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Caldeirão da Bolsa

BES - Tópico Geral

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

Re: BES - Tópico Geral

por AT2014 » 31/7/2014 22:41

AT2014 Escreveu:
Ramiiro_Santiago Escreveu:Amigos, relativamente ao ES Liquidez, digam-me alguma coisa para eu sossegar (ou então agir!)...

Li aqui a seguinte afirmação, em jeito de aviso/piada: "O Fundo ES Liquidez, anunciou que alterou a sua denominação para Fundo ES Vapor."

Acham que é seguro manter as nossas poupanças neste fundo do BES?

É que eu tenho aplicadas neste produto (ES Liquidez) uma parcela significativa das minhas poupanças e estou muito apreensivo.

Qual é a vossa opinião? É que os meus conhecimentos de finanças são muito escassos e precisava da informação dos especialistas para saber se devo ou não mexer nesta aplicação do BES.

Desde já agradeço uma resposta.


Amigo Ramiro,

Como não obteve resposta de ninguém vou tentar dar uma ajuda naquilo que consegui apurar.

Assim, relativamente ao risco de perder as poupanças se o BES falisse, isso não existe pois as Unidades dos fundos de investimento são transferiveis em caso de falência. Claro que a hipótese de falência do BES não é sequer hipótese a considerar. Só a refiro para clarificar dúvidas.

Relativamente a perdas que o fundo possa suportar por investimentos em empresas do GES, o que vi da carteira do fundo é que é um fundo de grau 1 (grau minimo de risco existente), muito conservador, e que tem cerca de 30% de liquidez, 25% de obrigações do tesouro e o restante de obrigações de empresas (6%) e papel comercial (37%). Das obrigações de empresas, a Benfica sad sobressai (4,78%). Não consegui apurar nada sobre os investimentos do papel comercial.

A existir risco o mesmo estará nas obrigações de empresas e no papel comercial. Para mim a Benfica SAD (ou Porto ou qualquer clube de futebol) são sempre investimentos dos quais fujo mas não tenho nada que me leve a pensar que não irão cumprir e até à bem pouco tempo houve uma emissão de obrigações do Porto que foram um enorme sucesso. Assim vou considerar que também não existe risco nas obrigações das empresas.

Relativamente ao papel comercial só existiria risco se o mesmo fosse das empresas do Grupo GES. Como não sei o detalhe apenas lhe posso recomendar que solicite ao gestor do fundo que lhe envie um detalhe do peso (e que empresas) em que foi feito o investimento em papel comercial. Desde que não sejam empresas do GES não há risco.

Conclusão:
Não existe risco por falência do BES
Não existe risco em 63% do investimento do fundo
Poderá existir risco em parte dos 37% do investimento do fundo caso o mesmo tenha sido feito sobre empresas do Grupo GES. Tal acarretaria perdas para o fundo que se reflectiriam no valor da Unidade de Participação. Mas para saber isso é necessário ter o detalhe do que foi objecto de investimento desses 37%.

Abraço e bons negócios


Afinal houve um monte de gente que lhe respondeu. As minhas desculpas aos foristas pois como leio sempre pelo mais atrasado e vi o amigo Ramiro a colocar a mesma questão diversas vezes sem resposta pensei que na euforia do dia tinha sido esquecido. Fica então a minha como apenas mais uma resposta.

Abraço e bons negócios
 
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Re: BES - Tópico Geral

por fundof » 31/7/2014 22:41

não acredito muito nisso

Não estou a ver Credit agricole,Bradesco e outros accionistas a ficarem sem nada

Acredito que será dificil encontrar 6 mil milhões para injectar na instituição mas vai se arranjar uma solução

Parece me que Nomura e Santander e Citi possam estar interessados.........
 
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Re: BES - Tópico Geral

por fundof » 31/7/2014 22:38

não acredito muito nisso

Não estou a ver Credit agricole,Bradesco e outros accionistas a ficarem sem nada

Acredito que será dificil encontrar 6 mil milhões para injectar na instituição mas vai se arranjar uma solução

Parece me que Nomura e Santander e Citi possam estar interessados.........
 
