Fundo a toque de Caixa
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Fundo a toque de Caixa
OPINIÃO Publicado 15 Novembro 2004 13:59
Ricardo Domingos
Fundo a toque de Caixa
rd@mediafin.pt
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Já se passaram dois meses e meio desde que o ministro das Finanças avisou que poderá recorrer ao fundo da Caixa Geral de Depósitos como expediente para cortar o défice deste ano.
Na altura, referiu que essa era apenas «uma entre várias» hipóteses. Estava-se no final de Setembro e o Governo – com uma legitimidade de fazer corar uma debutante sem noivo – estava fresco no poder. Por isso, Bagão não se sentiu forçado a dizer como iria tapar um buraco que, de cor, só tem o negro. Mas o tempo passa e, a menos de dois meses do final do ano, o ministro ainda não escolheu a prenda de Natal que vai buscar ao Sapatinho das Receitas Extraordinárias. Ou se o fez, não o disse, o que é uma falha para quem tem ao seu dispor uma central de informação. Especialmente, depois de já ter pedido a Bruxelas que contabilizasse a operação como receita. Enquanto isso, a tensão do lado dos trabalhadores da CGD - e também da ANA, NAV e Casa da Moeda - vai-se agudizando. Primeiro foram as reacções negativas, depois a greve.
Agora, a agonia da incógnita... Na sexta-feira, o Grupo Mello comprou os cerca de 5% que o fundo da CGD tinha na Brisa por 195 milhões de euros. Esta era a maior posição accionista que o fundo tinha numa empresa cotada. Estranhamente (ou nem por isso), o negócio ocorre uma semana depois da administração da CGD ter ido às Finanças falar com o ministro. Mas disso ninguém fala.
Qual a estratégia do fundo? Começou a ser vendido para futura extinção ou foi só estratégia de rentabilidade? «Um negócio realizado pela convergência de interesses de ambas as partes», manda dizer a administração. É inegável que a operação foi rentável para o fundo, que ganhou 38 milhões de euros. Mas a falta de transparência e de pudor já atinge níveis gritantes. O fundo da Caixa pode ser uma bóia de salvação do Governo, mas vai afundar consigo as poupanças de 11 mil trabalhadores que mensalmente descontam 10% do seu salário.
Ricardo Domingos
Fundo a toque de Caixa
rd@mediafin.pt
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Já se passaram dois meses e meio desde que o ministro das Finanças avisou que poderá recorrer ao fundo da Caixa Geral de Depósitos como expediente para cortar o défice deste ano.
Na altura, referiu que essa era apenas «uma entre várias» hipóteses. Estava-se no final de Setembro e o Governo – com uma legitimidade de fazer corar uma debutante sem noivo – estava fresco no poder. Por isso, Bagão não se sentiu forçado a dizer como iria tapar um buraco que, de cor, só tem o negro. Mas o tempo passa e, a menos de dois meses do final do ano, o ministro ainda não escolheu a prenda de Natal que vai buscar ao Sapatinho das Receitas Extraordinárias. Ou se o fez, não o disse, o que é uma falha para quem tem ao seu dispor uma central de informação. Especialmente, depois de já ter pedido a Bruxelas que contabilizasse a operação como receita. Enquanto isso, a tensão do lado dos trabalhadores da CGD - e também da ANA, NAV e Casa da Moeda - vai-se agudizando. Primeiro foram as reacções negativas, depois a greve.
Agora, a agonia da incógnita... Na sexta-feira, o Grupo Mello comprou os cerca de 5% que o fundo da CGD tinha na Brisa por 195 milhões de euros. Esta era a maior posição accionista que o fundo tinha numa empresa cotada. Estranhamente (ou nem por isso), o negócio ocorre uma semana depois da administração da CGD ter ido às Finanças falar com o ministro. Mas disso ninguém fala.
Qual a estratégia do fundo? Começou a ser vendido para futura extinção ou foi só estratégia de rentabilidade? «Um negócio realizado pela convergência de interesses de ambas as partes», manda dizer a administração. É inegável que a operação foi rentável para o fundo, que ganhou 38 milhões de euros. Mas a falta de transparência e de pudor já atinge níveis gritantes. O fundo da Caixa pode ser uma bóia de salvação do Governo, mas vai afundar consigo as poupanças de 11 mil trabalhadores que mensalmente descontam 10% do seu salário.
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