Crise Grega
Re: Crise Grega
Limonov Escreveu:Snowball,
Ainda pode ser hoje, o jantar está ainda ao lume...
Eu admito que defendas a austeridade para chegar ao equilibrio, eu não partilho dessa opinião, mas em frente...
Nós estamos a falar de coisas "ligeiramente" diferentes, eu disse que, uma vez que a dívida é calcula em razão do PIB, mesmo que consigas estancar a despesa, se o PIB cai, a referência para calculo da dívida muda, ou seja, mesmo com toda a austeridade que se queira aplicar a dívida sobe porque se trata de um rácio.
Se fulano A ganha 1000 euros e deve 100 000 ao banco, está com uma dívida de 100% do seu PIB, se começa a ganhar 800 euros, mesmo continuando a dever 100 000 euros, agora a dívida é 125% do seu PIB anual.
Tendo em conta o que acabei de escrever, continuas a achar que estou armado em cágado?![]()
![]()
Abraço,
Limonov
Percebo o sentido das contas, mas a dívida é bem maior... Se ganha 1000€ por mês, x14 dá 14000€ por ano de "PIB", logo a dívida é 700% do PIB. Esse tipo está bem entalado, depende do que fez com os 100k € espero que tenha investido bem, e não ter gasto a massa digamos, num Mercedes SLK AMG

Re: Crise Grega
Limonov Escreveu:Snowball,
Ainda pode ser hoje, o jantar está ainda ao lume...
Eu admito que defendas a austeridade para chegar ao equilibrio, eu não partilho dessa opinião, mas em frente...
Nós estamos a falar de coisas "ligeiramente" diferentes, eu disse que, uma vez que a dívida é calcula em razão do PIB, mesmo que consigas estancar a despesa, se o PIB cai, a referência para calculo da dívida muda, ou seja, mesmo com toda a austeridade que se queira aplicar a dívida sobe porque se trata de um rácio.
Se fulano A ganha 1000 euros e deve 100 000 ao banco, está com uma dívida de 100% do seu PIB, se começa a ganhar 800 euros, mesmo continuando a dever 100 000 euros, agora a dívida é 125% do seu PIB anual.
Tendo em conta o que acabei de escrever, continuas a achar que estou armado em cágado?![]()
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Abraço,
Limonov
Essa é uma verdade incontrariável (mesmo para mim que sou do contra

abraço
edit: não fiz as contas... afinal é contrariável como o Dr Tretas fez no post seguinte

Editado pela última vez por rollingsnowball em 14/7/2015 23:09, num total de 2 vezes.
As opiniões traduzem uma interpretação pessoal da realidade não se constituindo como sugestões de investimento. Por serem uma interpretação pessoal, estas opiniões vão obrigatoriamente estar erradas por vezes, pelo que cada um deve efectuar a sua própria análise.
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Re: Crise Grega
Corvo=Corvo Escreveu:
Amigo rollingsnowball .
Depois de ler a sua explicação fiquei com a cabeça às voltas, quase tonto.
Talvez tenha a ver com a minha idade.Já não tenho encaixe para tanta subjectividade.
Ainda por cima para chegar à conclusão de que os "sanguessugas" são os depositantes.
Porque será que os "sanguessugas " depositantes-segundo o seu critério- tiram o dinheiro dos bancos?
A resposta é fácil de encontrar, não é?
Um banco actualmente é uma entidade muito vasta e quando falo dos bancos, falo logicamente de administradores.Não falo de accionistas comuns, como eu por exemplo.
Em Portugal os administradores que faliram seus bancos têm vida de fazer inveja aos Reis.
Ficaram os contribuintes para pagar-contribuintes de classe média (regra geral).
Dado que estamos no tópico da Grécia o "link" que coloquei refere-se a uma auditoria preliminar à Grécia e onde essa comissão chega à conclusão de que a Grécia(País) ,desde 2010 não recebe dinheiro , mas sim papeis tóxicos da banca .Ficando o dinheiro que devia ser para a Grécia para os bancos.É feita portanto uma troca.Sacrificando-se um País inteiro a favor de uma má gestão bancária,com o patrocínio do trio que compõe a" troika".
