Caldeirão da Bolsa

António Borges poderá ser candidato ?

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

comentário

por jotabil » 5/12/2004 14:13

Ouvi...que uma equipa de arquitectos tinha sido premiada...pelo que idealizou para a mata de sesimbra......e depois na reportagem pareceu-me que se progredia no sentido que idealizo.
Mas talvez não seja isso.
Mas existe um modo diferente de viver para além desta voragem liberal ...que nos sufoca e exclui.
Obrigado pela atenção.


cumps
Se naufragares no meio do mar,toma desde logo, duas resoluções:- Uma primeira é manteres-te à tona; - Uma segunda é nadar para terra;
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caro Jotabil

por Sesimbrense » 4/12/2004 19:59

Aprecio muito as tuas crónicas pelo objectivo de mudança que transportam as tuas mensagens. É como se alguém tivesse a ser asfixiado e gritasse por socorro....
Possivelmente lá chegará esse dia, mas a apologia do que se está a fazer ou vai, na mata de Sesimbra deixa-me um bocado embaraçado.

Conheço pessoalmente essa mata, a sua história longínqua e recente.Compreendo a ideia dos donos em quererem lucros rápidos e chorudos mas, se existe interesse nacional em defender, não é com o que se lá vai fazer que se defende.É melhor do que o que lá têm feito até agora, que é vergonhoso ,e deviam ser presos os responsáveis.

Mas aquela frondosa mata merecia a continuação do dever patriótico(e económico) para que foi criada. Preferia ver as arribas de Sesimbra com construções do mar até ao castelo do que ver a destruição dessa mata- antigo estuário do Tejo.

O mesmo acontesse na serra da Arrábida: uma jóia dos movimentos enrrugantes da crosta terrestre que, para ser preservada, mais valia deixarem construir uma faixa junto ao mar do que fazerem o que estão a fazer.

Ainda não é isso o advento da tua imaginação....penso eu

um abraço
Sesimbrense
 

comentário

por jotabil » 4/12/2004 15:43

Atentem, se fazem o favor.....no espirito que emerge.....nesse novo modo de organizar o espaço na mata de sesimbra.....para mim é um sinal....dos tempos que aí vêm...inexoravelmente. Oxalá....os hiperliberais não queiram tirar mais valias dessa realidade.
É o começo do tempos que vêm...e Portugal está novamente no vento.
É malta nova.....que apenas coloca o seu génio ao serviço do homem.

Que não morra essa ideia...foi a melhor notícia que ouvi nestes últimos tempos.


cumps.
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por MarcoAntonio » 4/12/2004 15:16

Bender Escreveu:
MarcoAntonio Escreveu:Relativamente aos portugueses, são pessoas capazes naturalmente e já deram provas disso muitas vezes.

Mas torna-se obvio (pelo menos para mim) que funcionam melhor quando são dirigidos por outros ou quando funcionam isolados do seu ambiente. O que dá cabo de tudo é o corporativismo, o partidarismo e o clubismo (isso nota-se na política, no futebol e numa data de outras coisas).


Excelente Marco. Penso que a discussão devia avançar a partir desta premissa, se quiserem. Isto, obviamente para quem a aceitar... :mrgreen:

Já há bastante tempo cheguei a esta mesma conclusão, e tento encontrar a solução para a nossa incapacidade para nos auto-governarmos. E agora ?

Será que a solução deve vir de "fora" (UE) ?
Penso que a UE nos "guiou" para fora do abismo nos últimos anos, com as restrições orçamentais, euro e transposição de directivas comunitárias, já para não falar dos subsídios. Mas certamente não encontramos o nosso caminho. Será preciso uma mão mais forte?

Ou então devemos alterar o nosso regime.
Que tal passarmos para um regime presidencialista onde o presidente escolheria o 1º Ministro. Evitaríamos as eleições legislativas (temos muitas eleições) e eventualmente com o seu sentido de estado o presidente escolheria os melhores directamente, evitando assim a via-sacra que é necessária para chegar a 1º ministro, com os medíocres a emergirem cada vez mais.

