Bolsa de Lisboa Recuperou Cinco Mil Milhões de Euros
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Alertas Semanais: EDP
Segunda-feira, 03 de Janeiro de 2005
A EDP encontra-se entre um grupo de 25 empresas europeias cujas recomendações médias sofreram mais revisões em baixa por parte dos analistas desde 17 de Dezembro, noticiou a Bloomberg. Analisando as empresas que compõem o índice Dow Jones Stoxx 600, a agência atribuiu um valor a cada recomendação individual, numa escala de 1 a 5 (sendo que este representa a melhor recomendação). O valor atribuído à EDP foi de 3,63 pontos, que representa uma variação negativa de 0,15 pontos face à anterior recomendação média. A eléctrica tem actualmente 19 recomendações, dez de compra, sete de manter e duas de venda. De notar que, entre as 25 empresas mais penalizadas desde 17 de Dezembro, a empresa portuguesa é aquela que apresenta a terceira menor variação negativa do 'ranking'.
Grupo Portugal Telecom
A Portugal Telecom (PT) e a PT Multimédia (PTM) têm o maior potencial de valorização face ao seu preço-alvo entre as cinco acções analisadas pelo Millennium bcp investimento, de acordo com a nota semanal do ActivoBank7. Para a PTM foi mantido o preço-alvo para o final de 2005, nos 23,05 euros. À empresa-mãe do grupo, a PT, foi reiterado o preço-alvo de 11,55 euros. Para a EDP, o Millennium bcp investimento manteve a avaliação de 2,70 euros por acção para final de 2005. A Jerónimo Martins viu ser-lhe reiterado o preço-alvo nos 11,90 euros. À Sonaecom, o Millennium bcp investimento reiterou o preço- alvo para final de 2005 nos 4,85 euros.
Sector de media
A ESR considera que o impacto imediato das eleições de 20 de Fevereiro será positivo para as empresas do sector de media, mas adverte que o comportamento destas acções em 2005 dependerá da evolução da economia portuguesa. "As companhias de media vão certamente beneficiar, uma vez que as eleições aumentam tradicionalmente as receitas de publicidade", referem os analistas da Espírito Santo Research (ESR) numa nota de 'research' sobre as perspectivas para 2005. Mas, alertam os analistas, os títulos de media (Media Capital, Impresa e PT Multimedia) vão transaccionar em linha com "o sentimento e perspectivas dos investidores face ao crescimento económico". A ESR tem uma recomendação de 'compra' para os três títulos de media da bolsa portuguesa, que deverão beneficiar de um crescimento de 7,5 por cento do mercado publicitário em 2005, refere a nota.
Segunda-feira, 03 de Janeiro de 2005
A EDP encontra-se entre um grupo de 25 empresas europeias cujas recomendações médias sofreram mais revisões em baixa por parte dos analistas desde 17 de Dezembro, noticiou a Bloomberg. Analisando as empresas que compõem o índice Dow Jones Stoxx 600, a agência atribuiu um valor a cada recomendação individual, numa escala de 1 a 5 (sendo que este representa a melhor recomendação). O valor atribuído à EDP foi de 3,63 pontos, que representa uma variação negativa de 0,15 pontos face à anterior recomendação média. A eléctrica tem actualmente 19 recomendações, dez de compra, sete de manter e duas de venda. De notar que, entre as 25 empresas mais penalizadas desde 17 de Dezembro, a empresa portuguesa é aquela que apresenta a terceira menor variação negativa do 'ranking'.
Grupo Portugal Telecom
A Portugal Telecom (PT) e a PT Multimédia (PTM) têm o maior potencial de valorização face ao seu preço-alvo entre as cinco acções analisadas pelo Millennium bcp investimento, de acordo com a nota semanal do ActivoBank7. Para a PTM foi mantido o preço-alvo para o final de 2005, nos 23,05 euros. À empresa-mãe do grupo, a PT, foi reiterado o preço-alvo de 11,55 euros. Para a EDP, o Millennium bcp investimento manteve a avaliação de 2,70 euros por acção para final de 2005. A Jerónimo Martins viu ser-lhe reiterado o preço-alvo nos 11,90 euros. À Sonaecom, o Millennium bcp investimento reiterou o preço- alvo para final de 2005 nos 4,85 euros.
Sector de media
A ESR considera que o impacto imediato das eleições de 20 de Fevereiro será positivo para as empresas do sector de media, mas adverte que o comportamento destas acções em 2005 dependerá da evolução da economia portuguesa. "As companhias de media vão certamente beneficiar, uma vez que as eleições aumentam tradicionalmente as receitas de publicidade", referem os analistas da Espírito Santo Research (ESR) numa nota de 'research' sobre as perspectivas para 2005. Mas, alertam os analistas, os títulos de media (Media Capital, Impresa e PT Multimedia) vão transaccionar em linha com "o sentimento e perspectivas dos investidores face ao crescimento económico". A ESR tem uma recomendação de 'compra' para os três títulos de media da bolsa portuguesa, que deverão beneficiar de um crescimento de 7,5 por cento do mercado publicitário em 2005, refere a nota.
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Prepare-se para a Subida dos Juros em 2005
Por RODRIGO CASTRO E NUNES
Segunda-feira, 03 de Janeiro de 2005
O início de mais um ano parece-me ser o momento propício para analisar o que o mercado espera que aconteça durante 2005 e arriscar fazer algumas previsões e sugestões para potenciais negócios.
A economia mundial tem vindo a recuperar, ajudada pelas políticas monetária e fiscal expansionistas. Os crescimentos económicos das economias norte-americana, inglesa e japonesa registaram, em 2003 e 2004, níveis próximos dos recordes dos últimos 10 anos. No entanto, este alento está a dissipar-se. Os efeitos dos estímulos fiscais estão a esgotar-se e a política monetária norte-americana está cada vez menos expansionista (o Fed subiu as taxas de referência de um para 2,25 por cento nos últimos seis meses de 2004). Apesar de o ano 2005 poder vir a ser caracterizado por um abrandamento do crescimento económico, o Fed deverá continuar a subir as taxas de acordo com o discurso que tem vindo a apresentar nas últimas reuniões. As subidas das taxas vão no sentido de combater a inflação 'core' (a relevante para o Fed), que tem vindo a aumentar e poderá continuar devido ao inevitável aumento da inflação importada (inflação induzida pela depreciação do dólar), e de colocar as taxas de referência num nível mais "normal". Em teoria, um nível de taxa neutral da 'fed funds' deveria ser cerca de 4,5 por cento (dois por cento de inflação 'core' mais 2,5 por cento de taxa real). O mercado também aponta para a subida das taxas, mas a um nível moderado, de acordo com o discurso do Banco Central, considerando subidas de 125 pontos base na taxa Fed até ao final do ano.
A grande questão que se coloca é o que irá acontecer às taxas de longo prazo (10 anos). Estas também deverão subir devido, principalmente, à diminuição da procura de obrigações norte-americanas por parte dos bancos centrais, especialmente os asiáticos. O mercado espera que a taxa 'swap' dos 10 anos chegue perto dos cinco por cento - actualmente encontra-se nos 4,67 por cento. Pessoalmente, creio que poderá ultrapassar esse valor. Neste cenário, o conselho são estratégias de 'flattening' da curva (taxas de curto prazo a subirem mais do que as de longo prazo), especialmente entre os cinco e os 10 anos.
Na Europa, o abrandamento económico aliado à apreciação do euro irá condicionar a subida das taxas de curto prazo. Num pressuposto de continuação da apreciação do euro, menor será a probabilidade de aumento de taxas e maior a de um corte de taxas. O mercado só incorpora na totalidade uma subida de 25 pontos até ao final do ano. O discurso do Banco Central Europeu (BCE) vai no sentido de preparar o mercado para subidas de taxas. Em minha opinião, o BCE deveria ter descido as taxas mais agressivamente aquando da presidência do Sr. Duisenberg, quando a situação económica na Europa era mais grave. Neste momento, acredito que já não faz sentido a descida e que se o BCE alterar a taxa de juro directora em 2005 será no sentido da subida, mas no máximo em 50 pontos base, para os 2,5 por cento. Quanto ao longo prazo, penso que as taxas deverão acompanhar o movimento das congéneres norte-americanas, mas com menor dinamismo. Penso que o risco é no sentido das subidas de taxas serem superiores ao descontado pelo mercado, pelo que aconselho também estratégias de 'flattening' 5/10 anos. Como as taxas de juro têm estado "presas" dentro de um intervalo sem grande variação, especialmente nos EUA, outra sugestão é comprar volatilidade.
Quanto à evolução do dólar, a sua depreciação deve-se, principalmente, a um reequilibrar de uma equação na qual o défice externo está a provocar grandes desequilíbrios. Esta depreciação do dólar deverá continuar e ultrapassar a barreira de 1,40 dólares por euro nos próximos meses, sendo então uma boa altura para trocar posições em euros por dólares. Há quem diga que o euro atingirá os 1,50 dólares, mas penso que depois de atingido o nível de 1,40 o risco de manter uma posição em euros é elevado.
*Trader de derivados do Banco Espírito Santo
Por RODRIGO CASTRO E NUNES
Segunda-feira, 03 de Janeiro de 2005
O início de mais um ano parece-me ser o momento propício para analisar o que o mercado espera que aconteça durante 2005 e arriscar fazer algumas previsões e sugestões para potenciais negócios.
A economia mundial tem vindo a recuperar, ajudada pelas políticas monetária e fiscal expansionistas. Os crescimentos económicos das economias norte-americana, inglesa e japonesa registaram, em 2003 e 2004, níveis próximos dos recordes dos últimos 10 anos. No entanto, este alento está a dissipar-se. Os efeitos dos estímulos fiscais estão a esgotar-se e a política monetária norte-americana está cada vez menos expansionista (o Fed subiu as taxas de referência de um para 2,25 por cento nos últimos seis meses de 2004). Apesar de o ano 2005 poder vir a ser caracterizado por um abrandamento do crescimento económico, o Fed deverá continuar a subir as taxas de acordo com o discurso que tem vindo a apresentar nas últimas reuniões. As subidas das taxas vão no sentido de combater a inflação 'core' (a relevante para o Fed), que tem vindo a aumentar e poderá continuar devido ao inevitável aumento da inflação importada (inflação induzida pela depreciação do dólar), e de colocar as taxas de referência num nível mais "normal". Em teoria, um nível de taxa neutral da 'fed funds' deveria ser cerca de 4,5 por cento (dois por cento de inflação 'core' mais 2,5 por cento de taxa real). O mercado também aponta para a subida das taxas, mas a um nível moderado, de acordo com o discurso do Banco Central, considerando subidas de 125 pontos base na taxa Fed até ao final do ano.
A grande questão que se coloca é o que irá acontecer às taxas de longo prazo (10 anos). Estas também deverão subir devido, principalmente, à diminuição da procura de obrigações norte-americanas por parte dos bancos centrais, especialmente os asiáticos. O mercado espera que a taxa 'swap' dos 10 anos chegue perto dos cinco por cento - actualmente encontra-se nos 4,67 por cento. Pessoalmente, creio que poderá ultrapassar esse valor. Neste cenário, o conselho são estratégias de 'flattening' da curva (taxas de curto prazo a subirem mais do que as de longo prazo), especialmente entre os cinco e os 10 anos.
Na Europa, o abrandamento económico aliado à apreciação do euro irá condicionar a subida das taxas de curto prazo. Num pressuposto de continuação da apreciação do euro, menor será a probabilidade de aumento de taxas e maior a de um corte de taxas. O mercado só incorpora na totalidade uma subida de 25 pontos até ao final do ano. O discurso do Banco Central Europeu (BCE) vai no sentido de preparar o mercado para subidas de taxas. Em minha opinião, o BCE deveria ter descido as taxas mais agressivamente aquando da presidência do Sr. Duisenberg, quando a situação económica na Europa era mais grave. Neste momento, acredito que já não faz sentido a descida e que se o BCE alterar a taxa de juro directora em 2005 será no sentido da subida, mas no máximo em 50 pontos base, para os 2,5 por cento. Quanto ao longo prazo, penso que as taxas deverão acompanhar o movimento das congéneres norte-americanas, mas com menor dinamismo. Penso que o risco é no sentido das subidas de taxas serem superiores ao descontado pelo mercado, pelo que aconselho também estratégias de 'flattening' 5/10 anos. Como as taxas de juro têm estado "presas" dentro de um intervalo sem grande variação, especialmente nos EUA, outra sugestão é comprar volatilidade.
Quanto à evolução do dólar, a sua depreciação deve-se, principalmente, a um reequilibrar de uma equação na qual o défice externo está a provocar grandes desequilíbrios. Esta depreciação do dólar deverá continuar e ultrapassar a barreira de 1,40 dólares por euro nos próximos meses, sendo então uma boa altura para trocar posições em euros por dólares. Há quem diga que o euro atingirá os 1,50 dólares, mas penso que depois de atingido o nível de 1,40 o risco de manter uma posição em euros é elevado.
