Contra o apagamento dos Brasões da Praça do Império
Re: Contra o apagamento dos Brasões da Praça do Império
Menção de honra no ABC espanhol para o extremismo da ultra esquerda em Portugal.
La ola de revisionismo histórico también invade Portugal
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“It is not the strongest of the species that survives, nor the most intelligent, but rather the one most adaptable to change.”
― Leon C. Megginson
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Re: Contra o apagamento dos Brasões da Praça do Império
Caso dos brasões. Há acordo entre Câmara de Lisboa e peticionários
Os peticionários contra o fim dos brasões florais na Praça do Império vão apresentar uma proposta à Câmara para preservar aquela memória, depois de terem reunidos com Fernando Medina e Sá Fernandes.
Os proponentes da petição contra o fim dos brasões florais na Praça do Império estiveram esta terça-feira reunidos com o presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, e com o vereador José Sá Fernandes, e chegaram a acordo para que aquela memória seja preservada na futura requalificação da praça.
"Foi uma reunião muito longa, de mais de duas horas e meia, com muita troca de pontos de vista e muito construtiva", garantiu ao DN o primeiro proponente da petição, Rafael Pinto Borges, líder do Movimento Nova Portugalidade.
Rafael Pinto Borges diz que obteve por parte dos responsáveis da autarquia a garantia de que "não há má vontade contra os brasões" e da parte dos peticionários - que conseguiram reunir cerca de 14 mil assinaturas contra a remoção dos mesmos - também foi afirmado que nada os move contra a Câmara de Lisboa, "há apenas uma discordância de cidadania".
Ficou acordado que os proponentes da petição irão apresentar ao executivo camarário uma proposta para preservar os brasões, "mesmo que não seja em formato de buxo" como são agora.
Ao DN, em plena Praça do Império, José Sá Fernandes já tinha garantido ao DN estar aberto a soluções para preservar os brasões florais das capitais de distrito, das ilhas e ex-colónias portuguesas, plantados em 1961.
Na altura, o vereador com o pelouro do Ambiente e Espaços Verdes na Câmara Municipal de Lisboa tentou desconstruir a ideia de que a requalificação daquele espaço e o fim dos tais arbustos nada têm a ver com a aversão à história do colonialismo português.
"Não tenho preconceito ideológico, nem nada, quero é arranjar isto! Deixem-me arranjar a Praça e depois se logo vê", disse José Sá Fernandes.
Isto num dia em que tinha entrado na Assembleia Municipal de Lisboa uma petição com cerca de 14 mil assinaturas contra o fim dos brasões e com acusações de "perseguição ao passado".
Os brasões foram colocados em 1961, por ocasião da XI Exposição Nacional de Floricultura, tendo sido comemorados os cinco séculos da morte do infante D. Henrique no ano anterior e não faziam parte da configuração inicial da Praça, desenhada por Cottinelli Telmo, em 1940.
As sugestões para a preservação da memória daqueles brasões foram defendidas por Gonçalo Matos, fundador e coordenador do grupo de vizinhos de Belém que, em conversa com o DN, lembrou as propostas de Fernando Ribeiro Rosa, presidente da Junta de Freguesia de Belém, que têm sido debatidas na comunidade para que se integrem estes brasões na pedra da calçada ou sejam integrados num empedrado no relvado, ou então sejam reproduzidos em placas evocativas, colocadas no local onde existiam em flor.
A Praça do Império foi criada para a Exposição do Mundo Português, em 1940, que comemorou o duplo centenário da Independência de Portugal (1140) e da Restauração (1640).
Foi projetada por Cottinelli Telmo, que além de arquiteto foi também cineasta. Sofreu alterações em 1961, por ocasião dos 500 anos da morte do infante D. Henrique e no âmbito da Exposição Nacional de Floricultura, em que foram projetados os brasões florais. Aquela zona junto ao Mosteiro dos Jerónimos também sofreu fortes transformações, sobretudo com a construção do Centro Cultural de Belém ou do novo Museu dos Coches.
https://www.dn.pt/local/caso-dos-brasoe ... 83767.html
"Só duas coisas são infinitas, o universo e a estupidez humana. Mas no que respeita ao universo ainda não tenho a certeza" Einstein
“Com os actuais meios de acesso à informação, a ignorância não é uma fatalidade, mas uma escolha pessoal" Eu
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Re: Contra o apagamento dos Brasões da Praça do Império
https://sol.sapo.pt/artigo/725642/padra ... -polemica-
Descobrimentos, sendo eu indefetível socialista PS, entristece-me. Dá a medida da perfídia e da estupidez que por aí anda”. João Soares não visou diretamente Ascenso Simões, mas o debate que se gerou em torno do assunto colado ao PS. E não terá interpretado o texto do camarada de partido como um pedido literal de demolição do monumento.
Descobrimentos, sendo eu indefetível socialista PS, entristece-me. Dá a medida da perfídia e da estupidez que por aí anda”. João Soares não visou diretamente Ascenso Simões, mas o debate que se gerou em torno do assunto colado ao PS. E não terá interpretado o texto do camarada de partido como um pedido literal de demolição do monumento.
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Re: Contra o apagamento dos Brasões da Praça do Império
mensagens subliminares
as férias grandes--- espaço,praia, gaivotas-- amigos
ou
a chave....--- a socialização das ceianças,, o estado toma conta e prepara.. mentaliza e até incentiva.. quem denunciar os pais por falar mal do regime ´´e herói ( doutrinaçao urss)
bem
o ressabiado,,, ascenço E A MISÉRIA DO VENCIMENTO DO ANTI FASCISTA
https://www.dn.pt/opiniao/opiniao-dn/pe ... 81482.html
as férias grandes--- espaço,praia, gaivotas-- amigos
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a chave....--- a socialização das ceianças,, o estado toma conta e prepara.. mentaliza e até incentiva.. quem denunciar os pais por falar mal do regime ´´e herói ( doutrinaçao urss)
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Re: Contra o apagamento dos Brasões da Praça do Império
Temos d3 deixar de ter passado .
A minha geração leu o “ Clube dos Cinco “ Enid Blyton deve ter sido a escritora mais traduzida é vendida a época ‘
Eles eliminaram o particípio passado e retiram escrita mais elaborada é preciso que as crianças fiquem limitadas e impõem. O “politicamente correcto “
Não sei as edições portugueses já estão higienizadas.
As esquerda o original de 1955 , a direita a versão actual em francês

A minha geração leu o “ Clube dos Cinco “ Enid Blyton deve ter sido a escritora mais traduzida é vendida a época ‘
Eles eliminaram o particípio passado e retiram escrita mais elaborada é preciso que as crianças fiquem limitadas e impõem. O “politicamente correcto “
Não sei as edições portugueses já estão higienizadas.
As esquerda o original de 1955 , a direita a versão actual em francês
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Re: Contra o apagamento dos Brasões da Praça do Império
Quem vai dizer aos Moçambicanos que têm que demolir a Barragem de Cabora Bassa?
É apenas a maior obra de engenharia do regime, e um marco da presença de Portugal em Moçambique.
Se esta personagem não vivesse dos meus impostos até dava para rir, assim....
Pedro

É apenas a maior obra de engenharia do regime, e um marco da presença de Portugal em Moçambique.
Se esta personagem não vivesse dos meus impostos até dava para rir, assim....
Pedro
Re: Contra o apagamento dos Brasões da Praça do Império
https://observador.pt/2021/02/19/deputa ... brimentos/
Deputado do PS defende demolição do Padrão dos Descobrimentos
Deputado defende que as "revoluções servem para fazer cortes" e sugere que "devia ter havido sangue" no 25 de abril. Não é literal, diz ao Observador. Mas demolição do Padrão dos Descobrimentos sim.
Rita Dinis
Texto
19 fev 2021, 21:21 438
56179
i
JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR
Quando, esta semana, o Parlamento aprovou um voto de pesar pela morte do tenente-coronel Marcelino da Mata, Ascenso Simões (e outros dois deputados do PS) votou contra, contrariando o sentido de voto indicado pela sua bancada. Um dia depois, num artigo publicado no jornal Público, defendeu que “o país esquece rápido o seu passado” e que, nesse sentido, o Padrão dos Descobrimentos “devia ter sido destruído”. Mais: no 25 de Abril “devia ter havido sangue, devia ter havido mortos”.
Ao Observador, o deputado socialista explica que não foi literal quando escreveu que “devia ter havido mortos” no 25 de Abril, mas sim “simbólico”. “Não se trata de mortos físicos nem de sangue derramado nas ruas, mas de cortes epistemológicos. Cortes verdadeiros do ponto de vista da política, da transformação da sociedade”, diz. Quanto ao Padrão dos Descobrimentos, mantém o que disse: da mesma forma que estátuas foram derrubadas e que a ponte Salazar mudou de nome para ponte 25 de Abril, também o Padrão devia ser destruído enquanto “monumento do regime ditatorial” que é.
“Quando não temos leitura da história achamos que a normalidade é passar por um qualquer momento sem nos questionarmos. Mas se nos questionássemos, enquanto sociedade, perguntaríamos porque é que não derrubamos aquele que é um dos grandes monumentos do regime ditatorial”, diz em declarações ao Observador, afirmando que as revoluções servem para “fazer cortes” e que, nesse sentido, o 25 de Abril não “fez os cortes suficientes para limpar da nossa memória elementos que são danosos da construção de uma democracia plena”.
No artigo publicado no jornal Público, Ascenso Simões afirma que, “em Portugal, o salazarismo foi muito eficaz na construção de uma história privativa, garantindo, até hoje, a perenidade dos mitos do desígnio português, dos descobrimentos, ou do império”. Mas, no entender do deputado socialista, não existiu império nenhum. Esse império foi apenas uma construção do salazarismo e, mantendo de pé monumentos como o Padrão dos Descobrimentos, faz com que essa construção permaneça viva.
“Falta o conhecimento da história. Falta perceber verdadeiramente que não tivemos império nenhum. Que os tempos que vivemos desde o século XV até ao 25 e Abril foram tempos de grande instabilidade que nunca consolidaram império nenhum, mas esse império que está na nossa cabeça é o império salazarista. É uma construção simbólica do império salazarista”, diz o deputado ao Observador, sublinhando que ao fim de 40 anos de democracia ainda “não nos queremos confrontar com o passado” e que a primeira vez que a Constituição da República Portuguesa fala de império é a Constituição de 1933, a “Constituição Salazarista”.
Sobre a morte de Marcelino da Mata, o deputado socialista — que se opôs a que o PS votasse a favor de um voto de pesar — afirma que as condecorações de Marcelino da Mata que “serviram para aprovar um voto de pesar pela sua morte” não são mais do que “cruzes de ferro da nossa doméstica vida das décadas de 1960 e 1970”. “O ser humano, todo ele, merece o maior respeito na morte. Porém, são os que se aproveitaram e aproveitam de Mata, do seu passado e das suas medalhas fascistas, quem o desrespeita, quem lhe nega a paz eterna como salvação do seu passado abusador”, afirma.
mortos simbólicos ?! um simbolo de um morto é ele!!!
a seguir vai querer acabar com a ponte Salazar e com o ouro que resta ... espero que acabe com tudo inclusivé com os tachos que pagamos e os mamarrachos como aquele onde está só a sizer asneiras
que exemplo?
https://aventar.eu/2020/03/26/ascenso-s ... o-twitter/
Deputado do PS defende demolição do Padrão dos Descobrimentos
Deputado defende que as "revoluções servem para fazer cortes" e sugere que "devia ter havido sangue" no 25 de abril. Não é literal, diz ao Observador. Mas demolição do Padrão dos Descobrimentos sim.
Rita Dinis
Texto
19 fev 2021, 21:21 438
56179
i
JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR
Quando, esta semana, o Parlamento aprovou um voto de pesar pela morte do tenente-coronel Marcelino da Mata, Ascenso Simões (e outros dois deputados do PS) votou contra, contrariando o sentido de voto indicado pela sua bancada. Um dia depois, num artigo publicado no jornal Público, defendeu que “o país esquece rápido o seu passado” e que, nesse sentido, o Padrão dos Descobrimentos “devia ter sido destruído”. Mais: no 25 de Abril “devia ter havido sangue, devia ter havido mortos”.
Ao Observador, o deputado socialista explica que não foi literal quando escreveu que “devia ter havido mortos” no 25 de Abril, mas sim “simbólico”. “Não se trata de mortos físicos nem de sangue derramado nas ruas, mas de cortes epistemológicos. Cortes verdadeiros do ponto de vista da política, da transformação da sociedade”, diz. Quanto ao Padrão dos Descobrimentos, mantém o que disse: da mesma forma que estátuas foram derrubadas e que a ponte Salazar mudou de nome para ponte 25 de Abril, também o Padrão devia ser destruído enquanto “monumento do regime ditatorial” que é.
“Quando não temos leitura da história achamos que a normalidade é passar por um qualquer momento sem nos questionarmos. Mas se nos questionássemos, enquanto sociedade, perguntaríamos porque é que não derrubamos aquele que é um dos grandes monumentos do regime ditatorial”, diz em declarações ao Observador, afirmando que as revoluções servem para “fazer cortes” e que, nesse sentido, o 25 de Abril não “fez os cortes suficientes para limpar da nossa memória elementos que são danosos da construção de uma democracia plena”.
No artigo publicado no jornal Público, Ascenso Simões afirma que, “em Portugal, o salazarismo foi muito eficaz na construção de uma história privativa, garantindo, até hoje, a perenidade dos mitos do desígnio português, dos descobrimentos, ou do império”. Mas, no entender do deputado socialista, não existiu império nenhum. Esse império foi apenas uma construção do salazarismo e, mantendo de pé monumentos como o Padrão dos Descobrimentos, faz com que essa construção permaneça viva.
“Falta o conhecimento da história. Falta perceber verdadeiramente que não tivemos império nenhum. Que os tempos que vivemos desde o século XV até ao 25 e Abril foram tempos de grande instabilidade que nunca consolidaram império nenhum, mas esse império que está na nossa cabeça é o império salazarista. É uma construção simbólica do império salazarista”, diz o deputado ao Observador, sublinhando que ao fim de 40 anos de democracia ainda “não nos queremos confrontar com o passado” e que a primeira vez que a Constituição da República Portuguesa fala de império é a Constituição de 1933, a “Constituição Salazarista”.
Sobre a morte de Marcelino da Mata, o deputado socialista — que se opôs a que o PS votasse a favor de um voto de pesar — afirma que as condecorações de Marcelino da Mata que “serviram para aprovar um voto de pesar pela sua morte” não são mais do que “cruzes de ferro da nossa doméstica vida das décadas de 1960 e 1970”. “O ser humano, todo ele, merece o maior respeito na morte. Porém, são os que se aproveitaram e aproveitam de Mata, do seu passado e das suas medalhas fascistas, quem o desrespeita, quem lhe nega a paz eterna como salvação do seu passado abusador”, afirma.
mortos simbólicos ?! um simbolo de um morto é ele!!!
a seguir vai querer acabar com a ponte Salazar e com o ouro que resta ... espero que acabe com tudo inclusivé com os tachos que pagamos e os mamarrachos como aquele onde está só a sizer asneiras
que exemplo?
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Re: Contra o apagamento dos Brasões da Praça do Império
Bem, nem nessa fotografia existe o que quer que seja a que possa ser associado o termo topiária. Talhar em quadrado uma sebe, não requer nenhum skill nem merece nome.
Re: Contra o apagamento dos Brasões da Praça do Império
Portugal: uma questão de jardinagem
Topiária. Aí está uma bela palavra que a maioria dos portugueses nunca terá ouvido. Segundo os dicionários, topiária é a “arte de podar as plantas dos jardins para fins ornamentais” ou o “conjunto de técnicas de jardinagem usadas para conseguir que árvores, sebes ou arbustos assumam e mantenham certas formas definidas”. Traduzo: são as construções na areia com plantas e arbustos em vez de areia. E, dada a explicação, o Zé Português encolhe os ombros indiferente à topiária e aos fins ornamentais. Mas digam-lhe que querem tirar os brasões da Praça do Império, destruir a história multissecular da nação, espezinhar a memória dos navegadores e a nossa grandeza pretérita e cuidado com o português, que, assim de repentemente, é homem (ou mulher) para pegar numa tesoura de poda e correr à tesourada com os inimigos da pátria, honrando os egrégios avós com monumentos verdes e naturais. Perdemos o Império, mas a nossa floricultura imperial é que ninguém nos tira. Os tempos não estão para os moderados, mas convém separar a Fonte Luminosa da Praça do Império, concebida pelo arquiteto António Lino e construída por ocasião da Exposição do Mundo Português, em 1940, dos primorosos trabalhos de jardinagem executados nas comemorações do quinto centenário da morte do Infante D. Henrique, 20 anos depois. Em volta da taça da fonte foram esculpidos os brasões das famílias ligadas à “epopeia dos Descobrimentos” (o leitor mais sensível poderá substituir esta última expressão por outra mais condizente com a sua sensibilidade ideológica como a “tragédia dos achamentos”, “opressão colonial” ou “fortuitos atos de navegação”). Talvez por serem de pedra, ninguém, tanto quanto se sabe, defendeu a retirada desses brasões nem a decapitação dos descendentes das ilustres famílias. É assunto a discutir em futura reunião camarária. Quanto à topiária, a conversa é outra. A ideia de “desenhar” com flores as armas e os brasões dos distritos de Portugal e das províncias ultramarinas partiu dos jardineiros da Câmara Municipal de Lisboa, esse reconhecido coio de reacionários e fascistas. Com o tempo, visto que manter o desenho com as flores dava muito trabalho, e os jardineiros da CML, além de reacionários e fascistas, eram uns grandes preguiçosos, as flores foram substituídas por arbustos que, mesmo sem as cores garridas e o aspeto primaveril, eram mais resistentes e fáceis de cuidar. Após a entrega de Macau à China em 1999 — o fim simbólico do Império português — centenas de saudosistas rumavam todas as semanas à Praça do Império para contemplarem os brasões das províncias ultramarinas e chorarem o triste fado desta pequena nação que um dia já foi grande. Mentira. Nunca ninguém quis saber da topiária e dos brasões arbustivos que hoje são menos uma homenagem à história do país do que uma ode ornamental ao desmazelo e à incúria. Mas, enquanto discutimos o passado, confundindo história e topiária, cultura e floricultura, perdemos de vista o essencial: o que tem o bastonário da Ordem dos Jardineiros a dizer sobre isto?
https://leitor.expresso.pt/semanario/se ... jardinagem
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“Com os actuais meios de acesso à informação, a ignorância não é uma fatalidade, mas uma escolha pessoal" Eu
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Re: Contra o apagamento dos Brasões da Praça do Império
Muito bem Gaio Azul
os que não têm passado ou se envergonham dele, podiam ao menos tentar integrar-se todos os aceitariam
Agora , obrigar os outros , a renegar o seu passado e valores, que contribui para o acolhimento... não!
Desculpem este exemplo .. pode ser muito duro ou não ... o importante é que a mensagem passe e fique alguma coisa
Um filho biolo´gico... que nasceu , por acaso e qualquer maneira... já com os seus 20 e poucos anos... farto de aturar o progenitor.que nunca se preocupou com ele. resolveu masturbar-se para um frasco que entregou ao pai,, dizendo~lhe:
pegue, aqui está a única coisa que lhe devo!!!!
ps bem hoje, nem isso se deve... compra-se num banco de esperma
desculpem .. os termos
os que não têm passado ou se envergonham dele, podiam ao menos tentar integrar-se todos os aceitariam
Agora , obrigar os outros , a renegar o seu passado e valores, que contribui para o acolhimento... não!
Desculpem este exemplo .. pode ser muito duro ou não ... o importante é que a mensagem passe e fique alguma coisa
Um filho biolo´gico... que nasceu , por acaso e qualquer maneira... já com os seus 20 e poucos anos... farto de aturar o progenitor.que nunca se preocupou com ele. resolveu masturbar-se para um frasco que entregou ao pai,, dizendo~lhe:
pegue, aqui está a única coisa que lhe devo!!!!
ps bem hoje, nem isso se deve... compra-se num banco de esperma
desculpem .. os termos
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Re: Contra o apagamento dos Brasões da Praça do Império
mais_um Escreveu:GaioAzul Escreveu:Pensava erradamente que a tentativa de erradicar a história era um acontecimento puramente estadounidense.
Que desilusão!
Nem há palavras.
Aqui em Portugal penso que ainda não andam a retirar estátuas...estamos a falar de uns arranjos de flores abandonados há + de 26 anos e nenhum dos concorrentes ao projecto de reabilitação da praça do Império considerou recuperar ou manter.
Foi tema em 2014, já na altura referia-se 20 anos de abandono, ora nesses 20 anos tivemos a câmara governada pelo PSD, por isso atribuir esta decisão a questões ideológicas ´e na minha opinião uma farsa.
Aliás, arriscaria afirmar que muitos dos que estão contra os novos arranjos nunca repararam na existências dos brasões em flores.
É um faits divers à portuguesa.
Como j´a referi, para mim, não me incomoda mantê-los ou eliminá-los. Existem suficientes símbolos naquela praça que evocam o nosso império, algo que me orgulho.
Aqui, também concordo com a Pata-Hari. Não nos cabe a nós decidir-mos se existem suficientes símbolos ou não.
O que me impressiona mais com isto tudo é o tempo monopolizado com estas preocupações que nem vão solucionar nada como também não vão apagar nada.
Afinal, não estamos nos Men In Black ou estamos?
Como se não houvesse mais em que focar energía e meios financeiros.
Talvez exageradamente, faz-me relembrar a Taça de fútbol no México em 86 (?). Enquanto estava tudo concentrado no desporto, o exército mexicano massacrava crianças "obsoletas" pelas ruas.
O que interessa é desviar as atenções.
[b]"A wise man makes his own decisions but an ignorant man follows the public opinion."
"Our minds seem to like simple categorical ways to divide up information in the world. This is kind of interesting given how terribly complex and nuanced most things are — especially in our social lives." G. Geher
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Re: Contra o apagamento dos Brasões da Praça do Império
mais_um Escreveu:Parece que há mais alguém que pensa como eu:Uma esquerda e direita picuinhas e embirrantes
Sinceramente já não sei o que pensar do que se lê nos jornais e se ouve nos debates da restante Comunicação Social. Dos brasões da Praça do Império à morte de Marcelino da Mata, salvo raras e honrosas exceções, as posições extremam-se e tornam-se mesquinhas, com cada lado a nada mais querer do que embirrar com o outro. O país, que já não se preocupa com o futuro, passou a querer reescrever o passado
Vivo em Lisboa desde que nasci. Durante alguns anos vivi a dois passos da Praça do Império e ainda hoje moro não muito longe, embora já na freguesia de Algés. Em miúdo, ainda aquilo era novo, a estrear, o meu avô e os meus pais levaram-me ao planetário Gulbenkian, além de ao Museu de Marinha; olhei para a fonte luminosa que lá estava (e está), com o ar basbaque de quem só conhecia a fonte da Alameda D. Afonso Henriques, que nem mudava de cor como aquela. Também, mas menos por influência jacobina dos meus maiores, entrei algumas vezes nos Jerónimos, assim como na Torre de Belém. Lembro-me de aprender que ali (ainda não havia nem havia de haver CCB) fora a praia onde foram batizados à força milhares de judeus. Brinquei entre as sebes e a relva, com outros miúdos da família. Mais tarde levei lá as minhas filhas: ao planetário, ao Museu de Marinha, aos Jerónimos, à Torre de Belém. E até com netos já lá andei.
E agora a revelação: até esta polémica não sabia que estavam lá os brasões das ex-colónias.
Durante anos cobri assuntos dos Palop. Andei com as tropas da Frelimo, da Renamo, da Unita, das Fapla, e também por São Tomé, Cabo Verde e Guiné. Um dia, numa aldeia remota no interior de São Tomé, quando ia num jeep com um fotógrafo do Expresso (Luiz Carvalho) uma aldeia em peso aclamou-nos com alegria enquanto gritavam “brancos! brancos!”, como se fôssemos redentores; um então chefe do Estado Maior General de Moçambique confessou-me que fazia levitação, e um major que sabia de matemática a fundo, revelou que tinha medo de uma bruxa sem uma mama porque a atravessava com um carregador de AK 47 e ela não morria. Era num zona específica, a meio caminho de Maputo para o Xai-Xai, na Manhiça, então terra tornada fantasma pela guerra. Não há dúvida de que as guerras e o colonialismo criam muitos mais fantasmas do que podem crer aqueles que só de longe ouviram falar.
Soube dos feitos de Marcelino da Mata contados por saudosistas, por militares não saudosistas, por anticolonialistas a sério. Foi um herói e foi um criminoso de guerra. A parte do herói era dele, da sua coragem pessoal, após a necessidade, a convicção ou o que quer que fosse, o ter levado a servir o Exército português. A parte do criminoso era do país que servia: Portugal. Este país reteve as colónias até ao impossível, para lá dos limites. Não me revejo nesse país, sempre fui contra as colónias e fui detido pela polícia por desejar a sua independência. Mas bem ou mal, somos todos portugueses: Eu, o Marcelino da Mata, o Mamadou Ba (embora este pareça ter vergonha). Não vale a pena fingir que o recém-falecido mais condecorado militar português era um criminoso de guerra por conta própria, um mercenário. Nada disso. Foi criminoso a mando de portugueses: alguns, metiam-se em aviões e atiravam granadas para dentro de palhotas onde mulheres e crianças inocentes morriam queimadas; alguns que fizeram crimes desses, colaboraram no 25 de Abril. Ninguém é só puro ou impuro.
No entanto, a nossa esquerda acha-se superiormente moral. E temos uma direita que se acha nacionalmente superior. É uma lástima. Eu não me importo tanto com os símbolos, interessa-me mais o futuro e as perspetivas que possamos ter num país livre e democrático que conhece o seu passado, sem dele se envergonhar, pois foi por ele que aqui chegámos. Como bem disse o ex-Presidente Eanes, Portugal sem Império era um país sem interesse. Os brasões feitos em flores, como Marcelino da Mata, são símbolos de um tempo ido. Têm tanto de bom como de mau.
A esquerda e a direita, sobretudo os moderados, se não querem ser arrastados para uma guerra sem sentido – uma disputa tribal bárbara e infrutífera – olhem para estes acontecimentos com a importância que têm. Não é assim tanta, e a prova é que só sabemos dos brasões e do Marcelino quando a sua morte é anunciada. Até então, quem lhes prestou atenção? Quem deles cuidou? Quem pediu responsabilidades pelo seu estado?
Portugal deve a sua liberdade a militares do 25 de Abril, mas isso também teve um preço: nunca quis saber dos massacres que fez, e que são uma mancha na nossa História. Eu, quando digo mancha digo-o com a certeza de que todas as Histórias de todos os povos e nações as têm. Não quero julgar ninguém, nem acusar ninguém. Apenas peço que ninguém se envergonhe ou queira apagar o passado, porque ele existiu e foi o nosso passado (mesmo dos que, como eu, não gostavam); e que ninguém exalte esse tempo de guerra injusta e desumanidades cometidas por um regime totalitário.
A moda, a mania de derrubar estátuas, mudar nomes de ruas, proibir o que foi dito e escrito é uma ameaça moral que só encontra equivalente na Inquisição.
https://expresso.pt/opiniao/2021-02-17- ... birrantes#
Acrescento que em vez dos ex-brasões das ex-colónias colocassem um ou dois quiosques multimédia na praça, a explicar os Descobrimentos e o enquadramento da praça, era muito mais útil para divulgar a nossa história para quem nos visita e a manter as nossas memórias vivas.
Pois, em vez de apagar ou fingir que não temos passado, aprender sobre e, com ele.
Aprender é o que uma pessoa/ sociedade inteligente faz. Para mim, esquecer/ meter num armário e tentar erradicar é para fracos e ignorantes.
Resolver/ solucionar e evoluir/ crescer é onde reside o êxito.
[b]"A wise man makes his own decisions but an ignorant man follows the public opinion."
"Our minds seem to like simple categorical ways to divide up information in the world. This is kind of interesting given how terribly complex and nuanced most things are — especially in our social lives." G. Geher
"Our minds seem to like simple categorical ways to divide up information in the world. This is kind of interesting given how terribly complex and nuanced most things are — especially in our social lives." G. Geher
Re: Contra o apagamento dos Brasões da Praça do Império
Parece que há mais alguém que pensa como eu:
Acrescento que em vez dos ex-brasões das ex-colónias colocassem um ou dois quiosques multimédia na praça, a explicar os Descobrimentos e o enquadramento da praça, era muito mais útil para divulgar a nossa história para quem nos visita e a manter as nossas memórias vivas.
Uma esquerda e direita picuinhas e embirrantes
Sinceramente já não sei o que pensar do que se lê nos jornais e se ouve nos debates da restante Comunicação Social. Dos brasões da Praça do Império à morte de Marcelino da Mata, salvo raras e honrosas exceções, as posições extremam-se e tornam-se mesquinhas, com cada lado a nada mais querer do que embirrar com o outro. O país, que já não se preocupa com o futuro, passou a querer reescrever o passado
Vivo em Lisboa desde que nasci. Durante alguns anos vivi a dois passos da Praça do Império e ainda hoje moro não muito longe, embora já na freguesia de Algés. Em miúdo, ainda aquilo era novo, a estrear, o meu avô e os meus pais levaram-me ao planetário Gulbenkian, além de ao Museu de Marinha; olhei para a fonte luminosa que lá estava (e está), com o ar basbaque de quem só conhecia a fonte da Alameda D. Afonso Henriques, que nem mudava de cor como aquela. Também, mas menos por influência jacobina dos meus maiores, entrei algumas vezes nos Jerónimos, assim como na Torre de Belém. Lembro-me de aprender que ali (ainda não havia nem havia de haver CCB) fora a praia onde foram batizados à força milhares de judeus. Brinquei entre as sebes e a relva, com outros miúdos da família. Mais tarde levei lá as minhas filhas: ao planetário, ao Museu de Marinha, aos Jerónimos, à Torre de Belém. E até com netos já lá andei.
E agora a revelação: até esta polémica não sabia que estavam lá os brasões das ex-colónias.
Durante anos cobri assuntos dos Palop. Andei com as tropas da Frelimo, da Renamo, da Unita, das Fapla, e também por São Tomé, Cabo Verde e Guiné. Um dia, numa aldeia remota no interior de São Tomé, quando ia num jeep com um fotógrafo do Expresso (Luiz Carvalho) uma aldeia em peso aclamou-nos com alegria enquanto gritavam “brancos! brancos!”, como se fôssemos redentores; um então chefe do Estado Maior General de Moçambique confessou-me que fazia levitação, e um major que sabia de matemática a fundo, revelou que tinha medo de uma bruxa sem uma mama porque a atravessava com um carregador de AK 47 e ela não morria. Era num zona específica, a meio caminho de Maputo para o Xai-Xai, na Manhiça, então terra tornada fantasma pela guerra. Não há dúvida de que as guerras e o colonialismo criam muitos mais fantasmas do que podem crer aqueles que só de longe ouviram falar.
Soube dos feitos de Marcelino da Mata contados por saudosistas, por militares não saudosistas, por anticolonialistas a sério. Foi um herói e foi um criminoso de guerra. A parte do herói era dele, da sua coragem pessoal, após a necessidade, a convicção ou o que quer que fosse, o ter levado a servir o Exército português. A parte do criminoso era do país que servia: Portugal. Este país reteve as colónias até ao impossível, para lá dos limites. Não me revejo nesse país, sempre fui contra as colónias e fui detido pela polícia por desejar a sua independência. Mas bem ou mal, somos todos portugueses: Eu, o Marcelino da Mata, o Mamadou Ba (embora este pareça ter vergonha). Não vale a pena fingir que o recém-falecido mais condecorado militar português era um criminoso de guerra por conta própria, um mercenário. Nada disso. Foi criminoso a mando de portugueses: alguns, metiam-se em aviões e atiravam granadas para dentro de palhotas onde mulheres e crianças inocentes morriam queimadas; alguns que fizeram crimes desses, colaboraram no 25 de Abril. Ninguém é só puro ou impuro.
No entanto, a nossa esquerda acha-se superiormente moral. E temos uma direita que se acha nacionalmente superior. É uma lástima. Eu não me importo tanto com os símbolos, interessa-me mais o futuro e as perspetivas que possamos ter num país livre e democrático que conhece o seu passado, sem dele se envergonhar, pois foi por ele que aqui chegámos. Como bem disse o ex-Presidente Eanes, Portugal sem Império era um país sem interesse. Os brasões feitos em flores, como Marcelino da Mata, são símbolos de um tempo ido. Têm tanto de bom como de mau.
A esquerda e a direita, sobretudo os moderados, se não querem ser arrastados para uma guerra sem sentido – uma disputa tribal bárbara e infrutífera – olhem para estes acontecimentos com a importância que têm. Não é assim tanta, e a prova é que só sabemos dos brasões e do Marcelino quando a sua morte é anunciada. Até então, quem lhes prestou atenção? Quem deles cuidou? Quem pediu responsabilidades pelo seu estado?
Portugal deve a sua liberdade a militares do 25 de Abril, mas isso também teve um preço: nunca quis saber dos massacres que fez, e que são uma mancha na nossa História. Eu, quando digo mancha digo-o com a certeza de que todas as Histórias de todos os povos e nações as têm. Não quero julgar ninguém, nem acusar ninguém. Apenas peço que ninguém se envergonhe ou queira apagar o passado, porque ele existiu e foi o nosso passado (mesmo dos que, como eu, não gostavam); e que ninguém exalte esse tempo de guerra injusta e desumanidades cometidas por um regime totalitário.
A moda, a mania de derrubar estátuas, mudar nomes de ruas, proibir o que foi dito e escrito é uma ameaça moral que só encontra equivalente na Inquisição.
https://expresso.pt/opiniao/2021-02-17- ... birrantes#
Acrescento que em vez dos ex-brasões das ex-colónias colocassem um ou dois quiosques multimédia na praça, a explicar os Descobrimentos e o enquadramento da praça, era muito mais útil para divulgar a nossa história para quem nos visita e a manter as nossas memórias vivas.
"Só duas coisas são infinitas, o universo e a estupidez humana. Mas no que respeita ao universo ainda não tenho a certeza" Einstein
“Com os actuais meios de acesso à informação, a ignorância não é uma fatalidade, mas uma escolha pessoal" Eu
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Re: Contra o apagamento dos Brasões da Praça do Império
Pata-Hari Escreveu:Nem parece teu, Mais_um. Existem símbolos suficientes? defines tu o suficiente ou insuficientes? esse comentário não és tu...
E estragados? abandonados e não mantidos pelo mesmo medina que depois decide que é melhor tirar porque não os manteve e não estão em bom estado? que vergonha absoluta.... tugalandia no seu melhor.
Um bocadinho de objectividade precisa-se.....não?
Em 2014 os arranjos florais estavam degradados há 20 anos... o Medina é presidente desde 2015, aliás esta polémica não é nova, o concurso para a remodelação foi lançado em 2014 e foi nessa altura que estalou a polémica. A conclusão do concurso ocorreu em 2020 e de repente a malta lembrou-se que em tempos existiram uns brasões em flores, mas durante 26 anos pouco ou nada se fez.
Aliás, arriscaria a dizer que nos 20 anos que alegadamente o jardim esteve meio abandonado não houve muitas pessoas a importarem-se com o assunto, mesmo quando a câmara era do PSD (2002 a 2007).
Como referi anteriormente ter os brasões em flores ou voltar ao desenho original da praça é me indiferente.
A História dos Brasões
A Praça do Império foi construída em 1940 aquando da ‘Exposição do Mundo Português’ e o projeto foi assinado pelo arquiteto Cottineli Telmo. No entanto, o projeto inicial não previa a existência de brasões. Estes foram adicionados 21 anos depois, em 1961, no âmbito dos 500anos da morte do Infante Dom Henrique e da Exposição Nacional da Floricultura. As renovações previstas, anunciadas em 2014. tinham como objetivo «retomar o traçado de Cottinelli Telmo, recuperando o conceito original de 1940». As três dezenas de brasões floridos representam as armas das capitais de distrito, as ex-províncias ultramarinas e as Ordens de Aviz e de Cristo.
Em relação aos símbolos do Império (prefiro Descobrimentos), essa zona está repleta deles.
Mosteiro dos Jerónimos, Torre de Belém, Padrão dos Descobrimentos, a própria praça em si (chama-se Praça do Império) está repleta de símbolos (na calçada, estátuas e símbolos em pedra), quando é que foi a ultima vez que foste passear para aquela zona?
Mas j´a agora, só para lembrar, as ex-colónias são mesmo ex-colónias e os brasões que estavam representados no jardim j´a não existem desde a independência das mesmas... e apostaria que mesmo que os brasões estivessem arranjados a esmagadora maioria das pessoas não saberia identificar o que aquilo era.
E para que não haja duvidas, considero que o Medina está a fazer um mau trabalho na Câmara e não sou só eu, não foi por acaso que ele perdeu a maioria.
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Re: Contra o apagamento dos Brasões da Praça do Império
Nem parece teu, Mais_um. Existem símbolos suficientes? defines tu o suficiente ou insuficientes? esse comentário não és tu...
E estragados? abandonados e não mantidos pelo mesmo medina que depois decide que é melhor tirar porque não os manteve e não estão em bom estado? que vergonha absoluta.... tugalandia no seu melhor.
E estragados? abandonados e não mantidos pelo mesmo medina que depois decide que é melhor tirar porque não os manteve e não estão em bom estado? que vergonha absoluta.... tugalandia no seu melhor.
Re: Contra o apagamento dos Brasões da Praça do Império
mais uma vez sugiro, a quem interessar E SOBRETUDO A QUEM NÃO INTERESSAR
que medite durante cerca de 1 hora
"O TRIUNFO DOS PORCOS"
http://www.paginasdefilosofia.net/o-tri ... -politica/
que medite durante cerca de 1 hora
"O TRIUNFO DOS PORCOS"
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Re: Contra o apagamento dos Brasões da Praça do Império
GaioAzul Escreveu:Pensava erradamente que a tentativa de erradicar a história era um acontecimento puramente estadounidense.
Que desilusão!
Nem há palavras.
Aqui em Portugal penso que ainda não andam a retirar estátuas...estamos a falar de uns arranjos de flores abandonados há + de 26 anos e nenhum dos concorrentes ao projecto de reabilitação da praça do Império considerou recuperar ou manter.
Foi tema em 2014, já na altura referia-se 20 anos de abandono, ora nesses 20 anos tivemos a câmara governada pelo PSD, por isso atribuir esta decisão a questões ideológicas ´e na minha opinião uma farsa.
Aliás, arriscaria afirmar que muitos dos que estão contra os novos arranjos nunca repararam na existências dos brasões em flores.
É um faits divers à portuguesa.
Como j´a referi, para mim, não me incomoda mantê-los ou eliminá-los. Existem suficientes símbolos naquela praça que evocam o nosso império, algo que me orgulho.
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Re: Contra o apagamento dos Brasões da Praça do Império
Caro Gaio Azul
não quero interferir muito.. mas se puder.. e quiser .. pesquise pf a origem dos principais "ocupantes"
eu podia escarrampachá-lo aqui ... mas para já não o faço
Pode começar pelos primeiros!!!!
cump
não quero interferir muito.. mas se puder.. e quiser .. pesquise pf a origem dos principais "ocupantes"
eu podia escarrampachá-lo aqui ... mas para já não o faço
Pode começar pelos primeiros!!!!
cump
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Re: Contra o apagamento dos Brasões da Praça do Império
Pensava erradamente que a tentativa de erradicar a história era um acontecimento puramente estadounidense.
Que desilusão!
Nem há palavras.
Que desilusão!
Nem há palavras.
[b]"A wise man makes his own decisions but an ignorant man follows the public opinion."
"Our minds seem to like simple categorical ways to divide up information in the world. This is kind of interesting given how terribly complex and nuanced most things are — especially in our social lives." G. Geher
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Re: Contra o apagamento dos Brasões da Praça do Império
O antigo Presidente da República veio dar a opinião sobre a possível remoção dos brasões da Praça do Império, considerando que esta possibilidade mostra o desrespeito da " esquerda festiva em relação ao passado do país".
É claro que a pluralidade de opiniões é legítima, mas esta iniciativa consubstancia uma visão higienista da história que se pretende constituir como única e absoluta.
Eanes faz bem em repudiá-la.
https://www.jornaldenegocios.pt/elevado ... ro-de-2021
É claro que a pluralidade de opiniões é legítima, mas esta iniciativa consubstancia uma visão higienista da história que se pretende constituir como única e absoluta.
Eanes faz bem em repudiá-la.
https://www.jornaldenegocios.pt/elevado ... ro-de-2021
1886 – Estátua da Liberdade; oferecida pelos Franceses como aniversário do 1º século de independência dos EUA
A estátua era um símbolo da democracia e das leis
A estátua era um símbolo da democracia e das leis
Re: Contra o apagamento dos Brasões da Praça do Império
Guilherme Valente com obra publicado e editor, tive um confronto com ele porque ele acredita que a civilização vai continuar na China depois do suicídio do ocidente e sua islâmisaçao , ex. Trappistan- França (1) já penso que ele tem razao .
,
Com o título
“Obrigado, Senhor General Eanes, por se juntar a este combate perdido
https://observador.pt/opiniao/obrigado- ... e-perdido/
(1)
https://www.cnews.fr/videos/france/2021 ... fesseur-de
«Je suis devenu une cible» : le témoignage de Didier Lemaire, professeur de philosophie à Trappes qui défend la laïcité
,
Tal como o grande Churchill na hora mais negra do confronto com uma besta idêntica deixou dito para os seus, o mundo e a posterioridade. Esta besta que hoje ameaça e está a conquistar o mundo ocidental (a minha esperança de um último reduto é a civilização chinesa milenar a quem isto repugna e assusta) não é, de facto, menos bestial. É mesmo mais terrível e temível. Conquista por dentro, não tem exército, comando, chefe e geografia, polo irradiador onde possa ser enfrentada. Não escraviza sem disfarce, infecta uma servidão voluntária. Observe-se e veja-se se não é isso que está a acontecer: universidades (que deviam ser o bastião da resistência), comunicação social (há excepções resilientes, “punidas” por isso pelo Governo), Governos e Partidos e idiotas úteis, claro.
Com o título
“Obrigado, Senhor General Eanes, por se juntar a este combate perdido
https://observador.pt/opiniao/obrigado- ... e-perdido/
(1)
https://www.cnews.fr/videos/france/2021 ... fesseur-de
«Je suis devenu une cible» : le témoignage de Didier Lemaire, professeur de philosophie à Trappes qui défend la laïcité
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Re: Contra o apagamento dos Brasões da Praça do Império
Para não estar a abrir um tópico novo e tendo em conta algumas coisas que se falaram neste tópico partilho este artigo:
(nota 1: Já que parece que é importante para algumas pessoas, o empréstimo das jóias que foram roubadas ocorreu com um governo de direita e à época foi considerado excessivo a importância das peças enviadas para uma exposição com fins meramente didácticos)
(nota 2: eu pago a assinatura do Expresso, não faço pirataria como alguns "ilustres"...)
(nota 1: Já que parece que é importante para algumas pessoas, o empréstimo das jóias que foram roubadas ocorreu com um governo de direita e à época foi considerado excessivo a importância das peças enviadas para uma exposição com fins meramente didácticos)
(nota 2: eu pago a assinatura do Expresso, não faço pirataria como alguns "ilustres"...)
Cofre-forte Real
Uma caixa-forte de alta segurança protege ouro, prata, diamantes e pedras preciosas. Para a acolher e dar casa permanente ao Tesouro Real, o Palácio da Ajuda renovou-se com a construção da sua última ala. Para visitar in loco, em data a anunciar brevemente.
As obras estão na sua fase final. Falta pouco para serem dadas como terminadas ainda no primeiro semestre deste ano. A seguir, terá lugar a transposição do Tesouro Real para a sua casa permanente, e ainda a adaptação e montagem de toda a estrutura móvel ao novo espaço do Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa. Pelo meio, está a instalação de um sistema de segurança ao mais alto nível, dentro e fora da caixa-forte gigante que reivindica para si toda a centralidade do espaço. E assim, com todos os cuidados e pormenores, o Museu do Tesouro Real vai abrir em data a anunciar brevemente com a magnificência de outros tempos. Aqueles em que Portugal se orgulhava de ser “o senhor dos diamantes de todo o mundo”, como está escrito, há quase 300 anos, num alvará do guarda-joias da casa real que constará daquele que é já o espaço museográfico mais esplendoroso do país.
Fechando a ala poente do palácio real, o museu, totalmente contemporâneo, apresenta-se como uma estrutura em vidro atravessada por lâminas verticais. Lá de dentro vê-se o esplendor de toda a paisagem que chega ao estuário do Tejo, e, de fora, a fachada despojada quase parece um todo de pedra. Imponente, sim, com uma escala monumental também, o edifício projetado pelo arquiteto João Carlos Santos, também subdiretor-geral da Direção-Geral do Património Cultural (DGPC), guarda a sumptuosidade necessária para acolher o nosso maior tesouro, escondido do público quase desde sempre.
A pompa e circunstância estão garantidas a cada visitante, quer entre pela Calçada da Ajuda, quer aí se desloque pela ala contrária, atravessando o pátio. Nós subimos a Calçada para admirar a fachada e a sua escadaria lateral, mas entrámos pelo pátio direitos à praça das arcadas que serve de espaço de reunião do público antes de se dirigir às bilheteiras, já no interior do edifício. A monumentalidade é a grande surpresa. A escala, a dimensão. Mais de 30 metros de altura, o equivalente a um prédio de dez andares. Vidros de seis metros de altura com 600 a 700 quilos de peso, e uma largura de 80 centímetros. “É tudo às toneladas, às centenas de metros”, desabafa o arquiteto, que começou a trabalhar na finalização daquela ala inacabada do Palácio da Ajuda em 2006, estava Isabel Pires de Lima à frente da pasta da Cultura. De lá para cá, foram muitos os projetos que apresentou, transformou e melhorou para aquele mesmo espaço. “Cada ministro que entrava, pedia uma coisa diferente”, diz o arquiteto. Este desenho em particular, já tomando em conta que seria o do edifício que albergaria o Tesouro Real, tornou-se o que agora se executa há uma década, era Gabriela Canavilhas ministra da Cultura. Entretanto, entre avanços e recuos, a obra só foi apresentada em 2016, já era ministro da Cultura João Soares, e só arrancou mesmo em janeiro de 2019, já ocupava a pasta da Cultura a atual ministra, Graça Fonseca.
“O que é que fui fazer? Fui ver os projetos desenhados anteriormente pelos meus colegas arquitetos, de Raul Lino a Gonçalo Byrne, passando por João Seabra. E decidi não mexer na Calçada da Ajuda, como eles tinham pensado, nem fazer a conclusão do projeto reduzido do antigo palácio. O meu limite fica dez metros atrás da versão reduzida, para não ter que mexer na Calçada, que considero por si só um elemento histórico. A intervenção é diferente e assumidamente diferente, com uma expressão contemporânea”, explica João Carlos Santos. “Privilegiei a visualização para o exterior. Quando se faz fachadas em vidro tem que se arranjar para-sóis que ou são lâminas verticais ou horizontais, escolhi as primeiras. Além disso, o vidro com esta solução de lâminas verticais acaba por desaparecer, só se vê quando estou mesmo de frente. Lateralmente parece quase uma superfície toda em pedra. É o que pretendia.”
E se o objetivo era construir um edifício de raiz por forma a expor um espólio que estava guardado a sete chaves e que ninguém conhecia, ele foi bem sucedido. Património nacional, o Tesouro Real só foi mostrado numa exposição temporária em 1991, era Pedro Santana Lopes secretário de Estado da Cultura, e, antes disso, no período que vai de 1968 a 1974, algumas peças estiveram expostas no Palácio da Ajuda. Agora, o Tesouro Real vai ficar à vista de toda a gente, mas continuará fechado, desta vez, a mais de sete chaves.
Preocupação máxima do projeto, a segurança quase manda no edifício e não se concentra só na caixa-forte que alberga a totalidade do Tesouro. O arquiteto vai ao cerne da questão: “Temos um consultor de segurança internacional. De resto, não avancei com o projeto sem ter esse conforto. Na nossa primeira reunião ele foi logo claro, independentemente de todos os níveis de segurança que possamos ter implantado, não estamos livres de ter um roubo, porque isso acontece. Devemos é procurar dificultar ao máximo que ele se concretize.”
A segurança, continua João Carlos Santos, começa com o desenho do projeto. “Pensei em fazer uma grande caixa-forte, que tem 40 metros de comprimento, por dez de altura e dez de largura. Está localizada a meio do edifício novo, e é lá que fica toda a exposição do tesouro, que vai ser visitada, à semelhança do que acontece noutros locais do mundo, na Europa, sobretudo. Essa caixa-forte está aberta ao público durante o dia e é fechada ao fim do dia. Cada porta — são duas — pesa cinco toneladas, e tem 40 cm de espessura, feita toda em aço. São portas de segurança máxima, portas de cofre.”
De facto, também elas impressionam, e muito. Ao passá-las parece que vamos entrar para um local desconhecido, cujas coordenadas só descobrimos mais tarde. É lá dentro que olhamos para o espaço do museu. Inacreditável. Deparamo-nos com a existência de três pisos, três níveis expositivos circundados por uma rampa para pessoas com mobilidade reduzida, que acaba por ser usada por todos os visitantes num percurso único. Na cabeça ainda vai a espuma dourada de alumínio retroiluminado que forra a parte de fora do cofre gigante tornando-o reluzente o suficiente para ser notado até do exterior do palácio. Longe ficaram, entretanto, os detetores de metais, os raios X e os infravermelhos logo a seguir às bilheteiras. “Tradicionalmente, temos uma ideia da segurança que se baseia na colocação de câmaras e de raios X, mas é muitíssimo mais do que isso o que temos aqui. O projeto está pensado desde a raiz para incorporar todos os tipos de segurança. Ela está no design do edifício e também nos dispositivos aí montados, uns visíveis, outros não, alguns são como nos filmes, outros não são. A verdade é que nos permitem ter aqui um nível de segurança enorme e indispensável”, explica o subdiretor-geral da DGPC. A estratégia de segurança, avança ainda João Carlos Santos, “passa, na maior parte das vezes, por dificultar o acesso, quanto mais barreiras criarmos para se atingir o objeto, melhor. Ou seja, temos que conceber uma série de obstáculos, que se traduzem em vários perímetros, como se diz na linguagem de segurança. Aqui, temos o perímetro do edifício, depois o perímetro do interior do edifício, o perímetro da caixa-forte, e ainda o perímetro da vitrina”.
“As joias não têm preço. Não há nada que as pague”, e, depois do roubo de Haia, a 2 de dezembro de 2002, todos os cuidados são poucos e todos são legítimos. Desapareceram seis das melhores peças do Tesouro entre as 15 que tinham sido emprestadas para a exposição “Diamante: Da Pedra Bruta à Joia”. Os ladrões levaram o mais extraordinário diamante português, uma pedra de 135 quilates, pertença de D. João VI e considerada uma das maiores do mundo, um anel do mesmo monarca, em prata e ouro, com um imponente diamante de 37 quilates, um castão de bengala de D. José em ouro, encimado por 387 brilhantes, um par de alfinetes trabalhados em ouro e platina e cravejados com diamantes-rosa e brilhantes, e uma gargantilha oferecida por D. João VI à Rainha Carlota Joaquina, toda em ouro e prata, decorada com 32 brilhantes. Da indemnização do roubo em território dos Países Baixos, 4,4 milhões de euros foram adjudicados à obra que ultrapassa agora os 30 milhões de euros.
Não é para menos. Se a descrição das peças roubadas há 18 anos impressiona, imagine-se o que não serão quase 900 peças, 142 joias, 14.800 pedras, das quais 12 mil são diamantes, cravejadas em muito ouro e muita prata, onde sobressaltam ainda as esmeraldas, as safiras e os rubis.
É verdade. São objetos de um valor histórico e artístico incalculável. Para termos uma ordem de grandeza, vejamos o caso de um pingente de Maria Antonieta, vendido num leilão da Sotheby’s em Genebra, em 2018, por 36 milhões de euros. O valor estimado pela leiloeira era entre dois a três milhões, mas a pertença a uma figura histórica elevou-o muitíssimo. O Tesouro Real que ainda temos foi utilizado pela corte entre o século XVIII e o fim da monarquia, em 1910. Há peças anteriores, de finais do século XVI, como as 23 salvas de prata de aparato, que serviam as cerimónias reais. E há muitas peças de ourivesaria, que também mostram o esplendor de um reino no auge do seu período imperial. E há mais, muito mais.
O primeiro núcleo do percurso chama-se Essência. Lá vão estar as matérias-primas com que se constroem as peças do Tesouro Real que serão vistas a seguir. A famosa pepita de ouro de 21 quilos, a maior do mundo ao que se conhece, encaixa nessa secção ao lado dos diamantes. Uma réplica dela vai estar à disposição dos visitantes para que toquem e sintam o material original. A ideia é completar a experiência do público com mais do que o olhar. À semelhança da pepita, outras réplicas de outros objetos estarão espalhadas pelo recinto expositivo com a mesma intenção. Há uma secção dedicada a moedas e medalhas, muitas delas constituíram trocas diplomáticas, outras não, que foram sendo identificadas com a ajuda dos especialistas do Museu do Dinheiro. Espaço também para as Ordens Honoríficas, onde se destaca a Ordem do Tosão de Ouro, com os seus rubis de “características compatíveis com a origem birmanesa, de uma região particular que se chama Mogok, com a sua safira comprada no tempo de José Rosas Júnior [o restaurador das peças na década de 50 do século passado], comprada pelo Estado Novo, portanto, com características compatíveis com origem no Sri Lanka, tratando-se daquilo a que antigamente se chamava a safira do Ceilão”, explica Rui Galopim de Carvalho, encarregado de fazer o estudo de gemologia mais completo até agora das pedras preciosas incluídas no Tesouro Real.
Noutro núcleo estão as joias propriamente ditas, e uma secção dedicada à aclamação dos reis. “São momentos muito imponentes e muito marcantes pelos objetos que lá estão, os mantos, os cetros, a coroa feita no Brasil, toda a iconografia régia, as saramelas dos brados da aclamação...”, conta José Alberto Ribeiro, diretor do Palácio Nacional da Ajuda e também do Museu do Tesouro Real. É ele quem nos relata também a existência do núcleo dedicado às tais 23 salvas de aparato, algumas do século XVI, com os motivos africanos, e que vêm do reinado de D. Manuel, uma coleção única e de nível internacional. Novidade, será a exposição das “coleções particulares de dois reis que deixaram um acervo muito significativo de ourivesaria entre o século XVI e o século XIX, a de D. Fernando II, mais conhecido neste domínio, e de D. Luís I, que não era um colecionador da mesma envergadura do pai, mas, graças a quem, foi criada a Galeria de Pintura do Rei D. Luís, no Palácio da Ajuda. À coleção de pinturas junta-se a coleção de moedas antigas que tinha e também muitas peças de ourivesaria que comprou em viagem”.
Há também um núcleo dedicado às ofertas diplomáticas, onde ficam as ofertas de cidadania, das cidades que os monarcas visitaram, os presentes de presidentes de visita ao nosso país, do Papa, que deu as célebres rosas de ouro em oferta às rainhas de Portugal. E ainda um núcleo dedicado só a objetos litúrgicos que faziam parte da Casa Real, coroas, paramentos, panos de altar, e de banquetas de altar. E, já no último andar, no núcleo dedicado à mesa real, dá-se a conhecer a baixela Germain, uma encomenda feita por D. José, que ainda hoje é usada para cerimónias muito especiais, e que agora foi estudada cuidadosamente pelo conservador de Artes Decorativas do Museu do Louvre. Por último, continua o diretor do palácio, espaço para uma explicação para que o público perceba como muitas destas peças que fizeram parte do Tesouro Real viajaram. Está lá a caixa da enorme coroa, caixas várias que serviam para transportar outras peças. Estes invólucros não guardaram só o que foi para o Brasil e de lá voltou, serviram também para preservar as joias que durante a guerra civil, entre D. Miguel e D. Pedro, andaram pelo país a acompanhar o monarca e apresentam-se aqui como novidade absoluta.
Completamente novo vai também ser o aspeto das peças. Limpas como nunca pelo Laboratório José de Figueiredo (LJF), apresentam-se mais cintilantes, com mais brilho e cor mais viva. “Quase parecem joias diferentes”, diz José Alberto Ribeiro. Belmira Maduro, responsável do LJF pela intervenção de conservação e restauro das peças, confirma: “A mudança da cor e do brilho da superfície das peças antes e depois de tratamento é notória, pois a prata e o ouro da prata dourada recuperaram o brilho original.” E Rui Galopim de Carvalho garante que “são joias de qualidade máxima”.
A limpeza iniciou-se em janeiro de 2017 com a observação do estado de conservação de um conjunto de peças civis e religiosas, datadas entre o século XVI e o século XIX. Mas só em outubro de 2019 teve início a intervenção de conservação. No Palácio Nacional da Ajuda montou-se um espaço adequado à execução do plano de intervenção, e aí começou a conservação das várias tipologias de peças de prata e prata dourada (castiçais, cruzes, cálices, turíbulos, navetas, salvas, gomis, etc.). Antes e durante o restauro, para cada peça foi feito um relatório com o seu estado de conservação, ao qual se foi juntando toda a informação recolhida durante a intervenção, assim como a metodologia usada. Todo o processo tem sido também acompanhado por uma recolha de documentação fotográfica.
“Tanto as peças de prata, prata dourada ou aquelas que são parcialmente douradas tinham a superfície muito escurecida, deformações, e, em algumas, era notório os sinais de intervenções antigas a que foram sujeitas ao longo dos tempos”, explica Belmira Maduro. “Nunca nos podemos esquecer que todas estas peças foram usadas.” A técnica do LJF esclarece que “sempre que foi possível, as peças formadas por vários elementos foram desmontadas, possibilitando um tratamento mais cuidado e também a recolha de um conjunto de informação que se prende com as alterações que as peças possam ter sofrido, como marcas de ourives e de execução, assim como diferentes técnicas e métodos de douramento empregues. Foi ainda possível observar e documentar as alterações que as peças sofreram em termos de gosto, com a junção de novos elementos ou com a mudança de proprietários, bem como com a alteração ou adição de brasões. Algumas deformações foram corrigidas. E todas as intervenções tiveram por finalidade dar uma leitura uniforme e estabilidade física às peças”, conta. E conclui: “Apesar de não se poder considerar que as joias estivessem em mau estado de conservação, é muito grande a diferença que vamos encontrar após a intervenção. A cor e o brilho das pedras é muito mais intenso, assim como a prata para as cravações de diamantes e o ouro para as gemas coloridas. As joias ficaram esplendorosas”.
Este processo decorreu em paralelo com a observação das gemas por Rui Galopim de Carvalho. Quatro meses de trabalho iniciado em setembro permitiu ao gemólogo analisar pedra por pedra. “Comecei por fazer a identificação gemológica das pedras, identificar o material, se é diamante, se é rubi, esmeralda ou safira, depois medi a pedra no seu comprimento, na sua largura, diâmetro médio, e, no caso da pedra ser de cravação aberta, medi a altura entre a parte de cima e a parte debaixo. O objetivo era medir as três dimensões da pedra com o intuito de, com alguns cálculos aritméticos, fazermos uma estimativa grosseira de qual será o seu peso em quilates (0,2 gramas). E só fizemos este cálculo para as peças acima dos 7 milímetros, ou seja, já com alguma dimensão.”
Seguiu-se a descrição da pedra, cor, pureza e limpidez, o que se vê à vista desarmada ou com ampliação de dez vezes, e o que a pedra tem lá dentro. “São também descritas as características internas da peça, que basicamente são os defeitos. Se tem riscos, se foi danificada, se está partida...”, explicita Rui Galopim de Carvalho. Essas características internas, juntamente com outros dados, vão permitir “aventar a hipótese de uma possível origem geográfica da pedra, para sustentar, ou não, aquilo que são as proveniências das pedras preciosas à altura da manufatura”. Um trabalho de detetive para ver se há concordância entre a informação que a pedra tem e as ocorrências normais e coevas da altura da manufatura. Falamos de 200 anos ou mais. São estas descrições, juntamente com as descrições das lapidações feitas nas pedras, que acabam por validar ou não o historial das peças.
As pedras mais importantes da coleção são os diamantes, basta dizer que entre 80 a 90% delas são diamantes. “Nessa altura o diamante só vinha de três locais do mundo. Do Brasil, de que nós éramos a potência dominante, tendo uma posição privilegiada para os poder ter; vinham da Indonésia, dominada pelos holandeses; e vinham da Índia, na altura dominada pelos britânicos, com produções muito mais modestas do que as brasileiras. Essa nossa relação com o Brasil faz supor que os diamantes das joias da coroa sejam muito provavelmente de origem brasileira”, explica o gemólogo, que não retira importâncias às outras pedras preciosas como a esmeralda, a safira ou o rubi. “A grande laça de esmeraldas é uma peça absolutamente extraordinária, é enorme, as esmeraldas têm uma grande dimensão, entre os quatro e os 17 quilates, e a do meio entre 40 a 50 quilates. Estamos a falar de 250 a 280 quilates de esmeraldas e, quando olhamos para a peça, todas as esmeraldas têm a mesma cor e essa excelência da cor, de elevada transparência, é de uma enorme categoria. Notável num conjunto de 31 esmeraldas extraordinárias. E, em meados do século XVIII, esmeraldas com aquele calibre só vinham da Colômbia.”
A história que explica como é que essas pedras são pertença da coroa portuguesa, que não detinha a Colômbia, conta-a José Alberto Ribeiro: “A filha de D. João V, D. Maria Bárbara de Bragança, casou com Fernando VI de Espanha e teve essa joia enquanto rainha de Espanha, e princesa de Portugal, porém, como morreu sem descendentes, deixou-a a uma das suas irmãs. E a peça entra no tesouro real por essa via.” Histórias como esta há muitas. “Cada peça exposta será contextualizada o mais possível, indicando-se quem a usou, onde e quando”, avança ainda o diretor do Palácio da Ajuda.
A peça mais importante da coleção do Tesouro Real, diz Rui Galopim de Carvalho, é a Insígnia da Ordem do Tosão de Ouro. E é-o “do ponto de vista da construção, das pedras e da forma como estas estão cravadas”. “Há um passador muito bonito que tem duas pedras vermelhas, uma grande e uma pequena. A pequena é um rubi de aproximadamente cinco quilates, provavelmente de origem birmanesa, e a grande, com um encarnado rosado é aquilo a que os antigos chamavam rubis balas, vindos do Cazaquistão, dos quais os navegadores do século XVI já falavam e que chegavam das rotas da Índia. Há um alfinete com diamantes e uma pérola que pertenceu à rainha D. Maria Pia. A pérola também tem uma categoria extraordinária. É uma pedra grande, barroca, porque irregular, sem eixo de simetria, que também é digna de nota. Destaco ainda aquele grande sabre que pertenceu a D. Miguel, o sabre de corte, lindíssimo, com o punho em ouro cravejado de diamantes. Temos um abre-cartas feito em jade russo, fabricado pela casa Fabergé, os joalheiros dos Romanov”. Temos peças realizadas por Pollet e peças criadas pelos romanos Castellani no século XIX. Em duas palavras, diz ainda o gemólogo, trata-se de “uma coleção extraordinária e de qualidade mundial”.
A essa riqueza de pedras e metais agora documentada (quantos serão os muitos milhões de euros ali reunidos?), junta-se todo um leque de informação adicional, que permite uma outra leitura sobre o objeto. “Há também uma cronologia no tempo que conta a história deste tesouro, como se formou e como chegou aos nossos dias, entre guerras, revoluções e roubos. A ideia é mostrar esse acervo gigante”, adianta José Alberto Ribeiro. “Um tesouro único do ponto de vista simbólico, e artístico ao nível da ourivesaria de ouro, prata e pedras preciosas”, diz e explica: “Pela matéria, pelo requinte e pela mestria, muitas destas peças de ourivesaria são fascinantes, sobretudo para o público português, que não tem ideia, porque nunca viu, da dimensão e da qualidade que elas têm. É um momento único e histórico.”
No percurso expositivo, o grande enfoque está no período após o terramoto de 1755, que é devastador. “Quando arde o paço de madeira, a Real Barraca, construída logo a seguir à catástrofe, para servir de casa à realeza portuguesa, são mandadas fazer escavações nos escombros para procurar o que se tinha salvo. O incêndio aconteceu em início de novembro de 1794, e em março do ano seguinte há vários relatos da descoberta de pedras preciosas, diamantes e prata que se fundiu. Tudo isto são o tipo de informações adicionais sobre os vários momentos pelos quais este tesouro vai passando ao longo da história.” Além do terramoto, as invasões francesas, período em que as peças vão para o Brasil, lá se dispersam e só algumas regressam, a guerra civil entre D. Miguel e D. Pedro, quando muita coisa foi vendida para financiar o confronto, e o momento triste do roubo de Haia, também estão assinalados. Este é o momento da reunião do Tesouro e da história desses objetos de grande aparato ligados ao líder do país durante séculos. E um momento novo do ponto de vista da historiografia da arte portuguesa.
Abandonámos o Palácio Nacional da Ajuda com um torpor no corpo e uma excitação na cabeça. Fomos os primeiros a visitar aquele que vai ser o ex-líbris de um reino não tão longínquo assim e que marcou a história da representação de Portugal aos olhos do mundo. Percorremos a sua memória e imaginámos o seu futuro.
https://leitor.expresso.pt/semanario/se ... forte-real
"Só duas coisas são infinitas, o universo e a estupidez humana. Mas no que respeita ao universo ainda não tenho a certeza" Einstein
“Com os actuais meios de acesso à informação, a ignorância não é uma fatalidade, mas uma escolha pessoal" Eu
“Com os actuais meios de acesso à informação, a ignorância não é uma fatalidade, mas uma escolha pessoal" Eu
Re: Contra o apagamento dos Brasões da Praça do Império
«O desrespeito desta esquerda festiva em relação ao passado do país é uma atitude indesejável»
https://sol.sapo.pt/artigo/724678/ramal ... -catalunha
A Ramalho Eanes e poucos mais e à coragem do povo Portugues anónimo , devemos :
Não estar numa ditadura cruel
Não termos tido uma guerra civil sangrenta
Estarmos aqui a escrever ,uns a criticar a tal esquerda que se permitiu tudo fazer.. por mais ignóbil que fosse e que
. faz barulho e recebe subvençoes... outros muito poucos, a apoiá-la como apoiam qualquer anuncio publicitário
bfs
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Re: Contra o apagamento dos Brasões da Praça do Império
Pelo que percebi dessa notícia do DN o jardim vai continuar a ser jardim e a empreitada que nele está prevista (sem recuperação dos Brasões) custa 730M €... recuperar e manter os Brasões custa mais? Quanto?
Se não custar mais, ou não muito mais, e as pessoas gostavam como estava (eu gostava), então não percebo porque não se recuperam.
Se não custar mais, ou não muito mais, e as pessoas gostavam como estava (eu gostava), então não percebo porque não se recuperam.
Um abraço,
Carrancho
Carrancho
Re: Contra o apagamento dos Brasões da Praça do Império
exacto Marco
a desculpa é que foi o Costa quem começou... queria melhorar..
https://www.am-lisboa.pt/101000/1/00545 ... /index.htm
abraço
a desculpa é que foi o Costa quem começou... queria melhorar..
https://www.am-lisboa.pt/101000/1/00545 ... /index.htm
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