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Caldeirão da Bolsa

Os "grandes" e os "médios"

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

Re: Os "grandes" e os "médios"

por Elias » 21/1/2014 19:28

VirtuaGod Escreveu:Elias uma dica para perceberes o pk de os indíces mid e small cap renderem mais. A seguir à rentabilidade a X anos verifica a volatilidade. No final do dia o mercado é normalmente tão simples como "Maior risco maior retorno" mas não contes o segredo a ng :-$


Virtua, eu não estava a tentar perceber porquê, mas sim quanto e até que ponto há diferenças entre mercados.

Quanto à volatilidade, não sei bem se há algum indicador para a medir em índices mais pequenos...
 
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Re: Os "grandes" e os "médios"

por VirtuaGod » 21/1/2014 18:58

Bom tópico. Nem tinha visto mas ali o LTCM (como de costume) matou a discussão com FACTOS.

Elias uma dica para perceberes o pk de os indíces mid e small cap renderem mais. A seguir à rentabilidade a X anos verifica a volatilidade. No final do dia o mercado é normalmente tão simples como "Maior risco maior retorno" mas não contes o segredo a ng :-$

Abr

P.S. O PM_82 tb teve bem. Mas vou ver o que encontro na minha biblioteca e coloco aqui :wink:

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Artigos e estudos: Página repositório dos meus estudos e análises que vou fazendo. Regularmente actualizada. É costume pelo menos mais um estudo por semana. Inclui a análise e acompanhamento das carteiras 4 e 8Fundos.
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Re: Os "grandes" e os "médios"

por Elias » 21/1/2014 18:30

Retomo hoje a análise dos grandes versus médios.

E agora vamos ver o caso da França.

A análise deste mercado não é muito fácil, porque a estrutura dos índices é complexa.
As 120 maiores empresas fazem parte de um índice chamado SBF120. Dentro deste conjunto, as 40 maiores formam o CAC-40, as 20 seguintes constituem o chamado CAC Next 20, que basicamente são as maiores empresas do mercado francês excluindo as que pertencem ao CAC-40; estas 60 (CAC 40 + CAC Next 20) constituem o CAC Large 60.
As outras 60 acções do SBF 120 formam o CAC Mid 60.

O ideal aqui seria comparar o CAC Large 60 com o CAC Mid 60, infelizmente o histórico de que disponho para o primeiro destes dois índices é demasiado curto (dois anos), o que não permite grandes conclusões. Assim vou comparar o CAC40 com o CAC Next 20.
O histórico do segundo índice apenas está disponível Fevereiro desde 2005, o que permite fazer uma análise abrangendo quase nove anos, o que considero razoável.

Os gráficos apresentados cobrem o período desde Março de 2005 até à actualidade - em velas semanais.

Vejamos então qual a evolução comparada de ambos os índices (a negrito saliento o índice que teve melhor desempenho relativo em cada um dos pontos):

A) Evolução entre um ponto de referência no passado e a data actual
1. Valorização desde o pico de 2007 até hoje: CAC-40 caiu 30%; CAC Next 20 valorizou 9%
2. Valorização desde o fundo de 2009 até hoje: CAC-40 valorizou 75%; CAC NEXT 20 valorizou 214%
3. Valorização desde o pico de 2011 até hoje: CAC-40 valorizou 4%; CAC NEXT 20 valorizou 43%
4. Valorização desde o mínimo do Outono de 2011 até hoje: CAC-40 valorizou 61%; CAC NEXT 20 valorizou 80%
Comentário: quando a comparação é feita com um ponto no passado (grandes máximos ou mínimos) e a data actual, o CAC NEXT 20 apresenta melhor desempenho nas 4 situações consideradas; este índice já superou o máximo feito em 2007 (pré-crise financeira), ao passo que o CAC-40 está ainda bastante longe dessa marca.

B) Comparação entre grandes picos e grandes fundos
1. Valorização entre o pico de 2007 e o pico de 2011: CAC-40 caiu 32%; CAC NEXT 20 caiu 23%
2. Valorização entre o fundo de 2008-2009 e o fundo do Outono de 2011: CAC-40 valorizou 9%; CAC NEXT 20 valorizou 74%
Comentário: neste caso devido ao histórico mais curto, apenas foi possível comparar dois conjuntos de pontos; o índice médio conseguido um desempenho melhor em ambas as comparações.

C) Valorização por ano de calendário

2006: CAC-40 valorizou 18%; CAC NEXT 20 valorizou 32%
2007: CAC-40 valorizou 1%; CAC NEXT 20 caiu 6%
2008: CAC-40 caiu 43%; CAC NEXT 20 caiu 47%
2009: CAC-40 valorizou 22%; CAC NEXT 20 valorizou 26%
2010: CAC-40 caiu 3%; CAC NEXT 20 valorizou 28%
2011: CAC-40 caiu 17%; CAC NEXT 20 caiu 4%
2012: CAC-40 valorizou 15%; CAC NEXT 20 valorizou 24%
2013: CAC-40 valorizou 18%; CAC NEXT 20 valorizou 28%
Comentário: foram analisados 8 anos; o índice principal teve melhor desempenho em 2 de 8, o índice médio teve melhor desempenho em 6 de 8 (três quartos do total). Esta proporção é comparável à verificada no caso da Bélgica e até ligeiramente superior à registada nos casos de Espanha, do Reino Unido e da Euronext.

