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Caldeirão da Bolsa

Passos Coelho anuncia às 19h15 novas medidas de austeridade

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

Re: Passos Coelho anuncia às 19h15 novas medidas de austerid

por Elias » 11/11/2013 17:48

MiamiBlueHeart Escreveu:P.S. o IVA da restauração já não aumentou em 2012? e quantos milhares de desempregados criou em 2012 a área da restauração?? haja memória..


Muito se tem escrito sobre o suposto desemprego provocado pelo aumento do IVA na restauração.

E no entanto, não foi esse o sector que mais contribuiu para engrossar as fileiras do desemprego... Foi outro.
 
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Re: Passos Coelho anuncia às 19h15 novas medidas de austerid

por MiamiBlue » 11/11/2013 17:41

JMHP Escreveu:
Trialul Escreveu:As vendas ao exterior subiram quase 10% em Setembro por comparação com o mesmo mês do ano passado. É a segunda maior variação deste ano. Face a Agosto, mês usualmente "parado", cresceram mais de 18%.
As vendas de mercadorias ao exterior subiram 18,7% em Setembro face a Agosto (mês em que haviam caído 24,3%) e cresceram 9,8% em termos homólogos, ou seja, por comparação com Setembro de 2012, após terem registado uma contracção homóloga de 0,5%, revelam dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgados nesta segunda-feira.


Ainda bem e tomara que a situação continue a evoluir favoravelmente.

Afinal ao fim de 2 anos de crise aguda, que superou todas as expectativas, em que o Governo muitas vezes foi um entreva para as empresas (por exemplo: com o aumento brutal da energia e com a total inércia em campos como nas áreas da diminuição da burocracia, justiça), obviamente que é de saudar e festejar esta resiliência da industria portuguesa.


JMHP Escreveu: Estas noticias e dados positivos da economia em pleno e duro período de austeridade, estão a causar muita comichão e incomodo a muita gente, nomeadamente os críticos e "treinadores de bancada" que habitam entre nós.

Já inegável que a economia está efectivamente a melhorar e o desemprego começa a evidenciar uma alteração na sua longa tendência ascendente. Até o comercio, hotelaria e a restauração estão com um comportamento acima do esperado, num ano em que muitos previam ser de desgraça devido ao aumento do IVA para 23%.... Voilá!! :mrgreen:

As exportações são mais uma vez o motor da recuperação económica, em que este ano promete cilindrar completamente 2012... O melhor ano de sempre até os dias de hoje. :clap:
[/quote]

Mas o sucesso das empresas é o resultado do sucesso do Governo?

E gostava de perceber, porque motivo os apoiantes do Governo associam para si, o sucesso das empresas??

Porque não, associar a resiliência e capacidade das empresas de ultrapassar todas as dificuldades, apesar da ausência de ajudas do Governo??

Só mesmo, adorações como as clubisticas, podem toldar o bom-senso de associar quem é contra as politicas do atual Governo com o desejo de insucesso do país.

P.S. o IVA da restauração já não aumentou em 2012? e quantos milhares de desempregados criou em 2012 a área da restauração?? haja memória..
 
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Re: Passos Coelho anuncia às 19h15 novas medidas de austerid

por migluso » 11/11/2013 17:38

artista Escreveu:...faltará saber é se é uma inversão sustentada ou se é apenas uma inversão cíclica e limitada no tempo e na dimensão.


100% de acordo.

artista Escreveu:Mas esperemos que seja desta que isto vira de vez... esperar que seja desta que os portugueses aprendem penso que será pedir muito! :?


LOL... :lol:
Não me parece. Nenhum partido viu este ajustamento como uma necessidade, mas sim como uma imposição. Só aprendemos se as regras europeias mudarem, caso contrário, pelos nossos políticos daqui a 10/15 anos temos aí outra bancarrota. :wall:
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Re: Passos Coelho anuncia às 19h15 novas medidas de austerid

por artista_ » 11/11/2013 17:28

Espero bem que tenham razão, mas para já parece-me que estão a exagerar um pouco, há sinais de inversão, faltará saber é se é uma inversão sustentada ou se é apenas uma inversão cíclica e limitada no tempo e na dimensão.

Mas esperemos que seja desta que isto vira de vez... esperar que seja desta que os portugueses aprendem penso que será pedir muito! :?
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Re: Passos Coelho anuncia às 19h15 novas medidas de austerid

por migluso » 11/11/2013 17:15

JMHP Escreveu:As exportações são mais uma vez o motor da recuperação económica, em que este ano promete cilindrar completamente 2012... O melhor ano de sempre até os dias de hoje. :clap:


O estado andou 20 anos a dar os incentivos errados ao sistema produtivo, nomeadamente através das licenças de construção civil, obras públicas desnecessárias, lei do arrendamento obsoleta, subsídios para não cultivar, para não pescar, etc, etc. etc...
O estado não precisa fazer nada para a economia crescer de forma sustentável, basta não atrapalhar e não inventar incentivos errados.