Se assim for isso é infame.
Aqui fica o" link"uma vez mais.
" https://www.youtube.com/watch?v=YxR5qqzZS-g
Claro que os depositantes não são sanguessugas. Mas os bancos não são sanguessugas pelos motivos que expus acima. Se os administradores são? Concordo que a incompetência e, em vários casos, abuso de posição (no mínimo) é possivelmente o principal responsável por todos os problemas que tem havido. Mas os administradores não são o banco, são meros funcionários que não têm a pele em jogo e que portanto também não são salvos por fundos de resgate.
Mas dizer que o dinheiro vai todo para os bancos que são sanguessugas? Se accionistas e obrigacionistas perdem tudo, na prática o dinheiro vai para os depositantes (que foram vítimas da má gestão que houve é certo, mas que são os únicos que ficam com alguma coisa no fim). Se não fosse injectado todo esse dinheiro na banca as poupanças dos depositantes tinham pura e simplesmente sido cortadas pela medida grande. Foi para esses que o dinheiro foi "com o patrocínio do trio que compõe a" troika"."
Optou-se por sacrificar os contribuintes no geral para salvar os depositantes: o que se entende porque um corte desorganizado acabaria por ser ainda mais injusto. Actualmente as normas europeias inverteram isso e os depositantes não garantidos perdem antes dos contribuintes.
abraço
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Re: Crise Grega
rollingsnowball Escreveu:Corvo=Corvo Escreveu:Marco Martins Escreveu:A grecia vai ser agora um país mais rico....
Cerca de 400 mil milhões será o valor dos vários resgates e um perdão de 100 mil milhões...
Podem dizer o que quiserem, mas o dinheiro chegou ate eles... Se nao o souberem gerir, isso de certeza que nao e culpa da Europa.
Com quanto Portugal vai ter de participar?
Os bancos ,os verdadeiros e principais sanguessugas ...lá e cá...depois vem a velha história do povo andar a viver acima das suas possibilidades,mesmo que ganhe 500 € mês.
https://www.youtube.com/watch?v=YxR5qqzZS-g
os bancos? Mas quem são os bancos?
Os bancos são accionistas, obrigacionistas e depositantes, por esta ordem, quem manda são os accionistas e se estes perderem tudo são os seguintes.
Portanto dizer que os bancos são sanguessugas é dizer que os accionistas são sanguessugas.
Mas os accionistas ficaram sem nada em sucessivas recapitalizações. Então os accionistas não podem ser sanguessugas.
São os obrigacionistas sanguessugas? Mas eles perderam também bastante, e não mandam nada. Então os obrigacionistas não podem ser sanguessugas.
Sobram os depositantes. Estes ainda não perderam nada. E fizeram alguma coisa, tiraram de lá as suas poupanças deixando os bancos sem dinheiro e causando perdas a accionistas e obrigacionistas. Serão então os depositantes as sanguessugas?
Lá e cá o argumento de que os bancos é que ficam com tudo não faz sentido. Aliás, antes deste resgate o Governo grego tem que transpôr a legislação europeia. O que significa que accionistas e obrigacionistas vão voltar a perder tudo (mesmo o que puseram depois da crise em sucessivos aumentos de capital, alguns deles nem eram accionistas ou obrigacionistas antes da crise) para que os depositantes não percam nada. Concordo totalmente que isto aconteça, mas depois disto dizer que os bancos é que são sanguessugas? é que só vão sobrar os depositantes nos bancos e portanto quem são as sanguessugas são os depositantes...
Amigo rollingsnowball .
Depois de ler a sua explicação fiquei com a cabeça às voltas, quase tonto.
Talvez tenha a ver com a minha idade.Já não tenho encaixe para tanta subjectividade.
Ainda por cima para chegar à conclusão de que os "sanguessugas" são os depositantes.
Porque será que os "sanguessugas " depositantes-segundo o seu critério- tiram o dinheiro dos bancos?
A resposta é fácil de encontrar, não é?
Um banco actualmente é uma entidade muito vasta e quando falo dos bancos, falo logicamente de administradores.Não falo de accionistas comuns, como eu por exemplo.
