BES - A LUTA
Re: BES - A LUTA
Boas,
SEGUNDO O PÚBLICO AS BUSCAS PROCURAM PORMENORES DA INTERVENÇÃO DA FAMILIA ES
Novembro 27th, 2014
Citamos: Público
A investigação em curso à actuação do Banco Espírito Santo (BES) e dos seus responsáveis antes da intervenção pública que o Banco de Portugal conduziu no início de Agosto baseia-se em indícios de práticas de ilegalidades denunciados pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) e do próprio supervisor, neste caso, a partir das conclusões de uma auditoria externa.
A bancarrota do antigo BES aconteceu depois de se verificar que o banco tinha uma fortíssima exposição financeira a várias empresas do Grupo Espírito Santo (GES) e ao Banco Espírito Santo Angola (BESA), todos a atravessarem situações muito delicadas.
Para além de acumularem passivos monumentais, as companhias da holding familiar eram, em alguns casos, acusadas de práticas contabilísticas que visaram esconder prejuízos e dívida. Em Julho, cerca de um mês antes da intervenção pública, o banco assumia ter uma exposição do GES que totalizava 1200 milhões de euros, a que se somavam os quase 900 milhões de euros de dívida de companhias do GES que tinha colocado junto de clientes do retalho e os cerca de 2000 milhões que tinham sido vendidos clientes institucionais.
No caso do banco que o ex-BES controlava em Angola, o problema tinha outra dimensão: os mais de 3000 milhões de euros de crédito que tinha sido concedido e cuja recuperação era considerada muito problemática.
Quando o Banco de Portugal assumiu a intervenção pública no BES, a instituição acabara de revelar prejuízos de cerca de 3600 milhões de euros no primeiro semestre. Este resultado desastroso foi determinado pela exposição do BES ao Grupo Espírito Santo e ao BES Angola, que obrigou à constituição de provisões para perdas futuras de mais de 4300 milhões de euros.
Na sequência deste descalabro que chegou a ameaçar risco para o sistema, as autoridades de supervisão começaram a investigar as práticas que acabaram por conduzir ao desaparecimento de uma marca bancária histórica em Portugal. Do lado da CMVM, este trabalho incidiu sobre a gestão das carteiras dos clientes e possíveis irregularidades associadas. A investigação em curso visará encontrar o rasto de emissões de dívida que suscitaram dúvidas quanto à legalidades dos procedimentos junto da comissão e que geraram mais-valias que não se sabe onde ficaram.
Na comissão parlamentar de inquérito ao BES, o presidente da CMVM, Carlos Tavares, referiu-se a elas, tendo afirmado que se tratava de operações muito complexas. Os técnicos da entidade, que acompanharam as buscas realizadas ontem, terão tentado procurar respostas para emissões de dívida do GES e também do BES de longo prazo que, ao contrário das obrigações normais, eram posteriormente vendidas a entidades terceiras, neste caso através da Eurofin, uma consultora que há década e meia apoiava a família Espírito Santo nas suas transacções e na gestão das sociedades que controlava.
Tavares referiu que estas emissões eram de muito longo prazo, às vezes de 40 anos, e tinham um preço de emissão muito baixo. Eram colocadas pela Eurofin noutras sociedades, que a partir delas emitiam acções preferenciais que acabariam por ser vendidas a clientes. Como o rendimento destas obrigações eram superior ao valor pago aos clientes, o GES e/ou o BES ficavam com a diferença.
A investigação poderá incidir também sobre os temas que o Banco de Portugal quer ver esclarecidos, nomeadamente, se o banco cumpriu as suas obrigações na avaliação de risco do papel comercial de empresas do GES que vendeu aos seus balcões e que, entre clientes institucionais e particulares, chegava perto dos 3000 milhões de euros à data da intervenção no BES. Muitos clientes pensaram que estavam a adquirir títulos de dívida do banco, quando se tratava de companhias cuja saúde financeira era muito débil.
Na audição perante os deputados da Assembleia da República, o governador do Banco de Portugal lembrou que a instituição já instaurou diversos processos sancionatórios aos responsáveis do BES, embora se encontrem em segredo de justiça. Mesmo assim, Carlos Costa confirmou que um deles tem a ver com as relações do banco com o BESA, que aponta para a possibilidade de “risco de branqueamento de capitais”.
A autoridade de supervisão do sistema bancário quer também verificar até que ponto o BES cumpriu as recomendações que impunham limites na exposição do banco a empresas do universo do GES, quando se tornou evidente que a situação financeira de empresas como a ESI, a Rioforte ou a Espírito Santo Financial Group (que era quem controlava a participação no banco) podia determinar a sua falência, como veio a acontecer.
SEGUNDO O PÚBLICO AS BUSCAS PROCURAM PORMENORES DA INTERVENÇÃO DA FAMILIA ES
Novembro 27th, 2014
Citamos: Público
A investigação em curso à actuação do Banco Espírito Santo (BES) e dos seus responsáveis antes da intervenção pública que o Banco de Portugal conduziu no início de Agosto baseia-se em indícios de práticas de ilegalidades denunciados pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) e do próprio supervisor, neste caso, a partir das conclusões de uma auditoria externa.
A bancarrota do antigo BES aconteceu depois de se verificar que o banco tinha uma fortíssima exposição financeira a várias empresas do Grupo Espírito Santo (GES) e ao Banco Espírito Santo Angola (BESA), todos a atravessarem situações muito delicadas.
Para além de acumularem passivos monumentais, as companhias da holding familiar eram, em alguns casos, acusadas de práticas contabilísticas que visaram esconder prejuízos e dívida. Em Julho, cerca de um mês antes da intervenção pública, o banco assumia ter uma exposição do GES que totalizava 1200 milhões de euros, a que se somavam os quase 900 milhões de euros de dívida de companhias do GES que tinha colocado junto de clientes do retalho e os cerca de 2000 milhões que tinham sido vendidos clientes institucionais.
No caso do banco que o ex-BES controlava em Angola, o problema tinha outra dimensão: os mais de 3000 milhões de euros de crédito que tinha sido concedido e cuja recuperação era considerada muito problemática.
Quando o Banco de Portugal assumiu a intervenção pública no BES, a instituição acabara de revelar prejuízos de cerca de 3600 milhões de euros no primeiro semestre. Este resultado desastroso foi determinado pela exposição do BES ao Grupo Espírito Santo e ao BES Angola, que obrigou à constituição de provisões para perdas futuras de mais de 4300 milhões de euros.
Na sequência deste descalabro que chegou a ameaçar risco para o sistema, as autoridades de supervisão começaram a investigar as práticas que acabaram por conduzir ao desaparecimento de uma marca bancária histórica em Portugal. Do lado da CMVM, este trabalho incidiu sobre a gestão das carteiras dos clientes e possíveis irregularidades associadas. A investigação em curso visará encontrar o rasto de emissões de dívida que suscitaram dúvidas quanto à legalidades dos procedimentos junto da comissão e que geraram mais-valias que não se sabe onde ficaram.
Na comissão parlamentar de inquérito ao BES, o presidente da CMVM, Carlos Tavares, referiu-se a elas, tendo afirmado que se tratava de operações muito complexas. Os técnicos da entidade, que acompanharam as buscas realizadas ontem, terão tentado procurar respostas para emissões de dívida do GES e também do BES de longo prazo que, ao contrário das obrigações normais, eram posteriormente vendidas a entidades terceiras, neste caso através da Eurofin, uma consultora que há década e meia apoiava a família Espírito Santo nas suas transacções e na gestão das sociedades que controlava.
Tavares referiu que estas emissões eram de muito longo prazo, às vezes de 40 anos, e tinham um preço de emissão muito baixo. Eram colocadas pela Eurofin noutras sociedades, que a partir delas emitiam acções preferenciais que acabariam por ser vendidas a clientes. Como o rendimento destas obrigações eram superior ao valor pago aos clientes, o GES e/ou o BES ficavam com a diferença.
A investigação poderá incidir também sobre os temas que o Banco de Portugal quer ver esclarecidos, nomeadamente, se o banco cumpriu as suas obrigações na avaliação de risco do papel comercial de empresas do GES que vendeu aos seus balcões e que, entre clientes institucionais e particulares, chegava perto dos 3000 milhões de euros à data da intervenção no BES. Muitos clientes pensaram que estavam a adquirir títulos de dívida do banco, quando se tratava de companhias cuja saúde financeira era muito débil.
Na audição perante os deputados da Assembleia da República, o governador do Banco de Portugal lembrou que a instituição já instaurou diversos processos sancionatórios aos responsáveis do BES, embora se encontrem em segredo de justiça. Mesmo assim, Carlos Costa confirmou que um deles tem a ver com as relações do banco com o BESA, que aponta para a possibilidade de “risco de branqueamento de capitais”.
A autoridade de supervisão do sistema bancário quer também verificar até que ponto o BES cumpriu as recomendações que impunham limites na exposição do banco a empresas do universo do GES, quando se tornou evidente que a situação financeira de empresas como a ESI, a Rioforte ou a Espírito Santo Financial Group (que era quem controlava a participação no banco) podia determinar a sua falência, como veio a acontecer.
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Re: BES - A LUTA
COMO É QUE NINGUÉM ESTÁ PRESO???
Ficheiros BES
"EXMOS. SENHORES": O QUE O BANCO DE PORTUGAL JÁ SABIA E O QUE O GES AINDA ESCONDIA
Exclusivo: Expresso revela cartas entre Banco de Portugal e Grupo Espírito Santo trocadas ao longo de vários meses. Mais do que um "jogo do gato e do rato", correspondência mostra o que o Banco de Portugal sabia e o que os administradores Espírito Santo escondiam. Exigências, ameaças, promessas e tensões.
Na véspera do arranque da Comissão Parlamentar de Inquérito, o Expresso revela material inédito na investigação do caso Espírito Santo: cartas trocadas entre as administrações do Banco de Portugal e o Grupo Espírito Santo, incluindo a ESFG e o BES.
As cartas revelam, por um lado, que informações o Banco de Portugal foi tendo ao longo do processo, ao longo de 2013 e 2014, e o que foi exigindo e ameaçando fazer. Por outro lado, as respostas do Grupo Espírito Santo são sempre feitas numa base de compromissos de resolução dos problemas, com reestruturações várias, a maioria dos quais nunca foi cumprido. Dificilmente se pode dizer que o Banco de Portugal tenha sido apanhado de surpresa. Pelo menos desde 25 de julho de 2013 (um ano antes da separação do BES em banco bom e banco mau) que o Banco de Portugal fala em resolução e enumera os problemas que levariam ao colapso. As cartas confidenciais revelam o confronto entre a equipa de Carlos Costa e Ricardo Salgado.
Esta divulgação de cartas, fontes primárias que o Expresso trabalhou ao longo de meses e que agora publica, faz parte dos Ficheiros BES , projeto editorial que abre a arca de fontes documentais para partilhar informação essencial com a comunidade, visando contribuir para o esclarecimento de um dos maiores escândalos financeiros de sempre.
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Exclusivo: Expresso revela cartas entre Banco de Portugal e Grupo Espírito Santo trocadas ao longo de vários meses. Mais do que um "jogo do gato e do rato", correspondência mostra o que o Banco de Portugal sabia e o que os administradores Espírito Santo escondiam. Exigências, ameaças, promessas e tensões.
Na véspera do arranque da Comissão Parlamentar de Inquérito, o Expresso revela material inédito na investigação do caso Espírito Santo: cartas trocadas entre as administrações do Banco de Portugal e o Grupo Espírito Santo, incluindo a ESFG e o BES.
As cartas revelam, por um lado, que informações o Banco de Portugal foi tendo ao longo do processo, ao longo de 2013 e 2014, e o que foi exigindo e ameaçando fazer. Por outro lado, as respostas do Grupo Espírito Santo são sempre feitas numa base de compromissos de resolução dos problemas, com reestruturações várias, a maioria dos quais nunca foi cumprido. Dificilmente se pode dizer que o Banco de Portugal tenha sido apanhado de surpresa. Pelo menos desde 25 de julho de 2013 (um ano antes da separação do BES em banco bom e banco mau) que o Banco de Portugal fala em resolução e enumera os problemas que levariam ao colapso. As cartas confidenciais revelam o confronto entre a equipa de Carlos Costa e Ricardo Salgado.
Esta divulgação de cartas, fontes primárias que o Expresso trabalhou ao longo de meses e que agora publica, faz parte dos Ficheiros BES , projeto editorial que abre a arca de fontes documentais para partilhar informação essencial com a comunidade, visando contribuir para o esclarecimento de um dos maiores escândalos financeiros de sempre.
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Re: BES - A LUTA
Agora já podem fazer as buscas, as provas já foram destruídas...UMA VERGONHA
O sr. ricardo deveria ter ficado preso, mas aproveitou o dinheiro que roubou para pagar a caução...
muita explicação por dar...
e o que andam os sr. do BES a fazer?
andam a comer as ultimas migalhas?
que resultados já apresentaram?
onde anda o ministério publico?
FANTOCHADA...
O sr. ricardo deveria ter ficado preso, mas aproveitou o dinheiro que roubou para pagar a caução...
muita explicação por dar...
e o que andam os sr. do BES a fazer?
andam a comer as ultimas migalhas?
que resultados já apresentaram?
onde anda o ministério publico?
FANTOCHADA...
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Re: BES - A LUTA
Boas,
CM: RICARDO SALGADO E ANTIGA ADMINISTRAÇÃO DO BES ALVO DE BUSCAS DA POLÍCIA JUDICIÁRIA
27 Novembro 2014, 10:05 por Jornal de Negócios | jng@negocios.pt
Em causa estão actos de gestão do Banco Espírito Santo ao longo dos últimos anos "com fortes suspeitas de configurarem crimes de burla, falsificação de contabilidade, branqueamento de capitais, abuso de confiança e fraude fiscal qualificada", avança a CMTV.
A CMTV avança que está a decorrer uma mega-operação da Polícia Judiciária, que envolve buscas a residências e escritórios dos membros da antiga administração do Banco Espírito Santo, liderada por Ricardo Salgado, e à sede da instituição em Lisboa. Até às 12h00, as autoridades já fizeram buscas às residências de Ricardo Salgado, Morais Pires, Álvaro Sobrinho (antigo presidente executivo do BES Angola) e Hélder Bataglia, ex-presidente executivo da Escom.
Em causa, segundo a CMTV, estão actos de gestão do Banco Espírito Santo ao longo dos últimos anos "com fortes suspeitas de configurarem crimes de burla, falsificação de contabilidade, branqueamento de capitais, abuso de confiança e fraude fiscal qualificada".
A operação da Unidade de Combate à Corrupção da PJ, em articulação com o procurador Rosário Teixeira, do Departamento Central de Investigação e Acção Penal, conta com cerca de 200 inspectores no terreno, e ocorre na sequência de uma queixa-crime apresentada, em Setembro, pelo Banco de Portugal ao Ministério Público, pode ler-se no site do Correio da Manhã.
"A investigação assenta, em parte, nas conclusões obtidas pelo Banco de Portugal através de uma auditoria forense à gestão do BES, depois de o banco ter falido e dado origem à criação do Novo Banco", refere ainda o jornal.