Comentário final: no mercado francês, a comparação entre o primeiro e o segundo índices permitiu constatar que o CAC Next 20 apresentou melhor desempenho que o CAC-40 e reforça a tendência já verificada nos outros mercados: os índices médios apresentam globalmente melhor desempenho que os grandes.
Anexos
CAC 40 INDEX.png
CAC 40 INDEX.png (19.92 KiB) Visualizado 3416 vezes
CAC NEXT 20.png
CAC NEXT 20.png (18.71 KiB) Visualizado 3416 vezes
 
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Re: Os "grandes" e os "médios"

por Elias » 7/1/2014 20:05

Continuo a análise dos índices grandes e médios.

O país que se segue é a Bélgica.
A comparação é feita entre o índice principal (BEL 20) e o índice médio (BEL MID Index). Neste caso o histórico do segundo índice apenas está disponível desde 2005, pelo que a análise abrange os últimos oito anos.

Os gráficos apresentados cobrem o período desde Março de 2005 até à actualidade - em velas semanais.

Comparando ambos os gráficos observamos o seguinte (a negrito saliento o índice que teve melhor desempenho relativo em cada um dos pontos):

A) Evolução entre um ponto de referência no passado e a data actual
1. Valorização desde o pico de 2007 até hoje: BEL 20 caiu 39%; Bel Mid caiu 16%
2. Valorização desde o fundo de 2009 até hoje: BEL 20 valorizou 91%; BEL MID valorizou 116%
3. Valorização desde o pico de 2011 até hoje: BEL 20 valorizou 5%; BEL MID valorizou 6%
4. Valorização desde o mínimo do Outono de 2011 até hoje: BEL 20 valorizou 54%; BEL MID valorizou 44%
Comentário: quando a comparação é feita com um ponto no passado (grandes máximos ou mínimos) e a data actual, o BEL MID apresenta melhor desempenho em 3 das 4 situações consideradas; nenhum dos índices conseguiu ainda atingir o máximo feito em 2007 (pré-crise financeira), mas o BEL MID está consideravelmente mais próximo de o conseguir.

B) Comparação entre grandes picos e grandes fundos
1. Valorização entre o pico de 2007 e o pico de 2011: BEL 20 caiu 42%; BEL MID caiu 21%
2. Valorização entre o fundo de 2008-2009 e o fundo do Outono de 2011: BEL 20 valorizou 24%; BEL MID valorizou 51%
Comentário: neste caso devido ao histórico mais curto, apenas foi possível comparar dois conjuntos de pontos, tendo o índice médio conseguido um desempenho melhor em ambas as comparações.

C) Valorização por ano de calendário
2006: BEL 20 valorizou 24%; BEL MID valorizou 16%
2007: BEL 20 caiu 6%; BEL MID caiu 2%
2008: BEL 20 caiu 54%; BEL MID caiu 50%
2009: BEL 20 valorizou 32%; BEL MID valorizou 50%
2010: BEL 20 valorizou 3%; BEL MID valorizou 18%
2011: BEL 20 caiu 19,2%; BEL MID caiu 18,6%
2012: BEL 20 valorizou 19%; BEL MID valorizou 20%
2013: BEL 20 valorizou 18%; BEL MID valorizou 10%
Comentário: foram analisados 8 anos; o índice principal teve melhor desempenho em 2 de 8, o índice médio teve melhor desempenho em 6 de 8 (três quartos do total). Esta proporção é comparável e até ligeiramente superior à registada nos casos de Espanha, do Reino Unido e da Euronext.

Comentário final: o mercado belga, tal como os seus congéneres, mostra a tendência para os índices médios terem melhor desempenho que os grandes. Contudo neste caso, e ao contrário do que sucedeu nos mercados anteriormente analisados, o índice médio teve melhor desempenho nos anos de queda.
Anexos
BEL 20 INDEX.png
BEL 20 INDEX.png (19.04 KiB) Visualizado 3480 vezes
BEL MID INDEX.png
BEL MID INDEX.png (20.04 KiB) Visualizado 3480 vezes
 
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Re: Os "grandes" e os "médios"

por Elias » 30/12/2013 1:25

Retomo a análise dos índices grandes e médios.

A próxima análise incide sobre o conjunto dos mercados Euronext.
A comparação é feita entre o índice principal (Euronext 100) e o índice médio (Next 150). Ambos os índices foram lançados a 31 de Dezembro de 1999 com um valor base de 1000 pontos.

Neste caso a análise é feita a 13 anos (desde 2001); os gráficos apresentados cobrem o período desde meados de 2000 até à actualidade - em velas semanais.