Quanto ao Paul de Grauwe e à necessidade de reformas estruturais, será que ele analisou a evolução da economia portuguesa nos últimos 10/12 anos?
Se ele estiver certo, a realidade não foi a que nós conhecemos e Portugal afinal foi dos países que mais cresceu até à crise financeira de 2008.
Cada um acredita no que quiser: na teoria do Paul ou na realidade da última década.
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Re: Passos Coelho anuncia às 19h15 novas medidas de austerid

por mrod0 » 11/11/2013 16:41

JMHP Escreveu:As exportações são mais uma vez o motor da recuperação económica, em que este ano promete cilindrar completamente 2012... O melhor ano de sempre até os dias de hoje. :clap:


Será que é desta que percebem que o sector das exportações é o único caminho?

Tudo o resto é demagogia pura e barata.
 
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Re: Passos Coelho anuncia às 19h15 novas medidas de austerid

por JMHP » 11/11/2013 16:30

Trialul Escreveu:Já começo a estar irritado depois das notícias do desemprego , das taxas longas a baixar de melhores perspectivas para o nosso
Rating , só falta esta isto é tudo mentira . O nosso TC vem tenta por fim a estará péssimas notícias .

Exportações voltaram a disparar em Setembro
11 Novembro 2013, 11:13 por Eva Gaspar | egaspar@negocios.pt



As vendas ao exterior subiram quase 10% em Setembro por comparação com o mesmo mês do ano passado. É a segunda maior variação deste ano. Face a Agosto, mês usualmente "parado", cresceram mais de 18%.
As vendas de mercadorias ao exterior subiram 18,7% em Setembro face a Agosto (mês em que haviam caído 24,3%) e cresceram 9,8% em termos homólogos, ou seja, por comparação com Setembro de 2012, após terem registado uma contracção homóloga de 0,5%, revelam dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgados nesta segunda-feira.


Estas noticias e dados positivos da economia em pleno e duro período de austeridade, estão a causar muita comichão e incomodo a muita gente, nomeadamente os críticos e "treinadores de bancada" que habitam entre nós.

Já inegável que a economia está efectivamente a melhorar e o desemprego começa a evidenciar uma alteração na sua longa tendência ascendente. Até o comercio, hotelaria e a restauração estão com um comportamento acima do esperado, num ano em que muitos previam ser de desgraça devido ao aumento do IVA para 23%.... Voilá!! :mrgreen:

As exportações são mais uma vez o motor da recuperação económica, em que este ano promete cilindrar completamente 2012... O melhor ano de sempre até os dias de hoje. :clap:
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Re: Passos Coelho anuncia às 19h15 novas medidas de austerid

por Opcard33 » 11/11/2013 12:24

Já começo a estar irritado depois das notícias do desemprego , das taxas longas a baixar de melhores perspectivas para o nosso
Rating , só falta esta isto é tudo mentira . O nosso TC vem tenta por fim a estará péssimas notícias .

Exportações voltaram a disparar em Setembro
11 Novembro 2013, 11:13 por Eva Gaspar | egaspar@negocios.pt



As vendas ao exterior subiram quase 10% em Setembro por comparação com o mesmo mês do ano passado. É a segunda maior variação deste ano. Face a Agosto, mês usualmente "parado", cresceram mais de 18%.
As vendas de mercadorias ao exterior subiram 18,7% em Setembro face a Agosto (mês em que haviam caído 24,3%) e cresceram 9,8% em termos homólogos, ou seja, por comparação com Setembro de 2012, após terem registado uma contracção homóloga de 0,5%, revelam dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgados nesta segunda-feira.
 
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Re: Passos Coelho anuncia às 19h15 novas medidas de austerid

por Storgoff » 10/11/2013 21:36

-

Paul de Grauwe: Portugal errou ao querer ganhar o concurso de beleza da austeridade
10 Novembro 2013, 15:47 por Lusa




O economista Paul de Grauwe entende que Portugal cometeu o "erro" de ser o melhor aluno da troika, quando a economia estaria melhor se assim não fosse, e defende um lóbi do Sul da Europa para mudar políticas europeias.
"O governo português fez o grande erro de tentar ser o melhor da turma no concurso de beleza da austeridade. Não havia razão para Portugal fazer isso, podia não ser o melhor da turma, podia ser mesmo o pior e isso seria melhor para economia", considerou em entrevista à Lusa o economista belga, para quem Portugal tinha de levar a cabo medidas para reduzir a despesa, mas ao longo de mais anos, de modo a suavizar o impacto económico.

Até economistas do Fundo Monetário Internacional (FMI), afirmou, já perceberam que não é possível "fazer a austeridade toda ao mesmo tempo", enquanto na Europa os líderes continuam imutáveis.

"Portugal e outros países do Sul da Europa deviam unir-se e dizer que a maneira como os tratam não é aceitável. Quando Portugal, Grécia, Irlanda e Espanha levam a cabo medidas de austeridade, os outros países do Norte da Europa deviam fazer o inverso e estimular a economia. Vocês têm influência na Comissão Europeia, mas não a usam", disse Paul de Grauwe.

