O fim da era das obrigações?
Re: O fim da era das obrigações?
pata-hari Escreveu:Decidi criar este tópico na ideia oposta da criação do tópico das obrigações há uns anos atrás. Na altura pouco sabíamos desse mercado e haviam oportunidades incríveis para quem quisesse arriscar capital. Ora como neste momento o upside parece ser muito, muito limitado, achei pertinente começar a trazer o fim do tema para discussão.
Parece-nos que estará na altura de trazer este tópico para a ribalta, dada a recente movimentação do mercado obrigacionista soberano.
http://www.jornaldenegocios.pt/mercados ... ricos.html
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Re: O fim da era das obrigações?
VirtuaGod Escreveu:Follow-Me Escreveu:E daí? Façam como os do buy and hold e da gestão passiva: aguentem que há-de passar.
A questão é que não podem aguentar. As regras de contabilidade mark-to-market torna isso impossível. É como se os bancos tivessem uma margin-call caso as carteira de obrigações caísse abaixo de um valor específico durante 1 fecho de mercado diário. Eles não se podem virar para os reguladores e dizer, "está tudo ok, só se perde quando se vende".Follow-Me Escreveu:Os especialistas, que são tão bons a antecipar a tal perda de 8%, deverão agora propor efectivos mecanismos de salvaguarda. Veremos quem se chega à frente.
U.S. Treasury to Introduce Floating-Rate Notes
E eles não estão a antecipar nada excepto um possível cenário. É comum fazer/correr este tipo de cenários para ver as consequências de certas decisões de política monetária etc etc é assim que "decision makers" estudam quais as melhores opções a tomar!! Não será propriamente "pk lhes apetece".
P.S.- Os bancos estão sempre alavancados, uma perda de 8% no mercado global obrigacionista não iria representar "apenas" 8% de perda nas carteiras dos bancos com certeza.
Percebemos a argumentação. Contudo, diremos várias notas:
- para quem não se aguentar há duas vias: intervenção estatal, tão ao gosto dos liberais em tempos de crise, ou falência. O bom separa-se do mau. Sempre foi assim e sempre será.
- quem se alavanca para ganhar, está a alavancar-se para perder; todos, governos e reguladores incluídos, gostam muito da "alavancagem boa", daquela que dá para investir e criar riqueza, e não se querem lembrar (o que é mais grave do que ser simplesmente incompetente) dos riscos que isso acarreta;
- as floating rate notes são para ser usadas a montante e não a juzante. Se a instituição ou o investidor tiver uma política de boa diversificação do risco, não há que ter medo. Só tem medo e entra em pânico quem não fez o trabalho de casa. Aliás, são esses momentos que devem fazer crescer água na boa a qualquer instituição ou gestor que saiba o que está a fazer.
Parece-nos quer o maior risco é, por um lado, pensar que o risco é reduzido e, por outro, que se assistirá a uma perda de 8%. A existir, ela tenderá a ser superior a 2 dígitos. Porém, não há que ter medo do papão crash ou de fat fingers.
Em anterior post disseste que o relatório do FMI se destina a um público institucional. Nós, os 3 estarolas, que também temos dinheiro investido em fundos de obrigações, esperamos que as instituições nacionais saibam tirar as devidas ilações quando estiverem a construir carteiras ou reverem as já existentes. Não podem dizer que não foram avisadas!
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Re: O fim da era das obrigações?
Follow-Me Escreveu:E daí? Façam como os do buy and hold e da gestão passiva: aguentem que há-de passar.
A questão é que não podem aguentar. As regras de contabilidade mark-to-market torna isso impossível. É como se os bancos tivessem uma margin-call caso as carteira de obrigações caísse abaixo de um valor específico durante 1 fecho de mercado diário. Eles não se podem virar para os reguladores e dizer, "está tudo ok, só se perde quando se vende".
Follow-Me Escreveu:Os especialistas, que são tão bons a antecipar a tal perda de 8%, deverão agora propor efectivos mecanismos de salvaguarda. Veremos quem se chega à frente.