*Trader de derivados do Banco Espírito Santo
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Previsões
Guru Israelita Aposta no Regresso da Nova Economia
Segunda-feira, 03 de Janeiro de 2005
Ed Yardeni, que ganhou fama por ter antecipado a evolução dos mercados financeiros nos anos 90, diz que a segunda metade desta década vai ser tão boa como a homóloga da decada passada
Gonçalo Morna
"Eu penso que a segunda metade desta década vai ser tão boa como a segunda metade da década de 90." Esta afirmação foi feita recentemente por um dos mais brilhantes economistas da actualidade, o norte-americano de origem israelita Ed Yardeni.
Actualmente responsável pela estratégia de investimento da Oak Associate, Yardeni conta com um extenso currículo, tanto a nível macroeconómico como em termos de estratégia para os mercados de capitais. Doutorado em Yale com a orientação do prémio nobel da economia James Tobin, colaborou como economista da Reserva Federal de Nova Iorque, desempenhou recentemente a função de responsável pela estratégia de investimentos do Deutsche Bank Alex Brown e publica regularmente artigos de opinião em publicações como o Wall Street Journal, New York Times, Barron's, Capital (Alemanha), Nikkei Financial Daily (Japão), Milano Finance (Itália), etc. Tornou-se bastante mais conhecido por ter acertado em cheio em várias previsões sobre a evolução futura dos mercados financeiros - como aconteceu em 1995, quando estimou uma forte subida do mercado accionista norte-americano, que acabou por se concretizar.
Yardeni é da opinião de que a economia norte-americana se encontra actualmente numa fase intermédia de um ciclo de expansão económica. Isto significa, na sua opinião, que nos tempos mais próximos podemos contar com uma continuação do crescimento económico, crescimento dos resultados das empresas, uma inflação controlada e fortes ganhos nos mercados accionistas. Yardeni estima para 2005 um crescimento da economia norte americana de três por cento, uma inflação de dois por cento, uma subida do índice accionista S&P 500 de 16 por cento para 1385 pontos e do índice Dow Jones Industrial de 10 por cento, o que permitiria voltar a atingir o seu máximo de sempre de 11.723 pontos.
O optimismo de Yardeni para o mercado accionista não se esgota no ano 2005, prevendo uma segunda metade da corrente década de sinal mais para os mercados accionistas. Na sua opinião, o mercado está actualmente atravessar uma fase muito parecida com o que se passou há 10 anos atrás. Em 1994 o mercado accionista teve uma variação marginal, realizaram-se eleições presidenciais e a Reserva Federal subiu as taxas de juro, ou seja, tudo situações semelhantes às que se verificaram em 2004.
Riscos para o cenário cor-de-rosa
Yardeni espera continuar a reviver a década passada neste ano. Em 1995 o crescimento da economia abrandou ligeiramente, a inflação permaneceu baixa e o mercado accionista disparou com uma variação positiva S&P 500 de 34 por cento. A única situação que poderá comprometer este cenário cor-de-rosa é a de se verificar uma subida da inflação acima do esperado, que poderia levar a subidas mais acentuadas das taxas de juro por parte da Reserva Federal e a quebras dos resultados das empresas.
Mas, para Yardeni, este cenário é pouco provável, afirmando mesmo que "os mercados dos vários países mundiais estão cada vez mais integrados, devido ao facto do comércio se ter tornado cada vez mais livre entre os vários países, o que resulta numa competitividade cada vez maior, que ajuda a manter a inflação controlada". Os investidores que tiverem a mesma opinião de Yardeni deverão concentrar os seus investimentos em acções de empresas de crescimento.
Yardeni é um fã particular de empresas da chamada nova economia, como as que se dedicam a produzir anti-virus para computadores e as de armazenamento de informação. Diz que a Internet finalmente encontrou o seu caminho, acreditando que empresas como a eBay possam ter desempenhos futuros brilhantes. Também acredita no futuro de empresas do sector financeiro, nomeadamente a Charles Schawab e o Citigroup. Por outro lado, continua a apostar em empresas que tiveram um bom desempenho em 2004, como as que produzem matérias-primas, produtos industriais e energia. Acredita também em empresas que fabricam equipamento para a produção de petróleo, uma vez que, na sua opinião, deverão continuar a ter muita procura futura por parte de países como a China e a Rússia. Evita as empresas produtoras de bens de consumo, uma vez que os seus custos, nomeadamente os energéticos, estão a aumentar. Acredita que as utilidades não terão muito mais espaço de subida e pensa que as empresas que vendem serviços de telecomunicações irão enfrentar uma forte concorrência por parte das empresas de vendem serviços de comunicações por cabo
Guru Israelita Aposta no Regresso da Nova Economia
Segunda-feira, 03 de Janeiro de 2005
Ed Yardeni, que ganhou fama por ter antecipado a evolução dos mercados financeiros nos anos 90, diz que a segunda metade desta década vai ser tão boa como a homóloga da decada passada
Gonçalo Morna
"Eu penso que a segunda metade desta década vai ser tão boa como a segunda metade da década de 90." Esta afirmação foi feita recentemente por um dos mais brilhantes economistas da actualidade, o norte-americano de origem israelita Ed Yardeni.
Actualmente responsável pela estratégia de investimento da Oak Associate, Yardeni conta com um extenso currículo, tanto a nível macroeconómico como em termos de estratégia para os mercados de capitais. Doutorado em Yale com a orientação do prémio nobel da economia James Tobin, colaborou como economista da Reserva Federal de Nova Iorque, desempenhou recentemente a função de responsável pela estratégia de investimentos do Deutsche Bank Alex Brown e publica regularmente artigos de opinião em publicações como o Wall Street Journal, New York Times, Barron's, Capital (Alemanha), Nikkei Financial Daily (Japão), Milano Finance (Itália), etc. Tornou-se bastante mais conhecido por ter acertado em cheio em várias previsões sobre a evolução futura dos mercados financeiros - como aconteceu em 1995, quando estimou uma forte subida do mercado accionista norte-americano, que acabou por se concretizar.
Yardeni é da opinião de que a economia norte-americana se encontra actualmente numa fase intermédia de um ciclo de expansão económica. Isto significa, na sua opinião, que nos tempos mais próximos podemos contar com uma continuação do crescimento económico, crescimento dos resultados das empresas, uma inflação controlada e fortes ganhos nos mercados accionistas. Yardeni estima para 2005 um crescimento da economia norte americana de três por cento, uma inflação de dois por cento, uma subida do índice accionista S&P 500 de 16 por cento para 1385 pontos e do índice Dow Jones Industrial de 10 por cento, o que permitiria voltar a atingir o seu máximo de sempre de 11.723 pontos.
O optimismo de Yardeni para o mercado accionista não se esgota no ano 2005, prevendo uma segunda metade da corrente década de sinal mais para os mercados accionistas. Na sua opinião, o mercado está actualmente atravessar uma fase muito parecida com o que se passou há 10 anos atrás. Em 1994 o mercado accionista teve uma variação marginal, realizaram-se eleições presidenciais e a Reserva Federal subiu as taxas de juro, ou seja, tudo situações semelhantes às que se verificaram em 2004.
Riscos para o cenário cor-de-rosa
Yardeni espera continuar a reviver a década passada neste ano. Em 1995 o crescimento da economia abrandou ligeiramente, a inflação permaneceu baixa e o mercado accionista disparou com uma variação positiva S&P 500 de 34 por cento. A única situação que poderá comprometer este cenário cor-de-rosa é a de se verificar uma subida da inflação acima do esperado, que poderia levar a subidas mais acentuadas das taxas de juro por parte da Reserva Federal e a quebras dos resultados das empresas.
Mas, para Yardeni, este cenário é pouco provável, afirmando mesmo que "os mercados dos vários países mundiais estão cada vez mais integrados, devido ao facto do comércio se ter tornado cada vez mais livre entre os vários países, o que resulta numa competitividade cada vez maior, que ajuda a manter a inflação controlada". Os investidores que tiverem a mesma opinião de Yardeni deverão concentrar os seus investimentos em acções de empresas de crescimento.
Yardeni é um fã particular de empresas da chamada nova economia, como as que se dedicam a produzir anti-virus para computadores e as de armazenamento de informação. Diz que a Internet finalmente encontrou o seu caminho, acreditando que empresas como a eBay possam ter desempenhos futuros brilhantes. Também acredita no futuro de empresas do sector financeiro, nomeadamente a Charles Schawab e o Citigroup. Por outro lado, continua a apostar em empresas que tiveram um bom desempenho em 2004, como as que produzem matérias-primas, produtos industriais e energia. Acredita também em empresas que fabricam equipamento para a produção de petróleo, uma vez que, na sua opinião, deverão continuar a ter muita procura futura por parte de países como a China e a Rússia. Evita as empresas produtoras de bens de consumo, uma vez que os seus custos, nomeadamente os energéticos, estão a aumentar. Acredita que as utilidades não terão muito mais espaço de subida e pensa que as empresas que vendem serviços de telecomunicações irão enfrentar uma forte concorrência por parte das empresas de vendem serviços de comunicações por cabo
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Hora de Balanço
Por BERNARDO MESQUITA
Segunda-feira, 03 de Janeiro de 2005
Os mercados parecem ter estado de férias na semana passada, tal a reduzida liquidez que caracterizou a semana. A "pausa" foi aproveitada para fazer um balanço sobre 2004 e estabelecer estratégias para 2005. O ano que terminou revelou-se moderadamente positivo para a generalidade dos mercados accionistas, graças às subidas do último trimestre. O bom desempenho da economia norte-americana, a manutenção das baixas taxas de juro, o crescimento dos resultados das empresas, a melhoria clara da situação económica nas economias emergentes (Brasil, Índia, China e Rússia) e a reeleição de Bush contribuíram decisivamente para o bom final de ano a que assistimos nos mercados accionistas. A subida do preço do barril de petróleo dominou as manchetes durante grande parte do ano. De facto, o petróleo subiu pelo terceiro ano consecutivo, tendo chegado a atingir um máximo superior a 55 dólares. Para isso, em muito contribuiu o forte aumento do consumo, nomeadamente na China e EUA, bem como a situação no Iraque e na Rússia (Iukos). A subida do euro (e a queda do dólar) na recta final do ano veio substituir a subida do petróleo no centro das notícias. O euro termina o ano no seu máximo face ao dólar, dados os receios face ao aumento insustentável dos défices da economia norte-americana. Para 2005 importará monitorizar de perto a evolução das taxas de juro (nomeadamente a política monetária da Reserva Federal norte-americana), a evolução das moedas e do petróleo, bem como a situação da economia global.
Boa semana e bons investimentos para 2005!
*Gestão de Patrimónios Espírito Santo Securities
Por BERNARDO MESQUITA
Segunda-feira, 03 de Janeiro de 2005
Os mercados parecem ter estado de férias na semana passada, tal a reduzida liquidez que caracterizou a semana. A "pausa" foi aproveitada para fazer um balanço sobre 2004 e estabelecer estratégias para 2005. O ano que terminou revelou-se moderadamente positivo para a generalidade dos mercados accionistas, graças às subidas do último trimestre. O bom desempenho da economia norte-americana, a manutenção das baixas taxas de juro, o crescimento dos resultados das empresas, a melhoria clara da situação económica nas economias emergentes (Brasil, Índia, China e Rússia) e a reeleição de Bush contribuíram decisivamente para o bom final de ano a que assistimos nos mercados accionistas. A subida do preço do barril de petróleo dominou as manchetes durante grande parte do ano. De facto, o petróleo subiu pelo terceiro ano consecutivo, tendo chegado a atingir um máximo superior a 55 dólares. Para isso, em muito contribuiu o forte aumento do consumo, nomeadamente na China e EUA, bem como a situação no Iraque e na Rússia (Iukos). A subida do euro (e a queda do dólar) na recta final do ano veio substituir a subida do petróleo no centro das notícias. O euro termina o ano no seu máximo face ao dólar, dados os receios face ao aumento insustentável dos défices da economia norte-americana. Para 2005 importará monitorizar de perto a evolução das taxas de juro (nomeadamente a política monetária da Reserva Federal norte-americana), a evolução das moedas e do petróleo, bem como a situação da economia global.
Boa semana e bons investimentos para 2005!
*Gestão de Patrimónios Espírito Santo Securities
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Comentário Bolsa
Empresas "Investem" nos Accionistas
Por ROSA SOARES
Segunda-feira, 03 de Janeiro de 2005
Em 2004, as empresas cotadas voltaram a dar especial atenção aos accionistas, com a remuneração de capital a substituir os loucos anos da "febre expansionista". A conclusão, que se destaca do balanço do ano bolsista feito pela Lusa, caracteriza o movimento que as empresas realizaram a "arrumar a casa". Esse trabalho tem passado "pela redução de custos, muitas vezes com diminuição de pessoal, pela venda de activos não estratégicos e por uma maior cautela quanto ao plano de investimentos".
É nessa viragem estratégica que as empresas estão a fazer que se passa a dar especial atenção à remuneração dos accionistas, quer pelo aumento da distribuição de dividendos, quer pelos programas de "share buy-back". Como a Lusa destaca, com a compra de acções próprias, entra no mercado um comprador forte, a própria empresa, com o aumento da procura, através de ordens de compra inseridas no mercado, a ajudar à subida das acções. A diminuição do número de acções acaba também por aumentar o valor do dividendo a distribuir pelos accionistas.
