Incêndios em Portugal
Re: Incêndios em Portugal
F.Ferreira1 Escreveu:Eu moro na Alemanha há mais de 5 anos e já me perguntei a mim mesmo: Como é possível uma diferença tão grande relativamente à quantidade de incêndios entre a Alemanha e Portugal. Eu estou aqui a viver há mais de 5 anos e nunca vi um único incêndio!!! Mesmo nas noticias, não me lembro de se falar em algum incêndio aqui na Alemanha.
No entanto, a Alemanha também tem muita floresta e aqui no Sul as temperaturas também passam dos 30 graus e as vezes chegam mesmo aos 40!!! Não sei se poderá ter algo a ver com o tipo de floresta, árvores e afins, ou mesmo o clima.
Mas é incrível a quantidade de incêndios que existem em Portugal. E a quantidade de vezes que se ouve falar em corrupção, fogo posto, inclusive por bombeiros ou alguém ligado as empresas que gerem os aviões e helicópteros de combate a incêndios...
É realmente uma vergonha e uma pena para o país e principalmente para as pessoas afectadas.
Abraço
Um dos factores será climático por certo: Portugal tem um clima marcadamente mediterrânico, marcado por um verão que é bastante (extremamente!) seco, o que não ocorre na alemanha onde na verdade se tendem a registar os maiores níveis de precipitação precisamente durante o verão.
Como uma imagem fala por mil palavras, deixo gráficos termopluviometricos típicos para Portugal e Alemanha:
Portugal

Alemanha

Em resumo, o nosso verão é um pouco mais quente e muitíssimo mais seco (o alemão é um pouco menos quente e muitíssimo mais húmido).
FLOP - Fundamental Laws Of Profit
1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
Re: Incêndios em Portugal
A acreditar no que leio neste artigo, em breve será proibido plantar eucaliptos. É péssimo que haja quem queira tirar algum partido económico da floresta (e deste modo fazer também alguma manutenção dos espaços), num momento em que o país precisa de actividade económica, e é impedido. É estranho que se invoque o argumento ambiental, quando o que não falta nas florestas do norte do país são pinheiros. Assim vai este país. 