E eles não estão a antecipar nada excepto um possível cenário. É comum fazer/correr este tipo de cenários para ver as consequências de certas decisões de política monetária etc etc é assim que "decision makers" estudam quais as melhores opções a tomar!! Não será propriamente "pk lhes apetece".
P.S.- Os bancos estão sempre alavancados, uma perda de 8% no mercado global obrigacionista não iria representar "apenas" 8% de perda nas carteiras dos bancos com certeza.
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"We don’t need a crystal ball to be successful investors. However, investing as if you have one is almost guaranteed to lead to sub-par results." The Irrelevant Investor
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Re: O fim da era das obrigações?
dozens Escreveu:Follow-Me Escreveu:Sedozens Escreveu: In April of 2009, however, the Financial Accounting Standards Board (FASB) voted on and approved new guidelines that would allow for the valuation to be based on a price that would be received in an orderly market rather than a forced liquidation, starting in the first quarter of 2009.
fará sentido falar em "pânico no mercado obrigacionista" perante uns "míseros" 8% de perda? Investidor que se preze, seja ele accionista ou obrigacionista, tem de aceitar no mínimo perdas potenciais dessa ordem de grandeza. Parece-me que nesta discussão toda os especialistas estão mais preocupados, não com a perda de 8%, mas com uma perda de 8% no mercado obrigacionista. Se estivéssemos a falar de acções ou futuros ou outros produtos, estamos em crer que o discurso seria diferente (é aguentar que isto é para o long run!). O investidor em obrigações tem de se convencer que o seu capital também está em risco e não é só ficar quieto a receber o cupão.
Tu tens noção de quanto dinheiro estamos a falar, se o mercado obrigacionista à escala global perder 8%? Que implicações isso tem nos balanços dos institucionais?![]()
Acho que ainda não percebeste a diferença entre investidor retalho (provavelmente eu e tu), e investidor institucional (fundo de pensões, bancos, etc.). Lê mais uma vez o que o VirtuaGod escreveu.
E daí? Façam como os do buy and hold e da gestão passiva: aguentem que há-de passar. Na finança nada se perde, tudo se transfere.Por acaso já fizeram as contas a quanto é que o mercado obrigacionista perdeu com a crise do subprime e subsequente crise das dívidas? Alguém, que eventualmente tenha manifestado preocupação antes desses acontecimentos, foi ouvido? Os especialistas, que são tão bons a antecipar a tal perda de 8%, deverão agora propor efectivos mecanismos de salvaguarda. Veremos quem se chega à frente. Afinal, parte desse dinheiro não é dos institucionais, mas sim dos reformados e pensionistas e demais investidores ditos de retalho. Nós, apesar do retalho, temos lá algum e por isso queremos respostas.
Sim, pode parecer que não saberemos perceber essa diferença a que te referes. Pode ser propositado ou pode simplesmente ser a razão pela qual lemos este tipo de tópicos.
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Re: O fim da era das obrigações?
Follow-Me Escreveu:Sedozens Escreveu: In April of 2009, however, the Financial Accounting Standards Board (FASB) voted on and approved new guidelines that would allow for the valuation to be based on a price that would be received in an orderly market rather than a forced liquidation, starting in the first quarter of 2009.
fará sentido falar em "pânico no mercado obrigacionista" perante uns "míseros" 8% de perda? Investidor que se preze, seja ele accionista ou obrigacionista, tem de aceitar no mínimo perdas potenciais dessa ordem de grandeza. Parece-me que nesta discussão toda os especialistas estão mais preocupados, não com a perda de 8%, mas com uma perda de 8% no mercado obrigacionista. Se estivéssemos a falar de acções ou futuros ou outros produtos, estamos em crer que o discurso seria diferente (é aguentar que isto é para o long run!). O investidor em obrigações tem de se convencer que o seu capital também está em risco e não é só ficar quieto a receber o cupão.
Tu tens noção de quanto dinheiro estamos a falar, se o mercado obrigacionista à escala global perder 8%? Que implicações isso tem nos balanços dos institucionais?

