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Caldeirão da Bolsa

Crise Grega

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

Re: Crise Grega

por rollingsnowball » 14/7/2015 18:35

Limonov Escreveu:Para te dar um exemplo vou ter de me colocar ao lado do Governo (Deus Nosso Senhor me perdoe): a dívida pública continua a subir apesar da austeridade e dos cortes orçamentais! Isto diz-se à boca cheia, como se fosse algo do outro mundo. Às vezes os nossos políticos “esquecem” (os da esquerda e da direita) que a dívida é contabilizada em função do PIB, se o PIB cai é normal que a dívida suba mesmo que a despesa se mantenha nos mesmos níveis ou se reduza. Mas nem o próprio Passos Coelho utiliza este facto (e os factos são muitos teimosos, dizia o camarada Vladimir Ulianov), isso seria admitir que a politica de combate à crise escolhida pela Europa estava errada, e, consequentemente a politica do ir além de … também.

Limonov

A dívida pública não continua a subir porque o PIB está a cair. O PIB já está a subir há muito tempo e esta continuou a subir. A dívida pública continua a subir porque o défice (ou se preferires o inverso da austeridade) persiste e a subida do PIB não tem sido suficiente para sobrepôr-se ao défice

A usar argumentos convém que sejam verdadeiros.

e já agora falar da dívida pública para a frente e para trás não tem relevância. A falar de dívida convém falar da dívida total do país (empresas+famílias+estado) - onde já agora estamos tão mal como os gregos (embora tenha melhorado muito nos últimos anos). A falar de saldos, mais importante que o défice é a balança corrente (que no fundo a longo prazo é o que leva ao endividamento do país ou ao "desendividamento"). Falar de défice do estado e de dívida pública é ignorar que pode ser opção do país ter mais estado ou menos estado o que não tem relevância desde que sejam os cidadãos do próprio país a pagar a sua opção (basicamente falar de défice e dívida pública como sendo o problema é o mesmo que dizer que no fundo o problema é o socialismo, quando o problema é o socialismo com o dinheiro dos outros)
As opiniões traduzem uma interpretação pessoal da realidade não se constituindo como sugestões de investimento. Por serem uma interpretação pessoal, estas opiniões vão obrigatoriamente estar erradas por vezes, pelo que cada um deve efectuar a sua própria análise.
 
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Re: Crise Grega

por Dr Tretas » 14/7/2015 18:32

Limonov Escreveu:
70% dos gastos do Estado são em salários e pensões... muitos funcionários públicos e pensionistas continuam a viver acima das possibilidades… com certeza que alguns viverão, mas reformula o teu raciocínio, porque não bate certo, não quererias dizer que o Estado é poderia estar a viver acima das possibilidades? Por outro lado, querias que fossem gastos em que? Garrafas de vinho e melões? a maioria dos funcionários públicos prestam serviços, de saúde, educação, segurança, etc. e são pagos em dinheiro. Se os pensionistas estiverem de acordo, podemos pagar-lhes a pensão em fraldas, gostava de ver o Goebbels cair da cadeira de rodas quando estivesse a fazer a revisão do orçamento português e visse 15% de gastos em fraldas :mrgreen:


Desgraçadamente, até as marcas de fraldas mais conhecidas pertencem todas à Procter & Gamble. Isso de pagar em fraldas só ia aumentar os desequilíbrios externos :mrgreen:
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Re: Crise Grega

por JohnyRobaz » 14/7/2015 18:01

Limonov Escreveu:
É sempre a mesma lengalenga, o mesmo blá blá blá, parece-me que o PCP não tem exclusividade na cassete… qualquer labrego que tenha dotes de comentador tem a vidinha assegurada nos media deste país em que a opinião pública é o reflexo da preguiça privada.

Os bancos são conservadores na concessão de crédito, não emprestam “a torto e a direito”, vai pedir um crédito sem uma declaração de rendimentos decente e/ou uma garantia de bom cumprimento contratual e depois diz-me quanto conseguiste.