Comparando ambos os gráficos observamos o seguinte (a negrito saliento o índice que teve melhor desempenho relativo em cada um dos pontos):

A) Evolução entre um ponto de referência no passado e a data actual
1. Valorização desde a data de lançamento (Dezembro de 1999) até hoje: EURONEXT 100 caiu 19%; NEXT 150 valorizou 90%
2. Valorização desde o fundo de 2003 até hoje: EURONEXT 100 valorizou 92%; NEXT 150 valorizou 269%
3. Valorização desde o pico de 2007 até hoje: EURONEXT 100 caiu 25%; NEXT 150 caiu 6%
4. Valorização desde o fundo de 2009 até hoje: EURONEXT 100 valorizou 89%; NEXT 150 valorizou 140%
5. Valorização desde o pico de 2011 até hoje: EURONEXT 100 valorizou 9%; NEXT 150 valorizou 5%
6. Valorização desde o mínimo do Outono de 2011 até hoje: EURONEXT 100 valorizou 57%; NEXT 150 valorizou 65%
Comentário: quando a comparação é feita com um ponto no passado (grandes máximos ou mínimos) e a data actual, o NEXT 150 apresenta melhor desempenho em 5 das 6 situações consideradas; nenhum dos índices conseguiu ainda atingir o máximo feito em 2007 (pré-crise financeira), mas o NEXT 150 está mais próximo de o conseguir.

B) Comparação entre grandes picos e grandes fundos
1. Valorização entre o fundo de 2003 e o fundo de 2009: EURONEXT 100 valorizou 2%; NEXT 150 valorizou 54%
2. Valorização entre o pico de 2007 e o pico de 2011: EURONEXT 100 caiu 31%; NEXT 150 caiu 15%
3. Valorização entre o fundo de 2008-2009 e o fundo do Outono de 2011: EURONEXT 100 valorizou 31%; NEXT 150 valorizou 45%
Comentário: a análise da evolução entre picos e fundos de longo prazo dá-nos indicações sobre a tendência de muito longo prazo; neste caso observamos duas tendências distintas: o EURONEXT 100 está numa tendência lateral de muito longo prazo, oscilando entre os 425 e os 1100 pontos e neste momento está um pouco acima do meio desse intervalo; o NEXT 150 está numa tendência ascendente de muito longo prazo, visível nos fundos cada vez mais altos, e neste momento está perto dos máximos absolutos. Globalmente o NEXT 150 apresenta uma evolução mais favorável.

C) Valorização por ano de calendário
2001: EURONEXT 100 caiu 20%; NEXT 150 caiu 21%
2002: EURONEXT 100 caiu 33%; NEXT 150 caiu 23%
2003: EURONEXT 100 valorizou 13%; NEXT 150 valorizou 33%
2004: EURONEXT 100 valorizou 8%; NEXT 150 valorizou 17%
2005: EURONEXT 100 valorizou 23%; NEXT 150 valorizou 39%
2006: EURONEXT 100 valorizou 19%; NEXT 150 valorizou 25%
2007: EURONEXT 100 valorizou 3%; NEXT 150 valorizou 2%
2008: EURONEXT 100 caiu 45%; NEXT 150 caiu 49%
2009: EURONEXT 100 valorizou 26%; NEXT 150 valorizou 52%
2010: EURONEXT 100 valorizou 1%; NEXT 150 valorizou 22%
2011: EURONEXT 100 caiu 14%; NEXT 150 caiu 25%
2012: EURONEXT 100 valorizou 15%; NEXT 150 valorizou 20%
2013 YTD: EURONEXT 100 valorizou 19%; NEXT 150 valorizou 24%
Comentário: foram analisados 13 anos; o índice principal teve melhor desempenho em 4 de 13, o índice médio teve melhor desempenho em 9 de 13 (um pouco mais de dois terços). Esta proporção é comparável à registada nos casos de Espanha e do Reino Unido.

Comentário final: Verifica-se uma vez mais a tendência para os índices médios caírem um pouco mais que os grandes em fases de bear market e subirem muito mais em períodos de bull market, o que faz com que no longo prazo o seu desempenho global seja superior.
Anexos
EURONEXT 100 INDEX.png
EURONEXT 100 INDEX.png (23.61 KiB) Visualizado 7211 vezes
NEXT 150 INDEX.png
NEXT 150 INDEX.png (21.48 KiB) Visualizado 7211 vezes
 
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Re: Os "grandes" e os "médios"

por AxeRiver » 24/12/2013 19:27

Like!

Eu gosto de alguns índices médios pelo potencial de valorização que apresentam... O TecDax e o Mdax são duas caixinhas de surpresas no que toca a valorização de acções. E com bastantes títulos com liquidez suficiente para não andarem aos Gaps dia sim, dia sim.

Não merece sequer a pena compararmos com o Psi-Geral onde o volume de negócios é muito baixo. Até vários títulos do PSI-20 tem uma liquidez que é muito fraca e penso que não fariam sequer parte destes índices médios de outros países.

Não é dizer que o que é estrangeiro é que é bom, mas a realidade é que o nosso índice não colhe muita atração pela Europa fora. Tal e qual como aqui pouco ou nada se fala da bolsa da Suíça, Áustria, Dinamarca, Noruega, etc...

Daqueles que acompanho os mais interessantes são, por ordem de relevância:
TecDAX
M-DAX
Cac Next 20
M-AEX

Depois nos States a conversa é outra... Existe muita parra fora do SP-500, Nasdaq-100...

Abraços e boas festas a toda a comunidade!
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Re: Os "grandes" e os "médios"

por Elias » 24/12/2013 19:04

O terceiro país em análise é a Holanda (Países Baixos).
A comparação é feita entre o índice principal (AEX) e o índice médio (AMX).

Tal como no caso do Reino Unido, vou fazer uma análise a 15 anos (desde 1998); os gráficos apresentados cobrem o período desde 1997 até à actualidade - em velas semanais.