Em Portugal os administradores que faliram seus bancos têm vida de fazer inveja aos Reis.
Ficaram os contribuintes para pagar-contribuintes de classe média (regra geral).
Dado que estamos no tópico da Grécia o "link" que coloquei refere-se a uma auditoria preliminar à Grécia e onde essa comissão chega à conclusão de que a Grécia(País) ,desde 2010 não recebe dinheiro , mas sim papeis tóxicos da banca .Ficando o dinheiro que devia ser para a Grécia para os bancos.É feita portanto uma troca.Sacrificando-se um País inteiro a favor de uma má gestão bancária,com o patrocínio do trio que compõe a" troika".
Se assim for isso é infame.
Aqui fica o" link"uma vez mais.
" https://www.youtube.com/watch?v=YxR5qqzZS-g
A vida é muito importante para ser levada a sério. "Oscar Wilde"
Re: Crise Grega
Snowball,
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Nós estamos a falar de coisas "ligeiramente" diferentes, eu disse que, uma vez que a dívida é calcula em razão do PIB, mesmo que consigas estancar a despesa, se o PIB cai, a referência para calculo da dívida muda, ou seja, mesmo com toda a austeridade que se queira aplicar a dívida sobe porque se trata de um rácio.
Se fulano A ganha 1000 euros e deve 100 000 ao banco, está com uma dívida de 100% do seu PIB, se começa a ganhar 800 euros, mesmo continuando a dever 100 000 euros, agora a dívida é 125% do seu PIB anual.
Tendo em conta o que acabei de escrever, continuas a achar que estou armado em cágado?
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A liberdade que há no capitalismo é a do cão preso de dia e solto à noite.
Fonte - Espólio, Autor - Silva , Agostinho
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Re: Crise Grega

O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, disse que não acredita no acordo a que a chegou com os credores, mas que o aceitou “para evitar o desastre do país”.
“Assumo as minhas responsabilidades por qualquer erro que possa ter cometido, assumo a responsabilidade por um texto em que não acredito mas assinei-o para evitar o desastre no país”, disse, numa entrevista à televisão pública ERT, segundo a transcrição da AFP.
http://www.publico.pt/mundo/noticia/tsi ... is-1702048

"É de sábios mudar de opinião" - Miguel de Cervantes
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Re: Crise Grega
http://www.publico.pt/sociedade/noticia ... 87?frm=pop
Tudo boa gente... 118.000€ por "engano"... 70.000€ em comes e bebes...
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“One of the stupidest things a central banker could do is comment on the stock market."
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Re: Crise Grega
Limonov Escreveu:Não estás a dizer o mesmo que eu? a dívida financia défice foi o teu reparo e com o qual concordo obviamente, o défice, apesar dos inumeros cortes subiu (desemprego ajudou muito), a austeridade "além de tudo", levou a uma retração enorme, a subida atual do pib é uma caganita comparado como a queda precedente. Se a economia cria menos riqueza é mais provavel que exista défice e por ai fora... e ainda encolhes o bolo geral sobre o qual é calculada a divida...
O socialismo com o dinheiro dos outros é uma grande maçada, por isso referi que tudo o que foi feito após acordo de Maastricht é, na minha opinião, e na de muitos autores um dos fatores mais importantes, senão o fator chave da crise portuguesa (e grega). O que sucedeu pós 2008 foi um levantar da lebre, mas a lebre já lá estava.
Não há argumentos verdadeiros ou falsos. Não sei como comentar o resto, não sei se percebi bem o que queres dizer. Talvez amanhã tente com mais vagar.
