Caldeirão da Bolsa

Portugal sai da recessão, consolidação fiscal é desafio-OCDE

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por marafado » 30/11/2004 11:47

Economia portuguesa deverá crescer 2,2% em 2005
A economia portuguesa deverá crescer 2,2% no próximo ano, uma aceleração face ao crescimento de 1,5% previsto para 2004, segundo as previsões da Organização para a Cooperação e para o Desenvolvimento Económico (OCDE), divulgadas hoje.

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Vitor Costa
vitorcosta@mediafin.pt



A economia portuguesa deverá crescer 2,2% no próximo ano, uma aceleração face ao crescimento de 1,5% previsto para 2004, segundo as previsões da Organização para a Cooperação e para o Desenvolvimento Económico (OCDE), divulgadas hoje.

Os dados hoje apontam para uma revisão mais optimista para este ano mas mais modesta para 2005, já que no passado mês de Setembro a OCDE previra que o PIB nacional crescesse 0,8% em 2004 e registasse uma expansão de 2,4% no próximo ano.

Em 2006, a aceleração da economia deverá ser mais significativa, estimando a OCDE que o PIB cresça a um ritmo 2,8%.

Ainda assim, a organização sedeada em Paris sublinha que apesar desta aceleração do crescimento económico, Portugal continuará a não operar ao nível máximo do seu produto potencial.

Assim, o desemprego apenas sentirá os efeitos do crescimento da economia em 2006. Depois de o ano passado a taxa de desemprego se ter fixado nos 6,3%, no final de 2004, a OCDE prevê que a taxa se situe nos 6,5%. No próximo ano, o desemprego ainda deverá aumentar (6,6%) para em 2006 cair para uma taxa de 6,1%. Em Setembro, a OCDE estimava que a taxa de desemprego aumentasse para 6,6% este ano e recuasse para 6,1% em 2005.

Depois do período de recessão verificado em 2003 (em que o PIB registou uma queda de 1,2%), a recuperação da economia, segundo a OCDE far-se-á, essencialmente, à custa da procura interna.

A Organização prevê para 2004 um crescimento de 1,9% da procura, depois de ter registado uma quebra de 2,8% em 2003. Para 2005 e 2006, a procura interna irá registar um crescimento de 2,2% e 3,2%, respectivamente.

Já o contributo externo líquido, depois de uma variação positiva em 2003 (1,8%), deverá voltar a valores negativos no triénio seguinte: menos 0,5% em 2004; menos 0,2% em 2005 e menos 0,6% em 2006.

Assim, o défice externo deverá voltar a deteriorar-se depois de, em 2003, ter registado um valor de 5,1% do PIB.

Em termos orçamentais a OCDE lembra que os problemas portugueses se mantêm e só o recurso a receitas extraordinárias têm permitido manter o «buraco» nas contas públicas abaixo dos 3% do PIB.

Assim, em 2004, Portugal deverá registar um défice orçamental de 2,9% do PIB; em 2005, o défice deverá deteriorar-se numa décima de ponto percentual e em 2006, deverá saltar para os 3,8% do PIB.
 
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por JCS » 30/11/2004 11:47

Afinal o Santana até tem um bocado de razão quando diz que afinal já estamos na subida. Escândalos à parte até estamos a crescer (pelo menos mais que o previsto inicialmente pela OCDE). Espero que continuemos com o crescimento.

Cumprimentos

JCS
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por marafado » 30/11/2004 11:23

NOVA1-OCDE revê alta PIB Portugal 2004 e baixa PIB 2005

30/11/2004 10:13

(Acrescenta com quedro de previsões)
LISBOA, 30 Nov (Reuters) - A Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Económico (OCDE) reviu em alta a sua previsão de
crescimento do PIB de Portugal em 2004 para 1,5 pct contra 0,8
pct antes, revendo em leve baixa o de 2005 para 2,2 pct de 2,4
pct.
No seu Outlook de Novembro, a OCDE reviu igualmente em baixa
o défice do Sector Público Administrativo (SPA) de Portugal,
tanto de 2004 como de 2005, respectivamente, para 2,9 pct do PIB
e 3,0 pct do PIB.
Anteriormente, a OCDE previa que o défice público se fixasse
em 3,8 pct do PIB em 2004 e 3,2 pct do PIB em 2005.
Esta organização estima que o défice da Balança de
Transacções Correntes (BTC) se fixe, em 2004 e 2005, nos 6,3 pct
do PIB, valor que compara com as anteriores estimativas de um
défice de 4,6 pct este ano e cinco pct no próximo.
Quanto ao Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC),
a OCDE admite que se situe nos 2,5 pct em 2004 contra a anterior
previsão de 2,0 pct, enquanto admite que o IHPC de 2005 se fixe
em 2,0 pct face à sua anterior previsão de 1,7 pct.
Segue quadro de previsões de Novembro da OCDE:
2003 2004 2005 2006
Consumo privado -0,5 2,0 1,9 2,6
Consumo público -0,4 0,5 0,5 0,9
FBCF -9,8 2,6 4,9 6,4
Procura doméstica final -2,7 1,8 2,3 3,2
Stockbuilding 0,0 0,0 -0,1 0,0
Procura doméstica total -2,8 1,9 2,2 3,2
Exportações bens e serviços 4,0 7,3 6,1 6,2
Importações bens e serviços -0,9 7,1 5,5 6,4
Exportações líquidas 1,8 -0,5 -0,2 -0,6
PIB -1,2 1,5 2,2 2,8
Deflator do PIB 2,3 1,8 1,9 2,0
Inflação harmonizada 3,3 2,5 2,0 1,8
Deflator consumo privado 3,4 2,4 2,0 1,8
Taxa Desemprego 6,3 6,5 6,6 6,1
Défice orçamental do PIB -2,8 -2,9 -3,0 -3,8
Balança Transacções Corr. -5,1 -6,3 -6,3 -6,3