A operação da Polícia Judiciária envolve 30 alvos de buscas e 50 buscas que irão realizar-se ao longo de todo o dia de hoje. O Correio da Manhã avança que a operação não inclui, à partida, mandatos de detenção.
O semanário Expresso avança que as buscas à sede do BES em Lisboa estão a ser feitas por uma equipa que integra cerca de 20 elementos da Direcção de Serviços de Investigação de Fraude e Acções Especiais (DSIFAE) e da Unidade de Grandes Contribuintes, bem como membros da Unidade de Combate à Corrupção da Polícia Judiciária (PJ).O juiz Carlos Alexandre está a acompanhar as buscas na sede do BES, agora Novo Banco.
Em Julho deste ano, Ricardo Salgado foi constituído arguido por suspeitas dos crimes de burla, abuso de confiança, falsificação e branqueamento de capitais.
(Notícia actualizada corrigida às 12h45. A RESIDÊNCIA DE JOSÉ MARIA RICCIARDI NÃO FOI ALVO DE BUSCAS)
CM: RICARDO SALGADO E ANTIGA ADMINISTRAÇÃO DO BES ALVO DE BUSCAS DA POLÍCIA JUDICIÁRIA
27 Novembro 2014, 10:05 por Jornal de Negócios | jng@negocios.pt
Em causa estão actos de gestão do Banco Espírito Santo ao longo dos últimos anos "com fortes suspeitas de configurarem crimes de burla, falsificação de contabilidade, branqueamento de capitais, abuso de confiança e fraude fiscal qualificada", avança a CMTV.
A CMTV avança que está a decorrer uma mega-operação da Polícia Judiciária, que envolve buscas a residências e escritórios dos membros da antiga administração do Banco Espírito Santo, liderada por Ricardo Salgado, e à sede da instituição em Lisboa. Até às 12h00, as autoridades já fizeram buscas às residências de Ricardo Salgado, Morais Pires, Álvaro Sobrinho (antigo presidente executivo do BES Angola) e Hélder Bataglia, ex-presidente executivo da Escom.
Em causa, segundo a CMTV, estão actos de gestão do Banco Espírito Santo ao longo dos últimos anos "com fortes suspeitas de configurarem crimes de burla, falsificação de contabilidade, branqueamento de capitais, abuso de confiança e fraude fiscal qualificada".
A operação da Unidade de Combate à Corrupção da PJ, em articulação com o procurador Rosário Teixeira, do Departamento Central de Investigação e Acção Penal, conta com cerca de 200 inspectores no terreno, e ocorre na sequência de uma queixa-crime apresentada, em Setembro, pelo Banco de Portugal ao Ministério Público, pode ler-se no site do Correio da Manhã.
"A investigação assenta, em parte, nas conclusões obtidas pelo Banco de Portugal através de uma auditoria forense à gestão do BES, depois de o banco ter falido e dado origem à criação do Novo Banco", refere ainda o jornal.
A operação da Polícia Judiciária envolve 30 alvos de buscas e 50 buscas que irão realizar-se ao longo de todo o dia de hoje. O Correio da Manhã avança que a operação não inclui, à partida, mandatos de detenção.
O semanário Expresso avança que as buscas à sede do BES em Lisboa estão a ser feitas por uma equipa que integra cerca de 20 elementos da Direcção de Serviços de Investigação de Fraude e Acções Especiais (DSIFAE) e da Unidade de Grandes Contribuintes, bem como membros da Unidade de Combate à Corrupção da Polícia Judiciária (PJ).O juiz Carlos Alexandre está a acompanhar as buscas na sede do BES, agora Novo Banco.
Em Julho deste ano, Ricardo Salgado foi constituído arguido por suspeitas dos crimes de burla, abuso de confiança, falsificação e branqueamento de capitais.
(Notícia actualizada corrigida às 12h45. A RESIDÊNCIA DE JOSÉ MARIA RICCIARDI NÃO FOI ALVO DE BUSCAS)
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Re: BES - A LUTA
A uma pergunta de um jornalista, o presidente do novo banco disse há pouco na televisão que estava confiante relativamente a divulgação do balanço e rácios do banco....vale o que vale e não sei exactamente o significado destas palavras.
O resto da banca, bcp e bpi principais interessados estão com pequenas valorizações e baixo volume de negócios.
O resto da banca, bcp e bpi principais interessados estão com pequenas valorizações e baixo volume de negócios.
Re: BES - A LUTA
MESES DEPOIS ,FAZEM O QUE JÁ DEVIAM TER FEITO HÁ 6 MESES PELO MENOS...ESTAS BUSCAS SÃO UM EMBUSTE PARA O POVO COMER E CALAR.
Unidade antifraude do fisco está no BES. Com Carlos Alexandre
O Expresso sabe que elementos da unidade antifraude da Autoridade Tributária e Aduaneira integram a equipa das buscas ao BES.
Ana Sofia Santos e Isabel Vicente |
11:03 Quinta feira, 27 de novembro de 2014
Antiga sede do BES, agora Novo Banco, na avenida da Liberdade, em Lisboa
Antiga sede do BES, agora Novo Banco, na avenida da Liberdade, em Lisboa / Nuno Botelho
As buscas à sede do BES em Lisboa estão a ser feitas por uma equipa que integra cerca de 20 elementos da Direção de Serviços de Investigação de Fraude e Ações Especiais (DSIFAE) e da Unidade de Grandes Contribuintes, bem como membros da Unidade de Combate à Corrupção da Polícia Judiciária (PJ). O juiz Carlos Alexandre acompanha as buscas na sede do BES, agora Novo Banco.
Em causa está a investigação aos atos de gestão do BES nos últimos anos, com fortes indícios de crimes burla, falsificação de contabilidade, branqueamento de capitais e abuso de confiança, segundo avançaram a SIC Notícias e o "Correio da Manhã".
As equipas estão na sede do BES, agora Novo Banco, e segundo apurou o Expresso estarão a ser realizadas, em simultâneo, buscas às residências de ex-administradores do banco, incluíndo do ex-presidente do BES, Ricardo Salgado, cujo escritório também poderá estar a ser visitado pelas autoridades.
As buscas estão a ser feitas em articulação com o procurador Rosário Teixeira, do Departamento Central de Investigação . Ação Penal.
Unidade antifraude do fisco está no BES. Com Carlos Alexandre
O Expresso sabe que elementos da unidade antifraude da Autoridade Tributária e Aduaneira integram a equipa das buscas ao BES.
Ana Sofia Santos e Isabel Vicente |
11:03 Quinta feira, 27 de novembro de 2014
Antiga sede do BES, agora Novo Banco, na avenida da Liberdade, em Lisboa
Antiga sede do BES, agora Novo Banco, na avenida da Liberdade, em Lisboa / Nuno Botelho
As buscas à sede do BES em Lisboa estão a ser feitas por uma equipa que integra cerca de 20 elementos da Direção de Serviços de Investigação de Fraude e Ações Especiais (DSIFAE) e da Unidade de Grandes Contribuintes, bem como membros da Unidade de Combate à Corrupção da Polícia Judiciária (PJ). O juiz Carlos Alexandre acompanha as buscas na sede do BES, agora Novo Banco.
Em causa está a investigação aos atos de gestão do BES nos últimos anos, com fortes indícios de crimes burla, falsificação de contabilidade, branqueamento de capitais e abuso de confiança, segundo avançaram a SIC Notícias e o "Correio da Manhã".
As equipas estão na sede do BES, agora Novo Banco, e segundo apurou o Expresso estarão a ser realizadas, em simultâneo, buscas às residências de ex-administradores do banco, incluíndo do ex-presidente do BES, Ricardo Salgado, cujo escritório também poderá estar a ser visitado pelas autoridades.
As buscas estão a ser feitas em articulação com o procurador Rosário Teixeira, do Departamento Central de Investigação . Ação Penal.
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Re: BES - A LUTA
Afinal parece que a minha interpretação acerca do tal senhor, cujo nome não deve ser pronunciado, e sobre a responsabilidade extracontratual que lhe deve ser imputada, tinha um certo fundamento...não?
Que explique, se a decisão foi dele ou se foi um certo politico, que não é igual aos outros, que por sua vez não são todos iguais, que o obrigou a tomar esta decisão miseravelmente absurda e prejudicial para o Estado e para o Povo português.
A vergonha maior, como tambem referi ao tempo, é no meio de tanta incompetencia não ter sido imediatamente demitido. Grave tambem é, no proprio Povo, haver quem considere esta actuação legitima.
Aguardo, confiante de que existem, de facto, Homens sérios na politica. Que a comissão de inquerito continue firmemente o seu trabalho e que, a Justiça, não deixe de actuar neste caso.
Que explique, se a decisão foi dele ou se foi um certo politico, que não é igual aos outros, que por sua vez não são todos iguais, que o obrigou a tomar esta decisão miseravelmente absurda e prejudicial para o Estado e para o Povo português.
A vergonha maior, como tambem referi ao tempo, é no meio de tanta incompetencia não ter sido imediatamente demitido. Grave tambem é, no proprio Povo, haver quem considere esta actuação legitima.
Aguardo, confiante de que existem, de facto, Homens sérios na politica. Que a comissão de inquerito continue firmemente o seu trabalho e que, a Justiça, não deixe de actuar neste caso.
Re: BES - A LUTA
Boas,
PSD QUER MAIS EXPLICAÇÕES SOBRE NÃO RETIRADA DE IDONEIDADE DE SALGADO
PARTIDO QUER «DESACERTO» ENTRE OS FACTOS AFIRMADOS NA COMISSÃO PARLAMENTAR AO CASO BES EXPLICADO
O PSD quer que o governador do Banco de Portugal (BdP) explique o «desacerto» entre os factos afirmados na comissão parlamentar ao caso BES e revelações posteriores sobre o porquê de Ricardo Salgado não ter sido afastado mais cedo.
Na semana passada, ouvido no parlamento, o governador Carlos Costa realçou que o supervisor não tinha poderes consagrados na lei para afastar a equipa de gestão do BES e retirar a idoneidade de Ricardo Salgado, socorrendo-se, entre outros elementos, de um parecer de «dois grandes juristas de Coimbra a mostrar que o BdP não podia fazer o que queria fazer», isto é, afastá-lo da presidência do BES.
Em carta endereçada aos deputados da comissão, o professor Pedro Maia, um desses dois juristas de Coimbra, «esclarece cabalmente a sua posição», disse à agência Lusa o deputado do PSD Carlos Abreu Amorim, dizendo «exatamente o contrário» do que havia revelado Carlos Costa.
Pedro Maia foi chamado pelos sociais-democratas para prestar o seu depoimento na comissão de inquérito, adiantou ainda o parlamentar do PSD.
«O grupo parlamentar do PSD tem a perceção e faz a interpretação jurídica de que o BdP possui os poderes necessários e bastantes para que fosse retirada em devido tempo a idoneidade dos administradores do BES e do GES», sublinha Carlos Abreu Amorim, coordenador do PSD na comissão de inquérito.
Em data por agendar será novamente ouvido Carlos Costa e também o vice-governador Pedro Duarte Neves, compromisso estabelecido entre todos os grupos parlamentares, revelou o deputado do PSD.
A comissão de inquérito, que arrancou na semana passada, tem um prazo de 120 dias, que pode eventualmente ser alargado.
A 03 de agosto, o Banco de Portugal tomou o controlo do BES, após a apresentação de prejuízos semestrais de 3,6 mil milhões de euros, e anunciou a separação da instituição em duas entidades: o chamado 'bad bank' (um veículo que mantém o nome BES e que concentra os ativos e passivos tóxicos do BES, assim como os acionistas) e o banco de transição que foi designado Novo Banco.
PSD QUER MAIS EXPLICAÇÕES SOBRE NÃO RETIRADA DE IDONEIDADE DE SALGADO
PARTIDO QUER «DESACERTO» ENTRE OS FACTOS AFIRMADOS NA COMISSÃO PARLAMENTAR AO CASO BES EXPLICADO
O PSD quer que o governador do Banco de Portugal (BdP) explique o «desacerto» entre os factos afirmados na comissão parlamentar ao caso BES e revelações posteriores sobre o porquê de Ricardo Salgado não ter sido afastado mais cedo.
Na semana passada, ouvido no parlamento, o governador Carlos Costa realçou que o supervisor não tinha poderes consagrados na lei para afastar a equipa de gestão do BES e retirar a idoneidade de Ricardo Salgado, socorrendo-se, entre outros elementos, de um parecer de «dois grandes juristas de Coimbra a mostrar que o BdP não podia fazer o que queria fazer», isto é, afastá-lo da presidência do BES.
Em carta endereçada aos deputados da comissão, o professor Pedro Maia, um desses dois juristas de Coimbra, «esclarece cabalmente a sua posição», disse à agência Lusa o deputado do PSD Carlos Abreu Amorim, dizendo «exatamente o contrário» do que havia revelado Carlos Costa.
Pedro Maia foi chamado pelos sociais-democratas para prestar o seu depoimento na comissão de inquérito, adiantou ainda o parlamentar do PSD.
«O grupo parlamentar do PSD tem a perceção e faz a interpretação jurídica de que o BdP possui os poderes necessários e bastantes para que fosse retirada em devido tempo a idoneidade dos administradores do BES e do GES», sublinha Carlos Abreu Amorim, coordenador do PSD na comissão de inquérito.
Em data por agendar será novamente ouvido Carlos Costa e também o vice-governador Pedro Duarte Neves, compromisso estabelecido entre todos os grupos parlamentares, revelou o deputado do PSD.
A comissão de inquérito, que arrancou na semana passada, tem um prazo de 120 dias, que pode eventualmente ser alargado.
A 03 de agosto, o Banco de Portugal tomou o controlo do BES, após a apresentação de prejuízos semestrais de 3,6 mil milhões de euros, e anunciou a separação da instituição em duas entidades: o chamado 'bad bank' (um veículo que mantém o nome BES e que concentra os ativos e passivos tóxicos do BES, assim como os acionistas) e o banco de transição que foi designado Novo Banco.
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Re: BES - A LUTA
Boas,
VENDA DO NOVO BANCO ABAIXO DOS 4,9 MIL MILHÕES NÃO VAI AMEAÇAR SOLVÊNCIA DE NENHUM OUTRO BANCO
25 Novembro 2014, 16:45 por Diogo Cavaleiro | diogocavaleiro@negocios.pt
Só quando se conhecer o valor da alienação do Novo Banco é que se vai saber quanto tempo a banca terá para pagar uma eventual diferença face ao empréstimo do Estado.
O Banco de Portugal assegura que nenhum banco ficará com a sua solvência ameaçada no caso de o Novo Banco ser vendido a um valor abaixo dos 4,9 mil milhões de euros. Isto porque terá de ser o sistema financeiro a suportar a diferença face àquele montante.
"Em qualquer caso, o financiamento será estruturado de modo a não pôr em causa a solvência de qualquer banco e, naturalmente, preservar a estabilidade financeira", garantiu José Berberan Ramalho, vice-governador do Banco de Portugal que preside também ao fundo de resolução da banca.
