Passos Coelho anuncia às 19h15 novas medidas de austeridade
Re: Passos Coelho anuncia às 19h15 novas medidas de austerid
migluso Escreveu:
Pelo contrário. Ao adoptar o cheque ensino, o estado não está a abster-me de lutar pela igualdade de oportunidades. Está a dar passos para a garantir efectivamente, algo que hoje não acontece.
Nunca ouvi ninguém defender a possibilidade das escolas que adiram ao sistema do cheque ensino excluírem alunos.
Pelo contrário, ouço os defensores do cheque ensino defenderem o acesso à escola com base em critérios "bem humanistas", como por exemplo a qualidade do aluno, e não o seu estrato social ou cor de pele.
Assim sendo, o artigo do Paulo Baldaia baseia-se em receios infundados. Ainda bem que alerta para eles, mas até se concretizarem (algo que considero impossível), o seu artigo deve ser totalmente refutado.
as a lei prevê que um aluno com média de 11 valores tem igual hipótese de entrar num colégio, que um aluno de 15 valores? Ou é o colégio que escolhe?
E se um aluno tiver necessidade de ensino especial, a lei prevê igual tratamento na entrada como um aluno que não tem necessidades especiais???
E se o colégio custar 400 euros e o cheque ensino for de 300euros, e se um casal não tiver disponibilidade de dar 100 euros que complementam a mensalidade, existe igualdade de tratamento, com um aluno que possui uns pais que têm essa capacidade financeira???
Obviamente que NÃO.
E o que acontece ao ensino público?
Bem, ontem uma pessoa amiga levou o seu filho de 6 anos para o seu primeiro dia de aulas. Quando chegou lá, qual foi o seu espanto quando reparou que a turma do seu filho tem a seguinte constituição: 1 professor, 8 crianças que vão para a primeira classe e 18 que vão frequentar a 4 classe!!!!!
Mas o país não está falido?? Bem, pelos vistos temos que cortar a reforma a idosos com reformas de 601 euros, mas podemos dar um cheque ensino a uma familia da classe média-alta, para ajudar a pagar o colégio privado da sua criança.
Efectivamente o futuro deste país, para este Governo, prepara-se com a destruição do ensino em Portugal.
Mas podemos fazer sempre mas experiências, perder-se parte de uma geração em experiências é algo irrelevante...
Nada como criar um país para certas elites..
- Mensagens: 1399
- Registado: 17/10/2010 19:32
- Localização: 14
Re: Passos Coelho anuncia às 19h15 novas medidas de austerid
"Ao contrário de Portugal, Grécia e Irlanda optaram por avançar com a redução de funcionários públicos e o corte das pensões logo no início dos programas de assistência.
O Executivo de Atenas anunciou, após o seu resgate pela troika, que iria cortar 150 mil empregos na função pública através da extinção de contratos a prazo e congelamento de admissões. O rácio aplicado na Grécia foi de uma entrada por cada dez saídas no Estado, muito acima de uma entrada por cada duas saídas vigente em Portugal. Também a Irlanda avançou com um corte de 10% no número de trabalhadores públicos, o que levou à saída de mais de 25 mil funcionários do Estado.
O despedimento de funcionários e o corte de salários e pensões foram as medidas de austeridade impostas pela troika que maior contestação social criaram ao longo da crise do euro. Na Grécia, o salário mínimo foi cortado em 22% e o vencimento na função pública caiu 15%. Esta medida juntou-se à suspensão dos subsídios de férias, Natal e Páscoa. O rendimento disponível das famílias gregas caiu 25% desde 2009. Quanto às pensões, Atenas decidiu extinguir as dezenas de regimes que existiam, concentrando-os em apenas três. Na Irlanda, as pensões sofreram uma redução de 10%.
A dose de austeridade total aplicada nestes dois países, seja através de corte de despesa pública ou aumento de impostos, já totalizou 20% do PIB (50 mil milhões na Grécia e 33 mil milhões na Irlanda).
Em Portugal, na primeira fase do programa de assistência, a principal estratégia do Governo para o corte na despesa foi a redução de salários, suspensão de subsídios e corte nos gastos com Saúde, Educação e apoios sociais. A redução do número de funcionários públicos e a convergência do sistema de pensões passou para a fase final do programa, integrando o que o Executivo chama de reforma do Estado.
Medidas de austeridade:
Grécia:
Estado
Redução de 150 mil empregos na função pública, através do congelamento de admissões e fim de contratos a prazo.
Salários
Corte de 15% nas remunerações da função pública e eliminação dos subsídios de férias, Natal e Páscoa. Redução de 22% no salário mínimo.
Pensões
Idade da reforma subiu de 60 para 65 anos (ou de 55 para 60 em determinadas profissões). Concentração de dezenas de regimes de pensões em apenas três.
Irlanda:
Função pública
Corte de 25 mil funcionários até 2015 (10% do total).
Pensões
Corte de 10% nas reformas.
Vencimentos
Redução de 10% nos salários da administração pública.
Apoios sociais
Cortes de 10% nos abonos de família. Redução nas despesas de Saúde, Educação e Segurança Social.
luis.goncalves@sol.pt
T
O Executivo de Atenas anunciou, após o seu resgate pela troika, que iria cortar 150 mil empregos na função pública através da extinção de contratos a prazo e congelamento de admissões. O rácio aplicado na Grécia foi de uma entrada por cada dez saídas no Estado, muito acima de uma entrada por cada duas saídas vigente em Portugal. Também a Irlanda avançou com um corte de 10% no número de trabalhadores públicos, o que levou à saída de mais de 25 mil funcionários do Estado.
O despedimento de funcionários e o corte de salários e pensões foram as medidas de austeridade impostas pela troika que maior contestação social criaram ao longo da crise do euro. Na Grécia, o salário mínimo foi cortado em 22% e o vencimento na função pública caiu 15%. Esta medida juntou-se à suspensão dos subsídios de férias, Natal e Páscoa. O rendimento disponível das famílias gregas caiu 25% desde 2009. Quanto às pensões, Atenas decidiu extinguir as dezenas de regimes que existiam, concentrando-os em apenas três. Na Irlanda, as pensões sofreram uma redução de 10%.
A dose de austeridade total aplicada nestes dois países, seja através de corte de despesa pública ou aumento de impostos, já totalizou 20% do PIB (50 mil milhões na Grécia e 33 mil milhões na Irlanda).
Em Portugal, na primeira fase do programa de assistência, a principal estratégia do Governo para o corte na despesa foi a redução de salários, suspensão de subsídios e corte nos gastos com Saúde, Educação e apoios sociais. A redução do número de funcionários públicos e a convergência do sistema de pensões passou para a fase final do programa, integrando o que o Executivo chama de reforma do Estado.