Existem outras hipóteses mais radicais. :mrgreen:

Marco, tens ideias sobre isto ? (compreendo, se eventualmente não responderes :wink: )

Abraço,
Bender


Na minha opinião, a solução está em mudar a mentalidade do povo português em geral. O que só se faz lentamente e com um trabalho de fundo.

Somos, de uma forma geral: egoístas, mesquinhos, invejosos, corporativistas, partidaristas, clubistas...

E com isto travamos o país e plantamos um campo-minado ao nosso Futuro.

O que falta é um sentido de interesse nacional que se sobreponha ao interesse particular.
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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por Amadora » 4/12/2004 13:22

desiludido Escreveu:O ex ministro das finanças do ps , infelizmente ja nao esta entre nos.
Mas recordo que media o estado da economia nacional pelo quantidade de telemoveis vendidos.
:P :P :P :P



Seja franco ou Sousa franco ?
Amadora
 

por desiludido » 4/12/2004 13:21

O ex ministro das finanças do ps , infelizmente ja nao esta entre nos.
Mas recordo que media o estado da economia nacional pelo quantidade de telemoveis vendidos.
:P :P :P :P
desiludido
 

por Bender » 4/12/2004 10:02

MarcoAntonio Escreveu:Relativamente aos portugueses, são pessoas capazes naturalmente e já deram provas disso muitas vezes.

Mas torna-se obvio (pelo menos para mim) que funcionam melhor quando são dirigidos por outros ou quando funcionam isolados do seu ambiente. O que dá cabo de tudo é o corporativismo, o partidarismo e o clubismo (isso nota-se na política, no futebol e numa data de outras coisas).


Excelente Marco. Penso que a discussão devia avançar a partir desta premissa, se quiserem. Isto, obviamente para quem a aceitar... :mrgreen:

Já há bastante tempo cheguei a esta mesma conclusão, e tento encontrar a solução para a nossa incapacidade para nos auto-governarmos. E agora ?

Será que a solução deve vir de "fora" (UE) ?
Penso que a UE nos "guiou" para fora do abismo nos últimos anos, com as restrições orçamentais, euro e transposição de directivas comunitárias, já para não falar dos subsídios. Mas certamente não encontramos o nosso caminho. Será preciso uma mão mais forte?

Ou então devemos alterar o nosso regime.
Que tal passarmos para um regime presidencialista onde o presidente escolheria o 1º Ministro. Evitaríamos as eleições legislativas (temos muitas eleições) e eventualmente com o seu sentido de estado o presidente escolheria os melhores directamente, evitando assim a via-sacra que é necessária para chegar a 1º ministro, com os medíocres a emergirem cada vez mais.

Existem outras hipóteses mais radicais. :mrgreen:

Marco, tens ideias sobre isto ? (compreendo, se eventualmente não responderes :wink: )

Abraço,
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politica....

por jotabil » 4/12/2004 2:33

Mas o que é a politica.....senão um conjunto de acções para atingir objectivos de toda uma comunidade......Os tais objectivos ...para os quais se constrói um modelo geopolitico.....e cuja parxis leva a geoestratégia...e sequentemente às estratégias sectoriais...que a concretizam.
Por isso se diz que a guerra ..é continuação da politica por outros meios....enfim....coisas.
Essa de dirigentes....como se fossem seres cósmicos...existentes em função de génios exclusivos...e raros....também não aceito...todos nos complementamos...e é a partir deste conceito....de sermos complementares uns dos outros que nascerá o futuro... alguém disse que no futuro a célula social será a existencia de comunidades estruturadas por complementaridades dos elementos constituintes de tal modo que a tornam autárcita sob uma infosfera que une culturalmente o espaço constituído pela eventual agregação solidaria entre elas.

A globlização...é apenas uma tentativa dos que ocultamente dominam ....de travar essa emergência....