O Novo Banco recebeu uma injecção de 4,9 mil milhões de euros após a resolução, sendo que 3,9 mil milhões de euros são garantidos por um empréstimo do Estado, 700 milhões por um empréstimo da banca e 300 milhões de fundos próprios do fundo de resolução (advindos de contribuições das instituições financeiras normais desde 2012). Para a banca, é essencial que a venda nunca seja abaixo dos 4,9 mil milhões de euros para não perder dinheiro. Pior será se for abaixo dos 3,9 mil milhões de euros, já que terá de assegurar o empréstimo do Estado.
Essa eventual diferença terá de ser paga por receitas próprias do fundo – como as contribuições periódicas que são feitas para o fundo de resolução e também "eventualmente" de contribuições especiais.
"A definição da estrutura de financiamento de uma eventual insuficiência (em termos do tipo de contribuições, da sua distribuição no tempo, e do eventual recurso a empréstimos temporários) vai depender criticamente do montante dessa hipotética insuficiência", justificou o responsável do regulador do sector financeiro.
"Na eventualidade de o produto da venda do Novo Banco ser superior à soma dos montantes disponibilizados pelo Fundo de Resolução, o excedente reverterá para o BES (‘bad bank’), ou para a sua massa insolvente, se entretanto já tiver sido revogada a autorização ao BES para o exercício da actividade", alertou ainda José Berberan Ramalho aos deputados. É neste banco mau que estão os accionistas e credores subordinados do antigo BES.
VENDA DO NOVO BANCO ABAIXO DOS 4,9 MIL MILHÕES NÃO VAI AMEAÇAR SOLVÊNCIA DE NENHUM OUTRO BANCO
25 Novembro 2014, 16:45 por Diogo Cavaleiro | diogocavaleiro@negocios.pt
Só quando se conhecer o valor da alienação do Novo Banco é que se vai saber quanto tempo a banca terá para pagar uma eventual diferença face ao empréstimo do Estado.
O Banco de Portugal assegura que nenhum banco ficará com a sua solvência ameaçada no caso de o Novo Banco ser vendido a um valor abaixo dos 4,9 mil milhões de euros. Isto porque terá de ser o sistema financeiro a suportar a diferença face àquele montante.
"Em qualquer caso, o financiamento será estruturado de modo a não pôr em causa a solvência de qualquer banco e, naturalmente, preservar a estabilidade financeira", garantiu José Berberan Ramalho, vice-governador do Banco de Portugal que preside também ao fundo de resolução da banca.
O Novo Banco recebeu uma injecção de 4,9 mil milhões de euros após a resolução, sendo que 3,9 mil milhões de euros são garantidos por um empréstimo do Estado, 700 milhões por um empréstimo da banca e 300 milhões de fundos próprios do fundo de resolução (advindos de contribuições das instituições financeiras normais desde 2012). Para a banca, é essencial que a venda nunca seja abaixo dos 4,9 mil milhões de euros para não perder dinheiro. Pior será se for abaixo dos 3,9 mil milhões de euros, já que terá de assegurar o empréstimo do Estado.
Essa eventual diferença terá de ser paga por receitas próprias do fundo – como as contribuições periódicas que são feitas para o fundo de resolução e também "eventualmente" de contribuições especiais.
"A definição da estrutura de financiamento de uma eventual insuficiência (em termos do tipo de contribuições, da sua distribuição no tempo, e do eventual recurso a empréstimos temporários) vai depender criticamente do montante dessa hipotética insuficiência", justificou o responsável do regulador do sector financeiro.
"Na eventualidade de o produto da venda do Novo Banco ser superior à soma dos montantes disponibilizados pelo Fundo de Resolução, o excedente reverterá para o BES (‘bad bank’), ou para a sua massa insolvente, se entretanto já tiver sido revogada a autorização ao BES para o exercício da actividade", alertou ainda José Berberan Ramalho aos deputados. É neste banco mau que estão os accionistas e credores subordinados do antigo BES.
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Re: BES - A LUTA
Boas,
Inquérito BES
AUTOR DE PARECER INVOCADO POR CARLOS COSTA ARRASA BANCO DE PORTUGAL
Na semana passada, ouvido pelos deputados, governador invocou pareceres jurídicos para não ter retirado idoneidade a Ricardo Salgado. O autor de um deles desautoriza a interpretação de Costa e arrasa o Banco de Portugal.
Filipe Santos Costa |
18:00 Terça feira, 25 de novembro de 2014
Parlamento. Carlos Costa foi ouvido na semana passada, no arranque dos trabalhos do inquérito parlamentar à queda do Grupo Espírito Santo
Parlamento. Carlos Costa foi ouvido na semana passada, no arranque dos trabalhos do inquérito parlamentar à queda do Grupo Espírito Santo / Alberto Frias
Foi a notícia que deu estrondo na audição do governador do Banco de Portugal na comissão parlamentar de inquérito (CPI) ao caso BES: Carlos Costa confessou perante os deputados que gostaria de ter retirado a idoneidade a Ricardo Salgado e que gostaria de o ter feito "muito tempo" antes do banqueiro se ter afastado, mas argumentou que não tinha poderes para isso. E invocou, em defesa da sua tese, duas razões principais: por um lado, a jurisprudência do Supremo Tribunal Administrativo (STA), por outro, pareceres de três juristas de Coimbra que chegaram ao BdP, dando força a essa jurisprudência.
Agora, um desses juristas - Pedro Maia, professor auxiliar da Faculdade de Direito de Coimbra - escreveu uma carta a desmentir o governador. E enviou cópia à comissão parlamentar. "Para esclarecimento da verdade e também para defesa do meu bom nome profissional e académico", explica na missiva, a que o Expresso Diário teve acesso. Mariana Mortágua, do BE, quer explicações de Carlos Costa.
Inquérito BES
AUTOR DE PARECER INVOCADO POR CARLOS COSTA ARRASA BANCO DE PORTUGAL
Na semana passada, ouvido pelos deputados, governador invocou pareceres jurídicos para não ter retirado idoneidade a Ricardo Salgado. O autor de um deles desautoriza a interpretação de Costa e arrasa o Banco de Portugal.
Filipe Santos Costa |
18:00 Terça feira, 25 de novembro de 2014
Parlamento. Carlos Costa foi ouvido na semana passada, no arranque dos trabalhos do inquérito parlamentar à queda do Grupo Espírito Santo
Parlamento. Carlos Costa foi ouvido na semana passada, no arranque dos trabalhos do inquérito parlamentar à queda do Grupo Espírito Santo / Alberto Frias
Foi a notícia que deu estrondo na audição do governador do Banco de Portugal na comissão parlamentar de inquérito (CPI) ao caso BES: Carlos Costa confessou perante os deputados que gostaria de ter retirado a idoneidade a Ricardo Salgado e que gostaria de o ter feito "muito tempo" antes do banqueiro se ter afastado, mas argumentou que não tinha poderes para isso. E invocou, em defesa da sua tese, duas razões principais: por um lado, a jurisprudência do Supremo Tribunal Administrativo (STA), por outro, pareceres de três juristas de Coimbra que chegaram ao BdP, dando força a essa jurisprudência.
Agora, um desses juristas - Pedro Maia, professor auxiliar da Faculdade de Direito de Coimbra - escreveu uma carta a desmentir o governador. E enviou cópia à comissão parlamentar. "Para esclarecimento da verdade e também para defesa do meu bom nome profissional e académico", explica na missiva, a que o Expresso Diário teve acesso. Mariana Mortágua, do BE, quer explicações de Carlos Costa.
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Re: BES - A LUTA
Boas,
EMPRESAS/FINANÇAS17:34
RESOLUÇÃO BES: "PODE HAVER UM PERÍODO EM QUE HÁ CUSTOS PARA O ESTADO"
MARIA ANA BARROSO
maria.barroso@economico.pt
17:34
RESOLUÇÃO BES:
A afirmação foi feita hoje por José Ramalho, a propósito do empréstimo feito pelo Tesouro ao Fundo de Resolução e à possibilidade de a venda do Novo Banco não gerar o montante necessário. "Mas no final serão sempre os bancos a pagar a conta", lembrou.
"Pode haver um período em que há custos para o Estado. Será sempre um custo transitório", disse hoje José Ramalho na comissão de inquérito do caso BES/GES. José Ramalho frisou que "o Estado está a conceder um empréstimo, não está a aplicar capital" e que, no final, "serão sempre os bancos a pagar a conta".
O responsável lembrou que se o preço de venda do Novo Banco for superior aos 4,9 mil milhões de euros de capital social da instituição não haverá tema a resolver.
"Se for inferior são os bancos que tem de pagar essa diferença", até porque há um empréstimo do Tesouro de 3,9 mil milhões de euros para devolver. "Se a dimensão [do gap] for grande nós temos de definir uma estrutura de financiamento que se prolongue no tempo" e de forma a minimizar o impacto no sector financeiro. Nomeadamente com "empréstimos quer dos próprios bancos quer do Estado".
José Ramalho aproveitou para lembrar que o regime de resolução "é uma solução definida a nível europeu para proteger os contribuintes do risco bancário". "Mas a contrapartida disto é que [os bancos] são protegidos face ao risco sistémico".
O também presidente do Fundo de Resolução disse, ainda assim, perceber que "é evidente que os bancos teriam preferido outra solução".
EMPRESAS/FINANÇAS17:34
RESOLUÇÃO BES: "PODE HAVER UM PERÍODO EM QUE HÁ CUSTOS PARA O ESTADO"
MARIA ANA BARROSO
maria.barroso@economico.pt
17:34
RESOLUÇÃO BES:
A afirmação foi feita hoje por José Ramalho, a propósito do empréstimo feito pelo Tesouro ao Fundo de Resolução e à possibilidade de a venda do Novo Banco não gerar o montante necessário. "Mas no final serão sempre os bancos a pagar a conta", lembrou.
"Pode haver um período em que há custos para o Estado. Será sempre um custo transitório", disse hoje José Ramalho na comissão de inquérito do caso BES/GES. José Ramalho frisou que "o Estado está a conceder um empréstimo, não está a aplicar capital" e que, no final, "serão sempre os bancos a pagar a conta".
O responsável lembrou que se o preço de venda do Novo Banco for superior aos 4,9 mil milhões de euros de capital social da instituição não haverá tema a resolver.
"Se for inferior são os bancos que tem de pagar essa diferença", até porque há um empréstimo do Tesouro de 3,9 mil milhões de euros para devolver. "Se a dimensão [do gap] for grande nós temos de definir uma estrutura de financiamento que se prolongue no tempo" e de forma a minimizar o impacto no sector financeiro. Nomeadamente com "empréstimos quer dos próprios bancos quer do Estado".
José Ramalho aproveitou para lembrar que o regime de resolução "é uma solução definida a nível europeu para proteger os contribuintes do risco bancário". "Mas a contrapartida disto é que [os bancos] são protegidos face ao risco sistémico".
O também presidente do Fundo de Resolução disse, ainda assim, perceber que "é evidente que os bancos teriam preferido outra solução".
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Re: BES - A LUTA
Boas,
ESTADO EMPRESTOU 3,9 MIL MILHÕES PARA O NOVO BANCO E ADIANTOU MAIS 635 MILHÕES
25 Novembro 2014, 16:13 por Diogo Cavaleiro | diogocavaleiro@negocios.pt
No início de Agosto, além do dinheiro que serviu para capitalizar o Novo Banco, o Ministério das Finanças emprestou mais 635 milhões de euros ao Fundo de Resolução. Foi pago no final desse mês.
O Estado emprestou 3,9 mil milhões de euros ao Fundo de Resolução da banca, que é o único accionista do Novo Banco, herdeiro dos activos bons do BES. Além disso, durante um mês, o Tesouro português emprestou mais 635 milhões de euros.
A 3 de Agosto, o Banco de Portugal decidiu aplicar a medida de resolução ao BES, dividindo em banco bom e banco mau. Um banco que precisava de 4,9 mil milhões de euros.
"No dia 4 de Agosto, o Tesouro disponibilizou um montante de 635 milhões de euros para além do empréstimo", contou aos deputados o vice-governador do Banco de Portugal e presidente do Fundo de Resolução, José Berberan Ramalho na audição desta terça-feira da comissão parlamentar de inquérito.
Esse empréstimo disponibilizado a 4 de Agosto de 635 milhões de euros "foi reembolsado a 29 de Agosto". E, de acordo com o vice-governador, "deu lugar a 1,3 milhões de euros em juros".
Esse adiantamento foi feito porque o Fundo de Resolução ainda não dispunha do dinheiro que a banca se comprometeu a emprestar, no valor de 700 milhões de euros. Só quando esse valor foi emprestado ao fundo é que os 635 milhões de euros emprestados pelo Tesouro foram reembolsados.
O Novo Banco tem como accionista único o Fundo de Resolução, tendo uma capitalização de 4,9 mil milhões de euros. 3,9 mil milhões vieram do Estado (da linha de capitalização da troika), 700 milhões de euros têm o empréstimo da banca como origem e o restante, cerca de 300 milhões, advém da mobilização dos recursos que o fundo já tinha. Esta estrutura foi revista, já que inicialmente a proposta do Banco de Portugal era de a injecção estatal ser de 4,4 mil milhões de euros, ficando 500 milhões por conta da banca. A banca é que se propôs a contribuir mais, através de um empréstimo.
O Novo Banco é um banco de transição que tem de ser vendido até Agosto de 2016. O dinheiro da venda pretende compensar o montante emprestado.
ESTADO EMPRESTOU 3,9 MIL MILHÕES PARA O NOVO BANCO E ADIANTOU MAIS 635 MILHÕES
25 Novembro 2014, 16:13 por Diogo Cavaleiro | diogocavaleiro@negocios.pt
No início de Agosto, além do dinheiro que serviu para capitalizar o Novo Banco, o Ministério das Finanças emprestou mais 635 milhões de euros ao Fundo de Resolução. Foi pago no final desse mês.
O Estado emprestou 3,9 mil milhões de euros ao Fundo de Resolução da banca, que é o único accionista do Novo Banco, herdeiro dos activos bons do BES. Além disso, durante um mês, o Tesouro português emprestou mais 635 milhões de euros.
A 3 de Agosto, o Banco de Portugal decidiu aplicar a medida de resolução ao BES, dividindo em banco bom e banco mau. Um banco que precisava de 4,9 mil milhões de euros.
"No dia 4 de Agosto, o Tesouro disponibilizou um montante de 635 milhões de euros para além do empréstimo", contou aos deputados o vice-governador do Banco de Portugal e presidente do Fundo de Resolução, José Berberan Ramalho na audição desta terça-feira da comissão parlamentar de inquérito.
Esse empréstimo disponibilizado a 4 de Agosto de 635 milhões de euros "foi reembolsado a 29 de Agosto". E, de acordo com o vice-governador, "deu lugar a 1,3 milhões de euros em juros".
Esse adiantamento foi feito porque o Fundo de Resolução ainda não dispunha do dinheiro que a banca se comprometeu a emprestar, no valor de 700 milhões de euros. Só quando esse valor foi emprestado ao fundo é que os 635 milhões de euros emprestados pelo Tesouro foram reembolsados.
O Novo Banco tem como accionista único o Fundo de Resolução, tendo uma capitalização de 4,9 mil milhões de euros. 3,9 mil milhões vieram do Estado (da linha de capitalização da troika), 700 milhões de euros têm o empréstimo da banca como origem e o restante, cerca de 300 milhões, advém da mobilização dos recursos que o fundo já tinha. Esta estrutura foi revista, já que inicialmente a proposta do Banco de Portugal era de a injecção estatal ser de 4,4 mil milhões de euros, ficando 500 milhões por conta da banca. A banca é que se propôs a contribuir mais, através de um empréstimo.
