Caldeirão da Bolsa

Venda de activos ajuda BCP a recuperar dos anos negros

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por Visitante » 10/1/2005 2:44

Privatização na Polónia sob inquérito

O Parlamento polaco criou uma comissão de inquérito para averiguar eventuais irregularidades no processo de privatização da maior companhia de seguros polaca, a PZU.






O inquérito tem por base declarações de João Talone, o actual presidente da EDP, quando presidia à seguradora Eureko, entre 1999 e 2002, em representação do BCP.

Tais declarações, ainda não reveladas publicamente, constam de um processo no Tribunal Arbitral de Londres, movido pela Eureko contra a Polónia.
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por marafado » 10/1/2005 2:03

Microcrédito combate desemprego



> raquel botelho

Mais de 54 milhões de pessoas, 82,5% das quais são mulheres, receberam em 2004 pequenos empréstimos para começar ou expandir pequenos negócios ao abrigo do programa Microcredit Summit Campaign 2004, levado a cabo por uma organização norte-americana não governamental, a Results Educational Fund. A grande maioria de um dólar por dia quando receberam o primeiro empréstimo.

Em 2005, considerado o Ano Internacional do Microcrédito pelas Nações Unidas, esta organização quer ajudar cem milhões de pessoas das regiões mais pobres do mundo, recorrendo ao microcrédito como estímulo para a criação do seu próprio emprego. O principal objectivo é garantir um crescimento anual do número de pessoas ajudadas que ronde os 40%.

A Organização Internacional do Trabalho aplaudiu os resultados deste programa, salientando a importância do microcrédito para a criação de postos de trabalho e para a redução do desemprego e da pobreza em todo o mundo. Segundo Juan Somavia, director-geral da Organização Internacional do Trabalho, «o sucesso das instituições de microfinanças em todo o mundo demonstram a importância do microcrédito no combate à pobreza. O microcrédito promove o auto-emprego e ajuda as pessoas a expandir as suas actividades económicas de modo a que possam contratar outras pessoas».

Também em Portugal o recurso ao microcrédito tem vindo a ser utilizado como uma forma de combate ao desemprego. José Centeio, secretário-geral da Associação Nacional do Direito ao Crédito (ANDC), explica que desde a fundação da Associação, em Dezembro de 1998, já foram concedidos 365 empréstimos, no equivalente a um volume de crédito de 1 576 869 euros. A missão da ANDC é «permitir que as pessoas que querem desenvolver uma actividade económica para a qual reúnem condições e capacidades pessoais, mas que não têm crédito junto da banca, possam contrair empréstimos para esse fim», nomeadamente microcréditos, permitindo dessa forma a sua reinserção através da via económica.

Segundo José Centeio, a questão do microcrédito «é, em primeiro lugar, uma questão de princípio, já que o crédito é um direito de todos e não apenas de alguns». Num mercado de trabalho cada vez mais selectivo, exigindo níveis de qualificação, formação e especialização cada vez maiores, são também cada vez mais os que se sentem excluídos desse mercado por não possuírem as qualificações por ele exigidas, embora tenham uma experiência e saberes- -fazer que a sociedade desvaloriza ou, pelo menos, não potencia.

Além disso, «a exclusão do mercado de trabalho tem como consequência inevitável a exclusão social». Assim, «o microcrédito é um instrumento de combate ao desemprego de franjas das nossas sociedades que não encontram alternativa no mercado de trabalho, podendo criar, quando mais localizado, uma dinamização da economia local, revitalizando algumas áreas de negócio a nível local e evitando alguma desertificação», explica José Centeio.

O secretário-geral da ANDC acrescenta que se trata também «de um instrumento pedagógico, já que tratando-se de um empréstimo, e não de um subsídio, transfere para a pessoa a responsabilidade do compromisso assumido, conferindo-lhe também um crédito de confiança e, dessa forma, aumentando a sua auto-estima».

Outro programa que em Portugal tem tentado combater o desemprego através do microcrédito é o PROPEP (Programa de Promoção do Emprego do Distrito do Porto), da responsabilidade do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), em vigor desde o início de 2004. Este programa é dirigido às microempresas e pequenas empresas, «visando desenvolver o espírito empresarial e incentivar a criação líquida de postos de trabalho», a promotores de pequenos negócios (desempregados sem recursos económicos em situação social, profissional ou económica desfavorecida) e ainda aos trabalha- dores desempregados, inscritos nos Centros de Emprego do distrito do Porto.