Bem ...mas deve ser da hora... e devo estar a falar em modo alegórico.....o raio do borges.....mais a sua prometida reengenharia......deixa-me neste estado....


cumps.
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Jotabil

por Dwer » 4/12/2004 1:50

A ver se me explico em relação à nata e às elites.
São palavras da nossa língua e são para usar e não para ter medo ou desprezo por elas.
Exemplo: Um operário electricista, com capacidade organizadora, inteligente qb, com faro para a política e, pricipalmente, com uma grande compreensão e clarividência sobre os desejos dos seus concidadãos. Sindicalista de grande mérito. Um membro da elite operária, sindicalista e política. Lech Walesa.

Um operário torneiro mecânico - Lula da Silva
Um professor de Economia - Cavaco Silva
Outro sindicalista - Carvalho da Silva
Um investigador que contestou a teoria da relatividade pela primeira vez - João Magueijo (acho que é João)
Outro investigador, no campo das neurociências - António Damásio.

Podia continuar a dar exemplos de nata da sociedade e de elites.

É deste tipo de pessoas que devem sair os dirigentes.
Muitos não têm vocação, outros não têm interesse pela política, mas entre mortos e feridos algo tem que se arranjar.

Espero ter-me explicado.

Abraço,
Abraço,
Dwer

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por Visitante » 4/12/2004 1:16

Bender Escreveu:
maisum Escreveu: Suponho eu que foi um general romano, que disse acerca de nós : "um povo que não se governa, nem se deixa governar".


«Neste ponto da Península, existe um povo que não se governa nem se deixa governar!»...

...terá dito Adriano, nas suas memórias, acerca dos Lusitanos.

:oops:
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por NGM » 4/12/2004 0:59

Sinto necessidade de reiterar uma ideia, já veiculada por alguns, e bem expressa pelo sr. Marco António...

A classe política é o reflexo da mentalidade do país: não são cidadãos especiais (diferentes dos outros), são cidadãos em circunstâncias especiais (em circunstâncias diferentes das dos outros).


A classe política, a classe médica... todas elas um reflexo, uma amostra do país que somos. Para o mal e para o bem.

Agora lamentos do género "somos um magnífico povo, os políticos/líderes/patronato/e-por-aí-fora é que não servem"...
Francamente. :?

E já agora, retomo o início de tópico.
António Borges, um português muito bem sucedido por mérito próprio, parece-me envolto numa névoa verdadeiramente sebastiânica... Tal qual, num passado recente, António Vitorino.

Não vamos agora arranjar santinhos para o altar, não? :mrgreen:
 
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por jotabil » 4/12/2004 0:59

Quem diz carrapatoso......diz borbes.....ou outro que seja....prosélitos de um liberalismo....onde a reengenharia vesga e desumana pondera.
Temos de insvestir mais no espirito de todos os homens, comungando de forma solidária na realidade que vem... e deixemo-nos de natas e de estupores que ofusquem a nossa razão e ...também a nossa fé.



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por jotabil » 4/12/2004 0:41

Caro Dwer

"quero dizer a nata dos cidadãos" ........fazes-me sorrir....com essa da nata dos cidadãos....se experimentasses rebocar uma parede lá de casa...notarias...a não ser que sejas trolha..... que é uma coisa que te é dificil de conseguir....essa ideia de nata sempre me fez engulhos....parece mais uma interpretação errada do tipo de homem superior de Nietzsche...parece ser mais um modo de exclusão manipulada...nesta sociedade...ocultamente dominada.
O teu complemento é tão consideravél.....como o dos outros...para a inteireza da realidade que possamos desejar.....meu amigo....assim como a minha ...assim como a do doente...a do miserável....que nos servem de lembrança para a nossa brevidade ...e a nossa contingência... e com isso, utilmente, se fundamentam tambem..nesta humanidade.
Não fales em nata....dá uma ideia que nós somos de segunda.....e que temos de aceitar sem critério..a nossa exclusão....todos temos de dar o nosso contributo na mesma medida dos outros....ou pelo menos...convictos de que o fazemos na justa medida da nossa consciência de homens.

cumps.
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Oi Marco

por Dwer » 4/12/2004 0:07

A classe política é o reflexo da mentalidade do país: não são cidadãos especiais (diferentes dos outros), são cidadãos em circunstâncias especiais (em circunstâncias diferentes das dos outros)


A questão é que deviam ser especiais. Por isso falei da pobreza franciscana das elites. Qd falo de elites quero dizer a nata dos cidadãos qualquer que seja a sua actividade. A nata dos cidadãos em Portugal foge da política doméstica a sete pés. Só ficam os medíocres. Isso não quer dizer que os medíocres sejam o reflexo dos cidadãos. São, tão só, medíocres.