O Novo Banco é um banco de transição que tem de ser vendido até Agosto de 2016. O dinheiro da venda pretende compensar o montante emprestado.
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Re: BES - A LUTA
Boas,
RAIO-X AO NOVO BANCO CHEGA PARA A SEMANA
25 Novembro 2014, 17:14 por Diogo Cavaleiro | diogocavaleiro@negocios.pt
O balanço de abertura do Novo Banco, que dará conta da sua situação financeira e contabilística, deverá ser apresentado na próxima semana, anunciou o vice-governador do Banco de Portugal José Berberan Ramalho.
É na próxima semana que será possível conhecer o raio-x à instituição que herdou os activos e passivos saudáveis do Banco Espírito Santo, o Novo Banco, indica o Banco de Portugal.
"Esperamos ter o balanço de abertura preparado para a semana", afirmou o vice-governador do regulador aos deputados na comissão parlamentar de inquérito à gestão do BES e do GES.
Há já várias semanas que se antecipa a entrega deste balanço de abertura. O único documento que se conhece sobre a situação do BES é o balanço preliminar, revelado logo após a resolução de 3 de Agosto, que justifica apenas o caminho percorrido pelo Banco de Portugal para detectar as necessidades de capitais de 4,9 mil milhões de euros (o dinheiro que teve de ser injectado pelo fundo de resolução).
Berberan Ramalho diz que o novo balanço de abertura (que teve de ser aprovado pelo Banco Central Europeu) tem de, de qualquer forma, de ser apresentado até 3 de Dezembro, quatro meses depois da resolução aplicada ao BES e que deu lugar ao Novo Banco.
O Novo Banco tem de ser vendido até Agosto de 2016.
RAIO-X AO NOVO BANCO CHEGA PARA A SEMANA
25 Novembro 2014, 17:14 por Diogo Cavaleiro | diogocavaleiro@negocios.pt
O balanço de abertura do Novo Banco, que dará conta da sua situação financeira e contabilística, deverá ser apresentado na próxima semana, anunciou o vice-governador do Banco de Portugal José Berberan Ramalho.
É na próxima semana que será possível conhecer o raio-x à instituição que herdou os activos e passivos saudáveis do Banco Espírito Santo, o Novo Banco, indica o Banco de Portugal.
"Esperamos ter o balanço de abertura preparado para a semana", afirmou o vice-governador do regulador aos deputados na comissão parlamentar de inquérito à gestão do BES e do GES.
Há já várias semanas que se antecipa a entrega deste balanço de abertura. O único documento que se conhece sobre a situação do BES é o balanço preliminar, revelado logo após a resolução de 3 de Agosto, que justifica apenas o caminho percorrido pelo Banco de Portugal para detectar as necessidades de capitais de 4,9 mil milhões de euros (o dinheiro que teve de ser injectado pelo fundo de resolução).
Berberan Ramalho diz que o novo balanço de abertura (que teve de ser aprovado pelo Banco Central Europeu) tem de, de qualquer forma, de ser apresentado até 3 de Dezembro, quatro meses depois da resolução aplicada ao BES e que deu lugar ao Novo Banco.
O Novo Banco tem de ser vendido até Agosto de 2016.
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Re: BES - A LUTA
Boas,
BDP DIZ QUE É "IMPORTANTE" RENOVAR GARANTIA ESTATAL DE 3,5 MIL MILHÕES AO NOVO BANCO
25 Novembro 2014, 17:33 por Diogo Cavaleiro | diogocavaleiro@negocios.pt
A ministra das Finanças já admitiu que há um pedido para estender as garantias estatais de 3,5 mil milhões de euros dadas ao BES e que estão agora no Novo Banco. O Banco de Portugal, pela voz do vice-governador, diz que é "importante" estendê-las.
A garantia estatal de 3,5 mil milhões de euros do Novo Banco, que assegura obrigações emitidas anteriormente pelo Banco Espírito Santo, deve ser estendida, na opinião do vice-governador do Banco de Portugal.
"É importante que o Estado renove esta garantia, [que a ] estenda por mais um ano", defendeu José Berberan Ramalho na audição desta terça-feira, 25 de Novembro, na comissão parlamentar de inquérito à gestão do BES e do GES.
Berberan Ramalho, que além de vice-governador do Banco de Portugal é o presidente do fundo de resolução da banca (o accionista do Novo Banco), defende que este é um "instrumento muito importante", sendo uma "rede de segurança" para aquela instituição financeira.
"É importante que o Novo Banco possa ter ‘na manga’ [a garantia estatal] para poder aceder a liquidez junto do Banco Central Europeu", argumentou o vice-governador. Além disso, a garantia estatal facilita o acesso a operações de mercado, como a colocação de nova dívida.
As obrigações emitidas com garantia estatal pelo BES – e depois transferidas para o Novo Banco - começam a ser devolvidas em Dezembro de 2014. Mas há um pedido, afirmou a ministra, para prolongar o prazo por mais um ano.
Durante a crise, os grandes bancos pediram ao Estado que garantisse as obrigações que estavam a emitir, de forma a conseguir vendê-las sem grandes custos de financiamento. Em Portugal, isso aconteceu. Neste momento, e segundo a proposta inicial do Orçamento do Estado, só um dos bancos tem garantia estatal: o Novo Banco.
BDP DIZ QUE É "IMPORTANTE" RENOVAR GARANTIA ESTATAL DE 3,5 MIL MILHÕES AO NOVO BANCO
25 Novembro 2014, 17:33 por Diogo Cavaleiro | diogocavaleiro@negocios.pt
A ministra das Finanças já admitiu que há um pedido para estender as garantias estatais de 3,5 mil milhões de euros dadas ao BES e que estão agora no Novo Banco. O Banco de Portugal, pela voz do vice-governador, diz que é "importante" estendê-las.
A garantia estatal de 3,5 mil milhões de euros do Novo Banco, que assegura obrigações emitidas anteriormente pelo Banco Espírito Santo, deve ser estendida, na opinião do vice-governador do Banco de Portugal.
"É importante que o Estado renove esta garantia, [que a ] estenda por mais um ano", defendeu José Berberan Ramalho na audição desta terça-feira, 25 de Novembro, na comissão parlamentar de inquérito à gestão do BES e do GES.
Berberan Ramalho, que além de vice-governador do Banco de Portugal é o presidente do fundo de resolução da banca (o accionista do Novo Banco), defende que este é um "instrumento muito importante", sendo uma "rede de segurança" para aquela instituição financeira.
"É importante que o Novo Banco possa ter ‘na manga’ [a garantia estatal] para poder aceder a liquidez junto do Banco Central Europeu", argumentou o vice-governador. Além disso, a garantia estatal facilita o acesso a operações de mercado, como a colocação de nova dívida.
As obrigações emitidas com garantia estatal pelo BES – e depois transferidas para o Novo Banco - começam a ser devolvidas em Dezembro de 2014. Mas há um pedido, afirmou a ministra, para prolongar o prazo por mais um ano.
Durante a crise, os grandes bancos pediram ao Estado que garantisse as obrigações que estavam a emitir, de forma a conseguir vendê-las sem grandes custos de financiamento. Em Portugal, isso aconteceu. Neste momento, e segundo a proposta inicial do Orçamento do Estado, só um dos bancos tem garantia estatal: o Novo Banco.
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Re: BES - A LUTA
Boas,
CE CONFIRMOU ESTATUTO DE SOLIDEZ DO BES A 16 DE JULHO E RETIROU-O 15 DIAS DEPOIS
25 Novembro 2014, 18:07 por Diogo Cavaleiro | diogocavaleiro@negocios.pt
Frankfurt reafirmou o estatuto de contraparte ao BES em meados de Julho. 15 dias depois, retirou-o. E o Banco de Portugal tem defendido que foi aí que teve de se decidir pela resolução.
O Banco Central Europeu, tal como o Banco de Portugal, mudou de opinião em relação ao Banco Espírito Santo em quinze dias. A autoridade monetária liderada por Mario Draghi rejeitou, a 31 de Julho, aquilo a que havia avaliado com nota positiva a 15 do mesmo mês.
"Em meados de Julho, quando o assunto foi debatido, o estatuto de contraparte foi reafirmado", contou aos deputados o vice-governador do Banco de Portugal José Berberan Ramalho em declarações aos deputados na audição da comissão parlamentar de inquérito à gestão do BES e do GES.
Embora não quisesse avançar a data certa dessa reunião, o responsável do regulador acabou por adiantar que esse encontro teve lugar a 16 de Julho. E aí, decidiu Frankfurt, o BES continuava a beneficiar do estatuto de contraparte do BCE, obtendo liquidez com mais facilidade.
Berberan Ramalho diz que, "normalmente", o BCE faz este tipo de análises à capacidade de um banco ser elegível. Para isso, o conselho observa se a instituição é "financeiramente sólida". O que, para o vice-governador, dá uma "grande margem de discricionariedade" a quem faz essa análise e na decisão de retirar ou não o estatuto.
A 30 de Julho, o BES anunciou um prejuízo histórico de 3,6 mil milhões de euros e ficou com os rácios aquém do mínimo exigido. A 31 de Julho, pela noite, o Banco Central Europeu notificou o Banco de Portugal de que, no dia seguinte, iria retirar o estatuto de contraparte do BES – o que obrigaria o BES a devolver 10 mil milhões de euros de uma só vez nesse 1 de Agosto. O regulador nacional pediu que essa decisão só tivesse efeitos a partir de 4 de Agosto, mediante o compromisso de aplicar uma medida de resolução no fim-de-semana de 2 e 3 de Agosto. O que efectivamente ocorreu.
Assim, a 1 de Agosto, pelas 12 horas, o conselho do BCE, que reúne os governadores dos países da Zona Euro, decide a retirar o estatuto de contraparte do BES com efeitos apenas a partir de 4 de Agosto.
CE CONFIRMOU ESTATUTO DE SOLIDEZ DO BES A 16 DE JULHO E RETIROU-O 15 DIAS DEPOIS
25 Novembro 2014, 18:07 por Diogo Cavaleiro | diogocavaleiro@negocios.pt
Frankfurt reafirmou o estatuto de contraparte ao BES em meados de Julho. 15 dias depois, retirou-o. E o Banco de Portugal tem defendido que foi aí que teve de se decidir pela resolução.
O Banco Central Europeu, tal como o Banco de Portugal, mudou de opinião em relação ao Banco Espírito Santo em quinze dias. A autoridade monetária liderada por Mario Draghi rejeitou, a 31 de Julho, aquilo a que havia avaliado com nota positiva a 15 do mesmo mês.
"Em meados de Julho, quando o assunto foi debatido, o estatuto de contraparte foi reafirmado", contou aos deputados o vice-governador do Banco de Portugal José Berberan Ramalho em declarações aos deputados na audição da comissão parlamentar de inquérito à gestão do BES e do GES.
Embora não quisesse avançar a data certa dessa reunião, o responsável do regulador acabou por adiantar que esse encontro teve lugar a 16 de Julho. E aí, decidiu Frankfurt, o BES continuava a beneficiar do estatuto de contraparte do BCE, obtendo liquidez com mais facilidade.
Berberan Ramalho diz que, "normalmente", o BCE faz este tipo de análises à capacidade de um banco ser elegível. Para isso, o conselho observa se a instituição é "financeiramente sólida". O que, para o vice-governador, dá uma "grande margem de discricionariedade" a quem faz essa análise e na decisão de retirar ou não o estatuto.
A 30 de Julho, o BES anunciou um prejuízo histórico de 3,6 mil milhões de euros e ficou com os rácios aquém do mínimo exigido. A 31 de Julho, pela noite, o Banco Central Europeu notificou o Banco de Portugal de que, no dia seguinte, iria retirar o estatuto de contraparte do BES – o que obrigaria o BES a devolver 10 mil milhões de euros de uma só vez nesse 1 de Agosto. O regulador nacional pediu que essa decisão só tivesse efeitos a partir de 4 de Agosto, mediante o compromisso de aplicar uma medida de resolução no fim-de-semana de 2 e 3 de Agosto. O que efectivamente ocorreu.
Assim, a 1 de Agosto, pelas 12 horas, o conselho do BCE, que reúne os governadores dos países da Zona Euro, decide a retirar o estatuto de contraparte do BES com efeitos apenas a partir de 4 de Agosto.
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Re: BES - A LUTA
Boas,
Ó RICARDO SALGADO, QUANTO DO TEU CAPITAL SUBTRAÍSTE A PORTUGAL?
Depois das primeiras audições na comissão de inquérito, estou convencido de que mais depressa o mar responde a Fernando Pessoa do que Ricardo Salgado se descose convenientemente sobre o dinheiro. Uma conversa entre o oceano Atlântico e um poeta morto, na Caparica, é mais provável que uma admissão do banqueiro aos deputados da nação, no Parlamento.
Se Ricardo Salgado andou anos a tourear o Banco de Portugal, não são três ou quatro horas à frente dos deputados que o vão fazer quebrar. Até porque, no tempo que demora uma audição, não se consegue exercer a persuasão moral. Como se ficou a saber pelo vice-governador Pedro Duarte Neves, foram precisos meses para persuadir o banqueiro a conceder que já não tinha condições para liderar o BES. Meses que foram aproveitados para perseverar nas mesmas moscambilhas que, justamente, tinham feito perceber que já não tinha condições para liderar o BES.
Atenção, não estou a insinuar que o processo de persuasão moral não funciona. O problema não está no mecanismo da persuasão moral em si, que é excelente. Nem, neste caso particular, na moralidade do persuadido, que já provou que se deixa persuadir. O problema está na capacidade do persuasor, que não foi capaz de empregar o tipo específico de persuasão moral que funciona comprovadamente com Ricardo Salgado. Refiro-me, como é notório, ao tipo de persuasão moral que leva o persuadido a contratar uma brigada de seguranças israelitas.
Os senhores do BdP padecem de um problema de dupla não regulação, não regulam bem ?o mercado, nem regulam bem da cabeça
Ou consideram os senhores do BdP que os mercenários hebreus são para defender Ricardo Salgado de cidadãos portugueses que tenham perdido dinheiro no BES? Se consideram, padecem de um problema de dupla não regulação, já que não regulam bem o mercado, nem regulam bem da cabeça.
Notem, eu moro na mesma rua que Oliveira e Costa. Já assisti a diversas situações em que o ex-presidente do BPN atravessa a estrada. Em nenhuma delas houve um condutor que tenha acelerado ou, sequer, se tenha abstido de travar. Nem uma vez. E estou a contar com o ocasional atravessamento fora da passadeira. Aliás, é a mesma rua onde estão situadas a ESAF e a Rio Forte. Nunca nenhum burlado pelo BES veio aqui tirar desforço. Não houve montras partidas, pneus furados ou ameaças iradas. Nada.
(Agora que penso nisso, sinto que a minha rua é uma espécie de sala de espera do escritório do Proença de Carvalho. Só faltam os Irmãos Metralha no prédio em frente e Jack, o Estripador, no andar de baixo.)