Mesmo antes de cair o pano e levarmos com a crise na cara, não era qualquer um que conseguia crédito sem exigência de garantias. Vê a relação entre classe de rendimentos e os empréstimos concedidos.

O subprime não tem aplicação direta em Portugal, não houve créditos para habitação nos moldes americanos. Falo sempre em crédito habitação porque representa 80% (mais coisa menos coisa) dos créditos a particulares.

Um banco quando concede crédito é porque o cliente passou no exame, tem um rating que lhe permite alavancar a vida a um custo suportável no momento presente, e que só na pior das hipóteses não será suportável no futuro, do tipo uma crise mundial só comparável à dos anos 1930's. Se a pior das hipóteses acontecer, aciona-se a garantia. Não existe risco zero em nenhum negócio e isso leva-me à parte da culpa. É das pessoas ou dos bancos? um negócio envolve pelo menos duas partes...

Se o crédito para atividades não produtivas significa sempre viver acima das possibilidades do presente, então o modus vivendi das "democracias" ocidentais está condenado.

Na altura em que foi concedido esse crédito era o máximo, favorecia o crescimento das construtoras e atividades conexas, era bom para o negócio bancário, para as pessoas que viam melhorar as suas condições materiais, enfim, era tudo tão bom que até havia juros bonificados… agora que deu para o torto, vivemos acima das possibilidades sem apelo nem agravo. A dívida elevada é obviamente prejudicial, desde logo porque em recessão, o dinheiro que deveria ser injetado via investimento na economia, está a ser canalizado para pagar dívida, mas agora é que se descobriu a pólvora e os restos do estoiro ficam encarregues de justificar a austeridade.

70% dos gastos do Estado são em salários e pensões... muitos funcionários públicos e pensionistas continuam a viver acima das possibilidades… com certeza que alguns viverão, mas reformula o teu raciocínio, porque não bate certo, não quererias dizer que o Estado é poderia estar a viver acima das possibilidades? Por outro lado, querias que fossem gastos em que? Garrafas de vinho e melões? a maioria dos funcionários públicos prestam serviços, de saúde, educação, segurança, etc. e são pagos em dinheiro. Se os pensionistas estiverem de acordo, podemos pagar-lhes a pensão em fraldas, gostava de ver o Goebbels cair da cadeira de rodas quando estivesse a fazer a revisão do orçamento português e visse 15% de gastos em fraldas :mrgreen:

Mas saindo da brincadeira, experimenta incluir outras variáveis nas equação: se o gasto for 70% e o bolo total continuar a diminuir via austeridade, podes diminuir a despesa todos os anos e o gasto percentual continuar a subir.

Para te dar um exemplo vou ter de me colocar ao lado do Governo (Deus Nosso Senhor me perdoe): a dívida pública continua a subir apesar da austeridade e dos cortes orçamentais! Isto diz-se à boca cheia, como se fosse algo do outro mundo. Às vezes os nossos políticos “esquecem” (os da esquerda e da direita) que a dívida é contabilizada em função do PIB, se o PIB cai é normal que a dívida suba mesmo que a despesa se mantenha nos mesmos níveis ou se reduza. Mas nem o próprio Passos Coelho utiliza este facto (e os factos são muitos teimosos, dizia o camarada Vladimir Ulianov), isso seria admitir que a politica de combate à crise escolhida pela Europa estava errada, e, consequentemente a politica do ir além de … também.

Enfim, o problema chama-se Euro e União Económica e Monetária e tudo o que foi feito para chegarmos à moeda única no pelotão da frente. Agora andamos engalfinhados para ver quem foi o maior culpado, e enquanto isso, uns safam-se outros vão-se safando e ainda há outros que são uns verdadeiros safados.

Depois da reunião do pós-guerra de domingo à noite já não deve fazer grande diferença saber qual a melhor solução para sairmos do atoleiro em que estamos enfiados, a única coisa que importa é cair nas boas graças da Alemanha, para que, como bons lacaios que somos, possamos apanhar algumas migalhas…

Tenho sentido vergonha de ser europeu nestes últimos tempos.

