo o critério BIS (Bank of International Settlements). De acordo com os critérios do Banco de Portugal, o rácio de capital era de 9,9% e o Tier I de 6,6%.

Os rácios apresentados reflectem o impacto negativo de 70 pontos base (pb) da dedução do «goodwill» relativo à consolidação da SIC. O banco espera registar nas contas de 2005 a alienação da sua participação na SIC, já acordada em 2004 e, nesse momento, reverter o «goodwill» abatido, pelo que os seus capitais próprios aumentarão em 126,5 milhões de euros.

«Não implica necessariamente um aumento de capital»

Os analistas do Millennium bcp, numa nota a clientes, realçam o impacto negativo da introdução do IAS nos rácios de capital, «que consideramos ser significativo, e que poderá atingir os 130 pb».

A mesma fonte defende que apesar de não implicar necessariamente um aumento de capital, este impacto «reduz significativamente a capacidade de crescimento do BPI (assumindo ROE e "payout" estáveis), ao mesmo tempo que aumenta a sua vulnerabilidade a nível de capital».

Assim, o BCP colocou a recomendação do BPI sob revisão.

Resultados acima das estimativas com seguros e impostos

No quarto trimestre de 2004, a margem financeira ascendeu a 122 milhões de euros, em linha com as estimativas do Millennium bcp, enquanto os custos foram de 115 milhões de euros, «1% abaixo das nossas estimativas».

O resultado líquido ascendeu a 66 milhões de euros, acima dos 40 milhões de euros estimados, «reflectindo a excelente performance da área seguradora (BPI Vida) e impostos, que se situaram abaixo das nossas estimativas», comenta o BCP.

O Credit Suisse First Boston (CSFB) manteve a recomendação de «underperform» para o banca, com um preço-alvo de 3,2 euros, esperando pela «conference call» de hoje para ajustar as estimativas.

No geral, Mariano Colmenar diz que os resultados «mostraram uma boa "performance", perante um mercado que apresenta um crescimento lento e margens apertadas», num contexto de juros baixos.

Os lucros anuais saíram3% acima das estimativas do banco suíço, «devido ao controle dos custos, à melhoria na tendência das provisões para cobertura das perdas com os empréstimos, e ao melhor tratamento a nível fiscal». A taxa de imposto de 18% contrariou a estimativa do CSFB que apontava para 24%.

As acções do BPI negociavam em subida de 0,32% para os 3,16 euros, depois de já terem subida um máximo de 1,27%.«