Portanto, a segurança de Ricardo Salgado não é contra os seus pacatos compatriotas. É para salvaguardar face a clientes estrangeiros, possivelmente venezuelanos, angolanos ou russos. Esses sim, especializados no uso do tipo de persuasão moral a que Ricardo Salgado é mais sensível. Um tipo de persuasão moral que não se utiliza em Portugal e que levou Ricardo Salgado (durante todo o tempo que demorou a ser convencido pelo BdP que devia largar o BES) a transferir 800 milhões de euros do banco para offshores, para pagar certas dívidas do GES. Curiosamente, apenas as dos clientes mais persuasivos.
Ó RICARDO SALGADO, QUANTO DO TEU CAPITAL SUBTRAÍSTE A PORTUGAL?
Depois das primeiras audições na comissão de inquérito, estou convencido de que mais depressa o mar responde a Fernando Pessoa do que Ricardo Salgado se descose convenientemente sobre o dinheiro. Uma conversa entre o oceano Atlântico e um poeta morto, na Caparica, é mais provável que uma admissão do banqueiro aos deputados da nação, no Parlamento.
Se Ricardo Salgado andou anos a tourear o Banco de Portugal, não são três ou quatro horas à frente dos deputados que o vão fazer quebrar. Até porque, no tempo que demora uma audição, não se consegue exercer a persuasão moral. Como se ficou a saber pelo vice-governador Pedro Duarte Neves, foram precisos meses para persuadir o banqueiro a conceder que já não tinha condições para liderar o BES. Meses que foram aproveitados para perseverar nas mesmas moscambilhas que, justamente, tinham feito perceber que já não tinha condições para liderar o BES.
Atenção, não estou a insinuar que o processo de persuasão moral não funciona. O problema não está no mecanismo da persuasão moral em si, que é excelente. Nem, neste caso particular, na moralidade do persuadido, que já provou que se deixa persuadir. O problema está na capacidade do persuasor, que não foi capaz de empregar o tipo específico de persuasão moral que funciona comprovadamente com Ricardo Salgado. Refiro-me, como é notório, ao tipo de persuasão moral que leva o persuadido a contratar uma brigada de seguranças israelitas.
Os senhores do BdP padecem de um problema de dupla não regulação, não regulam bem ?o mercado, nem regulam bem da cabeça
Ou consideram os senhores do BdP que os mercenários hebreus são para defender Ricardo Salgado de cidadãos portugueses que tenham perdido dinheiro no BES? Se consideram, padecem de um problema de dupla não regulação, já que não regulam bem o mercado, nem regulam bem da cabeça.
Notem, eu moro na mesma rua que Oliveira e Costa. Já assisti a diversas situações em que o ex-presidente do BPN atravessa a estrada. Em nenhuma delas houve um condutor que tenha acelerado ou, sequer, se tenha abstido de travar. Nem uma vez. E estou a contar com o ocasional atravessamento fora da passadeira. Aliás, é a mesma rua onde estão situadas a ESAF e a Rio Forte. Nunca nenhum burlado pelo BES veio aqui tirar desforço. Não houve montras partidas, pneus furados ou ameaças iradas. Nada.
(Agora que penso nisso, sinto que a minha rua é uma espécie de sala de espera do escritório do Proença de Carvalho. Só faltam os Irmãos Metralha no prédio em frente e Jack, o Estripador, no andar de baixo.)
Portanto, a segurança de Ricardo Salgado não é contra os seus pacatos compatriotas. É para salvaguardar face a clientes estrangeiros, possivelmente venezuelanos, angolanos ou russos. Esses sim, especializados no uso do tipo de persuasão moral a que Ricardo Salgado é mais sensível. Um tipo de persuasão moral que não se utiliza em Portugal e que levou Ricardo Salgado (durante todo o tempo que demorou a ser convencido pelo BdP que devia largar o BES) a transferir 800 milhões de euros do banco para offshores, para pagar certas dívidas do GES. Curiosamente, apenas as dos clientes mais persuasivos.
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Re: BES - A LUTA
VERDADE...
PEDRO LEAL
O QUE VEM AÍ É UM PESADELO E INCOMODA-ME
22-11-2014 19:27 por Pedro LealNão podemos mudar a realidade, mas o bom acordar da justiça está revelar uma sociedade doente: BPN, BPP, Ricardo Salgado, detenção do director do SEF, Face Oculta, Monte Branco, detenção de Sócrates e o que mais há-de resultar do caso BES.
Sócrates deixa tribunal e passa mais uma noite detido
Já todos vivemos momentos destes. Num jantar alguém diz uma frase inconveniente para um dos convivas e instala-se um silêncio aterrador. Como se sai da situação? Quem vai desbloquear o momento? Através de uma piada qualquer ou através do confronto? Seja qual for a saída, o jantar fica normalmente estragado e até ao fim será um pesadelo.
Com a detenção de José Sócrates vivemos um tempo mais ou menos assim, e estamos ainda na fase do silêncio aterrador. Apesar do nosso barulho, o da comunicação social, com todos os pormenores da notícia, o silêncio está num plano mais fundo e perturba muito.
E como vamos sair daqui? Neste caso, a hipótese de uma piada fácil está afastada. Seja qual for a saída, certo, como no jantar, é ser até ao fim um pesadelo.
É bom que a justiça tenha razão, porque foi competente, defendeu o Estado de direito e defendeu a igualdade dos cidadãos perante a lei. É bom que Sócrates esteja inocente e não passe da fase de suspeito, pois é mau de mais para o país que um ex-primeiro-ministro enfrente um processo por fraude, evasão fiscal e branqueamento de capitais.
No mundo dos negócios fala-se muitas vezes em situações “win win”, mas neste caso não há espaço para vitórias. Só a verdade da razão interessa, mas esteja de que lado estiver vai ser feia.
Se a justiça traçou caminhos correctos, o espaço político vai ficar comprometido e ainda mais descredibilizado; se Sócrates for inocente, a justiça sofre um enorme tropeção. Uma ou outra credibilidade ficará afectada.
Até agora, os comentários políticos têm sido muito comedidos, e ainda bem. Mas não podemos ser ingénuos. Aproxima-se um ano de eleições e, nestes momentos, as fraquezas humanas costumam sobressair e falar mais alto: a par de manchetes mais ou menos sensacionalistas, o caso vai estar na “ventoínha” da política.
Vai estar não, já está. Nas redes sociais já começou a guerra e é por si só demonstrativa de como, no combate político, se vão confundir os planos: no Facebook, Duarte Marques, antigo líder da Juventude Social-Democrata, dá aleluias à actuação do juiz Carlos Alexandre. Também no Facebook, Edite Estrela lança a pergunta: "Qual a melhor forma de desviar as atenções do escândalo dos vistos gold?".
O que virá a seguir? O que vão fazer e dizer ao longo do ano outros dirigentes políticos, sejam cabos de esquadra ou de patente mais elevada?
As lideranças políticas estão enfraquecidas: o Presidente da República e o Governo estão desgastados e o novo PS de António Costa está já metido num enorme sarilho, condicionado politicamente pela detenção de José Sócrates.
O espaço para a demagogia está aberto. Após as eleições europeias, percebeu-se que o espectro político ficou mais fraccionado e com lugar certo para os sensacionalismos, à esquerda e à direita. O caso Sócrates é a cereja em cima do bolo.
Não podemos mudar a realidade, mas o bom acordar da justiça está revelar uma sociedade doente e que, no mínimo, precisa de mais exigência: BPN, BPP, Ricardo Salgado, Face Oculta, Monte Branco, a detenção do director do SEF, e agora a detenção de Sócrates e o que mais há-de resultar do caso BES.
A perspectiva do que vem aí é um pesadelo e incomoda-me.
PEDRO LEAL
O QUE VEM AÍ É UM PESADELO E INCOMODA-ME
22-11-2014 19:27 por Pedro LealNão podemos mudar a realidade, mas o bom acordar da justiça está revelar uma sociedade doente: BPN, BPP, Ricardo Salgado, detenção do director do SEF, Face Oculta, Monte Branco, detenção de Sócrates e o que mais há-de resultar do caso BES.
Sócrates deixa tribunal e passa mais uma noite detido
Já todos vivemos momentos destes. Num jantar alguém diz uma frase inconveniente para um dos convivas e instala-se um silêncio aterrador. Como se sai da situação? Quem vai desbloquear o momento? Através de uma piada qualquer ou através do confronto? Seja qual for a saída, o jantar fica normalmente estragado e até ao fim será um pesadelo.
Com a detenção de José Sócrates vivemos um tempo mais ou menos assim, e estamos ainda na fase do silêncio aterrador. Apesar do nosso barulho, o da comunicação social, com todos os pormenores da notícia, o silêncio está num plano mais fundo e perturba muito.
E como vamos sair daqui? Neste caso, a hipótese de uma piada fácil está afastada. Seja qual for a saída, certo, como no jantar, é ser até ao fim um pesadelo.
É bom que a justiça tenha razão, porque foi competente, defendeu o Estado de direito e defendeu a igualdade dos cidadãos perante a lei. É bom que Sócrates esteja inocente e não passe da fase de suspeito, pois é mau de mais para o país que um ex-primeiro-ministro enfrente um processo por fraude, evasão fiscal e branqueamento de capitais.
No mundo dos negócios fala-se muitas vezes em situações “win win”, mas neste caso não há espaço para vitórias. Só a verdade da razão interessa, mas esteja de que lado estiver vai ser feia.
Se a justiça traçou caminhos correctos, o espaço político vai ficar comprometido e ainda mais descredibilizado; se Sócrates for inocente, a justiça sofre um enorme tropeção. Uma ou outra credibilidade ficará afectada.
Até agora, os comentários políticos têm sido muito comedidos, e ainda bem. Mas não podemos ser ingénuos. Aproxima-se um ano de eleições e, nestes momentos, as fraquezas humanas costumam sobressair e falar mais alto: a par de manchetes mais ou menos sensacionalistas, o caso vai estar na “ventoínha” da política.
Vai estar não, já está. Nas redes sociais já começou a guerra e é por si só demonstrativa de como, no combate político, se vão confundir os planos: no Facebook, Duarte Marques, antigo líder da Juventude Social-Democrata, dá aleluias à actuação do juiz Carlos Alexandre. Também no Facebook, Edite Estrela lança a pergunta: "Qual a melhor forma de desviar as atenções do escândalo dos vistos gold?".
O que virá a seguir? O que vão fazer e dizer ao longo do ano outros dirigentes políticos, sejam cabos de esquadra ou de patente mais elevada?
As lideranças políticas estão enfraquecidas: o Presidente da República e o Governo estão desgastados e o novo PS de António Costa está já metido num enorme sarilho, condicionado politicamente pela detenção de José Sócrates.
O espaço para a demagogia está aberto. Após as eleições europeias, percebeu-se que o espectro político ficou mais fraccionado e com lugar certo para os sensacionalismos, à esquerda e à direita. O caso Sócrates é a cereja em cima do bolo.
Não podemos mudar a realidade, mas o bom acordar da justiça está revelar uma sociedade doente e que, no mínimo, precisa de mais exigência: BPN, BPP, Ricardo Salgado, Face Oculta, Monte Branco, a detenção do director do SEF, e agora a detenção de Sócrates e o que mais há-de resultar do caso BES.
A perspectiva do que vem aí é um pesadelo e incomoda-me.
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Re: BES - A LUTA
Boas,
CASO BES. “PIOR NOTÍCIA POSSÍVEL É NINGUÉM SER CONDENADO”
O economista Daniel Bessa diz que o que mais o impressionou “nesta primeira semana de comissão parlamentar foi a argumentação, nomeadamente do governador do Banco de Portugal, de falta de meios para actuar”.
“O banco central pode impedir alguém de iniciar funções numa instituição financeira. Há um juízo de idoneidade. Mas é à entrada. Depois de lá estar já não pode. Percebo que não possa para que não haja abuso. Mas isto traduz uma falta de meios considerável”, indica o ex-ministro da Economia no “Conversas Cruzadas”.
Álvaro Santos Almeida partilha do ponto de vista de Daniel Bessa. “Vai transparecer que o Banco de Portugal e o Governo não têm capacidade de actuar num caso destes. Vai transparecer no sentido de que ‘estes tipos são incompetentes e não sabem fazer nada’ quando não é essa a realidade”, observa o economista.
“Os portugueses esperam demasiado das autoridades públicas e as autoridades públicas num caso destes têm limitações: desde logo, estão fora das instituições”, sustenta Álvaro Santos Almeida.
Daniel Bessa corrobora. “O argumento da opinião pública de que o governador do Banco de Portugal e a ministra das Finanças sabiam de tudo e mais alguma coisa não é verdadeiro. Não tinham de saber. Porque sabem pela leitura das contas”, nota o ex-ministro.
“E vir responsabilizar o governador e a ministra sem responsabilizar o contabilista? Então o contabilista contrai empréstimos e não os regista? E os auditores o que estão lá a fazer? E os Conselhos Fiscais que têm de se pronunciar como é do código das sociedades?”.
"PPor exemplo, os negócios da PT com o BES são negócios entre ‘partes relacionadas’ que exigem o escrutínio de um Conselho Fiscal? Então o Conselho Fiscal, ou auditor, o contabilista não são responsáveis e o governador e a ministra são?”
A primeira ronda de audições
“O governador e a ministra, de facto, não são polícias não estão dentro da instituição”, defende Daniel Bessa na análise às primeiras 27 horas de audições da comissão parlamentar de inquérito à gestão do BES e GES.
A primeira ronda de audições foi dominada por questões como a continuidade de Ricardo Salgado na liderança quando havia suspeitas de alegadas ilegalidades, a necessidade do resgate nos termos em que foi decidido e o grau de comprometimento do governo na decisão.
E no final? Qual será a pior notícia que pode sair de todo este processo GES/BES?
Álvaro Santos Almeida sinaliza um hipotético caso de impunidade como o cenário a evitar. “Grave num caso destes é que não se condene quem comete esses crimes. A pior notícia possível neste processo é que se chegue ao fim e que ninguém seja condenado, ninguém seja punido”, defende.
“E não é apenas uma pessoa. Estas fraudes não são cometidas apenas por uma pessoa. Tem de haver um conjunto de pessoas envolvido. Se no final não houver um conjunto de pessoas a ser condenado, aí sim, seria uma má notícia”, refere o professor de economia da Universidade do Porto.
Daniel Bessa valida o argumento e robustece os receios. “A acontecer esse cenário de ninguém ser condenado isso dirá o pior do sistema de justiça que - dizem – é, talvez, hoje o maior entrave ao desenvolvimento de Portugal”, afirma.
A Procuradoria-Geral da República tem uma equipa especial a investigar eventuais matérias criminais na queda do GES. Em si mesmo não é um dado tranquilizador? Na resposta, Daniel Bessa recorre a uma metáfora clássica do universo futebolístico nacional.
“Sim, mas o meu capitão João Pinto dizia que prognósticos só no fim do jogo. Eu vou esperar pelo fim do jogo. Enquanto não houver sentença em última instância com trânsito em julgado eu tenho a obrigação de julgar toda a gente inocente. Tenho essa obrigação”, conclui, enfático.