Para o economista, se os países com contas públicas mais fortes fomentassem a expansão, isso contrariaria a contracção orçamental dos países da periferia, equilibrando a economia europeia.
O excedente comercial (diferença entre exportações e importações) da Alemanha, que atingiu um valor histórico em Setembro de 20,4 mil milhões de euros, também é um problema para Paul de Grauwe, já que "se uns têm excedentes, outros têm défices".

No início do mês, o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos já criticou a Alemanha por usar a crise para fomentar excessivamente as exportações, o que obriga os países da periferia a um ajustamento excessivo. Também o FMI veio entretanto dizer que a Alemanha podia contribuir para a estabilização da economia da Zona Euro se aumentasse o consumo interno.
Para o economista, toda a Europa devia estar comprometida em fazer os países como Portugal saírem da recessão económica, já que o endividamento não é só culpa destes, até porque para haver quem deve tem de haver quem empresta.

"A Zona Euro tornou-se um sistema em que a nações creditícias mandam. Mas a responsabilidade da crise não é só dos devedores, mas também dos credores. Por isso, a Comissão Europeia devia intervir no interesse dos credores e também dos devedores", considerou.

Sobre se deve ser colocado um limite ao défice e endividamento da Constituição portuguesa, Paul de Grauwe rejeitou de imediato, considerando que "não faz qualquer sentido", já que haverá sempre períodos em que os países têm de aumentar o seu endividamento para acomodar as crises cíclicas e proteger os cidadãos.

"O capitalismo é um sistema fantástico, mas muito instável, que produz altos e baixos, períodos de optimismo e pessimismo, e nos baixos o Governo tem de juntar as peças e os défices necessariamente aumentam. Precisamos de Governos que protejam os cidadãos, que os ajudem [quando estão mal]. Se não o fizerem, a legitimidade dos Governos fica em causa", explicou.

O economista Paul de Grauwe está em Lisboa para participar na conferência que assinala os 25 anos do INDEG, a escola de negócios do ISCTE -- Instituto Universitário de Lisboa.

http://www.jornaldenegocios.pt/economia ... idade.html



-

Paul de Grauwe: Necessidade de reformas estruturais é um "mito"
10 Novembro 2013, 15:51 por Lusa


A necessidade de reformas estruturais em Portugal é um "mito", disse à agência Lusa o economista Paul de Grauwe,
para quem essa solução ignora que é a falta de procura que provoca a recessão da economia.



http://www.jornaldenegocios.pt/economia ... _mito.html



-

Paul de Grauwe diz que Portugal não deverá escapar a uma
reestruturação de dívida

10 Novembro 2013, 15:54 por Lusa




O economista Paul de Grauwe considera que Portugal não deverá conseguir fugir a uma reestruturação da dívida
e que não é masoquismo os portugueses discutirem este tema, mas continuarem a punir-se a si mesmos com mais austeridade.



http://www.jornaldenegocios.pt/economia ... ivida.html
 
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Re: Passos Coelho anuncia às 19h15 novas medidas de austerid

por Storgoff » 10/11/2013 21:05


Passos: “Mantemos ambição de concluir programa dentro do tempo sem reforço financeiro”



Onde é que este aprendeu a falar português.
É esta e outra muito comum agora na boca do Passos :

"... condiçoes de ir a mercado...."


Eu pensava que a forma correcta era:

-Concluir o programa
-Condições de ir ao mercado

Será algum dialecto da zona de Massamá?

Pelo menos que tenhamos um 1º ministro que saiba falar português.
Já agora...
:wink:
 
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Re: Passos Coelho anuncia às 19h15 novas medidas de austerid

por MiamiBlue » 9/11/2013 19:59

Uma entrevista bem sensata..

Silva Peneda "Há um clubezinho na Comissão Europeia que tem de ser posto na ordem"

O Parlamento Europeu vai abrir um inquérito à actuação da troika. Silva Peneda quer ser ouvido e diz que tem provas graves.
Este ano, pela primeira vez na sua história, o Conselho Económico e Social (CES) apresentou, além do parecer sobre o Orçamento do Estado, um plano para o Portugal pós-troika, já a partir de Julho de 2014. Em entrevista ao i, José Silva Peneda explica os detalhes de uma série de ideias que pretendem contribuir para a discussão sobre aquela que deve ser a reforma do Estado e o futuro do país. Um modelo de ruptura.

Que análise faz do Orçamento do Estado para 2014?

O Orçamento do Estado é condicionado pelo programa da troika. E, neste orçamento, o CES confirmou o que disse noutras alturas: o programa da troika foi mal concebido.

Quais são os erros?

Há uma clara inadequação da caracterização da crise: subestimou-se a sua dimensão estrutural, muito mais profunda do que podia parecer, ignorou-se o elevado nível de endividamento, não só do Estado mas também das famílias e das empresas. Por isso tem uma estratégia com tempos de resposta impossíveis de concretizar sem pôr em causa equilíbrios económicos e sociais fundamentais. Tivemos uns anos de uma austeridade expansionista, entre aspas, que, na nossa opinião é irrealista nas condições em que a economia estava em 2011.

É razoável não ter previsto o aumento do desemprego, a quebra da procura?