Abraço,

Limonov



Porra, ainda pensei que estava sozinho nesta luta!
:clap: :clap: :clap: :clap: :clap:
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Re: Crise Grega

por Limonov » 14/7/2015 16:43

ativo Escreveu:
Corvo=Corvo Escreveu:Os bancos ,os verdadeiros e principais sanguessugas ...lá e cá...depois vem a velha história do povo andar a viver acima das suas possibilidades,mesmo que ganhe 500 € mês.

Nos últimos anos, as famílias portuguesas fizeram, efetivamente, um ajustamento económico, mas é preciso não nos esquecermos que, há alguns anos atrás, os bancos emprestavam, a torto e a direito, dinheiro para comprar casa, carro e viajar. As pessoas compraram o que não podiam comprar, recorrendo a crédito, endividaram-se para além do que podiam, não pensaram em divórcio, doença ou desemprego, imaginavam que a vida é sempre a direito, quando compravam não se contentavam com uma casa ou um carro em segunda mão, queriam e querem sempre o melhor e acham que todos o podem ter. Quanto mais dinheiro o banco emprestasse, melhor, e não se diga que os bancos é que têm a culpa, as pessoas é que a têm, pois são adultas e eram elas que pediam o dinheiro, e como tal têm que ser responsabilizadas, e não o contrário.

Presentemente, muitos funcionários públicos e pensionistas continuam a viver acima das suas possibilidades porque o Estado paga acima das suas possibilidades e terá que cortar em salários e pensões para evitar défice, visto cerca de 70 % da despesa pública ser com salários, pensões e prestações sociais.

O resto é conversa de quem acha que tem direito a tudo, recorreu ao banco para o obter, culpa os bancos pela situação do país, mas gostou que o banco lhe permitisse comprar o que a prudência mandaria não comprar, e desresponsabiliza-se do seu enorme endividamento.




É sempre a mesma lengalenga, o mesmo blá blá blá, parece-me que o PCP não tem exclusividade na cassete… qualquer labrego que tenha dotes de comentador tem a vidinha assegurada nos media deste país em que a opinião pública é o reflexo da preguiça privada.

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Mesmo antes de cair o pano e levarmos com a crise na cara, não era qualquer um que conseguia crédito sem exigência de garantias. Vê a relação entre classe de rendimentos e os empréstimos concedidos.

O subprime não tem aplicação direta em Portugal, não houve créditos para habitação nos moldes americanos. Falo sempre em crédito habitação porque representa 80% (mais coisa menos coisa) dos créditos a particulares.

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Se o crédito para atividades não produtivas significa sempre viver acima das possibilidades do presente, então o modus vivendi das "democracias" ocidentais está condenado.

Na altura em que foi concedido esse crédito era o máximo, favorecia o crescimento das construtoras e atividades conexas, era bom para o negócio bancário, para as pessoas que viam melhorar as suas condições materiais, enfim, era tudo tão bom que até havia juros bonificados… agora que deu para o torto, vivemos acima das possibilidades sem apelo nem agravo. A dívida elevada é obviamente prejudicial, desde logo porque em recessão, o dinheiro que deveria ser injetado via investimento na economia, está a ser canalizado para pagar dívida, mas agora é que se descobriu a pólvora e os restos do estoiro ficam encarregues de justificar a austeridade.

70% dos gastos do Estado são em salários e pensões... muitos funcionários públicos e pensionistas continuam a viver acima das possibilidades… com certeza que alguns viverão, mas reformula o teu raciocínio, porque não bate certo, não quererias dizer que o Estado é poderia estar a viver acima das possibilidades? Por outro lado, querias que fossem gastos em que? Garrafas de vinho e melões? a maioria dos funcionários públicos prestam serviços, de saúde, educação, segurança, etc. e são pagos em dinheiro. Se os pensionistas estiverem de acordo, podemos pagar-lhes a pensão em fraldas, gostava de ver o Goebbels cair da cadeira de rodas quando estivesse a fazer a revisão do orçamento português e visse 15% de gastos em fraldas :mrgreen:

Mas saindo da brincadeira, experimenta incluir outras variáveis nas equação: se o gasto for 70% e o bolo total continuar a diminuir via austeridade, podes diminuir a despesa todos os anos e o gasto percentual continuar a subir.