CASO BES. “PIOR NOTÍCIA POSSÍVEL É NINGUÉM SER CONDENADO”
O economista Daniel Bessa diz que o que mais o impressionou “nesta primeira semana de comissão parlamentar foi a argumentação, nomeadamente do governador do Banco de Portugal, de falta de meios para actuar”.
“O banco central pode impedir alguém de iniciar funções numa instituição financeira. Há um juízo de idoneidade. Mas é à entrada. Depois de lá estar já não pode. Percebo que não possa para que não haja abuso. Mas isto traduz uma falta de meios considerável”, indica o ex-ministro da Economia no “Conversas Cruzadas”.
Álvaro Santos Almeida partilha do ponto de vista de Daniel Bessa. “Vai transparecer que o Banco de Portugal e o Governo não têm capacidade de actuar num caso destes. Vai transparecer no sentido de que ‘estes tipos são incompetentes e não sabem fazer nada’ quando não é essa a realidade”, observa o economista.
“Os portugueses esperam demasiado das autoridades públicas e as autoridades públicas num caso destes têm limitações: desde logo, estão fora das instituições”, sustenta Álvaro Santos Almeida.
Daniel Bessa corrobora. “O argumento da opinião pública de que o governador do Banco de Portugal e a ministra das Finanças sabiam de tudo e mais alguma coisa não é verdadeiro. Não tinham de saber. Porque sabem pela leitura das contas”, nota o ex-ministro.
“E vir responsabilizar o governador e a ministra sem responsabilizar o contabilista? Então o contabilista contrai empréstimos e não os regista? E os auditores o que estão lá a fazer? E os Conselhos Fiscais que têm de se pronunciar como é do código das sociedades?”.
"PPor exemplo, os negócios da PT com o BES são negócios entre ‘partes relacionadas’ que exigem o escrutínio de um Conselho Fiscal? Então o Conselho Fiscal, ou auditor, o contabilista não são responsáveis e o governador e a ministra são?”
A primeira ronda de audições
“O governador e a ministra, de facto, não são polícias não estão dentro da instituição”, defende Daniel Bessa na análise às primeiras 27 horas de audições da comissão parlamentar de inquérito à gestão do BES e GES.
A primeira ronda de audições foi dominada por questões como a continuidade de Ricardo Salgado na liderança quando havia suspeitas de alegadas ilegalidades, a necessidade do resgate nos termos em que foi decidido e o grau de comprometimento do governo na decisão.
E no final? Qual será a pior notícia que pode sair de todo este processo GES/BES?
Álvaro Santos Almeida sinaliza um hipotético caso de impunidade como o cenário a evitar. “Grave num caso destes é que não se condene quem comete esses crimes. A pior notícia possível neste processo é que se chegue ao fim e que ninguém seja condenado, ninguém seja punido”, defende.
“E não é apenas uma pessoa. Estas fraudes não são cometidas apenas por uma pessoa. Tem de haver um conjunto de pessoas envolvido. Se no final não houver um conjunto de pessoas a ser condenado, aí sim, seria uma má notícia”, refere o professor de economia da Universidade do Porto.
Daniel Bessa valida o argumento e robustece os receios. “A acontecer esse cenário de ninguém ser condenado isso dirá o pior do sistema de justiça que - dizem – é, talvez, hoje o maior entrave ao desenvolvimento de Portugal”, afirma.
A Procuradoria-Geral da República tem uma equipa especial a investigar eventuais matérias criminais na queda do GES. Em si mesmo não é um dado tranquilizador? Na resposta, Daniel Bessa recorre a uma metáfora clássica do universo futebolístico nacional.
“Sim, mas o meu capitão João Pinto dizia que prognósticos só no fim do jogo. Eu vou esperar pelo fim do jogo. Enquanto não houver sentença em última instância com trânsito em julgado eu tenho a obrigação de julgar toda a gente inocente. Tenho essa obrigação”, conclui, enfático.
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Re: BES - A LUTA
Boas,
DEZEMBRO DE 2013: BANCO DE PORTUGAL SABE DO "BURACO" NA ESI MAS FICA CALADO SEIS MESES
FICHEIROS BES
Só no final de maio é que os portugueses souberam que a ESI tinha um "buraco" superior a dois mil milhões de euros. Mas o Banco de Portugal sabia dele em dezembro. Nessa altura, investidores tinham financiado a ESI sem sonhar dessa diferença nas contas.
PEDRO SANTOS GUERREIRO | 15:45 Domingo, 16 de novembro de 2014
Dezembro de 2013: Banco de Portugal sabe do 'buraco' na ESI mas fica calado seis meses
FOTO PAULO ALEXANDRINO
Documento: Carta
Data: 23 de dezembro de 2013
De: Banco de Portugal, Pedro Duarte Neves (vice-governador)
Para: Ricardo Salgado, presidente do Conselho de Administração do Espírito Santo Financial Group. C.C. para presidentes do Conselho de Administração do BES e das comissões de auditoria do ESFG e BES
É uma carta longa e com uma lista de exigências. Muitas. Dezassete. Muitas nunca seriam cumpridas pelo Grupo Espírito Santo. Mas muitas dessas exigências revelam, isso sim, que o Banco de Portugal tinha muita informação sobre a Espírito Santo International (ESI), a segunda "holding" da cascata da família Espírito Santo, que controlava a RioForte, a ESFG e o BES. E que tinha as contas falseadas, pelo que afinal estava insolvente. Só que isso ainda não era público. Só o sabia o Banco de Portugal. Que nada disse durante seis meses. Nem à CMVM.
Em dezembro de 2013, a Espírito Santo International já estava no radar do Banco de Portugal, que já tinha fortes indícios de que as suas contas não representavam a realidade da situação da empresa. Só mais de um mês depois, a 30 de janeiro, a auditora KPMG haveria de confirmar o desvio nas contas, que apontava para passivo não contabilizado e ativos sobreavaliados (se existentes) num total de quase 2,5 mil milhões de euros. Esse é "o" buraco que acabaria por arrastar todo o grupo, o banco e família Espírito Santo alguns meses depois. Mas que era conhecido pelo BdP e pela KPMG no fim de janeiro, embora só no final de maio, por intermédio do prospeto de aumento de capital do BES, se soubesse publicamente das irregularidades das contas. E só por uma notícia do Expresso posterior se soube da sua dimensão. Mas já em dezembro o Banco de Portugal tinha na sua posse as contas do descalabro da Espírito Santo International, como demonstra esta carta. O resto foi confirmação.
Por outro lado, em dezembro já o BES tinha colocado largas de centenas de milhões de euros de dívida da ESI junto de clientes de retalho.
Na carta enviada pelo vice-governador Pedro Duarte Neves ao presidente da ESFG Ricardo Salgado, são colocadas uma série de condições: dezassete, para sermos precisos. Numa, é pedida "explicação detalhada sobre a diferença identificada nas contas da ESI (1,3 mM€ referente a dez12)". Noutra, é pedida explicação sobre diferenças nas rubricas de ativos no valor de 1.080 milhões de euros. E assim o BdP deixa claro que sabia do desvio que mais tarde Ricardo Salgado reconheceria mas atribuiria ao técnico de contas.
A carta diz ainda que as vendas dos ativos da ESI que estava em curso teriam de reverter obrigatoriamente para uma conta à ordem (conta "escrow") que "deve ser exclusivamente destinada ao reembolso da divida emitida pela ESI e detida por clientes do BES na sequência da colocação na respetiva rede de retalho".
É também aqui que o Banco de Portugal fala na Eurofin, que mais tarde estaria no centro de uma operação triangulada que lesou o BES em cerca de 1,2 mil milhões de euros em favor do GES. A operação só seria descoberta em julho de 2014, nas vésperas da resolução do banco, mas já em dezembro o Banco de Portugal tinha suspeitas sobre a Eurofin, quando pede "informação detalhada sobre os investimentos realizados pela ESI e pela ES Resources em 'produtos' da Eurofin".
DEZEMBRO DE 2013: BANCO DE PORTUGAL SABE DO "BURACO" NA ESI MAS FICA CALADO SEIS MESES
FICHEIROS BES
Só no final de maio é que os portugueses souberam que a ESI tinha um "buraco" superior a dois mil milhões de euros. Mas o Banco de Portugal sabia dele em dezembro. Nessa altura, investidores tinham financiado a ESI sem sonhar dessa diferença nas contas.
PEDRO SANTOS GUERREIRO | 15:45 Domingo, 16 de novembro de 2014
Dezembro de 2013: Banco de Portugal sabe do 'buraco' na ESI mas fica calado seis meses
FOTO PAULO ALEXANDRINO
Documento: Carta
Data: 23 de dezembro de 2013
De: Banco de Portugal, Pedro Duarte Neves (vice-governador)
Para: Ricardo Salgado, presidente do Conselho de Administração do Espírito Santo Financial Group. C.C. para presidentes do Conselho de Administração do BES e das comissões de auditoria do ESFG e BES
É uma carta longa e com uma lista de exigências. Muitas. Dezassete. Muitas nunca seriam cumpridas pelo Grupo Espírito Santo. Mas muitas dessas exigências revelam, isso sim, que o Banco de Portugal tinha muita informação sobre a Espírito Santo International (ESI), a segunda "holding" da cascata da família Espírito Santo, que controlava a RioForte, a ESFG e o BES. E que tinha as contas falseadas, pelo que afinal estava insolvente. Só que isso ainda não era público. Só o sabia o Banco de Portugal. Que nada disse durante seis meses. Nem à CMVM.
Em dezembro de 2013, a Espírito Santo International já estava no radar do Banco de Portugal, que já tinha fortes indícios de que as suas contas não representavam a realidade da situação da empresa. Só mais de um mês depois, a 30 de janeiro, a auditora KPMG haveria de confirmar o desvio nas contas, que apontava para passivo não contabilizado e ativos sobreavaliados (se existentes) num total de quase 2,5 mil milhões de euros. Esse é "o" buraco que acabaria por arrastar todo o grupo, o banco e família Espírito Santo alguns meses depois. Mas que era conhecido pelo BdP e pela KPMG no fim de janeiro, embora só no final de maio, por intermédio do prospeto de aumento de capital do BES, se soubesse publicamente das irregularidades das contas. E só por uma notícia do Expresso posterior se soube da sua dimensão. Mas já em dezembro o Banco de Portugal tinha na sua posse as contas do descalabro da Espírito Santo International, como demonstra esta carta. O resto foi confirmação.
Por outro lado, em dezembro já o BES tinha colocado largas de centenas de milhões de euros de dívida da ESI junto de clientes de retalho.
Na carta enviada pelo vice-governador Pedro Duarte Neves ao presidente da ESFG Ricardo Salgado, são colocadas uma série de condições: dezassete, para sermos precisos. Numa, é pedida "explicação detalhada sobre a diferença identificada nas contas da ESI (1,3 mM€ referente a dez12)". Noutra, é pedida explicação sobre diferenças nas rubricas de ativos no valor de 1.080 milhões de euros. E assim o BdP deixa claro que sabia do desvio que mais tarde Ricardo Salgado reconheceria mas atribuiria ao técnico de contas.
A carta diz ainda que as vendas dos ativos da ESI que estava em curso teriam de reverter obrigatoriamente para uma conta à ordem (conta "escrow") que "deve ser exclusivamente destinada ao reembolso da divida emitida pela ESI e detida por clientes do BES na sequência da colocação na respetiva rede de retalho".
É também aqui que o Banco de Portugal fala na Eurofin, que mais tarde estaria no centro de uma operação triangulada que lesou o BES em cerca de 1,2 mil milhões de euros em favor do GES. A operação só seria descoberta em julho de 2014, nas vésperas da resolução do banco, mas já em dezembro o Banco de Portugal tinha suspeitas sobre a Eurofin, quando pede "informação detalhada sobre os investimentos realizados pela ESI e pela ES Resources em 'produtos' da Eurofin".
Editado pela última vez por Santa Maria em 23/11/2014 15:32, num total de 1 vez.
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Re: BES - A LUTA
Boas,
A GARANTIA DE ANGOLA AO BES QUE NÃO GARANTIU COISA NENHUMA
Uma folha de papel bastou para que, durante meses, o "buraco" do BES Angola não entrasse nas contas do BES em Portugal. Tudo por causa de uma assinatura: José Eduardo dos Santos Sete meses depois, Angola "rasgou" a folha de papel. E o BES perdeu 80% do dinheiro.
Pedro Santos Guerreiro |
13:39 Quinta feira, 20 de novembro de 2014
A garantia de Angola ao BES que não garantiu coisa nenhuma
FOTO GETTY
Documento: Despacho Presidencial do Presidente da República de Angola
Data: 31 de dezembro de 2013
C U M P R A - S E. Assim mesmo, em maiúsculas e com espaços entre cada letra, termina a garantia do Estado de Angola ao BESA, que o Expresso publicou pela primeira vez a 19 de julho e que hoje disponibiliza no âmbito dos Ficheiros BES. A garantia é assinada pelo próprio Presidente da República, José Eduardo dos Santos, e data de 31 de dezembro de 2013. Luanda começou por tranquilizar o Governo português: a garantia não estava sujeita a condições. Depois, disse que o contexto mudou e informou que a garantia deixava de ser aplicável.
No início de 2014, o Banco de Portugal mostrou estar reticente em aceitar a validade da garantia, conforme cartas publicadas pelo Expresso nos últimos dias comprovam. Depois, Luanda acabou por esclarecer que a garantia não estava sujeita a condições e era acionável diretamente. Com essas informações, a auditora do BES, a KPMG, passou a não considerar o problema de Angola nas contas do BES. E o Banco de Portugal considerou que o isolamento ("ring fencing") do BES a Angola estava conseguido.
Trata-se de um Despacho Presidencial Interno, um documento legal usado com parcimónia, em que "é autorizado o ministro das Finanças a emitir uma Garantia Autónoma até ao valor de USD 5.700.000.000,00 (cinco mil e setecentos milhões de dólares norte-americanos), a favor do Banco Espírito Santo Angola (...), que assume a responsabilidade pelo bom e integral cumprimento das operações de crédito executadas". A garantia é concedida "considerando que o Banco Espírito Santo Angola (BESA) detém e gere uma relevante carteira de créditos e operações respeitantes a um conjunto de entidades empresariais angolanas, constituído por micro, pequenas e grandes empresas que correspondem a operações de significativa importância para a implementação dos objetivos constantes do Plano Nacional de Desenvolvimento de Médio Prazo 2013-2017". A garantia soberana ao BESA "confere maior segurança, celeridade e eficácia à satisfação do interesse do seu beneficiário". A execução da garantia é entregue ao Ministério das Finanças, sendo que "as dúvidas e omissões resultantes da interpretação e aplicação deste diploma são resolvidas pelo Presidente da República".
O despacho presidencial é, como se vê, curto mas incerto quando "às dúvidas e omissões" que "são resolvidas pelo Presidente". No entanto, este despacho foi acompanhado de uma carta oficial do ministro das Finanças, Armando Manuel, ao presidente executivo do BESA, Rui Guerra, em que esclarece que a garantia abrange créditos em dívida e imóveis. Esta documentação está toda em posse das autoridades portuguesas, que tiveram de Luanda a certeza de que não havia condições à execução das garantias.