Medidas de austeridade:
Grécia:
Estado
Redução de 150 mil empregos na função pública, através do congelamento de admissões e fim de contratos a prazo.
Salários
Corte de 15% nas remunerações da função pública e eliminação dos subsídios de férias, Natal e Páscoa. Redução de 22% no salário mínimo.
Pensões
Idade da reforma subiu de 60 para 65 anos (ou de 55 para 60 em determinadas profissões). Concentração de dezenas de regimes de pensões em apenas três.
Irlanda:
Função pública
Corte de 25 mil funcionários até 2015 (10% do total).
Pensões
Corte de 10% nas reformas.
Vencimentos
Redução de 10% nos salários da administração pública.
Apoios sociais
Cortes de 10% nos abonos de família. Redução nas despesas de Saúde, Educação e Segurança Social.
luis.goncalves@sol.pt
T
- Mensagens: 1465
- Registado: 9/9/2013 15:13
Re: Passos Coelho anuncia às 19h15 novas medidas de austerid
mais uma mentirosa descoberta
Ministra das Finanças deu parecer sobre swap da CP
http://www.dn.pt/politica/interior.aspx ... id=3425253
http://www.dn.pt/DNMultimedia/DOCS+PDFS ... recer1.pdf
http://www.dn.pt/DNMultimedia/DOCS+PDFS ... SwapCP.pdf
Ministra das Finanças deu parecer sobre swap da CP
http://www.dn.pt/politica/interior.aspx ... id=3425253
http://www.dn.pt/DNMultimedia/DOCS+PDFS ... recer1.pdf
http://www.dn.pt/DNMultimedia/DOCS+PDFS ... SwapCP.pdf
- Mensagens: 2163
- Registado: 29/11/2007 2:05
- Localização: aqui
Re: Passos Coelho anuncia às 19h15 novas medidas de austerid
Schäuble: “Ignore os pessimistas porque a Europa está a ser concertada”
“O mundo devia congratular-se com os sinais positivos que a Zona Euro tem enviado quase continuamente nestes dias. Apesar de a crise continuar a repercutir-se, a Zona Euro está claramente a ser reparada, em termos estruturais e cíclicos”. Quem o afirma é o ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schäuble, num artigo de opinião publicado no Financial Times com o título “Ignore os pessimistas: a Europa está a ser concertada”.
“Em apenas três anos, os défices públicos na Europa foram reduzidos a metade, os custos unitários do trabalho e de competitividade estão rapidamente a ser ajustados, os balanços dos bancos estão a recuperar e os défices das contas correntes estão a desaparecer. No segundo trimestre, a recessão na zona do euro chegou ao fim”.
Schäuble diz que estes resultados eram os esperados por quem seguiu políticas pensadas com “cabeça fria” estudando o que foi feito para ultrapassar crises no passado, designadamente na Alemanha – que ainda uma década era o “doente da Europa” – mas também no Reino Unido, na Suécia, na Finlândia e na Ásia nos anos 80 e 90.
“A receita funcionou e ela está a funcionar agora, um pouco a contragosto dos seus inúmeros críticos”. O ajustamento, prossegue, “era ambicioso e, por vezes doloroso, mas a sua implementação foi flexível e adaptável”.
O ministro alemão faz um paralelo com as reformas que a Alemanha encetou durante a governação de Gerhard Schröder e considera que há duas lições que se podem tirar. A primeira é que as reformas estruturais requerem tempo para surtir efeitos, pelo que os responsáveis pela sua implementação precisam ser pacientes e capazes de ignorar quem pede receitas de resultado rápido e os protestos de quem tem interesses especiais. “Sinais de melhorias não são motivo para recuar - são motivo para perseverar”, frisa.
"Em segundo lugar, mesmo nos piores tempos, devemos lutar contra a tendência humana de extrapolar o presente para um futuro perene". “O que está quebrado pode ser reparado. A Europa é prova disso”, conclui.
http://www.jornaldenegocios.pt/economia ... rtada.html
“O mundo devia congratular-se com os sinais positivos que a Zona Euro tem enviado quase continuamente nestes dias. Apesar de a crise continuar a repercutir-se, a Zona Euro está claramente a ser reparada, em termos estruturais e cíclicos”. Quem o afirma é o ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schäuble, num artigo de opinião publicado no Financial Times com o título “Ignore os pessimistas: a Europa está a ser concertada”.
“Em apenas três anos, os défices públicos na Europa foram reduzidos a metade, os custos unitários do trabalho e de competitividade estão rapidamente a ser ajustados, os balanços dos bancos estão a recuperar e os défices das contas correntes estão a desaparecer. No segundo trimestre, a recessão na zona do euro chegou ao fim”.
Schäuble diz que estes resultados eram os esperados por quem seguiu políticas pensadas com “cabeça fria” estudando o que foi feito para ultrapassar crises no passado, designadamente na Alemanha – que ainda uma década era o “doente da Europa” – mas também no Reino Unido, na Suécia, na Finlândia e na Ásia nos anos 80 e 90.
“A receita funcionou e ela está a funcionar agora, um pouco a contragosto dos seus inúmeros críticos”. O ajustamento, prossegue, “era ambicioso e, por vezes doloroso, mas a sua implementação foi flexível e adaptável”.
O ministro alemão faz um paralelo com as reformas que a Alemanha encetou durante a governação de Gerhard Schröder e considera que há duas lições que se podem tirar. A primeira é que as reformas estruturais requerem tempo para surtir efeitos, pelo que os responsáveis pela sua implementação precisam ser pacientes e capazes de ignorar quem pede receitas de resultado rápido e os protestos de quem tem interesses especiais. “Sinais de melhorias não são motivo para recuar - são motivo para perseverar”, frisa.
"Em segundo lugar, mesmo nos piores tempos, devemos lutar contra a tendência humana de extrapolar o presente para um futuro perene". “O que está quebrado pode ser reparado. A Europa é prova disso”, conclui.
http://www.jornaldenegocios.pt/economia ... rtada.html
Re: Passos Coelho anuncia às 19h15 novas medidas de austerid
artista Escreveu:MiamiBlueHeart Escreveu:Uma crónica que diz o óbvio..SOS Educação
por PAULO BALDAIA
O que me assusta é que o Estado se abstenha de lutar pela igualdade de oportunidades, coisa que se começa por garantir com bom ensino para todos. Sem isso, para que serve a democracia? Só para legitimar a perpetuação dos privilégios.
Pelo contrário. Ao adoptar o cheque ensino, o estado não está a abster-me de lutar pela igualdade de oportunidades. Está a dar passos para a garantir efectivamente, algo que hoje não acontece.