Abraço,
Limonov
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Julgo que não dissemos o mesmo por isso corrigi, mas admito que não percebi esta resposta (talvez amanhã quando tentares)
Quando falei em argumento não verdadeiro queria dizer: a dívida pública aumentou porque continuou a sair mais mais do que o que entrava (ou seja, a austeridade afinal não foi assim tanta porque não corrigiu o desequilíbrio). O facto do PIB cair influencia a facilidade com que se obtém o equilíbrio mas o facto de base é que o défice ainda lá está, ou seja, não se cortou o suficiente para o valor que entra (que não se consegue aumentar por decreto)
O resto foi basicamente dizer que falar de défice e dívida pública é o menos relevante de toda esta história, aqui e na Grécia. O importante é se entra mais dinheiro no país em geral do que o que sai e não os cofres do estado (ver link para gráfico abaixo)
http://1.bp.blogspot.com/-cy2bP3czMIY/VYAyDKKjtcI/AAAAAAAAHPM/7UTQPKvzvWk/s1600/BC_Abr2015.png
link proveniente de http://economicofinanceiro.blogspot.pt/ ... -anos.html
A dívida pública até podia estar a disparar, se o país tivesse um saldo positivo era apenas uma opção política de mais estado (saúde, educação, justiça, etc), mas uma opção sustentável.
abraço
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Re: Crise Grega
O dia em que foi conseguido o acordo com medidas de austeridade que permitam desbloquear um terceiro resgate grego "foi um mau dia para a Europa", disse hoje o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, em entrevista ao canal de televisão ERT. Afirmou que a Grécia pode sair da crise em três anos e admitiu que mais ninguém pode ajudar o seu país.
"Fui à Rússia, à China, aos Estados Unidos. Não há outras opções", disse.
http://www.dn.pt/inicio/globo/interior. ... 97&page=-1
Ninguém se chega com o graveto à frente... Que surpresa!
De capitalistas a comunistas, passando pelos socialistas, é só nazistas por esse mundo fora...
Com o dinheiro dos outros eu saio da crise (em que não estou, já agora) numa questão de segundos...
Já agora, no que toca aos empréstimos... Claramente nunca foram assediados pelo Barclays ou por uma Cofidis desta vida... Nunca lhes pedi chavelho, só pedia para deixarem de me ligar... Com o Barclays tive mesmo de fazer voz grossa para pararem de melgar...
Já a Cofidis: "Tem a certeza que não precisa? Olhe que 5000€ podem vir a dar muito jeito... Para uma emergência, uma viagem, umas obras em casa..."
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Re: Crise Grega
ricardmag Escreveu:Conheço pessoas que emprestavam vacas uns aos outro para vir mais guito!
Estas pessoas são uns malandros ou finórios?
São uns malandros finórios!

Re: Crise Grega
Não estás a dizer o mesmo que eu? a dívida financia défice foi o teu reparo e com o qual concordo obviamente, o défice, apesar dos inumeros cortes subiu (desemprego ajudou muito), a austeridade "além de tudo", levou a uma retração enorme, a subida atual do pib é uma caganita comparado como a queda precedente. Se a economia cria menos riqueza é mais provavel que exista défice e por ai fora... e ainda encolhes o bolo geral sobre o qual é calculada a divida...
O socialismo com o dinheiro dos outros é uma grande maçada (há algum socialismo que não seja feito com dinheiro dos outros?), por isso referi que tudo o que foi feito após acordo de Maastricht é, na minha opinião, e na de muitos autores um dos fatores mais importantes, senão o fator chave da crise portuguesa (e grega). O que sucedeu pós 2008 foi um levantar da lebre, mas a lebre já lá estava.
Não há argumentos verdadeiros ou falsos. Não sei como comentar o resto, não sei se percebi bem o que queres dizer. Talvez amanhã tente com mais vagar.
Abraço,
Limonov
Limonov[/quote]
A dívida pública não continua a subir porque o PIB está a cair. O PIB já está a subir há muito tempo e esta continuou a subir. A dívida pública continua a subir porque o défice (ou se preferires o inverso da austeridade) persiste e a subida do PIB não tem sido suficiente para sobrepôr-se ao défice
A usar argumentos convém que sejam verdadeiros.