Comparando ambos os gráficos observamos o seguinte (a negrito saliento o índice que teve melhor desempenho relativo em cada um dos pontos):

A) Evolução entre um ponto de referência no passado e a data actual
1. Valorização desde o pico de 2000 até hoje: AEX caiu 44%; AMX caiu 26%
2. Valorização desde o fundo de 2003 até hoje: AEX valorizou 82%; AMX valorizou 170%
3. Valorização desde o pico de 2007 até hoje: AEX 100 caiu 30%; AMX caiu 19%
4. Valorização desde o fundo de 2009 até hoje: AEX valorizou 103%; AMX valorizou 140%
5. Valorização desde o pico de 2011 até hoje: AEX valorizou 6%; AMX caiu 6%
6. Valorização desde o mínimo do Outono de 2011 até hoje: AEX valorizou 55%; AMX valorizou 52%
Comentário: quando a comparação é feita com um ponto no passado (grandes máximos ou mínimos) e a data actual, o AMX obtém um melhor resultado em 4 das 6 situações consideradas; nenhum dos índices conseguiu ainda atingir o máximo feito em 2000 (bolha das tecnológicas), mas o AMX está mais próximo de o conseguir. No entanto, desde 2011 o índice médio tem mostrado menos força e o desempenho do AEX foi comparativamente melhor: note-se que o AEX está em máximos de 5 anos mas o AMX está apenas em máximos de 2 anos e meio (não conseguiu ainda superar o máximo feito em 2011).

B) Comparação entre grandes picos e grandes fundos
1. Valorização entre o pico de 2000 e o pico de 2007: AEX caiu 20%; AMX valorizou 7,5%
2. Valorização entre o fundo de 2003 e o fundo de 2009: AEX caiu 10%; AMX valorizou 12%
3. Valorização entre o pico de 2007 e o pico de 2011: AEX caiu 34%; AMX caiu 14%
4. Valorização entre o fundo de 2008-2009 e o fundo do Outono de 2011: AEX valorizou 31%; AMX valorizou 58%
Comentário: a análise da evolução entre picos e fundos de longo prazo dá-nos indicações sobre a tendência de muito longo prazo; neste caso observamos duas tendências distintas: o AEX está numa tendência descendente de muito longo prazo, e desde 2000 que faz picos e fundos cada vez mais baixos; o AMX parece estar a lateralizar: se é verdade que ainda não conseguiu superar o pico de 2000, também deve ser notado que não fez um fundo inferior ao de 2003. Globalmente o AMX apresenta uma evolução mais favorável.

C) Valorização por ano de calendário
1998: AEX valorizou 30%; AMX valorizou 9%
1999: AEX valorizou 25%; AMX valorizou 1%
2000: AEX caiu 5%; AMX caiu 8%
2001: AEX caiu 20,5%; AMX caiu 20,8%
2002: AEX caiu 36%; AMX caiu 35%
2003: AEX valorizou 5%; AMX valorizou 15%
2004: AEX valorizou 3%; AMX valorizou 15%
2005: AEX valorizou 25%; AMX valorizou 27%
2006: AEX valorizou 13%; AMX valorizou 30%
2007: AEX valorizou 4%; AMX caiu 3%
2008: AEX caiu 52,3%; AMX caiu 52,5%
2009: AEX valorizou 36%; AMX valorizou 64%
2010: AEX valorizou 6%; AMX valorizou 25%
2011: AEX caiu 12%; AMX caiu 27%
2012: AEX valorizou 10%; AMX valorizou 14%
2013 YTD: AEX valorizou 15,7%; AMX valorizou 16,4%
Comentário: foram analisados 16 anos; o índice principal teve melhor desempenho em 7 de 16, o índice médio teve melhor desempenho em 9 de 16 (um pouco mais de metade). Esta proporção é inferior à registada nos casos de Espanha e do Reino Unido. O índice médio teve pior performance no bull market do final dos anos 90 e uma prestação muito melhor nos bull markets do século XXI.

Comentário final: A sensação que fica das análises já feitas aos três países (Espanha, Reino Unido e Holanda) é que os índices "médios" caem às vezes um pouco mais que os índices "grandes" nos bear markets e sobem muito mais que estes nos bull markets, pelo que no longo prazo o desempenho global dos médios é superior. No entanto, ainda vamos analisar mais países.


EDIT: corrigi dois erros no texto
Anexos
AEX-INDEX.png
AEX-INDEX.png (25.65 KiB) Visualizado 7385 vezes
AMX-INDEX.png
AMX-INDEX.png (26.06 KiB) Visualizado 7385 vezes
Editado pela última vez por Elias em 30/12/2013 1:20, num total de 1 vez.
 
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Re: Os "grandes" e os "médios"

por ruimat0 » 24/12/2013 13:38

Sr_SNiper Escreveu:Um alternativa seria o investimento via ETF . Existe ETF sobre os índices médios?


FTSE 250
http://www.etf.db.com/LUX/ENG/ETF/LU029 ... -UCITS-ETF
http://uk.ishares.com/en/rc/products/MIDD

MSCI Europe Mid Cap
http://www.etf.db.com/LUX/ENG/ETF/LU032 ... -UCITS-ETF
AMUNDI ETF MSCI EUROPE MID CAP UCITS ETF

MSCI EMU Mid Cap
http://uk.ishares.com/en/rc/products/EMUM

EURO STOXX MID
http://uk.ishares.com/en/rc/products/DJMC
 
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Re: Os "grandes" e os "médios"

por Sr_SNiper » 24/12/2013 13:15

Um alternativa seria o investimento via ETF . Existe ETF sobre os índices médios?
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Re: Os "grandes" e os "médios"

por Elias » 24/12/2013 13:12

Interesse sem dúvida, o problema é que mesmo para o PSI Geral o histórico é muito curto e não se presta a grandes comparações.