Nunca ouvi ninguém defender a possibilidade das escolas que adiram ao sistema do cheque ensino excluírem alunos.
Pelo contrário, ouço os defensores do cheque ensino defenderem o acesso à escola com base em critérios "bem humanistas", como por exemplo a qualidade do aluno, e não o seu estrato social ou cor de pele.
Assim sendo, o artigo do Paulo Baldaia baseia-se em receios infundados. Ainda bem que alerta para eles, mas até se concretizarem (algo que considero impossível), o seu artigo deve ser totalmente refutado.
"In a losing game such as trading, we shall start against the majority and assume we are wrong until proven correct!" - Phantom of the Pits
Re: Passos Coelho anuncia às 19h15 novas medidas de austerid
MiamiBlueHeart Escreveu:Uma crónica que diz o óbvio..SOS Educação
por PAULO BALDAIA
Ameaçada há muito pela falta de dinheiro e agora com a corda no pescoço por opção política dos governantes, em mais uma abertura do ano escolar, volta o debate sobre o futuro da escola pública.
Depois de uma desqualificação ao longo de anos, o público vai agora ter de competir com o privado pelo financiamento do Estado. Os sindicatos mostram-se incapazes de inverter a tendência e já não mobilizam como num passado recente. O principal partido da oposição pouco diz, parecendo interessado em que alguém faça o trabalho sujo. Com tanta treta para discutir, o assunto não mobiliza as elites.
Nada me move contra o ensino privado ou cooperativo. Tanto que, tendo aprendido na escola pública, tenho as minhas filhas no privado. O que me assusta é que o Estado se abstenha de lutar pela igualdade de oportunidades, coisa que se começa por garantir com bom ensino para todos. Sem isso, para que serve a democracia? Só para legitimar a perpetuação dos privilégios.
A liberdade de escolha que serve de argumento para o Governo avançar com o cheque-ensino vai existir apenas para quem já a tem: os ricos e as escolas privadas. Os alunos pobres ou com necessidades especiais jamais serão aceites pelas boas escolas privadas e as escolas públicas, obrigadas a aceitar todos os alunos, não estarão em competição coisa nenhuma. Se hoje se desvaloriza com estas opções políticas, em poucos anos a escola pública será um verdadeiro pesadelo com turmas enormes, aulas de compensação transformadas em salas de castigo, dispensa dos professores do ensino especial e tudo ao molhe e fé em Deus.
Nessa altura, os políticos que acham que o Estado não serve para nada esfregarão as mãos de contentes. Nessa altura, estarão cheios de razão. A escola privada será muito melhor do que a escola pública, só que será privilégio de alguns.
Mas para que percebam a inutilidade do cheque-ensino, olhemos para a questão mais básica. Tenho duas filhas num colégio privado e pago, naturalmente, sozinho as propinas. O Estado está a dizer-me que me ajuda a pagar porque eu não faço despesa na escola pública. Eu devia agradecer. Então porque não agradeço? Porque sou estúpido? Não. Não agradeço por duas razões:
1.ª - O meu bem-estar não depende apenas do que consigo para mim próprio, depende também do bem-estar de todos os outros. Chama-se solidariedade.
2.ª - Mas há também uma razão egoísta. Eu, agora, posso dispensar essa ajuda, mas ocorre-me que um dia posso ter de mandar as milhas filhas para a escola pública e não queria nada que isso fosse igual a mandá-las para o inferno.
A escola pública é uma questão estrutural da vida em sociedade. Alguém tem de explicar isso ao ministro, para ele deixar de brincar com coisas sérias.
Excelente crónica!

Aliás, quem tem lido o que tenho escrito (devem ser para ai dois oi três

Caro Miami, a crónica "diz o óbvio", o problema é que o é apenas para uma pequena parte da população.
Sugestões de trading, análises técnicas, estratégias e ideias http://sobe-e-desce.blogspot.com/
http://www.gamesandfun.pt/afiliado&id=28
http://www.gamesandfun.pt/afiliado&id=28
Re: Passos Coelho anuncia às 19h15 novas medidas de austerid
"Não voltarei a trabalhar no sector público. Não estou interessado em ser considerado gatuno"
16/09/2013
Relembrando as buscas de que foi alvo pela Polícia Judiciária, em 2012, Almerindo Marques deixou esta segunda-feira, no Parlamento, fortes críticas à forma como os gestores públicos são tratados em Portugal.
“Não voltarei mais a trabalhar no sector público em Portugal porque não estou interessado em ser considerado gatuno”, declarou o presidente do conselho de administração da concessionária de auto-estradas entre 2006 e 2011.
Almerindo Marques, que foi administrador da RTP, cumpriu um mandato na Estradas de Portugal (2007-2010), tendo seguido para um segundo mandato que não terminou. Em 2011, o gestor disse ao Governo que tinha de sair, uma decisão “irrevogável”. “Mas essa foi mesmo irrevogável”, disse, referindo-se, implicitamente, ao pedido de demissão “irrevogável” feito por Paulo Portas a 2 de Julho deste ano, que acabou por não se concretizar.
Como já tinha dito publicamente, o antigo responsável da empresa pública já queria ter saído no primeiro mandato mas acabou por não o fazer porque, na altura, o Tribunal de Contas chumbou vistos para a construção de subconcessões. Só quando o visto foi dada é que deixou o cargo.
A demissão foi justificada, além da saída do visto às concessões pelo Tribunal de Contas, pelo facto de Almerindo Marques se sentir como alvo de um “massacre” todos os dias. Com a modificação do modelo de gestão e financiamento do sector rodoviário, a Estradas de Portugal passou a ser a concessionária geral e isso levou a um aumento significativo da dívida. “Eu era [considerado] o bandido-mor do reino porque endividava a Estradas de Portugal”, ironizou, em respostas a perguntas feitas pela deputada social-democrata Elsa Cordeiro.
O antigo administrador da EP falou na “complexa situação” que se enfrentava porque, segundo o próprio, não estava a ser cumprida a legislação criada para o sector rodoviário. No seio de um processo em que necessitava de dinheiro, a administração da empresa viu-se obrigada a solicitar crédito. Para obter o empréstimo, a concessionária teve de aceitar a subscrição de um “swap”, segundo contou aos deputados, embora sublinhe que aquele instrumento é "normal".
Buscas “chocam” Almerindo
Em Dezembro do ano passado, Almerindo Marques foi alvo de buscas pela Polícia Judiciária no âmbito do inquérito às parcerias público-privadas rodoviárias. “O que me chocou foi precisar de ter 70 anos de idade e, de só em regime democrático, ser invadido (...) para fazerem buscas à minha casa”.