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Re: BES - Tópico Geral

por AT2014 » 31/7/2014 22:37

Ramiiro_Santiago Escreveu:
NGRO2 Escreveu:
Ramiiro_Santiago Escreveu:Li aqui alguns comentários sobre o ES Liquidez, fundo onde tenho uma boa parte das minhas poupanças.

Acham que esta minha aplicação pode estar em risco?

Aconselham-me a levantar este dinheiro e colocá-lo noutro produto mais seguro?

Desde já agradeço o conselho que me queiram dar.


Eu não tenho qq fundo começado por ES! Just in Case...


E essa sua suspeição estende-se também ao banco BEST (que, pelo que sei, é detido pelo BES)?

É que também tenho conta nesse banco...

Aconselham-me a "por a zeros" tudo o que esteja relacionado com o BES (e BEST) e passar para outro banco?


Amigo Ramiro,

O BEST, para todos os efeitos, é um banco pelo que o que se aplica ao BES em termos de protecção dos investidores e dos depositantes se aplica.

Abraço e bons negócios
 
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Re: BES - Tópico Geral

por rollingsnowball » 31/7/2014 22:35

Artista Romeno Escreveu:
rollingsnowball Escreveu:
pvg80713 Escreveu:ando ás voltas com o BES na Cabeça........

AC......... ? tem que ser e tal ... mas quem é que vai meter 4mm numa coisa que acabou de perder 4mm...

aceitam-se apostas......

eu aposto que o governo vai anexar a CGD ao BES ( ou vice-versa), os accionistas vão perder o valor porque as acções vão para um centimo com uma diluição brutal de capital no AC........

não vão deixar os Espanhõis ou os Angolanos comprar o BES por trocos......

acho eu...

O problema não é meter 4mm numa coisa que acabou de perder 4mm. O problema será se houver receio de que possam haver mais perdas ocultas. O banco tem capitais próprios de mais de 4mm. Se não existissem mais perdas ocultas quem entrasse num aumento de capital com 4mm no limite poderia acordar no dia seguinte com um retorno de 100% num dia. Por isso acho possível que, se tomada a decisão rapidamente, a entrada do estado no BES pode ser evitada. Pode é não haver vontade. Se eu fosse a administração do banco começava já a planear um aumento de capital a 0,1 centimos por acção mas com distribuição de direitos para garantir que todos os accionistas podiam ou participar ou vender os direitos. É o modo mais justo de tratar os accionistas, se for rápido evita fuga de depositantes etc e evita a entrada do estado (com todos os efeitos negativos que daí advinham para a economia e para o próprio banco). Neste momento com o GES posto de lado podem aparecer muitos interessados se o preço for certo.


Onde tu ves quatro o relatorio do banco diz 3 em basileia 2 e dá pouco mais que 1 em basilea 3 logo o bes até esta ao ou acima do fair value a este preço.... um banco nao é uma SDC nem uma toyota caetano nem a corticeira a contabilidade é muito diferente

Antes de mais obrigado pelo comentário. Como eu disse atrás não percebo de bancos, nunca os estudei, e não tenho muito interesse (a não ser por curiosidade) pelos riscos do negócio deles. Gostava de conseguir argumentar mas não sei para isso. O que (acho que) sei é que os critérios de basileia definem o nível de capital ponderado para o risco que tem que haver no banco.Como basicamente esse capital é capital empatado, parece-me fazer sentido o que dizes de não interessar o capital próprio uma vez que o que interessa é o capital que tem que lá estar colocado para o banco funcionar, e se não estiver lá esse capital os accionistas não podem ir lá buscar dividendos. Na prática o que estes critérios progressivamente mais restritivos acabam por fazer é diminuir a alavancagem dos bancos (e consequentemente a rentabilidade). No entanto parece-me (e posso estar enganado aqui) que o capital não deixa de estar lá, mesmo que a rentabilidade que se tira de lá seja mais baixa. No caso os 4MM estão lá, mas não permitem o nível de liquidez desejável para um banco nesse montante. Quem decidir ficar com o banco (se não houver mais perdas) na prática só vai ter que repor a liquidez e, com o tempo, pode transformar os 4MM de capitais próprios em activos mais líquidos.