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Enfim, o problema chama-se Euro e União Económica e Monetária e tudo o que foi feito para chegarmos à moeda única no pelotão da frente. Agora andamos engalfinhados para ver quem foi o maior culpado, e enquanto isso, uns safam-se outros vão-se safando e ainda há outros que são uns verdadeiros safados.

Depois da reunião do pós-guerra de domingo à noite já não deve fazer grande diferença saber qual a melhor solução para sairmos do atoleiro em que estamos enfiados, a única coisa que importa é cair nas boas graças da Alemanha, para que, como bons lacaios que somos, possamos apanhar algumas migalhas…

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Abraço,

Limonov
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Fonte - Espólio, Autor - Silva , Agostinho
 
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Re: Crise Grega

por Queijo de Figo » 14/7/2015 15:33

Com todas as dúvidas que se têm levantado em torno do acordo de 2ª feira de madrugada, coloca-se a questão: Não teria sido melhor, tomar uma decisão definitiva sobre a reestruturação da dívida e só depois avançar para o empréstimo?
É que, mesmo com a criação do fundo de 50 000 000 000 euros, fica a ideia que o dinheiro que os gregos vão receber é dinheiro a perde numa reestruturação futura que é quase certa! Os Ingleses já se estão a manifestar contra a utilização de fundos da UE e é natural que venham a surgir mais objecções!
 
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Re: Crise Grega

por JohnyRobaz » 14/7/2015 15:23

DUBLIN42 Escreveu:
Terraplanagem é quando se faz um corte de rebaixamento do perfil natural, sem haver aterro. Quando há aterro em forma de vala denomina-se terraplenagem!


Sinceramente já ouvi o termo referido das duas maneiras para a mesma coisa: planar o terreno, com recurso seja a aterros seja a escavações, seja aos dois.
Mas vá, este assunto não interessa nada para a Grécia :-"
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Re: Crise Grega

por rollingsnowball » 14/7/2015 15:13

Marco Martins Escreveu:
Raposo Tavares Escreveu:[...]secret IMF report also warns that Greece’s national debt could soon hit 200% of GDP, even further into unsustainable levels.
in:
http://www.theguardian.com/business/live/2015/jul/14/greek-crisis-tsipras-political-backlash-bailout-osborne-uk-live


Pelo menos agora já se poderão equiparar ao Japão!!!

Já se lembraram de relacionar a Grécia e o Japão? É que se a Grécia cair devido à dívida, não duvido que isso poderá ter um impacto grande no Japão... a vantagem do Japão é poder desvalorizar a moeda...

O Governo japonês deve a cidadãos e empresas japoneses. Têm um enorme excedente comercial. A dívida deles não tem relevância, devem a si próprios, é como se não existisse. Se não pudessem desvalorizar a moeda podia pura e simplesmente não pagar que ninguém os chateava, ou aumentar impostos. Como podem imprimir moeda é só imprimir e com isso desviam as poupanças do cidadão para o Governo sem queixas externas. O povo japonês não ia gostar se fosse de repente mas se fosse progressivo nem se apercebia (e finalmente a inflação chegava)
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Re: Crise Grega

por Marco Martins » 14/7/2015 14:14

Raposo Tavares Escreveu:[...]secret IMF report also warns that Greece’s national debt could soon hit 200% of GDP, even further into unsustainable levels.
in:
http://www.theguardian.com/business/live/2015/jul/14/greek-crisis-tsipras-political-backlash-bailout-osborne-uk-live


Pelo menos agora já se poderão equiparar ao Japão!!!

Já se lembraram de relacionar a Grécia e o Japão? É que se a Grécia cair devido à dívida, não duvido que isso poderá ter um impacto grande no Japão... a vantagem do Japão é poder desvalorizar a moeda...
 
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Re: Crise Grega

por RaposoTavares » 14/7/2015 14:00

Lembram-se daquela máxima que nos diz que 'quando a situação está no fundo do poço as coisas só podem melhorar'?
Já não é bem uma máxima... no caso grego, ainda pode vir a ser uma mínima. Acompanhando o blogue do Guardian, 'linkado' acima, as coisas não param de piorar.
Imagino que no Ecofin muito desejem que os parlamentares gregos recusem o Bailout.
"Se um homem tiver realmente muita fé, pode dar-se ao luxo de ser céptico."
in: Citações e Pensamentos, Friedrich Nietzsche
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Re: Crise Grega

por RaposoTavares » 14/7/2015 13:39

[...]secret IMF report also warns that Greece’s national debt could soon hit 200% of GDP, even further into unsustainable levels.
in:
http://www.theguardian.com/business/live/2015/jul/14/greek-crisis-tsipras-political-backlash-bailout-osborne-uk-live
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Re: Crise Grega

por HaRt » 14/7/2015 12:49

Este tópico da crise grega é um poço sem fim de conhecimentos... Já tivémos questões relacionadas com heranças, construção civil, português, política, ciências humanas (os albaneses chamam de "calaceiros" para cima aos gregos - esta fez-me rir bastante pelo termo "calaceiro" porque pensava ser um termo muito nortenho, de pouco conhecimento geral, mas afinal até na Albânia se usa :-)), estratégias geo-políticas, economia, finanças...

Fechem o resto do caldeirão e basta ter este tópico :-)
Politicamente anti-Costa (o golpista): Já Fomos Resgatados?
 
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Re: Crise Grega

por Dr Tretas » 14/7/2015 12:41

Será que demora mais tempo resolver a crise grega ou enviar uma sonda a Plutão?
A New Horizons demorou 9 anos a chegar, tá quase:
http://pluto.jhuapl.edu/index.php

Deve estar a tirar belas fotos neste momento, que vão demorar 5-6 horas a chegar à Terra (à velocidade da luz :!: ) tal é a distância.
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Re: Crise Grega

por Ativo » 14/7/2015 12:40

Meus amigos, não tenho mais nada a acrescentar ao que escrevi! :mrgreen:

Editei: a 3º edição do dicionário da Porto Editora apresenta "terraplanagem", e não "terreplenagem", como sinónimo de "aterro". É o que me cumpre dizer, da minha parte!
Editado pela última vez por Ativo em 14/7/2015 12:46, num total de 1 vez.
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Re: Crise Grega

por DUBLIN42 » 14/7/2015 12:25

ativo Escreveu:
JohnyRobaz Escreveu:
ativo Escreveu:É evidente que Pedro santos Guerreiro quis escrever" "enterro" e não "aterro", porque ele afirma que não se pode fazer determinada comparação. A palavra "aterro" é sinónimo de "terraplanagem".


Também achei que ele queria mesmo dizer enterro, apesar de não achar assim a comparação mais bem sucedida, mas pronto.

Agora, terraplanagem não é sinónimo de aterro. :shame: Terraplanagem é uma operação de regularização de terrenos onde tanto há aterros como escavações. :wink:

:shame:

A 3ª edição do dicionário da Porto Editora de Português apresenta a palavra "terraplanagem" como sinónimo de "aterro"!


Terraplanagem é quando se faz um corte de rebaixamento do perfil natural, sem haver aterro. Quando há aterro em forma de vala denomina-se terraplenagem!
 
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Re: Crise Grega

por JohnyRobaz » 14/7/2015 12:22

ativo Escreveu:
JohnyRobaz Escreveu:
ativo Escreveu:É evidente que Pedro santos Guerreiro quis escrever" "enterro" e não "aterro", porque ele afirma que não se pode fazer determinada comparação. A palavra "aterro" é sinónimo de "terraplanagem".