O segundo erro foi subavaliar o peso da procura interna e o seu impacto negativo no emprego. O CES disse desde o princípio que o impacto seria enorme. Quando a taxa de desemprego começou a subir, os representantes da troika declararam--se muito surpreendidos. Em terceiro, a chamada reforma do Estado teve a lógica do corte na despesa, nos funcionários públicos e nas pensões, o que afectou de forma significativa o rendimento disponível das famílias e levou à redução do consumo, com efeitos negativos na economia. Quarto, a troika, ficou bem provado, tem uma visão minimalista das reformas estruturais da economia.

O que quer dizer com isso?

A troika apostou claramente na desvalorização interna competitiva, fundamentalmente através dos salários, de onde se poderia pensar que depois da perda de muitos empregos e empresas surgiria um novo élan, quando a realidade do nosso país é totalmente diferente. Precisamos de uma lógica de competitividade alicerçada nas nossas vantagens.

O CES acredita que o programa pode chegar ao fim em Junho de 2014?

O parecer diz que é possível, embora difícil, que em Junho termine o programa da troika. Por vários factores, um dos quais é que as próprias instituições europeias não querem ficar com uma imagem negativa e dizer que isto foi um insucesso.

E foi um insucesso?

Ficou muito longe daquilo que se propôs. Nós sabíamos que um programa de ajustamento implica dor, mas foi muita dor para tão pouco ajustamento. Foi desproporcionada. Se olharmos para os indicadores fundamentais, défice e dívida, não vemos grandes melhorias. Castigou--se muito o cidadão para resultados que, quanto a mim, são incipientes. Há aspectos positivos, como o saldo primário do défice e a balança de transacções correntes. Mas não pode deixar de haver um julgamento sobre este tipo de apoios que são feitos a países sem conhecer a realidade de cada um.

O CES, pela primeira vez, além do parecer habitual, apresentou uma proposta de programa pós-troika, Quais são as linhas gerais?

Entendemos que há três objectivos: equilibrar as contas públicas, reformar o Estado e pôr a economia a crescer. É na área delimitada por este triângulo que se vai definir o quadro político e económico nas próximas décadas. O que é necessário é que estes objectivos sejam perseguidos de forma coordenada, ao contrário do que aconteceu até aqui, em que se apostou exclusivamente no equilíbrio orçamental.

Quais são as características do programa?

Tem duas características: tem de ser credível e tem de ter a confiança dos agente económicos internos. Isto pressupõe tempo, no mínimo dez anos, gradualismo nas políticas e compromisso das forças políticas e sociais. O CES aprovou isto sem votos contra, apenas com a abstenção tradicional do governo e também a abstenção da CGTP, entre sindicatos, associações, instituições de solidariedade social, universidades, patrões, trabalhadores, defesa do consumidor, etc.

E todos estão de acordo?

As forças sociais estabeleceram um compromisso sobre isso. Mas a ausência de pontes entre as forças políticas preocupa-me muito. E não é muito compreensível quando o país real, representado pelos parceiros sociais, quer uma coisa a dez anos com este tipo de características e, a nível político, não se gera esse consenso.

Como é que explica isso?

Acho que os partidos políticos estão dissociados do nosso tempo. Mais tarde ou mais cedo vão ter de se entender, porque vai colocar-se a questão da sua sobrevivência. Costumo distinguir a grande política da pequena política, que é gerir um país de acordo com regras estabelecidas. Nós estamos num tempo de grande política, em que é preciso inventar novas regras. Começando pelo modelo económico. O modelo económico que figurou até 2011 - baseado na construção civil, no imobiliário, na ideia do consumismo fácil e até na ideia de que se a despesa pública aumentasse haveria crescimento - esgotou. Este triângulo é para recriar um modelo, para fazer a ruptura.

Sabemos os objectivos. Como se chega lá?

O modelo tem de assentar no investimento produtivo competitivo. Não é com salários baixos que vamos lá. E esta é uma critica em relação à troika, que apostou sempre na redução do custo de mão-de-obra e, pior do que isso - e esta é a critica mais dura que faço -, quis abalar os alicerces do modelo social. A troika nunca acreditou no diálogo social e a prova disso foi a grande machadada que deu na contratação colectiva. E digo claramente, com provas provadas, que a troika em Portugal obstaculizou esse diálogo social, impedindo, dificultando.

Há consenso social, não há consenso político. É possível fazer crescer a economia?

Não. Há aqui uma grande responsabilidade dos partidos políticos, é um factor decisivo para o crescimento da economia, para o crescimento do emprego. Os parceiros sociais entendem-se porque não há entre eles política partidária, têm os seus interesses, divergentes, mas conseguem estabelecer pontes.

Falou na sobrevivência dos partidos. Pode explicar?

Quando ponho a questão da sobrevivência, quero dizer que os partidos têm de ser capazes de ultrapassar um tempo antigo e situar-se no tempo moderno. As sociedades hoje são mais complexas, são mais diversificadas, há maior mobilidade, surgem novos grupos de interesse que querem participar na vida pública. Eu sou de uma geração que foi educada nas relações da verticalidade, da hierarquia. Hoje, funciona mais a horizontalidade, a intercomunicabilidade. O poder não está mais acima, nem mesmo em quem sabe mais. O poder está em quem tem capacidade de mobilizar os outros. Os partidos estão a ficar isolados da sociedade e vai chegar um tempo em que vão ter de se entender ou morrem.