A garantia serviu para acalmar os mercados sobre o contágio dos riscos do BESA ao BES. Contudo, depois da resolução do BES, que o "partiu" em Novo Banco (banco bom) e BES (banco mau), Angola comunicou que a garantia deixava de aplicar-se, uma vez que o contexto mudara. O problema eram linhas de crédito de mais de três mil milhões de euros concedidos pelo BES ao BESA, que assim estavam em risco. A administração do Novo Banco, de Eduardo Stock da Cunha, acabou por chegar a um acordo com as autoridades angolanas em que recuperou até 20% dessa linha. Ou em que perdeu pelo menos 80%.
A GARANTIA DE ANGOLA AO BES QUE NÃO GARANTIU COISA NENHUMA
Uma folha de papel bastou para que, durante meses, o "buraco" do BES Angola não entrasse nas contas do BES em Portugal. Tudo por causa de uma assinatura: José Eduardo dos Santos Sete meses depois, Angola "rasgou" a folha de papel. E o BES perdeu 80% do dinheiro.
Pedro Santos Guerreiro |
13:39 Quinta feira, 20 de novembro de 2014
A garantia de Angola ao BES que não garantiu coisa nenhuma
FOTO GETTY
Documento: Despacho Presidencial do Presidente da República de Angola
Data: 31 de dezembro de 2013
C U M P R A - S E. Assim mesmo, em maiúsculas e com espaços entre cada letra, termina a garantia do Estado de Angola ao BESA, que o Expresso publicou pela primeira vez a 19 de julho e que hoje disponibiliza no âmbito dos Ficheiros BES. A garantia é assinada pelo próprio Presidente da República, José Eduardo dos Santos, e data de 31 de dezembro de 2013. Luanda começou por tranquilizar o Governo português: a garantia não estava sujeita a condições. Depois, disse que o contexto mudou e informou que a garantia deixava de ser aplicável.
No início de 2014, o Banco de Portugal mostrou estar reticente em aceitar a validade da garantia, conforme cartas publicadas pelo Expresso nos últimos dias comprovam. Depois, Luanda acabou por esclarecer que a garantia não estava sujeita a condições e era acionável diretamente. Com essas informações, a auditora do BES, a KPMG, passou a não considerar o problema de Angola nas contas do BES. E o Banco de Portugal considerou que o isolamento ("ring fencing") do BES a Angola estava conseguido.
Trata-se de um Despacho Presidencial Interno, um documento legal usado com parcimónia, em que "é autorizado o ministro das Finanças a emitir uma Garantia Autónoma até ao valor de USD 5.700.000.000,00 (cinco mil e setecentos milhões de dólares norte-americanos), a favor do Banco Espírito Santo Angola (...), que assume a responsabilidade pelo bom e integral cumprimento das operações de crédito executadas". A garantia é concedida "considerando que o Banco Espírito Santo Angola (BESA) detém e gere uma relevante carteira de créditos e operações respeitantes a um conjunto de entidades empresariais angolanas, constituído por micro, pequenas e grandes empresas que correspondem a operações de significativa importância para a implementação dos objetivos constantes do Plano Nacional de Desenvolvimento de Médio Prazo 2013-2017". A garantia soberana ao BESA "confere maior segurança, celeridade e eficácia à satisfação do interesse do seu beneficiário". A execução da garantia é entregue ao Ministério das Finanças, sendo que "as dúvidas e omissões resultantes da interpretação e aplicação deste diploma são resolvidas pelo Presidente da República".
O despacho presidencial é, como se vê, curto mas incerto quando "às dúvidas e omissões" que "são resolvidas pelo Presidente". No entanto, este despacho foi acompanhado de uma carta oficial do ministro das Finanças, Armando Manuel, ao presidente executivo do BESA, Rui Guerra, em que esclarece que a garantia abrange créditos em dívida e imóveis. Esta documentação está toda em posse das autoridades portuguesas, que tiveram de Luanda a certeza de que não havia condições à execução das garantias.
A garantia serviu para acalmar os mercados sobre o contágio dos riscos do BESA ao BES. Contudo, depois da resolução do BES, que o "partiu" em Novo Banco (banco bom) e BES (banco mau), Angola comunicou que a garantia deixava de aplicar-se, uma vez que o contexto mudara. O problema eram linhas de crédito de mais de três mil milhões de euros concedidos pelo BES ao BESA, que assim estavam em risco. A administração do Novo Banco, de Eduardo Stock da Cunha, acabou por chegar a um acordo com as autoridades angolanas em que recuperou até 20% dessa linha. Ou em que perdeu pelo menos 80%.
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Re: BES - A LUTA
O ESPETÁCULO VAI COMEÇAR...
REGISTADA AÇÃO CONTRA O NOVO BANCO
Novembro 21st, 2014
Ver em certidão permanente do registo comercial
COM O CÓDIGO DE ACESSO 8821-3307-2034
REGISTO ACCAO NOVO BANCO
Em representação dos investidores no Banco Espírito Santo, as sociedades de advogados que integram o CDIBES registaram na Conservatória do Registo Comercial a ação proposta contra o Banco de Portugal em que se pede a anulação da medida de resolução aplicada pelo Banco de Portugal ao Banco Espírito Santo S.A., a anulação da transferência dos ativos sob gestão do Banco Espirito Santo S.A. para o Novo Banco S.A., devendo todo esse acervo patrimonial ser transferido e regressar à esfera patrimonial do Banco Espírito Santo S.A.. Até ao trânsito em julgado de decisão a proferir na ação agora registada, deve o Novo Banco S.A. abster-se de vender ou alienar ativos, passivos, elementos extratrimoniais e ativos sob gestão que são legalmente do Banco Espírito Santo S.A. e que foram objeto de transferência. Foi registado também o pedido de nulidade da medida e a extinção do banco de transição denominado Novo Banco S.A. e a nulidade do contrato de mútuo em que se fundou o empréstimo da República Portuguesa ao Fundo de Resolução.
REGISTADA AÇÃO CONTRA O NOVO BANCO
Novembro 21st, 2014
Ver em certidão permanente do registo comercial
COM O CÓDIGO DE ACESSO 8821-3307-2034
REGISTO ACCAO NOVO BANCO
Em representação dos investidores no Banco Espírito Santo, as sociedades de advogados que integram o CDIBES registaram na Conservatória do Registo Comercial a ação proposta contra o Banco de Portugal em que se pede a anulação da medida de resolução aplicada pelo Banco de Portugal ao Banco Espírito Santo S.A., a anulação da transferência dos ativos sob gestão do Banco Espirito Santo S.A. para o Novo Banco S.A., devendo todo esse acervo patrimonial ser transferido e regressar à esfera patrimonial do Banco Espírito Santo S.A.. Até ao trânsito em julgado de decisão a proferir na ação agora registada, deve o Novo Banco S.A. abster-se de vender ou alienar ativos, passivos, elementos extratrimoniais e ativos sob gestão que são legalmente do Banco Espírito Santo S.A. e que foram objeto de transferência. Foi registado também o pedido de nulidade da medida e a extinção do banco de transição denominado Novo Banco S.A. e a nulidade do contrato de mútuo em que se fundou o empréstimo da República Portuguesa ao Fundo de Resolução.
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Re: BES - A LUTA
Boas,
RICARDO SALGADO FALA OU REMETE-SE AO SILÊNCIO NO INQUÉRITO AO BES?
Sandra Almeida Simões Sandra Almeida Simões | 20/11/2014 17:01:53 910 Visitas
As audições não estão ainda totalmente confirmadas
Helena Garcia/SOL
Ricardo Salgado fala ou remete-se ao silêncio no Inquérito ao BES?
O ex-presidente do BES estreia presença da família Espírito Santo no Parlamento em plena época natalícia. Ricardo Salgado contará a sua versão dos acontecimentos no BES, que esta semana foram apelidados de “fraudes e crimes deliberados”? Ou tal como o antigo presidente do BPN remeter-se-á ao silêncio?
Recorde-se que existe uma verba de 6,4 mil milhões de euros da troika disponível para a banca
Ricardo Salgado é uma das figuras mais aguardadas pelos deputados da comissão parlamentar de inquérito à gestão do BES e do GES, sendo o primeiro membro da família Espírito Santo a ser inquirido. Os grupos parlamentares querem ouvi-lo no dia 3 de Dezembro. Já no dia seguinte, 4 de Dezembro, será a vez de José Maria Ricciardi explicar, entre outros temas, a guerra de poder travada com o seu primo.
As audições não estão ainda totalmente confirmadas. Será necessário o presidente da comissão Fernando Negrão confirmar junto dos convocados a disponibilidade para as datas definidas.
São várias as teorias que circulam sobre a estratégia a adoptar por Salgado na Assembleia. Por um lado, poderá pedir uma audiência à porta fechada, ler uma declaração do seu advogado a invocar segredo de justiça e remeter esclarecimentos para o fim das audições. Esta foi, de resto, a decisão tomada por Oliveira Costa na comissão de inquérito que investigou a nacionalização do BPN.
Por outro, suspeita-se que o ex-presidente do BES queira desde já contar a sua versão dos factos e, eventualmente, lançar para o debate novos temas ou personalidades.
A incógnita mantém-se.
Na primeira semana de audições foram ouvidos o governador e o vice-governador do Banco de Portugal, o supervisor dos seguros e o do mercado de capitais, a ministra e o ex-ministro das Finanças. A dúvida sobre a idoneidade de Ricardo Salgado é um dos temas que reúne o consenso dos vários grupos parlamentares.
Entre os restantes membros da família e do conselho superior do grupo Espírito Santo, seguir-se-ão Manuel Fernando Espírito Santo, no dia 10 de Dezembro, e José Maria Espírito Santo Silva, a 11 de Dezembro.
Ricardo Abecassis e Pedro Mosqueira do Amaral irão cruzar-se no Parlamento no mesmo dia, a 16 de Dezembro.
O comandante António Ricciardi encerra a presença da família no Parlamento no dia 17 de Dezembro.
Pedido ou pergunta?
No calendário previsto, Vítor Bento deverá esclarecer, a 2 de Dezembro, a dúvida entre “pergunta e pedido”. O responsável, que assumiu a presidência do BES após a saída de Ricardo Salgado, terá de explicar se o momento em que questionou a ministra das Finanças sobre a possibilidade de o BES ter acesso à linha de recapitalização pública se tratou de uma pergunta ou de um pedido.
Recorde-se que existe uma verba de 6,4 mil milhões de euros da troika disponível para a banca. A solução para o BES, tomada pelo governador do Banco de Portugal, incidiu na resolução da instituição, decisão anunciada publicamente a 3 de Agosto.
No mesmo dia de Vítor Bento, os deputados estimam ouvir o responsável pela KPMG, a auditora do BES.
Pedro Queiroz Pereira, apontado como responsável pela queixa que fez soar os alarmes dentro do BdP, deverá deslocar-se ao Parlamento a 9 de Dezembro.
Até ao final do ano, serão ouvidos também outros antigos administradores do BES como Joaquim Goes, António Souto e Rui Silveira.
Ainda no dia 25 deste mês, será inquirido José Ramalho, presidente do Fundo de Resolução, cuja audição estava inicialmente agendada para dia 17 deste mês, mas teve que ser adiada.
RICARDO SALGADO FALA OU REMETE-SE AO SILÊNCIO NO INQUÉRITO AO BES?
Sandra Almeida Simões Sandra Almeida Simões | 20/11/2014 17:01:53 910 Visitas
As audições não estão ainda totalmente confirmadas
Helena Garcia/SOL
Ricardo Salgado fala ou remete-se ao silêncio no Inquérito ao BES?
O ex-presidente do BES estreia presença da família Espírito Santo no Parlamento em plena época natalícia. Ricardo Salgado contará a sua versão dos acontecimentos no BES, que esta semana foram apelidados de “fraudes e crimes deliberados”? Ou tal como o antigo presidente do BPN remeter-se-á ao silêncio?
Recorde-se que existe uma verba de 6,4 mil milhões de euros da troika disponível para a banca
Ricardo Salgado é uma das figuras mais aguardadas pelos deputados da comissão parlamentar de inquérito à gestão do BES e do GES, sendo o primeiro membro da família Espírito Santo a ser inquirido. Os grupos parlamentares querem ouvi-lo no dia 3 de Dezembro. Já no dia seguinte, 4 de Dezembro, será a vez de José Maria Ricciardi explicar, entre outros temas, a guerra de poder travada com o seu primo.
As audições não estão ainda totalmente confirmadas. Será necessário o presidente da comissão Fernando Negrão confirmar junto dos convocados a disponibilidade para as datas definidas.
São várias as teorias que circulam sobre a estratégia a adoptar por Salgado na Assembleia. Por um lado, poderá pedir uma audiência à porta fechada, ler uma declaração do seu advogado a invocar segredo de justiça e remeter esclarecimentos para o fim das audições. Esta foi, de resto, a decisão tomada por Oliveira Costa na comissão de inquérito que investigou a nacionalização do BPN.
Por outro, suspeita-se que o ex-presidente do BES queira desde já contar a sua versão dos factos e, eventualmente, lançar para o debate novos temas ou personalidades.
A incógnita mantém-se.
Na primeira semana de audições foram ouvidos o governador e o vice-governador do Banco de Portugal, o supervisor dos seguros e o do mercado de capitais, a ministra e o ex-ministro das Finanças. A dúvida sobre a idoneidade de Ricardo Salgado é um dos temas que reúne o consenso dos vários grupos parlamentares.
Entre os restantes membros da família e do conselho superior do grupo Espírito Santo, seguir-se-ão Manuel Fernando Espírito Santo, no dia 10 de Dezembro, e José Maria Espírito Santo Silva, a 11 de Dezembro.
Ricardo Abecassis e Pedro Mosqueira do Amaral irão cruzar-se no Parlamento no mesmo dia, a 16 de Dezembro.
O comandante António Ricciardi encerra a presença da família no Parlamento no dia 17 de Dezembro.
Pedido ou pergunta?
No calendário previsto, Vítor Bento deverá esclarecer, a 2 de Dezembro, a dúvida entre “pergunta e pedido”. O responsável, que assumiu a presidência do BES após a saída de Ricardo Salgado, terá de explicar se o momento em que questionou a ministra das Finanças sobre a possibilidade de o BES ter acesso à linha de recapitalização pública se tratou de uma pergunta ou de um pedido.
Recorde-se que existe uma verba de 6,4 mil milhões de euros da troika disponível para a banca. A solução para o BES, tomada pelo governador do Banco de Portugal, incidiu na resolução da instituição, decisão anunciada publicamente a 3 de Agosto.
No mesmo dia de Vítor Bento, os deputados estimam ouvir o responsável pela KPMG, a auditora do BES.
Pedro Queiroz Pereira, apontado como responsável pela queixa que fez soar os alarmes dentro do BdP, deverá deslocar-se ao Parlamento a 9 de Dezembro.
Até ao final do ano, serão ouvidos também outros antigos administradores do BES como Joaquim Goes, António Souto e Rui Silveira.
Ainda no dia 25 deste mês, será inquirido José Ramalho, presidente do Fundo de Resolução, cuja audição estava inicialmente agendada para dia 17 deste mês, mas teve que ser adiada.
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Re: BES - A LUTA
EH, EH, EH...