Acho que ainda não percebeste a diferença entre investidor retalho (provavelmente eu e tu), e investidor institucional (fundo de pensões, bancos, etc.). Lê mais uma vez o que o VirtuaGod escreveu.
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Re: O fim da era das obrigações?
Se
fará sentido falar em "pânico no mercado obrigacionista" perante uns "míseros" 8% de perda? Investidor que se preze, seja ele accionista ou obrigacionista, tem de aceitar no mínimo perdas potenciais dessa ordem de grandeza. Parece-me que nesta discussão toda os especialistas estão mais preocupados, não com a perda de 8%, mas com uma perda de 8% no mercado obrigacionista. Se estivéssemos a falar de acções ou futuros ou outros produtos, estamos em crer que o discurso seria diferente (é aguentar que isto é para o long run!). O investidor em obrigações tem de se convencer que o seu capital também está em risco e não é só ficar quieto a receber o cupão.
dozens Escreveu: In April of 2009, however, the Financial Accounting Standards Board (FASB) voted on and approved new guidelines that would allow for the valuation to be based on a price that would be received in an orderly market rather than a forced liquidation, starting in the first quarter of 2009.
fará sentido falar em "pânico no mercado obrigacionista" perante uns "míseros" 8% de perda? Investidor que se preze, seja ele accionista ou obrigacionista, tem de aceitar no mínimo perdas potenciais dessa ordem de grandeza. Parece-me que nesta discussão toda os especialistas estão mais preocupados, não com a perda de 8%, mas com uma perda de 8% no mercado obrigacionista. Se estivéssemos a falar de acções ou futuros ou outros produtos, estamos em crer que o discurso seria diferente (é aguentar que isto é para o long run!). O investidor em obrigações tem de se convencer que o seu capital também está em risco e não é só ficar quieto a receber o cupão.
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Re: O fim da era das obrigações?
http://www.investopedia.com/terms/m/marktomarket.asp
DEFINITION of 'Mark To Market - MTM'
1. A measure of the fair value of accounts that can change over time, such as assets and liabilities. Mark to market aims to provide a realistic appraisal of an institution's or company's current financial situation.
2. The accounting act of recording the price or value of a security, portfolio or account to reflect its current market value rather than its book value.
3. When the net asset value (NAV) of a mutual fund is valued based on the most current market valuation.
(...)
1. Problems can arise when the market-based measurement does not accurately reflect the underlying asset's true value. This can occur when a company is forced to calculate the selling price of these assets or liabilities during unfavorable or volatile times, such as a financial crisis. For example, if the liquidity is low or investors are fearful, the current selling price of a bank's assets could be much lower than the actual value. The result would be a lowered shareholders' equity.
This issue was seen during the financial crisis of 2008/09 where many securities held on banks' balance sheets could not be valued efficiently as the markets had disappeared from them. In April of 2009, however, the Financial Accounting Standards Board (FASB) voted on and approved new guidelines that would allow for the valuation to be based on a price that would be received in an orderly market rather than a forced liquidation, starting in the first quarter of 2009.
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Re: O fim da era das obrigações?
VirtuaGod Escreveu:Este tipo de intervenção do FMI, ou seja de quem for, pode dar origem a interpretações erradas, visto que a perda nas carteiras de obrigações só se verificará se o activo for vendido antes da maturidade.

[/quote]
por alguma coisa és de facto a pessoa que mais gosto de ler em todo este forum



As opiniões expressas baseiam-se essencialmente em análise fundamental, e na relação entre o valor de mercado dos ativos e as suas perspectivas futuras de negocio, como tal traduzem uma interpretação pessoal da realidade,devendo como tal apenas serem consideradas como uma perspetiva meramente informativa sobre os ativos em questão, não se constituindo como sugestões firmes de investimento
Re: O fim da era das obrigações?