Até há cerca de um ano, este índice não era calculado em contínuo e apenas existia a cotação do fecho... e no ProRealTime só tem histórico para 4 anos - demasiado curto para fazer uma análise deste tipo.
 
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Re: Os "grandes" e os "médios"

por RaposoTavares » 24/12/2013 12:58

O Trabalho é teu e o tópico é teu... Penso que poderias isolar as maiores do PSI Geral, ou, muito simplesmente, comparares um e outro fazendo uma chamada de atenção para o facto de o PSI Geral incorporar o PSI 20... Continuo a achar que para mim seria um trabalho inédito e do máximo interesse.
Raposo
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Re: Os "grandes" e os "médios"

por Elias » 24/12/2013 10:04

Raposo Tavares Escreveu:Muito, muito interessante. Começo a ficar curiosíssimo com a aplicação deste estudo comparativo aos nossos PSIs.

Pessoalmente nunca descurei o PSI geral e tenho tido apostas e investimentos positivos neste mercado.


Olá Raposo,

Obrigado pela tua mensagem.

Infelizmente não vai ser possível fazer o estudo para o PSI, por esta razão: tanto quanto sei, não existe no mercado português um índice secundário ou médio. O PSI Geral é um índice global, que abrange todas as acções do mercado contínuo, incluindo as que fazem parte do PSI-20. Dado que estas têm maior peso, acabam por influenciar de forma decisiva a evolução do índice PSI Geral; para fazer o estudo, seria necessário conseguir isolar as acções menores, que não pertencem ao índice principal, mas não me parece que seja possível fazê-lo.

1 abraço,
Elias
 
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Re: Os "grandes" e os "médios"

por RaposoTavares » 24/12/2013 3:24

Muito, muito interessante. Começo a ficar curiosíssimo com a aplicação deste estudo comparativo aos nossos PSIs.

Pessoalmente nunca descurei o PSI geral e tenho tido apostas e investimentos positivos neste mercado. Pura sorte, estes meus ganhos. Adiante. Soberbo convencimento o meu, com os conselhos que vos deixo abaixo.
Seja como fôr: o que digo tem que ver com a minha desajeitada experiência. Melhor: o que atabalhoadamente relato tem que ver com as minhas disparatadas experimentações de há alguns anos a esta parte.

Tenho a certeza que este estudo vai evidenciar as possibilidades de ganhos nos mercados menores. Assim, para os investidores menos calejados é preciso sublinhar que todas as rosas têm espinhos e há alguns riscos no nosso PSI Geral:

1.- As ações mais especulativas estão alojadas neste índice. Devemos dar tempo ao tempo e os muito na moda 'stop losses apertadinhos', que no PSI 20 podem ser um erro de arromba nalgumas circunstâncias; aqui, são erros suicidários.

2.- A informação é mais escassa (se bem que a desinformação também seja menor). Convém comprar depois de ir à página das empresas e conhecer os seus balanços e relatórios de gestão. Convém investigar e conhecer a sua história em bolsa (valorizações, volumes...).

3.- Devido ao escasso volume de transações, nem sempre é possível vender uma ação quando queremos ao preço a que a vimos cotada momentos antes da tomada de decisão de venda.

4.- Há uma disparidade enorme entre as performances das ações do Índice. Aqui é uma enorme evidência a impossibilidade de medir a valorização de uma ação pela valorização do índice em que se encontra cotada (o Sporting foi a ação que mais valorizou na Praça portuguesa no último ano -500 e tal por cento-, a VAA Fusão não passa dos seis/sete cêntimos há anos. Quando o Sporting cair para o 3º lugar a ação afunda-se, quando a VAA tiver um resultado positivo a VAA dispara). É assim...

5.- Dois movimentos podem alterar a cotação de uma ação durante uma, duas ou mais sessões. Não apliquem -esta é uma opinião muito pessoal- as AT a estas ações. Lembrem-se que há valorizações e desvalorizações retumbantes que têm mais que ver com 'movimentações' entre acionistas de referência da empresa do que com o pulsar normal do mercado. É verdade que também acontece no PSI 20, mas no PSI 20 há informação -ou deveria haver...- sobre essas movimentações. (A SAG, por exemplo, subiu dos 20 cêntimos aos 52 cêntimos em 3 meses. Ninguém explicou cabalmente o que se passou até ao momento. Arrasta-se agora nos trinta e poucos cêntimos).

6.- Nunca devemos colocar na bolsa mais de 30/40% das nossas disponibilidade financeiras - desculpem-me outra opinião muito, muito pessoal. Nesta perspetiva, no PSI Geral não apliquemos mais de 5% dessa disponibilidade.

Posto isto, para os amantes da Bolsa, falta dizer que o PSI Geral nos pode dar meses de enfado, mas pode oferecer-nos semanas de puro divertimento.