A nível internacional, a estratégia tem sido seguida por muitas empresas, como a espanhola Telefónica, a norte-americana Microsoft, a holandesa Euronext ou a britânica Vodafone. Em Portugal, a compra de acções já foi desencadeada pela PT e pela PTM. A privilegiar a remuneração dos accionistas, mas sob a forma de dividendo intercalar, esteve também o BCP, enquanto a Sonae SGPS retomou a distribuição de dividendos, em detrimento de políticas anteriores de reinvestimento total dos lucros.
A política de distribuição de resultados, em detrimento de políticas de investimento, que exige, muitas vezes, um movimento oposto de pedido de dinheiro aos accionistas, também pode representar perigos a médio e longo prazo, especialmente se as empresas se tornarem menos competitivas ou de fácil controlo pelos seus concorrentes directos.
Em 2005, a conjuntura macroeconómica deverá continuar a exigir sacrifícios às empresas. A alta do preço do petróleo e a valorização do euro face ao dólar pode condicionar o crescimento das maiores economias mundiais. Em relação à bolsa portuguesa, a situação é agravada pela crise política, especialmente se das próximas eleições de Fevereiro não resultar um Governo estável.
Empresas "Investem" nos Accionistas
Por ROSA SOARES
Segunda-feira, 03 de Janeiro de 2005
Em 2004, as empresas cotadas voltaram a dar especial atenção aos accionistas, com a remuneração de capital a substituir os loucos anos da "febre expansionista". A conclusão, que se destaca do balanço do ano bolsista feito pela Lusa, caracteriza o movimento que as empresas realizaram a "arrumar a casa". Esse trabalho tem passado "pela redução de custos, muitas vezes com diminuição de pessoal, pela venda de activos não estratégicos e por uma maior cautela quanto ao plano de investimentos".
É nessa viragem estratégica que as empresas estão a fazer que se passa a dar especial atenção à remuneração dos accionistas, quer pelo aumento da distribuição de dividendos, quer pelos programas de "share buy-back". Como a Lusa destaca, com a compra de acções próprias, entra no mercado um comprador forte, a própria empresa, com o aumento da procura, através de ordens de compra inseridas no mercado, a ajudar à subida das acções. A diminuição do número de acções acaba também por aumentar o valor do dividendo a distribuir pelos accionistas.
A nível internacional, a estratégia tem sido seguida por muitas empresas, como a espanhola Telefónica, a norte-americana Microsoft, a holandesa Euronext ou a britânica Vodafone. Em Portugal, a compra de acções já foi desencadeada pela PT e pela PTM. A privilegiar a remuneração dos accionistas, mas sob a forma de dividendo intercalar, esteve também o BCP, enquanto a Sonae SGPS retomou a distribuição de dividendos, em detrimento de políticas anteriores de reinvestimento total dos lucros.
A política de distribuição de resultados, em detrimento de políticas de investimento, que exige, muitas vezes, um movimento oposto de pedido de dinheiro aos accionistas, também pode representar perigos a médio e longo prazo, especialmente se as empresas se tornarem menos competitivas ou de fácil controlo pelos seus concorrentes directos.
Em 2005, a conjuntura macroeconómica deverá continuar a exigir sacrifícios às empresas. A alta do preço do petróleo e a valorização do euro face ao dólar pode condicionar o crescimento das maiores economias mundiais. Em relação à bolsa portuguesa, a situação é agravada pela crise política, especialmente se das próximas eleições de Fevereiro não resultar um Governo estável.
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Destaques Positivos
Segunda-feira, 03 de Janeiro de 2005
Sonae - O grupo de Belmiro de Azevedo teve um ano cheio de "mais-valias", que lhe permitiram reduzir substancialmente o endividamento, ajudando a cotação da empresa. O primeiro encaixe resultou da venda da participação na Portucel, empresa que o grupo queria controlar, mas que acabou por vender, arrecadando uma mais-valia de 75 milhões de euros. Mas várias outras coisas correm bem ao grupo, a começar pela recuperação da Sonae Indústria, que está agora mais perto de concretizar a operação de cisão da casa-mãe, dando origem a um grupo industrial autónomo. A empresa conseguiu ainda afastar os franceses do Carrefour da Modelo Continente, que por sua vez começa a estar mais satisfeita com a operação no Brasil. Outra das áreas de negócio que teve um desempenho muito positivo foi a SonaeCom, que conseguiu melhorar os seus resultados. O ano só não foi melhor porque a Anacom tem colocado alguns entraves à comercialização do Optimus Home, um novo produto que pretende ser um concorrente directo do serviço fixo da PT.
Media Capital - A oferta pública inicial (IPO) da Media Capital, realizada em Março, a 4,35 euros, foi recebida com alguma cautela, pelo facto de se tratar uma empresa com resultados negativos. Pouco dias após a estreia, as acções da empresa liderada por Paes do Amaral começaram a perder valor e chegaram a atingir um mínimo de 3,71 euros. Mas a queda acabou por ser interrompida, em parte pelo sucesso do programa televisivo "Quinta das Celebridades", mas também pelas alterações na estrutura accionista da empresa, com a saída dos norte-americanos do HMTF e a entrada do grupo alemão RTL. Esta troca obrigou o presidente do grupo, Paes do Amaral, a reforçar a sua participação, atingindo 32,34 por cento. A possibilidade de disputa pelo controlo accionista da empresa aumentou o carácter especulativo do título, que atingiu um máximo de 5,46 euros, bem acima do preço a que foi colocado em bolsa.
Destaques negativos
EDP - Prometia ser um ano muito bom para a "eléctrica", mas não foi. O Governo anunciou em Fevereiro o que parecia ser uma grande conquista para a EDP, a integração da fileira do gás, operação que lhe daria "músculo" suficiente para competir em igualdade com as suas congéneres espanholas. A operação acabou por ser chumbada por Bruxelas e, até ao momento, ainda não se percebeu como pode terminar a reestruturação do sector energético, que implica a troca da participação que os italianos da Eni detêm na Galp. Só depois de concretizada esta operação é que o Governo pode concluir a venda da Galp ao consórcio privado Petrocer. Mas também não se pode dizer que tudo tenha corrido mal à "eléctrica". O ano acabou por ser positivo na consolidação da presença em Espanha, com a compra da Hidrocantábrico, e com o aumento de capital no montante de 1,2 mil milhões de euros, a maior operação já realizada por uma empresa portuguesa.
Portucel - A Portucel terminou o ano com uma má notícia - a despromoção do principal índice da bolsa portuguesa, o PSI-20. Esta despromoção aconteceu porque o título passou a ter uma liquidez muito reduzida, em consequência do atribulado processo de privatização da empresa, decidida em Abril. Depois de ter recusado o modelo de dispersão pública de capital, como o grupo Sonae reclamava, o Governo acabou por vender um lote indivisível de 30 por cento do capital ao grupo de Pedro Queirós Pereira. A saída da Sonae foi previamente negociada com o BES e com a CGD, em concertação com o grupo Semapa. A CMVM entendeu que a situação criada obrigava a uma OPA, de que resultou um reforço da posição accionista do empresário para mais de 60 por cento. O Estado ainda detém 26 por cento da empresa, restando muito pouco capital disperso em bolsa. A consequência só poderia ser a saída do PSI-20, até que o grupo de Pedro Queirós Pereira faça alguma coisa para melhorar a liquidez do título
Segunda-feira, 03 de Janeiro de 2005
Sonae - O grupo de Belmiro de Azevedo teve um ano cheio de "mais-valias", que lhe permitiram reduzir substancialmente o endividamento, ajudando a cotação da empresa. O primeiro encaixe resultou da venda da participação na Portucel, empresa que o grupo queria controlar, mas que acabou por vender, arrecadando uma mais-valia de 75 milhões de euros. Mas várias outras coisas correm bem ao grupo, a começar pela recuperação da Sonae Indústria, que está agora mais perto de concretizar a operação de cisão da casa-mãe, dando origem a um grupo industrial autónomo. A empresa conseguiu ainda afastar os franceses do Carrefour da Modelo Continente, que por sua vez começa a estar mais satisfeita com a operação no Brasil. Outra das áreas de negócio que teve um desempenho muito positivo foi a SonaeCom, que conseguiu melhorar os seus resultados. O ano só não foi melhor porque a Anacom tem colocado alguns entraves à comercialização do Optimus Home, um novo produto que pretende ser um concorrente directo do serviço fixo da PT.
Media Capital - A oferta pública inicial (IPO) da Media Capital, realizada em Março, a 4,35 euros, foi recebida com alguma cautela, pelo facto de se tratar uma empresa com resultados negativos. Pouco dias após a estreia, as acções da empresa liderada por Paes do Amaral começaram a perder valor e chegaram a atingir um mínimo de 3,71 euros. Mas a queda acabou por ser interrompida, em parte pelo sucesso do programa televisivo "Quinta das Celebridades", mas também pelas alterações na estrutura accionista da empresa, com a saída dos norte-americanos do HMTF e a entrada do grupo alemão RTL. Esta troca obrigou o presidente do grupo, Paes do Amaral, a reforçar a sua participação, atingindo 32,34 por cento. A possibilidade de disputa pelo controlo accionista da empresa aumentou o carácter especulativo do título, que atingiu um máximo de 5,46 euros, bem acima do preço a que foi colocado em bolsa.
Destaques negativos
EDP - Prometia ser um ano muito bom para a "eléctrica", mas não foi. O Governo anunciou em Fevereiro o que parecia ser uma grande conquista para a EDP, a integração da fileira do gás, operação que lhe daria "músculo" suficiente para competir em igualdade com as suas congéneres espanholas. A operação acabou por ser chumbada por Bruxelas e, até ao momento, ainda não se percebeu como pode terminar a reestruturação do sector energético, que implica a troca da participação que os italianos da Eni detêm na Galp. Só depois de concretizada esta operação é que o Governo pode concluir a venda da Galp ao consórcio privado Petrocer. Mas também não se pode dizer que tudo tenha corrido mal à "eléctrica". O ano acabou por ser positivo na consolidação da presença em Espanha, com a compra da Hidrocantábrico, e com o aumento de capital no montante de 1,2 mil milhões de euros, a maior operação já realizada por uma empresa portuguesa.
Portucel - A Portucel terminou o ano com uma má notícia - a despromoção do principal índice da bolsa portuguesa, o PSI-20. Esta despromoção aconteceu porque o título passou a ter uma liquidez muito reduzida, em consequência do atribulado processo de privatização da empresa, decidida em Abril. Depois de ter recusado o modelo de dispersão pública de capital, como o grupo Sonae reclamava, o Governo acabou por vender um lote indivisível de 30 por cento do capital ao grupo de Pedro Queirós Pereira. A saída da Sonae foi previamente negociada com o BES e com a CGD, em concertação com o grupo Semapa. A CMVM entendeu que a situação criada obrigava a uma OPA, de que resultou um reforço da posição accionista do empresário para mais de 60 por cento. O Estado ainda detém 26 por cento da empresa, restando muito pouco capital disperso em bolsa. A consequência só poderia ser a saída do PSI-20, até que o grupo de Pedro Queirós Pereira faça alguma coisa para melhorar a liquidez do título
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EUA
Optimismo dos "Cincos" Moderado
Por PEDRO RIBEIRO
Segunda-feira, 03 de Janeiro de 2005
No final de cada ano, os analistas dos mercados financeiros socorrem-se de um arsenal de dados históricos para prever a evolução das bolsas nos 12 meses seguintes. Peter Eliades, economista americano citado pela CBS News, augura um 2005 risonho para Wall Street com base num dado original: o Dow Jones, índice mais famoso da bolsa de Nova Iorque, sobe apreciavelmente em todos os anos acabados em cinco.
Com efeito, durante o século XX, o Dow subiu pelo menos 10 por cento em todos os anos cujo último dígito é um cinco. A subida média é de 38 por cento; isso significaria que o Dow, que fechou 2004 na casa dos 10.800 pontos, atingiria o nível estratosférico de 14.800 pontos.
Há mais optimistas em Nova Iorque. Um analista da Prudential Securities declarou ao "Wall Street Journal" que o Dow poderá acumular ganhos acima dos 20 por cento em 2005 - ultrapassando a barreira dos 13 mil pontos.
Este optimismo é baseado no comportamento do mercado americano nos últimos meses de 2004 - após três trimestres de altos e baixos, as acções de Wall Street recuperaram substancialmente a partir de Outubro. A maior parte dos analistas é contudo mais cautelosa, e aponta para ganhos mais conservadores (entre os oito e os dez por cento) em 2005.
Há vários factores para temperar o optimismo. Os "défices gémeos" dos EUA deverão continuar a agravar-se; a situação geopolítica no Médio Oriente mantém-se difícil, sendo previsível que o preço do petróleo continue em alta; a Reserva Federal (banco central americano) deverá prosseguir a sua política de aumentos graduais das taxas de juro; e o dólar não dá sinais de estancar a sua queda livre face ao euro.
Para lá de tudo isto, as acções americanas continuam relativamente "caras" aos seus preços actuais. Na relação preço/lucros, as acções do índice Standard & Poor's 500 valem 18 vezes mais que os resultados das suas firmas. Nas bolsas europeias, o rácio é mais baixo (as acções valem 13 a 14 vezes mais que os lucros).