VirtuaGod Escreveu:Follow-Me Escreveu:Este tipo de intervenção do FMI, ou seja de quem for, pode dar origem a interpretações erradas, visto que a perda nas carteiras de obrigações só se verificará se o activo for vendido antes da maturidade.
A questão é que várias instituições a nível mundial fazem mark-to-market, por isso uma baixa do valor da carteira de obrigações (principalmente a bancos e outras intituições financeiras que usem rácios de capital) pode ter um impacto MUITO significativo na forma como as coisas são geridas no dia a dia e pode ter custos de milhões. O público alvo destes relatórios não são própriamente o investidor comum como tu e eu. Por isso a teoria do "a perda nas carteiras de obrigações só se verificará se o activo for vendido antes da maturidade." não serve para muitas destas intituições. Para além do impacto que um pânico no mercado obrigacionista pode ter na economia real.
Fazer o mark-to-market não invalida o que dissemos: o prejuízo só se concretiza na venda. Até lá essas tais instituições a que o relatório alegadamente se dirige podem manter os activos na carteira. Não é precisamente isto que é preconizado pelas ideias do buy and hold e da gestão passiva? Quer dizer, "querem convencer-nos" que o melhor é termos uma estratégia defensiva, não fazer o market timing, não vender no pânico e "coisa e tal" e quando chegam os tempos maus "eles" ficam com medo de uma "perda" de 8%. Parafraseando F. Ulrich, "não aguenta? ai aguenta aguenta!" O que poderá ter grande efeito nos mercados não é uma perda potencial mas a necessidade de fechar posições por algum razão prevista no fundo que detém o activo (downgrade do rating, políticas de stoploss, outflows, etc.) e aí dá-se o efeito bola de neve. Quando o fundo x ou a carteira y registavam, em plena crise do subprime,
Uma vez que as obrigações são muito matemáticas e caso se materializem todos os SEs dos pressupostos acredito que estivessem lá próximo nas consequências, o problema não está na matemática, poderá estar é nos pressupostos, como diz o texto... if this happens... then that happens!! Mas o IF tem de acontecer e se acontecer provavelmente teriamos os 8% de perdas a nível mundial nas obrigações, como a matemática comprova!!
Quanto a isto apenas duas ideias:
- todos sabem o que aconteceu ao LTCM (referimo-nos ao fundo e não ao forista), todo baseado nos mais avançados conceitos e modelos matemáticos;
- mais do que nunca e jamais tão a propósito esse dito receio não me parece justificável na medida em que, por se tratarem de obrigações, a Fed e o BCE podem intervir comprando para estabilizarem os preços/cotações/mercado (aliás, a própria FED está legalmente autorizada a intervir noutros mercado que não apenas o obrigacionista).
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Re: O fim da era das obrigações?
Follow-Me Escreveu:Este tipo de intervenção do FMI, ou seja de quem for, pode dar origem a interpretações erradas, visto que a perda nas carteiras de obrigações só se verificará se o activo for vendido antes da maturidade.
A questão é que várias instituições a nível mundial fazem mark-to-market, por isso uma baixa do valor da carteira de obrigações (principalmente a bancos e outras intituições financeiras que usem rácios de capital) pode ter um impacto MUITO significativo na forma como as coisas são geridas no dia a dia e pode ter custos de milhões. O público alvo destes relatórios não são própriamente o investidor comum como tu e eu. Por isso a teoria do "a perda nas carteiras de obrigações só se verificará se o activo for vendido antes da maturidade." não serve para muitas destas intituições. Para além do impacto que um pânico no mercado obrigacionista pode ter na economia real.
Follow-Me Escreveu:Segundo: dizem os especialistas que, a existirem perdas, já se sabe que serão de 8%. Fantástico! Em que modelo é que se basearam para chegarem a tal valor?