CARLOS TAVARES. "É MAIS CENSURADO ALGUÉM ROUBAR UMA CARTEIRA DO QUE FAZER MANIPULAÇÃO DE MERCADO"
Presidente da CMVM afirma à comissão parlamentar de inquérito que muitas dos processos de contraordenação esbarram nos tribunais e as multas são reduzidas.
5
Isabel Vicente |
16:07 Terça feira, 18 de novembro de 2014
Carlos Tavares, da CMVM, e Fernando Negrão, que preside à comissão parlamentar de inquérito do caso BES
O presidente da Comissão de Mercado de Valores Mobiliários diz que foram levantados cerca de 26 processos de contraordenação ao BES e muitos deles dizem respeito à comercialização de produtos, mas nem sempre a decisão final destes esbarra nos tribunais.
Falando esta tarde na comissão parlamentar de inquérito ao caso BES, Tavares disse mesmo que em Portugal os crimes de manipulação de mercado ou financeiros ainda são "vistos de forma benevolente" . E ironizou dizendo que "é mais censurado alguém que rouba uma carteira do que alguém que manipula o mercado .
Afirmou ainda que em muitos dos processos se aplicam multas que "são substancialmente reduzidas depois de recurso para os tribunais".
CARLOS TAVARES. "É MAIS CENSURADO ALGUÉM ROUBAR UMA CARTEIRA DO QUE FAZER MANIPULAÇÃO DE MERCADO"
Presidente da CMVM afirma à comissão parlamentar de inquérito que muitas dos processos de contraordenação esbarram nos tribunais e as multas são reduzidas.
5
Isabel Vicente |
16:07 Terça feira, 18 de novembro de 2014
Carlos Tavares, da CMVM, e Fernando Negrão, que preside à comissão parlamentar de inquérito do caso BES
O presidente da Comissão de Mercado de Valores Mobiliários diz que foram levantados cerca de 26 processos de contraordenação ao BES e muitos deles dizem respeito à comercialização de produtos, mas nem sempre a decisão final destes esbarra nos tribunais.
Falando esta tarde na comissão parlamentar de inquérito ao caso BES, Tavares disse mesmo que em Portugal os crimes de manipulação de mercado ou financeiros ainda são "vistos de forma benevolente" . E ironizou dizendo que "é mais censurado alguém que rouba uma carteira do que alguém que manipula o mercado .
Afirmou ainda que em muitos dos processos se aplicam multas que "são substancialmente reduzidas depois de recurso para os tribunais".
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Re: BES - A LUTA
E ESTA HEM...
CASO BES. CARLOS TAVARES SUGERIU SER OUVIDO À PORTA FECHADA
O presidente da CMVM, que estará esta tarde na comissão de inquérito ao caso BES, queria uma audição privada. O impacto dessa decisão seria tal que acabou por recuar.
Filipe Santos Costa |
9:14 Terça feira, 18 de novembro de 2014
A vontade inicial demonstrada por Carlos Tavares fez aumentar a expectativa sobre que revelações o presidente da CMVM poderá fazer esta tarde na comissão parlamentar de inquérito ao caso BES
A vontade inicial demonstrada por Carlos Tavares fez aumentar a expectativa sobre que revelações o presidente da CMVM poderá fazer esta tarde na comissão parlamentar de inquérito ao caso BES / Tiago Miranda
Carlos Tavares, presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), será ouvido esta tarde na comissão parlamentar de inquérito (CPI) ao caso BES, numa audição que esteve para se realizar à porta fechada.
Ao que o Expresso apurou, foi o próprio Tavares quem ponderou essa possibilidade e contactou Fernando Negrão, o presidente da CPI, para o sondar nesse sentido. E terá sido esse contacto a fazer o presidente da CMVM mudar de ideias. A audição desta tarde acabou por ser agendada sem que Carlos Tavares formalizasse o pedido de ser ouvido em privado.
Fontes parlamentares contactadas pelo Expresso consideram a démarche de Carlos Tavares insólita, numa CPI em que a regra é a publicidade das audições. Como, aliás, é regra em todos os inquéritos parlamentares. Uma audição à porta fechada nem garantiria qualquer sigilo ao visado: o mais provável seria uma enorme especulação sobre o que este viesse a dizer, e a revelação parcial, por parte de quem tivesse interesse nisso, do que viesse a ser dito. Sem possibilidade de ser o próprio Tavares a controlar as palavras e a medir a forma como a mensagem sai do Parlamento.
A vontade inicial demonstrada pelo presidente da CMVM (e que o Expresso confirmou tanto na Assembleia da República como junto do regulador) fez aumentar a expectativa sobre que revelações este poderá fazer na comissão parlamentar de inquérito. O mal-estar entre a CMVM e o Banco de Portugal por causa do caso BES é notório desde que a situação no banco se começou a degradar, e atingiu o cúmulo nos últimos dois dias de negociação das ações do BES, quando estas caíram a pique, ao mesmo tempo que estava a ser preparada em segredo, pelo BdP e pelo Governo, a resolução do banco.
A urgência com que foram feitas vendas maciças de ações do BES nesses dois dias levou a CMVM a abrir um inquérito por suspeita de informação privilegiada. Nessa altura, não só o BdP já estava a preparar a separação em banco bom e banco mau, como já tinha avisado disso a Direção-Geral de Concorrência da Comissão Europeia e estava em conversações com o Banco Central Europeu (BCE). O Governo, por seu lado, aprovou em sigilo a legislação que abriu caminho à resolução.
Tudo isto aconteceu sem que a CMVM fosse posta a par, não tendo, por isso, suspendido a negociação de ações do BES, que perderam mais de metade do seu valor. Esta segunda-feira, na CPI, o governador Carlos Costa garantiu aos deputados que manteve "comunicações abundantes" com a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, mas admitiu que não deu conta de que o BES lhe tinha comunicado, na noite de 31 de julho, que não estava em condições de proceder a uma recapitalizacao privada, como era exigido pelo BdP. Facto que abriu a porta à solução de resolução.
Sobre o último dia de negociação das ações do BES, sexta-feira, 1 de agosto, Costa disse que, logo depois de falar com o Conselho de Governadores do BCE, informando-os de que ia avançar com a resolução nesse fim de semana, telefonou a Carlos Tavares. Eram 15h10, contou Costa. "Eles até podem ter interpretado meu telefonema como abusivo, porque eu disse: vê lá se suspendem a negociação."
Costa nunca respondeu à pergunta se vê razoes para o inquérito aberto por Carlos Tavares.
CASO BES. CARLOS TAVARES SUGERIU SER OUVIDO À PORTA FECHADA
O presidente da CMVM, que estará esta tarde na comissão de inquérito ao caso BES, queria uma audição privada. O impacto dessa decisão seria tal que acabou por recuar.
Filipe Santos Costa |
9:14 Terça feira, 18 de novembro de 2014
A vontade inicial demonstrada por Carlos Tavares fez aumentar a expectativa sobre que revelações o presidente da CMVM poderá fazer esta tarde na comissão parlamentar de inquérito ao caso BES
A vontade inicial demonstrada por Carlos Tavares fez aumentar a expectativa sobre que revelações o presidente da CMVM poderá fazer esta tarde na comissão parlamentar de inquérito ao caso BES / Tiago Miranda
Carlos Tavares, presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), será ouvido esta tarde na comissão parlamentar de inquérito (CPI) ao caso BES, numa audição que esteve para se realizar à porta fechada.
Ao que o Expresso apurou, foi o próprio Tavares quem ponderou essa possibilidade e contactou Fernando Negrão, o presidente da CPI, para o sondar nesse sentido. E terá sido esse contacto a fazer o presidente da CMVM mudar de ideias. A audição desta tarde acabou por ser agendada sem que Carlos Tavares formalizasse o pedido de ser ouvido em privado.
Fontes parlamentares contactadas pelo Expresso consideram a démarche de Carlos Tavares insólita, numa CPI em que a regra é a publicidade das audições. Como, aliás, é regra em todos os inquéritos parlamentares. Uma audição à porta fechada nem garantiria qualquer sigilo ao visado: o mais provável seria uma enorme especulação sobre o que este viesse a dizer, e a revelação parcial, por parte de quem tivesse interesse nisso, do que viesse a ser dito. Sem possibilidade de ser o próprio Tavares a controlar as palavras e a medir a forma como a mensagem sai do Parlamento.
A vontade inicial demonstrada pelo presidente da CMVM (e que o Expresso confirmou tanto na Assembleia da República como junto do regulador) fez aumentar a expectativa sobre que revelações este poderá fazer na comissão parlamentar de inquérito. O mal-estar entre a CMVM e o Banco de Portugal por causa do caso BES é notório desde que a situação no banco se começou a degradar, e atingiu o cúmulo nos últimos dois dias de negociação das ações do BES, quando estas caíram a pique, ao mesmo tempo que estava a ser preparada em segredo, pelo BdP e pelo Governo, a resolução do banco.
A urgência com que foram feitas vendas maciças de ações do BES nesses dois dias levou a CMVM a abrir um inquérito por suspeita de informação privilegiada. Nessa altura, não só o BdP já estava a preparar a separação em banco bom e banco mau, como já tinha avisado disso a Direção-Geral de Concorrência da Comissão Europeia e estava em conversações com o Banco Central Europeu (BCE). O Governo, por seu lado, aprovou em sigilo a legislação que abriu caminho à resolução.
Tudo isto aconteceu sem que a CMVM fosse posta a par, não tendo, por isso, suspendido a negociação de ações do BES, que perderam mais de metade do seu valor. Esta segunda-feira, na CPI, o governador Carlos Costa garantiu aos deputados que manteve "comunicações abundantes" com a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, mas admitiu que não deu conta de que o BES lhe tinha comunicado, na noite de 31 de julho, que não estava em condições de proceder a uma recapitalizacao privada, como era exigido pelo BdP. Facto que abriu a porta à solução de resolução.
Sobre o último dia de negociação das ações do BES, sexta-feira, 1 de agosto, Costa disse que, logo depois de falar com o Conselho de Governadores do BCE, informando-os de que ia avançar com a resolução nesse fim de semana, telefonou a Carlos Tavares. Eram 15h10, contou Costa. "Eles até podem ter interpretado meu telefonema como abusivo, porque eu disse: vê lá se suspendem a negociação."
Costa nunca respondeu à pergunta se vê razoes para o inquérito aberto por Carlos Tavares.
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Re: BES - A LUTA
É PRECISO É DESPACHAR...NO FIM PAGA O POVO PORTUGUÊS.
BdP espera apresentar no início de 2015 informação a interessados no Novo Banco
21 Novembro 2014, 18:29 por Lusa
O Banco de Portugal (BdP) espera apresentar "no início de 2015" uma pasta com informação "aos potenciais" interessados na compra do Novo Banco.
"É esperado que, no início de 2015, seja distribuído um dossiê de informação aos potenciais adquirentes, para que possam apresentar as suas propostas de aquisição", diz a entidade numa nota enviada à comissão parlamentar de inquérito à gestão do Banco Espírito Santo (BES) e do Grupo Espírito Santo (GES), a que a agência Lusa teve acesso.
A entidade liderada por Carlos Costa assinala também que espera iniciar até ao final do ano o "processo de contacto activo com potenciais interessados para aferir do seu interesse em encetar negociações".
O banco central sinaliza ainda que o processo de venda do Novo Banco "será desenvolvido com observância dos princípios de transparência e tratamento equitativo dos interessados".
Esta semana, ouvido no parlamento na comissão de inquérito, o governador do BdP havia já revelado que espera que as ofertas indicativas para a compra do Novo Banco cheguem no começo do próximo ano e as vinculativas entre Abril e "meio do segundo trimestre".
Carlos Costa disse haver "indicação de que há interessados", acrescentando que, se for encontrada uma solução na qual seja garantida, por exemplo, a "concessão de crédito necessária" à economia, ter-se-á "passado ao lado de uma tempestade".
O GOVERNADOR RECONHECEU AINDA QUE PODE SER FEITO UM "PEQUENO DESCONTO" NA VENDA DO BANCO FACE AO DINHEIRO INJECTADO PELO FUNDO DE RESOLUÇÃO (4,9 MIL MILHÕES DE EUROS).
A comissão de inquérito arrancou na segunda-feira (dia 17 de Novembro) e terá um prazo de 120 dias, que pode eventualmente ser alargado, e tem por intuito "apurar as práticas da anterior gestão do BES, o papel dos auditores externos, as relações entre o BES e o conjunto de entidades integrantes do universo GES, designadamente os métodos e veículos utilizados pelo BES para financiar essas entidades".
A 3 de Agosto, o Banco de Portugal tomou o controlo do BES, após a apresentação de prejuízos semestrais de 3,6 mil milhões de euros, e anunciou a separação da instituição em duas entidades: o chamado banco mau (um veículo que mantém o nome BES e que concentra os activos e passivos tóxicos do BES, assim como os accionistas) e o banco de transição que foi designado Novo Banco.
BdP espera apresentar no início de 2015 informação a interessados no Novo Banco
21 Novembro 2014, 18:29 por Lusa
O Banco de Portugal (BdP) espera apresentar "no início de 2015" uma pasta com informação "aos potenciais" interessados na compra do Novo Banco.
"É esperado que, no início de 2015, seja distribuído um dossiê de informação aos potenciais adquirentes, para que possam apresentar as suas propostas de aquisição", diz a entidade numa nota enviada à comissão parlamentar de inquérito à gestão do Banco Espírito Santo (BES) e do Grupo Espírito Santo (GES), a que a agência Lusa teve acesso.
A entidade liderada por Carlos Costa assinala também que espera iniciar até ao final do ano o "processo de contacto activo com potenciais interessados para aferir do seu interesse em encetar negociações".
O banco central sinaliza ainda que o processo de venda do Novo Banco "será desenvolvido com observância dos princípios de transparência e tratamento equitativo dos interessados".
Esta semana, ouvido no parlamento na comissão de inquérito, o governador do BdP havia já revelado que espera que as ofertas indicativas para a compra do Novo Banco cheguem no começo do próximo ano e as vinculativas entre Abril e "meio do segundo trimestre".
Carlos Costa disse haver "indicação de que há interessados", acrescentando que, se for encontrada uma solução na qual seja garantida, por exemplo, a "concessão de crédito necessária" à economia, ter-se-á "passado ao lado de uma tempestade".
O GOVERNADOR RECONHECEU AINDA QUE PODE SER FEITO UM "PEQUENO DESCONTO" NA VENDA DO BANCO FACE AO DINHEIRO INJECTADO PELO FUNDO DE RESOLUÇÃO (4,9 MIL MILHÕES DE EUROS).
A comissão de inquérito arrancou na segunda-feira (dia 17 de Novembro) e terá um prazo de 120 dias, que pode eventualmente ser alargado, e tem por intuito "apurar as práticas da anterior gestão do BES, o papel dos auditores externos, as relações entre o BES e o conjunto de entidades integrantes do universo GES, designadamente os métodos e veículos utilizados pelo BES para financiar essas entidades".
A 3 de Agosto, o Banco de Portugal tomou o controlo do BES, após a apresentação de prejuízos semestrais de 3,6 mil milhões de euros, e anunciou a separação da instituição em duas entidades: o chamado banco mau (um veículo que mantém o nome BES e que concentra os activos e passivos tóxicos do BES, assim como os accionistas) e o banco de transição que foi designado Novo Banco.
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