Na Europa, os partidos encontram soluções de compromisso...

As ditaduras não aparecem sem motivo, são sempre fruto de um conjunto de circunstâncias. Na Europa não é assim, mesmo na vizinha Espanha, quando foi a crise da caixas de aforro, o primeiro-ministro teve uma reunião com o chefe da oposição e foram os dois a Bruxelas resolver o problema. E resolveram. Os patrões e os sindicatos entendem-se, todas as outras instituições também e os partidos, que deviam ser a expressão máxima de todas estas vontades, não? Caramba!

Os dez anos na proposta do CES são para atingir o equilíbrio?

São dez anos para fazer a ruptura com o passado. Um programa a dois anos não é credível face às características da nossa economia...

Estes dez anos de ruptura seriam mais dez anos de austeridade?

Francisco Sá Carneiro - fiz parte do seu governo -, tem esta frase: "Eu não sou contra a austeridade, mas uma austeridade que valha a pena". Eu, com este programa, não estou a dizer que não vai haver austeridade - é fundamental assegurar o equilíbrio das contas públicas. O que digo é que não pode ser única e exclusivamente esse o objectivo, tem de ser temperado com os outros. Com este triângulo quero criar as condições, e julgo que podem ser criadas, para se ver a luz ao fundo do túnel mais facilmente. Julgo que é difícil resolver o problema orçamental do nosso país com mais impostos. E não acredito que se possa fazer consolidação orçamental em período de recessão. Ponto. Como alguém explicou, é como estar numa passadeira de ginástica, em que por mais que corramos não saímos do mesmo sítio.

A crise é global. As soluções têm de ser também globais?

A crise que vivemos, e que teve origem no mundo financeiro - que deixou de fazer aquilo para que foi criado, emprestar dinheiro à produção, para se meter em aventuras e vender risco (alguns pacotes que todos sabiam que eram lixo) - deu depois origem a uma crise sistémica, uma crise global. Mas não temos nem soluções globais, nem instituições globais. Por isso eu digo que o poder político foi capturado pelo poder financeiro. Não estou a falar só do nosso país. Não foi o mercado que falhou, quem falhou foi a política. Foi a supervisão, o controlo, a fiscalização, até a penalização e a disciplina nessa matéria. Nesta crise, as pessoas têm de tirar conclusões.

E estão a tirar conclusões?

Não. Mas eu reafirmo as minhas conclusões: a época do neoliberalismo fracassou. Ficou provado que os mercados não são capazes e se auto-regular. Daqui há uma conclusão óbvia: as políticas públicas e os poderes de Estado têm de ser reforçados. E têm de ser reforçados não só a nível nacional, mas a nível supranacional, na Europa. Segunda lição: tem de haver muito maior transparência no sistema financeiro, a opacidade é ainda muito elevada - veja as offshores. Tem de haver escrutínio, o cidadão não pode ser posto de manhã perante uma surpresa do género da que aconteceu.

Falou na pertinência de um julgamento sobre as medidas da troika. O Parlamento Europeu diz que vai fazer um inquérito à actuação da Comissão Europeia nesta matéria. O que pensa sobre isso?

Dentro da Europa, e mesmo dentro da Comissão Europeia (CE), há questões graves. O que se está a passar com a troika é um exemplo. Espero bem que haja uma avaliação muito rigorosa disso, porque a CE, no caso de Portugal, associou-se a medidas que estão contra a génese do projecto europeu. Falei-lhe na negociação colectiva, numa série de medidas, como o salário mínimo, que os parceiros sociais estavam dispostos a negociar mas em que a CE foi radical e impediu essa negociação. E muitas outras matérias que não quero agora falar porque existe um dever de contenção... Mas conheço a realidade e a CE, na troika, foi a antítese daquilo que é a história da União Europeia.

A Comissão Europeia é mais culpada do que o Fundo Monetário Internacional ou o Banco Central Europeu?

Não vou dividir culpas, mas houve momentos em que houve mais radicalismo da parte da Comissão Europeia. Isto não tem nada a ver com o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, que tem um discurso diferente, e até com os comissários. Sei como funciona aquilo lá dentro, há ali um clubezinho, não sei se é de Chicago, que tem poder a mais e tem de ser posto na ordem.

Quem faz parte desse clube?

Está dentro da Comissão Europeia, Olli Rehn, as direcções-gerais... A estrutura da CE é uma estrutura de poder e há determinado tipo de poder e gente que pensa que Portugal e outros países da Europa são uns desgraçados que desvalorizam-se os salários, ficam com um nível básico de subsistência e pronto, ficam muito caladinhos e está tudo bem.

Não temos aliados?