O ponto principal daquilo que disse era apenas de que dinheiro de graça há sempre quem esteja interessado. Se o que for proposto for um aumento de capital em que os accionistas que não participarem (que têm prioridade ao exercer os direitos) ficam praticamente a zeros, então quem participar no aumento de capital fica com o valor do banco (seja ele 1, 2, 3 ou 4 MM) para além do que lá colocar. Se o valor do banco for inferior a zero (ou houver essa suspeita) aí sim ninguém vai querer entrar).

ps: admito que posso ter dito um monte de baboseiras neste (e noutros) post(s). Mas tento dizê-las com sentido e na esperança de que alguém se dê ao trabalho de me corrigir.
As opiniões traduzem uma interpretação pessoal da realidade não se constituindo como sugestões de investimento. Por serem uma interpretação pessoal, estas opiniões vão obrigatoriamente estar erradas por vezes, pelo que cada um deve efectuar a sua própria análise.
 
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Re: BES - Tópico Geral

por bigest » 31/7/2014 22:31

Ok!
José Gomes Ferreira, disse isso mesmo na sic!
 
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Re: BES - Tópico Geral

por bigest » 31/7/2014 22:31

Ok!
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Re: BES - Tópico Geral

por papafigos » 31/7/2014 22:27

Polahvski Escreveu:Li isto algures

Caros Jornalistas do JdN, venho alertar para a imprecisão relativa ao exposto.... O que referem, o mecanismo único de resolução, só terá vigência em inicio de 2015, pelo que, qualquer solução encontrada no decurso deste ano será sujeita a regras próprias... E isto tanto muda para accionistas como para obrigacionistas subordinados..... O bom serviço público de informação parece-me que está de desacordo, estando a provocar bastante pânico entre os destinatários, e alguns a cometer erros gravosos.....

Alguém confirma ?


A lei 1/2014 sobre as regras de entrada de capital publico já está em aplicação e não será só em 2015...
 
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Re: BES - Tópico Geral

por AT2014 » 31/7/2014 22:24

Ramiiro_Santiago Escreveu:Amigos, relativamente ao ES Liquidez, digam-me alguma coisa para eu sossegar (ou então agir!)...

Li aqui a seguinte afirmação, em jeito de aviso/piada: "O Fundo ES Liquidez, anunciou que alterou a sua denominação para Fundo ES Vapor."

Acham que é seguro manter as nossas poupanças neste fundo do BES?

É que eu tenho aplicadas neste produto (ES Liquidez) uma parcela significativa das minhas poupanças e estou muito apreensivo.

Qual é a vossa opinião? É que os meus conhecimentos de finanças são muito escassos e precisava da informação dos especialistas para saber se devo ou não mexer nesta aplicação do BES.

Desde já agradeço uma resposta.


Amigo Ramiro,

Como não obteve resposta de ninguém vou tentar dar uma ajuda naquilo que consegui apurar.

Assim, relativamente ao risco de perder as poupanças se o BES falisse, isso não existe pois as Unidades dos fundos de investimento são transferiveis em caso de falência. Claro que a hipótese de falência do BES não é sequer hipótese a considerar. Só a refiro para clarificar dúvidas.

Relativamente a perdas que o fundo possa suportar por investimentos em empresas do GES, o que vi da carteira do fundo é que é um fundo de grau 1 (grau minimo de risco existente), muito conservador, e que tem cerca de 30% de liquidez, 25% de obrigações do tesouro e o restante de obrigações de empresas (6%) e papel comercial (37%). Das obrigações de empresas, a Benfica sad sobressai (4,78%). Não consegui apurar nada sobre os investimentos do papel comercial.

A existir risco o mesmo estará nas obrigações de empresas e no papel comercial. Para mim a Benfica SAD (ou Porto ou qualquer clube de futebol) são sempre investimentos dos quais fujo mas não tenho nada que me leve a pensar que não irão cumprir e até à bem pouco tempo houve uma emissão de obrigações do Porto que foram um enorme sucesso. Assim vou considerar que também não existe risco nas obrigações das empresas.

Relativamente ao papel comercial só existiria risco se o mesmo fosse das empresas do Grupo GES. Como não sei o detalhe apenas lhe posso recomendar que solicite ao gestor do fundo que lhe envie um detalhe do peso (e que empresas) em que foi feito o investimento em papel comercial. Desde que não sejam empresas do GES não há risco.