“[Uma acção] com base num relatório que é incorrecto, que não é verdadeiro, arranjaram-me uma suspeição de ser autor de actos ilícitos”, acusou o antigo responsável da EP.
16/09/2013
Relembrando as buscas de que foi alvo pela Polícia Judiciária, em 2012, Almerindo Marques deixou esta segunda-feira, no Parlamento, fortes críticas à forma como os gestores públicos são tratados em Portugal.
“Não voltarei mais a trabalhar no sector público em Portugal porque não estou interessado em ser considerado gatuno”, declarou o presidente do conselho de administração da concessionária de auto-estradas entre 2006 e 2011.
Almerindo Marques, que foi administrador da RTP, cumpriu um mandato na Estradas de Portugal (2007-2010), tendo seguido para um segundo mandato que não terminou. Em 2011, o gestor disse ao Governo que tinha de sair, uma decisão “irrevogável”. “Mas essa foi mesmo irrevogável”, disse, referindo-se, implicitamente, ao pedido de demissão “irrevogável” feito por Paulo Portas a 2 de Julho deste ano, que acabou por não se concretizar.
Como já tinha dito publicamente, o antigo responsável da empresa pública já queria ter saído no primeiro mandato mas acabou por não o fazer porque, na altura, o Tribunal de Contas chumbou vistos para a construção de subconcessões. Só quando o visto foi dada é que deixou o cargo.
A demissão foi justificada, além da saída do visto às concessões pelo Tribunal de Contas, pelo facto de Almerindo Marques se sentir como alvo de um “massacre” todos os dias. Com a modificação do modelo de gestão e financiamento do sector rodoviário, a Estradas de Portugal passou a ser a concessionária geral e isso levou a um aumento significativo da dívida. “Eu era [considerado] o bandido-mor do reino porque endividava a Estradas de Portugal”, ironizou, em respostas a perguntas feitas pela deputada social-democrata Elsa Cordeiro.
O antigo administrador da EP falou na “complexa situação” que se enfrentava porque, segundo o próprio, não estava a ser cumprida a legislação criada para o sector rodoviário. No seio de um processo em que necessitava de dinheiro, a administração da empresa viu-se obrigada a solicitar crédito. Para obter o empréstimo, a concessionária teve de aceitar a subscrição de um “swap”, segundo contou aos deputados, embora sublinhe que aquele instrumento é "normal".
Buscas “chocam” Almerindo
Em Dezembro do ano passado, Almerindo Marques foi alvo de buscas pela Polícia Judiciária no âmbito do inquérito às parcerias público-privadas rodoviárias. “O que me chocou foi precisar de ter 70 anos de idade e, de só em regime democrático, ser invadido (...) para fazerem buscas à minha casa”.
“[Uma acção] com base num relatório que é incorrecto, que não é verdadeiro, arranjaram-me uma suspeição de ser autor de actos ilícitos”, acusou o antigo responsável da EP.
mcarvalho
- Mensagens: 7051
- Registado: 17/2/2004 1:38
- Localização: PORTO
Re: Passos Coelho anuncia às 19h15 novas medidas de austerid
Rantamplan Escreveu:Humm...
Que jeito davam uns forninhos quentinhos para aconchegar os funcionários públicos!!
E mais ainda para esses madraços pensionistas da função pública!!
Ghorez, estás lá! És grande!
Exactamente. Em Portugal ou se é socialista, ou somos uma espécie de Hitler versão latina.
Avante Camarada. Tu és ainda maior.
Re: Passos Coelho anuncia às 19h15 novas medidas de austerid
ghorez Escreveu:myself11 Escreveu:ghorez Escreveu:Melhor seria um governo socialista, que defende taxar os privados para financiar os 4,4 mil milhões de euros de défice das pensões dos funcionários públicos.
Sò 4 mil milhões? Olhe que não, olhe que não. Olhe que vão ser mais com a medida do governo neo-liberal de comprar dívida pública com os fundos de pensões.
É "só" 4,4 mil milhões em 2013. Tem razão. É mais se contabilizarmos antes e depois de 2013.
Humm...
Que jeito davam uns forninhos quentinhos para aconchegar os funcionários públicos!!
E mais ainda para esses madraços pensionistas da função pública!!
Ghorez, estás lá! És grande!
"Caminante, no hay camino, se hace camino al andar", Antonio Machado
Re: Passos Coelho anuncia às 19h15 novas medidas de austerid
myself11 Escreveu:ghorez Escreveu:Melhor seria um governo socialista, que defende taxar os privados para financiar os 4,4 mil milhões de euros de défice das pensões dos funcionários públicos.
Sò 4 mil milhões? Olhe que não, olhe que não. Olhe que vão ser mais com a medida do governo neo-liberal de comprar dívida pública com os fundos de pensões.
É "só" 4,4 mil milhões em 2013. Tem razão. É mais se contabilizarmos antes e depois de 2013.
Re: Passos Coelho anuncia às 19h15 novas medidas de austerid
ghorez Escreveu:Melhor seria um governo socialista, que defende taxar os privados para financiar os 4,4 mil milhões de euros de défice das pensões dos funcionários públicos.
Sò 4 mil milhões? Olhe que não, olhe que não. Olhe que vão ser mais com a medida do governo neo-liberal de comprar dívida pública com os fundos de pensões.
- Mensagens: 118
- Registado: 14/6/2012 15:31
Re: Passos Coelho anuncia às 19h15 novas medidas de austerid
MiamiBlueHeart Escreveu:Governo quer garantir 1% do salário dos novos empregos no sector privado
Grande medida.
Efectivamente a decisão de contratar um trabalhador, por exemplo com o salário mínimo, está em qualquer empresa dependente da potencial poupança de 4,85 euros mensais, no ordenado do trabalhador!!!!
Medida que traduz bem a qualidade deste Governo.
Melhor seria um governo socialista, que defende taxar os privados para financiar os 4,4 mil milhões de euros de défice das pensões dos funcionários públicos.
Isso sim é qualidade. Avante Camarada.
Re: Passos Coelho anuncia às 19h15 novas medidas de austerid
Governo quer garantir 1% do salário dos novos empregos no sector privado
Grande medida.
Efectivamente a decisão de contratar um trabalhador, por exemplo com o salário mínimo, está em qualquer empresa dependente da potencial poupança de 4,85 euros mensais, no ordenado do trabalhador!!!!
Medida que traduz bem a qualidade deste Governo.