Podes ler aqui: Global Financial Stability Report (GFSR) Risk Taking, Liquidity, and Shadow Banking: Curbing Excess While Promoting Growth
Chapter 1: Improving the Balance Between Financial and Economic Risk Taking
O citado na notícia está na página 40 e transcrevo um pouco (com enfase meu):
"To illustrate these potential risks to credit markets, Table 1.3 shows the impact of a rapid market adjustment that causes term premiums in bond markets to revert to historical norms (increasing by 100 bps) and credit risk premiums to normalize (a repricing of credit risk by 100 bps). Such a shock could reduce the market value of global bond portfolios by more than 8 percent, or in excess of $3.8 trillion. If losses on this scale were to materialize over a short time horizon, the ensuing portfolio adjustments and market turmoil could trigger significant disruption in global markets. A 100 bps increase in the yield would lead to a loss of 6.1 percent in the global bond aggregate index and a loss of 6.6 percent in the index for U.S. investment grade corporate bonds (Table 1.3)."
Ou seja, teria de ser no curto prazo para ter todas as implicações possíveis. Teria de ser algo semelhante ao Taper Tantrum de Maio/Junho do ano passado. Uma vez que as obrigações são muito matemáticas e caso se materializem todos os SEs dos pressupostos acredito que estivessem lá próximo nas consequências, o problema não está na matemática, poderá estar é nos pressupostos, como diz o texto... if this happens... then that happens!! Mas o IF tem de acontecer e se acontecer provavelmente teriamos os 8% de perdas a nível mundial nas obrigações, como a matemática comprova!!
Quer o Global Financial Stability Report (de onde este texto foi tirado) quer o World Economic Outlook (WEO) me parecem bastante interessantes para quem quiser perceber o que se tem vindo a passar na economia mundial num passado recente (o FMI é bastante bom a explicar o passado

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Re: O fim da era das obrigações?
pata-hari Escreveu:Qual a ytm à data de hoje, F1? caramba, estarei a falar chinês...?
Quanto esperas ganhar daqui para a frente? que se ganhou MUITO, é a constatação do facto. Nada de novo, não é tema. O tópico é acerca do que se irá ganhar para a frente e não do que se ganhou.
Quanto ao que se irá ganhar no futuro, dado a conjuntura e uma expectavel subida das taxas... Porque não considerar os CFD's, nomeadamente os short, como um bom instrumento para o futuro ao conjugar as possiveis mais valias e os "pagamentos" quando a LIBOR se encontram acima dos 2,5/3%?!

Re: O fim da era das obrigações?
F-Type Escreveu:pata-hari Escreveu:Qual a ytm à data de hoje, F1? caramba, estarei a falar chinês...?
Quanto esperas ganhar daqui para a frente? que se ganhou MUITO, é a constatação do facto. Nada de novo, não é tema. O tópico é acerca do que se irá ganhar para a frente e não do que se ganhou.
Aínda assim está com 5,36 % ytm ,
estás a ver a desfazer-me delas este ano ou próximo com um cupão de 5,7% ano ,
para trocar por um depósito de 1 ou 1,5 % ao ano ????
F1, o cupão é um valor irrelevante per si. Interessa em conjunto com o preço e com os custos associados a ter essa obrigação. Os factores, juntos, dão-te a medida do custo de oportunidade e permitem comparar com o teu DP a 1.5% . Qual é a tua YTM líquida de impostos e comissões ao preço de venda de hoje, F1? Diz de que obrigação estás a falar para fazermos contas em vez de atirarmos bitaites. Eu não conheço nenhuma obrigação com ytm líquida e prazo apresentável(menos de 5 anos) que quisesse ter por troca de um DP a 1.5 ao ano.
Re: O fim da era das obrigações?
Sr_SNiper Escreveu:pata-hari Escreveu:Sniper, o mercado funciona por antecipação. Nos states, tens o ciclo económico já avançado e as taxas já recomeçaram a subir. Cá, a questão não é quando irão subir, é quanto podem ainda descer mais. Não há muito espaço.
Claro, mas então, nos states não existirá mais mais oportunidades nas taxas fixas, e ao invés, na europa poderá haver correto? Visto que estamos em contra ciclo com os states
Achas ?

Re: O fim da era das obrigações?