Conclusão:
Não existe risco por falência do BES
Não existe risco em 63% do investimento do fundo
Poderá existir risco em parte dos 37% do investimento do fundo caso o mesmo tenha sido feito sobre empresas do Grupo GES. Tal acarretaria perdas para o fundo que se reflectiriam no valor da Unidade de Participação. Mas para saber isso é necessário ter o detalhe do que foi objecto de investimento desses 37%.

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Re: BES - Tópico Geral

por artista_ » 31/7/2014 22:23

katolo Escreveu:Qual AT adivinharia este cenário?


Eui não digo que o pessoal acha que a AT é uma bola de cristal que adivinha coisas!? :mrgreen:

Dom_Quixote Escreveu:Já equacionaste a hipótese de nos juntarmos e lançá-la a 0,105? :mrgreen:


Epa, se nos juntarmos não temos concorrência, dado que somos os únicos tubarões interessados "naquilo"! Podemos oferecer o que quisermos, que tal 5 cêntimos!? :mrgreen:
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Re: BES - Tópico Geral

por Dr Tretas » 31/7/2014 22:23

katolo Escreveu:Qual AT? O que aqui funcionou foi um roubo gigantesco, uma aldrabice te todo o tamanho nas contas, um buraco enorme, uma verdadeira mafia criminosa!

Qual AT adivinharia este cenário?


Isso do roubo é verdade e lamento a tua provável perda. Mas a AT desconta isso, há sempre alguém que sabe, há sempre muitos que suspeitam. Tudo isso se reflete no preço, e por isso forma padrões de AT.
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Re: BES - Tópico Geral

por Polahvski » 31/7/2014 22:21

Li isto algures

Caros Jornalistas do JdN, venho alertar para a imprecisão relativa ao exposto.... O que referem, o mecanismo único de resolução, só terá vigência em inicio de 2015, pelo que, qualquer solução encontrada no decurso deste ano será sujeita a regras próprias... E isto tanto muda para accionistas como para obrigacionistas subordinados..... O bom serviço público de informação parece-me que está de desacordo, estando a provocar bastante pânico entre os destinatários, e alguns a cometer erros gravosos.....

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Re: BES - Tópico Geral

por jonas007 » 31/7/2014 22:20

O mercado não vai ter pena daqueles que desafiarem manter as acções.
E uma prova, a somar às outras, é a queda de 50% hoje.
Caso entre o capital do estado... Tenho certeza que vai ser muito penoso.
Perder tudo não, mas perder 99% acredito.
 
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Re: BES - Tópico Geral

por macau5m » 31/7/2014 22:16

Kickstart Escreveu:Peço desculpa pelo post longo mas não posso deixar de não postar isto que recebi por mail:

"A HISTÓRIA DO BANCO DO MEU AVÔ (POR CARLOS PAZ)

Vamos IMAGINAR coisas…

Vamos imaginar que o meu avô tinha criado um Banco num País retrógrado, a viver debaixo de um regime ditatorial.
Depois, ocorreu uma revolução.
Foi nomeado um Primeiro-Ministro que, apesar de ser comunista, era filho do dono de uma casa de câmbios. Por esta razão, o dito Primeiro-Ministro demorou muito tempo a decidir a nacionalização da Banca (e, como tal, do Banco do meu avô).
Durante esse período, que mediou entre a revolução e a nacionalização, a minha família, tal como outras semelhantes, conseguiu retirar uma grande fortuna para a América do Sul (e saímos todos livremente do País, apesar do envolvimento direto no regime ditatorial).

Continuemos a IMAGINAR coisas…

Após um período de normal conturbação revolucionária, o País entrou num regime democrático estável. Para acalmar os instintos revolucionários do povo, os políticos, em vez de tentarem explicar a realidade às pessoas, preferiram ser eleitoralistas e “torrar dinheiro”. Assim, endividaram o País até entrar em banca-rota, por duas vezes (na década de 80).
Nessa altura, perante uma enorme dívida pública, os políticos resolveram privatizar uma parte significativa do património que tinha sido nacionalizado. Entre este, estava o Banco do meu avô.