- Mensagens: 1399
- Registado: 17/10/2010 19:32
- Localização: 14
Re: Passos Coelho anuncia às 19h15 novas medidas de austerid
estes FDP, grandes C...... etc etc etc
preparam-se para manter a Contribuição Extraordinária Solidariedade.
preparam-se para manter a Contribuição Extraordinária Solidariedade.
- Mensagens: 4191
- Registado: 19/4/2005 11:11
Re: Passos Coelho anuncia às 19h15 novas medidas de austerid
Jornal de Negócios Escreveu:Soares dos Santos contra “destruição” da administração pública pelos “aparelhos partidários”
14 Setembro 2013, 23:22 por Lusa
O presidente não executivo do grupo Jerónimo Martins, Alexandre Soares dos Santos, defendeu hoje a qualificação dos "representantes" de Portugal, sejam governantes ou funcionários públicos, apelando ao fim da "destruição" da administração pública pelos "aparelhos partidários".
Alexandre Soares dos Santos defendeu também uma revisão da Constituição, que a actualize, mas não disse concretamente que aspetos da Lei Fundamental considera necessário alterar.
O também presidente do conselho de fundadores da Fundação Francisco Manuel dos Santos falava no encerramento do 2º encontro "Presente no futuro", dedicado ao tema "Portugal europeu, e agora?", no liceu Pedro Nunes, em Lisboa.
"Se o destino de Portugal passa inevitavelmente pela afirmação no espaço europeu, tem de saber fazer representar os seus interesses ao mais alto nível nos vários fóruns da Europa", afirmou.
Nesse sentido, argumentou, "Portugal tem que investir na formação e preparação dos seus representantes, sejam eles governantes, militares, técnicos ou embaixadores".
Para Soares dos Santos, isso passa por "perceber o que é a globalização, e esses representantes "têm que perceber o que é a Europa, têm que perceber que o Mundo de hoje não é, de maneira nenhuma, o Terreiro do Paço".
"Têm de perceber de uma vez por todas que os aparelhos partidários devem acabar imediatamente com a destruição contínua e sistemática da nossa administração pública operada com nomeações políticas e amiguismos", defendeu, sendo interrompido por aplausos.
Segundo Alexandre Soares dos Santos, "Portugal sempre teve bons funcionários públicos, que a política baixa e os interesses políticos rasteiros se foram encarregando de eliminar ou mesmo de destruir".
Na intervenção de encerramento da conferência promovida pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, Alexandre Soares dos Santos considerou ainda "fundamental" rever a Constituição.
"Não temos tempo a perder, é fundamental revermos a nossa Lei Fundamental, a Constituição e refletirmos todos, mas todos, com profundidade e seriedade, se a ideia de sociedade que nela se encerra é a que mais nos capacita para assumirmos o nosso lugar no espaço europeu", afirmou.
Questionado pela Lusa sobre os aspetos que considera devem ser alterados na Lei Fundamental, respondeu: "Adaptar a nossa Constituição aos tempos de hoje, que são completamente diferentes dos tempos de 1976 ou lá quando é que isso foi feito. Nós temos que ter uma actualização permanente".
"Não me estou a refletir aos chumbos [do Tribunal Constitucional]", disse, acrescentando estar a falar em geral e não querendo especificar as alterações que defende ao texto constitucional.
"Eu não tenho nada a ver com política, o meu discurso foi virado para Portugal, temos que adaptar tudo, como eu disse, reciclar a administração pública - os generais, os embaixadores - e apercebermo-nos que somos cidadãos do mundo", declarou ainda à Lusa.
Na sua intervenção, Alexandre Soares dos Santos defendeu ainda que é preciso "mais democracia" na Europa, considerando que as instituições europeias são pouco transparentes e que "o Parlamento Europeu não pode continuar a ser uma instituição remota e desconhecida de quase todos".
"Portugal é viável dentro de um projeto europeu forte", considerou.
Re: Passos Coelho anuncia às 19h15 novas medidas de austerid
Três conceitos a reter sobre a fragilidade da política
Na edição do 'Público' de ontem, a sua diretora, Bárbara Reis, entrevistava Daniel Innerarity, um basco de 54 anos, catedrático de Filosofia Política, professor na Sorbonne e em Zaragoza, autor de vários livros. Pode parecer uma entrevista sem interesse, chata, uma vez que Innerarity é um anti-herói, no sentido que é um homem que gosta da verdade, e a verdade é sempre menos exaltante do que as 'narrativas' heroicas, ou as epopeias.
Porém, e do meu ponto de vista, o que ele diz sobre a atual situação é de uma acuidade brilhante. Desde logo, quando coloca a hipótese de estarem a acontecer mais mudanças do que aquelas que conseguimos compreender. E desta hipótese retira uma conclusão com a qual não posso concordar mais: a de que ninguém sabe ao certo para onde vai. Algo que já escrevi diversas vezes a propósito do que se passa em Portugal.
E esta é a primeira frase de Daniel Innerarity a reter: "E por isso é errada a tendência muito na moda (e um pouco populista) - e aqui falo como cidadão - de dizer que sabemos o que devia ser feito. Os cidadãos deveriam ser sinceros e reconhecer que também não sabem o que deve ser feito. Por vezes estamos a criticar o que é feito pelos políticos com base na ideia de que os cidadãos saberiam perfeitamente o que deveria ser feito, mas que infelizmente tivemos o azar de nos ter caído em cima uma classe política que não sabe o que fazer. Este quadro não é real."
A segunda frase a reter diz respeito ao tipo de pessoas que consegue mudar o mundo. Diz o filósofo que são os moderados e não os radicais. "São os moderados dos diferentes partidos que mudam as coisas". E dá como exemplos os negociadores da paz na Irlanda do Norte ou, claro, Nelson Mandela. Podia ainda dar o de Gandhi e muitos outros que alteraram para sempre a forma de ver as relações de poder, sem ser no sentido caótico, bárbaro e assassino que foram os de Hitler, Estaline ou Mao.
E a terceira frase, que é infelizmente verdadeira, tem a ver com a essência da política como arte do possível e da escolha do mal menor. "A deceção fará sempre parte da política" afirma, porque "a política é sempre a escolha entre uma coisa mal e uma muito pior".
Na verdade, a ideia de podermos criar uma espécie de paraíso na terra tem-nos custado muito caro. Seria bom que, sem colocar de lado as diferenças e as divergências (Innerarity também fala longamente sobre a radicalização das campanhas, que depois contradizem a necessidade de acordos para governar), percebêssemos que ninguém, nenhum de nós, sabe sair deste atoleiro. Mas que há uma forma simples de descobrir quem sabe ainda menos: os que fazem de conta que sabem.
