Caldeirão da Bolsa

BCP - consolidação e ascenção ?

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por marafado » 27/1/2005 0:44

Saída na “hora H” afasta factor de incerteza

Pedro Marques Pereira


Um factor de incerteza afastado, outro introduzido, mas compensado pelos resultados acima do previsto. É assim que o mercado analisa a mudança de poder no Millennium bcp, o maior banco privado português.

As dúvidas sobre a sucessão de Jardim Gonçalves foram um factor de incerteza que se agravou na altura em que aqueles que eram apontados como os “delfins” do presidente, João Talone e Pedro Líbano Monteiro, abandonaram o barco. O nome de Paulo Teixeira Pinto surpreendeu a generalidade dos investidores.

“Não era o homem de quem se falava”, afirma Tiago Dionísio, analista do Banco BPI. “Mas o facto de haver um nome reduz a incerteza sobre o assunto, o que pode ser positivo para o título”.

A altura escolhida por Jardim Gonçalves para sair não podia ser mais apropriada, depois de ter arrumado a casa, com a venda da maior parte dos activos não estratégicos, e de ter refocado o banco no seu core-business, clarificando assim a sua estratégia.

“No fundo, Jardim Gonçalves adoptou uma táctica semelhante à de José Mourinho no Futebol Clube do Porto: saiu depois de ganhar tudo o que havia para ganhar”, defende Carlos Bastardo, director do Barclay’s Fundos, que gere mais de 750 milhões de euros em fundos de investimento.

O mercado espera agora por uma definição mais detalhada dos objectivos que venham a ser traçados pela nova administração do banco. Mas o consenso é o de que o momento dificilmente poderia ser mais favorável à transição de poder.

“O processo de reestruturação está terminado, o projecto está sustentado e nesse aspecto Jardim Gonçalves sai sem deixar pontas soltas”, acrescenta Carlos Bastardo. “E o facto de fazer coincidir o anúncio da saída com a apresentação das contas anuais, que no fundo são o final de um ciclo, é igualmente bem escolhido”, sublonha.

Resta esperar para ver se o sucessor estará à altura do “Engenheiro”, cuja imagem se confunde com a do próprio banco.
 
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por marafado » 27/1/2005 0:43

O banqueiro que quis ser jornalista

Helena Garrido


Duas décadas depois de ter feito nascer e crescer o BCP, Jorge Manuel Jardim Gonçalves, o banqueiro que quis ser jornalista e provou que Portugal é capaz de grandes projectos, anuncia a sua sucessão. Deixa a presidência no ano em que completa 70 anos e depois de ter resolvido a mais grave crise da curta história do banco que fundou em 1986 a convite de Américo Amorim.

Nascido no Funchal em Outubro de 1935, Jorge Jardim Gonçalves começou a trabalhar em Lisboa como revisor de provas no “Diário de Notícias”, tentando seguir o seu sonho de jornalista. Mas acabou por desistir, licenciando-se em engenharia civil na Universidade do Porto.

A banca só entra no seu caminho aos 35 anos, integrando os quadros do Banco da Agricultura em 1970. As nacionalizações viram do avesso a vida de Jardim Gonçalves, que resolve refugiar-se em Espanha. Tem então 40 anos, está praticamente desempregado e com cinco filhos entre os três e os 11 anos. Acaba a trabalhar no Banco Popular, ligado à Opus Dei. É em Espanha que integra a Opus Dei.

Regressa a Portugal em 1977, a convite de Mário Soares, e em 1979 assume a presidência do Banco Português do Atlântico que o BCP virá a comprar menos de dez anos depois de nascer, a 24 de Março de 1995. O desafio do BCP surge-lhe em 1984, num convite feito por Américo Amorim.

Em 2000 realiza as suas grandes aquisições e lança alguns dos projectos que vão acabar por ser a sua grande dor de cabeça. O ano de 2002 acaba por ser o seu “annus horribilis”. Um dos seus delfins, João Líbano Monteiro, assim como um dos seus homens de confiança, João Talone, saem do banco com estrondo. A instituição passa pelos seus piores tempos de sempre. Jardim Gonçalves vê-se criticado em várias frentes, com pressões para abandonar o banco. Em Janeiro de 2005 anuncia a sua saída e é convidado a presidir o Conselho Superior. Com os grandes problemas resolvidos.
 
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por marafado » 27/1/2005 0:42

Sucessão no BCP
BCP preparado para mais uma fase de crescimento

Helena Garrido e Maria João Gago


A venda da Seguros e Pensões, parte ao grupo Fortis e parte à Caixa Geral de Depósitos, encerrou, ainda em 2004, o período mais complicado da vida de quase duas décadas do Banco Comercial Português, marcado pelo fim da euforia bolsista em 2000.

Até o controverso investimento na Polónia, onde tem o Banco Millennium, começa a ver dias melhores, com os accionistas a receberem pela primeira vez dividendos. Na Grécia, o NovaBank ainda tem prejuízos, mas a igualdade entre proveitos e custos está antecipada num ano e no último trimestre de 2004 já se apuraram lucros.

Fundado em 1986 como um dos primeiros bancos privados, o BCP chegou a 2005 como uma das maiores instituições financeiras privadas portuguesas, simbolizando uma estratégia de sucesso personalizada em Jorge Jardim Gonçalves.

Durante quase dez anos, a sua etsratégia foi de crescimento orgânico, estreando em Portugal a segmentação dos clientes bancários. Nasceu como banco dos «ricos» e em 1989 lança a rede para a clase média, a Nova Rede.