Re: Incêndios em Portugal
Cada vez me convenço mais de que os incêndios têm mão criminosa e gostava muito de ver discutido quais os grupos ou sectores económicos que lucram com isto.
Industria ligada aos incêndios? Industria Papeleira? Madeireiros?
Industria ligada aos incêndios? Industria Papeleira? Madeireiros?
“I can't give you a sure-fire formula for success, but I can give you a formula for failure: try to please everybody all the time.”
― Herbert Bayard Swope
― Herbert Bayard Swope
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Re: Incêndios em Portugal
Eu moro na Alemanha há mais de 5 anos e já me perguntei a mim mesmo: Como é possível uma diferença tão grande relativamente à quantidade de incêndios entre a Alemanha e Portugal. Eu estou aqui a viver há mais de 5 anos e nunca vi um único incêndio!!! Mesmo nas noticias, não me lembro de se falar em algum incêndio aqui na Alemanha.
No entanto, a Alemanha também tem muita floresta e aqui no Sul as temperaturas também passam dos 30 graus e as vezes chegam mesmo aos 40!!! Não sei se poderá ter algo a ver com o tipo de floresta, árvores e afins, ou mesmo o clima.
Mas é incrível a quantidade de incêndios que existem em Portugal. E a quantidade de vezes que se ouve falar em corrupção, fogo posto, inclusive por bombeiros ou alguém ligado as empresas que gerem os aviões e helicópteros de combate a incêndios...
É realmente uma vergonha e uma pena para o país e principalmente para as pessoas afectadas.
Abraço
No entanto, a Alemanha também tem muita floresta e aqui no Sul as temperaturas também passam dos 30 graus e as vezes chegam mesmo aos 40!!! Não sei se poderá ter algo a ver com o tipo de floresta, árvores e afins, ou mesmo o clima.
Mas é incrível a quantidade de incêndios que existem em Portugal. E a quantidade de vezes que se ouve falar em corrupção, fogo posto, inclusive por bombeiros ou alguém ligado as empresas que gerem os aviões e helicópteros de combate a incêndios...
É realmente uma vergonha e uma pena para o país e principalmente para as pessoas afectadas.
Abraço
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Re: Incêndios em Portugal
jevang2 Escreveu:Penso que se poderá ter como exemplo, quem leva a gestão florestal como uma atividade económica, por tanto uma coisa séria, como por exemplo a Caima / Altri/Portucel.
(...)
Sugiro pois que estas empresas ensinem os nossos militares (na prevenção), os nossos bombeiros e os nossos políticos a desempenharem os seu papel eficientemente. Sim, os nossos bombeiros, porque por vezes parece-me que o voluntarismo e suposto heroísmo, não é sinonimo de eficácia e de eficiência. Bom mas este tema é muito mais complexo do que o estar a levantar aqui ...
As áreas florestais que as papeleiras têm adstritas à prossecução da sua atividade não servem de exemplo para nada.
As papeleiras escolhem o terreno. Escolhem um ou dois tipos árvores, apropriados à sua atividade. Como se trata da sua atividade, sendo a floresta um ativo económico, conseguem alocar somas consideráveis à gestão florestal. E têm um espaço limitado para gerir.
Isto pode servir às papeleiras, mas não serve a uma fauna e flora que se pretende diversificada. Coitados dos azevinhos, dos salgueiros ou das nogueiras... se não servissem para a pasta da celulose, seriam exterminadas. Era tudo corrido eucaliptos.
Por outro lado, nenhum Estado conseguiria alocar os mesmos recursos económicos para a proteção da floresta, tal a dimensão da área florestal. Acresce que parte substancial das áreas florestais são de particulares, que teriam todos de ser expropriados para que tudo fosse gerido pelo Estado à moda das papeleiras...
Por fim, sempre gostaria de ver as papeleiras a gerirem plantações nas serras do Marão ou da Estrela.
Dizer que o ordenamento florestal deve gerir-se como gerem as papeleiras é o mesmo que dizer que toda a sociedade deveria ser um exército, porque no exército funciona tudo muito bem e é tudo muito organizado (este fórum seria logo encerrado, porque a atividade do exército não é investir na bolsa

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Re: Incêndios em Portugal
Dados interessantes, Marco.
Por acaso ainda na 5a feira passada choveu um pouco.
Ainda no assunto dos meios aéreos de combate a incêndios, justifica-se claramente a manutenção de uma frota pública de aviões e helicópteros, ao invés de estar todos os anos a alugar à hora e a peso de ouro meios a empresas privadas. Há-de haver sempre incêndios. Temos bases da força aérea e pessoal habilitado que podia fazer esse serviço. Há orçamento para criar brigadas de protecção ambiental para andar a assustar os velhinhos, mas não há disponibilidade para ter meia dúzia de aviões para apagar incêndios?


Ainda no assunto dos meios aéreos de combate a incêndios, justifica-se claramente a manutenção de uma frota pública de aviões e helicópteros, ao invés de estar todos os anos a alugar à hora e a peso de ouro meios a empresas privadas. Há-de haver sempre incêndios. Temos bases da força aérea e pessoal habilitado que podia fazer esse serviço. Há orçamento para criar brigadas de protecção ambiental para andar a assustar os velhinhos, mas não há disponibilidade para ter meia dúzia de aviões para apagar incêndios?

Re: Incêndios em Portugal
Texano Bill Escreveu:Não deixa de ser curioso que no mês de Julho esteve tanto ou mais calor que agora, e não houve incêndios.
Julho teve alguns dias de temperaturas particularmente elevadas. Mas por outro lado, pelo menos nos primeiros seis meses do ano os níveis de precipitação registados encontram-se bem acima da média. Por certo que teve influência na baixa taxa de incêndios para os primeiros sete meses...
Deixo em anexo o gráfico com o registo histórico para o último ano, com o primeiro semestre a ter níveis de precipitação bem acima do normal:

FLOP - Fundamental Laws Of Profit
1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
Re: Incêndios em Portugal
Para os interessados, estatísticas anuais e outras informações podem ser encontradas aqui:
http://www.icnf.pt/portal/icnf/noticias ... florestais
2016 estava a ser um ano notavelmente bom até Julho, provavelmente devido a um Verão algo tardio.
Infelizmente Agosto está a alterar o quadro dramaticamente.
http://www.icnf.pt/portal/icnf/noticias ... florestais
2016 estava a ser um ano notavelmente bom até Julho, provavelmente devido a um Verão algo tardio.
Infelizmente Agosto está a alterar o quadro dramaticamente.
FLOP - Fundamental Laws Of Profit
1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
Re: Incêndios em Portugal
Não deixa de ser curioso que no mês de Julho esteve tanto ou mais calor que agora, e não houve incêndios. 

Re: Incêndios em Portugal
"Quando a música acaba, apagam-se as luzes." The Door's
Re: Incêndios em Portugal
Penso que se poderá ter como exemplo, quem leva a gestão florestal como uma atividade económica, por tanto uma coisa séria, como por exemplo a Caima / Altri/Portucel.
Há algum tempo que ouço que as propriedades geridas pelas celuloses têm um índice de incêndios baixo, e ouvi de populares que de facto eles levam este tema muito a sério. Para participar neste tema, pesquisei um pouco e fui dar a um documento (documento publico de gestão florestal da Altri) que se lermos um pouco verificamos que de facto, não é milagre. Neste documento datado de Agosto de 2012 (possivelmente existirá outros mais recentes), podemos aprender alguma coisa. E se tivermos alguma dúvida, basta perguntar às populações vizinhas de florestas geridas por estas empresas, que incêndios aconteceram naquelas propriedades.
Transcrevo deste documento parte das páginas página 19 e 20. (Documento: http://www.altri.pt/~/media/Files/A/Alt ... 2-2016.pdf)
"9. Prevenção e combate de incêndios florestais
De acordo com a tabela seguinte, as estatísticas em relação aos incêndios florestais que ocorreram no património gerido pela Altri Florestal entre 2003 e 2011 refletem o panorama nacional, com grande incidência de incêndios nos anos 2003 e 2005. Nos restantes anos, a incidência foi baixa, não tendo ultrapassado os 0,5 % da área total.
(Tabela em anexo)
Este resultado deve-se em grande parte ao grande investimento feito todos os anos em silvicultura preventiva e nos dispositivos de deteção e combate aos incêndios florestais da AFOCELCA.
A silvicultura preventiva baseia-se em grande parte na manutenção de rede divisional (aceiros), faixas de gestão de combustível e na redução da quantidade de combustível no interior dos povoamentos. A manutenção de charcas e pontos de água permite disponibilizar água para as estruturas de combate em caso de incêndio.
A Altri Florestal integra a AFOCELCA desde a sua criação em 2002. Trata-se de um agrupamento complementar de e empresas, atualmente entre os grupos Altri e Portucel Soporcel.
A estratégia de combate da AFOCELCA assenta numa lógica de que o menor tempo de controlo dos incêndios implica menores perdas para as empresas, e numa filosofia de que não existem fogos ou fumos aceitáveis, pelo que todos os fumos e/ou fogos, deverão ser verificados, acompanhados e combatidos com a máxima prontidão. A AFOCELCA integra-se e colabora com a estrutura nacional de Defesa da Floresta contra Incêndios.
Em 2012 os meios da AFOCELCA alocados para a prevenção e o combate foram:
1 Comando único com ligação à rede nacional de alerta
4 Helicópteros ligeiros com kit para combate com água
4 Equipas de Combate Helitransportadas
16 Equipas de Combate Terrestre com 3000 l.
35 Unidades de Prevenção e Vigilância com Kit de 600 l.
6 Torres de vigia integradas na rede nacional de postos de vigia
33 Colaboradores da Altri Florestal empresas envolvidos"
Sugiro pois que estas empresas ensinem os nossos militares (na prevenção), os nossos bombeiros e os nossos políticos a desempenharem os seu papel eficientemente. Sim, os nossos bombeiros, porque por vezes parece-me que o voluntarismo e suposto heroísmo, não é sinonimo de eficácia e de eficiência. Bom mas este tema é muito mais complexo do que o estar a levantar aqui ...
Abraço e que todos os Deuses nos ajudem, porque se não se alterar nada tudo continuará na mesma, todos os anos este drama é considerado "normal"!!!!!!