e já agora falar da dívida pública para a frente e para trás não tem relevância. A falar de dívida convém falar da dívida total do país (empresas+famílias+estado) - onde já agora estamos tão mal como os gregos (embora tenha melhorado muito nos últimos anos). A falar de saldos, mais importante que o défice é a balança corrente (que no fundo a longo prazo é o que leva ao endividamento do país ou ao "desendividamento"). Falar de défice do estado e de dívida pública é ignorar que pode ser opção do país ter mais estado ou menos estado o que não tem relevância desde que sejam os cidadãos do próprio país a pagar a sua opção (basicamente falar de défice e dívida pública como sendo o problema é o mesmo que dizer que no fundo o problema é o socialismo, quando o problema é o socialismo com o dinheiro dos outros)[/quote]
O socialismo com o dinheiro dos outros é uma grande maçada (há algum socialismo que não seja feito com dinheiro dos outros?), por isso referi que tudo o que foi feito após acordo de Maastricht é, na minha opinião, e na de muitos autores um dos fatores mais importantes, senão o fator chave da crise portuguesa (e grega). O que sucedeu pós 2008 foi um levantar da lebre, mas a lebre já lá estava.
Não há argumentos verdadeiros ou falsos. Não sei como comentar o resto, não sei se percebi bem o que queres dizer. Talvez amanhã tente com mais vagar.
Abraço,
Limonov
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A dívida pública não continua a subir porque o PIB está a cair. O PIB já está a subir há muito tempo e esta continuou a subir. A dívida pública continua a subir porque o défice (ou se preferires o inverso da austeridade) persiste e a subida do PIB não tem sido suficiente para sobrepôr-se ao défice
A usar argumentos convém que sejam verdadeiros.
e já agora falar da dívida pública para a frente e para trás não tem relevância. A falar de dívida convém falar da dívida total do país (empresas+famílias+estado) - onde já agora estamos tão mal como os gregos (embora tenha melhorado muito nos últimos anos). A falar de saldos, mais importante que o défice é a balança corrente (que no fundo a longo prazo é o que leva ao endividamento do país ou ao "desendividamento"). Falar de défice do estado e de dívida pública é ignorar que pode ser opção do país ter mais estado ou menos estado o que não tem relevância desde que sejam os cidadãos do próprio país a pagar a sua opção (basicamente falar de défice e dívida pública como sendo o problema é o mesmo que dizer que no fundo o problema é o socialismo, quando o problema é o socialismo com o dinheiro dos outros)[/quote]
Editado pela última vez por Limonov em 14/7/2015 20:57, num total de 1 vez.
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Re: Crise Grega
Limonov Escreveu:Ativo
Nunca me passou pela cabeça chamar-te labrego. Se assim o entendeste não foi minha intenção. Quando escrevi labrego estava a pensar em Camilos Lourenços e afins, desses que são pagos para opinar na TV e nos jornais.
Por isso uma vez mais: abraço!
Limonov
Agradeço-te o esclarecimento e peço-te, então, desculpa, pelo mal entendido.
Envio-te, igualmente, um abraço!
Re: Crise Grega
rollingsnowball Escreveu:LionH Escreveu:Tenho aqui uma duvida e visto que por aqui é so especialistas alguem sera capaz de me explicar:
Quando Portugal era ainda mais pobre e entravam milhões a rodos para construir auto estradas por exemplo , como e possível essas auto estradas construídas na sua maioria com dinheiro da CEE serem privadas? assim como as pontes de Lisboa ? onde o consorcio só entrou com quando muito um terço do dinheiro mas é dono de tudo?
Apesar de saber que era uma pergunta retórica vou dar a melhor resposta que sei.
1- Essas autoestradas tanto quanto sei não são privadas, são concecionadas por períodos longos
2- O investimento em várias dessas autoestradas (principalmente nas mais recentes) é muito pouco rentável de forma directa. Podem gerar algum rendimento indirecto mas esse não é quantificável (por isso é que as fizeram, inflacionaram as expectativas de rendimento indirecto para dizer que eram bons investimentos) nem ficará nunca para quem as explora mas sim para o estado sob a forma de impostos.