A primeira grande aquisição, a do BPA, acontece em 1995, seguindo-se em 2000 a compra do Banco Mello e do Sotto Mayor, este último a impedir que o Santander adquirisse a totalidade do grupo Champalimaud. A queda da bolsa apanha o BCP a meio da sua estratégia nos seguros, determinando a sua venda, o que aconteceu em 2004. Hoje está preparado para mais uma fase de crescimento.
 
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por marafado » 27/1/2005 0:41

Sucessão no BCP
Resultados de 513 milhões superam previsões

M.J.G./P.M.P


O BCP obteve resultados líquidos de 513 milhões de euros em 2004, o que corresponde a um aumento de 17% face ao exercício anterior.

Os números superam as estimativas dos analistas, cujas previsões médias apontavam para um lucro de 495 milhões de euros. O banco vai distribuir 6,5 cêntimos de dividendo por acção, mais 8,3% do que no ano passado.

A progressão dos resultados foi suportada pelo aumento das comissões, que avançaram 9,5%, para 646,5 milhões de euros, mais do que compensando a quebra de 3,4% evidenciada pela margem financeira, que se fixou em 1,41 mil milhões e que se deveu à redução das taxas de juro. Aliás, a carteira de crédito cresceu 2,2%, para 53,5 mil milhões de euros, impulsionada pelo aumento de 18% do financiamento à habitação. Verificou-se ainda uma melhoria no rácio de crédito vencido de 1,5% para 0,8%. Já os recursos progrediram 6,8% para 54,9 mil milhões.

Por seu turno, os resultados extraordinários gerados pela venda da seguradora polaca PZU permitiram anular quase na íntegra a redução dos rendimentos de títulos, que caíram dos 128,3 milhões de euros para os 98,6 milhões. Enquanto a Seguros e Pensões adicionou 83,3 milhões de euros aos resultados líquidos.

O esforço de contenção de custos também contribuiu para o aumento dos resultados. As despesas de funcionamento diminuíram 2,8%, para 1,62 mil milhões de euros, excluindo amortizações não recorrentes de 48,6 milhões. Esta redução foi sublinhada pelos responsáveis do banco, uma vez que do objectivo de conseguir poupanças de 100 milhões, o BCP conseguiu gastar menos 124 milhões.

O objectivo de aumento do rácio de capital que o BCP se tinha proposto também foi conseguido, uma vez que a solvabilidade aumentou de 10,9 para 11,9% de acordo com as regras do Banco de Portugal. Este reforço resultou, sobretudo, da venda da actividade seguradora, cujo impacto resultou num reforço do rácio de capital de 0,64 pontos percentuais. A alienação da PZU, a titularização sintética de 3,5 mil milhões de euros e os resultados retidos pelo banco, entre outros factores, permitiram mais do que compensar o impacto negativo da pré-reforma de quase mil colaboradores e a reclassificação da provisão genérica de 200 milhões de euros.

Banco investe 330 milhões na compra de 50% do NovaBank
Já em 2005, a solvabilidade do grupo vai ser negativamente afectada (em 0,6 pontos percentuais) pelo facto de o BCP ir investir 330 milhões de euros na compra dos 50% que ainda não detinha no grego NovaBank. Em parte, este efeito será compensado pela venda de parte do negócio do antigo Credibanco, que reforçará o rácio de capital em 0,1 pontos percentuais.
 
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por marafado » 27/1/2005 0:32

Banca > Research 2005-01-26 15:51
West LB sobe 'preço-alvo' do BCP para 1,9 euros

DE


O banco de investimento inglês anunciou hoje que manteve a sua recomendação de 'underperform' para o título do banco ainda liderado por Jardim Gonçalves apesar de ter subido o 'preço-alvo' para 1,9 euros face aos anteriores 1,7 euros.

Numa nota de 'research' de hoje, o West LB afirma que os seus analistas apreciaram "a tendência positiva do provisionamento de risco e nas comissões líquidas" o que os fez subir de estimativas para os "próximos anos".

"O BCP continua a negociar a nível do P/E e acima do mercado sem ter perspectivas de crescimento acima da média", conclui o banco.

Às 15h49, os títulos do BCP valorizavam 0,49% para os 2,05€.
 
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por Visitante » 26/1/2005 22:10

Os comentarios sobre o BCP de um tal PEDRO, num site da nossa praça são mesmo muito engraçados.

Por um lado tem que dizer a verdade, isto é:

Que o BCP subiu.

Que teve bons resultados.

Que está em recuperação.

-E não tem a lata de dizer que a saída de Jardim Gonçalves está a desviar a atenção dos investidores?
Mas como? Não foi o BCP o mais transacionado? é por falta de atenção.
Visitante
 

bcp

por Visitante » 26/1/2005 21:38

Que se passa? Está toda a gente zangada com o BCP? Era de esperar varios comentarios ao dito, pois hoje houve emoções fortes.

Está toda a gente de fora??
Visitante
 

por Visitante » 26/1/2005 16:41

A ver vamos, mas que demanhã deu para tremer, lá isso deu.

Bons negócios
Visitante
 

BCP

por Visitante » 26/1/2005 16:41

Sem duvida...ainda não saíu do tunel onde se meteu, mas está muito proximo, brevemente o veremos a cotar no seu devido valor, de resto tudo está a ser feito para que tal aconteça.
Visitante
 

BCP - consolidação e ascenção ?

por Visitante » 26/1/2005 16:22

BCP - consolidação e ascenção ?
Visitante
 


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