Ao minuto: Petróleo atenua escalada com mercados à espera de resposta do Irão

[mpfreitas]

Mas então e o velhinho ditado "Sell in May and go away"? Só por si representa um ciclo...

para mim não passa de mais um mito - repara que as últimas (e as penúltimas, também) arrancadas por cá iniciaram-se no fim da primavera/início do verão

Só não vê isso quem ... não se vai atualizando/informando

[ROADSTER 1]

Caro Cem,

Não posso deixar de expressar o meu reconhecimento pela qualidade do teu post.
Abraço.

[rsacramento]

Mas então e o velhinho ditado "Sell in May and go away"? Só por si representa um ciclo...

para mim não passa de mais um mito - repara que as últimas (e as penúltimas, também) arrancadas por cá iniciaram-se no fim da primavera/início do verão

[DoukeN]

Caro amigo:

Na minha opinião o trading baseado em ciclos não existe, pelo menos nos grandes mercados dedicados às ações que creio ser o seu foco de atenção, simplesmente porque até hoje nunca ninguém conseguiu provar essa existência. Refiro-me em particular aos ciclos de trading baseados em escalas que não ultrapassem mais de 1 ano.

O mesmo não se pode dizer de algumas commodities ligados ao setor da alimentação, em especial as que dependem de ciclos de sementeiras e ciclos meteorológicos de secas/chuvas e temperaturas correlacionadas, nesses casos é fácil detetar-se uma grande dependência da sua evolução integrada de deteção de extremos em ciclos anuais muito correlacionados.

Provavelmente o trading que mais se pode aproximar do conceito com algo cíclico será o swing trading, que procura aproveitar correções de baixa para comprar e rallies de alta para vender. O problema é que o número de sessões ideal para aproveitar estas oportunidades é muito variável e daí ser difícil associar este método de negociação à existência de ciclos, que dependem de um número de períodos relativamente constante.

Existe uma data de indicadores técnicos aproximados, disponibilizados por várias plataformas de software, que procuram facilitar ferramentas de apoio a este tipo de trading oscilatório, embora os mais conhecidos sejam os do tipo estocástico. Obviamente há outros indicadores auxiliares interessantes, não me cabe a mim referir aqui uma listagem exaustiva mas entre outros refiro como ferramentas a considerar nessa área o Mesa Sine Wave, Williams %R, Ultimate Oscillator, Time Series Forecast, Bandas e Envelopes diversos, Random Walk Index, Polarized Fractal Efficiency, Fourier Transform, Movimento Direcional, Osciladores diversos, Chaikin Money Flow, etc, embora devo acrescentar que alguns dos indicadores que referi são também excelentes ferramentas no auxílio da deteção de tendências.

O problema é que historicamente este tipo de negociação gera retornos bastante mais pequenos do que os que simplesmente seguem as tendências dominantes, mais vulgarmente conhecidos por TF ou Trend Followers.

Em geral um bom método de TF tem uma taxa de sucesso entre os 30% aos 50% mas os lucros médios deste tipo de negociação excedem a média dos prejuízos em mais de 3 para 1, o que em princípio garante um retorno positivo a longo prazo. Em contrapartida um método jeitoso de swing trading tem em geral taxas de sucesso na casa dos 70% aos 80% mas como regra geral a média dos lucros por negócio dificilmente ultrapassa a média dos prejuízos havidos nos negócios registados.

Para além do mais a importância do peso das comissões cobradas nas corretoras neste tipo de negociação pode ter um peso arrasador e proibitivo se o capital de partida é reduzido, pelo simples facto de estarmos a falar de médias percentuais de lucros pequenas e de comissões que podem “comer” uma parte significativa desses eventuais lucros.

Os motivos do swing trading não ser tão performante como o trend following são vários: dificuldade em que uma determinada ação venha sempre aos níveis da base do canal imaginado para comprar, o mesmo para determinar o topo do canal ideal para vender, vendas efetuadas muito rapidamente para obter algumas mais-valias e, após a venda, alguma frustração em ver a ação continuar a “voar” e nós de fora a vê-las, enfim, o trading oscilatório contraria do meu ponto de vista o princípio do trading que garante maior lucro potencial a uma carteira: deixar correr os lucros se uma ação segue uma tendência ascendente bem definida!

O ideal, na minha ótica, será deter sempre no mercado como arma principal uma estratégia de seguimento da tendência ao qual alocamos a maioria do capital que vamos arriscar no mercado e associar uma segunda estratégia complementar, com menos capital, que poderá ser associada a swing trading, procurando nesse caso aproveitar no canal de evolução das cotações um reforço de compras na base do range e e um alívio de vendas quando a ação se aproxima do topo do referido canal.

Este complemento de uma estratégia de swing pode ser muito importante a longo prazo na saúde de uma carteira bem gerida.

Supõe por exemplo que tens um método principal baseado no seguimento da tendência que te garante em média um retorno de cerca de 20% ao ano. Se usares o complemento em swing que te possa dar um suplemento de rentabilidade de mais 4% ao ano, repara no capital total obtido ao fim de 20 anos para um capital inicial de 10.000 Euros, capitalizando sempre os lucros:

- Usando apenas a componente tendencial com 20%/ano:
10.000 € x 1,20^20 = 383.376 €

- Usando o conjunto da componente tendencial + componente oscilatória com 24%/ano:
10.000 € x 1,24^20 = 738.641 €

Ou seja, terias no final do período a longo prazo, com um acrescento da rentabilidade pouco significativo, quase o dobro do capital.

Espero ter ajudado à reflexão sobre o tema.

Bons negócios.

Caro Cem,

Muito obrigado pela explicação. Foi, sem dúvida alguma, uma aula gratuita.