Ler mais: http://expresso.sapo.pt/tres-conceitos- ... z2f3EmVtBk
Na edição do 'Público' de ontem, a sua diretora, Bárbara Reis, entrevistava Daniel Innerarity, um basco de 54 anos, catedrático de Filosofia Política, professor na Sorbonne e em Zaragoza, autor de vários livros. Pode parecer uma entrevista sem interesse, chata, uma vez que Innerarity é um anti-herói, no sentido que é um homem que gosta da verdade, e a verdade é sempre menos exaltante do que as 'narrativas' heroicas, ou as epopeias.
Porém, e do meu ponto de vista, o que ele diz sobre a atual situação é de uma acuidade brilhante. Desde logo, quando coloca a hipótese de estarem a acontecer mais mudanças do que aquelas que conseguimos compreender. E desta hipótese retira uma conclusão com a qual não posso concordar mais: a de que ninguém sabe ao certo para onde vai. Algo que já escrevi diversas vezes a propósito do que se passa em Portugal.
E esta é a primeira frase de Daniel Innerarity a reter: "E por isso é errada a tendência muito na moda (e um pouco populista) - e aqui falo como cidadão - de dizer que sabemos o que devia ser feito. Os cidadãos deveriam ser sinceros e reconhecer que também não sabem o que deve ser feito. Por vezes estamos a criticar o que é feito pelos políticos com base na ideia de que os cidadãos saberiam perfeitamente o que deveria ser feito, mas que infelizmente tivemos o azar de nos ter caído em cima uma classe política que não sabe o que fazer. Este quadro não é real."
A segunda frase a reter diz respeito ao tipo de pessoas que consegue mudar o mundo. Diz o filósofo que são os moderados e não os radicais. "São os moderados dos diferentes partidos que mudam as coisas". E dá como exemplos os negociadores da paz na Irlanda do Norte ou, claro, Nelson Mandela. Podia ainda dar o de Gandhi e muitos outros que alteraram para sempre a forma de ver as relações de poder, sem ser no sentido caótico, bárbaro e assassino que foram os de Hitler, Estaline ou Mao.
E a terceira frase, que é infelizmente verdadeira, tem a ver com a essência da política como arte do possível e da escolha do mal menor. "A deceção fará sempre parte da política" afirma, porque "a política é sempre a escolha entre uma coisa mal e uma muito pior".
Na verdade, a ideia de podermos criar uma espécie de paraíso na terra tem-nos custado muito caro. Seria bom que, sem colocar de lado as diferenças e as divergências (Innerarity também fala longamente sobre a radicalização das campanhas, que depois contradizem a necessidade de acordos para governar), percebêssemos que ninguém, nenhum de nós, sabe sair deste atoleiro. Mas que há uma forma simples de descobrir quem sabe ainda menos: os que fazem de conta que sabem.
Ler mais: http://expresso.sapo.pt/tres-conceitos- ... z2f3EmVtBk
Re: Passos Coelho anuncia às 19h15 novas medidas de austerid
Marcelo Caetano, esse grande Homem.
Sabiam que fio Marcelo Caetano que introduzio os sistemas de pensões ?
E sabiam que foi Salazar a introduzir o sistema basico escolar obrigatório, constriuiundo milhares de escolas por esse país fora ?
E sabiam que se França tivesse a mesma politica de Portugal, (ou os EUA, ou a Russia, as suas populações seriam menos de 90% do que são hoje ?
Motivo ?
Portugal chama interior a 100Km além Mar.
Paris está a centenas de além mar, e Moscovo a millhares
O problema é que temos maus gestores e maus politicos.Gente com pouco Q.I, e que nada sabe.
Sabiam que fio Marcelo Caetano que introduzio os sistemas de pensões ?
E sabiam que foi Salazar a introduzir o sistema basico escolar obrigatório, constriuiundo milhares de escolas por esse país fora ?
E sabiam que se França tivesse a mesma politica de Portugal, (ou os EUA, ou a Russia, as suas populações seriam menos de 90% do que são hoje ?
Motivo ?
Portugal chama interior a 100Km além Mar.
Paris está a centenas de além mar, e Moscovo a millhares
O problema é que temos maus gestores e maus politicos.Gente com pouco Q.I, e que nada sabe.
- Mensagens: 161
- Registado: 19/8/2013 11:40
Re: Passos Coelho anuncia às 19h15 novas medidas de austerid
Uma crónica que diz o óbvio..
SOS Educação
por PAULO BALDAIA
Ameaçada há muito pela falta de dinheiro e agora com a corda no pescoço por opção política dos governantes, em mais uma abertura do ano escolar, volta o debate sobre o futuro da escola pública.
Depois de uma desqualificação ao longo de anos, o público vai agora ter de competir com o privado pelo financiamento do Estado. Os sindicatos mostram-se incapazes de inverter a tendência e já não mobilizam como num passado recente. O principal partido da oposição pouco diz, parecendo interessado em que alguém faça o trabalho sujo. Com tanta treta para discutir, o assunto não mobiliza as elites.
Nada me move contra o ensino privado ou cooperativo. Tanto que, tendo aprendido na escola pública, tenho as minhas filhas no privado. O que me assusta é que o Estado se abstenha de lutar pela igualdade de oportunidades, coisa que se começa por garantir com bom ensino para todos. Sem isso, para que serve a democracia? Só para legitimar a perpetuação dos privilégios.
A liberdade de escolha que serve de argumento para o Governo avançar com o cheque-ensino vai existir apenas para quem já a tem: os ricos e as escolas privadas. Os alunos pobres ou com necessidades especiais jamais serão aceites pelas boas escolas privadas e as escolas públicas, obrigadas a aceitar todos os alunos, não estarão em competição coisa nenhuma. Se hoje se desvaloriza com estas opções políticas, em poucos anos a escola pública será um verdadeiro pesadelo com turmas enormes, aulas de compensação transformadas em salas de castigo, dispensa dos professores do ensino especial e tudo ao molhe e fé em Deus.
Nessa altura, os políticos que acham que o Estado não serve para nada esfregarão as mãos de contentes. Nessa altura, estarão cheios de razão. A escola privada será muito melhor do que a escola pública, só que será privilégio de alguns.
Mas para que percebam a inutilidade do cheque-ensino, olhemos para a questão mais básica. Tenho duas filhas num colégio privado e pago, naturalmente, sozinho as propinas. O Estado está a dizer-me que me ajuda a pagar porque eu não faço despesa na escola pública. Eu devia agradecer. Então porque não agradeço? Porque sou estúpido? Não. Não agradeço por duas razões:
1.ª - O meu bem-estar não depende apenas do que consigo para mim próprio, depende também do bem-estar de todos os outros. Chama-se solidariedade.