Também achei que ele queria mesmo dizer enterro, apesar de não achar assim a comparação mais bem sucedida, mas pronto.

Agora, terraplanagem não é sinónimo de aterro. :shame: Terraplanagem é uma operação de regularização de terrenos onde tanto há aterros como escavações. :wink:

:shame:

A 3ª edição do dicionário da Porto Editora de Português apresenta a palavra "terraplanagem" como sinónimo de "aterro"!


Visto que sou Eng. Civil e isso são termos técnicos da minha área, não posso concordar com esse tipo de sinónimos, mesmo que estejam no dicionário. :wink:
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Re: Crise Grega

por Ativo » 14/7/2015 12:13

JohnyRobaz Escreveu:
ativo Escreveu:É evidente que Pedro santos Guerreiro quis escrever" "enterro" e não "aterro", porque ele afirma que não se pode fazer determinada comparação. A palavra "aterro" é sinónimo de "terraplanagem".


Também achei que ele queria mesmo dizer enterro, apesar de não achar assim a comparação mais bem sucedida, mas pronto.

Agora, terraplanagem não é sinónimo de aterro. :shame: Terraplanagem é uma operação de regularização de terrenos onde tanto há aterros como escavações. :wink:

:shame:

A 3ª edição do dicionário da Porto Editora de Português apresenta a palavra "terraplanagem" como sinónimo de "aterro"!
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Re: Crise Grega

por JohnyRobaz » 14/7/2015 11:57

ativo Escreveu:É evidente que Pedro santos Guerreiro quis escrever" "enterro" e não "aterro", porque ele afirma que não se pode fazer determinada comparação. A palavra "aterro" é sinónimo de "terraplanagem".


Também achei que ele queria mesmo dizer enterro, apesar de não achar assim a comparação mais bem sucedida, mas pronto.

Agora, terraplanagem não é sinónimo de aterro. :shame: Terraplanagem é uma operação de regularização de terrenos onde tanto há aterros como escavações. :wink:
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Re: Crise Grega

por Ativo » 14/7/2015 11:47

JohnyRobaz Escreveu:
DUBLIN42 Escreveu:
JohnyRobaz Escreveu:Palavras do Pedro Santos Guerreiro: "A Alemanha não salvou a Grécia. Não salvou a dívida. Não salvou o euro. É muito difícil acreditar que o plano acordado vá sequer ser implementado. É quase impossível crer que, sendo implementado, funcione. Não é à tareia que se erguem inanimados. Não é deprimindo que se recupera. Chamar ajuda ao que destrói é como chamar terraplanagem a um enterro."

Não podia dizer melhor... :wall:
...Eu podia, se em vez de escrever enterro escreve-se aterro!!! :shock:


*escrevesse :mrgreen:

Ahah mas de facto nem aterro nem enterro, comparando com terraplanagem, serão as melhores comparações (terraplanagem envolve aterros e escavações...). Ele pode querer dizer enterro mesmo, sei lá. Exceptuando essa frase lírica, tudo o resto subscrevo! :mrgreen:

É evidente que Pedro santos Guerreiro quis escrever" "enterro" e não "aterro", porque ele afirma que não se pode fazer determinada comparação. A palavra "aterro" é sinónimo de "terraplanagem".
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Re: Crise Grega

por JohnyRobaz » 14/7/2015 11:28

híbrido Escreveu:
O homem se não suporta a sua humilhação, que se suicide.


:shock: :oh: :wall:
Era só mais um grego a somar aos milhares que já se suicidaram desde que esta crise na Grécia começou não era? Tristeza.
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Re: Crise Grega

por JohnyRobaz » 14/7/2015 11:24

DUBLIN42 Escreveu:
JohnyRobaz Escreveu:Palavras do Pedro Santos Guerreiro: "A Alemanha não salvou a Grécia. Não salvou a dívida. Não salvou o euro. É muito difícil acreditar que o plano acordado vá sequer ser implementado. É quase impossível crer que, sendo implementado, funcione. Não é à tareia que se erguem inanimados. Não é deprimindo que se recupera. Chamar ajuda ao que destrói é como chamar terraplanagem a um enterro."