Quanto ao serem dirigidos por outros: não admitem é serem dirigidos por medíocres. Qq de nós Portugueses é assim; outro tanto não se pode dizer de um alemão ou japonês, onde a autoridade, mesmo que medíocre, é respeitada. Qd são dirigidos pela competência e mérito são excelentes.

Para o que não tenho resposta é para a persistente mediocridade das elites dirigentes. Desde o fim dos descobrimentos que andamos assim. Acho que não dirás dos tempos de D.João I e D.João II que éramos dirigidos ou funcionávamos isolados do nosso ambiente.

Abraço e venha polémica,
Abraço,
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comentário

por jotabil » 4/12/2004 0:06

Fui lendo....com alguma atenção.
Como aqueles diálogos de santo Agostinho....andei a ouvir a opinião de cada qual.....e todos somos bem portugueses..... e se contassemos uma piada para nos rir-mos todos?....Os tempos estão a mudar...penso que o liberalismo à outrance....já é demodé, face às tecnologias emergentes.....e a coisa está a dar de si....em algum lado.
O que entendi da diatribe....é que que temos de procurar um modo diferente de nos organizarmos....politica e socialmente.Um modo diferente de representatividade dos nossos interesses.....hoje existe a possibilidade de instantâneamente expressarmos a nossa vontade e....ainda mais... de podermos fazê-lo de uma forma sentida e clara....ao responsável pela conduta desta comunidade que é o nosso país. O estado unitário(regional) é um estádio de uma realidade em evolução....assim como a federação,... formas de estado... típicas de um liberalismo anquilosado e pouco adaptado já a um mundo novo e mais exigente.
Urge encontrar uma nova forma de organização social e politica que satisfaça os fins últimos do homem deste tempo e que são o que sempre foram...a sua segurança e o seu bem estar.
Quando um destes fins é ameaçado....o homem evolui no seu modo de se organizar social e politicamente.
Quando o imperio romano....não podia satisfazer essas necessidades ao cidadão das espanhas.....o império ruiu....apesar da tentativa de Caracala de estender a cidadania a todo o imperio....baldadamente. O que lhe sucedeu foi o feudalismo e depois o estado reino....o estado estamental.....and so on....
Temos apenas de aceitar a mudança.....as palavras do carrapatoso....apenas me soam como estretores de uma realidade que desaparece......para mim esse senhor é,apenas, um resultado de um hiper liberalismo que vive nos seus extremos, cruel desumano, competitivo, tendo apenas como prios a autonomia humana individual num seguimento extrénuo do kant ...iluminista e retrógrado.
Os tempos são já outros......e penso que nós .. aqui atrás de um computador....somos já actores desse tempo novo.....a questão é não nos deixarmos injectar com os morfímanos que diariamente nos são injectados ...pelos média.....a mando dos que os instrumentalizam.
Temos de pensar.....que hoje ninguém vai tirar um curso à europa e vem para aqui a dizer....novas larachas e subjectividades de entendimento aos pacóvios que por aqui moram.....nós à primeira "jarda " emitida por tal eminência...vamos de imediato verificar à net se diz a verdade ou está apenas a palavrar....... . Devemos pensar que esta possibilidade de contraditarmos o que nos querem impingir...nos dá o poder necessário para não ficarmos calados...e por nós....procurar a certeza que nos anime da melhor forma este caminho que temos de cumprir.
Tudo isto indicia que existe uma forma diferente de nos associarmos de nos complementarmos para atingir esses fins últimos que nos comovem.....a segurança e o bem estar.
Bem...resta apenas pensar.