Optimismo dos "Cincos" Moderado
Por PEDRO RIBEIRO
Segunda-feira, 03 de Janeiro de 2005
No final de cada ano, os analistas dos mercados financeiros socorrem-se de um arsenal de dados históricos para prever a evolução das bolsas nos 12 meses seguintes. Peter Eliades, economista americano citado pela CBS News, augura um 2005 risonho para Wall Street com base num dado original: o Dow Jones, índice mais famoso da bolsa de Nova Iorque, sobe apreciavelmente em todos os anos acabados em cinco.
Com efeito, durante o século XX, o Dow subiu pelo menos 10 por cento em todos os anos cujo último dígito é um cinco. A subida média é de 38 por cento; isso significaria que o Dow, que fechou 2004 na casa dos 10.800 pontos, atingiria o nível estratosférico de 14.800 pontos.
Há mais optimistas em Nova Iorque. Um analista da Prudential Securities declarou ao "Wall Street Journal" que o Dow poderá acumular ganhos acima dos 20 por cento em 2005 - ultrapassando a barreira dos 13 mil pontos.
Este optimismo é baseado no comportamento do mercado americano nos últimos meses de 2004 - após três trimestres de altos e baixos, as acções de Wall Street recuperaram substancialmente a partir de Outubro. A maior parte dos analistas é contudo mais cautelosa, e aponta para ganhos mais conservadores (entre os oito e os dez por cento) em 2005.
Há vários factores para temperar o optimismo. Os "défices gémeos" dos EUA deverão continuar a agravar-se; a situação geopolítica no Médio Oriente mantém-se difícil, sendo previsível que o preço do petróleo continue em alta; a Reserva Federal (banco central americano) deverá prosseguir a sua política de aumentos graduais das taxas de juro; e o dólar não dá sinais de estancar a sua queda livre face ao euro.
Para lá de tudo isto, as acções americanas continuam relativamente "caras" aos seus preços actuais. Na relação preço/lucros, as acções do índice Standard & Poor's 500 valem 18 vezes mais que os resultados das suas firmas. Nas bolsas europeias, o rácio é mais baixo (as acções valem 13 a 14 vezes mais que os lucros).
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Europa
Pouco Entusiasmo para 2005
Por R.S.
Segunda-feira, 03 de Janeiro de 2005
São moderadas as perspectivas de evolução das bolsas europeias para 2005. A valorização do euro e o elevado preço do petróleo estão a roubar competitividade às empresas do "velho" Continente, pelo que as expectativas de evolução dos mercados são bastante ténues. Em relação à bolsa portuguesa, as perspectivas são um pouco mais difíceis de fazer, pela situação de fraco crescimento da economia nacional e pela elevada debilidade das contas públicas. O novo presidente da Euronext Lisboa, Miguel Athayde Marques, que hoje assume a liderança da bolsa, vai encontrar uma conjuntura difícil.
Os prognósticos são sempre difíceis de fazer antes do "jogo". Mesmo assim, Valentim Martins, director da área comercial do Caixa-Banco de Investimentos, admite "um começo de ano de 2005 com quebras acentuadas nas bolsas", ao contrário do que aconteceu no início de 2004. Para Valentim Martins, as perspectivas para 2005 "são fracas, mesmo sombrias", destacando que a prejudicar o desempenho das bolsas estarão as expectativas menos positivas sobre a evolução da economia norte-americana, com a desvalorização do dólar a ser gerada pelos elevados défices gémeos e a obrigar a subidas de taxas de juro, e ainda o elevado preço do petróleo e a valorização do euro face ao dólar, que prejudica a economia europeia. Em relação à bolsa portuguesa, a situação complica-se pela existência de eleições legislativas em Fevereiro, especialmente se daí não resultar um Governo maioritário, capaz de inverter a situação das finanças públicas e de dar um empurrão à economia nacional. Este responsável admite que a situação poderá melhorar um pouco no segundo semestre.
Nas perspectivas para 2005, os analistas da Espírito Santo Research (ESR) destacam que o euro vai manter a tendência de subida, o que será negativo para a economia europeia, mas apesar disso mostram-se bastante optimistas em relação à bolsa portuguesa, estimando uma valorização de 19 por cento no próximo ano.
Pedro Mendes, do Millennium bcp investimento, admite que a condicionar os mercados em geral estará "a possibilidade de baixa de estimativas de resultados das empresas, bem como uma subida forte das taxas de juro". Em relação à bolsa nacional, selecciona um grupo restrito de empresas que podem apresentar uma evolução positiva
Pouco Entusiasmo para 2005
Por R.S.
Segunda-feira, 03 de Janeiro de 2005
São moderadas as perspectivas de evolução das bolsas europeias para 2005. A valorização do euro e o elevado preço do petróleo estão a roubar competitividade às empresas do "velho" Continente, pelo que as expectativas de evolução dos mercados são bastante ténues. Em relação à bolsa portuguesa, as perspectivas são um pouco mais difíceis de fazer, pela situação de fraco crescimento da economia nacional e pela elevada debilidade das contas públicas. O novo presidente da Euronext Lisboa, Miguel Athayde Marques, que hoje assume a liderança da bolsa, vai encontrar uma conjuntura difícil.
Os prognósticos são sempre difíceis de fazer antes do "jogo". Mesmo assim, Valentim Martins, director da área comercial do Caixa-Banco de Investimentos, admite "um começo de ano de 2005 com quebras acentuadas nas bolsas", ao contrário do que aconteceu no início de 2004. Para Valentim Martins, as perspectivas para 2005 "são fracas, mesmo sombrias", destacando que a prejudicar o desempenho das bolsas estarão as expectativas menos positivas sobre a evolução da economia norte-americana, com a desvalorização do dólar a ser gerada pelos elevados défices gémeos e a obrigar a subidas de taxas de juro, e ainda o elevado preço do petróleo e a valorização do euro face ao dólar, que prejudica a economia europeia. Em relação à bolsa portuguesa, a situação complica-se pela existência de eleições legislativas em Fevereiro, especialmente se daí não resultar um Governo maioritário, capaz de inverter a situação das finanças públicas e de dar um empurrão à economia nacional. Este responsável admite que a situação poderá melhorar um pouco no segundo semestre.
Nas perspectivas para 2005, os analistas da Espírito Santo Research (ESR) destacam que o euro vai manter a tendência de subida, o que será negativo para a economia europeia, mas apesar disso mostram-se bastante optimistas em relação à bolsa portuguesa, estimando uma valorização de 19 por cento no próximo ano.
Pedro Mendes, do Millennium bcp investimento, admite que a condicionar os mercados em geral estará "a possibilidade de baixa de estimativas de resultados das empresas, bem como uma subida forte das taxas de juro". Em relação à bolsa nacional, selecciona um grupo restrito de empresas que podem apresentar uma evolução positiva
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Três Portuguesas Entre as 200 Maiores do Brasil
Segunda-feira, 03 de Janeiro de 2005
A Portugal Telecom, a Electricidade de Portugal (EDP) e a Sonae estão no "ranking" dos "200 Maiores Grupos" com actuação no Brasil em termos de receita bruta em 2003, segundo o anuário lançado pelo jornal "Valor Económico". O grupo PT está na 51ª posição, com uma receita bruta consolidada de 4,89 mil milhões de reais (1,34 mil milhões de euros, ao câmbio actual) em 2003. O grupo EDP aparece na 54ª posição, uma subida de 32 posições em relação à edição anterior, tendo registado uma receita bruta consolidada no Brasil em 2003 de 4,39 mil milhões de reais (1,19 mil milhões de euros), um aumento de 113,9 por cento em relação a 2002. O grupo Sonae aparece na 64ª posição, duas posições abaixo em relação ao resultado do mesmo anuário anterior. A receita bruta consolidada do grupo Sonae no Brasil em 2003 foi de 3,73 mil milhões de reais (1,02 mil milhões de euros), um aumento de 11,1 por cento em relação ao registado em 2002.
Marcas de telemóveis optimistas para 2005
As principais marcas de telemóveis em Portugal esperam um ano de 2005 favorável, com acréscimo de vendas, segundo um inquérito da Lusa aos seis principais fabricantes de terminais. O inquérito foi respondido pela Alcatel, Motorola, Samsung, Siemens e SonyEricsson - apenas a Nokia, líder do mercado, não respondeu. Os investimentos anunciados no alargamento da cobertura da rede GSM e o esperado crescimento na utilização de telemóveis de terceira geração (UMTS) suportam o entusiasmo dos construtores.
Efacec garante financiamento do BEI
A Efacec anunciou na semana passada ter obtido um financiamento de 27 milhões de euros junto do Banco Europeu de Investimento (BEI), para um plano de investimentos em curso, avaliado em 42 milhões de euros. Segundo o comunicado divulgado pela empresa de engenharia electromecânica de Matosinhos, o investimento destina-se ao aumento de capacidade de produção, melhoria do produto na área de investigação e desenvolvimento e "consolidação" do balanço e passivo de curto prazo. O nível de endividamento do grupo é considerado "satisfatório" e "ligeiramente melhor do que no início do ano", refere a empresa em comunicado divulgado através da entidade reguladora do mercado de capitais (CMVM).
Segunda-feira, 03 de Janeiro de 2005
A Portugal Telecom, a Electricidade de Portugal (EDP) e a Sonae estão no "ranking" dos "200 Maiores Grupos" com actuação no Brasil em termos de receita bruta em 2003, segundo o anuário lançado pelo jornal "Valor Económico". O grupo PT está na 51ª posição, com uma receita bruta consolidada de 4,89 mil milhões de reais (1,34 mil milhões de euros, ao câmbio actual) em 2003. O grupo EDP aparece na 54ª posição, uma subida de 32 posições em relação à edição anterior, tendo registado uma receita bruta consolidada no Brasil em 2003 de 4,39 mil milhões de reais (1,19 mil milhões de euros), um aumento de 113,9 por cento em relação a 2002. O grupo Sonae aparece na 64ª posição, duas posições abaixo em relação ao resultado do mesmo anuário anterior. A receita bruta consolidada do grupo Sonae no Brasil em 2003 foi de 3,73 mil milhões de reais (1,02 mil milhões de euros), um aumento de 11,1 por cento em relação ao registado em 2002.
Marcas de telemóveis optimistas para 2005
As principais marcas de telemóveis em Portugal esperam um ano de 2005 favorável, com acréscimo de vendas, segundo um inquérito da Lusa aos seis principais fabricantes de terminais. O inquérito foi respondido pela Alcatel, Motorola, Samsung, Siemens e SonyEricsson - apenas a Nokia, líder do mercado, não respondeu. Os investimentos anunciados no alargamento da cobertura da rede GSM e o esperado crescimento na utilização de telemóveis de terceira geração (UMTS) suportam o entusiasmo dos construtores.
Efacec garante financiamento do BEI
A Efacec anunciou na semana passada ter obtido um financiamento de 27 milhões de euros junto do Banco Europeu de Investimento (BEI), para um plano de investimentos em curso, avaliado em 42 milhões de euros. Segundo o comunicado divulgado pela empresa de engenharia electromecânica de Matosinhos, o investimento destina-se ao aumento de capacidade de produção, melhoria do produto na área de investigação e desenvolvimento e "consolidação" do balanço e passivo de curto prazo. O nível de endividamento do grupo é considerado "satisfatório" e "ligeiramente melhor do que no início do ano", refere a empresa em comunicado divulgado através da entidade reguladora do mercado de capitais (CMVM).
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Missão Possível
Tempo de Nova Moeda
Por JOSÉ MARIA ALBUQUERQUE E MARGARIDA MATOS ROSA
Segunda-feira, 03 de Janeiro de 2005
A política voltou à política. A crise governativa com que nos deparámos desde há um mês veio criar espaço, tanto à direita como à esquerda, para um diálogo renovado com o eleitorado. É necessário, por um lado, que este seja verdadeiramente interveniente se quiser ver melhorada a actuação da classe política; por outro lado, esta última deverá provocar internamente, em cada órbita partidária, a mudança no sentido de responsabilizar e aumentar as capacidades técnicas dos seus participantes.
Repescando uma ideia essencial, colocada por Cavaco Silva e citando o próprio: "Porque é que há o afastamento das elites profissionais da vida partidária portuguesa e como trazê-las de volta?" Esta questão, que não chegou a ser devidamente debatida devido à ressonância do turbilhão das recentes demissões e não-demissões, deverá ser imposta na agenda da próxima campanha pela opinião pública ou pelos partidos com consciência cívica. De preferência, antes até.
Esta é, de facto, uma boa oportunidade para quem queira aplicar a sua responsabilidade geracional encontrar a forma do seu comprometimento. Há espaço para o inconformismo. Uma esquerda socializante que desvalorize o confronto social, a luta de classes e a vontade colectiva que mascara e desculpabiliza a acção individual. Como há, no lado liberalizante, o "aggiornamento" de um novo humanismo para que a liberdade individual se harmonize e concilie com uma responsabilidade social na saúde, na escola, bem como noutras esferas, e que recusando o igualitarismo garanta e promova a equidade (num pressuposto de partilha, pela troca, não pela divisão).