3- Assim, os únicos modos de alguém pegar nas autoestradas (para que o governo possa receber o tal rendimento indirecto) é
a) subsidiar a construção, fazendo com que o capital investido seja muito menor e que portanto os rendimentos directos possam gerar uma rentabilidade que justifique o investimento privado.
b) subsidiar a exploração (se as portagens nunca serão suficientes para pagar os custos correntes quanto mais rentabilizar o investimento feito paga-se de forma regular para manter a exploração em funcionamento, portagens a serem colhidas e manutenção a ser feita) na esperança que os rendimentos indirectos sejam superiores aos da exploração
4- Se por algum motivo fosse rentável a construção.
a) os subsidios nunca teriam sido necessários
b) podia-se concessionar na mesma a privados, mas os privados pagavam um valor à cabeça por essa exploração (veja-se o que aconteceu com a privatização da ANA em que basicamente a Vinci comprou as concessões dos aeroportos).
Está tudo dito, bom post.

“It is not the strongest of the species that survives, nor the most intelligent, but rather the one most adaptable to change.”
― Leon C. Megginson
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Re: Crise Grega
Dr Tretas Escreveu:ricardmag Escreveu:Conheço pessoas que emprestavam vacas uns aos outro para vir mais guito!
Estas pessoas são uns malandros ou finórios?
É por causa desse Chico-espertismo que os do norte depois dizem que não confiam nos gregos durante as negociações. É que nós, ao pé dos gregos, ainda devemos ser uns anjinhos.
conta-se que no alentejo haviam rebanhos de aluguer. Bastava mostrar os animais nas inspecções portanto os inspectores passavam a vida a ver os mesmos animais que por sua vez geravam rendimento a passear de um lado para o outro em vez de a pastar...
As opiniões traduzem uma interpretação pessoal da realidade não se constituindo como sugestões de investimento. Por serem uma interpretação pessoal, estas opiniões vão obrigatoriamente estar erradas por vezes, pelo que cada um deve efectuar a sua própria análise.
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Re: Crise Grega
LionH Escreveu:Tenho aqui uma duvida e visto que por aqui é so especialistas alguem sera capaz de me explicar:
Quando Portugal era ainda mais pobre e entravam milhões a rodos para construir auto estradas por exemplo , como e possível essas auto estradas construídas na sua maioria com dinheiro da CEE serem privadas? assim como as pontes de Lisboa ? onde o consorcio só entrou com quando muito um terço do dinheiro mas é dono de tudo?
Apesar de saber que era uma pergunta retórica vou dar a melhor resposta que sei.
1- Essas autoestradas tanto quanto sei não são privadas, são concecionadas por períodos longos
2- O investimento em várias dessas autoestradas (principalmente nas mais recentes) é muito pouco rentável de forma directa. Podem gerar algum rendimento indirecto mas esse não é quantificável (por isso é que as fizeram, inflacionaram as expectativas de rendimento indirecto para dizer que eram bons investimentos) nem ficará nunca para quem as explora mas sim para o estado sob a forma de impostos.
3- Assim, os únicos modos de alguém pegar nas autoestradas (para que o governo possa receber o tal rendimento indirecto) é
a) subsidiar a construção, fazendo com que o capital investido seja muito menor e que portanto os rendimentos directos possam gerar uma rentabilidade que justifique o investimento privado.
b) subsidiar a exploração (se as portagens nunca serão suficientes para pagar os custos correntes quanto mais rentabilizar o investimento feito paga-se de forma regular para manter a exploração em funcionamento, portagens a serem colhidas e manutenção a ser feita) na esperança que os rendimentos indirectos sejam superiores aos da exploração
4- Se por algum motivo fosse rentável a construção.
a) os subsidios nunca teriam sido necessários
b) podia-se concessionar na mesma a privados, mas os privados pagavam um valor à cabeça por essa exploração (veja-se o que aconteceu com a privatização da ANA em que basicamente a Vinci comprou as concessões dos aeroportos).
As opiniões traduzem uma interpretação pessoal da realidade não se constituindo como sugestões de investimento. Por serem uma interpretação pessoal, estas opiniões vão obrigatoriamente estar erradas por vezes, pelo que cada um deve efectuar a sua própria análise.
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Re: Crise Grega
ricardmag Escreveu:Conheço pessoas que emprestavam vacas uns aos outro para vir mais guito!
Estas pessoas são uns malandros ou finórios?