Já agora,
parabéns ao Elias por este tópico,
Um abraço do
Raposo.
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Re: Os "grandes" e os "médios"

por Elias » 23/12/2013 22:57

O país que se segue é o Reino Unido.
Faço uma comparação entre o índice principal (FTSE 100) e o índice médio (FTSE 250). O conjunto destes dois índices forma o chamado FTSE 350 (que não vou analisar porque seria redundante).

Neste caso o histórico disponível é bastante mais longo que em Espanha. Vou fazer uma análise a 15 anos (desde 1998) mas os gráficos abaixo abrangem um período mais longo - desde 1993 - em velas semanais.

Comparando ambos os gráficos observamos o seguinte (a negrito saliento o índice que teve melhor desempenho relativo em cada um dos pontos):

A) Evolução entre um ponto de referência no passado e a data actual
1. Valorização desde o pico de 2000 até hoje: FTSE 100 caiu 4%; FTSE 250 valorizou 120%
2. Valorização desde o fundo de 2002 até hoje: FTSE 100 valorizou 104%; FTSE 250 valorizou 316%
3. Valorização desde o pico de 2007 até hoje: FTSE 100 caiu 1%; FTSE 250 valorizou 28%
4. Valorização desde o fundo de 2009 até hoje: FTSE 100 valorizou 93%; FTSE 250 valorizou 187%
5. Valorização desde o pico de 2011 até hoje: FTSE 100 valorizou 9%; FTSE 250 valorizou 29%
6. Valorização desde o mínimo do Outono de 2011 até hoje: FTSE 100 valorizou 39%; FTSE 250 valorizou 68%
Comentário: quando a comparação é feita com um ponto no passado (grandes máximos ou mínimos) e a data actual, o FTSE 250 leva a melhor nas 6 situações consideradas; contrariamente ao que aconteceu em Espanha, no Reino Unido o índice principal foi o mais penalizado nos bear markets; note-se que o FTSE 100 ainda não conseguiu superar o máximo absoluto feito em 2000, ao passo que o índice médio já vale mais do dobro do que valia nessa data.

B) Comparação entre grandes picos e grandes fundos
1. Valorização entre o pico de 2000 e o pico de 2007: FTSE 100 caiu 3%; FTSE 250 valorizou 71%
2. Valorização entre o fundo de 2003 e o fundo de 2009: FTSE 100 valorizou 5%; FTSE 250 valorizou 45%
3. Valorização entre o pico de 2007 e o pico de 2011: FTSE 100 caiu 10%; FTSE 250 caiu 0,6%
4. Valorização entre o fundo de 2008-2009 e o fundo do Outono de 2011: FTSE 100 valorizou 38%; FTSE 250 valorizou 71%
Comentário: a análise da evolução entre picos e fundos de longo prazo dá-nos indicações sobre a tendência de muito longo prazo; e aqui o FTSE 250 "dá uma abada" ao FTSE 100 em todas as comparações; aliás, uma inspecção visual do gráfico permite detectar facilmente uma sucessão de higher highs e higher lows no FTSE 250, ao passo que o FTSE 100 parece estar a "marcar passo" desde 1995.

C) Valorização por ano de calendário
1998: FTSE 100 valorizou 15%; FTSE 250 valorizou 1%
1999: FTSE 100 valorizou 18%; FTSE 250 valorizou 33%
2000: FTSE 100 caiu 10%; FTSE 250 valorizou 2%
2001: FTSE 100 caiu 16%; FTSE 250 caiu 9%
2002: FTSE 100 caiu 24%; FTSE 250 caiu 27%
2003: FTSE 100 valorizou 14%; FTSE 250 valorizou 34%
2004: FTSE 100 valorizou 8%; FTSE 250 valorizou 20%
2005: FTSE 100 valorizou 17%; FTSE 250 valorizou 27%
2006: FTSE 100 valorizou 11%; FTSE 250 valorizou 27%
2007: FTSE 100 valorizou 4%; FTSE 250 caiu 5%
2008: FTSE 100 caiu 31%; FTSE 250 caiu 40%
2009: FTSE 100 valorizou 22%; FTSE 250 valorizou 46%
2010: FTSE 100 valorizou 9%; FTSE 250 valorizou 24%
2011: FTSE 100 caiu 6%; FTSE 250 caiu 13%
2012: FTSE 100 valorizou 6%; FTSE 250 valorizou 23%
2013 YTD: FTSE 100 valorizou 13%; FTSE 250 valorizou 27%
Comentário: foram analisados 16 anos; o índice principal teve melhor desempenho em 5 de 16, o índice médio teve melhor desempenho em 11 de 16 (mais de dois terços). Esta proporção é semelhante à que encontramos no caso de Espanha. Os anos de pior desempenho coincidiram parcialmente, mas não totalmente, com os períodos de bear market.