Há algum tempo que ouço que as propriedades geridas pelas celuloses têm um índice de incêndios baixo, e ouvi de populares que de facto eles levam este tema muito a sério. Para participar neste tema, pesquisei um pouco e fui dar a um documento (documento publico de gestão florestal da Altri) que se lermos um pouco verificamos que de facto, não é milagre. Neste documento datado de Agosto de 2012 (possivelmente existirá outros mais recentes), podemos aprender alguma coisa. E se tivermos alguma dúvida, basta perguntar às populações vizinhas de florestas geridas por estas empresas, que incêndios aconteceram naquelas propriedades.
Transcrevo deste documento parte das páginas página 19 e 20. (Documento: http://www.altri.pt/~/media/Files/A/Alt ... 2-2016.pdf)
"9. Prevenção e combate de incêndios florestais
De acordo com a tabela seguinte, as estatísticas em relação aos incêndios florestais que ocorreram no património gerido pela Altri Florestal entre 2003 e 2011 refletem o panorama nacional, com grande incidência de incêndios nos anos 2003 e 2005. Nos restantes anos, a incidência foi baixa, não tendo ultrapassado os 0,5 % da área total.
(Tabela em anexo)
Este resultado deve-se em grande parte ao grande investimento feito todos os anos em silvicultura preventiva e nos dispositivos de deteção e combate aos incêndios florestais da AFOCELCA.
A silvicultura preventiva baseia-se em grande parte na manutenção de rede divisional (aceiros), faixas de gestão de combustível e na redução da quantidade de combustível no interior dos povoamentos. A manutenção de charcas e pontos de água permite disponibilizar água para as estruturas de combate em caso de incêndio.
A Altri Florestal integra a AFOCELCA desde a sua criação em 2002. Trata-se de um agrupamento complementar de e empresas, atualmente entre os grupos Altri e Portucel Soporcel.
A estratégia de combate da AFOCELCA assenta numa lógica de que o menor tempo de controlo dos incêndios implica menores perdas para as empresas, e numa filosofia de que não existem fogos ou fumos aceitáveis, pelo que todos os fumos e/ou fogos, deverão ser verificados, acompanhados e combatidos com a máxima prontidão. A AFOCELCA integra-se e colabora com a estrutura nacional de Defesa da Floresta contra Incêndios.
Em 2012 os meios da AFOCELCA alocados para a prevenção e o combate foram:
1 Comando único com ligação à rede nacional de alerta
4 Helicópteros ligeiros com kit para combate com água
4 Equipas de Combate Helitransportadas
16 Equipas de Combate Terrestre com 3000 l.
35 Unidades de Prevenção e Vigilância com Kit de 600 l.
6 Torres de vigia integradas na rede nacional de postos de vigia
33 Colaboradores da Altri Florestal empresas envolvidos"
Sugiro pois que estas empresas ensinem os nossos militares (na prevenção), os nossos bombeiros e os nossos políticos a desempenharem os seu papel eficientemente. Sim, os nossos bombeiros, porque por vezes parece-me que o voluntarismo e suposto heroísmo, não é sinonimo de eficácia e de eficiência. Bom mas este tema é muito mais complexo do que o estar a levantar aqui ...
Abraço e que todos os Deuses nos ajudem, porque se não se alterar nada tudo continuará na mesma, todos os anos este drama é considerado "normal"!!!!!!
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Re: Incêndios em Portugal
Os "acidentes" só acontecem se estiverem reunidas as condições para que aconteçam. Se as distancias de segurança fossem cumpridas; se a fiscalização à limpeza dos terrenos acontecesse; se os corta-fogos florestais estivessem bem mantidos; etc etc etc, os fogos provocados pelos incendiários teriam vida curta. Assim, a qualquer aprendiz de incendiário, basta deitar um fósforo para a mata para ver uma serra inteira a arder.
Mas a culpa morre solteira, ainda que pertença tanto ao incendiário como a quem lhe deu condições para incendiar.
Mas a culpa morre solteira, ainda que pertença tanto ao incendiário como a quem lhe deu condições para incendiar.
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- Registado: 23/5/2014 12:26
Re: Incêndios em Portugal
nuuuuno Escreveu:Brilhante!! Proprietários? distancia de segurança? monte?! are we crazy...! A culpa nao é do incendiário, é do eucalipto que ardeu ou do lixo que lá estava ou na falta de acessos.... claro...!! Já temos nest post a resposta ao porquê de há anos ser sempre a mesma historia em portugal! A culpa do incendiário que causa propositadamente o incendio é atenuada com fait divers como distancia de segurança, terrenos limpos, acessos, etc...
Calma aí amigo!

Só estava a antecipar-me a uma desculpa que se ouve sempre nos noticiários, que a "culpa" é dos proprietários dos terrenos que não "limpam" as florestas. Ora bem, cortem-se as florestas todas! E já agora, fechem também as ourivesarias, para evitar os assaltos.

Re: Incêndios em Portugal
Concordo com tudo o que dizes, Soso.
É uma vergonha!
E a verdade é que apesar de não haver muito tempo de televisão dedicado ao debate da situação, alguns responsáveis sejam presidentes de câmara, representantes dos bombeiros ou outros fartam-se de bater na tecla: "falta ordenamento da floresta".
Também se sabe que muitos terrenos de Portugal pertencem ao Estado que é o primeiro a não dar bom exemplo.
Enfim, enquanto ninguém se disponibilizar a ir contra os que ganham com os incêndios e a fazer alguma coisa, vamos ter mais do mesmo, todos os anos, infelizmente.
É uma vergonha!
E a verdade é que apesar de não haver muito tempo de televisão dedicado ao debate da situação, alguns responsáveis sejam presidentes de câmara, representantes dos bombeiros ou outros fartam-se de bater na tecla: "falta ordenamento da floresta".
Também se sabe que muitos terrenos de Portugal pertencem ao Estado que é o primeiro a não dar bom exemplo.
Enfim, enquanto ninguém se disponibilizar a ir contra os que ganham com os incêndios e a fazer alguma coisa, vamos ter mais do mesmo, todos os anos, infelizmente.
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- Registado: 2/7/2014 21:54
Re: Incêndios em Portugal
Texano Bill Escreveu:Convém dizer que os senhores proprietários fazem as habitações ao pé dos terrenos dos outros, sem resguardar distância de segurança, e depois os outros (!) é que têm de ter o encargo de ter os terrenos limpos.
Quem faz casas ao pé do monte, não tem responsabilidades nenhumas... A culpa é sempre do monte.
Brilhante!! Proprietários? distancia de segurança? monte?! are we crazy...! A culpa nao é do incendiário, é do eucalipto que ardeu ou do lixo que lá estava ou na falta de acessos.... claro...!! Já temos nest post a resposta ao porquê de há anos ser sempre a mesma historia em portugal! A culpa do incendiário que causa propositadamente o incendio é atenuada com fait divers como distancia de segurança, terrenos limpos, acessos, etc...
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- Registado: 10/11/2011 10:05
Re: Incêndios em Portugal
Convém dizer que os senhores proprietários fazem as habitações ao pé dos terrenos dos outros, sem resguardar distância de segurança, e depois os outros (!) é que têm de ter o encargo de ter os terrenos limpos.
Quem faz casas ao pé do monte, não tem responsabilidades nenhumas... A culpa é sempre do monte.
Quem faz casas ao pé do monte, não tem responsabilidades nenhumas... A culpa é sempre do monte.

Re: Incêndios em Portugal
Nao se cortam cabeças...dá nisto....!
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- Registado: 10/11/2011 10:05
Incêndios em Portugal
Já levo, felizmente, uns anitos de Caldeirão
.... e nunca abri um tópico
Este é o meu primeiro
Há uns anos tinha uma bela propriedade, em que 50% era arborizada com resinosas.
Adoro árvores, sejam de fruta ou de corte.... não tenho eucaliptos.
Veio o fogo e tudo levou, e quanto à madeira, foi vendida por 10x menos do que ela valia
Umas casas para apoio à agricultura foram totalmente consumidas pelas chamas.
Ainda possuo algumas terras e árvores, e como tal todos os anos, lá vem a preocupação
Partilho da opinião do autor e da sua premente sugestão
"Há cerca de um ano foi divulgado um estudo da União Europeia sobre incêndios nos países da bacia do Mediterrâneo que continha números impressionantes.
Foram analisados dados de 2000 a 2013 de Portugal, Espanha, França, Itália e Grécia. Nesse período 53,4% de todos os incêndios haviam ocorrido em Portugal. Ou seja, o nosso país tinha maior número de incêndios do que Espanha, França, Itália e Grécia juntas.
Em termos de área ardida, o número baixava para 37,7%, mas como a Portugal corresponde apenas 14,7% do território em causa, o resultado é este: temos 3,5 vezes mais incêndios do que a média dos países mediterrânicos e 2,5 vezes mais área ardida.
São números que deveriam envergonhar qualquer português. E, no entanto, não me recordo de esse estudo ter tido alguma repercussão significativa em termos políticos ou mediáticos, e eu próprio só dei por ele porque ontem já não conseguia suportar mais labaredas à hora do almoço e pus-me a pesquisar.
A falta de seriedade com que nós enfrentamos os problemas da floresta portuguesa só tem paralelo na histeria que toma contas das televisões assim que, para citar Quim Barreiros, entra Agosto. Há mais de dez anos que se fala em auto-regulação das televisões, por uma razão muito atendível: estimando-se que um quarto dos incêndios tem origem criminosa e estando comprovado que os pirómanos se entusiasmam com a sua cobertura, o festim de chamas serve de alimento a futuros fogos.
Ontem, todos os canais abriram os noticiários da hora de almoço com os incêndios, o que é compreensível tendo em conta a gravidade da situação, mas depois pus-me a olhar para o relógio, num daqueles exercícios que a ERC muito aprecia: a RTP terminou a cobertura dos fogos às 13.20; a CMTV às 13.15, mas depois voltou às 13.31 e arrastou um directo até às 13.43; a TVI às 13.31; e a SIC às 13.34. Sendo costume os jornais do almoço duraram uma hora, a cobertura dos incêndios em Portugal está como os fogos: mais de metade dos noticiários de Agosto são ocupados por chamas, chamas e mais chamas.
O meu problema, claro está, não tem a ver com a questão dos incêndios, que é um excelente tema jornalístico.
Está na transformação do repórter num mero recolector de lágrimas e labaredas. Os 34 minutos de incêndios no Primeiro Jornal da SIC não são ocupados a questionar responsáveis ou a discutir o que está a falhar no combate e na prevenção. O grosso da cobertura é floresta a arder, e quanto mais próximo de casas maior o dramatismo e mais estúpidas as perguntas do repórter.
A próprio pivot vai lançado os directos com comentários tão argutos quanto “este é mesmo um combate desigual…”, e do outro lado confirma-se que sim, que é um combate desigual, e depois a senhora Maria pergunta onde estão os bombeiros, e o senhor Manel pergunta porque é que ninguém limpa as florestas.
Para o ano, já se sabe, há mais.
Ora, o que eu gostaria de ver era menos a senhora Maria e o senhor Manel, e mais um bom debate televisivo com todos os ministros do Ambiente e ministros da Administração Interna (António Costa incluído) que ocuparam os cargos entre 2000 e 2013, para nos explicarem devagarinho porque é que falhamos há tantos anos em matéria de incêndios e porque é que tudo indica que vamos continuar a falhar.
Os estudos não enganam. Isto não é azar geográfico nem altas temperaturas.
É mesmo uma profunda incompetência política, muito mais árdua de combater do que o pior dos fogos. "
https://www.publico.pt/sociedade/notici ... er-1740683


Este é o meu primeiro

Há uns anos tinha uma bela propriedade, em que 50% era arborizada com resinosas.
Adoro árvores, sejam de fruta ou de corte.... não tenho eucaliptos.
Veio o fogo e tudo levou, e quanto à madeira, foi vendida por 10x menos do que ela valia

Umas casas para apoio à agricultura foram totalmente consumidas pelas chamas.
Ainda possuo algumas terras e árvores, e como tal todos os anos, lá vem a preocupação








Partilho da opinião do autor e da sua premente sugestão

"Há cerca de um ano foi divulgado um estudo da União Europeia sobre incêndios nos países da bacia do Mediterrâneo que continha números impressionantes.
Foram analisados dados de 2000 a 2013 de Portugal, Espanha, França, Itália e Grécia. Nesse período 53,4% de todos os incêndios haviam ocorrido em Portugal. Ou seja, o nosso país tinha maior número de incêndios do que Espanha, França, Itália e Grécia juntas.
Em termos de área ardida, o número baixava para 37,7%, mas como a Portugal corresponde apenas 14,7% do território em causa, o resultado é este: temos 3,5 vezes mais incêndios do que a média dos países mediterrânicos e 2,5 vezes mais área ardida.
São números que deveriam envergonhar qualquer português. E, no entanto, não me recordo de esse estudo ter tido alguma repercussão significativa em termos políticos ou mediáticos, e eu próprio só dei por ele porque ontem já não conseguia suportar mais labaredas à hora do almoço e pus-me a pesquisar.
A falta de seriedade com que nós enfrentamos os problemas da floresta portuguesa só tem paralelo na histeria que toma contas das televisões assim que, para citar Quim Barreiros, entra Agosto. Há mais de dez anos que se fala em auto-regulação das televisões, por uma razão muito atendível: estimando-se que um quarto dos incêndios tem origem criminosa e estando comprovado que os pirómanos se entusiasmam com a sua cobertura, o festim de chamas serve de alimento a futuros fogos.
Ontem, todos os canais abriram os noticiários da hora de almoço com os incêndios, o que é compreensível tendo em conta a gravidade da situação, mas depois pus-me a olhar para o relógio, num daqueles exercícios que a ERC muito aprecia: a RTP terminou a cobertura dos fogos às 13.20; a CMTV às 13.15, mas depois voltou às 13.31 e arrastou um directo até às 13.43; a TVI às 13.31; e a SIC às 13.34. Sendo costume os jornais do almoço duraram uma hora, a cobertura dos incêndios em Portugal está como os fogos: mais de metade dos noticiários de Agosto são ocupados por chamas, chamas e mais chamas.
O meu problema, claro está, não tem a ver com a questão dos incêndios, que é um excelente tema jornalístico.
Está na transformação do repórter num mero recolector de lágrimas e labaredas. Os 34 minutos de incêndios no Primeiro Jornal da SIC não são ocupados a questionar responsáveis ou a discutir o que está a falhar no combate e na prevenção. O grosso da cobertura é floresta a arder, e quanto mais próximo de casas maior o dramatismo e mais estúpidas as perguntas do repórter.
A próprio pivot vai lançado os directos com comentários tão argutos quanto “este é mesmo um combate desigual…”, e do outro lado confirma-se que sim, que é um combate desigual, e depois a senhora Maria pergunta onde estão os bombeiros, e o senhor Manel pergunta porque é que ninguém limpa as florestas.
Para o ano, já se sabe, há mais.
Ora, o que eu gostaria de ver era menos a senhora Maria e o senhor Manel, e mais um bom debate televisivo com todos os ministros do Ambiente e ministros da Administração Interna (António Costa incluído) que ocuparam os cargos entre 2000 e 2013, para nos explicarem devagarinho porque é que falhamos há tantos anos em matéria de incêndios e porque é que tudo indica que vamos continuar a falhar.
Os estudos não enganam. Isto não é azar geográfico nem altas temperaturas.
É mesmo uma profunda incompetência política, muito mais árdua de combater do que o pior dos fogos. "
https://www.publico.pt/sociedade/notici ... er-1740683
1886 – Estátua da Liberdade; oferecida pelos Franceses como aniversário do 1º século de independência dos EUA
A estátua era um símbolo da democracia e das leis
A estátua era um símbolo da democracia e das leis
Quem está ligado: