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Caldeirão da Bolsa

BES - A LUTA

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

Re: BES - A LUTA

por Santa Maria » 5/1/2015 19:46

Boas,
DE REGRESSO AO BES
8
João Galamba |
8:07 Segunda feira, 5 de janeiro de 2015
Na mesma semana em que o famoso contabilista do GES, Machado da Cruz, vai à comissão de inquérito do BES, o parlamento ouve a Associação Portuguesa de Bancos (APB), o Banco de Portugal (BdP), a Comissão de Valores Mobiliários (CMVM) e a Ministra das Finanças sobre a transposição da Diretiva 59/2014 sobre Resolução e Recuperação de Instituições Financeiras. Ou seja, discute-se o quadro que regula o já que foi feito (e o que não chegou a ser feito) no BES.

O governo, em 2012, já tinha legislado sobre esta matéria, antecipando, em articulação com a troika, grande parte do que veio a ser acordado a nível europeu e que consta da diretiva que agora se transpõe. Foi aliás ao abrigo dessa alteração legislativa, bem como as duas revisões "clandestinas" do Regime Geral das Instituições de Crédito e Sociedade Financeiras feitas nas vésperas da resolução do BES, que foi criado o Novo Banco.

O debate em torno da transposição da Diretiva 59/2014 tem de ter em conta a experiência do caso BES, que está longe, muito longe de ser um sucesso. Resta saber se por razões legislativas ou outras. Tendo em conta o que consta da Proposta de Lei apresentada pelo Governo ao Parlamento, uma coisa parece evidente: Portugal já tinha, em 2012, todos os instrumentos legais necessários para uma intervenção atempada, firme e eficaz no BES.

A discussão sobre se, no início de Agosto, a recapitalização pública (que também implica perdas para acionistas e credores e prevê o mecanismo de bail-in) era ou não uma melhor opção do que a divisão do BES - e se era ou não exequível - é importante. Mas, não menos importante, é saber se tudo isto poderia ter sido evitado, ou seja, saber se, com outro tipo de intervenção das autoridades públicas, se podia ter evitado o processo que levou à destruição do terceiro maior banco do país.

Uma coisa parece evidente. Quando, no final de 2013, se torna claro que o GES está falido e que o GES, que controla o BES, usa o banco para os seus próprios fins a única coisa a fazer é pôr termo a esta relação. E isso implica pôr termo à relação de controlo que está na base de todo o problema. Mais do que um problema de comportamento subjetivo, estamos perante um problema de controlo e propriedade. Mas a lei, mesmo a de 2012, sempre concedeu amplos poderes de intervenção.
Sempre foi possível suspender direitos de voto dos acionistas, sempre foi possível substituir a administração e outros órgãos sociais, sempre foi possível recorrer ao chamado bail-in dos credores para recapitalizar o banco, etc. A lei permite, e sempre permitiu, quase tudo. Se nada disso foi feito, não é na lei que devemos procurar explicações.
 
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Re: BES - A LUTA

por Santa Maria » 5/1/2015 19:44

Boas,

FILHO DE RICARDO SALGADO DEMITE-SE DO NOVO BANCO
05 Janeiro 2015, 18:09 por Celso Filipe | cfilipe@negocios.pt

Ricardo Bastos Salgado, filho do banqueiro que liderou o Banco Espírito Santo nos últimos 22 anos, demitiu-se dos quadros do Novo Banco, sabe o Negócios. O economista de 42 anos trabalhou no banco fundado pela família desde 1998, transitando para a instituição que herdou os activos saudáveis do BES, onde continuou responsável pela área de empresas.
Ricardo Bastos Salgado, filho de Ricardo Salgado, o banqueiro que liderou o Banco Espírito Santo durante os últimos 22 anos, demitiu-se do Novo Banco, instituição que ficou com os activos saudáveis e com o quadro de pessoal do BES, confirmou o Negócios junto de fontes financeiras.

O economista de 42 anos integrou o BES em 1998, depois de ter passado pela Merrill Lynch, em Londres, onde foi analista durante cerca de um ano. No banco fundado pela família, Ricardo Bastos Salgado começou por trabalhar na área de "trading", tendo depois passado para a área de empresas, onde chegou a director e pela qual continuava a ser um dos responsáveis.

(Notícia actualizada às 18h20)
 
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Re: BES - A LUTA

por Santa Maria » 5/1/2015 19:43

Bom Ano,

Nenhum dos interessados no Novo Banco é angolano
Janeiro 5th, 2015
20150105
Entre as 17 entidades que manifestaram interesse, 15 deverão passar, diz o Jornal de Negócios, citado pelo jornal eletrónico Obserovador. Os interessados no Novo Banco vêm da Europa, Ásia e EUA. Não há angolanos entre os interessados.
17 entidades manifestaram interesse no Novo Banco até dia 31 de dezembro.

Observador

Só 15 dos 17 interessados no Novo Banco que manifestaram interesse até 31 de dezembro deverão passar à fase seguinte, adianta o Jornal de Negócios. Segundo o jornal, neste processo estão envolvidas entidades provenientes da Europa, daÁsia e dos EUA, ou seja, não há instituições com sede em Angola ou em outros países africanos entre os interessados.

O Jornal de Negócios escreve esta segunda-feira que, entre os interessados há bancos e fundos de “private equity”. Um destes fundos será o norte-americano Apollo Global Management. A este juntam-se bancos europeus, entre os quais o BPI, o Santander Totta e o Banco Popular, entidades que já indicaram que poderão estar interessadas. Da Ásia poderá ter vindo a Fosun, a empresa chinesa que comprou a seguradora Fidelidade à Caixa Geral de Depósitos.

O Banco de Portugal não divulgou, “por motivos de confidencialidade”, a identidade dos 17 interessados que entregaram candidaturas até 31 de dezembro.
As entidades a serem excluídas pelo Banco de Portugal impõe que “os potenciais compradores demonstrem deter ativos líquidos de pelo menos 500 milhões de euros ou ativos sob gestão de pelo menos 100 milhões”.

O Banco de Portugal e o BNP Paribas, banco de investimento responsável pelo processo, vão enviar, ainda esta semana, pedidos de esclarecimento às entidades em que há dúvidas sobre o cumprimento dos requisitos de pré-qualificação. A decisão sobre quais dos 17 potenciais interessados serão aceites deverá ser tomada até meados deste mês, remata o Jornal de Negócios.
 
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Re: BES - A LUTA

por Santa Maria » 1/1/2015 22:59

Pvg80713

Até podiam ser 100.O resultado vai ser o mesmo...estaca zero ou seja volta tudo ao antigo BES.
 
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Re: BES - A LUTA

por pvg80713 » 1/1/2015 22:09

Santa Maria Escreveu:Bom Ano 2015,
Cinco manifestações de interesses pelo Novo Banco: é muito, pouco ou quase nada…
Dezembro 30th, 2014
20141230

CINCO MANIFESTAÇÕES DE INTERESSES PELO NOVO BANCO: É MUITO, POUCO OU QUASE NADA...

Expresso
...


e 17 ?
 
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Re: BES - A LUTA

por Santa Maria » 1/1/2015 21:41

Bom Ano 2015...

NOVO BANCO: QUEIXA CRIMINAL APRESENTADA NO TRIBUNAL CENTRAL DE INSTRUÇÃO CRIMINAL
Janeiro 1st, 2015
Em representação de 170 pessoas, que se consideram lesadas pela medida de resolução aplicada ao Banco Espírito Santo pelo Banco de Portugal, foi apresentada, no dia 31, no Tribunal Central de Instrução Criminal, uma queixa contra desconhecidos, em que se pede a intervenção do Ministério Público, visando a investigação criminal dos factos subjacentes à referida medida e, sobretudo, a apreensão de documentos e a preservação da prova, contra a lógica de “facto consumado” que suspeitam que está a ser posta em prática.

OS QUEIXOSOS RECLAMAM QUE SEJAM CONSTITUÍDOS ARGUIDOS O GOVERNADOR E OS ADMINISTRADORES DO BANCO DE PORTUGAL, TODOS OS MEMBROS DOS ÓRGÃOS SOCIAIS DO BANCO ESPÍRITO SANTO NOS ÚLTIMOS CINCO ANOS, OS MEMBROS DOS NOS ÓRGÃOS SOCIAIS DO BANCO ESPÍRITO SANTO E DO NOVO BANCO, QUE QUALIFICAM COMO “HOMENS DE PALHA” (STRAWMEN) DO BANCO DE PORTUGAL.

Segundo os queixosos, não pode deixar de se questionar quem são os verdadeiros autores da medida de resolução, pois que a mesma foi adotada em menos de uma hora, o que se afigura absolutamente impossível. Por isso, pretendem que, para além de se apurar qual foi a intervenção de cada um dos administradores do Banco de Portugal, se esclareçam como votou cada um deles e porque é que votou a medida de resolução.

Os queixosos questionam por que razão não foi aceite a garantia soberana da República de Angola, afirmando que a sua destruição suscita a suspeita de que houve uma motivação de assalto ao banco, residindo nesse facto um alibi para a tomada de bens do Banco Espirito Santo, que prejudicou todos os acionistas.

Se tivesse sido aceite a garantia da República de Angola, não haveria, segundo consideram, condições para decretar o confiscos dos bens do BES. E se não se avançasse com a resolução não se viabilizariam negócios de muitos milhões de euros, que beneficiam diversas entidades, algumas delas com cadastro criminal internacional.

Os queixosos questionam, entre outras coisas, por que razões o Banco de Portugal teve a preocupação de escolher, especialmente, entidades que foram condenadas por violação das leis de países civilizados, como são os Estados Unidos e a Alemanha.

Na queixa, que é subscrita pelo advogado Miguel Reis, questiona-se a fiabilidade da escrita do Novo Banco S.A., suscitando-se suspeitas de falsificação tanto da escrita desse Banco como do Banco Espírito Santo e pedindo-se a respetiva investigação por peritos que respeitem as normas relativas às perícias judiciárias.

Os queixosos consideram inaceitável que o Banco de Portugal tenha escolhido para proceder à avaliação dos bens e valores retirados ao BES um multinacional que tem responsabilidade na fiscalização da entidade que assume a posição de receptador desses bens.
 
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Re: BES - A LUTA

por Santa Maria » 31/12/2014 0:23

Boas,
SALGADO DOOU 570 MIL EUROS À FUNDAÇÃO MÁRIO SOARES DESDE 2011
Dezembro 30th, 2014
O BES foi o principal financiador da Fundação Mário Soares, doando dinheiro a esta instituição como forma de mecenato. Última doação ocorreu em 2013 e teve o valor de 300 mil euros.
Mário Soares defendeu que Salgado deveria defender-se publicamente das acusações feitas na sequência do colapso do BES.
O BES, liderado por Ricardo Salgado, foi o maior doador para a Fundação Mário Soares desde 2011, financiando a instituição com mais de 570 mil euros. O mecenato foi concedido através de dois contratos e faltará pagar uma prestação de 100 mil euros do último a ser assinado entre as duas instituições, possivelmente devido às dificuldades enfrentadas pelo banco.

O Correio da Manhã verificou as contas da Fundação Soares e escreve que o seu maior financiador desde 2011 foi o BES. No total, e através de dois contratos de mecenato, o banco doou a esta instituição presidida pelo histórico socialista que completou recentemente 90 anos, cerca de 570 mil euros. Faltará pagar a prestação do último contrato no valor de 100 mil euros – este contrato ia até 2015.

A Fundação Mário Soares existe desde 1991 e em 2013 recebeu financiamento de 13 entidades públicas e privadas. A seguir aos BES, os maiores mecenas da Fundação são o BPI e o Ministério dos Negócios Estrangeiros.
(Fim de citação)
 
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Re: BES - A LUTA

por Santa Maria » 31/12/2014 0:19

Boas,
NOVO BANCO PROMETE REACÇÃO À PROVIDÊNCIA CAUTELAR QUE ANULA VENDA DA TRANQUILIDADE
30 Dezembro 2014, 21:01 por Maria João Gago | mjgago@negocios.pt, Helena Garrido | Helenagarrido@negocios.pt

O banco liderado por Eduardo Stock da Cunha diz que irá pronunciar-se "nos prazos legais aplicáveis" sobre o acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa.
O Novo Banco confirma que foi informado pelo Tribunal da Relação de Lisboa "sobre o decretamento de uma providência cautelar que ordena a abstenção da prática de qualquer acto de execução ou preparatório de execução do penhor que detém sobre as acções representativas da totalidade do capital social da Companhia de Seguros Tranquilidade" e diz que esta foi decretada sem audição prévia do banco.

EM COMUNICADO À COMISSÃO DO MERCADO DE VALORES MOBILIÁRIOS, O NOVO BANCO DIZ QUE A REFERIDA PROVIDÊNCIA FOI REQUERIDA PELA CSCP II ACQUISITION LUXCO SARL E PELA CCP CREDIT ACQUISITION HOLDINGS LUXCO.

"O Novo Banco está a analisar o acórdão que decretou a providência cautelar e irá pronunciar-se nos prazos legais aplicáveis, através dos meios processuais que entender apropriados", sublinha o documento.

A instituição financeira que ficou com os activos e passivos do BES que foram considerados saudáveis confirma ainda que "acordou com a Calm Eagle Holdings S.a r.l. (a sociedade detida pelos fundos de investimento geridos pela Apollo Global Management LLC com quem foi contratada a venda das acções na Companhia de Seguros Tranquilidade) uma prorrogação do prazo para conclusão da venda das referidas acções".

Com efeito, como a venda da Tranquilidade aos norte-americanos da Apollo foi anulada por esta providência cautelar, decretada pelo juiz desembargador Eurico Reis, a concretização desta operação foi adiada sem data limite.

Sem este acordo de alargamento do prazo de venda, a operação morreria a 31 de Dezembro, que era o prazo legal para estar concluída.

Recorde-se que o Novo Banco anunciou a 16 de Setembro que tinha chegado a acordo com a Apollo quanto aos termos de venda da Tranquilidade. Os termos do negócio prevêem que o Novo Banco receba, em termos líquidos, 44 milhões de euros, sendo que a Apollo se comprometeu ainda a injectar 150 milhões para repor o nível de solidez da seguradora.

Um grupo de obrigacionistas do Espírito Santo Financial Group tinha apresentado em Setembro uma acção civil por se considerarem lesados com esta operação de venda, tendo interposto uma providência cautelar para travar a operação.
Esta seguradora era detida pelo Espírito Santo Financial Group (ESFG). No entanto, a instituição recebeu o penhor sobre a seguradora, dado pelo ESFG como garantia de um crédito que o BES tinha sobre esta "holding" e que passou para o Novo Banco. Para poder vender a Tranquilidade, o Novo Banco teve de executar o penhor, cuja legalidade é contestada pelo ESFG. Esta "holding" do GES exigiu mesmo receber o dinheiro de venda da Tranquilidade, caso contrário recorrerá para os tribunais.
 
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Re: BES - A LUTA

por Santa Maria » 31/12/2014 0:15

Bom Ano 2015,
Cinco manifestações de interesses pelo Novo Banco: é muito, pouco ou quase nada…
Dezembro 30th, 2014
20141230

CINCO MANIFESTAÇÕES DE INTERESSES PELO NOVO BANCO: É MUITO, POUCO OU QUASE NADA...

Expresso

Os interessados em ficar com o Novo Banco têm até ao último dia do ano para darem a cara. Depois disso, e para quem estiver interessado, só se se associar a um dos que já deram o primeiro passo.

Quem não manifestar interesse pelo Novo Banco até às 17h00 desta quarta-feira não poderá liderar a compra do Novo Banco. Isso quer dizer que para entrar na corrida só mesmo se fizer parte de um consórcio com um destes interessados. São para já cinco as manifestações de interesse. São poucas? Face aos anúncios na imprensa nacional e estrangeira e cartas convite enviadas pelo Banco de Portugal a potenciais interessados, não parecem muitos, mas pode haver surpresas até esta quarta-feira.

Depois dos bancos BPI e Santander Totta e dos fundos de investimentos (o norte-americano Apollo e o chinês da Fosun), o Banco Popular junta-se aos quatro candidatos que querem olhar para o dossier do banco que saiu do BES. A hora da verdade chegou com o balanço do Novo Banco, mas o verdadeiro teste será apenas no próximo ano, quando as manifestações de interesse se transformarem em propostas ou não.

Para algumas fontes do sistema financeiro, cinco interessados “é pouco”, tendo em conta que podem não corresponder a propostas. É possível que até esta quarta-feira possam surgir outras manifestações de interesse, mas não é certo. “Seria desejável haver mais interessados, pois há sempre quem fique pelo caminho”, afirma ao Expresso uma fonte do sistema bancário. E recorda: “Muitos poderão não avançar com propostas e não seria a primeira vez que este tipo de operação ficaria às moscas. Já aconteceu na privatização do BPN uma coisa semelhante”.

Ainda assim, os candidatos perfilam-se e as expectativas face a estes são grandes. Ninguém fala de preço. Ainda é cedo, dizem. Mas o ideal seria que a venda igualasse o que foi injetado pelo Fundo de Resolução que dividiu o BES em dois. A capitalização do Novo Banco ascendeu a 4,9 mil milhões de euros – um valor próximo deste já seria bom. Já surgiu um montante para a compra do Novo Banco na casa dos 3,5 mil milhões, que hipoteticamente a Fosun (donos da Fidelidade) poderia dar, mas a avaliação terá sido “prematura” e fonte próxima deste processo não a assume verdadeiramente.

1. O que ganham os que já manifestaram interesse?

O Banco Popular, presente em Portugal desde 2002, pode aumentar a sua dimensão, o Santander Totta reforça a sua posição entre os primeiros bancos do sistema, o BPI resolve um problema e dá um pulo no ranking dos maiores bancos e quanto aos fundos estrangeiros seria a oportunidade de ter um banco europeu, com uma carteira de clientes, em termos empresariais, interessante.

2. Fundos e bancos querem ver melhor os números
Apesar de alguns dos candidatos já terem feito algumas compras em Portugal recentemente, como por exemplo o fundo norte-americano Apollo (que comprou a Tranquilidade, cuja venda foi agora suspensa por causa de um processo) ou os investidores chineses da Fosun (que compraram a Fidelidade e através desta a Espírito Santo Saúde, hoje rebatizada Luz Saúde), também os espanhóis Santander Totta e o Banco Popular manifestaram interesse, mas nem um nem outro se comprometem em apresentar uma proposta.

Para já, só garantem espreitar o dossier e olhar melhor para os números. O mesmo não se pode dizer do BPI. O banco presidido por Fernando Ulrich esteve desde a primeira hora de olhos postos no Novo Banco. Fernando Ulrich foi sempre dizendo que esta é uma oportunidade interessante e que o BPI tem condições para reunir capital. E, agora, mais ainda. Porquê? Com as novas regras de exposição dos bancos europeus a países terceiros exigidas pelo Banco Central Europeu (BCE), onde se inclui Angola, o BPI precisa de aumentar os seus ativos para que o Banco de Fomento de Angola (onde detém 50,1%) pese menos no seu rácio.

É que a ponderação da dívida angolana vai passar a pesar 100% para efeitos de rácio de capital, quando pesava entre 0% a 20%. Uma penalização para quem, como o BPI, detém uma participação maioritária num banco em Angola. Por isso, o BPI tem várias alternativas: comprar o Novo Banco (para aumentar ativos e diluir peso desta medida do BCE), aumentar o capital para ajustar a contabilização em Angola, reduzir a posição no BFA, ou reduzir a exposição de dívida pública em Angola. Para isso, o BCE vai dar tempo, mas se conseguir comprar o Novo Banco, tudo poderá ser mais fácil. Resta saber no final do dia qual o preço a pagar pelo banco liderado por Eduardo Stock da Cunha.

3. Calendário da venda
Será o BPN Paribas que vai assessorar o Banco de Portugal na operação de venda. Depois desta fase de manifestações de interesse, em fevereiro os potenciais interessados deverão enviar as propostas de compra não-vinculativas (non-binding offer) e entre março e abril irá decorrer a análise preliminar das contas do Novo Banco (due dillegence), fase a que se segue a apresentação das ofertas vinculativas (entre maio e junho).

Se tudo correr bem e nenhum prazo derrapar e as ofertas chegarem a bom porto, o negócio poderá estar fechado em julho. Fora da corrida ficam os acionistas do Novo Banco que nos dois anos anteriores à resolução do BES tiveram posições qualificadas (iguais ou superiores a 2%). Este é um dos pré-requisitos para a aceitação das propostas de compra, que deixa de fora o Crédit Agricole, a Goldman Sachs, o brasileiro Bradesco e o fundo Blackrock, entre outros.

(Fim de citação)
 
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Re: BES - A LUTA

por Santa Maria » 31/12/2014 0:06

Bom Ano 2015,

Para mim não será nenhum .Vai voltar tudo a primeira estaca ou seja BES.Isto que aconteceu ao BES não foi uma falência, foi uma gigantesca fraude.Primeiro tentem encontrar os ladrões , depois os lesados com todas estas vigarices e paguem- lhes,por último tentemvender o que sobrar se é que sobra alguma coisa.Para dar o exemplo do que se passa em quererem vender o Novo Banco, era com se tivessem assaltado a minha casa,depois até já conhecia alguns dos ladrões ( pois a quadrilha é tão grande que vai ser impossível conhecer todos os ladrões ) e por fim passar num centro comercial e ver as minhas coisas a venda.Isto correu mal para estes vigaristas,porque isto mete estrangeiros e não só os bacocos dos portugueses.
 
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Re: BES - A LUTA

por Eurobrexit » 30/12/2014 23:45

euro-born Escreveu:Tendo presente a capitalização bolsista do BCP e do BPI, está a ficar mais difícil um bom preço para o Novo Banco....

Market Cap
BCP 3.7B€
BPI 1.4B€
NOVO BANCO = (aprox) ao BCP e 2xBPI, logo:
NOVO BANCO = 3.7B€ e 2.8B€, logo terá valor de 3.25B€, com desconto de 25%, chegamos a 2.4B€

Estimo preço de compra entre 2.1 e 2.7B€.


alguém tem opinião sobre assunto de tamanha importância.
Já agora quem será o comprador?

Acham possível parceria na compra entre BPI e CHINA (Angola no meio)?
 
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Re: BES - A LUTA

por Garfield » 30/12/2014 18:16

Boas,

Por que é que o melhor modelo de governance não evitou a queda do BES?

Economico.pt Escreveu:O BES foi a única empresa cotada portuguesa a alcançar, durante quatro anos consecutivos, a nota máxima no grau de acolhimento das recomendações do regulador.

Em seis anos nunca abri a boca, entrava mudo e saía calado. Bem como todos os restantes administradores. As palavras são de Nuno Godinho de Matos, o administrador independente do BES que sabia tanto de bancos como de calceteiro, em entrevista ao Jornal i pouco tempo após a falência do banco. Se em teoria cabe aos administradores independentes questionar e fiscalizar a actuação dos administradores executivos do banco, na prática, a presença de Godinho de Matos servia para dar um toque da antiga esquerda revolucionária ao ‘board' do banco, segundo o próprio, além de valer um ‘check' na longa lista de recomendações do regulador: De entre os administradores não executivos deve contar-se um número adequado de administradores independentes (...), que não pode em caso algum ser inferior a um quarto do número total de administradores. Checked.



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Re: BES - A LUTA

por Eurobrexit » 30/12/2014 1:48

Tendo presente a capitalização bolsista do BCP e do BPI, está a ficar mais difícil um bom preço para o Novo Banco....

Market Cap
BCP 3.7B€
BPI 1.4B€
NOVO BANCO = (aprox) ao BCP e 2xBPI, logo:
NOVO BANCO = 3.7B€ e 2.8B€, logo terá valor de 3.25B€, com desconto de 25%, chegamos a 2.4B€

Estimo preço de compra entre 2.1 e 2.7B€.
 
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Re: BES - A LUTA

por katolo » 30/12/2014 1:10

Santa Maria Escreveu:
NOVO BANCO PRETENDE “BLINDAGEM” CONTRA TRIBUNAIS
Dezembro 29th, 2014



Ai agora o Banco de Portugal já é Tribunal de Portugal com o Juíz Carlos Costa à cabeça?

Ainda me vou rir disto tudo se algum Juíz revogar o Fundo de Resolução :mrgreen:
 
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Re: BES - A LUTA

por Santa Maria » 29/12/2014 23:41

Bom Ano 2015,

FOSUN PODE SER UM DOS MAIORES GRUPOS PORTUGUESES
DEZEMBRO 29TH, 2014
Citamos:

Económico

Maria Ana Barroso

Se vencer a corrida pela compra do Novo Banco, a Fosun irá, em menos de um ano, passar a figurar no rol dos grupos económicos mais relevantes do mercado nacional.

Desde que apontou agulhas a Portugal, já adquiriu a principal seguradora portuguesa, a Fidelidade, venceu uma concorrida luta pela compra da Espírito Santo Saúde e é accionista qualificado, com cerca de 5%, da REN.

O processo de privatização da Fidelidade, maior seguradora do mercado nacional, fez apontar radares a um grupo chinês até então quase desconhecido em Portugal. A Fosun ganhou a corrida, oficializando a compra em Maio. Na altura, os responsáveis do maior grupo privado chinês deram a entender que a compra da seguradora seria apenas um ponto de partida, tendo então referido que estariam atentos a outras “oportunidades de investimento”. E rapidamente se percebeu que assim seria, de facto.

Ainda o dossier Fidelidade não tinha arrefecido quando em Junho tomaram uma posição relevante na REN, onde hoje detêm já cerca de 5% do capital, através da seguradora. Vencem poucos meses depois a disputada corrida à compra da Espírito Santo Saúde, também pela Fidelidade.

Agora, é via Fosun que se lançam no processo de luta pelo Novo Banco. Irão levar o processo até ao fim? E, se sim, conseguirão superar, por exemplo, actores fortes do mercado português como o Santander e o BPI? É demasiado cedo para saber. Mas, se assim for, deixarão definitivamente de poder ser ignorados no panorama económico nacional.

Se couber contudo a um dos bancos do mercado a vitória nesta corrida, pode estar em jogo a liderança do universo bancário português. O activo conjunto do Novo Banco e do Santander, por exemplo, é superior ao da Caixa Geral de Depósitos, de acordo com as últimas contas. Da mesma forma, a carteira de crédito do BPI e do Novo Banco vale mais, no seu todo, do que a do banco público.

Entre os interessados – o prazo termina às 17h de quarta-feira -, estão ainda os norte-americanos da Apollo, que estão perto de concretizar a compra da Tranquilidade após terem perdido a disputa pela Fidelidade.
 
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Re: BES - A LUTA

por Santa Maria » 29/12/2014 23:35

Bom Ano 2015,

NOVO BANCO PRETENDE “BLINDAGEM” CONTRA TRIBUNAIS
Dezembro 29th, 2014
Citamos:

Jornal de Negócios

A alienação do banco segue indiferente a processos contra a resolução do BES. O comprador terá garantia para se proteger da litigância. Ameaça de nova acção da Goldman Sachs não afasta interessados. Apollo é a próxima a avançar.
O processo de venda do Novo Banco vai ser blindado contra as consequências dos processos judiciais que já correm ou venham a entrar nos tribunais contestando a resolução do BES e outras decisões tomadas pelo Banco de Portugal (BdP) no quadro desta medida. Todos os potenciais compradores do banco liderado por Eduardo Stock da Cunha preparam-se para exigir uma garantia que salvaguarde os seus interesses dos efeitos da litigância à volta do Novo Banco. Uma rede de segurança que deve ser dada pelo Fundo de Resolução, accionista da instituição.
Depois de 20 fundos que investiram em dívida subordinada do BES terem contestado judicialmente a resolução do banco e processado o Governo, BdP e CMVM, a Goldman Sachs ameaçou o supervisor bancário com nova acção judicial. Mas nem os processos já em curso nem este ultimato afastaram os interessados na compra do Novo Banco. BPI, Santander e Fosun já avançaram com manifestações de interesse. A Apollo, gestora norte-americana de “private equity”, será dos próximos candidatos a formalizar a entrada no processo, sabe o Negócios.
Braço-de-ferro entre Goldman Sachs e BdP
Apesar de não ter consequências imediatas na venda do Novo Banco, o braço-de-ferro entre a Goldman Sachs e o BdP promete fazer correr muita tinta. O banco de investimento norte-americano contesta o facto de o supervisor ter decidido fazer regressar ao BES um empréstimo de 834 milhões de dólares concedido a esta instituição em Julho, através da Oak Finance, um veículo sedeado no Luxemburgo que actuava por conta da Goldman Sachs. A resolução, de 22 de Dezembro, dita perdas de idêntico valor para a instituição que tem no conselho consultivo o ex-ministro do PSD José Luís Arnaut.
A decisão da entidade liderada por Carlos Costa foi baseada no facto de, em Julho, a Goldman Sachs ter tido uma participação qualificada (superior a 2%) no banco. Segundo a legislação europeia, ficam no “banco mau” as responsabilidades perante entidades que tenham tido posições qualificadas no banco alvo da resolução nos dois anos anteriores.
O banco norte-americano garante que esta participação não era sua, mas detida “no sentido de facilitar a transacção de clientes”, como afirmou a 23 de Julho fonte oficial da Goldman às agências noticiosas. E acusa o BdP de, com a sua decisão, estar a “contrariar expectativas” criadas pelo supervisor. Isto porque alega que, “a 11 de Agosto de 2014, um alto representante do BdP explicitamente confirmou por escrito à Goldman Sachs a transferência dessas obrigações sénior [que financiaram o BES] para o Novo Banco”.
A entidade liderada por Carlos Costa contesta estas alegações, assegurando que a carta que recebeu do banco “não fazia qualquer referência ao crédito da Oak Finance” e que “a resposta foi também genérica, sem qualquer menção ao referido crédito”. Até porque, sublinha, “àquela data, não era do conhecimento do BdP que a Oak Finance actuava por conta da Goldman Sachs”.
O supervisor aponta ainda o dedo ao banco de investimento, revelando que os contactos com a Oak e o seu accionista Stichting Oak Finance “não permitiram conhecer a identidade do beneficiário das sociedades”. A sua ligação à Goldman Sachs foi “determinada” posteriormente “por outro meios”, levando o BdP a decidir devolver ao BES o crédito dado pela Oak. Para o supervisor também não há dúvidas de que o banco norte-americano foi accionista qualificado do BES, uma vez que nos comunicados enviados à CMVM nunca disse actuar em nome de clientes.

Perda da Goldman Sachs reforça solidez do NB
O regresso ao “banco mau” do crédito que o BES obteve junto da Goldman Sachs, e que foi concedido através da Oak Finance, vai reforçar o nível de solidez do Novo Banco e ditar uma perda no banco de investimento. Esta alteração ao perímetro de activos do banco de transição liberta 548,3 milhões de euros de reservas, o que permitirá aumentar o rácio de capital mais exigente da instituição em cerca de um ponto percentual. Tendo em conta o balanço de abertura do Novo Banco, o rácio de solidez mais exigente passaria assim de 9,2% para mais de 10%. Este reforço de solidez só terá reflexos no banco liderado por Eduardo Stock da Cunha quando forem fechadas as contas relativas a 31 de Dezembro de 2014. Isto porque a transferência do crédito da Oak para o BES só aconteceu depois da decisão do Banco de Portugal adoptada a 22 de Dezembro.
 
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Re: BES - A LUTA

por Santa Maria » 29/12/2014 17:10

Bom Ano 2015,
Opinião: Novo Banco velhos problemas
Dezembro 28th, 2014
Jornal de Negócios

Novo Banco velhos problemas

Editorial de Helena Garrido, Diretora
Cerca de 20 fundos de investimento internacionais com obrigações subordinadas do BES estão a processar a Comissão Europeia, o Banco de Portugal, a Comissão de Mercados de Valores Mobiliários e o Governo.
Um grupo português de advogados já representa quase duas centenas de clientes do BES que perderam as suas poupanças.
O Goldman Sachs está a contestar a recente decisão do Banco de Portugal de colocar no “banco mau” um empréstimo ao BES que se descobriu afinal que tinha sido feito por sua conta.
A venda da Tranquilidade ao fundo Apollo, que deveria ter sido concretizada até ao fim do ano, teve de ser anulada e reiniciada sem limite de prazo, na sequência de uma providência cautelar que o Tribunal da Relação aceitou. O novo plano tem de ser agora aprovado pelo ISP.
Começaram a dar à costa os primeiros processos contra o modelo de intervenção no BES. Fundos de investimento mais ou menos agressivos, pequenos investidores e grandes bancos preparam-se para tentar retirar um quinhão …
 
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Re: BES - A LUTA

por Santa Maria » 29/12/2014 17:08

Bom Ano,
23 DEZ 2014
Tiago Freire
OS ALENTEJANOS DO BES
TIAGO FREIRE
23 Dez 2014
Há uma piada daquelas já velhas que diz o seguinte: “Quantos alentejanos são precisos para mudar uma lâmpada? Oito. Um para segurar a lâmpada e sete para rodar o banco”.
Pedindo desde já desculpa pelo chauvinismo politicamente incorrecto da piadola, devo dizer que me tenho lembrado muitas vezes dela, ao ver as audições da comissão parlamentarde inquérito ao caso BES. Com mais de uma dezena de sessões, entre elas as de vários dos principais protagonistas do dossier, é possível fazer já um primeiro balanço do que se soube, do que não se soube, e do que nunca se vai saber. Acima de tudo, está a desenhar-se, com assinalável nitidez, a narrativa de que o maior escândalo financeiro do País em muitas décadas foi o trabalho de um homem só: Ricardo Salgado.
No parlamento já vimos de tudo: supervisores que dizem ter feito o que deviam ou, pelo menos, o que podiam; governantes a dizer que não fizeram nada, apenas assinaram de cruz o que o Banco de Portugal decidiu sozinho; “arrependidos” que colaboraram com as autoridades na descoberta dos problemas; auditores que acordaram de repente de um prolongado torpor; e administradores, muitos administradores, que de nada sabiam. Pior que isso, aparentemente nada faziam. O discurso tem sido o mesmo com poucas variantes: “Não sabia; não tinha de saber; não era o meu pelouro; era do meu pelouro mas era decidido pelo dr. Ricardo Salgado; confiava nas decisões do dr. Ricardo Salgado; o dr. Ricardo Salgado centralizava tudo, e não havia razões para duvidar de tal génio da finança”.
Em primeiro lugar, é preciso dizer que isto é mentira. Sejamos claros: não é, pura e simplesmente possível que Ricardo Salgado tivesse sido o único a saber de tudo e a fazer tudo. Só falta darem-nos a fotografia de Salgado sentado à mesa de ‘trading’,a passar obrigações de uma empresa para outra. É mentira. Em segundo lugar, o panorama que temos agora da administração do BES é eloquente. Nada sabiam, nada faziam. Chegavam ao ponto de receber milhões sem saber porquê ou de quem, e achavam normal estar sentados num conselho de administração para, apenas, aquecer as cadeiras.
Muitos dos administradores do BES foram uma de três coisas: ou activos, tendo ajudado nas irregularidades; ou coniventes, sabendo do que se fazia e não mexendo uma palha para o contrariar; ou incompetentes, porque não viram ou não quiseram ver o que se passava debaixo do seu aristocrático nariz. Banqueiros que achavam que para o ser bastava estar na administração de um banco, ou ser da família certa, independentemente do mérito, da competência, da verticalidade. No Alentejo que foi o BES, não foram precisas oito pessoas para mudar a lâmpada. Foi Salgado, sozinho, quem construiu a casa, analisou o fusível avariado, foi comprar a lâmpada e o banco à loja, subiu ao banco e resolveu tudo. Sozinho, com o seu génio omnipotente.
 
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Re: BES - A LUTA

por Garfield » 29/12/2014 13:10

Boas,

De acordo com o Jornal de Negócios foi decidido blindar a venda do Novo Banco contra os resultados dos diversos processos nos tribunais.

Negocios.pt Escreveu:A alienação do banco segue indiferente a processos contra a resolução do BES. O comprador terá garantia para se proteger da litigância. Ameaça de nova acção da Goldman Sachs não afasta interessados. Apollo é a próxima a avançar.

BN
Garfield
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Re: BES - A LUTA

por Ulisses Pereira » 28/12/2014 21:51

katolo, os actuais donos do Novo Banco é o Fundo de Garantia.

Abraço,
Ulisses
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Re: BES - A LUTA

por katolo » 28/12/2014 21:44

Uiiiii...

Isso levará a novos processos dos atuais donos se houver bronca!

Ai que isto está bonito está! Já estou a ver a Swapeira e o Sonâmbulo a cantarem: "Ò tempo, volta para trás" :mrgreen:
 
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Re: BES - A LUTA

por Ulisses Pereira » 28/12/2014 21:10

katolo, parece claro que quem comprar o Nov Banco compra com uma cláusula que os processos do Novo Banco ficam com os actuais proprietários.

Abraço,
Ulisses
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Re: BES - A LUTA

por katolo » 28/12/2014 21:01

Fico parvo como há interessados no Novo banco, sabendo dos problemas que poderão advir da Justiça :shock:

Com a Tranquilidade já começou o calvário! Outros se seguirão...

Mais vale o Estado/BdP reunirem-se com antigos credores/acionistas e chegarem a um acordo extrajudicial, porque está-se mesmo a ver que vai novamente sobrar para o Zé Povinho. Aquele que a Ministra garantiu que nem um tostão pagaria pelo Fundo de Resolução :mrgreen:
 
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Re: BES - A LUTA

por Santa Maria » 28/12/2014 16:12

Boas Festas,
MAIS DE CEM PROCESSOS EM TRIBUNAL CONTRA O FIM DO BES
Não são só investidores internacionais a recorrer à Justiça. Em Braga, nesta semana, entrará nova ação
Publicado às 00.25
ALEXANDRA FIGUEIRA

Mais de cem processos em tribunal contra o fim do BES
Fundos internacionais querem saber como foi tomada a decisão de fazer os bancos bom e mau

Esta semana, dará entrada, em Braga, uma nova ação-crime a propósito do desmoronar do Banco Espírito Santo (BES), interposta por um cliente que reclama ter perdido mais de cem mil euros. Irá juntar-se a uma centena de ações cíveis e nove criminais, disse este sábado ao JN Henrique Prior, de um grupo de advogados que tem recebido clientes de todo o país.

Representam mais de duas centenas de pessoas. Como o casal idoso que ficou sem 300 mil euros poupados ao longo da vida. Em média, diz, cada cliente ficou sem cem mil euros, ou seja, a perda reclamada poderá ascender a 20 milhões.

Jornal Noticias
 
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Re: BES - A LUTA

por Santa Maria » 28/12/2014 16:09

Boas Festas,

CASO BES: 20 DEPOIMENTOS RESUMIDOS EM CINCO PONTOS

A medida de resolução , o papel do Banco de Portugal, a questão em torno da idoneidade de Salgado ou os créditos atribuídos ao BES Angola foram temas centrais do primeiro mês e meio da comissão de inquérito ao caso BES. Conheça as contradições nas inquirições às primeiras vinte figuras. 28-12-2014 11:44

BES: Investidores internacionais avançam para processos contra o Governo e reguladores
Chineses formalizam interesse no Novo Banco
A comissão de inquérito à gestão do BES e do GES arrancou em Novembro e foram já ouvidos um total de 20 responsáveis que abordaram diversos temas cruciais mas, não raras vezes, com diferentes visões sobre a mesma matéria.
Foram escutados no parlamento, no primeiro bloco de audições, figuras como os supervisores, a ministra das Finanças, o líder da KPMG Portugal e altos responsáveis do BES e do Grupo Espírito Santo (GES), com destaque para o líder histórico do banco, Ricardo Salgado.
Alguns temas estiveram em evidência durante as audições: a medida de resolução aquando da queda do BES, o papel do Banco de Portugal (BdP) ao longo de todo o processo, a questão em torno da idoneidade de Salgado ou os créditos atribuídos ao BES Angola (BESA), e cujos montantes - em local indefinido - contribuíram decisivamente para os problemas no GES e no BES foram alguns deles.
Os responsáveis ouvidos apresentaram, quase sempre, versões diferentes para histórias que tiveram o mesmo fim.
A comissão de inquérito arrancou a 17 de Novembro passado e tem um prazo de 120 dias, que pode eventualmente ser alargado.
Eis alguns dos temas centrais da primeira leva de audições e as versões diferentes dos principais intervenientes, num trabalho de sistematização da agência Lusa.

1) A medida de resolução foi a melhor opção para o BES?
Ricardo Salgado, antigo presidente executivo do BES: "Parece-me que foi um erro a destruição do BES, portanto, a resolução. Veremos mais para a frente o que aconteceu. Foi com imensa pena minha o que aconteceu. Tínhamos uma equipa de primeiríssima ordem. E ainda temos".
Carlos Costa, governador do BdP: "[O BdP] actuou de forma totalmente empenhada e diligente, decidindo com base da informação disponível em cada momento".
Ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque: "Não fui eu que tomei a decisão, mas concordo com ela".
Ex-administrador do BES Amílcar Morais Pires: "O fundo de resolução, como está estruturado, expõe os contribuintes. Acho que seria preferível uma recapitalização directa".
Ex-administrador do BES José Manuel Espírito Santo Silva: "A resolução não seria a minha solução. Entendi com estupefacção. Acho que não é um critério bom. Eu nunca teria tomado esta decisão. Mas manda quem pode e obedece quem deve".
Ex-presidente executivo do Novo Banco e do BES, Vítor Bento: "Não questiono a medida adoptada. Acredito que o fizeram para a melhor protecção dos interesses em jogo. Mas não tomei parte nesta decisão, nem fui ouvido".
2) O Banco de Portugal fez tudo o que podia para tirar Ricardo Salgado da presidência do BES?
Governador do Banco de Portugal: Questionado sobre se o envolvimento do antigo presidente do BES no caso Monte Branco ou em situações de evasão fiscal não deveria ter levado o BdP a reagir e a afastá-lo mais cedo da liderança do banco, Carlos Costa disse que tal não era possível à luz da lei. "A questão é: se eu pudesse, faria?", lançou o governador. "Quando o poder não está garantido de forma cristalina estamos num exercício de cálculo de probabilidades e eficácia", sublinhou Carlos Costa, justificando a não retirada da idoneidade de Salgado, mesmo depois de existirem indícios de prática de actos ilícitos de gestão. Segundo o governador, "a jurisprudência do Supremo Tribunal Administrativo disse o contrário", pelo que o BdP não tinha poderes para afastar a gestão de Salgado. Essa competência cabia aos accionistas, afirmou Carlos Costa, revelando que Salgado "entregou um parecer de dois grandes juristas de Coimbra a mostrar que o BdP não podia fazer o que queria fazer".
Vice-governador do BdP Pedro Duarte Neves: Os elementos do supervisor "não eram suficientemente inequívocos para avançar com processo de idoneidade à luz daquilo que é a jurisprudência". "O BdP usou os elementos ao seu dispor para forçar a saída de Ricardo Salgado", declarou, acrescentando que a saída de Salgado "deveu-se à persuasão moral feita" pelo supervisor.
Ex-administrador do BES Rui Silveira: O banco central tem "poder soberano" para afastar a "qualquer momento" administradores e gestores sem recorrer à figura da idoneidade, sublinhou Rui Silveira. "A minha resposta é que sim, o BdP tem esse poder a qualquer momento".
Ricardo Salgado: "Tendo, certamente acertado e falhado muito na minha vida, sempre em consciência me considerei idóneo para servir na sucessão daqueles que fundaram e prestigiaram o GES".
3) Onde está o dinheiro dos créditos atribuídos ao BESA?
Ex-presidente executivo do BESA Álvaro Sobrinho: "Dizer que este dinheiro saiu para financiar o BESA não é verdade. O dinheiro ficou no BES Portugal".
Ricardo Salgado: O ex-banqueiro disse que se foi apercebendo de que as coisas não estavam a correr bem em Angola devido a relatos que lhe iam chegando, mas que só após a saída de Álvaro Sobrinho da liderança executiva do BESA é que foi possível perceber a dimensão do problema. De acordo com Salgado, é a nova comissão executiva do BESA, que foi preparada por Amílcar Morais Pires, antigo administrador financeiro do BES e ex-braço-direito de Salgado, que "ao fim de algum tempo consegue perceber o que se passa". E realçou: "Era uma situação pavorosa e que ultrapassa tudo e todos". Questionado sobre a dimensão da exposição do BES ao BESA, que ascendia a 3,3 mil milhões de euros, Salgado sublinhou que "o BES era um banco que apoiava muitíssimo toda a área das exportações".
Ex-administrador do BES Joaquim Goes: O responsável disse que o banco desconhecia quem eram os clientes finais dos créditos atribuídos pelo BESA. O banco angolano cedeu empréstimos superiores a 5,7 mil milhões de dólares (cerca de 4,6 mil milhões de euros ao câmbio actual), montante em local indefinido e que potenciou problemas no GES e no BES. Joaquim Goes reforçou que o BESA tinha "perfeita autonomia" e "nenhum indício" existia sobre eventuais problemas na entidade, nomeadamente na carteira de crédito.
Presidente da KPMG Portugal, Sikander Sattar: A auditora não considerou necessário ser feita uma provisão sobre os créditos do BES ao BESA porque estes estavam abrangidos por uma garantia do Estado angolano. "Em 2013, existia uma garantia soberana [relativa ao crédito concedido ao BESA]. O próprio governador do BdP disse na sua audição que a sua validade nunca foi posta em causa, mas sim a sua elegibilidade para efeito de fundos próprios", afirmou o responsável.
4) A falsificação de contas na Espírito Santo International (ESI), holding de topo do Grupo Espírito Santo (GES).
Ricardo Salgado: "Nunca dei instruções a ninguém para ocultar passivos do grupo", disse, reforçando que não deu essas instruções a Francisco Machado da Cruz, contabilista responsável pelos números da ESI. O responsável acrescentou que nunca pediu a ninguém para "ocultar" passivos da ESI, sublinhando que se dedicava "a 100%" à área financeira do GES.
Ex-administrador do BES Pedro Mosqueira do Amaral: Disse ter tomado consciência da gravidade do problema no final de 2013, e quando tal se verificou garante que ficou "assustado". "Fiquei mesmo assustado", reforçou.
Antigo administrador do BES e presidente do BESI, José Maria Ricciardi: "A principal justificação para a situação da ESI é a má gestão".
5) Frases marcantes.
Ricardo Salgado: "Considero-me uma pessoa sóbria e trabalhadora. Esta designação de Dono Disto Tudo [DDT] é irrisória".
José Maria Ricciardi: "A cada um caberá responsabilidade pelo que fez e cabe a cada um a responsabilidade pelos actos que praticou. Não admito solidariedade por práticas que não pratiquei e a que fui alheio".
Antigo accionista do BES e presidente da Semapa, Pedro Queiroz Pereira: "[Ricardo Salgado] tem um problema, porque não lida maravilhosamente com a verdade".
Amílcar Morais Pires: "Eu pertenci a um exército, que tinha um general, e esse exército perdeu".
José Manuel Espírito Santo Silva: "Quem mais sofreu com tudo isto merece pelo menos um pedido de desculpa institucional".
Álvaro Sobrinho: "Fui accionista da ESI e graças a Deus saí a tempo de recuperar o meu dinheiro".
 
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