A Delegação Regional do Norte do IEFP, em declarações ao DN, lamenta, no entanto, as dificuldades que tem vindo a sentir na implementação de processos de microcrédito bancário «por parte de potenciais promotores de pequenas iniciativas» para a criação de pequenos negócios.

A delegação do IEFP garante que vai continuar a motivar entidades privadas sem fins lucrativos, com experiência «no combate à exclusão social, no sentido de celebração de acordos de cooperação com instituições bancárias tendo em vista a concessão do crédito com juro preferencial».
 
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por marafado » 10/1/2005 2:03

O microcrédito passo a passo



A atribuição de um microcrédito começa com a apresentação à Associação Nacional do Direito ao Crédito (ANDC) de um caso concreto - da pessoa e do seu projecto específico. José Centeio, secretário-geral da ANDC, explica que «esta apresentação pode ser feita pelo próprio ou por uma instituição local que o conheça». Posteriormente, um agente de microcrédito entrevista o candidato, certifica-se de que este não tem efectivamente acesso ao crédito comercial e trabalha com ele no sentido de melhorar o seu plano de negócios.

«Se o candidato e o seu negócio inspiram confiança, se tudo indica que este será rentável e capaz de potenciar a inclusão social da pessoa, a proposta de concessão do empréstimo é submetida à apreciação de uma das comissões de crédito da ANDC», explica José Centeio. Se esta concorda, o passo seguinte é enviar a proposta para o banco.

O crédito é posteriormente concedido directamente ao microempresário, até um montante máximo de 5000 euros, por um prazo de três anos, a taxa de juro vizinha dos 6%. O microcrédito é reembolsável em prestações mensais e constantes.
 
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por marafado » 10/1/2005 1:52

Saiba mais



A Pfizer é actualmente a maior farmacêutica mundial, dedicando-se à investigação, desenvolvimento e comercialização de fármacos nas áreas cardiovascular, neurologia, oncologia, urologia, oftalmologia, entre outras. Beneficiando das fusões realizadas com a Warner-Lambert em 2000 e com a Pharmacia no ano 2003, a Pfizer preencheu algumas lacunas em áreas específicas onde não tinha presença, usufruindo actualmente de cerca de 14 medicamentos líderes nas respectivas áreas terapêuticas. A empresa facturou, em 2003, 45,188 mil milhões de dólares, com lucros de 3,9 mil milhões.
 
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por marafado » 10/1/2005 1:51

Pfizer é uma boa oportunidade



Reflectindo dúvidas quanto à segurança dos analgésicos Vioxx (Merck) e Celebrex (Pfizer), o mercado parece ter incorporado aos actuais níveis um cenário, a nosso ver, excessivamente pessimista. Tanto mais que o Celebrex, no caso da Pfizer, vinha colhendo até ao momento pareceres favoráveis na generalidade dos estudos.

Nesse sentido, consideramos que, para investidores menos avessos ao risco, este poderá ser o timing ideal para a constituição de posição longas na Pfizer, a maior farmacêutica a nível mundial, que se dedica à investigação, desenvolvimento e comercialização de fármacos.

Importa referir que a compressão de múltiplos foi assinalável, colocando a farmacêutica norte-americana com um P/E 2005E de 12,16x, ao nível mais baixo no universo de farmacêuticas coberto.

Um movimento extremamente penalizador, tanto mais que o conjunto de fármacos (inibidores COX-2 Celebrex e Bextra) não representavam mais de 10% do total de vendas nos primeiros nove meses de 2004.

Embora a incerteza em torno de todo o processo tenha introduzido no mercado um prémio de risco adicional, a reacção recente dos investidores deixa antever uma eventual inversão na tendência de queda do último ano.

Com a empresa a garantir a sua segurança quando administrado nas doses recomendadas, o Celebrex recebeu na última quinzena mais um voto de confiança por parte de um estudo promovido pela National Institutes of Health.

Quando se aguardam por novos desenvolvimentos, quer pelas entidades reguladoras norte--americanas quer pelas europeias, o mercado parece estar já a incorporar aos actuais níveis um desfecho demasiado negativo em termos de processos legais/recuo de vendas.

Neste cenário, mesmo tendo em atenção a intensificação da concorrência de genéricos e o final de algumas patentes durante os próximos anos, a Pfizer transacciona com um price earnings ratio de cerca de metade dos 20x em que se encontrava em Janeiro de 2004.

Aconselhamos, apesar de tudo, um stop loss (limite de perda máximo recomendado) de 5,5% abaixo do preço de entrada. Um preço de compra nos 26,38 dólares implicaria, assim, um nível de stop loss nos 24,95 dólares.
 
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por marafado » 10/1/2005 1:50

Petróleo sobe e ouro cai cerca de 5%



Na primeira semana do ano, e depois de muitos hedge funds terem desfeito posições, o preço do petróleo voltou a subir, na sequência de declarações de responsáveis do Irão e do Qatar de que a OPEP vai mesmo avançar com os cortes de produção. Outro factor que contribuiu para a subida foi a redução das exportações iraquianas devido a ataques a pipelines. A semana foi igualmente agitada nos metais. A apreciação do dólar, as fracas expectativas em relação ao comportamento da economia chinesa para 2005 e as vendas de muito especuladores fizeram com que o cobre e o alumínio registassem as maiores quedas em 11 e 16 anos, respectivamente. Já o ouro caiu perto de 5%, negociando-se a 418 dólares. .

João Pina Gomes

Gestor de activos
 
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por marafado » 10/1/2005 1:49

Dólar em forte recuperação



RR Manuel Coelho
Trader

Afraqueza da moeda norte-americana que levou o euro para um recorde de 1,3660 dólares no final de Dezembro foi totalmente revertida na primeira semana de Janeiro, com a moeda única a recuar para 1,3050 dólares. Para além de a Reserva Federal ter, mais uma vez, sinalizado que as taxas de juro nos EUA continuarão a subir (actualmente estão em 2,25%) e de a criação de emprego no último mês ter sido divulgada em linha com o que o mercado esperava (157 mil novos postos de trabalho), não houve nenhuma outra notícia relevante que justificasse tão significativa recuperação. O que sugere que o movimento esteve fortemente relacionado com o posicionamento de mercado, ou seja, que os investidores estavam excessivamente vendidos de dólares. O euro encontra-se agora num nível de suporte, tendo sido nestes níveis que diversos bancos centrais estiveram a diversificar as suas reservas, comprando euros, para além de, em termos de análise técnica, estar num nível interessante (Fibonacci de 38,2%). A redução do défice comercial dos EUA bem como a crescente yield atraction poderão continuar a suportar o dólar. Contudo, após este movimento correctivo, acreditamos que os investidores tornarão a vender dólares, conduzindo o euro para valores superiores aos actuais.

Este movimento deverá servir de exemplo sobre o que os investidores devem esperar nos próximos meses volatilidade, com o mercado ora focado nos desequilíbrios financeiros ora na expansão económica e na política monetária contraccionista dos EUA. E que a necessidade de depreciação do dólar para corrigir os défices não implica que o mercado seja uma via de um só sentido.
 
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por marafado » 10/1/2005 1:47

Juros arrefecem entusiasmo



RR Ricardo Duarte Silva
Analista

Ageneralidade dos analista está dividida quanto ao comportamento das praças accionistas este ano; e os cinco primeiros dias de negociação, habitualmente um importante barómetro de tendência, não foram de todo conclusivos. Os mercados dos Estados Unidos recuaram dos níveis máximos em que se encontravam, pressionados por uma recuperação técnica do dólar e pela expectativa de uma aceleração no ciclo de subida de taxas de juro, enquanto a Europa, por sua vez, permaneceu particularmente forte, alimentada por um sector automóvel rejuvenescido.

Embora há vários anos por nenhuma ocasião o S&P500 tenha encerrado com perdas num ano de terminação '5', nem todos os indicadores parecem favorecer o ano novo que agora se inicia.

Nos últimos 13 anos pós-eleitorais nos Estados Unidos, por oito vezes - à imagem do que se verificou este ano - ocorreram perdas nas cinco primeiras sessões de negociação. Dessas oito, por seis vezes o S&P 500 encerrou o ano em terreno negativo.

Mesmo tratando-se de uma mera curiosidade estatística, os elementos de incerteza que persistem no horizonte dos investidores aconselham a alguma cautela em termos de projecções.

Neste campo, não podemos esquecer os riscos geopolíticos, a evolução do preço do petróleo e o movimento de depreciação do dólar face às principais divisas. A necessidade de correcção dos défices gémeos nos Estados Unidos (externo e orçamental) tem alimentado a preferência dos investidores por outras moedas, como o euro ou o iene, mesmo que de áreas económicas em que o crescimento é ainda débil. Isto apesar de a Fed ter já iniciado o ciclo de aperto monetário, elevando o custo de financiamento do sistema bancário para os 2,25%.