Estes modelos renovados à direita e à esquerda devem reformar a administração pública, responsabilizar, promover e qualificar os seus funcionários, desmantelar o corporativismo judiciário, desblindar as carreiras universitárias. Devem promover a excelência no ensino e assumir o combate à evasão escolar tanto ou mais que à evasão fiscal, obter um mercado de trabalho mais flexível catalisando as vantagens integradoras da nossa sociedade e valorizando a interacção social. Devem visar a estabilidade económica em que prosperam as nações e promover o que merece ser promovido nos mercados internacionais. Devem criar um Estado que contribua activamente para a construção das políticas europeias sem ser um agente passivo das mesmas. Isto dá um sentido à política. Isto dá um rumo ao país. Isto devolve a política à política.
O eleitorado, que é como quem diz o país, pode por um lado vingar-se do estado actual da nação numa apatia de quem já viu tudo, já percebeu tudo e não acredita em nada. Mas, se esta atitude lhe poupa dores de cabeça, retirará dela algum benefício? Nenhum, a não ser a certeza de que o seu bem-estar económico (e não só) continuará a deteriorar-se e que o dos seus filhos será com certeza inferior aos níveis médios europeus.
O eleitor-cidadão pode, por outro lado, fazer ver desde já (mais vale tarde que nunca!) que quer elites profissionais no governo, seja ele qual for. E como não se pode almejar filiá-las, de um momento para o outro ou em dois meses, nos partidos nacionais, a formação de listas para a próxima assembleia deveria contar já (e não "a posteriori") com nomes independentes e credenciais fortes. Há um eleitorado significativo que quer ver nomes destes nas listas. O partido que marcar essa diferença tem uma oportunidade rara de conquistar o eleitorado que se tornou céptico e que, desde logo, não vê razão para sacrificar um seu domingo de Fevereiro. O eleitorado "civil" quer provas de que os partidos que eleger desempenharão a função de o servir e não de se servirem. O cidadão não quer eleger políticos profissionais, mas profissionais temporariamente políticos.
O eleitorado quer que a classe política se empenhe em debater ideias, não em combater pessoas. Quer que se promova um modelo de desenvolvimento que assente na dignidade do indivíduo, na sua plena e mais esclarecida participação em sociedade, no respeito e na valorização das nossas instituições. O modelo que se arranjar terá de ser superior ao de atirar uma moeda ao ar. Afinal de que serve a lei de Gresham, se todas as moedas que se atiram ao ar, boas ou más, têm sempre afinal uma cara e uma coroa? Queremos acreditar que há mais para além disto.
*Membros do "Missão Possível", grupo cívico de informação e opinião. jm.albuquerque@netcabo.pt e mmr@alumni.princeton.edu
Tempo de Nova Moeda
Por JOSÉ MARIA ALBUQUERQUE E MARGARIDA MATOS ROSA
Segunda-feira, 03 de Janeiro de 2005
A política voltou à política. A crise governativa com que nos deparámos desde há um mês veio criar espaço, tanto à direita como à esquerda, para um diálogo renovado com o eleitorado. É necessário, por um lado, que este seja verdadeiramente interveniente se quiser ver melhorada a actuação da classe política; por outro lado, esta última deverá provocar internamente, em cada órbita partidária, a mudança no sentido de responsabilizar e aumentar as capacidades técnicas dos seus participantes.
Repescando uma ideia essencial, colocada por Cavaco Silva e citando o próprio: "Porque é que há o afastamento das elites profissionais da vida partidária portuguesa e como trazê-las de volta?" Esta questão, que não chegou a ser devidamente debatida devido à ressonância do turbilhão das recentes demissões e não-demissões, deverá ser imposta na agenda da próxima campanha pela opinião pública ou pelos partidos com consciência cívica. De preferência, antes até.
Esta é, de facto, uma boa oportunidade para quem queira aplicar a sua responsabilidade geracional encontrar a forma do seu comprometimento. Há espaço para o inconformismo. Uma esquerda socializante que desvalorize o confronto social, a luta de classes e a vontade colectiva que mascara e desculpabiliza a acção individual. Como há, no lado liberalizante, o "aggiornamento" de um novo humanismo para que a liberdade individual se harmonize e concilie com uma responsabilidade social na saúde, na escola, bem como noutras esferas, e que recusando o igualitarismo garanta e promova a equidade (num pressuposto de partilha, pela troca, não pela divisão).
Estes modelos renovados à direita e à esquerda devem reformar a administração pública, responsabilizar, promover e qualificar os seus funcionários, desmantelar o corporativismo judiciário, desblindar as carreiras universitárias. Devem promover a excelência no ensino e assumir o combate à evasão escolar tanto ou mais que à evasão fiscal, obter um mercado de trabalho mais flexível catalisando as vantagens integradoras da nossa sociedade e valorizando a interacção social. Devem visar a estabilidade económica em que prosperam as nações e promover o que merece ser promovido nos mercados internacionais. Devem criar um Estado que contribua activamente para a construção das políticas europeias sem ser um agente passivo das mesmas. Isto dá um sentido à política. Isto dá um rumo ao país. Isto devolve a política à política.
O eleitorado, que é como quem diz o país, pode por um lado vingar-se do estado actual da nação numa apatia de quem já viu tudo, já percebeu tudo e não acredita em nada. Mas, se esta atitude lhe poupa dores de cabeça, retirará dela algum benefício? Nenhum, a não ser a certeza de que o seu bem-estar económico (e não só) continuará a deteriorar-se e que o dos seus filhos será com certeza inferior aos níveis médios europeus.
O eleitor-cidadão pode, por outro lado, fazer ver desde já (mais vale tarde que nunca!) que quer elites profissionais no governo, seja ele qual for. E como não se pode almejar filiá-las, de um momento para o outro ou em dois meses, nos partidos nacionais, a formação de listas para a próxima assembleia deveria contar já (e não "a posteriori") com nomes independentes e credenciais fortes. Há um eleitorado significativo que quer ver nomes destes nas listas. O partido que marcar essa diferença tem uma oportunidade rara de conquistar o eleitorado que se tornou céptico e que, desde logo, não vê razão para sacrificar um seu domingo de Fevereiro. O eleitorado "civil" quer provas de que os partidos que eleger desempenharão a função de o servir e não de se servirem. O cidadão não quer eleger políticos profissionais, mas profissionais temporariamente políticos.
O eleitorado quer que a classe política se empenhe em debater ideias, não em combater pessoas. Quer que se promova um modelo de desenvolvimento que assente na dignidade do indivíduo, na sua plena e mais esclarecida participação em sociedade, no respeito e na valorização das nossas instituições. O modelo que se arranjar terá de ser superior ao de atirar uma moeda ao ar. Afinal de que serve a lei de Gresham, se todas as moedas que se atiram ao ar, boas ou más, têm sempre afinal uma cara e uma coroa? Queremos acreditar que há mais para além disto.
*Membros do "Missão Possível", grupo cívico de informação e opinião. jm.albuquerque@netcabo.pt e mmr@alumni.princeton.edu
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Economia Europeia
Euro, Seis Anos de Sucesso
Segunda-feira, 03 de Janeiro de 2005
A maioria das incertezas e preocupações iniciais foram afastadas. Esta instituição [BCE] ainda relativamente jovem ganhou rapidamente a confiança dos cidadãos e das economias globais. Um indicador actual é que os bancos centrais do mundo estão a acumular uma porção crescente das suas divisas estrangeiras em euros e não em dólares dos EUA
Wim Duisenberg*
A 1 de Janeiro, o euro celebrou o seu sexto aniversário. Hoje, recordamos um período em que o Banco Central Europeu (BCE) prosseguiu com sucesso uma política monetária única orientada para a estabilidade servindo mais de 300 milhões de cidadãos.
Este é um feito notável. Quando o tratado de Maastricht foi ratificado, em 1993, muitos duvidavam que as uniões económica ou monetária pudessem funcionar. O objectivo do tratado era reconhecido como positivo - mas concretizável apenas num futuro indefinido. Para surpresa de muitos, a Europa mostrou grande determinação para garantir que a moeda única se tornasse numa realidade.
Uma política monetária única para uma área compreendendo 11 - e depois 12 - países, cada um com um Governo nacional soberano, era algo de totalmente novo. Seria compatível com as políticas fiscais autónomas de cada país? Tendo em conta a natureza descentralizada do sistema, poderiam os interesses nacionais distorcer a condução da política monetária?
Encontro várias razões para o sucesso do BCE em implementar uma política monetária supranacional - e portanto estabelecer com firmeza a estabilidade do euro. Primeiro, o mandato do BCE - consagrado no tratado de Maastricht - é fomentar e manter a estabilidade de preços. A concentração no objectivo de manter uma taxa de inflação baixa e estável é o melhor contributo que uma política monetária pode dar ao bem-estar económico, ao crescimento sustentável, e à criação de empregos.
Em segundo lugar, o tratado fez do BCE talvez o mais independente dos bancos centrais do mundo. Existe sempre uma tentação política de recorrer a expansões monetárias impróprias para resolver problemas circunstanciais à custa do crescimento a longo prazo. A independência institucional permitiu ao banco central conduzir a sua política monetária de forma consistente, isolada de influências políticas de curto prazo.
É verdade que os primeiros anos do BCE foram um "baptismo de fogo". Abençoada a princípio com uma taxa de inflação muito baixa na Zona Euro, a moeda única cedo teve de enfrentar uma série de choques. O maior impacto veio a início de uma subida em flecha dos preços do petróleo, e mais tarde de um câmbio enfraquecido, que causou uma subida no preço das importações. Ao fim de 2000, os preços do petróleo haviam atingido níveis que não eram vistos desde o início da década de 90.
Estes choques estavam, naturalmente, para lá do controlo do BCE. A resposta a eles, contudo, implicava evitar que estes choques se tornassem parte integral das previsões da inflação a médio e longo prazo. Neste contexto - e tendo em conta a robusta expansão económica registada em 1999 e 2000, os mercados financeiros ainda em alta, e a acumulação continuada de um excesso de liquidez - o Concelho de Governadores do BCE afastou os riscos para a estabilidade de preços.
Deparou-se um desafio maior com o abrandamento dos mercados bolsistas, com o ataque terrorista contra os EUA em 2001, e com as guerras no Afeganistão e no Iraque. Estes acontecimentos prejudicaram a economia mundial, tirando-lhe dinâmica e confiança.
Há um ano surgiu um outro período de pessimismo excessivo. No Verão de 2003, o debate público e o ambiente nos mercados na Zona Euro foram influenciados pela deflação continuada no Japão, e pela expectativa de um potencial processo de desinflação na América. Alguns observadores viam o risco de uma deflação prolongada também na Zona Euro.
A nossa análise foi diferente. A inflação na Zona Euro estava então ligeiramente acima dos dois por cento. Dados os movimentos no câmbio do euro nos meses anteriores e o crescimento vagaroso na Zona Euro, esperávamos que as taxas de inflação descessem, mas apenas para níveis próximos dos dois por cento.
Com efeito, a nossa análise monetária sugeria que o risco de uma deflação prolongada era irrisório. Por isso, não reagimos com medidas exageradas. Continuámos a guiar a política monetária através do nosso entendimento dos riscos para a estabilidade de preços a médio prazo. Esta orientação deu frutos. Os receios de deflação na Zona Euro desapareceram rapidamente, e no final de 2003 começou uma retoma incipiente.
Há várias lições a tirar destes três episódios. Primeiro, em todos os casos mantivemo-nos claramente concentrados no nosso mandato de estabilidade de preços. Em segundo lugar, mantivemos uma direcção firme, guiados pela nossa orientação de médio prazo, ignorando diagnósticos excessivamente simples e reacções mecânicas a alguns indicadores. Em terceiro lugar, tentámos conduzir os mercados e inspirar confiança na política monetária, assim ajudando a estabilizar a economia, mantendo as previsões de inflação a níveis compatíveis com a nossa definição de estabilidade de preços.
A breve história da política monetária do BCE é portanto uma história de sucesso. A maioria das incertezas e preocupações iniciais - e, até certo ponto, o cepticismo - foram afastadas. Esta instituição ainda relativamente jovem - tal como a moeda única que gere - ganhou rapidamente a confiança dos cidadãos e das economias globais. Um indicador actual é que os bancos centrais do mundo estão a acumular uma porção crescente das suas divisas estrangeiras em euros e não em dólares dos EUA.
A principal questão agora é se o BCE será capaz de manter a sua reputação perante o alargamento da Zona Euro nos próximos anos. Com efeito, quando o BCE foi estabelecido, alguns observadores mostraram-se preocupados sobre as possíveis ineficácias de um Conselho de Governadores alegadamente demasiado numeroso, e sobre as possíveis distorções nas suas deliberações devido a considerações nacionais. Contudo, estas preocupações não tinham razão de ser.
O mesmo vale para os receios sobre os efeitos de um eventual alargamento da Zona Euro. As regras de votação aprovadas unanimemente pelo Conselho de Governadores e adoptadas pelo Conselho Europeu no início de 2003 prepararam bem o BCE. Todos os governadores, independentemente dos seus direitos de voto, continuarão a assistir às reuniões do Conselho de Governadores, e a participar integralmente nas suas discussões. Para além disso, o princípio "um membro, um voto" continuará válido e aplicar-se-á a todos os membros que exerçam direito de voto. Assim, o sistema de voto é suficientemente robusto para acomodar até 27 membros da Zona Euro.