E, continuando a IMAGINAR coisas…

A minha família tinha investido o dinheiro que tinha tirado de Portugal em propriedades na América do Sul. Como não acreditávamos nada em Portugal, nenhum de nós quis vender qualquer das propriedades ou empatar qualquer das poupanças da família. Mas, queríamos recomprar o Banco do meu avô.
Então, viemos a Portugal e prometemos aos políticos que estavam no poder e na oposição, que os iríamos recompensar (dinheiro, ofertas, empregos, etc…) por muitos anos, se eles nos vendessem o Banco do meu avô muito barato. Assim, conseguimos que eles fizessem um preço de (vamos imaginar uma quantia fácil para fazer contas) 100 milhões, para um Banco que valia 150.
Como não queríamos empatar o “nosso” dinheiro, pedimos (vamos imaginar uma quantia) 100 milhões emprestados aos nossos amigos franceses que já tinham ganho muito dinheiro com o meu avô. Com os 100 milhões emprestados comprámos o Banco (o nosso dinheiro, que tínhamos retirado de Portugal, esse ficou sempre guardado).

E assim ficámos donos do Banco do meu avô. Mas tínhamos uma dívida enorme: os tais 100 milhões. Como os franceses sabiam que o Banco valia 150, compraram 25% do Banco por 30 milhões (que valiam 37,5 milhões) e nós ficámos só a dever 70 milhões (100-30=70). Mesmo assim era uma enorme dívida.

Continuemos a IMAGINAR coisas…

Tal como combinado, viemos para Portugal e começámos a cumprir o que tínhamos prometido aos políticos (dinheiro para as campanhas eleitorais, ofertas de vária espécie, convites para todo o tipo de eventos, empregos para os familiares e para os próprios nos momentos em que estavam na oposição, etc…).
Como ainda tínhamos uma grande dívida, resolvemos fazer crescer mais o Banco do meu avô.
Assim, fomos falar com uma nova geração de políticos e prometemos todo o tipo de apoios (dinheiro, ofertas, empregos, etc…) se nos dessem os grandes negócios do Estado.
E eles assim fizeram. E o Banco do meu avô, que tinha sido vendido por 100, quando valia 150, valia agora 200 (por passarem por ele os grandes negócios do Estado).
Mas, mesmo assim, nós ainda devíamos 70 milhões (e tínhamos de pagar, pelo menos uma parte dessa dívida, caso contrário, os franceses ficavam com o Banco do meu avô).

E, continuando a IMAGINAR coisas…

O meu tio, que era presidente do Banco do meu avô, reformou-se. Nessa altura a família estava preparada para nomear um dos meus primos para presidente. Eu queria ser presidente e prometi à família toda um futuro perpétuo de prosperidade se me nomeassem a mim como presidente.
E assim foi. Fui, finalmente, nomeado presidente do Banco do meu avô.
Mas era preciso pagar uma parte da dívida aos franceses. Podíamos vender uma parte do Banco em Bolsa, mas deixávamos de mandar (logo agora que eu era presidente – não podia ser assim).

Então desenhei um plano:

Criei uma empresa, chamada “Grupo do meu avô” (em que a minha família tinha 100% do capital) e passei os nossos 75% do Banco (25% eram dos franceses) para essa nova empresa.
Assim, a família era dona de 100% do “Grupo” que era dono de 75% do Banco.
Falei com os franceses e combinei mudarmos os estatutos do Banco: quem tivesse 25% mandava no Banco (e os franceses não se metiam, a não ser para decidir os dividendos que queriam receber).
Assim, como o Banco agora valia 200, vendemos 50% na Bolsa por 100 (metade dos 200). Com 50 capitalizámos o Banco. Os restantes 50 tirámos para nós (37,5 para a família e 12,5 para os franceses).
Demos também os nossos 37,5 aos franceses e assim ficámos só a dever 32,5 milhões (70-37,5). Ainda era uma grande dívida, mas continuávamos a mandar no Banco do meu avô (apesar da nossa empresa “Grupo do meu avô” só ser dona de 25% – os franceses tinham outros 25% e os restantes 50% estavam dispersos por muitos acionistas).


Ainda tínhamos uma enorme dívida de 32,5 milhões. Mas, a verdade é que continuávamos a mandar no Banco do meu avô e tínhamos transformado uma dívida inicial de 100 em outra de 32,5 (sem termos gasto um tostão da família – o nosso dinheiro continua, ainda hoje, guardado na América do Sul). Convenci-me, nessa altura, que era um génio da finança!