Penso que Portugal devia ter aí algum tipo de articulação, usar mais a diplomacia e concertar posições com Espanha, Itália e Grécia. Valia a pena ter aqui um Think Tank no sentido de fomentar e de discutir posições. Outro dia o Bagão Felix falava em mutualização do subsídio de desemprego. Isto começa logo com o orçamento da União Europeia, que é ridículo, não tem qualquer poder para interferir. Teria sentido, para países que estão a sentir crises profundas, que parte daquilo que tem a ver com o subsídio de desemprego fosse suportado pela União Europeia, nem que fosse à custa dos fundos estruturais. Somos membros de pleno direito, temos de mostrar os nossos pontos de vista, mas nunca por nunca dizer que não conseguimos sair disto por causa da União Europeia. Isso, para mim, é a manifestação da incapacidade.

As contas públicas continuam a ser uma prioridade. Onde vai o governo buscar dinheiro se o Tribunal Constitucional chumbar alguns cortes?

Não sei. Depende do eventual chumbo, sobre o quê e do impacto orçamental, se a medida põe em causa muitos ou poucos milhões. O que é certo é que se determinada medida for inconstitucional tem de haver solução. O que pode acontecer é que uma medida que afecta pensões passe a afectar outra coisa e os prejudicados sejam outros, em maior ou menor grau.

É possível pensar em reformar o Estado sem aumentar o desemprego?

O Estado, na sua reforma, pode ser um agente facilitador do crescimento económico e da criação de emprego. O Estado devia começar por fazer aquilo a que eu chamo uma auditoria de processos: saber, quando um papel entra, qual é o circuito que faz. Só fazendo esta auditoria, ministério a ministério, podemos chegar à conclusão se temos níveis hierárquicos a crescer mais ou menos, se temos duplicações de procedimentos, duplicações de funções.

Quais devem ser os objectivos da reforma do Estado?

Eu sintetizo: ter um Estado mais barato e mais eficiente. Acho estranho falar em reforma e não se falar da regionalização. A ideia que perpassa por aí é que a regionalização é mais dinheiro, mais tachos. Mas isso não está provado. Eu estou convencido - e sou capaz, se for desafiado a isso, de demonstrá-lo - que a regionalização é um Estado mais barato e mais eficiente.

Não ia desatar tudo a querer pelouros?

Eu entendo a regionalização não como uma atitude reivindicativa mas como uma peça da reforma do Estado. Olhando para alguns casos de sucesso noutros países, vemos que houve sectores que foram amplamente descentralizados com grande sucesso e com grandes poupanças. O sistema educativo - as escolas foram entregues a autarquias, associações de pais, associações comerciais, com poderes de nomear e demitir directores e professores através de um conselho de administração.

Mas cá existe um quadro único de professores...

Isto seria ruptura. Mas podemos começar com experiências piloto. Se na Dinamarca deu resultado? Se um aluno do secundário custa 500 euros por mês, porque não se faz um modelo em que se gastem apenas 300? Mas tem de haver ruptura com o modelo actual e só acredito que isso possa ser feito na base de um sistema descentralizado em que quem controla está perto do acontecimento. Agora, não sei se a componente sindical ia achar piada a isto, provavelmente não vai? Regionalizar é descentralizar, passar o poder para outros. O Estado central abdica do domínio, do controlo. Haveria um tronco comum e um grau e liberdade.

A regionalização também significaria desconcentração?

Temos um país muito desequilibrado e a reforma do Estado não pode ignorar isto. Estamos a aproximar-nos de um país com as características do terceiro mundo: uma grande capital, tudo muito concentrado e dificuldades de toda a ordem. Depois o resto do país está deserto. Por que razão todos os serviços da administração central têm de estar localizados em Lisboa? Porque é que o INE, as direcções-gerais ou o Tribunal Constitucional têm de estar em Lisboa? Valia a pena espalhar pelo resto do país um conjunto de serviços públicos, seria até uma forma constitucional de rescindir contratos por mútuo acordo e trazer para estes serviços gente nova e competente. E isto ia animar económica e socialmente as cidades do interior.

Porque não se faz?

Lá está: por que raio é que os partidos políticos não se entendem nisto? Por que raio? Qual é o problema de haver uma ponte em relação a um grande programa de desconcentração para um país mais equilibrado em termos territoriais? Vamos, por ano, pegar em três serviços. Ao fim de dez anos temos 30 serviços localizados em zonas do interior. Será assim tão complicado aceitar este princípio?

Volto a perguntar: a reforma implica menos gente no Estado?

Implica gente mais qualificada. O Estado desqualificou-se, enfraqueceu - ao contrário dos parceiro sociais, que se robusteceram.

Leu o guião para a reforma do Estado, de Paulo Portas?

A moda é dizer mal daquilo tudo, mas li e achei um bom documento e análise. Falta a parte restante, a parte da acção. O guião há dois anos fazia algum sentido, mas aí tínhamos um problema: se calhar, a troika não deixava. Vivemos um período em que fomos coarctados de graus de liberdade muito apreciáveis. Em Junho, se isto se romper, entramos numa nova fase. Mas temos de estar organizados para sermos nós a decidir a essência do futuro.

E existe essa visão?