Para além disso, o novo sistema de voto é transparente e, acima de tudo, automático, reforçando assim a independência do BCE. Isto irá facilitar a conduta da política monetária, reduzindo a incerteza e aumentando ainda mais a sua credibilidade. Como o mundo aprendeu, a credibilidade e a fiabilidade são dois dos atributos mais importantes do BCE.
*Primeiro presidente do Banco Central Europeu
Copyright Project Syndicate, Janeiro 2005
Euro, Seis Anos de Sucesso
Segunda-feira, 03 de Janeiro de 2005
A maioria das incertezas e preocupações iniciais foram afastadas. Esta instituição [BCE] ainda relativamente jovem ganhou rapidamente a confiança dos cidadãos e das economias globais. Um indicador actual é que os bancos centrais do mundo estão a acumular uma porção crescente das suas divisas estrangeiras em euros e não em dólares dos EUA
Wim Duisenberg*
A 1 de Janeiro, o euro celebrou o seu sexto aniversário. Hoje, recordamos um período em que o Banco Central Europeu (BCE) prosseguiu com sucesso uma política monetária única orientada para a estabilidade servindo mais de 300 milhões de cidadãos.
Este é um feito notável. Quando o tratado de Maastricht foi ratificado, em 1993, muitos duvidavam que as uniões económica ou monetária pudessem funcionar. O objectivo do tratado era reconhecido como positivo - mas concretizável apenas num futuro indefinido. Para surpresa de muitos, a Europa mostrou grande determinação para garantir que a moeda única se tornasse numa realidade.
Uma política monetária única para uma área compreendendo 11 - e depois 12 - países, cada um com um Governo nacional soberano, era algo de totalmente novo. Seria compatível com as políticas fiscais autónomas de cada país? Tendo em conta a natureza descentralizada do sistema, poderiam os interesses nacionais distorcer a condução da política monetária?
Encontro várias razões para o sucesso do BCE em implementar uma política monetária supranacional - e portanto estabelecer com firmeza a estabilidade do euro. Primeiro, o mandato do BCE - consagrado no tratado de Maastricht - é fomentar e manter a estabilidade de preços. A concentração no objectivo de manter uma taxa de inflação baixa e estável é o melhor contributo que uma política monetária pode dar ao bem-estar económico, ao crescimento sustentável, e à criação de empregos.
Em segundo lugar, o tratado fez do BCE talvez o mais independente dos bancos centrais do mundo. Existe sempre uma tentação política de recorrer a expansões monetárias impróprias para resolver problemas circunstanciais à custa do crescimento a longo prazo. A independência institucional permitiu ao banco central conduzir a sua política monetária de forma consistente, isolada de influências políticas de curto prazo.
É verdade que os primeiros anos do BCE foram um "baptismo de fogo". Abençoada a princípio com uma taxa de inflação muito baixa na Zona Euro, a moeda única cedo teve de enfrentar uma série de choques. O maior impacto veio a início de uma subida em flecha dos preços do petróleo, e mais tarde de um câmbio enfraquecido, que causou uma subida no preço das importações. Ao fim de 2000, os preços do petróleo haviam atingido níveis que não eram vistos desde o início da década de 90.
Estes choques estavam, naturalmente, para lá do controlo do BCE. A resposta a eles, contudo, implicava evitar que estes choques se tornassem parte integral das previsões da inflação a médio e longo prazo. Neste contexto - e tendo em conta a robusta expansão económica registada em 1999 e 2000, os mercados financeiros ainda em alta, e a acumulação continuada de um excesso de liquidez - o Concelho de Governadores do BCE afastou os riscos para a estabilidade de preços.
Deparou-se um desafio maior com o abrandamento dos mercados bolsistas, com o ataque terrorista contra os EUA em 2001, e com as guerras no Afeganistão e no Iraque. Estes acontecimentos prejudicaram a economia mundial, tirando-lhe dinâmica e confiança.
Há um ano surgiu um outro período de pessimismo excessivo. No Verão de 2003, o debate público e o ambiente nos mercados na Zona Euro foram influenciados pela deflação continuada no Japão, e pela expectativa de um potencial processo de desinflação na América. Alguns observadores viam o risco de uma deflação prolongada também na Zona Euro.
A nossa análise foi diferente. A inflação na Zona Euro estava então ligeiramente acima dos dois por cento. Dados os movimentos no câmbio do euro nos meses anteriores e o crescimento vagaroso na Zona Euro, esperávamos que as taxas de inflação descessem, mas apenas para níveis próximos dos dois por cento.
Com efeito, a nossa análise monetária sugeria que o risco de uma deflação prolongada era irrisório. Por isso, não reagimos com medidas exageradas. Continuámos a guiar a política monetária através do nosso entendimento dos riscos para a estabilidade de preços a médio prazo. Esta orientação deu frutos. Os receios de deflação na Zona Euro desapareceram rapidamente, e no final de 2003 começou uma retoma incipiente.
Há várias lições a tirar destes três episódios. Primeiro, em todos os casos mantivemo-nos claramente concentrados no nosso mandato de estabilidade de preços. Em segundo lugar, mantivemos uma direcção firme, guiados pela nossa orientação de médio prazo, ignorando diagnósticos excessivamente simples e reacções mecânicas a alguns indicadores. Em terceiro lugar, tentámos conduzir os mercados e inspirar confiança na política monetária, assim ajudando a estabilizar a economia, mantendo as previsões de inflação a níveis compatíveis com a nossa definição de estabilidade de preços.
A breve história da política monetária do BCE é portanto uma história de sucesso. A maioria das incertezas e preocupações iniciais - e, até certo ponto, o cepticismo - foram afastadas. Esta instituição ainda relativamente jovem - tal como a moeda única que gere - ganhou rapidamente a confiança dos cidadãos e das economias globais. Um indicador actual é que os bancos centrais do mundo estão a acumular uma porção crescente das suas divisas estrangeiras em euros e não em dólares dos EUA.
A principal questão agora é se o BCE será capaz de manter a sua reputação perante o alargamento da Zona Euro nos próximos anos. Com efeito, quando o BCE foi estabelecido, alguns observadores mostraram-se preocupados sobre as possíveis ineficácias de um Conselho de Governadores alegadamente demasiado numeroso, e sobre as possíveis distorções nas suas deliberações devido a considerações nacionais. Contudo, estas preocupações não tinham razão de ser.
O mesmo vale para os receios sobre os efeitos de um eventual alargamento da Zona Euro. As regras de votação aprovadas unanimemente pelo Conselho de Governadores e adoptadas pelo Conselho Europeu no início de 2003 prepararam bem o BCE. Todos os governadores, independentemente dos seus direitos de voto, continuarão a assistir às reuniões do Conselho de Governadores, e a participar integralmente nas suas discussões. Para além disso, o princípio "um membro, um voto" continuará válido e aplicar-se-á a todos os membros que exerçam direito de voto. Assim, o sistema de voto é suficientemente robusto para acomodar até 27 membros da Zona Euro.
Para além disso, o novo sistema de voto é transparente e, acima de tudo, automático, reforçando assim a independência do BCE. Isto irá facilitar a conduta da política monetária, reduzindo a incerteza e aumentando ainda mais a sua credibilidade. Como o mundo aprendeu, a credibilidade e a fiabilidade são dois dos atributos mais importantes do BCE.
*Primeiro presidente do Banco Central Europeu
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Para cumprir PEC
Contabilidade Criativa na Eurolândia É Generalizada
Segunda-feira, 03 de Janeiro de 2005
Como há perda de reputação para os países que infringem o défice mas não para os que falham a dívida, os Governos acabam por recorrer à desorçamentação, confirma estudo de dois economistas do Bundesbank
PÚBLICO/Lusa
A rigidez das regras orçamentais da zona euro estimulou os Governos dos Estados-membros a recorrer à contabilidade criativa para cumprir as metas determinadas, conclui um estudo de Jurgen von Hagen e Giuntram Wolff, economistas do banco central alemão, Deutsche Bundesbank.
O pacto de estabilidade e crescimento (PEC) determina que os Doze não podem apresentar, sob ameaça de penalidades, um défice orçamental anual superior ao equivalente a três por cento do produto interno bruto (PIB) nem uma dívida pública superior a 60 por cento do PIB. Segundo os autores, o problema é que o enfoque da vigilância do cumprimento do pacto tem sido colocado mais no défice do que na dívida. Como há perda de reputação para os que infringem o défice, mas não para os que falham a dívida, os Governos são incentivados a desorçamentar, isto é, a excluir despesas do orçamento e a levá-las directamente à dívida para esconder os défices reais e apresentar valores dentro dos parâmetros exigidos pelo PEC.
A desorçamentação pode ser feita, por exemplo, não pagando as indemnizações compensatórias devidas às empresas de serviços públicos e depois aumentar o seu capital. A vantagem é que as primeiras são despesa corrente e entram para o cálculo do défice enquanto as injecções de capital não. A dimensão da criatividade depende do custo para o Governo, em termos de reputação e do custo económico de cumprir a regra. A probabilidade de recorrer à contabilidade criativa diminui com o risco de a 'batota' ser descoberta e aumenta com o custo económico associado ao cumprimento das regras estipuladas, como, por exemplo, criar uma recessão no país em virtude da necessidade de reduzir despesas.
De forma geral, a lógica que se seguiu à introdução do PEC foi a reorientação da actividade orçamental de instrumentos sujeitos às restrições do pacto para outros isentos destas restrições. Ou seja, segundo os autores do estudo, a a redução dos défices públicos na zona euro não correspondeu a qualquer consolidação real das contas públicas dos países membros.
A metodologia
Para testar a sua tese de recurso à contabilidade criativa, Jurgen von Hagen e Giuntram Wolff analisaram a evolução da dívida pública entre 1980 e 2003 nos Quinze Estados-membros da União Europeia. Em teoria, tudo o resto constante, a dívida pública no final do período (2003) deveria corresponder à soma da dívida pública no início do período (1980) com os défices acumulados nesse período. Na prática, a totalidade dos países apresentavam em 2003 dívidas públicas superiores às que resultariam da simples adição dos défices acumulados depois de 1980, o que indicia recurso generalizado à contabilidade criativa, embora com variações substanciais de país para país.
A Finlândia era o Estado-membro que apresentava maior diferença entre a dívida pública real e esperada: 64 pontos percentuais do PIB. Os finlandeses partiram em 1980 com uma dívida pública de 11 por cento do PIB e chegaram a a 2003 com 45 por cento do PIB. Como entre 1981 e 2003 registaram saldos orçamentais positivos equivalentes a 30 por cento do PIB deveriam chegar ao último ano com uma dívida pública negativa de 19 por cento do PIB. Segundo os autores isso não aconteceu porque em vez de amortizar a dívida pública, os Governos finlandeses preferiram comprar activos para o património público. No extremo oposto surge o Reino Unido com uma dívida superior ao esperado em apenas um ponto percentual do PIB. Portugal aparece em décimo lugar com uma dívida pública real cinco pontos percentuais maior do que o previsto.
Contudo os dois economistas alertam que os números devem ser analisados com cuidado pois as diferenças entre a dívida pública real e a esperada não resultam apenas de práticas de desorçamentação. Citando a Comissão Europeia, os autores dão como exemplos as receitas de privatização - que não passam pelo orçamento servindo apenas para amortizar dívida pública ou financiar operações de reestruturação de empresas públicas - e as alterações cambiais - que têm impacte na dívida denominada em moeda estrangeira. Apesar destas ressalvas os autores afirmam, citando de novo a CE, que diferenças persistentes entre a dívida pública real e esperada devem ser vistas com preocupação uma vez indiciam uma "inapropriada" contabilização de despesas públicas podendo mesmo conduzir à revisão dos défices passados.
Para saber mais: "What do deficits tell us about debts. Empirical evidence on creative accouting with fiscal rules in the EU", de Jurgen von Hagen e Giuntram Wolff.
www.cepr.org/pubs/dps/DP4759.asp
Contabilidade Criativa na Eurolândia É Generalizada
Segunda-feira, 03 de Janeiro de 2005
Como há perda de reputação para os países que infringem o défice mas não para os que falham a dívida, os Governos acabam por recorrer à desorçamentação, confirma estudo de dois economistas do Bundesbank
PÚBLICO/Lusa
A rigidez das regras orçamentais da zona euro estimulou os Governos dos Estados-membros a recorrer à contabilidade criativa para cumprir as metas determinadas, conclui um estudo de Jurgen von Hagen e Giuntram Wolff, economistas do banco central alemão, Deutsche Bundesbank.
O pacto de estabilidade e crescimento (PEC) determina que os Doze não podem apresentar, sob ameaça de penalidades, um défice orçamental anual superior ao equivalente a três por cento do produto interno bruto (PIB) nem uma dívida pública superior a 60 por cento do PIB. Segundo os autores, o problema é que o enfoque da vigilância do cumprimento do pacto tem sido colocado mais no défice do que na dívida. Como há perda de reputação para os que infringem o défice, mas não para os que falham a dívida, os Governos são incentivados a desorçamentar, isto é, a excluir despesas do orçamento e a levá-las directamente à dívida para esconder os défices reais e apresentar valores dentro dos parâmetros exigidos pelo PEC.