Mas então e o velhinho ditado "Sell in May and go away"? Só por si representa um ciclo...

PS. Excelente contributo do Cem para não variar!

TNCM, sim. Esse ditado tem a vir com um ciclo de 6 meses que foi identificado como fortemente influenciador do S&P 500. Porém, a análise aos últimos anos do PSI-20 levam-me a questionar a sua validade.

Cumprimentos

[tncm]

Mas então e o velhinho ditado "Sell in May and go away"? Só por si representa um ciclo...

PS. Excelente contributo do Cem para não variar!

[Cem pt]

Caro amigo:

Na minha opinião o trading baseado em ciclos não existe, pelo menos nos grandes mercados dedicados às ações que creio ser o seu foco de atenção, simplesmente porque até hoje nunca ninguém conseguiu provar essa existência. Refiro-me em particular aos ciclos de trading baseados em escalas que não ultrapassem mais de 1 ano.

O mesmo não se pode dizer de algumas commodities ligados ao setor da alimentação, em especial as que dependem de ciclos de sementeiras e ciclos meteorológicos de secas/chuvas e temperaturas correlacionadas, nesses casos é fácil detetar-se uma grande dependência da sua evolução integrada de deteção de extremos em ciclos anuais muito correlacionados.

Provavelmente o trading que mais se pode aproximar do conceito com algo cíclico será o swing trading, que procura aproveitar correções de baixa para comprar e rallies de alta para vender. O problema é que o número de sessões ideal para aproveitar estas oportunidades é muito variável e daí ser difícil associar este método de negociação à existência de ciclos, que dependem de um número de períodos relativamente constante.

Existe uma data de indicadores técnicos aproximados, disponibilizados por várias plataformas de software, que procuram facilitar ferramentas de apoio a este tipo de trading oscilatório, embora os mais conhecidos sejam os do tipo estocástico. Obviamente há outros indicadores auxiliares interessantes, não me cabe a mim referir aqui uma listagem exaustiva mas entre outros refiro como ferramentas a considerar nessa área o Mesa Sine Wave, Williams %R, Ultimate Oscillator, Time Series Forecast, Bandas e Envelopes diversos, Random Walk Index, Polarized Fractal Efficiency, Fourier Transform, Movimento Direcional, Osciladores diversos, Chaikin Money Flow, etc, embora devo acrescentar que alguns dos indicadores que referi são também excelentes ferramentas no auxílio da deteção de tendências.

O problema é que historicamente este tipo de negociação gera retornos bastante mais pequenos do que os que simplesmente seguem as tendências dominantes, mais vulgarmente conhecidos por TF ou Trend Followers.

Em geral um bom método de TF tem uma taxa de sucesso entre os 30% aos 50% mas os lucros médios deste tipo de negociação excedem a média dos prejuízos em mais de 3 para 1, o que em princípio garante um retorno positivo a longo prazo. Em contrapartida um método jeitoso de swing trading tem em geral taxas de sucesso na casa dos 70% aos 80% mas como regra geral a média dos lucros por negócio dificilmente ultrapassa a média dos prejuízos havidos nos negócios registados.

Para além do mais a importância do peso das comissões cobradas nas corretoras neste tipo de negociação pode ter um peso arrasador e proibitivo se o capital de partida é reduzido, pelo simples facto de estarmos a falar de médias percentuais de lucros pequenas e de comissões que podem “comer” uma parte significativa desses eventuais lucros.

Os motivos do swing trading não ser tão performante como o trend following são vários: dificuldade em que uma determinada ação venha sempre aos níveis da base do canal imaginado para comprar, o mesmo para determinar o topo do canal ideal para vender, vendas efetuadas muito rapidamente para obter algumas mais-valias e, após a venda, alguma frustração em ver a ação continuar a “voar” e nós de fora a vê-las, enfim, o trading oscilatório contraria do meu ponto de vista o princípio do trading que garante maior lucro potencial a uma carteira: deixar correr os lucros se uma ação segue uma tendência ascendente bem definida!

O ideal, na minha ótica, será deter sempre no mercado como arma principal uma estratégia de seguimento da tendência ao qual alocamos a maioria do capital que vamos arriscar no mercado e associar uma segunda estratégia complementar, com menos capital, que poderá ser associada a swing trading, procurando nesse caso aproveitar no canal de evolução das cotações um reforço de compras na base do range e e um alívio de vendas quando a ação se aproxima do topo do referido canal.

Este complemento de uma estratégia de swing pode ser muito importante a longo prazo na saúde de uma carteira bem gerida.

Supõe por exemplo que tens um método principal baseado no seguimento da tendência que te garante em média um retorno de cerca de 20% ao ano. Se usares o complemento em swing que te possa dar um suplemento de rentabilidade de mais 4% ao ano, repara no capital total obtido ao fim de 20 anos para um capital inicial de 10.000 Euros, capitalizando sempre os lucros:

- Usando apenas a componente tendencial com 20%/ano:
10.000 € x 1,20^20 = 383.376 €

- Usando o conjunto da componente tendencial + componente oscilatória com 24%/ano:
10.000 € x 1,24^20 = 738.641 €

Ou seja, terias no final do período a longo prazo, com um acrescento da rentabilidade pouco significativo, quase o dobro do capital.

Espero ter ajudado à reflexão sobre o tema.

Bons negócios.

[DoukeN]

Desculpem a persistência, mas talvez este tópico tenha passado despercebido... Alguém pode opinar?

[DoukeN]

Boa tarde.

Gostaria de conhecer a opinião dos caríssimos foristas frequentadores deste fórum relativamente ao trading com base em ciclos.

Mais concretamente, pretendo colher feedbacks sobre a sua validade em análises nos diferentes horizontes temporais.

Cumprimentos