Neste momento estou muito nervoso por não ver que esta visão, que eu acho que é lógica, que faz sentido, que os parceiros sociais já perceberam, não é entendida pelos partidos políticos. Um programa a dez anos tem de comprometer também os partidos que vão ser líderes de alternativas para assegurar o seu êxito. Só os partidos do poder é curto. E sobra tanto espaço para a luta partidária...

Diz que a troika errou e por isso não há resultados. Mas eu não vejo o governo a aplicar o Memorando...

Mas o programa avalia-se pelos resultados e os resultados que estão definidos não foram atingidos. Nenhum deles. O emprego subiu, o défice não se atinge, a dívida aumentou. A troika aprovou sucessivamente aquilo que foi sendo alterado, e houve discussões. Se concordaram com as medidas, é porque as subscrevem.

A troika é mais responsável pelas falhas que o governo?

A troika tem mais responsabilidades. Pela posição que ocupa, por estar do lado dos credores, por ter o poder de impor. Se o Parlamento Europeu fizer o inquérito à forma como a troika desempenhou as suas funções e se quiser ouvir os parceiros sociais, o CES tem provas documentais de tudo o que disse. Sei que o Parlamento Europeu não brinca em serviço, porque passei por lá cinco anos. Nenhuma entidade patronal tinha a reforma laboral como prioridade, só a troika. E queria a reforma laboral muito mais agressiva, com salários mais baixos. A lógica da troika era fazer disto uma Ásia. Os parceiros sociais opuseram-se desde o princípio a isto, começou logo por aqui a luta inicial.
 
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Re: Passos Coelho anuncia às 19h15 novas medidas de austerid

por Opcard33 » 9/11/2013 18:09

Storgoff Escreveu:
Trialul Escreveu:
Houve um "gajo" depois de uma noite bem passada com um grupo decalitros quem ouvi este comentário, e aplica-se intriga aos vossos comentários .



Isto é alguma frase encriptada?
É que não percebi nada do que estas para aqui a dizer.
:D

Serão ainda os efeitos da noitada decalítrica ?
:wink:


Se lerem outra vez vais perceber :

A maioria das nossas desgraças são mais suportáveis que os comentários que os nossos "amigos esquerdistas" tecem sobre elas.
 
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Re: Passos Coelho anuncia às 19h15 novas medidas de austerid

por moppie85 » 9/11/2013 18:00

Trialul Escreveu:"A maioria das nossas desgraças são mais suportáveis que os comentários que os nossos amigos tecem sobre elas."

Houve um "gajo" depois de uma noite bem passada com um grupo decalitros quem ouvi este comentário, e aplica-se intriga aos vossos comentários .


Um "gajo" depois de uma noite bem passada? :mrgreen: :mrgreen:


Eu creio que os comentários não fogem muito à verdade. Para mim, os dados do 3º trimestre valem pouco. Por exemplo, no Aeroporto de Faro, durante os meses de Maio-Outubro, contratam cerca de 100 pessoas para handling e check-in, a receberem o salário minimo. Depois de novembro a Abril, ficam desempregados. Outro exemplo são todas as actividades ligadas com o turismo que aqui desaparecem: hoteis, bares, restaurantes, praias, etc.

Se não me engano houve criação liquida de emprego no 3º timestre, mas creio que esse dever-se-á ao melhor desempenho do turismo, com muitos turistas que normalmente vão para tunisias e egiptos a optarem por destinos mais seguros...
 
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Re: Passos Coelho anuncia às 19h15 novas medidas de austerid

por Storgoff » 9/11/2013 15:40

Trialul Escreveu:
Houve um "gajo" depois de uma noite bem passada com um grupo decalitros quem ouvi este comentário, e aplica-se intriga aos vossos comentários .



Isto é alguma frase encriptada?
É que não percebi nada do que estas para aqui a dizer.
:D

Serão ainda os efeitos da noitada decalítrica ?
:wink:
 
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Re: Passos Coelho anuncia às 19h15 novas medidas de austerid

por Opcard33 » 9/11/2013 14:53

"A maioria das nossas desgraças são mais suportáveis que os comentários que os nossos amigos tecem sobre elas."

Houve um "gajo" depois de uma noite bem passada com um grupo decalitros quem ouvi este comentário, e aplica-se intriga aos vossos comentários .
 
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Re: Passos Coelho anuncia às 19h15 novas medidas de austerid

por dfviegas » 9/11/2013 12:59

como baixaram os números do desemprego:

1º imigração
2º Aos que estão desempregados mas já não tem fundo de desempergo enviar uma cartinha para casa a a perguntar se está desempregado se não responderes sais da estatistica.
3º dar formação aos desempregados paga-se-lhe o subsidio de almoço 4€ e pouco e sais da estatisca.

E pronto está aqui formula mágica.
 
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Re: Passos Coelho anuncia às 19h15 novas medidas de austerid

por MiamiBlue » 9/11/2013 11:32

Perdão fiscal exclui portagens e propinas cobradas pelo Fisco


Para não variar, um Governo forte com os fracos e fraco com os fortes..

Next e continuem-se a agravar as desigualdades..
 