Não podia dizer melhor... :wall:
...Eu podia, se em vez de escrever enterro escreve-se aterro!!! :shock:


*escrevesse :mrgreen:

Ahah mas de facto nem aterro nem enterro, comparando com terraplanagem, serão as melhores comparações (terraplanagem envolve aterros e escavações...). Ele pode querer dizer enterro mesmo, sei lá. Exceptuando essa frase lírica, tudo o resto subscrevo! :mrgreen:
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Re: Crise Grega

por Dom_Quixote » 14/7/2015 11:19

híbrido Escreveu:O homem se não suporta a sua humilhação, que se suicide.


:roll: :shock: :shock: :shock:
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Re: Crise Grega

por feliztrader » 14/7/2015 11:16

...
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Re: Crise Grega

por DUBLIN42 » 14/7/2015 11:13

JohnyRobaz Escreveu:Palavras do Pedro Santos Guerreiro: "A Alemanha não salvou a Grécia. Não salvou a dívida. Não salvou o euro. É muito difícil acreditar que o plano acordado vá sequer ser implementado. É quase impossível crer que, sendo implementado, funcione. Não é à tareia que se erguem inanimados. Não é deprimindo que se recupera. Chamar ajuda ao que destrói é como chamar terraplanagem a um enterro."

Não podia dizer melhor... :wall:
...Eu podia, se em vez de escrever "enterro" escrevesse "aterro"!!! :shock:
Editado pela última vez por DUBLIN42 em 14/7/2015 11:28, num total de 1 vez.
 
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Re: Crise Grega

por JohnyRobaz » 14/7/2015 10:44

Palavras do Pedro Santos Guerreiro: "A Alemanha não salvou a Grécia. Não salvou a dívida. Não salvou o euro. É muito difícil acreditar que o plano acordado vá sequer ser implementado. É quase impossível crer que, sendo implementado, funcione. Não é à tareia que se erguem inanimados. Não é deprimindo que se recupera. Chamar ajuda ao que destrói é como chamar terraplanagem a um enterro."

Não podia dizer melhor... :wall:
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Re: Crise Grega

por Ativo » 14/7/2015 10:34

Corvo=Corvo Escreveu:Os bancos ,os verdadeiros e principais sanguessugas ...lá e cá...depois vem a velha história do povo andar a viver acima das suas possibilidades,mesmo que ganhe 500 € mês.

Nos últimos anos, as famílias portuguesas fizeram, efetivamente, um ajustamento económico, mas é preciso não nos esquecermos que, há alguns anos atrás, os bancos emprestavam, a torto e a direito, dinheiro para comprar casa, carro e viajar. As pessoas compraram o que não podiam comprar, recorrendo a crédito, endividaram-se para além do que podiam, não pensaram em divórcio, doença ou desemprego, imaginavam que a vida é sempre a direito, quando compravam não se contentavam com uma casa ou um carro em segunda mão, queriam e querem sempre o melhor e acham que todos o podem ter. Quanto mais dinheiro o banco emprestasse, melhor, e não se diga que os bancos é que têm a culpa, as pessoas é que a têm, pois são adultas e eram elas que pediam o dinheiro, e como tal têm que ser responsabilizadas, e não o contrário.

Presentemente, muitos funcionários públicos e pensionistas continuam a viver acima das suas possibilidades porque o Estado paga acima das suas possibilidades e terá que cortar em salários e pensões para evitar défice, visto cerca de 70 % da despesa pública ser com salários, pensões e prestações sociais.

O resto é conversa de quem acha que tem direito a tudo, recorreu ao banco para o obter, culpa os bancos pela situação do país, mas gostou que o banco lhe permitisse comprar o que a prudência mandaria não comprar, e desresponsabiliza-se do seu enorme endividamento.
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