A desorçamentação pode ser feita, por exemplo, não pagando as indemnizações compensatórias devidas às empresas de serviços públicos e depois aumentar o seu capital. A vantagem é que as primeiras são despesa corrente e entram para o cálculo do défice enquanto as injecções de capital não. A dimensão da criatividade depende do custo para o Governo, em termos de reputação e do custo económico de cumprir a regra. A probabilidade de recorrer à contabilidade criativa diminui com o risco de a 'batota' ser descoberta e aumenta com o custo económico associado ao cumprimento das regras estipuladas, como, por exemplo, criar uma recessão no país em virtude da necessidade de reduzir despesas.
De forma geral, a lógica que se seguiu à introdução do PEC foi a reorientação da actividade orçamental de instrumentos sujeitos às restrições do pacto para outros isentos destas restrições. Ou seja, segundo os autores do estudo, a a redução dos défices públicos na zona euro não correspondeu a qualquer consolidação real das contas públicas dos países membros.
A metodologia
Para testar a sua tese de recurso à contabilidade criativa, Jurgen von Hagen e Giuntram Wolff analisaram a evolução da dívida pública entre 1980 e 2003 nos Quinze Estados-membros da União Europeia. Em teoria, tudo o resto constante, a dívida pública no final do período (2003) deveria corresponder à soma da dívida pública no início do período (1980) com os défices acumulados nesse período. Na prática, a totalidade dos países apresentavam em 2003 dívidas públicas superiores às que resultariam da simples adição dos défices acumulados depois de 1980, o que indicia recurso generalizado à contabilidade criativa, embora com variações substanciais de país para país.
A Finlândia era o Estado-membro que apresentava maior diferença entre a dívida pública real e esperada: 64 pontos percentuais do PIB. Os finlandeses partiram em 1980 com uma dívida pública de 11 por cento do PIB e chegaram a a 2003 com 45 por cento do PIB. Como entre 1981 e 2003 registaram saldos orçamentais positivos equivalentes a 30 por cento do PIB deveriam chegar ao último ano com uma dívida pública negativa de 19 por cento do PIB. Segundo os autores isso não aconteceu porque em vez de amortizar a dívida pública, os Governos finlandeses preferiram comprar activos para o património público. No extremo oposto surge o Reino Unido com uma dívida superior ao esperado em apenas um ponto percentual do PIB. Portugal aparece em décimo lugar com uma dívida pública real cinco pontos percentuais maior do que o previsto.
Contudo os dois economistas alertam que os números devem ser analisados com cuidado pois as diferenças entre a dívida pública real e a esperada não resultam apenas de práticas de desorçamentação. Citando a Comissão Europeia, os autores dão como exemplos as receitas de privatização - que não passam pelo orçamento servindo apenas para amortizar dívida pública ou financiar operações de reestruturação de empresas públicas - e as alterações cambiais - que têm impacte na dívida denominada em moeda estrangeira. Apesar destas ressalvas os autores afirmam, citando de novo a CE, que diferenças persistentes entre a dívida pública real e esperada devem ser vistas com preocupação uma vez indiciam uma "inapropriada" contabilização de despesas públicas podendo mesmo conduzir à revisão dos défices passados.
Para saber mais: "What do deficits tell us about debts. Empirical evidence on creative accouting with fiscal rules in the EU", de Jurgen von Hagen e Giuntram Wolff.
www.cepr.org/pubs/dps/DP4759.asp
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Luz verde nos seguros
A Autoridade da Concorrência (AdC) aprovou a compra da Seguros e Pensões, "holding" seguradora do grupo BCP, pela Caixa Geral de Depósitos (CGD), mas com condições e obrigações. A CGD, para ultrapassar as reservas da AdC quanto ao facto da operação poder criar uma posição dominante no mercado de seguros do ramo não-vida, decidiu assumir três compromissos - um dos quais é vender a terceiros, no prazo de um ano, o canal telefónico de seguro automóvel Seguro Directo Gere. A CGD compromete-se ainda a limitar os mediadores em regime de exclusividade da Caixa Seguros a um máximo de um terço do número total de mediadores inscritos no Instituto de Seguros de Portugal. Um terceiro compromisso diz respeito à limitação a um período máximo de dois anos da utilização da marca Médis pela CGD, relativa à carteira transferida nesta operação, e da correspondente gestão de sinistros pelo BCP.
Euro soma recordes
A moeda única europeia continua imparável em crescimento face ao dólar e ao iene. Na passada quarta-feira chegou a 1,3648 dólares culminando cinco sessões consecutivas a bater máximos históricos e a provar que a fasquia dos 1,40 dólares não está muito distante. Face à divisa japonesa, alcançou os 141,55 ienes. Sem indicadores que sustentem uma tão forte valorização, os analistas tendem a considerar que a situação tem ainda a ver com recentes declarações de George W. Bush, que afirmou desejar um dólar forte mas com uma cotação fixada exclusivamente pelo mercado. O que quer dizer que a Casa Branca lava as mãos do processo e não deverá voltar-se tão cedo para a resolução do problema dos défices gémeos, que tanto tem penalizado a nota verde.
A economia informal
A economia paralela já representa um pouco mais de 22 por cento do produto interno bruto português. Uns 29 mil milhões de euros que fogem ao controlo oficial e que escapam à tributação. O número é citado num artigo de dois economistas que foi colocado no sítio do Banco de Portugal. Os dois investigadores mostram que a informalidade é geralmente maior nos países menos desenvolvidos e, no contexto europeu, é a sul que se encontram os índices mais elevados. Excesso de regulamentação e uma justiça que não é eficaz são as razões para o crescimento da informalidade económica.
O Pai Natal da PT
A Portugal Telecom é de uma enorme generosidade para com os seus accionistas. Já o sabíamos. E num Natal cheio de interrogações face ao que será o próximo ano, a empresa não se esqueceu de deixar uma prenda no sapato de quem nela investe. Um prémio que consiste na redução do capital na mesma ordem de grandeza do programa de "share buy back" - sete por cento. A PT Multimédia vai comprar até 10 por cento do seu capital, em 2005, e vai dividir cada uma das acções representativas do seu capital em duas ("stock split"). A estrutura escolhida para o programa consiste na atribuição de um direito por cada acção detida. Dez direitos conferem o direito de venda de uma acção da PTM por 21,50 euros. "Este preço representa um prémio de cerca de 20 por cento sobre a média ponderada das cotações de fecho das acções da PTM na Euronext Lisboa nas 30 sessões que antecederam o anúncio", sustenta a empresa. É o Pai Natal PT.
Agenda: Hoje, 3
·Os órgãos nacionais da Ordem dos Economistas para o triénio 2005/2007 tomam posse, às 12h, na sede da Ordem. Murteira Nabo é o novo bastonário.
·A nova composição do PSI-20, que resulta da revisão semestral ordinária, entra hoje em vigor. A Reditus e a Novabase ocupam os lugares da Teixeira Duarte e da Portucel.
·Entram em vigor as alterações ao índice Euronext 100, após a revisão trimestral. Estreiam três índices novos - o CCac Mid100, o Cac Small90 e o Allshares Index.
Terça, 4
·Os corpos sociais da Câmara dos Técnicos Oficiais de Contas para o triénio 2005/2007 tomam posse, pelas 18h30, no Hotel Sheraton, em Lisboa.
·O ministro da Agricultura, Pescas e Florestas, Costa Neves, é recebido, pelas 10h, na Câmara Municipal da Lousã, onde participa na apresentação do projecto "Intervenção na ZIF da Serra Lousã" e procede à assinatura do projecto "Sensibilização e Voluntariado Português". Às 11h, efectua uma visita ao Laboratório de Estudos sobre Incêndios Florestais, situado no Aeródromo da Lousã. Pelas 12h, visita o Centro de Operações Técnicas Florestais.
Quarta, 5
·O ministro da Agricultura, Pescas e Florestas, Costa Neves, desloca-se hoje a Rio Maior e Alenquer. Pelas 9h, efectua uma visita à exploração de Frango de Agricultura Biológica, em Asseiceira. Às 10h30, visita a exploração de Frango Campestre Propor, igualmente em Asseiceira. Pelas 11h30, visita a Área Industrial da Interaves, na Quinta da Venda, em Marés, Alenquer. Às 12h30, reúne-se com a direcção da Socampestre e Associados, no mesmo local.
Quinta, 6
·O Banco de Portugal divulga o Boletim Económico de Dezembro.
·Deverá ficar concluída a investigação levada a cabo pela Comissão Europeia ao projecto conjunto da Microsoft e da Time Warner de repartir o controlo da empresa de "software" anti-pirataria ContenGuard, por considerar que a operação pode violar as regras de concorrência.
Sexta, 7
·O PÚBLICO e o Centro Regional do Porto da Universidade Católica Portuguesa dão seguimento ao II ciclo de conferências "Olhares cruzados sobre o Porto". Hoje, às 21h30, no auditório A1 da Católica (Pólo da Foz), debate-se o tema "Porto: o comboio da inovação já passou?". Com José Tribolet, Paulo Azevedo e Manuel Sobrinho Simões (moderação).
·Termina o prazo para o pagamento das dívidas fiscais, por parte dos clubes, referentes ao 'totonegócio'
A Autoridade da Concorrência (AdC) aprovou a compra da Seguros e Pensões, "holding" seguradora do grupo BCP, pela Caixa Geral de Depósitos (CGD), mas com condições e obrigações. A CGD, para ultrapassar as reservas da AdC quanto ao facto da operação poder criar uma posição dominante no mercado de seguros do ramo não-vida, decidiu assumir três compromissos - um dos quais é vender a terceiros, no prazo de um ano, o canal telefónico de seguro automóvel Seguro Directo Gere. A CGD compromete-se ainda a limitar os mediadores em regime de exclusividade da Caixa Seguros a um máximo de um terço do número total de mediadores inscritos no Instituto de Seguros de Portugal. Um terceiro compromisso diz respeito à limitação a um período máximo de dois anos da utilização da marca Médis pela CGD, relativa à carteira transferida nesta operação, e da correspondente gestão de sinistros pelo BCP.
Euro soma recordes
A moeda única europeia continua imparável em crescimento face ao dólar e ao iene. Na passada quarta-feira chegou a 1,3648 dólares culminando cinco sessões consecutivas a bater máximos históricos e a provar que a fasquia dos 1,40 dólares não está muito distante. Face à divisa japonesa, alcançou os 141,55 ienes. Sem indicadores que sustentem uma tão forte valorização, os analistas tendem a considerar que a situação tem ainda a ver com recentes declarações de George W. Bush, que afirmou desejar um dólar forte mas com uma cotação fixada exclusivamente pelo mercado. O que quer dizer que a Casa Branca lava as mãos do processo e não deverá voltar-se tão cedo para a resolução do problema dos défices gémeos, que tanto tem penalizado a nota verde.
A economia informal
A economia paralela já representa um pouco mais de 22 por cento do produto interno bruto português. Uns 29 mil milhões de euros que fogem ao controlo oficial e que escapam à tributação. O número é citado num artigo de dois economistas que foi colocado no sítio do Banco de Portugal. Os dois investigadores mostram que a informalidade é geralmente maior nos países menos desenvolvidos e, no contexto europeu, é a sul que se encontram os índices mais elevados. Excesso de regulamentação e uma justiça que não é eficaz são as razões para o crescimento da informalidade económica.
O Pai Natal da PT
A Portugal Telecom é de uma enorme generosidade para com os seus accionistas. Já o sabíamos. E num Natal cheio de interrogações face ao que será o próximo ano, a empresa não se esqueceu de deixar uma prenda no sapato de quem nela investe. Um prémio que consiste na redução do capital na mesma ordem de grandeza do programa de "share buy back" - sete por cento. A PT Multimédia vai comprar até 10 por cento do seu capital, em 2005, e vai dividir cada uma das acções representativas do seu capital em duas ("stock split"). A estrutura escolhida para o programa consiste na atribuição de um direito por cada acção detida. Dez direitos conferem o direito de venda de uma acção da PTM por 21,50 euros. "Este preço representa um prémio de cerca de 20 por cento sobre a média ponderada das cotações de fecho das acções da PTM na Euronext Lisboa nas 30 sessões que antecederam o anúncio", sustenta a empresa. É o Pai Natal PT.
Agenda: Hoje, 3
·Os órgãos nacionais da Ordem dos Economistas para o triénio 2005/2007 tomam posse, às 12h, na sede da Ordem. Murteira Nabo é o novo bastonário.
·A nova composição do PSI-20, que resulta da revisão semestral ordinária, entra hoje em vigor. A Reditus e a Novabase ocupam os lugares da Teixeira Duarte e da Portucel.
·Entram em vigor as alterações ao índice Euronext 100, após a revisão trimestral. Estreiam três índices novos - o CCac Mid100, o Cac Small90 e o Allshares Index.