2.ª - Mas há também uma razão egoísta. Eu, agora, posso dispensar essa ajuda, mas ocorre-me que um dia posso ter de mandar as milhas filhas para a escola pública e não queria nada que isso fosse igual a mandá-las para o inferno.
A escola pública é uma questão estrutural da vida em sociedade. Alguém tem de explicar isso ao ministro, para ele deixar de brincar com coisas sérias.
- Mensagens: 1399
- Registado: 17/10/2010 19:32
- Localização: 14
Re: Passos Coelho anuncia às 19h15 novas medidas de austerid
http://www.tvi24.iol.pt/503/economia--- ... -6377.html
Alemanha diz que Portugal «provavelmente» não vai precisar de mais ajuda
Entrevista do ministro das Finanças alemão ao germânico «Die Welt»
Alemanha diz que Portugal «provavelmente» não vai precisar de mais ajuda
Entrevista do ministro das Finanças alemão ao germânico «Die Welt»
Re: Passos Coelho anuncia às 19h15 novas medidas de austerid
Pata-Hari Escreveu:...(a história do mensal veio porque o Artista tinha falado em ordenado mensal).
Bom, além do resto agora também gostas de sacudir a água do capote e passar as "culpas" para os outros, neste caso para mim?!

Quem primeiro falou em vencimentos mensais foste tu, para dizer que havia professores com horário zero a ganharem 2500 euros por mês... depois resolveste dividir um determinado valor (que é um dado ajustado a uma série de fatores) por 14 para dizer que era aquela enormidade que um professor ganhava por mês, foi em resposta a isto que coloquei aqui a tabela de vencimentos dos professores..enfim!

mcarvalho, eu não estou bem a desabafar (ou até estarei?!), a realidade é que para mim, por várias razões a profissão de professor já não é opção para mim, nem eles me querem, nem eu os quero!

Como já disse a minha ideia era debater o estado da educação, os cortes e as implicações na qualidade do ensino. Mas a Pata levou isto para outro lado, não sei bem porquê?!
Volto daqui a 2 ou 3 anos, quando os dados atualizados da OCDE se apoiarem nos anos de 2012/2013... depois voltamos a falar!

Sugestões de trading, análises técnicas, estratégias e ideias http://sobe-e-desce.blogspot.com/
http://www.gamesandfun.pt/afiliado&id=28
http://www.gamesandfun.pt/afiliado&id=28
Re: Passos Coelho anuncia às 19h15 novas medidas de austerid
cara Pata
deixa lá o artista e os professores desabafarem ... desabafam , esquecem, adaptam-se e depois até são felizes...
estás a alimentar o fogo sem necessidade .. penso eu

deixa lá o artista e os professores desabafarem ... desabafam , esquecem, adaptam-se e depois até são felizes...
estás a alimentar o fogo sem necessidade .. penso eu

mcarvalho
- Mensagens: 7051
- Registado: 17/2/2004 1:38
- Localização: PORTO
Re: Passos Coelho anuncia às 19h15 novas medidas de austerid
Estás correcto quando dizes que o que interessa é o valor anual (a história do mensal veio porque o Artista tinha falado em ordenado mensal). É o correcto.
Oa valores médios vieram da tabela 3.1 (penso que é a esse comentário que te referes - tive o cuidado de colocar a fonte para poderem ser lidos e criticados)
Quanto ao valor médio, nota a legenda : "Annual average salaries (including bonuses and allowances) of teachers in public institutions aged 25 to 64, in equivalent USD converted using PPPs for private consumption ". Aparentemente a diferença é incluir bonus e allowances, plafonds que são deverão ser considerados remuneração (é arriscado dizeres que os dados da OCDE são maus, até podem ter lapsos mas é altamente mais provavel nós interpretarmos mal ou não ossabermos ler do que eles se enganarem e darem dados errados...).
Oa valores médios vieram da tabela 3.1 (penso que é a esse comentário que te referes - tive o cuidado de colocar a fonte para poderem ser lidos e criticados)
Quanto ao valor médio, nota a legenda : "Annual average salaries (including bonuses and allowances) of teachers in public institutions aged 25 to 64, in equivalent USD converted using PPPs for private consumption ". Aparentemente a diferença é incluir bonus e allowances, plafonds que são deverão ser considerados remuneração (é arriscado dizeres que os dados da OCDE são maus, até podem ter lapsos mas é altamente mais provavel nós interpretarmos mal ou não ossabermos ler do que eles se enganarem e darem dados errados...).
Re: Passos Coelho anuncia às 19h15 novas medidas de austerid
Pata-Hari Escreveu:Rantamplan Escreveu:Pata-Hari Escreveu:Já agora, adoraria ter o teu comentário ao quadro d3.4. Aparentemente um professor de primária ou secundário, em Portugal, no topo de carreira pode ganhar 61 400 euros ano quer seja professor do primário ou secundário . Isso dá 4 357 mês se dividires por 14 meses. A média da UE varia entre 45 900 e 53 000. A média da OCDE varia entre 46 300 e 52 900. Na Finlândia varia entre 28 000 e 45 000*
*Annual statutory teachers' salaries in public institutions at starting salary/minimum training and at the top of the scale/maximum qualifications, by level of education, in equivalent USD converted using PPPs for private consumption
Também podes ver o quadro d3.1 que são médias. As conclusões são iguais.
Ó Pata, eu até sou sensível e concordo com alguns dos argumentos que tens utilizado, em particular com a existência de excesso de professores para as necessidades populacionais.
Mas relativamente às remunerações estás a ler os números mal, e até transcreveste a legenda que te permite ler os dados corretamente.
Os salários máximos, segundo os dados da OCDE que referiste, estão apresentados em dólares ajustados pela paridade do poder de compra. Não estão em euros.
Se a OCDE estiver a utilizar os ajustadores que normalmente utiliza então os 61.400$ / PPP andarão muito próximo dos valores máximos de tabela em vigor e que o artista colocou (aprox 45.000€ /ano, ilíquidos, em 2010 e a contar com 14 salários e todos os suplementos remuneratórios possíveis).
Como se está a utilizar dólares em PPP os 45.000$ da Finlândia corresponderão a um salário anual efetivo na casa dos 80.000€ / 85.000€.
A fonte que utilizas é ajustada e credível. É preciso é saber ler e interpretar os números que lá estão. Até porque a comparação utilizando valores em $ /PPP não é tão consensual academicamente como à partida se possa pensar!
A questão que o artista levanta é outra, e que não deixa de ser verdade.