Continuemos a IMAGINAR coisas…

A certa altura, o crédito tornou-se uma coisa muito barata. Eu sabia que tínhamos um limite original de 100 milhões e já só devíamos 32,5 milhões. Assim, a empresa “Grupo do meu avô” voltou a endividar-se: pediu mais 67,5 milhões (voltámos a dever 100 milhões) e desatei a comprar tudo o que fosse possível comprar.
Tornei-me assim, o dono disto tudo (o Banco do meu avô, a Seguradora do meu avô, a Meu avô saúde, a Meu avô hotéis, a Meu avô viagens, a Construtora do meu avô, a Herdade do meu avô onde se brinca aos pobrezinhos, etc…).
Entretanto fui pagando as minhas promessas aos políticos (dinheiro para as campanhas eleitorais, ofertas de vária espécie, convites para todo o tipo de eventos, empregos para os momentos em que estavam na oposição, etc…).

E, continuando a IMAGINAR coisas…

Mas havia agora uma nova geração de políticos. Fui falar com eles e garanti que os apoiaria para o resto da vida (dinheiro, ofertas, empregos, etc…) se eles continuassem a fazer passar os grandes negócios do Estado pelo Banco do meu avô.
Mas, tive azar: houve uma crise financeira internacional.
Deixou de haver crédito. Os juros subiram. Os credores queriam que o Grupo do meu avô pagasse a dívida.
E, além disso tudo, deixou de haver os grandes negócios do Estado.
Mas eu, que me achava um génio da finança e que já estava habituado a ser o dono disto tudo, não queria perder a minha posição de presidente do Banco do meu avô.
Tinha de arranjar uma solução. Fui à procura, e encontrei em África, quem tinha dinheiro sujo e não se importava de investir e deixar-me continuar a mandar e a ser dono disto tudo.

Continuemos a IMAGINAR coisas…

Resolvi então criar uma nova empresa: a “Rio do meu Avô” que passou a ser dona de 100% do capital da “Grupo do meu avô”, que era dona de 25% do “Banco do meu avô”. E eu que era dono disto tudo passei a ser o presidente disto tudo.
Fiz uns estatutos para o “Grupo do meu avô” que diziam que quem tivesse 25% mandava na empresa. Vendi 20% aos Angolanos e 55% na Bolsa. A “Rio do meu avô” ficou assim dona de 25% do “Grupo do meu avô” (mas mandava como se tivesse 100%). A “Grupo do meu avô”, dona de 25% do “Banco do meu avô” (mandava como se tivesse 100%).
Assim, a minha família já só tinha 5% (25% de 25%) do “Banco do meu avô” (mas eu continuava a mandar como se tivéssemos 100%). Já não havia dúvidas: eu era mesmo um génio da finança.
Com os 75 milhões da venda do “Grupo do meu avô” (aos Angolanos e na Bolsa), paguei uma parte da dívida. Mas, na verdade, ainda tínhamos uma dívida de 25 milhões (e continuávamos a não querer mexer no nosso dinheiro – esse continua bem guardado na América do Sul).

E, continuando a IMAGINAR coisas…

Mas as coisas continuaram a correr mal. Se calhar eu não sou assim tão grande génio da finança. Todos os nossos negócios dão prejuízo (até mesmo o Banco do meu avô). Raio de azar. Ainda por cima, a crise não acaba.
Fiz então o meu último golpe de génio. Convenci todos os bons clientes a comprarem ações do Banco do meu avô, para aumentar o capital sem ter de endividar mais a “Rio do meu avô” (e sem ter de tocar no dinheirinho da família, que continua bem guardado na América do Sul).
Mas os franceses queriam o dinheiro deles. Então, como presidente do Banco do meu avô, emprestei dinheiro deste ao Grupo do meu avô e à Rio do meu avô. Assim pagámos aos franceses. Mas ficámos com um problema: o Banco do meu avô está completamente arruinado.
Tinha de arranjar uma solução!
Fui falar com os novos políticos com uma proposta: reformo-me, dou lugares de Administração a uma série de políticos do partido do Governo e eles que resolvam o problema do Banco do meu avô.