((---Sérgio Gonçalves, Lisboa Editorial, 351-21-3509204
lisbon.newsroom@reuters.com; Reuters Messaging:
sergio.goncalves.reuters.com@reuters.net))
 
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Portugal sai da recessão, consolidação fiscal é desafio-OCDE

por marafado » 30/11/2004 11:22

Portugal sai da recessão, consolidação fiscal é desafio-OCDE

30/11/2004 10:22

Por Sérgio Gonçalves

LISBOA, 30 Nov (Reuters) - Portugal está a sair da recessão em 2004 suportado pelo crescimento das exportações e da procura interna, mas a consolidação fiscal continua a ser um desafio para os 'policymakers', refere a OCDE-Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico.

No Outlook de Novembro, a OCDE reviu em alta a sua previsão de crescimento do PIB de Portugal em 2004 para 1,5 pct contra 0,8 pct antes, revendo em leve baixa o de 2005 para 2,2 pct de 2,4 pct. Em 2003, Portugal teve uma contracção de 1,2 pct.

Prevê que as exportações de 2004 cresçam 7,3 pct e aumentem 6,1 pct em 2005, enquanto estima que a procura interna cresça 1,9 pct este ano e 2,2 pct para o próximo com o consumo privado a aumentar, respectivamente, 2,0 e 1,9 pct.

A Formação Bruta de Capital Fixo é estimada a crescer 2,6 pct em 2004, aumentando para uma taxa de 4,9 pct em 2005.

A OCDE reviu igualmente em baixa o défice do Sector Público Administrativo (SPA) de Portugal, tanto de 2004 como de 2005, respectivamente, para 2,9 pct do PIB e 3,0 pct do PIB.

Anteriormente, a OCDE previa que o défice público se fixasse em 3,8 pct do PIB em 2004 e 3,2 pct do PIB em 2005.

Esta organização estima que o défice da Balança de Transacções Correntes (BTC) se fixe, em 2004 e 2005, nos 6,3 pct do PIB, valor que compara com as anteriores estimativas de um défice de 4,6 pct este ano e cinco pct no próximo.

Quanto ao Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC), a OCDE admite que se situe nos 2,5 pct em 2004 contra a anterior previsão de 2,0 pct, enquanto admite que o IHPC de 2005 se fixe em 2,0 pct face à sua anterior previsão de 1,7 pct.

"A economia saiu da recessão em 2004. A actividade recuperou fortemente no primeiro semestre, reflectindo tanto factores temporários, como o impacto do Euro2004 de futebol, e factores mais duráveis, como mercados exportadores mais fortes e o fim de retracção no sector privado", afirma a OCDE.

Explica que, "reflectindo uma procura interna mais forte e termos de troca mais desfavoráveis, o défice comercial começou a alargar, e o défice da BTC é previsto a aumentar para mais do que seis pct em 2004".

PORTUGAL DEVIA SUSBTITUIR MEDIDAS 'ONE-OFF' DÉFICE PÚBLICO

A OCDE adianta que Portugal devia substituir as medidas extraordinárias, que têm contido o défice público abaixo dos três pct desde 2002, por um controlo estrito da despesa e a implementação das já aprovadas reformas deve ser acelerada.

Adianta que "uma reforma radical do sistema de pensões é também necessária para assegurar a sustentabilidade das finanças públicas, no longo-prazo".

Frisa qque a "consolidação fiscal continua a ser um desafio para os 'policymakers'".

"Estas (medidas 'one-off') deviam ser substituídas por um estrito controlo da despesa e a implementação das já aprovadas reformas (estruturais) devia ser acelerada", afirma a OCDE.

Lembra que o défice de 2004 será mantido abaixo dos três pct do PIB graças à venda de imóveis e integração na Caixa Geral de Aposentações de fundos de pensões de instituições públicas, medidas "equivalentes a dois pontos percentuais (pp) do PIB".

"Um controlo mais forte das despesas públicas e o adiamento da alguns cortes de impostos produziria resultados mais duráveis do que medidas 'one-off' para conter o défice, e os efeitos negativos de curto-prazo seriam um problema menor, agora que a recuperação económica está em curso".

"O maior risco para as (nossas) previsões é relativo às Finanças Públicas tendo em conta as eleições de 2006. A combinação de um período pré-eleitoral e maiores receitas à medida que o PIB acelera pode resultar numa maior derrapagem da despesa do que o previsto", afirma.

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