A percentagem de professores que em Portugal chega ao topo da carreira é ínfima e por vários motivos: o congelamento da progressão há anos a fio, a barreira ao ingresso na carreira que tem levado à utilização de contratos a prazo com valores de salário da base da carreira (aprox. 17.000 € /ano), sendo que um professor pode ficar nesta situação anos a fio. Não é raro encontrares professores há 20 anos com contratos a prazo e a receber pelo base da carreira!!!
Não sei se nos restantes países a situação é semelhante ou não.
Rataplan, peço-te desculpa, quis responder e editei-te a mensagem. Agora fui lá corrigir e re-copio para aqui.
Excelente comentário, com argumentos e explicações/correcções. Isto é argumentar e discutir, sem dúvida.
Tens razão, está mesmo em dólares. O que nos traz para 47 230 euros por ano se usares 1.3 como cambio ou 3.300 euros se quiseres transformar em ordenado recebido mensalmente. Não podes dividir por 14 quando comparas com outros ºaises porque só cá é que existem os 14 meses.
Não sei se a percentagem que chega ao topo é infima ou não, sei que os gastos totais representam mais no PIB e que a média é mais elevada cá. Também sei e aponto que há enormes injustiças dentro da classe dos professores e por isso aponto o mau papel dos sindicatos.
Não sei onde foste buscar a equivalência a 85 000 euros na Finlândia mas gostava de saber porque não me parece que sejam esses os níveis de ordenados na Finlândia, pelo contrário. Sem ir outra vez confirmar nos dados, tenho ideia que o ordenado médio mesmo em termos absolutos é abaixo do português.(desculpa lá o "acho que" mas confesso que teria que ir procurar....)
A discussão está a ficar demasiado técnica mas ainda assim acho que vale pena e vou tentar simplificar.
Para Portugal o salário máximo do secundário são 61.405$ / PPP enquanto na Finlândia o valor é de 45.377$ / PPP.
O que acontece é que estes já se apresentam corrigidos em função do poder de compra dos respectivos países.
Os coeficientes de correção do poder de compra são de 1,33 para a Finlândia e 0,92 para Portugal.
Não corrigido pelo poder de compra obtens salários máximos para Portugal de 56.490 $ e para a Finlândia de 60.350 $.
Agora é só converter para euros. Utilizando a taxa de câmbio que mencionaste de 1.3 tens:
Portugal - 43.455 € /ano
Finlândia - 46.424 € / ano - Os 85.000€ foram erro meu no excel. Comprei a versão que o Gaspar usava!!!

Não preciso do remuneração mensal. É indiferente. O que me interessa é o custo anual.
Não percebi onde foste buscar os valores médios!
É porque na tabela 3.5 para Portugal o valor não se encontra preenchido e para a Finlândia o valor médio é superior ao valor máximo reportado!!!

O que diz muito da qualidade da informação.
"Caminante, no hay camino, se hace camino al andar", Antonio Machado
Re: Passos Coelho anuncia às 19h15 novas medidas de austerid
Encontrei a média em valores absolutos dos profs finlandeses: 37.500€ com 15 anos de experiência (presume-se que no topo de carreira, o que não é necessariamente verdade como bem apontas para portugal). Artigo de Dezembro de 2012. Longe dos teus 85 000€.
http://www.cato.org/blog/no-teachers-fi ... id-doctors
Mais dados:
http://www.cato.org/blog/no-teachers-fi ... id-doctors
No, Teachers in Finland Are Not Paid Like Doctors
By Jason Bedrick
A meme that is floating around the interwebs claims that Finland’s education system outperforms the United States because “We pay teachers like doctors, students enjoy over an hour of recess, and there’s no mandatory testing – the opposite of what America does.”
That all sounds great … it just isn’t true.
In Finland general practitioners earn, on average, about $70,000 per year, which is less than half of what doctors earn in the United States. The average salary for primary education teachers with 15 years experience in Finland is about $37,500, compared to $45,225 in the United States. Moreover, the cost of living in Finland is about 30% higher.
In short: higher teacher salaries are not what make Finland’s education system better than ours. And I suspect it isn’t recess either.
And, of course, having a curriculum that is more closely aligned with the PISA (the metric by which people judge Finland to be better) than almost any other industrialized nation may exaggerate Finland’s superiority significantly.
Mais dados:
http://eacea.ec.europa.eu/education/eur ... laries.pdfMinimum statutory salaries in primary and secondary education are
lower than the national GDP per capita in the majority of countries
In order to compare the financial expenditure made by the competent authorities to pay teachers, one of
the most commonly used indicators is the relation of the minimum and maximum statutory salaries to the
per capita Gross Domestic Product (GDP), an indicator of the standard of living of a country’s population.
This teachers' statutory salary is generally located on a salary scale with a number of levels or grades.
Teachers may thus move from a lower to a higher level in accordance with a set of criteria such as length
of service, merit, further qualifications, etc. However, it should be noted that the basic statutory salary
excludes salary allowances and benefits which may represent a significant proportion of a teacher’s
salary in some countries.
In many cases, the minimum and maximum basic statutory annual teachers' salaries compared to GDP
per capita are identical at primary and lower secondary education levels and relatively higher at upper
secondary level. In the majority of countries, minimum basic teacher salaries in primary and general
secondary education are lower than per capita GDP. The lowest rate can be observed in Latvia,
Lithuania, Romania and Slovakia where the minimum primary teacher salary corresponds to less than
50 % of national GDP per capita.
On the other hand, the highest relative ratio between the teachers' minimum salaries and the GDP per
capita can be seen in Germany (141 %), Spain (136 %), Portugal (133 %) and Turkey (150 %).At upper secondary education, teachers' minimum statutory salaries in most countries represent almost
90 % of GDP per capita. Those countries which have relatively low minimum salaries at primary level also
have the lowest statutory wages in upper secondary education. The maximum statutory salaries for
teachers in secondary education are in general higher than those at primary level. The highest maximum
statutory salaries compared with the GDP per capita can be seen in Cyprus (282 %), Portugal (271 %)
and Germany (211 %), however in Portugal a teacher needs more than 30 years to obtain such maximum
salary (see Figure 3). In contrast, in the Czech Republic, Estonia, Latvia, Lithuania and Slovakia even the
maximum statutory salaries at all three levels are still lower than the GDP per capita.
In countries where in the last few years the GDP decreased due to the budgetary and financial crisis and
the statutory salaries remained unchanged or smaller reductions were applied in 2012, we see a positive
development in this indicator, nevertheless the real purchasing power of teachers in those countries
continued to decrease.
Quem está ligado:
Utilizadores a ver este Fórum: Heldroo, icemetal, m-m, malakas, nbms2012, Olhar Leonino, Opcard33, PAULOJOAO, Pmart 1, PMP69, Shimazaki_2, trilhos2006 e 194 visitantes