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Ora..ora.... Sabetudo

por Bigodes de Aço » 3/12/2004 22:22

Esse exemplo do Fernado Pinto na TAP representa precisamente o contrário do que pretende demonstrar.

O Fernando Pinto,veio para a Tap, não se sabe bem como, com um ordenado tal, que eu nem tenho cabeça para o dizer:-os pagadores de impostos até se assustavam!

O certo é que há um ano ACEITOU uma redução no ordenado para METADE, de modo a continuar a desempenhar a mesma função.

A partir desta redução, parece que a coisa não vai má, apesar da subida dos combustiveis terem afectado as empresas do ramo.

A questão é esta: era este o ordenado que devia ter ganho sempre ou o anterior? Se era este, quem foi o responsável que lhe deu o dobro?Com que intenções lhe deu esse ordenado?

Caro amigo: a questão dos ordenados "fora da mão humana" e dignos da "mão divina", é tudo uma falácia para enganar os papálvos.

Gerir é um acto colectivo(até o disse)com componente individual. Há muitas maneiras de gerir e muitos momentos de gerir.
Muitas vezes são os momentos que fazem a maneira de gerir e o gestor é um mero actor de ocasião; outras,é o gestor que faz a ocasião.

Normalmente esta é a do bom gestor: o fazedor de avanços para o objectivo.

Ora bem, o Fernando Pinto foi até há pouco um gestor de momentos, se tivesse aparecido na TAP há 10 anos atrás,tinha sido presenteado com uma série de GREVES que o obrigava à dar à sola sem honra nem glória!

Não estou a diminuir as capacidades do Sr ; estou a enaltecer a CONSCIÊNCIA que se apoderou dos trabalhadores da TAP.
Se continuassem a actuar no sistema de "terra queimada que alguém vai pagar", como aconteceu muitos anos, o povo deixaria de sustentar tamanhos desmandos.Bem, não seria o povo porque há lá filhos de gente politica influente,mas a U.E parece que não estava pelos ajustes.

Ora, este acto de chamamento às realidades pode fazer um gestor do momento , o qual pode ser muito inferior a outro(s) que por lá passaram sem deixar rasto!
Bigodes de Aço
 

por MarcoAntonio » 3/12/2004 20:47

Eu não concordo com esse ponto de vista, Dwer.

A classe política é o reflexo da mentalidade do país: não são cidadãos especiais (diferentes dos outros), são cidadãos em circunstâncias especiais (em circunstâncias diferentes das dos outros).

Ponham lá cidadãos escolhidos aleatoriamente e o resultado será identico.

O mesmo se aplica a uma data de sectores, por exemplo: os tão criticados funcionarios publicos são portugueses como os outros, os por vezes tão criticados agentes das forças policiais são portugueses como os outros e por aí adiante.

De facto e aí estamos de acordo, a nossa classe política é de uma pobreza franciscana. Não me identifico com nenhum partido e entre o PS e o PSD considero-os basicamente iguais.

Indo um pouco mais longe, dentro dos partidos existe boa gente e má gente, gente bem intencionada e gente corrupta, gente capaz e gente incapaz, gente competente e gente incompetente. Em qualquer partido isto é assim...

Agora, existem dois graves problemas: por um lado, os primeiros estão em minoria (como estão em minoria em qualquer sector, não só o político); segundo, a máquina política altamente instalada na nossa sociedade favorece os segundos!

Isso nota-se nomeadamente quando alguns independentes se juntam a determinada força política e encontram inumeras resistências e desfavorecimentos e saiem por vezes passado algum tempo completamente desencantados da vida política.

Porquê?

Porque a política está altamente partidarizada, colocam constamente o partido (e os interesses do partido) à frente do país. Não há uma noção global de interesse publico da política para o país, não há uma procura genuína de soluções globais (o país literalmente ziguezagueia - contornando os problemas de fundo - com a alternância política). E todos os partidos são culpados desta situação...