Terça, 4
·Os corpos sociais da Câmara dos Técnicos Oficiais de Contas para o triénio 2005/2007 tomam posse, pelas 18h30, no Hotel Sheraton, em Lisboa.
·O ministro da Agricultura, Pescas e Florestas, Costa Neves, é recebido, pelas 10h, na Câmara Municipal da Lousã, onde participa na apresentação do projecto "Intervenção na ZIF da Serra Lousã" e procede à assinatura do projecto "Sensibilização e Voluntariado Português". Às 11h, efectua uma visita ao Laboratório de Estudos sobre Incêndios Florestais, situado no Aeródromo da Lousã. Pelas 12h, visita o Centro de Operações Técnicas Florestais.
Quarta, 5
·O ministro da Agricultura, Pescas e Florestas, Costa Neves, desloca-se hoje a Rio Maior e Alenquer. Pelas 9h, efectua uma visita à exploração de Frango de Agricultura Biológica, em Asseiceira. Às 10h30, visita a exploração de Frango Campestre Propor, igualmente em Asseiceira. Pelas 11h30, visita a Área Industrial da Interaves, na Quinta da Venda, em Marés, Alenquer. Às 12h30, reúne-se com a direcção da Socampestre e Associados, no mesmo local.
Quinta, 6
·O Banco de Portugal divulga o Boletim Económico de Dezembro.
·Deverá ficar concluída a investigação levada a cabo pela Comissão Europeia ao projecto conjunto da Microsoft e da Time Warner de repartir o controlo da empresa de "software" anti-pirataria ContenGuard, por considerar que a operação pode violar as regras de concorrência.
Sexta, 7
·O PÚBLICO e o Centro Regional do Porto da Universidade Católica Portuguesa dão seguimento ao II ciclo de conferências "Olhares cruzados sobre o Porto". Hoje, às 21h30, no auditório A1 da Católica (Pólo da Foz), debate-se o tema "Porto: o comboio da inovação já passou?". Com José Tribolet, Paulo Azevedo e Manuel Sobrinho Simões (moderação).
·Termina o prazo para o pagamento das dívidas fiscais, por parte dos clubes, referentes ao 'totonegócio'
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Personagem: Álvaro Barreto
Segunda-feira, 03 de Janeiro de 2005
O Governo está em funções de gestão, mas o ministro das Actividades Económicas não meteu o pé no travão. Na semana que passou esteve particularmente activo, a anunciar licenças para a construção de novas centrais eléctricas (que farão reduzir o peso da EDP na produção de energia eléctrica), a negociar com os espanhóis o avanço do mercado ibérico da electricidade, a ultimar a forma de ultrapassar, com a ENI, os impactos do chumbo de Bruxelas à reorganização do negócio do gás. Apanhado pela forma incompetente como o anterior Governo e o ex-ministro Carlos Tavares trataram a questão do gás com a Comissão Europeia, Barreto não tem outro remédio que não seja o de colar os cacos. E tem-no feito com inegável mestria.
Segunda-feira, 03 de Janeiro de 2005
O Governo está em funções de gestão, mas o ministro das Actividades Económicas não meteu o pé no travão. Na semana que passou esteve particularmente activo, a anunciar licenças para a construção de novas centrais eléctricas (que farão reduzir o peso da EDP na produção de energia eléctrica), a negociar com os espanhóis o avanço do mercado ibérico da electricidade, a ultimar a forma de ultrapassar, com a ENI, os impactos do chumbo de Bruxelas à reorganização do negócio do gás. Apanhado pela forma incompetente como o anterior Governo e o ex-ministro Carlos Tavares trataram a questão do gás com a Comissão Europeia, Barreto não tem outro remédio que não seja o de colar os cacos. E tem-no feito com inegável mestria.
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Bolsa de Lisboa Recuperou Cinco Mil Milhões de Euros
Balanço 2004
Bolsa de Lisboa Recuperou Cinco Mil Milhões de Euros
Segunda-feira, 03 de Janeiro de 2005
O PSI-20 fechou o ano de 2004 com uma valorização de 12,22 por cento, uma das maiores da Europa. A subida representa uma recuperação de quase cinco mil milhões de euros no valor de mercado das empresas que integram o índice. A segunda metade do ano ficou marcada por algum pessimismo e as perspectivas para 2005 são moderadas
Anabela Campos e Rosa Soares
A Euronext Lisboa está entre as bolsas mundiais que acumularam maiores valorizações em 2004. O PSI-20, que agrupa as principais empresas nacionais cotadas, aproximou-se do fecho do ano com um ganho anual de 12,22 por cento (valor de fecho de quinta-feira, restando apenas meia sessão de bolsa de sexta-feira). A subida representa, em capitalização bolsista, uma valorização de quase cinco mil milhões de euros, superando ligeiramente o valor de 2001.
Em 2004, a capitalização das 20 empresas que integram o índice totalizava 33,949 mil milhões de euros, representando cerca de um quarto do Produto Interno Bruto nacional. Em 2003, este valor era de 29,103 mil milhões de euros, bem mais que os 24,035 mil milhões de euros de 2002. Em 2001, a capitalização bolsista era de 32,314 mil milhões de euros.
A valorização de 12 por cento do PSI-20 fica abaixo dos 18 por cento que chegou a apresentar nos primeiros meses do ano, e dos 15,8 que conseguiu em 2003, mas não deixa de representar uma forte recuperação. Francisco Garcia dos Santos, presidente da Associação Portuguesa de Corretores, disse ao PÚBLICO que "2004 fica marcado pela consolidação do movimento de subida que começou em 2003". Valentim Martins, director da área comercial do Caixa-Banco de Investimentos, admite que a bolsa terminou num bom nível, especialmente depois da quebra de expectativas que se verificou no terceiro e quatro trimestres. Pedro Mendes, do Millennium bcp investimentos, destaca que a evolução da bolsa portuguesa compara favoravelmente com outros índices internacionais. Refere também que a segunda metade do ano foi marcada por perspectivas menos optimistas sobre a economia portuguesa.
A apenas uma sessão do fecho de ano, as maiores subidas da Europa foram registadas pela bolsa de Milão (+18,13 por cento), e de Madrid (+16,36 por cento). A praça de Lisboa ocupa o terceiro lugar, bem à frente da alemã (+7,34 por cento) e de Londres (+7,58 por cento). O Euro Stock 50, que agrupa as 50 maiores companhias europeias, fechou o ano com um saldo positivo de 6,89 por cento. Nas bolsas norte-americanas, os ganhos foram modestos, com o Dow Jones a subir 3,6 por cento, o Nasdaq Compositive a valorizar 8,73 por cento e a S&P 500 a conquistar 9,25 por cento. No Japão, a variação do Nikkei ficou-se pelos 7,61 por cento.
Da euforia à apatia
Dado o comportamento geral dos mercados, a valorização da praça portuguesa não deixa de ser surpreendente, especialmente se enquadrado numa conjuntura de fraco crescimento da economia portuguesa e de um longo período de instabilidade política. A isto ainda se juntam algumas situações concretas nas maiores empresas cotadas, caso do "chumbo" de Bruxelas à integração do gás na EDP, do atraso na venda da Seguros & Pensões por parte do BCP e da atribulada privatização da Portucel.
Entre as empresas com maior ponderação no índice, a maior subida aconteceu na PT (+12,53 por cento). A EDP e o BCP ganharam respectivamente 6,7 e 6,21 por cento. A liderar os ganhos esteve a Impresa (+68,57 por cento), seguida da Sonae SGPS (+62,61 por cento) e da SonaeCom (+59,49 por cento). Ganhos ainda significativos na Pararede (+46,15 por cento) e na Cofina (45,6 por cento). A Media Capital, que entrou em Bolsa em Março deste ano, passando a integrar o PSI-20 desde Junho, ganhou 26,4 por cento.
O ano de 2004 começou com muito optimismo na bolsa portuguesa e nos mercados accionistas internacionais. Os investidores estavam confiantes numa recuperação das maiores economias mundiais e entram em força nos mercados. Mas muita coisa correu mal, particularmente a partir do primeiro trimestre, pelos que os ganhos acumulados nos primeiros meses foram parcialmente anulados nos seguintes. Nesses acontecimentos estão os atentados terroristas em Madrid, a instabilidade político-militar no Iraque, o aumento galopante do preço do petróleo, a valorização do euro face ao dólar, a subida das taxas de juro nos Estados Unidos, com a continuação do crescimento dos défices gémeos norte-americanos (externo e orçamental) e ainda as eleições norte-americanas, que terminaram com a reeleição de George W. Bush.
Bolsa de Lisboa Recuperou Cinco Mil Milhões de Euros
Segunda-feira, 03 de Janeiro de 2005
O PSI-20 fechou o ano de 2004 com uma valorização de 12,22 por cento, uma das maiores da Europa. A subida representa uma recuperação de quase cinco mil milhões de euros no valor de mercado das empresas que integram o índice. A segunda metade do ano ficou marcada por algum pessimismo e as perspectivas para 2005 são moderadas
Anabela Campos e Rosa Soares
A Euronext Lisboa está entre as bolsas mundiais que acumularam maiores valorizações em 2004. O PSI-20, que agrupa as principais empresas nacionais cotadas, aproximou-se do fecho do ano com um ganho anual de 12,22 por cento (valor de fecho de quinta-feira, restando apenas meia sessão de bolsa de sexta-feira). A subida representa, em capitalização bolsista, uma valorização de quase cinco mil milhões de euros, superando ligeiramente o valor de 2001.
Em 2004, a capitalização das 20 empresas que integram o índice totalizava 33,949 mil milhões de euros, representando cerca de um quarto do Produto Interno Bruto nacional. Em 2003, este valor era de 29,103 mil milhões de euros, bem mais que os 24,035 mil milhões de euros de 2002. Em 2001, a capitalização bolsista era de 32,314 mil milhões de euros.
A valorização de 12 por cento do PSI-20 fica abaixo dos 18 por cento que chegou a apresentar nos primeiros meses do ano, e dos 15,8 que conseguiu em 2003, mas não deixa de representar uma forte recuperação. Francisco Garcia dos Santos, presidente da Associação Portuguesa de Corretores, disse ao PÚBLICO que "2004 fica marcado pela consolidação do movimento de subida que começou em 2003". Valentim Martins, director da área comercial do Caixa-Banco de Investimentos, admite que a bolsa terminou num bom nível, especialmente depois da quebra de expectativas que se verificou no terceiro e quatro trimestres. Pedro Mendes, do Millennium bcp investimentos, destaca que a evolução da bolsa portuguesa compara favoravelmente com outros índices internacionais. Refere também que a segunda metade do ano foi marcada por perspectivas menos optimistas sobre a economia portuguesa.
A apenas uma sessão do fecho de ano, as maiores subidas da Europa foram registadas pela bolsa de Milão (+18,13 por cento), e de Madrid (+16,36 por cento). A praça de Lisboa ocupa o terceiro lugar, bem à frente da alemã (+7,34 por cento) e de Londres (+7,58 por cento). O Euro Stock 50, que agrupa as 50 maiores companhias europeias, fechou o ano com um saldo positivo de 6,89 por cento. Nas bolsas norte-americanas, os ganhos foram modestos, com o Dow Jones a subir 3,6 por cento, o Nasdaq Compositive a valorizar 8,73 por cento e a S&P 500 a conquistar 9,25 por cento. No Japão, a variação do Nikkei ficou-se pelos 7,61 por cento.
Da euforia à apatia
Dado o comportamento geral dos mercados, a valorização da praça portuguesa não deixa de ser surpreendente, especialmente se enquadrado numa conjuntura de fraco crescimento da economia portuguesa e de um longo período de instabilidade política. A isto ainda se juntam algumas situações concretas nas maiores empresas cotadas, caso do "chumbo" de Bruxelas à integração do gás na EDP, do atraso na venda da Seguros & Pensões por parte do BCP e da atribulada privatização da Portucel.
Entre as empresas com maior ponderação no índice, a maior subida aconteceu na PT (+12,53 por cento). A EDP e o BCP ganharam respectivamente 6,7 e 6,21 por cento. A liderar os ganhos esteve a Impresa (+68,57 por cento), seguida da Sonae SGPS (+62,61 por cento) e da SonaeCom (+59,49 por cento). Ganhos ainda significativos na Pararede (+46,15 por cento) e na Cofina (45,6 por cento). A Media Capital, que entrou em Bolsa em Março deste ano, passando a integrar o PSI-20 desde Junho, ganhou 26,4 por cento.
O ano de 2004 começou com muito optimismo na bolsa portuguesa e nos mercados accionistas internacionais. Os investidores estavam confiantes numa recuperação das maiores economias mundiais e entram em força nos mercados. Mas muita coisa correu mal, particularmente a partir do primeiro trimestre, pelos que os ganhos acumulados nos primeiros meses foram parcialmente anulados nos seguintes. Nesses acontecimentos estão os atentados terroristas em Madrid, a instabilidade político-militar no Iraque, o aumento galopante do preço do petróleo, a valorização do euro face ao dólar, a subida das taxas de juro nos Estados Unidos, com a continuação do crescimento dos défices gémeos norte-americanos (externo e orçamental) e ainda as eleições norte-americanas, que terminaram com a reeleição de George W. Bush.
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