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Re: Passos Coelho anuncia às 19h15 novas medidas de austerid

por Storgoff » 8/11/2013 22:24

Elias,

Se procuras relatórios, estatísticas e coisas afins, podes por exemplo consultar imensa informação aqui:

https://www.destatis.de/DE/UeberUns/Uns ... gaben.html

De qualquer forma o contacto directo com a realidade do dia a dia é bem mais esclarecedor.
Como quase sempre.
:wink:

Os números e os relatórios são o que são.
Em Portugal ontem saiu um nº sobre o desemprego um pouco melhor e foi ver logo os defensores das actuais políticas a tecer rasgados elogios.
Ao numero claro.
Mas o numero não é a realidade.

Claro que se tens aumento de emigração, gente a desistir de procurar emprego ( pelo menos do ponto de vista do IEFP), é natural que os números até melhorem.

Mas a realidade dos números pelos vistos também dizem que a criação liquida de emprego no mesmo período foi negativa.
Ou seja, houve uma diminuição dos desempregados considerados como tal para efeito dos cálculos estatísticos ( os que passaram à categoria de inactivos já não contam) mas houve um muito maior numero de destruição de postos de trabalho

Como vês os números dão para todos os gostos.
 
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Re: Passos Coelho anuncia às 19h15 novas medidas de austerid

por Lion_Heart » 8/11/2013 20:14

Como os Espanhóis mostram a sua indignação:

http://expresso.sapo.pt/ira-espanhola-i ... z2k3xnYTNf
" Richard's prowess and courage in battle earned him the nickname Coeur De Lion ("heart of the lion")"

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Re: Passos Coelho anuncia às 19h15 novas medidas de austerid

por Elias » 8/11/2013 19:19

Storgoff Escreveu:Perguntas retóricas?
Pensei que ias desenvolver umas ideias...
:D


lol, não era uma pergunta retórica, mas queria perceber se a tua afirmação, que citei, se baseia em dados concretos ou é apenas uma "ideia feita".
(antes de colocar o post anterior andei a fazer umas pesquisas para ver se encontrava dados sobre isso, mas não encontrei nada, e então resolvi perguntar-te porque tenho realmente interesse em saber como tem evoluído - cá e lá; ou melhor, tenho interesse em saber qual é a métrica utilizada para esse efeito e quais os resultados que produz).
 
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Re: Passos Coelho anuncia às 19h15 novas medidas de austerid

por Storgoff » 8/11/2013 19:15

Elias Escreveu:
Storgoff Escreveu: eu estava-me a referir à situação mais recente.


Falemos então da situação mais recente. Podes dizer-me em que te baseias para afirmar que o nível de vida dos alemães tem melhorado?


Perguntas retóricas?
Pensei que ias desenvolver umas ideias...
:D
 
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Re: Passos Coelho anuncia às 19h15 novas medidas de austerid

por Elias » 8/11/2013 18:59

Storgoff Escreveu: eu estava-me a referir à situação mais recente.


Falemos então da situação mais recente. Podes dizer-me em que te baseias para afirmar que o nível de vida dos alemães tem melhorado?
 
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Re: Passos Coelho anuncia às 19h15 novas medidas de austerid

por artista_ » 8/11/2013 18:54

JMHP Escreveu:Quanto ao Rui Rio, confesso que sou um admirador da sua competência e honestidade. Mas estou seguro de que ao fazer jus à sua frontalidade, dificilmente seria eleito, dado que não poderia assumir um posição contra as politicas de austeridade.


A diferença entre nós está só aqui. Eu não aceito que mintam, ganhem ou não as eleições. Tu achas normal que mintam porque se não mentirem não conseguem ganhar... eu pergunto-me quem é que ganharia se nenhum mentisse! :oh:
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Re: Passos Coelho anuncia às 19h15 novas medidas de austerid

por Storgoff » 8/11/2013 18:50

Elias,

eu estava-me a referir à situação mais recente.
Claro que nessa perspectiva mais alargada de várias décadas é inegável que houve uma melhoria das condições de vida dos portugueses.

O problema é que agora estamos a querer por isso tudo em causa e a fazer um processo de regressão.
E pior, há uma tentativa de diabolizar quase tudo o que foi feito anteriormente, uma certa expiação dos pecados do passado, quando foram muitos desses ditos pecados que afinal até permitiram a subida do nível de vida dos portugueses.

Há nesta filosofia da austeridade uma perigosa espécie de moralismo religioso, diria mesmo fundamentalismo.

Na prática o que se vai assistindo um pouco por todo o lado é o aumento das bolsas de pobreza e o aumento do nº de multimilionários.
Ainda hoje li que o nº dos mais ricos em Portugal e na Grécia foram dos que mais aumentaram a nível mundial.

É paradigmático.
 
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Re: Passos Coelho anuncia às 19h15 novas medidas de austerid

por Elias » 8/11/2013 18:34

Storgoff Escreveu:O nivel de vida dos alemãs tem diminuido.
Não.
Tem melhorado.


O nosso também tem melhorado - e muito, apesar de tudo o que por aí se diz em contrário.

Não estou a referir-me aos últimos seis meses ou dois anos, mas sim aos últimos 10, 20, 30 ou 40 anos.

Ou há dúvidas sobre isto? :wink:
 
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