Relativamente aos portugueses, são pessoas capazes naturalmente e já deram provas disso muitas vezes.

Mas torna-se obvio (pelo menos para mim) que funcionam melhor quando são dirigidos por outros ou quando funcionam isolados do seu ambiente. O que dá cabo de tudo é o corporativismo, o partidarismo e o clubismo (isso nota-se na política, no futebol e numa data de outras coisas).
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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Bender

por Dwer » 3/12/2004 20:35

Já foi várias vezes referido na imprensa e penso que aqui também que o país com maior produtividade per capita, na Europa, é o Luxemburgo; onde reside uma grande fatia da nossa emigração.

A Siemens em Portugal é a subsidiária com maior produtividade por trabalhador no mundo.

A Autoeuropa em Palmela é tb uma das mais produtivas do grupo VW. Além disso celebrou um acordo entre a direcção e os trabalhadores que serve de base aos acordos para todo o grupo nomeadamente na Alemanha onde se está a passar uma das maiores crises laborais de sempre.

Há poucos dias saiu nos jornais uma entrevista com o presidente cessante na Opel Portugal na qual ele dizia que podemos ser tão ou mais produtivos que qq povo do mundo.

Agora um exemplo futebolístico: temos ou não dos melhores jogadores do mundo? Qual será o rácio entre qualidade e quantidade de jogadores e a população Portuguesa? E vs Inglaterra? E vs Alemanha? E vs Espanha? E vs França? E vs Brasil? Podemos chegar à conclusão que a produtividade da indústria do futebol per capita é superior à maioria dos países da Europa, senão do mundo. No entanto, apesar da boa prestação do Euro, ficámos em segundo lugar com uma treinador Brasileiro. Os dirigentes do futebol sabemos o que são; dos árbitros é melhor não falar.

Conclusão: o artista Português é um bom artista, o que o lixa é o presidente do circo.

Com esta charla futebolística o quero dizer é que o problema está nas elites dirigentes, como o Aníbal referiu. São de uma pobreza franciscana. Em vez de dirigirem, parasitam.

Abraço,
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por Bender » 3/12/2004 20:00

maisum Escreveu: Em tempos passados foram buscar o Salazar para comandar a Nação porque já ninguém se entendia. É a triste sina do povo português (latino) que o acompanha desde sempre. Só para dar uma ideia veja-se pelo mundo fora a organização e a economia dos países onde os portugueses e espanhóis puseram pé e compare-se com países onde os ingleses comandaram e deixaram escola.


Subscrevo inteiramente. Faria apenas a divisão entre anglo-saxónicos e latinos, o que ajudaria a explicar as excepções que o nuno faustino referiu.

Suponho eu que foi um general romano, que disse acerca de nós : "um povo que não se governa, nem se deixa governar".

Não será altura de , após 800 anos de história, parar e reconhecer esta nossa limitação e começar a procurar soluções ??

Abraço,
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lol

por Dwer » 3/12/2004 18:56

Acho que ele antes desse valor , impunha 1º que se substitui-se a estatua do Marques de Pombal por uma de Estaline, lol


Ainda bem que o amigo CdB está melhor humorado. É isso é que é preciso. Tristezas não pagam contas.

Abraço,
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por comentador de bolsa » 3/12/2004 18:12

Dwer

Deixe ir para lá o Socrates e a turma da fuga ao fisco (Antonio Vitorino, Murteira Nabo) e no orçamento geral do estado para 2006 veremos parcela para cobertura de prejuizos na empresa.
Sempre assim foi durante os governos socialistas

E a RTP nao fica atraz
 
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Vou ter que rectificar Sr. CdB

por Dwer » 3/12/2004 18:08

O Fernando Pinto esteve para ser corrido pelo governo da coligação, tendo como principal adversário e inimigo o Cardoso e Cunha. Um dos poucos ministros que se aproveitavam do falecido governo, António Mexia, é que o segurou contra a opinião de muitos colegas de governo nomeadamente o ministro da economia António Barreto.