Comentário final: A sensação que fica das análises já feitas aos dois países (Espanha e Reino Unido) é que os índices "médios" caem às vezes um pouco mais que os índices "grandes" nos bear markets e sobem muito mais que estes nos bull markets, pelo que no longo prazo o desempenho global dos médios é superior. No entanto, ainda vamos analisar mais países.
Anexos
FTSE 100 .png
FTSE 100 .png (31.53 KiB) Visualizado 7664 vezes
FTSE 250 .png
FTSE 250 .png (25.77 KiB) Visualizado 7664 vezes
 
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Re: Os "grandes" e os "médios"

por ruimat0 » 23/12/2013 21:20

É engraçado isso pois a percepção dos investidores parece outra - pelo menos na "casa" deutsche bank,

http://www.etf.db.com/LUX/ENG/ETF/LU032 ... -UCITS-ETF
AUM = 387,9 M€

http://www.etf.db.com/LUX/ENG/ETF/LU032 ... -UCITS-ETF
AUM = 28,33 M€
 
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Re: Os "grandes" e os "médios"

por Elias » 23/12/2013 21:15

É possível que sim, LTCM, mas como não leio os tópicos todos pode ter-me passado ao lado.

De qualquer forma, não tenho a pretensão de ter feito uma descoberta original, apenas achei interessante partilhar isto no forum. :)
 
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Re: Os "grandes" e os "médios"

por LTCM » 23/12/2013 21:05

Elias Escreveu: Depois de observar os gráficos de muitos índices principais e secundários de diversos países, cheguei a uma conclusão interessante: no longo prazo, os índices "médios" apresentam uma melhor performance que os índices principais. O fenómeno parece ser generalizado, mas as razões para esta melhor performance não são claras. Poderemos especular um pouco sobre isso: talvez os índices principais (os "grandes") sejam compostos por empresas "maduras", logo com menos potencial de crescimento, ao passo que os índices "médios" tenham um grande número de empresas com maior potencial de crescimento.

Quaisquer que sejam as razões, o fenómeno parece-me digno de nota. Assim, ao longo deste tópico irei apresentar diversos exemplos que suportam empiricamente a tese de que os índices "médios" são uma melhor aposta no longo prazo relativamente aos índices "grandes".


Julgo que este fenómeno já foi falado no forum, várias vezes, e é muito discutido na academia.

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Re: Os "grandes" e os "médios"

por Elias » 23/12/2013 20:40

canguru Escreveu:esse exemplo de Espanha encaixa-se na perfeição. resta saber se "é regra";)


Não tenho a certeza quanto a isto, como referi acima é cedo para tirar conclusões. Mas quando tiver apresentado uns 5 ou 6 países creio que já poderemos extrair algumas conclusões gerais.
 
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Re: Os "grandes" e os "médios"

por canguru » 23/12/2013 20:28

assim à primeira vista eu diria que os "médios" exacerbam mais os movimentos em comparação com o índice e/ou os "grandes".

ou seja, "os médios" caem mais em bear market mas em bull sobem mais que "os grandes"

esse exemplo de Espanha encaixa-se na perfeição. resta saber se "é regra";)
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Re: Os "grandes" e os "médios"

por PM_82 » 23/12/2013 20:02

Vejam aqui a performance dos últimos 20 anos para o mercado americano. O retorno médio anual das small e mid caps é superior ao das large caps, e o risco, como seria esperado, também.

https://www.mfs.com/wps/FileServerServlet?articleId=templatedata/internet/file/data/sales_tools/mfsvp_20yrsb_fly&servletCommand=default
In the absence of data, anyone's opinion is valid.
 
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Re: Os "grandes" e os "médios"

por rsacramento » 23/12/2013 20:01

se calhar fui incompreendido: como o elias disse, os índices secundários têm melhores performances; ora como existem fundos de tudo e mais alguma coisa, também haverá fundos especializados em índices secundários, que eventualmente terão um desempenho superior ao dos principais, mas o virtuagod é que é capaz de responder cabalmente à ideia
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Re: Os "grandes" e os "médios"

por Sr_SNiper » 23/12/2013 19:55

Provocação não amigo Elias... por favor.
Não sejas assim, sempre com picardias, vamos ser, "consistentes" com o que vamos escrevendo ao longo do tempo.
Além disso, do forum, só levo em consideração para formular a minha própria opinião de 6 ou 7 foristas , sendo que tu és um deles.
Além disso tu vais buscar citações do EuroOuro de à semanas atrás e quinze dias antes, não leves a mal quando fazem citações tuas.
Mas é sem dúvida interessante, ando a olhar para o 2º mercado, mas a falta de liquidez, retira muitos investidores deste tipo de ativos.
Editado pela última vez por Sr_SNiper em 23/12/2013 20:16, num total de 3 vezes.
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Re: Os "grandes" e os "médios"

por Elias » 23/12/2013 19:50

O primeiro caso que vou analisar é o de Espanha.
Faço uma comparação entre o índice principal (IBEX-35) e o índice médio (IBEX MID CAP).

Os gráficos que se seguem ilustram a evolução de ambos os índices desde final de 2002, em velas semanais.