Excelente tópico, porque é um tema relevante. A conjugação do fim do QE com o aumento da taxa de juro pelo FED no próximo ano, leva inevitavelmente a outflows das bonds USA (T-bond referência obrigacionista como é o S&P 500 para as acções).
A questão é que esse outflow não passa imedatamente para o Mercado accionista, por 4 motivos:
1 - Existem fases em que ambos funcionam in tandem - sobem e descem juntos
2 - Muito do leverage em acções (e da subida no S&P500) veio nestes últimos anos via QE - compra-se obrigações e pede-se emprestado para acções (colateral obrigações)
3 - Subidas da Taxa de juro são um inimigo de ambas (embora para as acções tenha um efeito circunstanciado) - demovem os players de tomada de riscos ( depósitos a prazo, imobiliário, cobre, platina, petróleo tornam-se activos mais aliciantes).
4 - As acções beneficiam apenas em fase ulterior de parte desse outflow sobretudo via growth stocks (alternativa de crescimento que questiona o dogma da rentabilidade do investimento per se).
A questão é que esse outflow não passa imedatamente para o Mercado accionista, por 4 motivos:
1 - Existem fases em que ambos funcionam in tandem - sobem e descem juntos
2 - Muito do leverage em acções (e da subida no S&P500) veio nestes últimos anos via QE - compra-se obrigações e pede-se emprestado para acções (colateral obrigações)
3 - Subidas da Taxa de juro são um inimigo de ambas (embora para as acções tenha um efeito circunstanciado) - demovem os players de tomada de riscos ( depósitos a prazo, imobiliário, cobre, platina, petróleo tornam-se activos mais aliciantes).
4 - As acções beneficiam apenas em fase ulterior de parte desse outflow sobretudo via growth stocks (alternativa de crescimento que questiona o dogma da rentabilidade do investimento per se).
Aquele que deixa de ser melhor, deixa de ser bom! Aristóteles
Re: O fim da era das obrigações?
Já baixamos a tão resistente barreira dos 3% a 10 years:
http://www.investing.com/rates-bonds/po ... ment-bonds
Vamos ver se com o Rating amanha e até ao fim do ano alcançaremos os 2,5 % a 10 anos.
E isto sim são boas noticias que não vejo muita publicidade , porque será?
http://www.investing.com/rates-bonds/po ... ment-bonds
Vamos ver se com o Rating amanha e até ao fim do ano alcançaremos os 2,5 % a 10 anos.
E isto sim são boas noticias que não vejo muita publicidade , porque será?
Re: O fim da era das obrigações?
Sr_SNiper Escreveu:Vocês não estão a perceber o que a Pata está dizer e a dizer muito bem
Queres dar uma ajuda aqui ao pessoal a compreender melhor o raciocino da Pata.
Re: O fim da era das obrigações?
Bom tópico, só não percebo o porque de tanta preocupação com as carteiras de obrigações...
Se acontecer uma subida de 3/4% nas taxas (20y) essa seria a menor das preocupações, dado o que seria previsível que acontecesse aos EUA...
E que opinam deste ponto de vista?
look what is happening to the bond market. The Fed is supposed to withdraw from bond auctions this month. There goes the biggest and best customer – his pockets full and his head empty.
You’d think you’d see bond prices fall. But no! They’re going up.
This curious trend has confounded analysts all over the world. If the US economy really were recovering it should mean higher yields (lower bond prices) as more and more people bid for scarcer credit.
So, what’s going on? Are bond buyers making a mistake? Or is the economy really weaker than the jobs report would make it appear?
Yields are low because there is little demand for credit.
In the US, the rate of new business start-ups has been going down for nearly 30 years. And now, with so much debt already, and an older, slower population, who needs to borrow? And who can expect the same growth rate as we had over the last 50 years?
Se acontecer uma subida de 3/4% nas taxas (20y) essa seria a menor das preocupações, dado o que seria previsível que acontecesse aos EUA...
E que opinam deste ponto de vista?
look what is happening to the bond market. The Fed is supposed to withdraw from bond auctions this month. There goes the biggest and best customer – his pockets full and his head empty.