Nos próximos dias, a divulgação de resultados trimestrais por parte das tecnológicas Intel, Sun Microsystems e Apple Computer deverão revelar-se determinantes, depois de um início de ano pouco prometedor por parte das praças norte-americanas, onde o Dow Jones Industrial Average acumulou a mais longa série de desvalorizações desde Julho de 2002.

Por cá, o mercado continua a ser agitado pela entrada de estrangeiros no BCP e na Sonae e pelos rumores de reestruturação do negócios dos media no decorrer dos próximos meses.
 
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por marafado » 10/1/2005 1:45

Capitalização bolsista do BCP
números


1995

O banco compra a maioria do capital do BPA. O seu valor de mercado é de 1,113 mil milhões de euros.

1998

A capitalização é agora de 5,156 mil milhões de euros, num ano marcado pelo lançamento do Bank Millennium na Polónia.

2000

O ano de todas as aquisições (Mello, Império, Sotto Mayor). O valor chega aos 11,683 mil milhões de euros.

2002

O ano «negro» da sua história. Fecha a valer 5,304 mil milhões de euros.

2004

Recuperação face à nova estratégia, valendo agora 6,156 mil milhões.
 
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Venda de activos ajuda BCP a recuperar dos anos negros

por marafado » 10/1/2005 1:43

Venda de activos ajuda BCP a recuperar dos anos negros



> paula cordeiro

No ano em que comemora o seu 20.º aniversário, o Banco Comercial Português (BCP) parece ter ultrapassado os anos do «pesadelo». Ajudado pela recuperação dos mercados bolsistas em 2004 e pela nova orientação estratégica de concentração nos negócios core, o banco fechou o último exercício com uma recuperação assinalável do seu valor de mercado. No último dia do ano, a capitalização bolsista atingia 6,156 mil milhões de euros (com base na cotação não ajustada), mais 7% que o montante registado no final de 2003.

Perante o mercado, o BCP aparece em 2005 com a «casa arrumada». Depois de no início de 2004 ter definido como estratégia principal o recentramento da actividade no negócio bancário, o banco alienou um conjunto de activos que irão ter um impacto significativo nos resultados de 2004, apresentados no próximo dia 25. O mais importante foi, sem dúvida, o anúncio da venda do negócio segurador à Caixa Geral de Depósitos e aos belgas do Fortis, cuja data da contabilização nas contas não está ainda definida, uma vez que o negócio só foi autorizado nos últimos dias de 2004. O seu impacto na situação líquida do banco está estimado em 367 milhões de euros.

O BCP alienou ainda em 2004 parte da sua posição no Sabadell, reduzindo de 7% para 3%, com um acréscimo patrimonial de 85 milhões de euros.

Já em 2005, o BCP vendeu os seus activos de crédito ao consumo não automóvel ao grupo Crédit Agrícole, resultando daí uma mais-valia de 52,4 milhões de euros. A par destas operações mais relevantes, o banco vendeu ainda património e efectuou operações de titularização. Tudo isto no seguimento de outras operações idênticas realizadas em 2003.

Mas foi precisamente o anúncio do arrancar do processo de «emagrecimento» do BCP que marcou o pior momento na vida do banco. Em Outubro de 2002, os responsáveis do grupo revelaram a sua intenção de reduzir a sua posição na área seguradora, através da venda de 20,8% da Eureko, ficando apenas com 5% da companhia, e da compra de 100% da Seguros & Pensões à Eureko, para mais tarde vender a holding.

Os investidores não gostaram da medida e o banco «afundou» 18,57% naquele mês, atingindo a cotação mínima de 1,7 euros. No final do ano, atingia a capitalização bolsista de 5,304 mil milhões de euros, metade do valor registado em 2000, um «máximo» de 11,683 mil milhões de euros.

Mas não foi só o mercado que não gostou. Dois administradores do BCP - João Talone e Pedro Líbano Monteiro - decidem abandonar o banco, por discordância com a estratégia para os seguros e área internacional. A criação da marca única, em Outubro de 2003, e as medidas anunciadas em Junho de 2004 para implementar rentabilidade (que terão impacto positivo de 310 milhões nos resultados entre 2003 e 2006) são outros dos marcos da vida recente do grupo. Mas vai longe o ano 2000, o ano de todas as aquisições e em que o império BCP parecia não ir ter fim.
 
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