Não se tratou de PS vs PSD mas sim PPD (PSL?) vs PSD.
Abraço,
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Re: Mais uma acha p'rá fogueira

por comentador de bolsa » 3/12/2004 18:05

Dwer Escreveu:Acham que se oferecessem ao Jerónimo de Sousa - recém eleito (...) secretário geral do PC - 75K€ por mês numa empresa privada ele aceitava?

Abraço,

PS: O Jerónimo de Sousa foi falado na imprensa como vivendo com 750 € / mês.


Acho que ele antes desse valor , impunha 1º que se substitui-se a estatua do Marques de Pombal por uma de Estaline, lol :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen:
 
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por comentador de bolsa » 3/12/2004 18:00

Concordo com o Sabetudo quando refere o exemplo do brasileiro Pinto da Tap e recordo que este teve a seu favor o ps ter abandonado o governo , pois enquanto o entao ministro Jorge Coelho celebrava acordos e parcerias com empresas suiças , o que ele assistiu foi ha falencia da empresa suiça e qase falencia da portuguesa.
No entanto reconheço-lhe o feito de admnistraçao e ate da qualidade de serviços prestados que melhorou significativamente.
 
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por nunofaustino » 3/12/2004 17:59

Ola Bender...

O texto do PP revela uma realidade que e profundamente triste... que e melhor pensar que se tem um pouco de poder (e nao o ter) e viver mal, do que saber que nao se tem poder e viver melhor.

Qto ao assunto que se passou a discutir aqui, o salario dos governantes, eu concordo que eles deveriam ganhar mais do que ganham agora. Mas nao concordo que o estado deva pagar o mesmo que uma empresa privada. Alias, penso que as duas coisas nao sao comparaveis.

E que a governacao de um pais permite muito mais contactos (tanto no interior como no exterior) e muito mais beneficios do que o trabalho como CEO da maioria das empresas. Ha muito mais beneficios indirectos na governacao de um pais do que numa empresa. isso e impossivel nao acontecer, e nem o mais hopnesto dos governantes nao ganha indirectamente da sua posicao. Basta ver o exemplo da celeste cardona, do mira amaral e de outros que saltam de posto publico em posto publico.

Para alem disso ha o sentido de governacao e de dever publico (que pode ser questionado como razao) que nao existe na governacao de uma empresa.

E concordo com o Semprefrio que nao se pode pedir contencao salarial para os pequenos e aumentar os salarios dos governantes.

Mas vamos imaginar que os deputados iam receber um aumento e o ordenado iria passar para os 1500 contos mensais. Quem me garante que os deputados nao iriam ser os mesmos (com poucas diferencas)? Quem me garante que o facto de serem mais bem pagos irao fazer um trabalho melhor do que estao a fazer agora? Quem me garante que nao se iria assitir a uma sessao na assembleia e nao se continuaria a assistir a apenas 10 deputados presentes e todos a ler o publico? Quem me garante que as reformas necessarias para o avanco do pais iriam ser efectuadas?

Enquanto nao houver uma alteracao de raiz (que limpe a mentalidade do "vou ter 4 anos para ganhar para o retso da minha vida") que remova as lapas presentes em todos os partidos politicos (do PP ao PCP), nao acredito que o pais avance. Eu nao acredito que isso aconteca com aumentos salariais dos governantes. Nao aconteceu com o Cavaco, nao aconteceu com o Soares, nao aconteceu com o Aznar em Espanha, com o Blair em Inglaterra ou com o Ahern na Irlanda (paises onde o pais aproveita o facto de estar na UE e a economia avanca) e nao acredito que seja necessario que aconteca em Portugal.

Um abraco
Nunofaustino

P.S. quanto aos paises onde os ingleses deixaram escola tb ha maus exemplos... o zimbabwe, a nigeria, o bangladesh, o paquistao e a Serra Leoa que nao sao bons exemplos do organizacao e boa economia. mas n estou a defender que os ibericos n fizeram uma mau processo de descolonizacao...
Pluricanal... não obrigado. Serviço péssimo e enganador!!!
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