You’d think you’d see bond prices fall. But no! They’re going up.
This curious trend has confounded analysts all over the world. If the US economy really were recovering it should mean higher yields (lower bond prices) as more and more people bid for scarcer credit.
So, what’s going on? Are bond buyers making a mistake? Or is the economy really weaker than the jobs report would make it appear?
Yields are low because there is little demand for credit.
In the US, the rate of new business start-ups has been going down for nearly 30 years. And now, with so much debt already, and an older, slower population, who needs to borrow? And who can expect the same growth rate as we had over the last 50 years?
Re: O fim da era das obrigações?
pata-hari Escreveu:Decidi criar este tópico na ideia oposta da criação do tópico das obrigações há uns anos atrás. Na altura pouco sabíamos desse mercado e haviam oportunidades incríveis para quem quisesse arriscar capital. Ora como neste momento o upside parece ser muito, muito limitado, achei pertinente começar a trazer o fim do tema para discussão. Começo "o jogo" com este artigo:Subida das taxas pode eliminar 3,8 biliões às carteiras de obrigações
08 Outubro 2014, 14:00 por Paulo Moutinho | paulomoutinho@negocios.pt
O FMI alerta para o risco de se assistir, em resultado da normalização da política monetária dos EUA, a uma subida rápida das taxas de juro nos mercados de crédito. A acontecer, pode eliminar 8% do valor das carteiras de obrigações.
Tendo em conta as alterações estruturais verificadas nos mercados de dívida, associadas à expectativa de normalização da política monetária nos EUA, os riscos estão a aumentar, diz o FMI. E para ilustrá-los, no Relatório de Estabilidade Financeira é feito um "teste" ao impacto da subida das "yields" das obrigações. O resultado é uma desvalorização de 8% das carteiras globais, o equivalente a 3,8 biliões de dólares.
"Para ilustrar os potenciais riscos para os mercados de dívida, este relatório analisa o impacto de um rápido ajustamento dos juros das obrigações (de 100 pontos base) e da normalização dos prémios de risco (em 100 pontos base)", diz o FMI. "Um choque desta magnitude pode reduzir o valor de mercado das carteiras globais de dívida em mais de 8%, ou 3,8 biliões de dólares", refere o relatório.
Caso perdas deste nível venham efectivamente a verificar-se num curto período de tempo, há grandes riscos para a estabilidade financeira, adverte o FMI. No relatório publicado esta quarta-feira, alerta para o facto de "o ajustamento das carteiras e a turbulência [que tal evento teria nos mercados] poderá levar à disrupção dos mercados mundiais".
Primeiro:
Este tipo de intervenção do FMI, ou seja de quem for, pode dar origem a interpretações erradas, visto que a perda nas carteiras de obrigações só se verificará se o activo for vendido antes da maturidade.
Segundo: dizem os especialistas que, a existirem perdas, já se sabe que serão de 8%. Fantástico! Em que modelo é que se basearam para chegarem a tal valor?
Terceiro: A partir do momento em que foi referenciado neste fórum passei a seguir com regularidade os escritos de Morgan Housel. Deixo-vos algumas palavras de uma recente intervenção dele:
There are economists -- very smart ones -- who said there was a 100% chance we'd have a recession in 2011. There are brilliant investors who have been certain since 2009 that the market is inches away from collapse.
They made these predictions because they are trained math geniuses who created statistical models showing that these events were certain to occur.
But there is an infinite amount of stuff in finance that can't be answered with math, facts, or formulas. There are things we can't measure, and things we can't understand, ever. Herd behavior, future trivia, and psychology aren't things we can predict today. It's just insanity and chaos.
That's not acceptable to you if you've been trained to measure things with facts and formulas. Just like the prep school student, there is no world outside of the facts you've been trained to memorize. So you try to predict human behavior with standard deviation, or the decisions of a despotic dictator with a bell curve. And you fail, virtually every time.