É por causa desse Chico-espertismo que os do norte depois dizem que não confiam nos gregos durante as negociações. É que nós, ao pé dos gregos, ainda devemos ser uns anjinhos.
Re: Crise Grega
LionH Escreveu:Tenho aqui uma duvida e visto que por aqui é so especialistas alguem sera capaz de me explicar:
Quando Portugal era ainda mais pobre e entravam milhões a rodos para construir auto estradas por exemplo , como e possível essas auto estradas construídas na sua maioria com dinheiro da CEE serem privadas? assim como as pontes de Lisboa ? onde o consorcio só entrou com quando muito um terço do dinheiro mas é dono de tudo?
Concessionar é diferente de vender.
Por exemplo a auto estrada de Trás-Os-Montes tem uma concessão com um contrato de 30 anos. Mas o dono continua a ser o estado Português.
http://www.aetransmontana.pt/site/index ... &Itemid=58
Editado pela última vez por BearManBull em 14/7/2015 20:23, num total de 1 vez.
“It is not the strongest of the species that survives, nor the most intelligent, but rather the one most adaptable to change.”
― Leon C. Megginson
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Re: Crise Grega
Conheço pessoas que emprestavam vacas uns aos outro para vir mais guito!
Estas pessoas são uns malandros ou finórios?
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Re: Crise Grega
Ativo
Nunca me passou pela cabeça chamar-te labrego. Se assim o entendeste não foi minha intenção. Quando escrevi labrego estava a pensar em Camilos Lourenços e afins, desses que são pagos para opinar na TV e nos jornais.
Uma vez mais: abraço!
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Uma vez mais: abraço!
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Editado pela última vez por Limonov em 14/7/2015 20:54, num total de 2 vezes.
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Re: Crise Grega
LionH Escreveu:Tenho aqui uma duvida e visto que por aqui é so especialistas alguem sera capaz de me explicar:
Quando Portugal era ainda mais pobre e entravam milhões a rodos para construir auto estradas por exemplo , como e possível essas auto estradas construídas na sua maioria com dinheiro da CEE serem privadas? assim como as pontes de Lisboa ? onde o consorcio só entrou com quando muito um terço do dinheiro mas é dono de tudo?
Qual é a dúvida? Que eu saiba os fundos da CEE eram principalmente para privados, para modernizarem a economia (creio que toda a gente se lembra de ver muitos agricultores com jipes novos, digo, máquinas agrícolas modernas, financiadas com essa massa). Se bem que o estado também recebeu muito.
Re: Crise Grega
Tenho aqui uma duvida e visto que por aqui é so especialistas alguem sera capaz de me explicar:
Quando Portugal era ainda mais pobre e entravam milhões a rodos para construir auto estradas por exemplo , como e possível essas auto estradas construídas na sua maioria com dinheiro da CEE serem privadas? assim como as pontes de Lisboa ? onde o consorcio só entrou com quando muito um terço do dinheiro mas é dono de tudo?
Quando Portugal era ainda mais pobre e entravam milhões a rodos para construir auto estradas por exemplo , como e possível essas auto estradas construídas na sua maioria com dinheiro da CEE serem privadas? assim como as pontes de Lisboa ? onde o consorcio só entrou com quando muito um terço do dinheiro mas é dono de tudo?
" Richard's prowess and courage in battle earned him the nickname Coeur De Lion ("heart of the lion")"
Lion_Heart
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Re: Crise Grega
ativo Escreveu:Corvo=Corvo Escreveu:Os bancos ,os verdadeiros e principais sanguessugas ...lá e cá...depois vem a velha história do povo andar a viver acima das suas possibilidades,mesmo que ganhe 500 € mês.
Nos últimos anos, as famílias portuguesas fizeram, efetivamente, um ajustamento económico, mas é preciso não nos esquecermos que, há alguns anos atrás, os bancos emprestavam, a torto e a direito, dinheiro para comprar casa, carro e viajar. As pessoas compraram o que não podiam comprar, recorrendo a crédito, endividaram-se para além do que podiam, não pensaram em divórcio, doença ou desemprego, imaginavam que a vida é sempre a direito, quando compravam não se contentavam com uma casa ou um carro em segunda mão, queriam e querem sempre o melhor e acham que todos o podem ter. Quanto mais dinheiro o banco emprestasse, melhor, e não se diga que os bancos é que têm a culpa, as pessoas é que a têm, pois são adultas e eram elas que pediam o dinheiro, e como tal têm que ser responsabilizadas, e não o contrário.