Comparando ambos os gráficos podemos fazer as seguintes constatações (a negrito saliento o índice que teve melhor desempenho relativo em cada um dos pontos):

A) Evolução entre um ponto de referência no passado e a data actual
1. Valorização desde o fundo de 2002 até hoje: IBEX-35 valorizou 85%; IBEX MID CAP valorizou 152%
2. Valorização desde o pico de 2007 até hoje: IBEX-35 caiu 39%; IBEX MID CAP caiu 41%
3. Valorização desde o fundo de 2009 até hoje: IBEX-35 valorizou 46%; IBEX MID CAP valorizou 74%
4. Valorização desde o pico de 2011 até hoje: IBEX-35 caiu 13%; IBEX MID CAP valorizou 24%
5. Valorização desde o mínimo de 2012 até hoje: IBEX-35 valorizou 65%; IBEX MID CAP valorizou 92%
Comentário: quando a comparação é feita com um ponto no passado e a data actual, o IBEX MID CAP leva a melhor em 4 das 5 situações; perde na comparação com o pico de 2007, pois o índice médio foi duramente castigado na crise financeira mas leva a melhor em todas as restantes e note-se que já conseguiu superar os máximos de 2011, o que o índice principal ainda não conseguiu

B) Comparação entre grandes picos e grandes fundos
1. Valorização entre o fundo de 2002 e o fundo de 2009: IBEX-35 valorizou 27%; IBEX MID CAP valorizou 35%
2. Valorização entre o fundo de 2009 e o fundo de 2012: IBEX-35 caiu 12%; IBEX MID CAP caiu 3%
3. Valorização entre o pico de 2007 e o pico de 2011: IBEX-35 caiu 30%; IBEX MID CAP caiu 53%
Comentário: a análise da evolução entre picos e fundos de longo prazo dá-nos indicações sobre a tendência de muito longo prazo; e aqui o IBEX MID-CAP leva a melhor em todas as comparações; note-se que em 2012 quase não quebrou o fundo de 2009, ao contrário do IBEX-35

C) Valorização por ano de calendário
2003: IBEX-35 valorizou 28%; IBEX MID CAP valorizou 37%
2004: IBEX-35 valorizou 17%; IBEX MID CAP valorizou 26%
2005: IBEX-35 valorizou 18%; IBEX MID CAP valorizou 37%
2006: IBEX-35 valorizou 32%; IBEX MID CAP valorizou 42%
2007: IBEX-35 valorizou 7%; IBEX MID CAP caiu 11%
2008: IBEX-35 caiu 39%; IBEX MID CAP caiu 46%
2009: IBEX-35 valorizou 30%; IBEX MID CAP valorizou 14%
2010: IBEX-35 caiu 17%; IBEX MID CAP caiu 6%
2011: IBEX-35 caiu 13%; IBEX MID CAP caiu 21%
2012: IBEX-35 caiu 5%; IBEX MID CAP valorizou 14%
2013 YTD: IBEX-35 valorizou 19,5%; IBEX MID CAP valorizou 50,3%
Comentário: aqui notamos que nos anos de subida as valorizações do IBEX MID CAP são consideravelmente superiores, contudo o reverso da medalha é que nos anos de queda, a prestação do índice médio também pode ser pior (i.e. quedas mais expressivas). Ainda assim, numa comparação ano a ano, o índice médio ganhou por 7 a 4.

Comentário final: globalmente o IBEX MID CAP apresenta uma melhor prestação. No entanto, é cedo para fazer generalizações. Vamos ver o que se passa nos outros países.
Anexos
IBEX-35.png
IBEX-35.png (22.6 KiB) Visualizado 7864 vezes
IBEX MEDIUM CAP..png
IBEX MEDIUM CAP..png (19.94 KiB) Visualizado 7864 vezes
 
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Re: Os "grandes" e os "médios"

por Elias » 23/12/2013 18:57

Sr_SNiper Escreveu:Parabéns pela iniciativa, ficarei atento a este tópico, contudo com estatisticas era mais interessantes, como diz um grande sábio:

Elias Escreveu:
Eu perguntei se tinhas estatísticas, não pedi exemplos. Exemplos arranjam-se às dezenas

Um forte abraço e boas festas


Esta provocação barata era escusada: eu tive o cuidado de escrever que tenciono ilustrar o tópico com exemplos que suportam empiricamente a minha tese. Portanto, decorre daquilo que escrevi no post inicial que não tenho estatísticas. Trata-se de uma constatação empírica e não uma demonstração científica :wink:


richardj Escreveu:já agora, as diferenças de perfomace que verificaste são de que ordem? 5% 10% ? o dobro da perfomace?

fizeste uma comparação por indice ou por sectores de actividade? Se por sectores, em que sectores a diferença foi maior

Quanto as razões, para alem das que enumeraste, nas pequenas, o volume é inevitavelmente menor, porque, como dizes pertencem a indices com menor visibilidade. O facto de o volume ser menor pode ter algum impacto.

Por outro lado, nas grandes empresas pode ser mais difícil quantificar com um nível de aproximação igual as das pequenas, do valor real da empresa.


Para a primeira questão: não fiz ainda contas, mas tentarei apresentar alguns números quando puser os gráficos.

Para a segunda questão: apenas comparei índices dentro de cada país.

As outras questões não sei responder.
 
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Re: Os "grandes" e os "médios"

por richardj » 23/12/2013 18:33

exelente topico elias!

já agora, as diferenças de perfomace que verificaste são de que ordem? 5% 10% ? o dobro da perfomace?

fizeste uma comparação por indice ou por sectores de actividade? Se por sectores, em que sectores a diferença foi maior

Quanto as razões, para alem das que enumeraste, nas pequenas, o volume é inevitavelmente menor, porque, como dizes pertencem a indices com menor visibilidade. O facto de o volume ser menor pode ter algum impacto.

Por outro lado, nas grandes empresas pode ser mais difícil quantificar com um nível de aproximação igual as das pequenas, do valor real da empresa.

Stilgar: Take my life Usul (Paul), it's the only way.
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