Realizing the limits of your intelligence one of the most important skills in finance. P.J.O'Rourke described economics as "an entire scientific discipline of not knowing what you're talking about," which is pretty accurate. When you pretend you know something you don't, your perception of risk becomes warped. You take risks you didn't think existed. You face events you didn't think could occur. Understanding what you don't know, and what you can't know, is way more important than the stuff you actually know.
In that sense, the four most important words in investing are probably, "I have no idea."
I have no idea what the market will do next.
I have no idea if we'll have a recession this year.
I have no idea when interest rates will rise.
I have no idea what the Fed will do next.
Neither do you.
The sooner you admit that, the better.
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Re: O fim da era das obrigações?
Vocês não estão a perceber o que a Pata está dizer e a dizer muito bem
Lose your opinion, not your money
Re: O fim da era das obrigações?
MME5 Escreveu:Concordo com a Pata, praticamente o crescimento está esgotado, estão a começar a surgir algumas emissões de algumas empresas de pequena dimensão PMEs principalmente na Alemanha que começam a pagar um bom juro, é certo que sendo PMEs a falência é um risco maior, ainda esta semana o Tiago no seu blog surfar a tendência relatou uma situação de uma empresa destas.
O futuro pode passar por olhar para as obrigações apenas pelo cupão.
Gostei e revejo-me na ultima frase MME5 , e é o que irá acontecer certamente por isso não considero o fim da era das obrigações

Re: O fim da era das obrigações?
pata-hari Escreveu:Qual a ytm à data de hoje, F1? caramba, estarei a falar chinês...?
Quanto esperas ganhar daqui para a frente? que se ganhou MUITO, é a constatação do facto. Nada de novo, não é tema. O tópico é acerca do que se irá ganhar para a frente e não do que se ganhou.
Aínda assim está com 5,36 % ytm ,
estás a ver a desfazer-me delas este ano ou próximo com um cupão de 5,7% ano ,
para trocar por um depósito de 1 ou 1,5 % ao ano ????

Re: O fim da era das obrigações?
pata-hari Escreveu:Sniper, o mercado funciona por antecipação. Nos states, tens o ciclo económico já avançado e as taxas já recomeçaram a subir. Cá, a questão não é quando irão subir, é quanto podem ainda descer mais. Não há muito espaço.
Claro, mas então, nos states não existirá mais mais oportunidades nas taxas fixas, e ao invés, na europa poderá haver correto? Visto que estamos em contra ciclo com os states
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Re: O fim da era das obrigações?
Concordo com a Pata, praticamente o crescimento está esgotado, estão a começar a surgir algumas emissões de algumas empresas de pequena dimensão PMEs principalmente na Alemanha que começam a pagar um bom juro, é certo que sendo PMEs a falência é um risco maior, ainda esta semana o Tiago no seu blog surfar a tendência relatou uma situação de uma empresa destas.
O futuro pode passar por olhar para as obrigações apenas pelo cupão.
O futuro pode passar por olhar para as obrigações apenas pelo cupão.
Re: O fim da era das obrigações?
Qual a ytm à data de hoje, F1? caramba, estarei a falar chinês...?
Quanto esperas ganhar daqui para a frente? que se ganhou MUITO, é a constatação do facto. Nada de novo, não é tema. O tópico é acerca do que se irá ganhar para a frente e não do que se ganhou.
Quanto esperas ganhar daqui para a frente? que se ganhou MUITO, é a constatação do facto. Nada de novo, não é tema. O tópico é acerca do que se irá ganhar para a frente e não do que se ganhou.
Re: O fim da era das obrigações?
pata-hari Escreveu:F-type, estás a fazer bom dinheiro em que obrigações, exactamente? define "bom dinheiro".
VirtuaGod obrigado pela resposta , mas umas das que mais subiram foram estas :
http://www.welt.de/boerse/anleihen/CAMF ... M0001.html
puxa lá o grafico acima a 1 year:
75 % é bom dinheiro meu caro melhor que qq acção do psi...mais juros corridos!!

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