BES - A LUTA
Re: BES - A LUTA
não está garantido pelo FGD porque não é um depósito nem o dinheiro é gerido pelos CTT.
o emitente é a Republica Portuguesa e é gerido pelo IGCP, sendo os CTT meros intermediários.
há o risco de default mas trata-se de poupança interna de modo que deverão ser os ultimos a cair em caso de default.
há também o risco de saída de Portugal do Euro e correspondente denominação da dívida em Escudos2
o emitente é a Republica Portuguesa e é gerido pelo IGCP, sendo os CTT meros intermediários.
há o risco de default mas trata-se de poupança interna de modo que deverão ser os ultimos a cair em caso de default.
há também o risco de saída de Portugal do Euro e correspondente denominação da dívida em Escudos2
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Re: BES - A LUTA
Santa Maria Escreveu:Boas,
14:30
REPORTAGEM NOS CTT: “PERDI MUITO COM O BES, CERTIFICADOS SÃO A MELHOR OPÇÃO”
ANTÓNIO SARMENTO
14:30
Reportagem nos CTT: “Perdi muito com o BES, certificados são a melhor opção”
os CTT são a melhor opção ?????????????????
porque ?
os certificados são seguros !! porque só se Portugal falir é que eles teem risco . ( mesmo este "pequeno" risco, 99% do tuga não sabe... ok)
mas há um risco maior !!!!!!!!!
igual ao BES !!!!!!!!!!!!!!!!!!
ACORDEM !!!!!!!!!!!!!!! TUGAS !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
ok... eu explico...
ahhhh pus a massa nos correios !!!!!!!!!!!!!!! diz o TUGA !
pôs na empresa privada CTT que é dos Mello !!!!!!!!!!!!!!!1
em breve dirao........ o dinheirinho que tanto me custou a poupar está no
Banco MELLO ctt
depois se este banco fizer as porcarias (metade) do BES......... pois ........... dinheiro ao AR ! e
NÃO está coberto pela Garantia de Depósitos do Bdp........
é dificil de acontecer......... o BES falir era mais dificil !
edit 1 :
tenho-me fartado de falar sobre o perigo dos PPR em geral... No BES Vida sei que perderam 30% no ultimo ano...
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Re: BES - A LUTA
Boas,
EMPRESAS/FINANÇAS00:05
“ADMITO QUE ALGUNS INVESTIDORES POSSAM NÃO VOLTAR AO MERCADO”
TIAGO FREIRE
00:05
Mercado foi penalizado pelos casos BES e PT, e tem perdido várias cotadas importantes. Presidente da bolsa revela optimismo cauteloso e não desiste de conquistar mais empresas
Na ressaca de um ano marcado por escândalos com empresas cotadas, o presidente da bolsa portuguesa admite que os efeitos sobre a confiança dos investidores são ainda imprevisíveis.
Como foram vividos na Bolsa estes últimos tempos, com o caso BES e a polémica com a PT?
Estes eventos, que marcaram profundamente o ano de 2014, naturalmente, foram vistos não só da nossa parte como de muitos agentes económicos, com muita apreensão, com muita preocupação, e muitas vezes com muita surpresa e até estupefacção, perante a dimensão dos próprios eventos. É uma situação com a qual estamos ainda a lidar. Os mercados, infelizmente, têm deste tipo de acontecimentos, Portugal não tem o monopólio destas situações. Acredito, e a História demonstra-nos isso, que o mercado tem sempre uma enorme capacidade de lidar com os problemas e de recuperar, por muito que às vezes essa recuperação demore e seja lenta. E não é algo que aconteça sem que haja também acção e iniciativa por parte de todos aqueles que podem ajudar a essa recuperação.
QUE MARCAS PODERÃO TER FICADO NA COMUNIDADE DE INVESTIDORES, POR EXEMPLO NAQUELES QUE ERAM ACCIONISTAS DO BES?
Acredito que haverá situações muito variadas, entre aqueles que são os milhares de investidores, sobretudo quando falamos dos pequenos investidores, que continuam a ter exposição ao mercado português, e naturalmente também àqueles que estiveram envolvidos nestes problemas. Admito perfeitamente que, nalguns casos, as marcas possam ter sido tão fortes que as pessoas não considerem voltar ao mercado. O que vou dizer a seguir não é para suavizar o dramatismo que possa haver nalgumas situações pessoais, que me merecem todo o respeito e toda a consideração, e que eu preferia que não tivessem acontecido. Mas acredito que haverá capacidade de recuperar e haverá também muitos investidores que têm, porventura, portefólios mais diversificados, conseguindo lidar com as perdas de forma diferente daqueles que estavam mais concentrados nos títulos que tiveram esse comportamento.
Aquilo que se passou no último ano, com alguma natural retirada de confiança, pode limitar ainda mais a capacidade de trazer novas empresas para a bolsa?
Não posso deixar de reconhecer que a dimensão dos acontecimentos tem implicações e tem de ser digerida por todos aqueles que estão a equacionar o mercado. O mercado tem muitas portas de entrada, não tem apenas a vertente accionista. Há também a entrada no mercado pela via das obrigações e essa é uma área em 2014 onde vimos sinais interessantes. Pela primeira vez desde há muitos anos no mercado existiram já 12 emissões de empresas não financeiras e, dessas, seis foram de empresas que nem sequer estão cotadas. Portanto isso é um sinal positivo. É importante, não só para a Bolsa mas para o País que haja mais empresas cotadas, não pelo que isso possa significar para a Bolsa em si mesma mas pelo facto do mercado continuar a ser um meio que me parece incontornável naquilo que são os desafios estruturais do nosso país para que as empresas respondam positivamente a uma debilidade que têm e que não se tem aligeirado que é a falta de capitalização. Isso não se resolve com mais dívida, isso resolve-se com capital. O mercado de capitais dá essa possibilidade. Espero que mesmo com aquilo que se passou haja capacidade de perceber as vantagens do mercado e que não limite a vontade de algumas empresas de virem ao mercado. Estamos em contacto com algumas dessas empresas e que têm uma vontade forte de fazerem esse caminho.
Como encara o facto de a bolsa não ter sido o veículo primordial para as privatizações e a listagem da Mota-Engil África num mercado que não o português?
Relativamente ao tema das privatizações não temos nenhuma indicação de que as empresas devam ou não ser privatizadas, isso é uma decisão que compete ao Estado. O que dissemos sempre foi que se a decisão for a de privatização então claramente o mercado de capitais deve ser sempre integrado nessa decisão e não tem de ser só o mercado de capitais, pode ser uma das componentes. Gostaríamos que essa decisão pudesse ter sido usada mais vezes, nós estamos convictos que faria todo o sentido, se olharmos para os casos privatizados, que seria muito benéfico e valorizamos muito que num dos casos, os CTT, pelo menos isso tenha acontecido. Foi uma operação que correu bem e que só demonstra que, se houver oferta, o mercado está lá. Em relação ao outro caso que referiu é uma decisão que compete à empresa, não vou entrar em detalhes. Revela também que as empresas têm opções. Nós temos consciência que uma empresa estando cotada em Portugal tem todas as condições para aceder a uma base de investidores internacionais e não é o facto de estar em Portugal que a impede de aceder a esses investidores internacionais e de ser reconhecida internacionalmente mas essa é uma decisão que compete à empresa.
EMPRESAS/FINANÇAS00:05
“ADMITO QUE ALGUNS INVESTIDORES POSSAM NÃO VOLTAR AO MERCADO”
TIAGO FREIRE
00:05
Mercado foi penalizado pelos casos BES e PT, e tem perdido várias cotadas importantes. Presidente da bolsa revela optimismo cauteloso e não desiste de conquistar mais empresas
Na ressaca de um ano marcado por escândalos com empresas cotadas, o presidente da bolsa portuguesa admite que os efeitos sobre a confiança dos investidores são ainda imprevisíveis.
Como foram vividos na Bolsa estes últimos tempos, com o caso BES e a polémica com a PT?
Estes eventos, que marcaram profundamente o ano de 2014, naturalmente, foram vistos não só da nossa parte como de muitos agentes económicos, com muita apreensão, com muita preocupação, e muitas vezes com muita surpresa e até estupefacção, perante a dimensão dos próprios eventos. É uma situação com a qual estamos ainda a lidar. Os mercados, infelizmente, têm deste tipo de acontecimentos, Portugal não tem o monopólio destas situações. Acredito, e a História demonstra-nos isso, que o mercado tem sempre uma enorme capacidade de lidar com os problemas e de recuperar, por muito que às vezes essa recuperação demore e seja lenta. E não é algo que aconteça sem que haja também acção e iniciativa por parte de todos aqueles que podem ajudar a essa recuperação.
QUE MARCAS PODERÃO TER FICADO NA COMUNIDADE DE INVESTIDORES, POR EXEMPLO NAQUELES QUE ERAM ACCIONISTAS DO BES?
Acredito que haverá situações muito variadas, entre aqueles que são os milhares de investidores, sobretudo quando falamos dos pequenos investidores, que continuam a ter exposição ao mercado português, e naturalmente também àqueles que estiveram envolvidos nestes problemas. Admito perfeitamente que, nalguns casos, as marcas possam ter sido tão fortes que as pessoas não considerem voltar ao mercado. O que vou dizer a seguir não é para suavizar o dramatismo que possa haver nalgumas situações pessoais, que me merecem todo o respeito e toda a consideração, e que eu preferia que não tivessem acontecido. Mas acredito que haverá capacidade de recuperar e haverá também muitos investidores que têm, porventura, portefólios mais diversificados, conseguindo lidar com as perdas de forma diferente daqueles que estavam mais concentrados nos títulos que tiveram esse comportamento.
Aquilo que se passou no último ano, com alguma natural retirada de confiança, pode limitar ainda mais a capacidade de trazer novas empresas para a bolsa?
Não posso deixar de reconhecer que a dimensão dos acontecimentos tem implicações e tem de ser digerida por todos aqueles que estão a equacionar o mercado. O mercado tem muitas portas de entrada, não tem apenas a vertente accionista. Há também a entrada no mercado pela via das obrigações e essa é uma área em 2014 onde vimos sinais interessantes. Pela primeira vez desde há muitos anos no mercado existiram já 12 emissões de empresas não financeiras e, dessas, seis foram de empresas que nem sequer estão cotadas. Portanto isso é um sinal positivo. É importante, não só para a Bolsa mas para o País que haja mais empresas cotadas, não pelo que isso possa significar para a Bolsa em si mesma mas pelo facto do mercado continuar a ser um meio que me parece incontornável naquilo que são os desafios estruturais do nosso país para que as empresas respondam positivamente a uma debilidade que têm e que não se tem aligeirado que é a falta de capitalização. Isso não se resolve com mais dívida, isso resolve-se com capital. O mercado de capitais dá essa possibilidade. Espero que mesmo com aquilo que se passou haja capacidade de perceber as vantagens do mercado e que não limite a vontade de algumas empresas de virem ao mercado. Estamos em contacto com algumas dessas empresas e que têm uma vontade forte de fazerem esse caminho.
Como encara o facto de a bolsa não ter sido o veículo primordial para as privatizações e a listagem da Mota-Engil África num mercado que não o português?
Relativamente ao tema das privatizações não temos nenhuma indicação de que as empresas devam ou não ser privatizadas, isso é uma decisão que compete ao Estado. O que dissemos sempre foi que se a decisão for a de privatização então claramente o mercado de capitais deve ser sempre integrado nessa decisão e não tem de ser só o mercado de capitais, pode ser uma das componentes. Gostaríamos que essa decisão pudesse ter sido usada mais vezes, nós estamos convictos que faria todo o sentido, se olharmos para os casos privatizados, que seria muito benéfico e valorizamos muito que num dos casos, os CTT, pelo menos isso tenha acontecido. Foi uma operação que correu bem e que só demonstra que, se houver oferta, o mercado está lá. Em relação ao outro caso que referiu é uma decisão que compete à empresa, não vou entrar em detalhes. Revela também que as empresas têm opções. Nós temos consciência que uma empresa estando cotada em Portugal tem todas as condições para aceder a uma base de investidores internacionais e não é o facto de estar em Portugal que a impede de aceder a esses investidores internacionais e de ser reconhecida internacionalmente mas essa é uma decisão que compete à empresa.
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Re: BES - A LUTA
Boas,
14:30
REPORTAGEM NOS CTT: “PERDI MUITO COM O BES, CERTIFICADOS SÃO A MELHOR OPÇÃO”
ANTÓNIO SARMENTO
14:30
Reportagem nos CTT: “Perdi muito com o BES, certificados são a melhor opção”
O toque para chamar a senha C (aplicações financeiras) ouve-se mais do que é habitual nos balcões dos CTT. São os últimos dias para subscrever os certificados à remuneração actual, considerada irresistível face ao que oferecem os depósitos bancários.
Os certificados mexeram com a estrutura dos Correios. As 623 lojas do País alargaram o horário em duas horas e há um colaborador mais especializado para responder às dúvidas dos clientes.
No balcão dos CTT no Chiado um aviso colocado à porta de entrada chama a atenção dos clientes. Na mensagem pode ler-se que o horário da loja será alargado até às oito da noite nos dias 28 e 29 de Janeiro. Em Alcântara, Beja ou Paredes de Coura a mesma coisa. As letras do aviso não são garrafais nem explicam o motivo, mas quem tem dinheiro para investir sabe do que se trata: hoje e amanhã são os últimos dias para subscrever os produtos do Estado às taxas actuais (certificados de aforro e certificados do Tesouro Poupança Mais), depois de o Governo ter anunciado que a partir de Fevereiro a remuneração oferecida será inferior.
Francisco Santos chegou ao Chiado às 8h30 da manhã. Este funcionário do Círculo Eça de Queiroz, onde só entram sócios e convidados, aplicou sete mil euros em aforro, dinheiro ganho com a venda de acções do sector da energia e das telecomunicações. "No total tenho 50 mil euros em produtos do Estado e esta era a melhor opção a dois anos. Tenho mais em depósitos a prazo e ainda mantenho uma carteira com títulos. Perdi muito com o BCP, com o BES e o grupo Sonae", diz Francisco, de 53 anos, que jurou nunca mais investir no mercado accionista.
António Pedro Silva, director de rede de lojas dos CTT, explica ao Económico que "tem havido um crescimento em escala para este tipo de produto e, por isso, o horário de atendimento das 623 lojas do País foi alargado em duas horas". "As zonas urbanas são sempre as mais procuradas", acrescenta o responsável. Todos os colaboradores têm formação para responder a dúvidas na comercialização dos certificados mas "os clientes que procuram informação mais específica são encaminhados para um funcionário com mais especialização", acrescenta o director. A deslocação entre os colaboradores das lojas, que é uma "prática comum" nos CTT, passou "a estar mais limitada" devido à grande procura dos certificados, revela António Pedro Silva.
O casal Nuno e Ana Bragança são adeptos dos produtos conservadores. "Da maneira como está o País não arriscamos mais", diz o oficial das forças armadas e a educadora de infância. Para este casal, os certificados têm um peso muito grande na poupança. Aliás, até os dois filhos do casal herdaram dos avós os produtos de aforro mais antigos. "Claro que temos dinheiro no banco, mas num horizonte a médio prazo investimos hoje em certificados do Tesouro Poupança Mais."
No balcão de Alcântara, perto das 10 horas da manhã, o investigador António Albuquerque transferiu milhares de euros do banco para certificados de aforro. "Fui avisado pelo meu pai de que as taxas de juro nos produtos do Estado iam cair em Fevereiro. Liguei para o meu banco e tentei negociar, mas o máximo que conseguia era 0,8% ao ano. A partir desse momento não tive dúvidas", conta o investigador, enquanto põe aos ombros uma mochila. António preparava-se para viajar, mas primeiro quis garantir uma taxa de juro atractiva para as poupanças.
14:30
REPORTAGEM NOS CTT: “PERDI MUITO COM O BES, CERTIFICADOS SÃO A MELHOR OPÇÃO”
ANTÓNIO SARMENTO
14:30
Reportagem nos CTT: “Perdi muito com o BES, certificados são a melhor opção”
O toque para chamar a senha C (aplicações financeiras) ouve-se mais do que é habitual nos balcões dos CTT. São os últimos dias para subscrever os certificados à remuneração actual, considerada irresistível face ao que oferecem os depósitos bancários.
Os certificados mexeram com a estrutura dos Correios. As 623 lojas do País alargaram o horário em duas horas e há um colaborador mais especializado para responder às dúvidas dos clientes.
No balcão dos CTT no Chiado um aviso colocado à porta de entrada chama a atenção dos clientes. Na mensagem pode ler-se que o horário da loja será alargado até às oito da noite nos dias 28 e 29 de Janeiro. Em Alcântara, Beja ou Paredes de Coura a mesma coisa. As letras do aviso não são garrafais nem explicam o motivo, mas quem tem dinheiro para investir sabe do que se trata: hoje e amanhã são os últimos dias para subscrever os produtos do Estado às taxas actuais (certificados de aforro e certificados do Tesouro Poupança Mais), depois de o Governo ter anunciado que a partir de Fevereiro a remuneração oferecida será inferior.
Francisco Santos chegou ao Chiado às 8h30 da manhã. Este funcionário do Círculo Eça de Queiroz, onde só entram sócios e convidados, aplicou sete mil euros em aforro, dinheiro ganho com a venda de acções do sector da energia e das telecomunicações. "No total tenho 50 mil euros em produtos do Estado e esta era a melhor opção a dois anos. Tenho mais em depósitos a prazo e ainda mantenho uma carteira com títulos. Perdi muito com o BCP, com o BES e o grupo Sonae", diz Francisco, de 53 anos, que jurou nunca mais investir no mercado accionista.
António Pedro Silva, director de rede de lojas dos CTT, explica ao Económico que "tem havido um crescimento em escala para este tipo de produto e, por isso, o horário de atendimento das 623 lojas do País foi alargado em duas horas". "As zonas urbanas são sempre as mais procuradas", acrescenta o responsável. Todos os colaboradores têm formação para responder a dúvidas na comercialização dos certificados mas "os clientes que procuram informação mais específica são encaminhados para um funcionário com mais especialização", acrescenta o director. A deslocação entre os colaboradores das lojas, que é uma "prática comum" nos CTT, passou "a estar mais limitada" devido à grande procura dos certificados, revela António Pedro Silva.
O casal Nuno e Ana Bragança são adeptos dos produtos conservadores. "Da maneira como está o País não arriscamos mais", diz o oficial das forças armadas e a educadora de infância. Para este casal, os certificados têm um peso muito grande na poupança. Aliás, até os dois filhos do casal herdaram dos avós os produtos de aforro mais antigos. "Claro que temos dinheiro no banco, mas num horizonte a médio prazo investimos hoje em certificados do Tesouro Poupança Mais."
No balcão de Alcântara, perto das 10 horas da manhã, o investigador António Albuquerque transferiu milhares de euros do banco para certificados de aforro. "Fui avisado pelo meu pai de que as taxas de juro nos produtos do Estado iam cair em Fevereiro. Liguei para o meu banco e tentei negociar, mas o máximo que conseguia era 0,8% ao ano. A partir desse momento não tive dúvidas", conta o investigador, enquanto põe aos ombros uma mochila. António preparava-se para viajar, mas primeiro quis garantir uma taxa de juro atractiva para as poupanças.
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Re: BES - A LUTA
Boas,
ESCOM FOI FINANCIADA EM MAIS DE 300 MILHÕES DE DÓLARES PELO BES - PRESIDENTE
LUSA27 de Janeiro de 2015, às 18:13
O presidente da ESCOM, Hélder Bataglia, disse hoje no parlamento que o BES financiou a empresa em "300 e muitos milhões de dólares", em empréstimos e obrigações, e que o BES Angola pagou a "atividade normal" da empresa.
null
Hélder Bataglia, que está a ser ouvido esta tarde na Comissão Parlamentar de Inquérito à gestão do BES e do Grupo Espírito Santo (GES), disse que o BES financiou a ESCOM "em 300 e muitos milhões de dólares" -- cerca de 263 milhões - em empréstimos e obrigações.
O também acionista da ESCOM (33%) indicou que também o BES Angola (BES) financiava a empresa, mas apenas para a "atividade normal, do dia-a-dia", sem referir montantes.
Heldér Bataglia disse ainda que a ESCOM "nunca foi capitalizada" e que "sempre foi uma empresa que viveu do crédito e do financiamento bancário", indicando que a empresa gastou cerca de 300 milhões de dólares (263 milhões de euros) na prospeção de diamantes.
Sobre a venda da ESCOM, Hélder Bataglia afirmou que foi negociada pelo presidente executivo do BES, Ricardo Salgado, e que o contrato assinado foi de "compra e venda" e não de promessa de compra e venda.
Na resposta aos vários deputados, o presidente da ESCOM assegurou ainda que só teve conhecimento da ocultação de passivo na ESI -- Espírito Santo Internacioanl pela comunicação social e afirmou "confiar inteiramente" no presidente executivo do BES, Ricardo Salgado.
O grupo ESCOM foi fundado em 1993 pelo GES e por Hélder Bataglia e a atividade centra-se predominantemente em Angola, sobretudo no imobiliário e na exploração de diamantes. Além disso, a ESCOM foi consultora do German Submarine Consorcium, ao qual o Estado português adjudicou, em 2004, o concurso para dois submarinos com custos superiores a 800 milhões de euros, mas com contrapartidas previstas de pelo menos 100%.
A comissão de inquérito arrancou a 17 de novembro passado e tem um prazo total de 120 dias, que pode eventualmente ser alargado.
Os trabalhos dos parlamentares têm por intuito "apurar as práticas da anterior gestão do BES, o papel dos auditores externos, e as relações entre o BES e o conjunto de entidades integrantes do universo do GES, designadamente os métodos e veículos utilizados pelo BES para financiar essas entidades".
ESCOM FOI FINANCIADA EM MAIS DE 300 MILHÕES DE DÓLARES PELO BES - PRESIDENTE
LUSA27 de Janeiro de 2015, às 18:13
O presidente da ESCOM, Hélder Bataglia, disse hoje no parlamento que o BES financiou a empresa em "300 e muitos milhões de dólares", em empréstimos e obrigações, e que o BES Angola pagou a "atividade normal" da empresa.
null
Hélder Bataglia, que está a ser ouvido esta tarde na Comissão Parlamentar de Inquérito à gestão do BES e do Grupo Espírito Santo (GES), disse que o BES financiou a ESCOM "em 300 e muitos milhões de dólares" -- cerca de 263 milhões - em empréstimos e obrigações.
O também acionista da ESCOM (33%) indicou que também o BES Angola (BES) financiava a empresa, mas apenas para a "atividade normal, do dia-a-dia", sem referir montantes.
Heldér Bataglia disse ainda que a ESCOM "nunca foi capitalizada" e que "sempre foi uma empresa que viveu do crédito e do financiamento bancário", indicando que a empresa gastou cerca de 300 milhões de dólares (263 milhões de euros) na prospeção de diamantes.
Sobre a venda da ESCOM, Hélder Bataglia afirmou que foi negociada pelo presidente executivo do BES, Ricardo Salgado, e que o contrato assinado foi de "compra e venda" e não de promessa de compra e venda.
Na resposta aos vários deputados, o presidente da ESCOM assegurou ainda que só teve conhecimento da ocultação de passivo na ESI -- Espírito Santo Internacioanl pela comunicação social e afirmou "confiar inteiramente" no presidente executivo do BES, Ricardo Salgado.
O grupo ESCOM foi fundado em 1993 pelo GES e por Hélder Bataglia e a atividade centra-se predominantemente em Angola, sobretudo no imobiliário e na exploração de diamantes. Além disso, a ESCOM foi consultora do German Submarine Consorcium, ao qual o Estado português adjudicou, em 2004, o concurso para dois submarinos com custos superiores a 800 milhões de euros, mas com contrapartidas previstas de pelo menos 100%.
A comissão de inquérito arrancou a 17 de novembro passado e tem um prazo total de 120 dias, que pode eventualmente ser alargado.
Os trabalhos dos parlamentares têm por intuito "apurar as práticas da anterior gestão do BES, o papel dos auditores externos, e as relações entre o BES e o conjunto de entidades integrantes do universo do GES, designadamente os métodos e veículos utilizados pelo BES para financiar essas entidades".
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Re: BES - A LUTA
Boas,
NOVO BANCO: CANDIDATOS QUE PASSAM À SEGUNDA FASE SELECCIONADOS NOS PRÓXIMOS DIAS
FILIPE ALVES E ANTÓNIO COSTA
14:40
Novo Banco: Candidatos que passam à segunda fase seleccionados nos próximos dias
Alguns dos 17 interessados no Novo Banco ficaram pelo caminho. Candidatos seleccionados pelo Fundo de Resolução serão convidados a apresentar propostas não-vinculativas.
O Fundo de Resolução deverá fechar nos próximos dias a lista de entidades que passam à segunda fase do processo de venda do Novo Banco, apurou o Económico. Estas entidades terão acesso a um "info memo" com informações confidenciais do balanço do banco liderado por Stock da Cunha.
Ao que o Económico apurou, a lista será fechada até à próxima semana, não estando prevista a sua divulgação pública pelo Fundo de Resolução.
O Fundo excluiu do processo algumas das 17 entidades que, em Dezembro, entregaram manifestações de interesse pelo Novo Banco, por não cumprimento dos requisitos fixados. Entre as entidades que manifestaram interesse pelo Novo Banco estão os concorrentes BPI, Santander Totta e Banco Popular, bem como o grupo chinês Fosun e o fundo americano Apollo.
Segundo as mesmas fontes, seguir-se-á a fase de entrega de propostas não-vinculativas, que terá lugar entre o final de Fevereiro e o início de Março. O Fundo de Resolução, cuja administração é indicada pelo Banco de Portugal e pelo Ministério das Finanças, pretende concluir a reprivatização do Novo Banco até ao final do primeiro semestre de 2015.
Desde Agosto do ano passado que o Novo Banco, que concentra os activos "bons" do antigo BES, é detido a 100% pelo Fundo de Resolução, uma entidade pública que é financiada por contribuições especiais suportadas pelo sector bancário. A capitalização do Novo Banco, no valor de 4,9 mil milhões de euros, foi financiada na sua maior parte por via de um empréstimo do Tesouro ao Fundo, no valor de 3,9 mil milhões, juntamente com outro empréstimo, de 700 milhões, por parte de um sindicato bancário. Porém, os bancos e as restantes entidades financeiras que contribuem para o Fundo de Resolução terão de cobrir o eventual diferencial entre o valor da capitalização e o encaixe da venda do Novo Banco.
NOVO BANCO: CANDIDATOS QUE PASSAM À SEGUNDA FASE SELECCIONADOS NOS PRÓXIMOS DIAS
FILIPE ALVES E ANTÓNIO COSTA
14:40
Novo Banco: Candidatos que passam à segunda fase seleccionados nos próximos dias
Alguns dos 17 interessados no Novo Banco ficaram pelo caminho. Candidatos seleccionados pelo Fundo de Resolução serão convidados a apresentar propostas não-vinculativas.
O Fundo de Resolução deverá fechar nos próximos dias a lista de entidades que passam à segunda fase do processo de venda do Novo Banco, apurou o Económico. Estas entidades terão acesso a um "info memo" com informações confidenciais do balanço do banco liderado por Stock da Cunha.
Ao que o Económico apurou, a lista será fechada até à próxima semana, não estando prevista a sua divulgação pública pelo Fundo de Resolução.
O Fundo excluiu do processo algumas das 17 entidades que, em Dezembro, entregaram manifestações de interesse pelo Novo Banco, por não cumprimento dos requisitos fixados. Entre as entidades que manifestaram interesse pelo Novo Banco estão os concorrentes BPI, Santander Totta e Banco Popular, bem como o grupo chinês Fosun e o fundo americano Apollo.
Segundo as mesmas fontes, seguir-se-á a fase de entrega de propostas não-vinculativas, que terá lugar entre o final de Fevereiro e o início de Março. O Fundo de Resolução, cuja administração é indicada pelo Banco de Portugal e pelo Ministério das Finanças, pretende concluir a reprivatização do Novo Banco até ao final do primeiro semestre de 2015.
Desde Agosto do ano passado que o Novo Banco, que concentra os activos "bons" do antigo BES, é detido a 100% pelo Fundo de Resolução, uma entidade pública que é financiada por contribuições especiais suportadas pelo sector bancário. A capitalização do Novo Banco, no valor de 4,9 mil milhões de euros, foi financiada na sua maior parte por via de um empréstimo do Tesouro ao Fundo, no valor de 3,9 mil milhões, juntamente com outro empréstimo, de 700 milhões, por parte de um sindicato bancário. Porém, os bancos e as restantes entidades financeiras que contribuem para o Fundo de Resolução terão de cobrir o eventual diferencial entre o valor da capitalização e o encaixe da venda do Novo Banco.
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Re: BES - A LUTA
Boas,
LAGINHA DE SOUSA: INVESTIDORES DO BES "MERECEM-ME TODO O RESPEITO E CONSIDERAÇÃO"
TIAGO FREIRE
17:34
O presidente da Euronext Lisbon afirma que ainda há falta de incentivos para o mercado de capitais, em Portugal. Numa entrevista exclusiva ao Económico, Luís Laginha de Sousa diz ainda que o mercado ainda está a lidar com os efeitos das polémicas no BES e na PT. Uma entrevista para ler amanhã na edição do Diário Económico e ver no Etv, às 20h.
Os efeitos dos casos BES e PT tiveram efeitos nefastos na confiança da comunidade de investidores da bolsa portuguesa, e os seus efeitos ainda não são totalmente claros. Em entrevista, o presidente da bolsa de Lisboa não foge à questão e assume ter vivido com "estupefacção" a sucessão de acontecimentos de 2014, tendo como protagonistas grandes cotadas do mercado nacional.
Para além destas polémicas, Luis Laginha de Sousa foca ainda, na entrevista, a relação com o poder político, nomeadamente para salientar que esperava mais abertura do Governo para dinamizar o acesso ao mercado de capitais.
LAGINHA DE SOUSA: INVESTIDORES DO BES "MERECEM-ME TODO O RESPEITO E CONSIDERAÇÃO"
TIAGO FREIRE
17:34
O presidente da Euronext Lisbon afirma que ainda há falta de incentivos para o mercado de capitais, em Portugal. Numa entrevista exclusiva ao Económico, Luís Laginha de Sousa diz ainda que o mercado ainda está a lidar com os efeitos das polémicas no BES e na PT. Uma entrevista para ler amanhã na edição do Diário Económico e ver no Etv, às 20h.
Os efeitos dos casos BES e PT tiveram efeitos nefastos na confiança da comunidade de investidores da bolsa portuguesa, e os seus efeitos ainda não são totalmente claros. Em entrevista, o presidente da bolsa de Lisboa não foge à questão e assume ter vivido com "estupefacção" a sucessão de acontecimentos de 2014, tendo como protagonistas grandes cotadas do mercado nacional.
Para além destas polémicas, Luis Laginha de Sousa foca ainda, na entrevista, a relação com o poder político, nomeadamente para salientar que esperava mais abertura do Governo para dinamizar o acesso ao mercado de capitais.
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Re: BES - A LUTA
Boas,
INQUÉRITO AO BES MANTÉM "PARA JÁ" AUDIÇÕES A MAIS DE 100 PERSONALIDADES
28 Janeiro 2015, 16:25 por Diogo Cavaleiro | diogocavaleiro@negocios.pt
Depois de 30 audições, ainda há mais de 100 pessoas para falar na comissão de inquérito ao BES. Por agora, os nomes mantêm-se todos em cima da mesa. Mas alguns podem vir a cair.
"Para já", a comissão parlamentar de inquérito à gestão do BES e do GES vai manter a lista de mais de 100 personalidades convocadas para prestar esclarecimentos. Contudo, há margem para que, nas próximas semanas, alguns nomes sejam dispensados.
"Esta comissão não vai prescindir de ouvir ninguém", garantiu o presidente da comissão de inquérito Fernando Negrão no arranque da 31ª audição, a Inês Viegas, da KPMG, auditora do BES, do BES Angola e da ESI.
"O que esta comissão vai fazer é continuar a realizar as audições. À medida que vai realizando, vai construindo o cenário dos factos mais aproximado possível da realidade. A determinada altura, poderemos chegar à conclusão de que temos os factos. Aí, deixaremos de ouvir algumas pessoas que estarão inscritas", explicou o deputado social-democrata.
Foram já ouvidas 30 pessoas na comissão de inquérito, sendo que alguns dos nomes – como Ricardo Salgado e José Maria Ricciardi – vão ser novamente convocados. Para além deles, há uma lista com mais de 100 pessoas que foram chamadas pelos deputados no arranque dos trabalhos e ao longo das audições.
Tem-se falado que poderá haver compromissos entre os partidos para que prescindam de algumas personalidades convocadas para serem ouvidas. Contudo, tal ainda não aconteceu.
A comissão de inquérito tem de concluir trabalhos até Fevereiro, ainda que possa ser pedido um adiamento - o que parece certo. Já há audições calendarizadas até 11 de Fevereiro. Nas próximas semanas, o Parlamento vai receber, por exemplo, Eduardo Stock da Cunha, presidente do Novo Banco.
INQUÉRITO AO BES MANTÉM "PARA JÁ" AUDIÇÕES A MAIS DE 100 PERSONALIDADES
28 Janeiro 2015, 16:25 por Diogo Cavaleiro | diogocavaleiro@negocios.pt
Depois de 30 audições, ainda há mais de 100 pessoas para falar na comissão de inquérito ao BES. Por agora, os nomes mantêm-se todos em cima da mesa. Mas alguns podem vir a cair.
"Para já", a comissão parlamentar de inquérito à gestão do BES e do GES vai manter a lista de mais de 100 personalidades convocadas para prestar esclarecimentos. Contudo, há margem para que, nas próximas semanas, alguns nomes sejam dispensados.
"Esta comissão não vai prescindir de ouvir ninguém", garantiu o presidente da comissão de inquérito Fernando Negrão no arranque da 31ª audição, a Inês Viegas, da KPMG, auditora do BES, do BES Angola e da ESI.
"O que esta comissão vai fazer é continuar a realizar as audições. À medida que vai realizando, vai construindo o cenário dos factos mais aproximado possível da realidade. A determinada altura, poderemos chegar à conclusão de que temos os factos. Aí, deixaremos de ouvir algumas pessoas que estarão inscritas", explicou o deputado social-democrata.
Foram já ouvidas 30 pessoas na comissão de inquérito, sendo que alguns dos nomes – como Ricardo Salgado e José Maria Ricciardi – vão ser novamente convocados. Para além deles, há uma lista com mais de 100 pessoas que foram chamadas pelos deputados no arranque dos trabalhos e ao longo das audições.
Tem-se falado que poderá haver compromissos entre os partidos para que prescindam de algumas personalidades convocadas para serem ouvidas. Contudo, tal ainda não aconteceu.
A comissão de inquérito tem de concluir trabalhos até Fevereiro, ainda que possa ser pedido um adiamento - o que parece certo. Já há audições calendarizadas até 11 de Fevereiro. Nas próximas semanas, o Parlamento vai receber, por exemplo, Eduardo Stock da Cunha, presidente do Novo Banco.
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Re: BES - A LUTA
Boas,
SÓCIA DA KPMG: "O QUE FALHOU NO BES? NÃO FORAM OS AUDITORES CLARAMENTE"
28 Janeiro 2015, 18:06 por Diogo Cavaleiro | diogocavaleiro@negocios.pt
Tal como o presidente, a sócia da KPMG, auditora do BES, garante que actuou como tinha de actuar, destacando o seu papel importante na descoberta dos problemas.
"O que é que falhou?" A pergunta tem sido várias vezes feitas na comissão parlamentar de inquérito na gestão do BES e do GES. Foi repetida esta quarta-feira, 28 de Janeiro, pela deputada centrista Teresa Anjinho. Uma das responsáveis da auditora do BES tem uma resposta "clara": a KPMG não tem culpas.
"O que falhou? O que posso dizer é que não foram os auditores, claramente", respondeu Inês Viegas na sua audição. "Acho que tivemos um papel importante desde o início do processo", disse, lembrando que, desde 2013, chamou a atenção para problemas que foi detectando, nomeadamente com a venda de títulos de dívida de muito curto prazo (papel comercial) de empresas do Grupo Espírito Santo aos balcões do Banco Espírito Santo.
Os problemas mais graves começaram, disse a responsável da KPMG, já em 2014, nomeadamente nos últimos meses do primeiro semestre, em que houve operações de recompra de obrigações com perdas para o banco. A auditora defende que esteve sempre a actuar.
"Neste caso em concreto, acho que procedemos como tínhamos de proceder", opinou Inês Viegas. Já o presidente da KPMG Portugal e da KPMG Angola, Sikander Sattar, tinha feito uma defesa do mesmo género na sua audição, a 2 de Dezembro de 2014: "Onde andaram os auditores? A KPMG andou a analisar, a detectar, a identificar, a verificar, a quantificar e a recomendar, em cima dos acontecimentos, para que os dados fossem devidamente reflectidos nas contas."
SÓCIA DA KPMG: "O QUE FALHOU NO BES? NÃO FORAM OS AUDITORES CLARAMENTE"
28 Janeiro 2015, 18:06 por Diogo Cavaleiro | diogocavaleiro@negocios.pt
Tal como o presidente, a sócia da KPMG, auditora do BES, garante que actuou como tinha de actuar, destacando o seu papel importante na descoberta dos problemas.
"O que é que falhou?" A pergunta tem sido várias vezes feitas na comissão parlamentar de inquérito na gestão do BES e do GES. Foi repetida esta quarta-feira, 28 de Janeiro, pela deputada centrista Teresa Anjinho. Uma das responsáveis da auditora do BES tem uma resposta "clara": a KPMG não tem culpas.
"O que falhou? O que posso dizer é que não foram os auditores, claramente", respondeu Inês Viegas na sua audição. "Acho que tivemos um papel importante desde o início do processo", disse, lembrando que, desde 2013, chamou a atenção para problemas que foi detectando, nomeadamente com a venda de títulos de dívida de muito curto prazo (papel comercial) de empresas do Grupo Espírito Santo aos balcões do Banco Espírito Santo.
Os problemas mais graves começaram, disse a responsável da KPMG, já em 2014, nomeadamente nos últimos meses do primeiro semestre, em que houve operações de recompra de obrigações com perdas para o banco. A auditora defende que esteve sempre a actuar.
"Neste caso em concreto, acho que procedemos como tínhamos de proceder", opinou Inês Viegas. Já o presidente da KPMG Portugal e da KPMG Angola, Sikander Sattar, tinha feito uma defesa do mesmo género na sua audição, a 2 de Dezembro de 2014: "Onde andaram os auditores? A KPMG andou a analisar, a detectar, a identificar, a verificar, a quantificar e a recomendar, em cima dos acontecimentos, para que os dados fossem devidamente reflectidos nas contas."
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Re: BES - A LUTA
Boas,
TAILANDESES COMPRAM HOTÉIS TIVOLI NO BRASIL E QUATRO IMÓVEIS EM PORTUGAL POR 168 MILHÕES
28 Janeiro 2015, 09:46 por Wilson Ledo | wilsonledo@negocios.pt
Os novos accionistas darão continuidade à marca Tivoli no mercado brasileiro através dos hotéis em Salvador da Bahia e São Paulo. Em Portugal, adquiriram à antiga ESAF quatro imóveis onde funcionam unidades hoteleiras da mesma marca.
Os tailandeses do Minor Hotel Group são os novos donos dos dois hotéis Tivoli localizados no Brasil e de quatro imóveis onde funcionam unidades da marca em Portugal.
No total, o investimento foi de 168,2 milhões de euros, de acordo com os dados divulgados pelo Minor Hotel Group. Os novos activos garantem a estes investidores uma entrada "estratégica" na Europa e na América Latina, com uma capacidade de 1.600 quartos.
Pelos hotéis, o Minor Hotel Group pagou o equivalente a 50,5 milhões de euros. Já os quatro imóveis em Portugal tiveram um custo de 117,7 milhões de euros.
O grupo dedicado à área de hotelaria e restauração "adquiriu à Rioforte Investment Holding Brasil SA a totalidade do capital da Pojuca SA [Tivoli Brasil]", confirmou a Tivoli em comunicado.
Os novos accionistas darão continuidade à marca Tivoli no mercado brasileiro através dos hotéis em Salvador da Bahia e São Paulo.
"A plataforma de ‘marketing’ e vendas, sediada em Portugal, continuará a prestar aos hotéis no Brasil, o apoio na gestão da marca e na comercialização e distribuição das unidades brasileiras e reciprocamente", alerta a cadeia hoteleira.
A Minor adquiriu ainda outros quatro imóveis em Portugal ao fundo de investimento gerido pela GNB Gestão de Activos (antiga Espírito Santo Activos Financeiros, ESAF). Nesses activos funcionam os hotéis Tivoli Lisboa, Tivoli Marina Vilamoura, Tivoli Carvoeiro e Tivoli Marina Portimão. Os mesmos continuarão arrendados à empresa hoteleira do Grupo Espírito Santo.
"A configuração e o modelo de exploração das 12 unidades da Tivoli Hotels & Resorts em Portugal mantêm-se inalterados", reforça em comunicado.
Em Portugal, a venda dos Hotéis Tivoli está bloqueada pelo facto de duas das oito empresas que gerem unidades hoteleiras terem recorrido ao Processo Especial de Revitalização.
Das 16 propostas de interesses manifestadas pelo grupo hoteleiro, apenas quatro foram consideradas bem posicionadas para efectivar negócio. Ainda assim, consultores imobiliários consultados pelo Negócios já admitiram que a operação poderá ter de recomeçar da etapa inicial.
O único valor conhecido mostrava uma oferta de 333 milhões de euros por parte do consórcio Pimco-Iberostar-Helvetia. Os tailandeses do Minor estavam na corrida, reforçando agora a sua posição após a compra dos quatro imóveis. A eles juntava-se o fundo Cerberus e um investidor português não identificado.
O Minor Hotel Group é dono de mais de 100 unidades hoteleiras em todo o mundo, sobretudo na Ásia.
TAILANDESES COMPRAM HOTÉIS TIVOLI NO BRASIL E QUATRO IMÓVEIS EM PORTUGAL POR 168 MILHÕES
28 Janeiro 2015, 09:46 por Wilson Ledo | wilsonledo@negocios.pt
Os novos accionistas darão continuidade à marca Tivoli no mercado brasileiro através dos hotéis em Salvador da Bahia e São Paulo. Em Portugal, adquiriram à antiga ESAF quatro imóveis onde funcionam unidades hoteleiras da mesma marca.
Os tailandeses do Minor Hotel Group são os novos donos dos dois hotéis Tivoli localizados no Brasil e de quatro imóveis onde funcionam unidades da marca em Portugal.
No total, o investimento foi de 168,2 milhões de euros, de acordo com os dados divulgados pelo Minor Hotel Group. Os novos activos garantem a estes investidores uma entrada "estratégica" na Europa e na América Latina, com uma capacidade de 1.600 quartos.
Pelos hotéis, o Minor Hotel Group pagou o equivalente a 50,5 milhões de euros. Já os quatro imóveis em Portugal tiveram um custo de 117,7 milhões de euros.
O grupo dedicado à área de hotelaria e restauração "adquiriu à Rioforte Investment Holding Brasil SA a totalidade do capital da Pojuca SA [Tivoli Brasil]", confirmou a Tivoli em comunicado.
Os novos accionistas darão continuidade à marca Tivoli no mercado brasileiro através dos hotéis em Salvador da Bahia e São Paulo.
"A plataforma de ‘marketing’ e vendas, sediada em Portugal, continuará a prestar aos hotéis no Brasil, o apoio na gestão da marca e na comercialização e distribuição das unidades brasileiras e reciprocamente", alerta a cadeia hoteleira.
A Minor adquiriu ainda outros quatro imóveis em Portugal ao fundo de investimento gerido pela GNB Gestão de Activos (antiga Espírito Santo Activos Financeiros, ESAF). Nesses activos funcionam os hotéis Tivoli Lisboa, Tivoli Marina Vilamoura, Tivoli Carvoeiro e Tivoli Marina Portimão. Os mesmos continuarão arrendados à empresa hoteleira do Grupo Espírito Santo.
"A configuração e o modelo de exploração das 12 unidades da Tivoli Hotels & Resorts em Portugal mantêm-se inalterados", reforça em comunicado.
Em Portugal, a venda dos Hotéis Tivoli está bloqueada pelo facto de duas das oito empresas que gerem unidades hoteleiras terem recorrido ao Processo Especial de Revitalização.
Das 16 propostas de interesses manifestadas pelo grupo hoteleiro, apenas quatro foram consideradas bem posicionadas para efectivar negócio. Ainda assim, consultores imobiliários consultados pelo Negócios já admitiram que a operação poderá ter de recomeçar da etapa inicial.
O único valor conhecido mostrava uma oferta de 333 milhões de euros por parte do consórcio Pimco-Iberostar-Helvetia. Os tailandeses do Minor estavam na corrida, reforçando agora a sua posição após a compra dos quatro imóveis. A eles juntava-se o fundo Cerberus e um investidor português não identificado.
O Minor Hotel Group é dono de mais de 100 unidades hoteleiras em todo o mundo, sobretudo na Ásia.
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Re: BES - A LUTA
Boas,
FOI MONTADO UM ESQUEMA PARA FUGIRMOS AOS IMPOSTOS."
9:05 Quarta feira, 28 de janeiro de 2015
Hélder Bataglia. Na comissão de Inquérito à Gestão BES/GES, o Presidente da ESCOM reconheceu que os administradores do BES e da ESCOM fizeram um bom negócio com a compra dos submarinos pelo Estado Português. Em resposta às perguntas da deputada Mariana Mortágua do Bloco de Esquerda, o residente da ESCOM confessou que montaram um esquema sofisticado com o objetivo claro de fugir aos impostos em Portugal e que para isso foi constituído um fundo no Panamá. TSF online, 28/01/2015
FOI MONTADO UM ESQUEMA PARA FUGIRMOS AOS IMPOSTOS."
9:05 Quarta feira, 28 de janeiro de 2015
Hélder Bataglia. Na comissão de Inquérito à Gestão BES/GES, o Presidente da ESCOM reconheceu que os administradores do BES e da ESCOM fizeram um bom negócio com a compra dos submarinos pelo Estado Português. Em resposta às perguntas da deputada Mariana Mortágua do Bloco de Esquerda, o residente da ESCOM confessou que montaram um esquema sofisticado com o objetivo claro de fugir aos impostos em Portugal e que para isso foi constituído um fundo no Panamá. TSF online, 28/01/2015
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Re: BES - A LUTA
Boas,
ZEINAL BAVA E HENRIQUE GRANADEIRO VÃO AO PARLAMENTO EXPLICAR EMPRÉSTIMO À RIOFORTE
As audições da comissão de inquérito à gestão do BES e do GES vão continuar. Estará já aprovada uma nova lista de personalidades a ouvir e Bava e Granadeiro fazem parte dela.
A primeira ronda de audições termina no próximo dia 11 de fevereiro, mas a comissão de inquérito já terá alinhado um conjunto de novos nomes que quer ouvir no Parlamento, garante o jornal Público.
De acordo com o diário, figuram da lista os dois responsáveis máximos da Portugal Telecom, à data do investimento de quase 900 milhões de euros na Rioforte: Zeinal Bava, que foi presidente da PT Portugal até ao verão de 2014 e Henrique Granadeiro, CEO e presidente do conselho de administração da Portugal Telecom até ao passado mês de agosto. Nos próximos dias os dois gestores deverão ser contactados para agendar as audições.
Zeinal Bava chegou a comentar publicamente o polémico investimento da PT na Rioforte, que mudou o rumo à fusão com a Oi e abriu a porta ao desfecho recente dos ativos da empresa, que acabaram nas mãos da Altice.
Bava, que trocou o cargo de CEO na PT pela mesma posição na Oi, em 2013, recusou responsabilidades na operação. Henrique Granadeiro, numa carta enviada recentemente à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários desmentiu as declarações e garantiu que Bava foi responsável pelo investimento.
ZEINAL BAVA E HENRIQUE GRANADEIRO VÃO AO PARLAMENTO EXPLICAR EMPRÉSTIMO À RIOFORTE
As audições da comissão de inquérito à gestão do BES e do GES vão continuar. Estará já aprovada uma nova lista de personalidades a ouvir e Bava e Granadeiro fazem parte dela.
A primeira ronda de audições termina no próximo dia 11 de fevereiro, mas a comissão de inquérito já terá alinhado um conjunto de novos nomes que quer ouvir no Parlamento, garante o jornal Público.
De acordo com o diário, figuram da lista os dois responsáveis máximos da Portugal Telecom, à data do investimento de quase 900 milhões de euros na Rioforte: Zeinal Bava, que foi presidente da PT Portugal até ao verão de 2014 e Henrique Granadeiro, CEO e presidente do conselho de administração da Portugal Telecom até ao passado mês de agosto. Nos próximos dias os dois gestores deverão ser contactados para agendar as audições.
Zeinal Bava chegou a comentar publicamente o polémico investimento da PT na Rioforte, que mudou o rumo à fusão com a Oi e abriu a porta ao desfecho recente dos ativos da empresa, que acabaram nas mãos da Altice.
Bava, que trocou o cargo de CEO na PT pela mesma posição na Oi, em 2013, recusou responsabilidades na operação. Henrique Granadeiro, numa carta enviada recentemente à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários desmentiu as declarações e garantiu que Bava foi responsável pelo investimento.
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Re: BES - A LUTA
Boas,
NEGÓCIO DOS SUBMARINOS RENDEU €27 MILHÕES EM COMISSÕES, DISTRIBUÍDOS POR ACIONISTAS DA ESCOM E GES
Foi Ricardo Salgado quem decidiu como seriam distribuídos os 27 milhões de euros recebidos em comissões pela Escom, pela intermediação da compra dos submarinos pelo Ministério da Defesa, disse esta tarde Hélder Bataglia na comissão parlamentar de inquérito.
27
Anabela Campos |
15:59 Terça feira, 27 de janeiro de 2015
Hélder Bataglia e Fernando Negrão, presidente da comissão parlamentar de inquérito
O presidente da Escom, ouvido esta tarde na comissão parlamentar de inquérito ao caso GES e BES, afirmou que a empresa recebeu 27 milhões de euros de comissões pela compra de submarinos por parte do Estado português, na altura em que era ministro da Defesa, Paulo Portas.
Os valores habitualmente referidos relativamente às comissões dos submarinos são 30 milhões de euros. Parte dos documentos relativos ao pagamento destas comissões desapareceram, por isso, não é possível ter os dados rigorosos em relação a esta matéria, sublinhou José Magalhães, deputado do PS.
Hélder Bataglia esclareceu que o dinheiro foi distribuído entre o conselho de administração da Escom, o consultor Miguel Horta e Costa, e o conselho superior do grupo Espírito Santo (GES), onde se sentavam Ricardo Salgado mais os quatro principais acionistas do grupo. Ou seja, o dinheiro foi repartido essencialmente entre administradores e acionistas, tendo "ficado muito pouco para a Escom" como pagamento de serviços, reconhece Hélder Bataglia.
O gestor assegurou, em resposta a José Magalhães, que nunca reuniu com nenhum político, e disse que só conheceu Paulo Portas, o então ministro da Defesa, em dezembro de 2014.
O empresário, presidente da Escom e acionista da empresa com 33%, explicou que quem decidiu a distribuição das comissões da Escom foi o ex-presidente do BES, como líder do maior acionista da empresa, o GES. "Foi o dr Ricardo que decidiu como iriam ser distribuídas as comissões", disse aos deputados.
Hélder Bataglia explicou que dos 27 milhões de euros, 16 milhões foram pagos ao conselho de administração e acionista da Escom e cinco milhões foram distribuídos pelo conselho superior do GES e por empresas por ele apontadas. Miguel Horta e Costa também recebeu como consultor, mas Hélder Bataglia não adiantou quanto. Os administradores da Escom eram Hélder Bataglia, Luís Horta e Coste e Ferreira Neto. O gestor disse ainda que houve pagamento de juros ao BES, a advogados e a consultores.
A Escom entrou nos negócios da Defesa em 2002, por sugestão de Miguel Horta e Costa, e depois de levado à consideração do acionista maioritário, o GES, explicou Hélder Bataglia. Além dos submarianos, a Escom intermediou a compra dos helicópteros.
Fuga aos impostos no recebimento das comissões
O gestor explicou que houve depois "uma preocupação com a optimização fiscal" relativamente às comissões recebidas pelos acionistas e administradores, e que para o efeito foi criado um fundo no Panamá para onde foi dinheiro. "Uma optimização fiscal que encontramos mais tarde com o a aprovação do RERT - Regime Especial para Regularização Tributária", adiantou. Tratava-se, como admitiu, uma tentativa de pagar menos impostos, por isso, diz, não foram as comissões do negócio não foram comunicadas ao fisco.
Hélder Bataglia disse ainda que usou o RERT para repatriar para Portugal dinheiro que tinha no exterior, admitindo que alguns dos seus colegas na administração da Escom também o tinham feito.
Hélder Bataglia esclareceu que foi Ricardo Salgado que numa visita a Lisboa lhe apresentou o empresário José Guilherme, dizendo-lhe que era um imporante cliente do BES. Mais tarde, José Guilherme tornou-se parceiro da Escom investindo sete milhões de euros nos terrenos onde foram construídas, em Luanda, as Torres da Escom. Uma participação que depois foi adquirida a José Guilherme por 32 milhões de euros, ou seja, com uma mais-valia de 25 milhões de euros. José Guilherme, recorde-se, presenteou Ricardo Salgado com 14 milhões de euros.
NEGÓCIO DOS SUBMARINOS RENDEU €27 MILHÕES EM COMISSÕES, DISTRIBUÍDOS POR ACIONISTAS DA ESCOM E GES
Foi Ricardo Salgado quem decidiu como seriam distribuídos os 27 milhões de euros recebidos em comissões pela Escom, pela intermediação da compra dos submarinos pelo Ministério da Defesa, disse esta tarde Hélder Bataglia na comissão parlamentar de inquérito.
27
Anabela Campos |
15:59 Terça feira, 27 de janeiro de 2015
Hélder Bataglia e Fernando Negrão, presidente da comissão parlamentar de inquérito
O presidente da Escom, ouvido esta tarde na comissão parlamentar de inquérito ao caso GES e BES, afirmou que a empresa recebeu 27 milhões de euros de comissões pela compra de submarinos por parte do Estado português, na altura em que era ministro da Defesa, Paulo Portas.
Os valores habitualmente referidos relativamente às comissões dos submarinos são 30 milhões de euros. Parte dos documentos relativos ao pagamento destas comissões desapareceram, por isso, não é possível ter os dados rigorosos em relação a esta matéria, sublinhou José Magalhães, deputado do PS.
Hélder Bataglia esclareceu que o dinheiro foi distribuído entre o conselho de administração da Escom, o consultor Miguel Horta e Costa, e o conselho superior do grupo Espírito Santo (GES), onde se sentavam Ricardo Salgado mais os quatro principais acionistas do grupo. Ou seja, o dinheiro foi repartido essencialmente entre administradores e acionistas, tendo "ficado muito pouco para a Escom" como pagamento de serviços, reconhece Hélder Bataglia.
O gestor assegurou, em resposta a José Magalhães, que nunca reuniu com nenhum político, e disse que só conheceu Paulo Portas, o então ministro da Defesa, em dezembro de 2014.
O empresário, presidente da Escom e acionista da empresa com 33%, explicou que quem decidiu a distribuição das comissões da Escom foi o ex-presidente do BES, como líder do maior acionista da empresa, o GES. "Foi o dr Ricardo que decidiu como iriam ser distribuídas as comissões", disse aos deputados.
Hélder Bataglia explicou que dos 27 milhões de euros, 16 milhões foram pagos ao conselho de administração e acionista da Escom e cinco milhões foram distribuídos pelo conselho superior do GES e por empresas por ele apontadas. Miguel Horta e Costa também recebeu como consultor, mas Hélder Bataglia não adiantou quanto. Os administradores da Escom eram Hélder Bataglia, Luís Horta e Coste e Ferreira Neto. O gestor disse ainda que houve pagamento de juros ao BES, a advogados e a consultores.
A Escom entrou nos negócios da Defesa em 2002, por sugestão de Miguel Horta e Costa, e depois de levado à consideração do acionista maioritário, o GES, explicou Hélder Bataglia. Além dos submarianos, a Escom intermediou a compra dos helicópteros.
Fuga aos impostos no recebimento das comissões
O gestor explicou que houve depois "uma preocupação com a optimização fiscal" relativamente às comissões recebidas pelos acionistas e administradores, e que para o efeito foi criado um fundo no Panamá para onde foi dinheiro. "Uma optimização fiscal que encontramos mais tarde com o a aprovação do RERT - Regime Especial para Regularização Tributária", adiantou. Tratava-se, como admitiu, uma tentativa de pagar menos impostos, por isso, diz, não foram as comissões do negócio não foram comunicadas ao fisco.
Hélder Bataglia disse ainda que usou o RERT para repatriar para Portugal dinheiro que tinha no exterior, admitindo que alguns dos seus colegas na administração da Escom também o tinham feito.
Hélder Bataglia esclareceu que foi Ricardo Salgado que numa visita a Lisboa lhe apresentou o empresário José Guilherme, dizendo-lhe que era um imporante cliente do BES. Mais tarde, José Guilherme tornou-se parceiro da Escom investindo sete milhões de euros nos terrenos onde foram construídas, em Luanda, as Torres da Escom. Uma participação que depois foi adquirida a José Guilherme por 32 milhões de euros, ou seja, com uma mais-valia de 25 milhões de euros. José Guilherme, recorde-se, presenteou Ricardo Salgado com 14 milhões de euros.
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Re: BES - A LUTA
Boas,
INQUÉRITO/BES: ANGOLA TINHA "INTERESSE ESTRATÉGICO" NA ESCOM - PRESIDENTE DA EMPRESA
Lusa - Esta notícia foi escrita nos termos do Acordo Ortográfico
20:18 Terça feira, 27 de Janeiro de 2015
Lisboa, 27 jan (Lusa) -- O presidente da ESCOM, Hélder Bataglia, afirmou hoje que foi o responsável por apresentar o negócio da venda da empresa à Sonagol ao líder do BES, Ricardo Salgado, e que havia "interesse estratégico" de Angola na compra.
"Na prática quem trouxe o negócio a Ricardo Salgado fui eu", afirmou hoje Hélder Bataglia na comissão parlamentar de inquérito à gestão do BES e do Grupo Espírito Santo (GES), acrescentando que havia um "interesse estratégico" de Angola na compra da ESCOM.
A venda da ESCOM, empresa do GES que geria os ativos não financeiros em Angola, foi noticiada por diversas vezes como estando em curso, sendo a Sonangol a entidade que iria fazer a aquisição, através da empresa Newbrook. O negócio acabou por não avançar, apesar de ter sido pago um sinal, que segundo Álvaro Sobrinho, na altura presidente do BES Angola e que estaria ligado à Newbrook, terá sido de 85 milhões de dólares. Esse sinal, disse hoje o presidente da ESCOM, foi recebido pela ES Resources.
INQUÉRITO/BES: ANGOLA TINHA "INTERESSE ESTRATÉGICO" NA ESCOM - PRESIDENTE DA EMPRESA
Lusa - Esta notícia foi escrita nos termos do Acordo Ortográfico
20:18 Terça feira, 27 de Janeiro de 2015
Lisboa, 27 jan (Lusa) -- O presidente da ESCOM, Hélder Bataglia, afirmou hoje que foi o responsável por apresentar o negócio da venda da empresa à Sonagol ao líder do BES, Ricardo Salgado, e que havia "interesse estratégico" de Angola na compra.
"Na prática quem trouxe o negócio a Ricardo Salgado fui eu", afirmou hoje Hélder Bataglia na comissão parlamentar de inquérito à gestão do BES e do Grupo Espírito Santo (GES), acrescentando que havia um "interesse estratégico" de Angola na compra da ESCOM.
A venda da ESCOM, empresa do GES que geria os ativos não financeiros em Angola, foi noticiada por diversas vezes como estando em curso, sendo a Sonangol a entidade que iria fazer a aquisição, através da empresa Newbrook. O negócio acabou por não avançar, apesar de ter sido pago um sinal, que segundo Álvaro Sobrinho, na altura presidente do BES Angola e que estaria ligado à Newbrook, terá sido de 85 milhões de dólares. Esse sinal, disse hoje o presidente da ESCOM, foi recebido pela ES Resources.
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Re: BES - A LUTA
Boas,
18:46
SANTANDER E CAIXABANK DEVERÃO TER PAPEL PRINCIPAL NA COMPRA DO NOVO BANCO
RUI BARROSO
rui.barroso@economico.pt
18:46
Santander e Caixabank deverão ter papel principal na compra do Novo Banco
A casa de investimento Autonomous analisou os diferentes cenários para a venda do Novo Banco. Consideram que o BPI está numa situação mais fragilizada para ser bem-sucedido neste processo.
O BPI-3.72% poderá ter ficado numa situação menos favorável para comprar o Novo Banco, segundo uma análise da casa de investimento Autonomous."A exclusão de Angola da lista dos países considerados equivalentes à União Europeia para questões regulatórias baixou a base de capital do BPI-3.72% em 90 pontos base".
Além da descida da base de capital, a exposição a Angola começou a ser contabilizada com uma maior ponderação pelo risco o que fez com que fosse ultrapassado o limite às grandes exposições. Este factor pode, segundo o Autonomous, ser "um entrave à aquisição do Novo Banco, que é a melhor oportunidade para o BPI-3.72% restaurar a sua rentabilidade doméstica". Referem ainda que "o BCE pode não permitir este negócio já que o BPI-3.72% não cumpre integralmente os requisitos regulatórios".
O cenário da compra do Novo Banco pelo BPI-3.72% é assim, segundo o Autonomous, menos provável. E poderá levar a um maior destaque do Caixabank, accionista de referência do BPI-3.72%, e do Santander no processo de venda do Novo Banco.
"Poderemos ver o CaixaBank e o Santander a desempenhar papéis principais" no processo de venda do Novo Banco. E adianta que a competição pela compra da entidade "poderá fazer aumentar o preço".
Segundo os analistas da entidade britânica, o Caixabank pode envolver-se de duas formas. Uma passaria por um aumento de capital do BPI-3.72% totalmente subscrito pelo banco catalão para que a entidade liderada por Fernando Ulrich pudesse competir com o Santander na compra do Novo Banco.
O outro cenário a envolver o Caixabank seria de ser esta entidade a tentar comprar o Novo Banco para, após os problemas de capital do BPI-3.72% serem resolvidos, promover uma fusão entre o banco liderado por Fernando Ulrich e o Novo Banco.
Um dos outros cenários considerados como mais plausíveis passa pelo Santander. "O Santander continua a ser um forte concorrente com uma grande capacidade para pagar e pode superar facilmente o BPI-3.72%", defendem. Acrescentam que o banco espanhol seria capaz ade extrair algumas sinergias do negócio.
Já em relação a alguns dos outros concorrentes, a Autonomous refere que a compra do Novo Banco não faz grande sentido em termos estratégicos.
Em relação ao Banco Popular, "é improvável que tenha músculo financeiro suficiente e dificilmente conseguirá ter sinergias". Já para o Sabadell, apesar de ter posição de capital para concorrer com o Novo Banco, a compra pode não fazer sentido estratégico devido à posição de 5% no BCP-2.27%.
Também uma eventual compra por parte do BBVA aparenta ser improvável já que, segundo o Autonomous, "o interesse estratégico no mercado é relativamente baixo".
18:46
SANTANDER E CAIXABANK DEVERÃO TER PAPEL PRINCIPAL NA COMPRA DO NOVO BANCO
RUI BARROSO
rui.barroso@economico.pt
18:46
Santander e Caixabank deverão ter papel principal na compra do Novo Banco
A casa de investimento Autonomous analisou os diferentes cenários para a venda do Novo Banco. Consideram que o BPI está numa situação mais fragilizada para ser bem-sucedido neste processo.
O BPI-3.72% poderá ter ficado numa situação menos favorável para comprar o Novo Banco, segundo uma análise da casa de investimento Autonomous."A exclusão de Angola da lista dos países considerados equivalentes à União Europeia para questões regulatórias baixou a base de capital do BPI-3.72% em 90 pontos base".
Além da descida da base de capital, a exposição a Angola começou a ser contabilizada com uma maior ponderação pelo risco o que fez com que fosse ultrapassado o limite às grandes exposições. Este factor pode, segundo o Autonomous, ser "um entrave à aquisição do Novo Banco, que é a melhor oportunidade para o BPI-3.72% restaurar a sua rentabilidade doméstica". Referem ainda que "o BCE pode não permitir este negócio já que o BPI-3.72% não cumpre integralmente os requisitos regulatórios".
O cenário da compra do Novo Banco pelo BPI-3.72% é assim, segundo o Autonomous, menos provável. E poderá levar a um maior destaque do Caixabank, accionista de referência do BPI-3.72%, e do Santander no processo de venda do Novo Banco.
"Poderemos ver o CaixaBank e o Santander a desempenhar papéis principais" no processo de venda do Novo Banco. E adianta que a competição pela compra da entidade "poderá fazer aumentar o preço".
Segundo os analistas da entidade britânica, o Caixabank pode envolver-se de duas formas. Uma passaria por um aumento de capital do BPI-3.72% totalmente subscrito pelo banco catalão para que a entidade liderada por Fernando Ulrich pudesse competir com o Santander na compra do Novo Banco.
O outro cenário a envolver o Caixabank seria de ser esta entidade a tentar comprar o Novo Banco para, após os problemas de capital do BPI-3.72% serem resolvidos, promover uma fusão entre o banco liderado por Fernando Ulrich e o Novo Banco.
Um dos outros cenários considerados como mais plausíveis passa pelo Santander. "O Santander continua a ser um forte concorrente com uma grande capacidade para pagar e pode superar facilmente o BPI-3.72%", defendem. Acrescentam que o banco espanhol seria capaz ade extrair algumas sinergias do negócio.
Já em relação a alguns dos outros concorrentes, a Autonomous refere que a compra do Novo Banco não faz grande sentido em termos estratégicos.
Em relação ao Banco Popular, "é improvável que tenha músculo financeiro suficiente e dificilmente conseguirá ter sinergias". Já para o Sabadell, apesar de ter posição de capital para concorrer com o Novo Banco, a compra pode não fazer sentido estratégico devido à posição de 5% no BCP-2.27%.
Também uma eventual compra por parte do BBVA aparenta ser improvável já que, segundo o Autonomous, "o interesse estratégico no mercado é relativamente baixo".
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Re: BES - A LUTA
Boas,
PARLAMENTO OUVE HOMEM-FORTE DO GES EM ANGOLA
FILIPE ALVES
filipe.alves@economico.pt
14:00
Parlamento ouve homem-forte do GES em Angola
Hélder Bataglia, administrador e accionista da ESCOM, é ouvido pelos deputados a partir das 15:00. Relações entre ESCOM e BES, caso dos submarinos e problemas no BESA estarão entre os temas "quentes" da audição.
Hélder Bataglia, administrador e accionista da ESCOM, é ouvido pelos deputados a partir das 15:00. Relações entre ESCOM e BES, caso dos submarinos e problemas no BESA estarão entre os temas "quentes" da audição.
A Comissão Parlamentar de Inquérito à gestão do BES retoma hoje os seus trabalhos, com a audição de um dos mais influentes empresários em Angola: o português Hélder Bataglia, administrador da ESCOM e antigo homem-forte do Grupo Espírito Santo (GES) naquele importante país africano de língua portuguesa.
Hélder Bataglia será ouvido pelos deputados a partir das 15h00, numa audição que deverá ser marcada por temas como as relações entre a ESCOM e o BES, os problemas no BES Angola (BESA) e o célebre caso dos submarinos. O empresário foi um dos arguidos do processo (que acabou arquivado) e chegou a ser ouvido na Comissão Parlamentar de Inquérito a este caso, que também envolveu a ESCOM.
Ao empresário de 67 anos têm sido creditadas vários passos decisivos para o crescimento do GES em Angola, a começar pela criação da ESCOM, em 1991. Desempenhou um papel importante na fundação do BESA e serviu de intermediário com o poder político de Luanda, tendo inclusive recebido a comenda da Ordem do Infante Dom Henrique, em 2007, devido ao seu papel nas relações económicas entre Portugal e Angola. Tem-lhe sido também atribuído o mérito pela aproximação entre Angola e a República Popular da China, a partir de 2004.
Bataglia raramente concede entrevistas. Na última que concedeu, ao "Expresso", em Agosto do ano passado, mostrou-se preocupado em evitar que a situação do GES e do BES afectasse a ESCOM. E revelou desconforto com o presente de 14 milhões de euros que o construtor José Guilherme terá oferecido a Ricardo Salgado, o líder histórico do BES. "O José Guilherme é uma pessoa de grande generosidade, mas acharia estranho receber uma prenda de 14 milhões de euros", disse na ocasião.
A Comissão de Inquérito devia ter ouvido esta manhã o antigo presidente do BESA, Rui Guerra, mas o gestor, que substituiu Álvaro Sobrinho em 2012, pediu um adiamento por motivos de saúde.
PARLAMENTO OUVE HOMEM-FORTE DO GES EM ANGOLA
FILIPE ALVES
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14:00
Parlamento ouve homem-forte do GES em Angola
Hélder Bataglia, administrador e accionista da ESCOM, é ouvido pelos deputados a partir das 15:00. Relações entre ESCOM e BES, caso dos submarinos e problemas no BESA estarão entre os temas "quentes" da audição.
Hélder Bataglia, administrador e accionista da ESCOM, é ouvido pelos deputados a partir das 15:00. Relações entre ESCOM e BES, caso dos submarinos e problemas no BESA estarão entre os temas "quentes" da audição.
A Comissão Parlamentar de Inquérito à gestão do BES retoma hoje os seus trabalhos, com a audição de um dos mais influentes empresários em Angola: o português Hélder Bataglia, administrador da ESCOM e antigo homem-forte do Grupo Espírito Santo (GES) naquele importante país africano de língua portuguesa.
Hélder Bataglia será ouvido pelos deputados a partir das 15h00, numa audição que deverá ser marcada por temas como as relações entre a ESCOM e o BES, os problemas no BES Angola (BESA) e o célebre caso dos submarinos. O empresário foi um dos arguidos do processo (que acabou arquivado) e chegou a ser ouvido na Comissão Parlamentar de Inquérito a este caso, que também envolveu a ESCOM.
Ao empresário de 67 anos têm sido creditadas vários passos decisivos para o crescimento do GES em Angola, a começar pela criação da ESCOM, em 1991. Desempenhou um papel importante na fundação do BESA e serviu de intermediário com o poder político de Luanda, tendo inclusive recebido a comenda da Ordem do Infante Dom Henrique, em 2007, devido ao seu papel nas relações económicas entre Portugal e Angola. Tem-lhe sido também atribuído o mérito pela aproximação entre Angola e a República Popular da China, a partir de 2004.
Bataglia raramente concede entrevistas. Na última que concedeu, ao "Expresso", em Agosto do ano passado, mostrou-se preocupado em evitar que a situação do GES e do BES afectasse a ESCOM. E revelou desconforto com o presente de 14 milhões de euros que o construtor José Guilherme terá oferecido a Ricardo Salgado, o líder histórico do BES. "O José Guilherme é uma pessoa de grande generosidade, mas acharia estranho receber uma prenda de 14 milhões de euros", disse na ocasião.
A Comissão de Inquérito devia ter ouvido esta manhã o antigo presidente do BESA, Rui Guerra, mas o gestor, que substituiu Álvaro Sobrinho em 2012, pediu um adiamento por motivos de saúde.
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Re: BES - A LUTA
Boas,
LESADOS DO NOVO BANCO ENVIAM CARTA AO BDP A PEDIR EXPLICAÇÕES SOBRE PAPEL COMERCIAL
27 Janeiro 2015, 14:43 por Diogo Cavaleiro | diogocavaleiro@negocios.pt
É com fortes críticas ao trabalho do Banco de Portugal que a associação de subscritores de papel comercial do GES pede uma solução para os investimentos feitos aos balcões do BES. Pede-se "celeridade e transparência".
É numa carta aberta ao governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, que aqueles que se dizem lesados pela subscrição de papel comercial vendido pelo antigo Banco Espírito Santo pedem explicações. Descrevendo a angústia em que vivem, a associação que representa 300 pessoas quer um ponto final na dúvida sobre o reembolso daquele investimento.
"Há quase um ano, em Março de 2014, sem sabermos o que se estava passar, o BdP reconheceu a existência de um abuso. Em consequência disto, o BdP prometeu o reembolso destes clientes. Primeiro, obrigando o BES a entregar uma garantia e mais tarde ao obrigar ao reconhecimento de uma provisão em valor suficiente para nos reembolsar. Com a resolução do BES, é dito primeiro que a provisão e intenção de reembolsar se mantém, entrando mais tarde numa zona cinzenta de indefinição, transformando-nos na ‘batata quente’ que todos querem sacudir", indica a carta aberta ao Banco de Portugal emitida esta terça-feira, 27 de Janeiro, pela Associação Os Indignados e Enganados do Papel Comercial, inicialmente conhecida por Lesados do Novo Banco.
O Novo Banco começou por referir a intenção de reembolsar os títulos mas, neste momento, a ideia é avançar com uma indemnização. E tudo será tratado "caso a caso" com aqueles que subscreveram títulos de dívida de empresas do Grupo Espírito Santo (ESI, Rioforte) aos balcões do BES em 2013 e inícios de 2014. Essa solução comercial definida especificamente com cada cliente foi a ideia que Eduardo Stock da Cunha, presidente do Novo Banco, deixou numa reportagem da TVI, publicada esta segunda-feira, 26 de Janeiro. Já o Banco de Portugal sempre disse que a solução tem de ser avançada pelo Novo Banco – e sempre com a garantia de que não ponha em causa a sua posição de liquidez e a sua solvabilidade.
Os clientes – que recusam ser um produto tóxico - defendem que "foram vítimas de uma venda agressiva e enganosa por parte dos gestores", sublinhando que muitos continuam a trabalhar no Novo Banco. Assim, na carta ao governador, a associação indica que "tem de haver garantias por parte do regulador, que quando a regulação falha, os cidadãos são protegidos".
Nesse sentido, pedem "mais celeridade e transparência na resolução do problema do reembolso do papel comercial".
Regulador sabia de falhas desde Setembro
Nesta missiva dirigida a Carlos Costa, a associação deixa fortes farpas a Carlos Costa: "Sentimos que fomos usados para financiar um grupo económico falido, com o conhecimento e autorização do BdP. Sobretudo, quando, como resulta de cartas do regulador, o mesmo conhecia todos factos desde o exercício da auditoria ETTRIC 2".
Foi no final deste exercício, em Novembro, que se detectaram falhas "materialmente relevantes" nas contas da ESI. Mesmo assim, o grupo continuou a vender papel comercial aos balcões do banco.
Na semana passada, a associação manifestou-se à porta da sede do Novo Banco, em Lisboa, onde, relatou quem lá esteve, foi dito para se dirigirem ao BES. Nesta carta, há uma promessa de que "muito brevemente" haverá uma manifestação na sede do Banco de Portugal "para tornar visível o desesperado e as histórias reais que estão por trás da frieza dos números".
LESADOS DO NOVO BANCO ENVIAM CARTA AO BDP A PEDIR EXPLICAÇÕES SOBRE PAPEL COMERCIAL
27 Janeiro 2015, 14:43 por Diogo Cavaleiro | diogocavaleiro@negocios.pt
É com fortes críticas ao trabalho do Banco de Portugal que a associação de subscritores de papel comercial do GES pede uma solução para os investimentos feitos aos balcões do BES. Pede-se "celeridade e transparência".
É numa carta aberta ao governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, que aqueles que se dizem lesados pela subscrição de papel comercial vendido pelo antigo Banco Espírito Santo pedem explicações. Descrevendo a angústia em que vivem, a associação que representa 300 pessoas quer um ponto final na dúvida sobre o reembolso daquele investimento.
"Há quase um ano, em Março de 2014, sem sabermos o que se estava passar, o BdP reconheceu a existência de um abuso. Em consequência disto, o BdP prometeu o reembolso destes clientes. Primeiro, obrigando o BES a entregar uma garantia e mais tarde ao obrigar ao reconhecimento de uma provisão em valor suficiente para nos reembolsar. Com a resolução do BES, é dito primeiro que a provisão e intenção de reembolsar se mantém, entrando mais tarde numa zona cinzenta de indefinição, transformando-nos na ‘batata quente’ que todos querem sacudir", indica a carta aberta ao Banco de Portugal emitida esta terça-feira, 27 de Janeiro, pela Associação Os Indignados e Enganados do Papel Comercial, inicialmente conhecida por Lesados do Novo Banco.
O Novo Banco começou por referir a intenção de reembolsar os títulos mas, neste momento, a ideia é avançar com uma indemnização. E tudo será tratado "caso a caso" com aqueles que subscreveram títulos de dívida de empresas do Grupo Espírito Santo (ESI, Rioforte) aos balcões do BES em 2013 e inícios de 2014. Essa solução comercial definida especificamente com cada cliente foi a ideia que Eduardo Stock da Cunha, presidente do Novo Banco, deixou numa reportagem da TVI, publicada esta segunda-feira, 26 de Janeiro. Já o Banco de Portugal sempre disse que a solução tem de ser avançada pelo Novo Banco – e sempre com a garantia de que não ponha em causa a sua posição de liquidez e a sua solvabilidade.
Os clientes – que recusam ser um produto tóxico - defendem que "foram vítimas de uma venda agressiva e enganosa por parte dos gestores", sublinhando que muitos continuam a trabalhar no Novo Banco. Assim, na carta ao governador, a associação indica que "tem de haver garantias por parte do regulador, que quando a regulação falha, os cidadãos são protegidos".
Nesse sentido, pedem "mais celeridade e transparência na resolução do problema do reembolso do papel comercial".
Regulador sabia de falhas desde Setembro
Nesta missiva dirigida a Carlos Costa, a associação deixa fortes farpas a Carlos Costa: "Sentimos que fomos usados para financiar um grupo económico falido, com o conhecimento e autorização do BdP. Sobretudo, quando, como resulta de cartas do regulador, o mesmo conhecia todos factos desde o exercício da auditoria ETTRIC 2".
Foi no final deste exercício, em Novembro, que se detectaram falhas "materialmente relevantes" nas contas da ESI. Mesmo assim, o grupo continuou a vender papel comercial aos balcões do banco.
Na semana passada, a associação manifestou-se à porta da sede do Novo Banco, em Lisboa, onde, relatou quem lá esteve, foi dito para se dirigirem ao BES. Nesta carta, há uma promessa de que "muito brevemente" haverá uma manifestação na sede do Banco de Portugal "para tornar visível o desesperado e as histórias reais que estão por trás da frieza dos números".
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Re: BES - A LUTA
Boas,
AUTONOMOUS: EXPOSIÇÃO A ANGOLA DIMINUI POSSIBILIDADES DE BPI CONSEGUIR NOVO BANCO
27 Janeiro 2015, 14:00 por Diogo Cavaleiro | diogocavaleiro@negocios.pt
O BPI tem uma exposição a Angola que tem de reduzir. O que danifica os rácios de capital. E prejudica a eventual compra do Novo Banco. O Santander é quem está, segundo a Autonomous, numa melhor posição para a operação.
A Autonomous Research reduziu a avaliação que faz do Banco BPI. O que reduz a possibilidade de o banco comandado por Fernando Ulrich avançar, por si só, para a aquisição do Novo Banco, herdeiro dos activos e passivos saudáveis do Banco Espírito Santo.
Em vez do preço-alvo esperado de 1,12 euros, a casa de investimento especializada na banca aponta agora um "target" de 0,97 euros. Um corte de 14% que faz com que a acção tenha um potencial de valorização de apenas 6%, tendo em conta que os títulos estão a negociar nos 0,915 euros. A recomendação é de "underperform", ou seja, espera-se um desempenho aquém do resto do sector financeiro.
"Cortámos o preço-alvo de 1,12 para 0,97 euros devido às nossas preocupações relativas à ultrapassagem do limite à exposição no BFA, a unidade angolana do BPI", indica a nota de "research", datada de 27 de Janeiro, a que o Negócios teve acesso. O banco liderado por Fernando Ulrich tem de respeitar novas regras no cálculo da exposição ao Estado angolano e, segundo as mesmas, tem de reduzir tal exposição. A Autonomous acredita que o impacto dessa diminuição será mais forte do que o antecipado inicialmente – embora adiante que o BPI deverá abdicar da maioria do capital no BFA para conseguir essa redução (tem, neste momento, 50,1%).
"Estamos preocupados que esta superação do limite dos grandes riscos possa ser um impedimento para a aquisição do Novo Banco, que é a melhor oportunidade para que o BPI reconquiste a rentabilidade doméstica, na nossa perspectiva. Acreditamos que o Banco Central Europeu não vai permitir tal negócio enquanto o BPI não cumprir totalmente as exigências regulatórias", continua a nota de "research". "A queda dos rácios de capital e do preço da acção (25% no último mês) alteraram as hipóteses de o BPI entrar num negócio com o Novo Banco".
Já o Caixa Bank, principal accionista do BPI, poderá entrar mesmo na corrida, conduzindo a uma fusão entre o banco e o Novo Banco. Assim, haverá um duelo entre o Caixa Bank e o Santander, também ele candidato à aquisição da instituição herdeira do BES, de acordo com o Autonomus.
Segundo o analista Damien Souchet, "as probabilidades jogam a favor do Santander". O banco espanhol, presente em Portugal através do Santander Totta, tem "uma elevada capacidade para pagar" pelo Novo Banco.
Os restantes candidatos
"Consideramos que os restantes candidatos mencionados carecem de lógica estratégica", indica ainda a nota emitida pela casa de investimento esta terça-feira, 27 de Janeiro.
"O Banco Popular não parece ter músculo financeiro suficiente". A ideia de o espanhol Sabadell avançar para a operação "poderá entrar em confronto com a participação de 5% no BCP".
Já o BBVA tem um "interesse estratégico no mercado relativamente baixo", conclui, sem fazer comentários específicos sobre a norte-americana Apollo e a chinesa Fosun, também elas candidatas à operação.
Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.
AUTONOMOUS: EXPOSIÇÃO A ANGOLA DIMINUI POSSIBILIDADES DE BPI CONSEGUIR NOVO BANCO
27 Janeiro 2015, 14:00 por Diogo Cavaleiro | diogocavaleiro@negocios.pt
O BPI tem uma exposição a Angola que tem de reduzir. O que danifica os rácios de capital. E prejudica a eventual compra do Novo Banco. O Santander é quem está, segundo a Autonomous, numa melhor posição para a operação.
A Autonomous Research reduziu a avaliação que faz do Banco BPI. O que reduz a possibilidade de o banco comandado por Fernando Ulrich avançar, por si só, para a aquisição do Novo Banco, herdeiro dos activos e passivos saudáveis do Banco Espírito Santo.
Em vez do preço-alvo esperado de 1,12 euros, a casa de investimento especializada na banca aponta agora um "target" de 0,97 euros. Um corte de 14% que faz com que a acção tenha um potencial de valorização de apenas 6%, tendo em conta que os títulos estão a negociar nos 0,915 euros. A recomendação é de "underperform", ou seja, espera-se um desempenho aquém do resto do sector financeiro.
"Cortámos o preço-alvo de 1,12 para 0,97 euros devido às nossas preocupações relativas à ultrapassagem do limite à exposição no BFA, a unidade angolana do BPI", indica a nota de "research", datada de 27 de Janeiro, a que o Negócios teve acesso. O banco liderado por Fernando Ulrich tem de respeitar novas regras no cálculo da exposição ao Estado angolano e, segundo as mesmas, tem de reduzir tal exposição. A Autonomous acredita que o impacto dessa diminuição será mais forte do que o antecipado inicialmente – embora adiante que o BPI deverá abdicar da maioria do capital no BFA para conseguir essa redução (tem, neste momento, 50,1%).
"Estamos preocupados que esta superação do limite dos grandes riscos possa ser um impedimento para a aquisição do Novo Banco, que é a melhor oportunidade para que o BPI reconquiste a rentabilidade doméstica, na nossa perspectiva. Acreditamos que o Banco Central Europeu não vai permitir tal negócio enquanto o BPI não cumprir totalmente as exigências regulatórias", continua a nota de "research". "A queda dos rácios de capital e do preço da acção (25% no último mês) alteraram as hipóteses de o BPI entrar num negócio com o Novo Banco".
Já o Caixa Bank, principal accionista do BPI, poderá entrar mesmo na corrida, conduzindo a uma fusão entre o banco e o Novo Banco. Assim, haverá um duelo entre o Caixa Bank e o Santander, também ele candidato à aquisição da instituição herdeira do BES, de acordo com o Autonomus.
Segundo o analista Damien Souchet, "as probabilidades jogam a favor do Santander". O banco espanhol, presente em Portugal através do Santander Totta, tem "uma elevada capacidade para pagar" pelo Novo Banco.
Os restantes candidatos
"Consideramos que os restantes candidatos mencionados carecem de lógica estratégica", indica ainda a nota emitida pela casa de investimento esta terça-feira, 27 de Janeiro.
"O Banco Popular não parece ter músculo financeiro suficiente". A ideia de o espanhol Sabadell avançar para a operação "poderá entrar em confronto com a participação de 5% no BCP".
Já o BBVA tem um "interesse estratégico no mercado relativamente baixo", conclui, sem fazer comentários específicos sobre a norte-americana Apollo e a chinesa Fosun, também elas candidatas à operação.
Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.
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Re: BES - A LUTA
Noticia Jornal negócios:
A Espírito Santo Property tem dívidas no valor global de 58,7 milhões de euros.
A grande maioria do que a empresa deve passa por créditos obrigacionistas de 50 mil euros.
Mais PAPEL COMERCIAL vendido pelo BES !!
A Espírito Santo Property tem dívidas no valor global de 58,7 milhões de euros.
A grande maioria do que a empresa deve passa por créditos obrigacionistas de 50 mil euros.
Mais PAPEL COMERCIAL vendido pelo BES !!
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Re: BES - A LUTA
Boas,
CENTENAS DE ACCIONISTAS DO BES PEDEM NULIDADE DA TRANSFERÊNCIA DE ACTIVOS PARA O NOVO BANCO
23 Janeiro 2015, 15:28 por Lusa
Numa acção administrativa interposta por cerca de meio milhar de pequenos accionistas do BES é pedida a nulidade da decisão do Banco de Portugal que transferiu activos do BES para o Novo Banco sem atribuir nenhuma contrapartida.
Na acção popular contra o Banco de Portugal (BdP), que já deu entrada no Tribunal Administrativo de Lisboa, é solicitada a nulidade da deliberação do conselho de administração do regulador, de 03 de agosto de 2014, que determinou, como medida de resolução, "a transferência para o Novo Banco dos activos, passivos, elementos extrapatrimoniais e activos sob gestão do BES, (...) sem atribuir qualquer contrapartida".
Nesta acção administrativa especial, a que a agência Lusa teve hoje acesso, os autores sublinham que o património foi transferido do BES para o Novo Banco sem contrapartidas, o que "constitui um verdadeiro confisco".
"Este confisco do património do BES, sem a justa contrapartida, atenta contra o direito de propriedade dos seus accionistas", cujas acções "ficaram desprovidas de valor".
Os accionistas, representados pela sociedade de advogados Pereira de Almeida, alegam que a medida de resolução representa "uma manifesta violação da garantia constitucional do direito de propriedade", tratando-se de "um claro confisco ou expropriação sem a justa contrapartida".
A acção frisa que a deliberação do BdP, "ao esvaziar o valor das acções" dos accionistas, incorre ainda em violação dos princípios da igualdade, da proporcionalidade e da justiça, apontados como "limites constitucionais ao exercício das funções de um órgão regulador (BdP)".
Os pequenos accionistas dizem que "ficaram surpreendidos" ao tomar conhecimento, a 04 de agosto, da deliberação do BdP, de transferir os activos e outros elementos patrimoniais para o Novo Banco.
"A estupefacção foi tanto maior quanto o Governador do Banco de Portugal, nas vésperas, tinha garantido publicamente, por várias vezes, não só em comunicados oficiais do BdP, como em declarações públicas a órgãos de informação, que o BES detinha um montante de capital suficiente para acomodar eventuais impactos negativos decorrentes de exposição ao Grupo Espírito Santo (GES)".
Os autores da ação apontam ainda como agravante o facto de a medida de resolução do BdP ter sido tomada "à revelia do Governo, acreditando nas palavras da ministra das Finanças [Maria Luís Albuquerque] e do primeiro-ministro [Pedro Passos Coelho]".
"Não obstante a gravidade desta decisão, os seus precisos contornos só foram conhecidos algum tempo depois, com a divulgação de atas da deliberação num 'site' de escritórios de advogados", lê-se na acção popular.
Na lista de 477 pequenos accionistas que se sentem lesados e que subscreveram esta acção popular, estão pessoas que detinham, entre cerca de 200 e 400.000 acções. No total, os 477 accionistas possuíam 16.432.917 acções do BES, banco presidido por Ricardo Salgado até 24 de Julho de 2014.
Apesar de na acção popular constarem 477 accionistas, fonte judicial adiantou à Lusa que outros lesados já se juntaram à acção que decorre no Tribunal Administrativo de Lisboa, o qual já citou o BdP para apresentar a sua contestação.
A 03 de agosto de 2014, o BdP tomou o controlo do BES, após a apresentação de prejuízos semestrais de 3,6 mil milhões de euros, e anunciou a separação da instituição em duas entidades: o chamado banco mau (um veículo que mantém o nome BES e que concentra os activos e passivos tóxicos do BES, assim como os accionistas) e o banco de transição que foi designado Novo Banco.
CENTENAS DE ACCIONISTAS DO BES PEDEM NULIDADE DA TRANSFERÊNCIA DE ACTIVOS PARA O NOVO BANCO
23 Janeiro 2015, 15:28 por Lusa
Numa acção administrativa interposta por cerca de meio milhar de pequenos accionistas do BES é pedida a nulidade da decisão do Banco de Portugal que transferiu activos do BES para o Novo Banco sem atribuir nenhuma contrapartida.
Na acção popular contra o Banco de Portugal (BdP), que já deu entrada no Tribunal Administrativo de Lisboa, é solicitada a nulidade da deliberação do conselho de administração do regulador, de 03 de agosto de 2014, que determinou, como medida de resolução, "a transferência para o Novo Banco dos activos, passivos, elementos extrapatrimoniais e activos sob gestão do BES, (...) sem atribuir qualquer contrapartida".
Nesta acção administrativa especial, a que a agência Lusa teve hoje acesso, os autores sublinham que o património foi transferido do BES para o Novo Banco sem contrapartidas, o que "constitui um verdadeiro confisco".
"Este confisco do património do BES, sem a justa contrapartida, atenta contra o direito de propriedade dos seus accionistas", cujas acções "ficaram desprovidas de valor".
Os accionistas, representados pela sociedade de advogados Pereira de Almeida, alegam que a medida de resolução representa "uma manifesta violação da garantia constitucional do direito de propriedade", tratando-se de "um claro confisco ou expropriação sem a justa contrapartida".
A acção frisa que a deliberação do BdP, "ao esvaziar o valor das acções" dos accionistas, incorre ainda em violação dos princípios da igualdade, da proporcionalidade e da justiça, apontados como "limites constitucionais ao exercício das funções de um órgão regulador (BdP)".
Os pequenos accionistas dizem que "ficaram surpreendidos" ao tomar conhecimento, a 04 de agosto, da deliberação do BdP, de transferir os activos e outros elementos patrimoniais para o Novo Banco.
"A estupefacção foi tanto maior quanto o Governador do Banco de Portugal, nas vésperas, tinha garantido publicamente, por várias vezes, não só em comunicados oficiais do BdP, como em declarações públicas a órgãos de informação, que o BES detinha um montante de capital suficiente para acomodar eventuais impactos negativos decorrentes de exposição ao Grupo Espírito Santo (GES)".
Os autores da ação apontam ainda como agravante o facto de a medida de resolução do BdP ter sido tomada "à revelia do Governo, acreditando nas palavras da ministra das Finanças [Maria Luís Albuquerque] e do primeiro-ministro [Pedro Passos Coelho]".
"Não obstante a gravidade desta decisão, os seus precisos contornos só foram conhecidos algum tempo depois, com a divulgação de atas da deliberação num 'site' de escritórios de advogados", lê-se na acção popular.
Na lista de 477 pequenos accionistas que se sentem lesados e que subscreveram esta acção popular, estão pessoas que detinham, entre cerca de 200 e 400.000 acções. No total, os 477 accionistas possuíam 16.432.917 acções do BES, banco presidido por Ricardo Salgado até 24 de Julho de 2014.
Apesar de na acção popular constarem 477 accionistas, fonte judicial adiantou à Lusa que outros lesados já se juntaram à acção que decorre no Tribunal Administrativo de Lisboa, o qual já citou o BdP para apresentar a sua contestação.
A 03 de agosto de 2014, o BdP tomou o controlo do BES, após a apresentação de prejuízos semestrais de 3,6 mil milhões de euros, e anunciou a separação da instituição em duas entidades: o chamado banco mau (um veículo que mantém o nome BES e que concentra os activos e passivos tóxicos do BES, assim como os accionistas) e o banco de transição que foi designado Novo Banco.
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Re: BES - A LUTA
Boas,
HERDADE DA COMPORTA JÁ ESTÁ À VENDA
Parte do encaixe irá para a Caixa Geral de Depósitos, o principal credor do BESI
Por: Redação / DC | hoje às 09:54
O fundo de investimento que concentra os principais ativos imobiliários e de desenvolvimento turístico da Herdade da Comporta já esta à venda, escreve o Jornal de Negócios.
A operação está a ser conduzida pelo BES investimento e no grupo de potenciais compradores figuram investidores americanos e chineses.
Tendo em conta que quase todos os ativos estão dados como garantia de um empréstimo contraído junto da Caixa Geral de Depósitos, uma parte do encaixe irá diretamente para o banco público.
A Herdade da Comporta é detida a 56,6% pela Rioforte, holding do Grupo Espírito Santo que está em insolvência no Luxemburgo. A operação foi colocada no mercado depois da visita de enviados do tribunal luxemburguês a Lisboa, na semana passada.
A grande parte dos ativos do fundo estão dados como garantia de um empréstimo de cerca de 100 milhões de euros junto da Caixa Geral de Depósitos. No final de 2013, o crédito totalizava os 106 milhões e beneficiava das garantias reais avaliadas em 255,6 milhões, segundo o relatório de gestão do fundo.
HERDADE DA COMPORTA JÁ ESTÁ À VENDA
Parte do encaixe irá para a Caixa Geral de Depósitos, o principal credor do BESI
Por: Redação / DC | hoje às 09:54
O fundo de investimento que concentra os principais ativos imobiliários e de desenvolvimento turístico da Herdade da Comporta já esta à venda, escreve o Jornal de Negócios.
A operação está a ser conduzida pelo BES investimento e no grupo de potenciais compradores figuram investidores americanos e chineses.
Tendo em conta que quase todos os ativos estão dados como garantia de um empréstimo contraído junto da Caixa Geral de Depósitos, uma parte do encaixe irá diretamente para o banco público.
A Herdade da Comporta é detida a 56,6% pela Rioforte, holding do Grupo Espírito Santo que está em insolvência no Luxemburgo. A operação foi colocada no mercado depois da visita de enviados do tribunal luxemburguês a Lisboa, na semana passada.
A grande parte dos ativos do fundo estão dados como garantia de um empréstimo de cerca de 100 milhões de euros junto da Caixa Geral de Depósitos. No final de 2013, o crédito totalizava os 106 milhões e beneficiava das garantias reais avaliadas em 255,6 milhões, segundo o relatório de gestão do fundo.
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Re: BES - A LUTA
Boas,
BANCO "MAU" DO BES PODE ENFRENTAR PERDAS DE 85% DO VALOR DAS DÍVIDAS DO GES
22 Janeiro 2015, 13:13 por Jornal de Negócios | jng@negocios.pt
Luís Máximo dos Santos, presidente do banco que ficou com os activos e passivos tóxicos do BES, deu a primeira entrevista desde que está no cargo. À revista Sábado, o também responsável pela liquidação do BPP diz que já multiplicou por muito dos 10 milhões de euros iniciais de que dispunha.
Ainda há um Banco Espírito Santo. É o banco que herdou os activos e passivos considerados problemáticos do banco com o mesmo nome. O seu presidente, Luís Máximo dos Santos, tem-se mantido em silêncio. Contudo, esta quinta-feira, 22 de Janeiro, deu uma entrevista à revista Sábado.
As dívidas
Dentro de muitos assuntos que não quis alongar, e sem querer avançar com demasiados números, Máximo dos Santos admitiu que a perspectiva de recuperação de dívida é ainda limitada.
"Pode haver alguma recuperabilidade", começa por responder à Sábado sobre o dinheiro que possa receber com a venda de activos da Rioforte e outras sociedades do universo Espírito santo. "Tem havido estimativas na ordem dos 15% do valor das dívidas. Mas é prematuro avançar com números muito concretos".
Segundo o relatório e contas do BES (ainda antes da resolução) relativo ao primeiro semestre de 2014, a exposição directa perante o GES era, a 30 de Junho, de 1.574 milhões de euros, excluindo as seguradoras. Em causa estão sociedades como a Rioforte, a ES Irmãos ou o ESFG, actualmente em insolvência. A grande maioria passou para o banco "mau" na altura da resolução, mas não há ainda números definitivos. Partindo dos 1.574 milhões de euros, a recuperação de 15% dará 236 milhões de euros ao BES. Ou, noutra perspectiva, perdas superiores a 1.300 milhões.
Tendo em conta que muitas empresas do GES estão agora em insolvência, o trabalho do BES tem sido o de "cumprir os prazos legais para reclamar créditos", contou Máximo dos Santos.
As disponibilidades
Aquando da resolução, o BES "mau" recebeu "disponibilidades no montante de 10 milhões de euros". O dinheiro serviria para que se conseguisse "proceder às diligências necessárias à recuperação e valorização dos seus activos e satisfazer os seus encargos de natureza tributária ou administrativa".
Na entrevista, Máximo dos Santos refere que o valor é já mais elevado. "Através da recuperação de crédito e da cobrança de contratos – acordos de contas correntes e de contratos de 'leasing' que se mantiveram no BES – conseguimos multiplicar por um número muito significativo as disponibilidades líquidas iniciais de 10 milhões de euros". Não deu um valor exacto.
As prioridades
Máximo dos Santos, que já estava na presidência da comissão liquidatária do Banco Privado Português (BPP), enumerou à Sábado as cinco prioridades definidas para a entrada em funções de um banco que ficou com poucos activos e muitos passivos - uma situação patrimonial deficiente:
1. Criar uma estrutura operativa que permitisse o banco funcionar;
2. Assegurar o cumprimento das obrigações legais, fiscais e regulatórias, que pressuponha acções urgentes: pagar imposto do selo e IVA, registar os órgãos sociais, contratar um técnico oficial de contas e um escritório de advogados;
3. Preservar e valorizar os activos do BES;
4. Articular com Novo Banco para elaborar o balanço do BES a 4 de Agosto, que ainda não foi possível apresentar;
5. Colaborar com autoridades para apurar se houve actos da administração que cessou a 14 de Julho [liderada por Ricardo Salgado] que possam constituir ilícitos.
Banco de Miami em risco de perder licença
O Espírito Santo Bank (Miami) foi uma das unidades que transitou para o BES "mau" – um nome, aliás, que Máximo dos Santos rejeita ("é uma questão de respeito pelas pessoas que aceitaram trabalhar aqui, numa missão difícil, e que estão a trabalhar bem"). Mas o banco da Florida esteve em risco de perder a licença.
"Foi preciso manter contactos intensos com as autoridades reguladoras nos Estados Unidos para as convencer de que iríamos manter o banco de Miami em actividade e que não haveria uma liquidação precipitada, ou podiam retirar-nos a licença bancária", revelou à Sábado Máximo dos Santos.
A 28 de Agosto, o BES anunciou a contratação da FIG Partners como "consultora financeira no âmbito da avaliação e estruturação de potencial transacção para alienação, fusão ou reorganização" do banco da Florida.
O convite
O Banco de Portugal tem defendido que a decisão de avançar para uma resolução só foi tomada na sexta-feira, dia 1 de Agosto. Foi precisamente nesse dia que o convite para presidir ao BES foi endereçado a Luís Máximo dos Santos.
"O convite foi-me feito pessoalmente pela administração do Banco de Portugal. No dia 1 de Agosto, estava a preparar-se para ir de férias e recebi um telefonema a convocar-me para uma reunião pelas 19 horas. Pediram-me para responder até às 9 horas de sábado".
A equipa de 17 pessoas
À Sábado, Luís Máximo dos Santos explicou como funciona o banco que gere os activos tóxicos resultantes da resolução aplicada ao BES. Trabalha-se no número 28 da Rua Barata Salgueiro, em Lisboa, perto da sede do Novo Banco.
A equipa é composta por 17 pessoas. São três membros do conselho de administração, três elementos da comissão de fiscalização, três directores, duas advogadas internas, um consultor económico-financeiro, duas colaboradoras na área de contabilidade, um representante para as relações com o mercado e duas secretárias. Além disso, ainda há um técnico oficial de contas e a KPMG, auditora, entre pessoas do Novo Banco que estão a prestar serviços.
BANCO "MAU" DO BES PODE ENFRENTAR PERDAS DE 85% DO VALOR DAS DÍVIDAS DO GES
22 Janeiro 2015, 13:13 por Jornal de Negócios | jng@negocios.pt
Luís Máximo dos Santos, presidente do banco que ficou com os activos e passivos tóxicos do BES, deu a primeira entrevista desde que está no cargo. À revista Sábado, o também responsável pela liquidação do BPP diz que já multiplicou por muito dos 10 milhões de euros iniciais de que dispunha.
Ainda há um Banco Espírito Santo. É o banco que herdou os activos e passivos considerados problemáticos do banco com o mesmo nome. O seu presidente, Luís Máximo dos Santos, tem-se mantido em silêncio. Contudo, esta quinta-feira, 22 de Janeiro, deu uma entrevista à revista Sábado.
As dívidas
Dentro de muitos assuntos que não quis alongar, e sem querer avançar com demasiados números, Máximo dos Santos admitiu que a perspectiva de recuperação de dívida é ainda limitada.
"Pode haver alguma recuperabilidade", começa por responder à Sábado sobre o dinheiro que possa receber com a venda de activos da Rioforte e outras sociedades do universo Espírito santo. "Tem havido estimativas na ordem dos 15% do valor das dívidas. Mas é prematuro avançar com números muito concretos".
Segundo o relatório e contas do BES (ainda antes da resolução) relativo ao primeiro semestre de 2014, a exposição directa perante o GES era, a 30 de Junho, de 1.574 milhões de euros, excluindo as seguradoras. Em causa estão sociedades como a Rioforte, a ES Irmãos ou o ESFG, actualmente em insolvência. A grande maioria passou para o banco "mau" na altura da resolução, mas não há ainda números definitivos. Partindo dos 1.574 milhões de euros, a recuperação de 15% dará 236 milhões de euros ao BES. Ou, noutra perspectiva, perdas superiores a 1.300 milhões.
Tendo em conta que muitas empresas do GES estão agora em insolvência, o trabalho do BES tem sido o de "cumprir os prazos legais para reclamar créditos", contou Máximo dos Santos.
As disponibilidades
Aquando da resolução, o BES "mau" recebeu "disponibilidades no montante de 10 milhões de euros". O dinheiro serviria para que se conseguisse "proceder às diligências necessárias à recuperação e valorização dos seus activos e satisfazer os seus encargos de natureza tributária ou administrativa".
Na entrevista, Máximo dos Santos refere que o valor é já mais elevado. "Através da recuperação de crédito e da cobrança de contratos – acordos de contas correntes e de contratos de 'leasing' que se mantiveram no BES – conseguimos multiplicar por um número muito significativo as disponibilidades líquidas iniciais de 10 milhões de euros". Não deu um valor exacto.
As prioridades
Máximo dos Santos, que já estava na presidência da comissão liquidatária do Banco Privado Português (BPP), enumerou à Sábado as cinco prioridades definidas para a entrada em funções de um banco que ficou com poucos activos e muitos passivos - uma situação patrimonial deficiente:
1. Criar uma estrutura operativa que permitisse o banco funcionar;
2. Assegurar o cumprimento das obrigações legais, fiscais e regulatórias, que pressuponha acções urgentes: pagar imposto do selo e IVA, registar os órgãos sociais, contratar um técnico oficial de contas e um escritório de advogados;
3. Preservar e valorizar os activos do BES;
4. Articular com Novo Banco para elaborar o balanço do BES a 4 de Agosto, que ainda não foi possível apresentar;
5. Colaborar com autoridades para apurar se houve actos da administração que cessou a 14 de Julho [liderada por Ricardo Salgado] que possam constituir ilícitos.
Banco de Miami em risco de perder licença
O Espírito Santo Bank (Miami) foi uma das unidades que transitou para o BES "mau" – um nome, aliás, que Máximo dos Santos rejeita ("é uma questão de respeito pelas pessoas que aceitaram trabalhar aqui, numa missão difícil, e que estão a trabalhar bem"). Mas o banco da Florida esteve em risco de perder a licença.
"Foi preciso manter contactos intensos com as autoridades reguladoras nos Estados Unidos para as convencer de que iríamos manter o banco de Miami em actividade e que não haveria uma liquidação precipitada, ou podiam retirar-nos a licença bancária", revelou à Sábado Máximo dos Santos.
A 28 de Agosto, o BES anunciou a contratação da FIG Partners como "consultora financeira no âmbito da avaliação e estruturação de potencial transacção para alienação, fusão ou reorganização" do banco da Florida.
O convite
O Banco de Portugal tem defendido que a decisão de avançar para uma resolução só foi tomada na sexta-feira, dia 1 de Agosto. Foi precisamente nesse dia que o convite para presidir ao BES foi endereçado a Luís Máximo dos Santos.
"O convite foi-me feito pessoalmente pela administração do Banco de Portugal. No dia 1 de Agosto, estava a preparar-se para ir de férias e recebi um telefonema a convocar-me para uma reunião pelas 19 horas. Pediram-me para responder até às 9 horas de sábado".
A equipa de 17 pessoas
À Sábado, Luís Máximo dos Santos explicou como funciona o banco que gere os activos tóxicos resultantes da resolução aplicada ao BES. Trabalha-se no número 28 da Rua Barata Salgueiro, em Lisboa, perto da sede do Novo Banco.
A equipa é composta por 17 pessoas. São três membros do conselho de administração, três elementos da comissão de fiscalização, três directores, duas advogadas internas, um consultor económico-financeiro, duas colaboradoras na área de contabilidade, um representante para as relações com o mercado e duas secretárias. Além disso, ainda há um técnico oficial de contas e a KPMG, auditora, entre pessoas do Novo Banco que estão a prestar serviços.
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Re: BES - A LUTA
Boas,
BES, ENTRE ACTOS E OMISSÕES
HELENA CRISTINA COELHO
00:05
As audições parlamentares ao caso BES continuam a ser uma fonte de revelações, choque e indignações. Mas estão também a revelar três tipos de personagens muito marcantes: os que fizeram e esconderam, os que souberam e não contaram, e os que contaram e pouco (ou nada) fizeram.
Desde que arrancou, em meados de Novembro, a comissão de inquérito já ouviu presidentes, administradores, directores, accionistas, auditores, contabilistas, supervisores, parceiros… e a lista ainda vai a meio. E ouviu de tudo. Ouviu um antigo banqueiro a descarregar as culpas do colapso do grupo Espírito Santo em tudo e todos e a trocar as suspeitas de vilão pela certeza de ser vítima daquilo tudo. Ouviu um antigo responsável pelas finanças do banco a reclamar desconhecimento de decisões… financeiras, num discurso pontuado por “não sei”, “não tenho conhecimento”, “não sei de nada”, “nem faço ideia”. Ouviu um “arrependido” ‘comissaire aux comptes’ admitir manipulações de contas e ocultação de passivo. Ouviu um antigo parceiro da instituição a expor erros e abusos de gestão durante anos. Ouviu administradores a assumir descaradamente que desconheciam decisões que deviam (tinham de) estar sob a sua alçada. E esta semana ouviu um dos antigos auditores do banco a denunciar algumas dessas situações e outros alertas, como falhas de informação, incumprimento de regras básicas de governação ou o excesso de poder concentrado em Ricardo Salgado. Perante os deputados, José Pereira Alves afirmou que a auditoria financeira feita pela PwC entre 1999 e 2001 permitiu identificar uma série de situações graves, mesmo não tendo acesso a toda a informação necessária. E reafirmou que, na altura, deu conhecimento dessas supostas irregularidades ao Banco de Portugal e à CMVM – como o financiamento encapotado do BES para compra de acções do próprio banco, da PT e PTM (que daria lugar à Zon), as barreiras no acesso à informação sobre empresas e áreas de negócio do grupo Espírito Santo ou a opacidade da ES Internacional. Avisos que não foram feitos há um mês ou um ano, mas sim em Maio de 2001, já lá vão 13 anos. E o que aconteceu desde então? Nada de muito relevante… Aparentemente, os supervisores não viram aqui indícios ou pistas suficientes para, no mínimo, iniciar uma investigação ao universo Espírito Santo. E a auditora PwC, que passou a viver em “clima de tensão” com o banco que auditava, acabou por sair em 2002, para evitar riscos de reputação. Ninguém sai bem deste episódio: os supervisores pelo lapso de vigilância (e em especial o Banco de Portugal e quem o governava, cujas explicações ainda falta ouvir), mas também a auditora externa que, mais por omissão do que por acção, acabou por sair discretamente de cena, com o acordo do banco, permitindo assim que o BES continuasse a manipular informação e a mentir ao mercado. E ainda falta perceber como é que a KPMG, a auditora que tomou o lugar da PwC nos anos seguintes, geriu essa relação com o banco e a informação que era suposto auditar. Perante tudo isto, não é preciso ouvir muito mais para se ficar indignado. Não falta ouvir muito mais gente para se perceber que há responsáveis que têm de responder (e pagar) por isso. E já se ouviu o suficiente para perceber que toda esta novela tem de terminar com novas personagens: daquelas que ouvem, não calam, nem consentem.
BES, ENTRE ACTOS E OMISSÕES
HELENA CRISTINA COELHO
00:05
As audições parlamentares ao caso BES continuam a ser uma fonte de revelações, choque e indignações. Mas estão também a revelar três tipos de personagens muito marcantes: os que fizeram e esconderam, os que souberam e não contaram, e os que contaram e pouco (ou nada) fizeram.
Desde que arrancou, em meados de Novembro, a comissão de inquérito já ouviu presidentes, administradores, directores, accionistas, auditores, contabilistas, supervisores, parceiros… e a lista ainda vai a meio. E ouviu de tudo. Ouviu um antigo banqueiro a descarregar as culpas do colapso do grupo Espírito Santo em tudo e todos e a trocar as suspeitas de vilão pela certeza de ser vítima daquilo tudo. Ouviu um antigo responsável pelas finanças do banco a reclamar desconhecimento de decisões… financeiras, num discurso pontuado por “não sei”, “não tenho conhecimento”, “não sei de nada”, “nem faço ideia”. Ouviu um “arrependido” ‘comissaire aux comptes’ admitir manipulações de contas e ocultação de passivo. Ouviu um antigo parceiro da instituição a expor erros e abusos de gestão durante anos. Ouviu administradores a assumir descaradamente que desconheciam decisões que deviam (tinham de) estar sob a sua alçada. E esta semana ouviu um dos antigos auditores do banco a denunciar algumas dessas situações e outros alertas, como falhas de informação, incumprimento de regras básicas de governação ou o excesso de poder concentrado em Ricardo Salgado. Perante os deputados, José Pereira Alves afirmou que a auditoria financeira feita pela PwC entre 1999 e 2001 permitiu identificar uma série de situações graves, mesmo não tendo acesso a toda a informação necessária. E reafirmou que, na altura, deu conhecimento dessas supostas irregularidades ao Banco de Portugal e à CMVM – como o financiamento encapotado do BES para compra de acções do próprio banco, da PT e PTM (que daria lugar à Zon), as barreiras no acesso à informação sobre empresas e áreas de negócio do grupo Espírito Santo ou a opacidade da ES Internacional. Avisos que não foram feitos há um mês ou um ano, mas sim em Maio de 2001, já lá vão 13 anos. E o que aconteceu desde então? Nada de muito relevante… Aparentemente, os supervisores não viram aqui indícios ou pistas suficientes para, no mínimo, iniciar uma investigação ao universo Espírito Santo. E a auditora PwC, que passou a viver em “clima de tensão” com o banco que auditava, acabou por sair em 2002, para evitar riscos de reputação. Ninguém sai bem deste episódio: os supervisores pelo lapso de vigilância (e em especial o Banco de Portugal e quem o governava, cujas explicações ainda falta ouvir), mas também a auditora externa que, mais por omissão do que por acção, acabou por sair discretamente de cena, com o acordo do banco, permitindo assim que o BES continuasse a manipular informação e a mentir ao mercado. E ainda falta perceber como é que a KPMG, a auditora que tomou o lugar da PwC nos anos seguintes, geriu essa relação com o banco e a informação que era suposto auditar. Perante tudo isto, não é preciso ouvir muito mais para se ficar indignado. Não falta ouvir muito mais gente para se perceber que há responsáveis que têm de responder (e pagar) por isso. E já se ouviu o suficiente para perceber que toda esta novela tem de terminar com novas personagens: daquelas que ouvem, não calam, nem consentem.
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Re: BES - A LUTA
Boas,
EX-ASSESSORA DESACONSELHOU BES A DAR CARTAS DE CONFORTO
Rita Barosa disse a Salgado que dar cartas de conforto a clientes da Venezuela para garantir obrigações da ESI era uma imprudência
Elisabete Tavares |
18:51 Quarta feira, 21 de janeiro de 2015
Rita Barosa, ex-assessora do conselho de administração do Banco Espirito Santo avisou Ricardo Salgado que dar cartas de conforto para garantir obrigações da Espirito Santo International era uma imprudência.
Também alertou, numa reunião com Salgado a 9 de junho, que seria impossível na altura qualquer banco conceder credito tendo como colateral aquelas obrigações. Sobre as referidas cartas, não sabe quem as assinou.
O caso aconteceu quando investidores da Venezuela pediram vencimento antecipado de obrigações da ESI.
Rita Barosa, que esteve no BES durante 18 anos, chegou a ser apontada para ser administradora do BES mas só soube desse facto momentos antes da sua divulgação.
Disse que a Eurofin era apenas "broker" utilizado pelo banco como outros para efetuar transações no mercado secundário.
E disse recordar-se vagamente de alguns nomes relativos a sociedades offshore que eram clientes do banco. Questionada sobre se sabia que essas sociedades obtinham crédito do BES para comprar ações próprias, Rita Barosa disse desconhecer o esse facto. Tal como também desconhece que uma das offshore seria alegadamente detida por um administrador do BES.
Rita Barosa foi secretária de Estado da Administração Publica e Administração Local entre fevereiro e abril de 2013. E afirmou que não conhecia pessoalmente o então ministro Miguel Relvas, que foi quem lhe endereçou o convite, tendo ficado surpreendida com o convite.
Rita Barosa afirmou que "foi com grande pesar" que assistiu ao processo de resolução do BES. A ex-assessora do BES saiu do Novo Banco no dia 30 de setembro por própria iniciativa.
Nos 18 anos em que esteve no grupo financeiro reportava a Morais Pires, administrador financeiro no BES e a Ricardo Salgado na ESAF.
Para Rita Barosa, que em maio de 2013 iniciou funções como assessora do CA do BES, as cartas de conforto não serviriam de garantia. "Nao ia servir os propósitos de quem queria qualquer tipo de conforto ou garantia", afirmou hoje na audição na comissão de inquérito ao caso BES.
Sobre o financiamento por parte da Goldman Sachs, disse não ter conhecimento do empréstimo.
EX-ASSESSORA DESACONSELHOU BES A DAR CARTAS DE CONFORTO
Rita Barosa disse a Salgado que dar cartas de conforto a clientes da Venezuela para garantir obrigações da ESI era uma imprudência
Elisabete Tavares |
18:51 Quarta feira, 21 de janeiro de 2015
Rita Barosa, ex-assessora do conselho de administração do Banco Espirito Santo avisou Ricardo Salgado que dar cartas de conforto para garantir obrigações da Espirito Santo International era uma imprudência.
Também alertou, numa reunião com Salgado a 9 de junho, que seria impossível na altura qualquer banco conceder credito tendo como colateral aquelas obrigações. Sobre as referidas cartas, não sabe quem as assinou.
O caso aconteceu quando investidores da Venezuela pediram vencimento antecipado de obrigações da ESI.
Rita Barosa, que esteve no BES durante 18 anos, chegou a ser apontada para ser administradora do BES mas só soube desse facto momentos antes da sua divulgação.
Disse que a Eurofin era apenas "broker" utilizado pelo banco como outros para efetuar transações no mercado secundário.
E disse recordar-se vagamente de alguns nomes relativos a sociedades offshore que eram clientes do banco. Questionada sobre se sabia que essas sociedades obtinham crédito do BES para comprar ações próprias, Rita Barosa disse desconhecer o esse facto. Tal como também desconhece que uma das offshore seria alegadamente detida por um administrador do BES.
Rita Barosa foi secretária de Estado da Administração Publica e Administração Local entre fevereiro e abril de 2013. E afirmou que não conhecia pessoalmente o então ministro Miguel Relvas, que foi quem lhe endereçou o convite, tendo ficado surpreendida com o convite.
Rita Barosa afirmou que "foi com grande pesar" que assistiu ao processo de resolução do BES. A ex-assessora do BES saiu do Novo Banco no dia 30 de setembro por própria iniciativa.
Nos 18 anos em que esteve no grupo financeiro reportava a Morais Pires, administrador financeiro no BES e a Ricardo Salgado na ESAF.
Para Rita Barosa, que em maio de 2013 iniciou funções como assessora do CA do BES, as cartas de conforto não serviriam de garantia. "Nao ia servir os propósitos de quem queria qualquer tipo de conforto ou garantia", afirmou hoje na audição na comissão de inquérito ao caso BES.
Sobre o financiamento por parte da Goldman Sachs, disse não ter conhecimento do empréstimo.
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Re: BES - A LUTA
Boas,
CLIENTES LESADOS DO BES: "VAMOS PARTIR PARA A GUERRA"
FILIPE ALVES
filipe.alves@economico.pt
14:40
Clientes lesados do BES:
Associação de clientes lesados organiza manifestação em frente da sede do Novo Banco e queixa-se de "ameaças anónimas" para desistir do protesto.
Os clientes que compraram papel comercial do Grupo Espírito Santo (BES) nos balcões do antigo BES exigem ser indemnizados antes que ocorra a venda do Novo Banco, disse ao Económico o porta-voz da associação criada para representar estes investidores. A associação vai realizar amanhã uma manifestação em frente da sede do Novo Banco e diz ter recebido "ameaças anónimas" para desistir do processo.
A Associação Lesados Papel Comercial representa cerca de 200 clientes do BES que subscreveram papel comercial de empresas do GES. Ao contrário de outros investidores do antigo BES, que viram as suas aplicações serem convertidas em depósitos a prazo do Novo Banco, estes clientes ainda não foram ressarcidos pela instituição liderada por Stock da Cunha. "Estamos a falar de pessoas que investiram as suas poupanças numa aplicação que lhes disseram ser tão segura como um depósito a prazo. Há pessoas em situações de grande desespero e não é justo que assim seja, porque foram enganadas pelo banco em que confiaram, que lhes vendeu gato por lebre", disse Ricardo Ângelo, porta-voz da recém criada Associação Lesados Papel Comercial. "São casos de burla", frisou.
"Estamos a ser pressionados para desistir do protesto. O Novo Banco enviou-nos uma carta onde dá a entender que, se nos manifestarmos, não vamos ser incluídos na solução que está a preparar para o papel comercial", adiantou.
"No entanto, o que sentimos é que o Novo Banco não nos quer prejudicar e nós também não queremos prejudicar o Novo Banco, que continua a ser o Novo Banco. Eles dizem-nos que têm feito propostas com soluções ao Banco de Portugal, mas que não recebem resposta", afirmou o mesmo dirigente.
Adiantou: "A nossa situação tem de ser resolvida antes da venda do Novo Banco. Se não, vamos ter de partir para a guerra."
A associação espera a adesão dos lesados do antigo BES e organizou a vinda de vários autocarros do Norte do País, para transportar manifestantes.
Ameaças anónimas
Mas o que mais indigna a associação são as "ameaças anónimas", diz o dirigente. "Temos recebido mensagens anónimas com ameaças, a dizer que não vamos receber um tostão se não nos calarmos", acrescentou Ricardo Ângelo, sem apontar o dedo a potenciais suspeitos da autoria dessas mensagens. "Temos provas dessas ameaças", frisou.
CLIENTES LESADOS DO BES: "VAMOS PARTIR PARA A GUERRA"
FILIPE ALVES
filipe.alves@economico.pt
14:40
Clientes lesados do BES:
Associação de clientes lesados organiza manifestação em frente da sede do Novo Banco e queixa-se de "ameaças anónimas" para desistir do protesto.
Os clientes que compraram papel comercial do Grupo Espírito Santo (BES) nos balcões do antigo BES exigem ser indemnizados antes que ocorra a venda do Novo Banco, disse ao Económico o porta-voz da associação criada para representar estes investidores. A associação vai realizar amanhã uma manifestação em frente da sede do Novo Banco e diz ter recebido "ameaças anónimas" para desistir do processo.
A Associação Lesados Papel Comercial representa cerca de 200 clientes do BES que subscreveram papel comercial de empresas do GES. Ao contrário de outros investidores do antigo BES, que viram as suas aplicações serem convertidas em depósitos a prazo do Novo Banco, estes clientes ainda não foram ressarcidos pela instituição liderada por Stock da Cunha. "Estamos a falar de pessoas que investiram as suas poupanças numa aplicação que lhes disseram ser tão segura como um depósito a prazo. Há pessoas em situações de grande desespero e não é justo que assim seja, porque foram enganadas pelo banco em que confiaram, que lhes vendeu gato por lebre", disse Ricardo Ângelo, porta-voz da recém criada Associação Lesados Papel Comercial. "São casos de burla", frisou.
"Estamos a ser pressionados para desistir do protesto. O Novo Banco enviou-nos uma carta onde dá a entender que, se nos manifestarmos, não vamos ser incluídos na solução que está a preparar para o papel comercial", adiantou.
"No entanto, o que sentimos é que o Novo Banco não nos quer prejudicar e nós também não queremos prejudicar o Novo Banco, que continua a ser o Novo Banco. Eles dizem-nos que têm feito propostas com soluções ao Banco de Portugal, mas que não recebem resposta", afirmou o mesmo dirigente.
Adiantou: "A nossa situação tem de ser resolvida antes da venda do Novo Banco. Se não, vamos ter de partir para a guerra."
A associação espera a adesão dos lesados do antigo BES e organizou a vinda de vários autocarros do Norte do País, para transportar manifestantes.
Ameaças anónimas
Mas o que mais indigna a associação são as "ameaças anónimas", diz o dirigente. "Temos recebido mensagens anónimas com ameaças, a dizer que não vamos receber um tostão se não nos calarmos", acrescentou Ricardo Ângelo, sem apontar o dedo a potenciais suspeitos da autoria dessas mensagens. "Temos provas dessas ameaças", frisou.
Editado pela última vez por Santa Maria em 21/1/2015 22:31, num total de 1 vez.
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