Presentemente, muitos funcionários públicos e pensionistas continuam a viver acima das suas possibilidades porque o Estado paga acima das suas possibilidades e terá que cortar em salários e pensões para evitar défice, visto cerca de 70 % da despesa pública ser com salários, pensões e prestações sociais.
O resto é conversa de quem acha que tem direito a tudo, recorreu ao banco para o obter, culpa os bancos pela situação do país, mas gostou que o banco lhe permitisse comprar o que a prudência mandaria não comprar, e desresponsabiliza-se do seu enorme endividamento.
Limonov Escreveu:É sempre a mesma lengalenga, o mesmo blá blá blá, parece-me que o PCP não tem exclusividade na cassete… qualquer labrego que tenha dotes de comentador tem a vidinha assegurada nos media deste país em que a opinião pública é o reflexo da preguiça privada.
Escreveu isto e depois no final enviou abraço?!

Se teve a intenção de me chamar labrego, então, eu digo que labrego é você porque não respeita as outras pessoas!
Não é o único, no fórum, que, quando os argumentos, apresentados por outrem, não agradam (e não têm que agradar) e faltam argumentos para contrapor, fala em cassete. Se se referia, a mim, ao falar de cassete, então, digo-lhe, também, que não utilizo cassete, mas sim CD (

Limonov Escreveu:Os bancos são conservadores na concessão de crédito, não emprestam “a torto e a direito”, vai pedir um crédito sem uma declaração de rendimentos decente e/ou uma garantia de bom cumprimento contratual e depois diz-me quanto conseguiste.
ativo Escreveu:Nos últimos anos, as famílias portuguesas fizeram, efetivamente, um ajustamento económico, mas é preciso não nos esquecermos que, há alguns anos atrás, os bancos emprestavam, a torto e a direito, dinheiro para comprar casa, carro e viajar.
Como se vê, não escrevi que os bancos emprestam a torto e a direito (

Há alguns anos atrás, os bancos concederam crédito para compra de habitação, emprestando 100 % do valor do imóvel e sobrevalorizando este. Em muitos casos, o valor atribuído ao imóvel, pelo banco, chegou, mesmo, a ser superior ao valor do negócio, de modo que quem pedia dinheiro para compra de habitação pôde ficar, ainda, com dinheiro, emprestado pelo banco, para comprar carro, mobilar a casa e/ou viajar, pois o banco emprestava até ao valor atribuído, por si, ao imóvel. Nada disto acontece, hoje!
Muita, muita gente, comprou casa, então, com recurso a crédito bancário.
Em tempos, a avaliação dos imóveis não foi, portanto, conservadora, e os bancos emprestavam, como já disse, a totalidade do valor da avaliação.
Isto tudo se passou no tempo das vacas gordas, em Portugal!!!
Por isso, quando os preços praticados no mercado imobiliário desceram, os bancos ficaram com imparidades, na sua carteira de imóveis, e tiveram que registar prejuízos, nas suas contas.
Presentemente, muitos funcionários públicos e pensionistas continuam a viver acima das suas possibilidades porque o Estado paga acima das suas possibilidades e terá que cortar em salários e pensões para evitar défice, visto cerca de 70 % da despesa pública ser com salários, pensões e prestações sociais.
Sendo 70 % da despesa pública, feita com salários, pensões e prestações sociais, o Estado para reduzir a despesa pública, de modo a reduzir, drasticamente, o défice orçamental, terá que cortar salários e pensões. Esta é a verdade. Não vale a pena ter certas ilusões.
A dívida pública representa défices orçamentais acumulados anualmente depois de 25 de abril de 1974.
Por se não se querer encarar certas verdades é que Portugal chegou, já por 3 vezes, depois de 25 de abril de 1974, a uma situação de pré-bancarrota.
Quem está ligado: