PSI acompanha ganhos europeus no fecho da semana. BCP sobe mais de 3%

[rbrandaopereira]

A alta cozinha é como o caviar.. Nem todos sabem apreciar. Mais... Nem todos estão ao alcance de apreciar.
Nem me vou alongar mais.. Porque esta é a minha área e quando leio comentários tão absurdos, tão incisivos como li, perco toda e qualquer motivação de intervir no tópico, porque sinto mesmo que não irei alcançar alguém, mas enfim.
Panados com pão

[MNPTLIS]

Restaurantes com estrelas Michelin são lugares onde nem perco tempo a entrar.
Ver arquitectura no prato e pagar bilhete para comer mal.
Prefiro as tascas.

[JOAQUIM BARROs]

Fui ao restaurante Talho em Lisboa do "chef" Kiko há 2 anos e foi uma treta, carne seca que nem madeira.

Em Lisboa a relação preço-qualidade é muito má, inferior até a outros países com custo de vida mais alto.

[soso]

Boas festas e um excelente fim de ano

Fica uma pequena nota de boa disposição

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Num restaurante gourmet... e na tasca!


O Chef hoje recomenda :

“Crevette grisé”, envolvida em molho bechamel, com pequenos apontamentos de salsa frisada australiana, na sua cama de massa fina, banhada em pão ralado crocante e confitada em óleo vegetal .
Preço: 15 Euros


A mesma “especialidade” na tasca da esquina:

Rissol de camarão

Preço: 1 Euro


Agora digam lá se a semântica não tem muito valor acrescentado …!
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[djovarius]

Boas,

Eu não queria, mas sou obrigado a entrar nesta discussão. Como não consigo estar ligado 100% ao mercado, tenho uma ligação antiga à p.... da Hotelaria

Acho que há aqui uma imensa confusão entre coisas bem distintas:
- Nouvelle cuisine nada tem a ver com estrelas Michelin - o guia distingue profissionais consagrados (com reflexo no seu local de trabalho) que oferecem experiências marcantes. No Algarve, destaco o Vila Joya com muitos anos de sucesso (ainda antes da estrela), desde os tempos em que imagens de pratos semi-vazios ainda não estavam associados ao Guia. Ou à extrema qualidade do Chef.
Cabe-me lembrar que há muitos estabelecimentos no Oriente com estrelas, mas onde muitos de vós não entrariam, não por discordarem do conceito, mas sim dos ingredientes. E, sim, muitos desses lugares dão direito a comer algo porreiro por menos de 5 dólares.
Nouvelle cuisine é outra coisa, de onde se ramificam experiências como o conceito de menu de degustação. É isso que muitos aqui estão a criticar.

Porém, digo-vos, não deviam criticar o conceito: critiquem antes a vossa falta de tempo para pesquisar quais desses lugares merecem a pena ser visitados. É que existem lugares bons e outros bem sofríveis nessa matéria. O mesmo se aplica ao bife à portuguesa. Há bons e maus.
Admito, claro, que quando se trata de degustação existem Chefs que não passam de "wannabees", mas que estão no mercado. Escusado será dizer que o mercado se encarregará de os tirar de jogo. Como em qualquer outro negócio.

Só aqui na terrinha temos montes de lugares excelentes quando se trata de degustação / fine dining - desde o espantoso Vivendo, Artistas, Casa do Pintor, Pátio, Mirandus, etc... é preciso uma carteira cheia de notas ? Sim, mais ou menos isso, pode depender dos casos, mas se calhar é melhor do que comprar BCP por estes tempos !!

Abraço

dj

[Limonov]

Não consigo entender que se tente sequer argumentar que receber prémios e galardões importantes seja um insulto. Algo está errado no argumento.

Dizer que há mais para lá das estrelas, faz sentido e dá muito espaço para discussão. Afirmar que é insultuoso acho sem razão de ser. As estrelas são uma referência que ninguém tem que seguir. São um galardão para um tipo de cozinha que definiram em cima.

Ninguém obriga ninguém a seguir. Podem simplesmente ignorar. Mas não tentem argumentar que um galardão seguido mundialmente é irrelevante e ainda por cima que é insultuoso.

A seguir vamos ter o tópico da argumentação em como o nobel da literatura é um insulto que é porque galardoa um tipo de leitura que não é para todos os gostos. Ou da medicina porque não galardoa o tipo de investigação sobre cancro que a nossa tia tem. Não faz sentido.

Like

[MarcoAntonio]

Especialmente porque se trata de um guia e classificação promovidos por uma entidade privada, que segue os critérios que muito bem entende.

Quanto muito, poderemos achar se o guia é útil ou não para as nossas preferências pessoais ou, dentro dos critérios por eles mesmos escolhidos, apreciar se é credível ou não...

[Pata-Hari]

Não consigo entender que se tente sequer argumentar que receber prémios e galardões importantes seja um insulto. Algo está errado no argumento.

Dizer que há mais para lá das estrelas, faz sentido e dá muito espaço para discussão. Afirmar que é insultuoso acho sem razão de ser. As estrelas são uma referência que ninguém tem que seguir. São um galardão para um tipo de cozinha que definiram em cima.

Ninguém obriga ninguém a seguir. Podem simplesmente ignorar. Mas não tentem argumentar que um galardão seguido mundialmente é irrelevante e ainda por cima que é insultuoso.

A seguir vamos ter o tópico da argumentação em como o nobel da literatura é um insulto que é porque galardoa um tipo de leitura que não é para todos os gostos. Ou da medicina porque não galardoa o tipo de investigação sobre cancro que a nossa tia tem. Não faz sentido.

[HRamos_3]

Proponho desde já a criação do Guia Miguelino, não com 3 estrelas mas com 9, para acabar com este monopólio avec.

[carlosdsousa]

Boas

Para quem gosta de cozinhar...
tiver uma boa churraqueira ou forno de lenha...
acesso a um bom talho ou peixaria/marisqueira...
pode fazer umas brincadeiras que poucos restaurantes chegam na relação qualidade/preço

duas boas costeletas carne arouquesa, 3 dedos (+-1kg cada) uma boa camada de sal na hora de ir para grelha - €30 para 4 pessoas
um robalo 2 kg... daqueles gordos, besuntado com azeite alhado e com sal na hora de ir a grelha - €40 para 4 pessoas

mais o vinho... ai pode ser outro tanto € ou mais depende dos gostos

[soso]

Bom almoço

[cpzao]

Apoiadissimo!

E, sendo do norte com uma costela lisboeta, tenho a dizer q Lisboa é o sitio onde se come pior considerando o rácio Qualidade/Preço.

Cumps!
LoneWolf

Que mito urbano!

[LoneWolf]

Ahah JohnyRobaz!

Certo que há sitios em lisboa q me agradam bastante. Há um belo tasco pertinho da trindade e bairro alto q tem optima comido. Certo tambem que os cozinheiros sao de Chaves! Mas tirando os de sushi, nenhum esteve acima de restaurantes no porto, braga, tras-os-montes, palmela, elvas, etc. etc.

Francesinhas em Lisboa é mais arriscado q fazer dinheiro com o PSI20! ;-P

Um abraço a cheirar a pica no chão!

[Beruno]

voces nao devem de ir comer aos mesmos sitios que eu. quer restaurantes "correntes", quer restaurantes "finos", nao me recordo de ter sido mal servido, ou de comer um caldo incolor ou uma gelatina a boiar. se forem com espirito de alegria e com guito na carteira, ate nos restaurantes finos enchem a pança.

essa critica vai da frustraçao de quem digitou esse conjunto de letras

[JohnyRobaz]

soso, nem mais! Estou contigo!

Aliás, eu sempre que viajo para fora recordo que o nosso país tem coisas excepcionais, das quais talvez a melhor seja mesmo a comida. Não consigo mesmo ver país com comida melhor que a nossa. Pelo menos, dos que já visitei.

Abraço!

lonewolf, em Carnide come-se muita bem pá! E não é assim tão caro. Ah, e as francesinhas do hotel Continental (junto à Av. Berna), custam 6€ e são óptimas!

[LoneWolf]

Apoiadissimo!

E, sendo do norte com uma costela lisboeta, tenho a dizer q Lisboa é o sitio onde se come pior considerando o rácio Qualidade/Preço.

Cumps!
LoneWolf

[soso]

Há anos que venho defendendo posições semelhantes

Contudo, tenho remado contra a maré e provinciano é o adjectivo mais simpático com que tenho sido presenteado

Finalmente, alguém das elites tem a coragem de dizer alto e bom som a maravilhosa cozinha mediterrânica de Portugal

Muito bom este artigo

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http://sol.sapo.pt/artigo/537421/malditas-estrelas

Malditas estrelas

O Guia Michelin é um insulto à nossa cozinha. Os portugueses, em vez de exultarem com as 26 estrelas, deviam desprezá-las.


Estamos na época dos prémios e das galas. Há prémios para todos os gostos e galas para os apresentar com grande aparato. Galas para os prémios de cinema, para os prémios de literatura, para os prémios de jornalismo, para os prémios de futebol, para os prémios de restaurantes, etc. Uma fartura.

Há duas semanas realizou-se em Espanha uma gala para anunciar as estrelas Michelin 2017. Não me lembro de que as estrelas fossem anunciadas numa cerimónia pública – mas admito que tenha andado desatento. O certo é que esta gala teve para nós, portugueses, significado especial, pois vamos ter 26 estrelas Michelin no próximo ano: 5 restaurantes com duas, e 16 com uma.

Portugal encheu-se de orgulho. Mas não nos precipitemos: entre os 21 restaurantes contemplados não há um único que sirva cozinha tradicional portuguesa. Aliás, entre os 20 chefs distinguidos, há 6 estrangeiros: Benoit Sinthon, Hans Neur, Dieter Koschina, Joachim Koerper, Miguel Laffan, Willie Wurger e Sergi Arola.

Apesar de Bruno Martins dizer no último B.I. que «a identidade de cada país parece ter ganho importância aos olhos dos inspetores do Guia Michelin», eu penso exatamente o contrário. Os inspetores do Michelin desprezam olimpicamente a identidade de cada país.

Conheço alguns restaurantes premiados com estrelas e devo dizer que não guardo de nenhum deles boas recordações. Num, serviram-me como sopa um caldo incolor com um fígado de pato a boiar. O líquido não tinha qualquer sabor e pensei que o segredo estaria no fígado. Meti-o na boca, trinquei-o, mastiguei-o, mas aquilo parecia sola de pneu. Por mais que fizesse não consegui destruí-lo. Como era um jantar de cerimónia, não podia devolver o fígado ao prato. Engoli-o então inteiro e tive uma sensação horrível: pensei que ia sufocar. Vi-me aflito – mas finalmente o fígado lá passou pela garganta, qual Cabo das Tormentas, e pude sossegar.

Noutro restaurante premiado pedi um borrego assado. Veio uma pasta apresentada como se fosse um pudim, feita numa forma, colocada no centro do prato. Julgo que era carne de borrego desfiada aglutinada com uma matéria que não identifiquei. Em cima do ‘pudim’, dois pedacinhos mínimos de borrego mal passados e um pé de hortelã a enfeitar.

Noutro restaurante de nouvelle cuisine – este não premiado – pedi um caldo verde, que aliás estranhei ver na lista. Trouxeram-me o dito, acrescentando que depois viria o chouriço. Qual não é o meu espanto quando se aproxima uma empregada com uma lata de spray na mão e deita um esguicho para dentro do prato. De facto sabia a chouriço. Mas com franqueza, um chouriço em spray…

Nestes restaurantes, antes da refeição, vem geralmente um empregado apresentar uma ‘sopa’ com grande pormenor. Após cinco minutos de conversa, põe à nossa frente um dedal – rigorosamente um dedal – com um líquido que mal conseguimos saborear mas que, de acordo com as boas maneiras, temos de dizer que é bom.


Portugal tem uma cozinha riquíssima, das melhores do mundo.


E não digo isto por patrioteirismo.

Vivi em França vários períodos e conheço boa parte da Europa, estive no Japão, estive na Índia, estive no Paquistão, estive em Macau, estive na Costa Leste e Oeste dos EUA, estive no Norte de África e no Sul de África, estive no Brasil – e experimentei muitas cozinhas. E digo: a cozinha portuguesa é excecional. É muito variada – tem marisco, tem peixe, tem carne – e é muito inventiva. Basta ver as 100 maneiras de cozinhar bacalhau. Temos pratos cozidos, fritos, grelhados, guisados, assados no forno… Temos legumes que proporcionam excelentes saladas frescas.

Ora, com isto, será normal que os inspetores da Michelin venham cá e só premeiem a nouvelle cuisine, a cozinha francesa, muito sofisticada mas muito menos genuína e variada do que a nossa?

É certo que são franceses – mas o Guia não pretende ser universal? Ou é um guia para franceses em viagem pelo estrangeiro?

Peço desculpa, pela afirmação, mas: o Guia Michelin é um insulto à nossa cozinha. Alguns restaurantes que conheço e servem ótima cozinha portuguesa – O Polícia, o Gambrinus, o Solar dos Presuntos ou o Pabe em Lisboa, o Porto de Santa Maria no Guincho, o Fialho, a Tasquinha do Oliveira ou o Botequim da Mouraria em Évora, a Maria no Alandroal, o Xana na Aldeia da Serra (Redondo), o Isaías em Estremoz, a Bolota na Terrugem (Elvas), o Capelo ou o Baixa-Mar em Santa Luzia (Tavira) – são pura e simplesmente desprezados pelos inspetores.

Para já não falar no Gigi, da Quinta do Lago, onde nunca fui mas que já me ofereceu inigualáveis iguarias na sua casa de Lisboa

Mas o Guia Michelin nem é bom para os franceses. Quando eles vêm cá, o que querem: conhecer a cozinha portuguesa ou comer a comida francesa que conhecem de ginjeira?

Julgo que os portugueses, em vez de exultarem com as 26 estrelas Michelin, deviam desprezar este guia – que nos despreza.

Com a marca Michelin, bons só são os pneus.

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