Continuemos a IMAGINAR coisas…

Os políticos aceitaram a minha proposta (aceitam sempre que se fala de lugares de Administração).
Finalmente reformei-me. Ainda somos donos de 5% do Banco do meu avô e de uma série de outros negócios (sustentados pelas dívidas ao Banco do meu avô).
Tudo isto sem termos gasto um tostão (o dinheiro da família continua todo guardado na América do Sul).
E, tomei a última medida antes de me reformar: atribuí a mim próprio uma reforma de um milhão de euros por ano (para as despesas correntes).


E, assim, acabou a história IMAGINADA do Banco do meu avô.

Se alguém teve a paciência de ler este texto até ao fim, deixo uma pergunta: Se esta história em vez de ser IMAGINADA, fosse verdadeira, que fariam ao neto?"


Se fosse num País decente, com gente decente nos locais próprios (Governo e Ministério Publico) o neto do avô não andava cá fora nem que pagasse 100 X 3 Milhões.

Estava bem guardado a ver o sol ao quadradinhos e todos os bens confiscados e geridos por gente decente até que se achasse uma solução.

Assim o neto do avô continua a usufruir de liberdade por aquilo que prometeu e deu a gente indecente.

P.S. Não tenho qualquer participação na cotada.
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Re: BES - Tópico Geral

por katolo » 31/7/2014 22:15

Qual AT? O que aqui funcionou foi um roubo gigantesco, uma aldrabice te todo o tamanho nas contas, um buraco enorme, uma verdadeira mafia criminosa!

Qual AT adivinharia este cenário?
 
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Re: BES - Tópico Geral

por mario s carvaho » 31/7/2014 22:12

como ja referi muitas vezes,,


nao hei de.de morrer sem ver o ti Belmiro a concretizar o sonho,,,, a OPA a PT por 001 e por o granadeiro a porteiro ou nas latrinas particulares da presidencia


e no BPI a lancar uma opa ao bcp e ao bes por 0,001 e por o DDT a tratar dos mimos da horta da comporta, ajudado na rega pela kiki, kaka e kuku



REGISTEM amigos :mrgreen:
 
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Re: BES - Tópico Geral

por Dr Tretas » 31/7/2014 22:00

jromio Escreveu:Como esta:


Limonov Escreveu:Não entrei, disse que normalmente entraria, ainda vou ponderar melhor e, a entrar, será no fecho.
O target é qualquer coisa a rondar os 0.18/0.20

Não sei o tempo que demora, até pode não chegar lá, só quis mostrar que existem fortes possibilidades deste cenário se verificar. Se as quedas fossem ao ritmo do último movimento descendente bastava uma semana...

Abraço,

Limonov


Foi muito bem visto pelo Limonov :clap: mas também era uma daquelas figuras "textbook", só não viu quem não quis ver. A projeção dizia 18 a 20 cêntimos e assim foi, não digam que a AT não funciona no BES.
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Re: BES - Tópico Geral

por AlexTim » 31/7/2014 21:58

"...Mas se o BES não conseguir alcançar a capitalização necessária, poderá ser necessário o Estado entrar com dinheiro.... Se forem usados fundos públicos para a recapitalização, os accionistas e os detentores de dívida subordinada vão perder os investimentos que fizeram no banco... "

Esta é também uma duvida que tenho, imaginem que entro amanha e compro umas 10000 ações, será que corro o risco de no momente que o estado entrar no banco perder a totalidade do dinheiro investido?

Cumprimentos.
AlexTim.
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Re: BES - Tópico Geral

por jromio » 31/7/2014 21:49

Como esta:


Limonov Escreveu:Não entrei, disse que normalmente entraria, ainda vou ponderar melhor e, a entrar, será no fecho.
O target é qualquer coisa a rondar os 0.18/0.20

Não sei o tempo que demora, até pode não chegar lá, só quis mostrar que existem fortes possibilidades deste cenário se verificar. Se as quedas fossem ao ritmo do último movimento descendente bastava uma semana...

Abraço,

Limonov
 
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Re: BES - Tópico Geral

por tek » 31/7/2014 21:47

Num artigo do Negocios pode ler-se:

"...Mas se o BES não conseguir alcançar a capitalização necessária, poderá ser necessário o Estado entrar com dinheiro.... Se forem usados fundos públicos para a recapitalização, os accionistas e os detentores de dívida subordinada vão perder os investimentos que fizeram no banco... "

(http://www.jornaldenegocios.pt/empresas ... pital.html)

Ou seja quem tiver acções do BES fica sem nada. Correcto?
E isto pode acontecer de um momento para o outro?
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Re: BES - Tópico Geral

por jromio » 31/7/2014 21:46

Limonov Escreveu:Bom dia,

Normalmente entro curto em cotadas que me fazem isto, mas andará o BES ao sabor da AT nestes últimos tempos?
Cumprimentos,

Limonov


Nestes anos já li muito post, muita previsão, muita projecção... mas como esta!!
 
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Re: BES - Tópico Geral

por Dom_Quixote » 31/7/2014 21:42

artista_ Escreveu:
Dom_Quixote Escreveu:
Esquece! Já instruí os meus advogados para avançar com ela a 11 cts... :mrgreen:


Vamos ter luta, eu quero a 10 mas pondero comprar por mais... mas agora não te posso dizer até onde posso ir porque já vi que és concorrente! :D


Já equacionaste a hipótese de nos juntarmos e lançá-la a 0,105? :mrgreen:
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Re: BES - Tópico Geral

por artista_ » 31/7/2014 21:38

Dom_Quixote Escreveu:
Esquece! Já instruí os meus advogados para avançar com ela a 11 cts... :mrgreen:


Vamos ter luta, eu quero a 10 mas pondero comprar por mais... mas agora não te posso dizer até onde posso ir porque já vi que és concorrente! :D
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Re: BES - Tópico Geral

por artista_ » 31/7/2014 21:34

artista_ Escreveu:
Dom_Quixote Escreveu:
artista_ Escreveu:Quem é que estará interessado em comprar um banco que precisa de tantos milhões para se recapitalizar?


Presumo, então, que não estás interessado... :mrgreen:


Estou, mas quero ver se baixo um pouco mais o preço, a 10 cêntimos lanço uma OPA! :mrgreen:


Mas fora de brincadeiras a questão é mesmo esta, a haver algum interessado em ficar com o banco será por meia dúzia de tostões. À cotação atual já a diluição seria brutal, fazia parecer as diluições dos AC's do BCP "brincadeiras de crianças", mas contando que, na situação atual, ninguém no seu perfeito juízo, lançaria uma OPA (ou melhor, dispor-se-ia a chegar-se à frente com o carcanhol) sem querer um desconto significativo sobre o preço de mercado (ao que isto chegou, normalmente paga-se um prémio! :roll: ) isso quer dizer que quem se chegar à frente com o dinheiro necessário para a recapitalização fica com o banco, ou melhor, fica com 90% ou mais do banco... a não ser que os atuais acionistas estejam dispostos a acompanhar o AC, alguns aqui do forum não tenho dúvidas que estarão :mrgreen: mas a grande maioria, os de referência... só se o BES lhes emprestar dinheiro! :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen:
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Re: BES - Tópico Geral

por jonas007 » 31/7/2014 21:33

Eu não disse que era privado. Só o Srº. Vítor e companhia já devem ter isso estabelecido.
Se calhar nem intraday. Podes ficar entalado logo a seguir, que nem te deixa respirar.
Mas pronto cada um tem o seu perfil.

O "short" não esta disponível para o BES mas esta para a JM. E leva o PSI por ia a baixo.
Uma coisa é certa, o BES mesmo caindo 50% não teve força para ficar só a cair tipo 10% ou menos. E já não digo verde.

Se não estou em erro, as ordens de venda no inicio do dia foi feita por algum grande investidor. Só assim se explica tal deslize.
Caso fechasse "bem" acreditava que fosse um panic, mas não é um cocktail de todo, pânico, informação, fundamentais e não contamos com os curtos.
Eu nem acreditei... Imagino quem estava dentro e viu o seu património cair -50% em 5 minutos. Deve ser uma sensação aterradora. :shock: :shock:

Vou voltar a postar o grafico invertido. Para verem as coisas como são do lados curtos.
Quem se metia curto numa situação destas?!
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