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Caldeirão da Bolsa

Euro :: Por vezes é preciso dar um passo atrás...

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por _x_ » 8/7/2013 9:20

Euroverde, isso parece uma previsão à gaspar sobre o tempo, as temperaturas sobem estupidamente aquecendo a economia, e depois tendem a arrefecer.
:mrgreen: :mrgreen: :mrgreen:
_X_

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The capitalist economy is not real, it is simply a delusion that keeps the masses enchained to their social bondage.

É sempre muito falível projetar cenários não acontecidos.
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por migluso » 7/7/2013 23:07

Muffin Escreveu:A questão não creio que seja sobre se a desvalorização traz prosperidade, mas antes se a não desvalorização não acarretará custos incomportáveis.


Não consigo vislumbrar as consequências de uma saída da zona euro.
Também elas poderão ser incomportáveis.
Antes da saída do euro e posterior desvalorização, sou a favor de um haircut no valor da dívida.

Actualmente, tenho uma ideia da acção do BCE diferente da que tinha há 2 anos atrás.

Responsabilizo-o pela recaída da zona euro, depois de em 2011 subir a taxa de juro em 50bps. Completamente o inverso do que fizeram a FED e o BOE.

Hoje, a taxa de inflação demasiado afastada dos 2% e a queda da procura (pib nominal) mostra que a política monetária está demasiado "apertada".
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por Pantone » 7/7/2013 18:01

migluso, sem querer entrar na generalidade do tópico, e sem discordar do teu último post, permite-me abordar o tema numa outra perspectiva.

A questão não creio que seja sobre se a desvalorização traz prosperidade, mas antes se a não desvalorização não acarretará custos incomportáveis.

A Inglaterra em 2008 sem grande esforço alcançou um ganho de competitividade que em Espanha, se fôr possível realizar, implicará anos consecutivos de desemprego massiço.
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Re: Euro :: Por vezes é preciso dar um passo atrás...

por migluso » 7/7/2013 16:05

brunojsn Escreveu:
Os Estado Portugues sempre resolveu este tipo de problema com desvalorizacao da moeda e sempre resolveu. Suecia e Finlandia sao mais um exemplo de sucesso deste tipo de solucao.


A solução para o sucesso de um país, seja ele qual for, não é a desvalorização da moeda.

É verdade que facilita um processo de ajustamento quando se verificam certos desequilíbrios. Mexe-se num único preço e toda a economia interna é desvalorizada como que por magia, em especial os salários.

Mas não é com políticas destas que um país prospera. Pelo contrário.

Se nada for feito a nível estrutural, a uma desvalorização seguir-se-á outra desvalorização. E assim se EMPOBRECE um país.

Factos que comprovam que a relação que estabeleces entre desvalorização da moeda e sucesso económico (prosperidade?!?) está muito longe de ser verdade:

- Nos anos 70 e 80, a Suécia desvalorizou inúmeras vezes a sua moeda, acabando por culminar na mais grave crise financeira da sua história. Saiu dessa crise com mais uma desvalorização, é verdade, mas a diferença em relação às "crises" anteriores que levaram a desvalorizações sucessivas foi a adopção de reformas estruturais profundas e o retorno ao modelo social original (dos anos 50 e 60).

- A Dinamarca, outro país do grupo da "crise financeira nórdica dos anos 90", resolveu os seus problemas sem qualquer desvalorização.
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Re: Euro :: Por vezes é preciso dar um passo atrás...

por brunojsn » 6/7/2013 21:13

lfhm Escreveu:
... estar mandar culpas lá para fora a dizer que estamos mal porque nos deram melhores condições de acesso ao crédito não será muito sensato.


Que interessa melhor crédito com uma moeda que sobe 2x mais do que a economia portuguesa? Como se lida com isso?

Sem mexermos nos nossos salários, face ao exterior eles sobem de modo vertiginoso, assim como os nossos produtos que se tornam impossíveis de exportar.

Ao mesmo tempo que temos acesso a produtos importados cada vez mais baratos, que internamente tornam-se mais competitivos que os nossos e aumenta as tentacoes de produtos novos, o que faz desiquilibrar o racio importações/exportações.

Eu postei as soluções da Suécia e Finlândia. Baixa da moeda permitiu as exportações relançarem a economia e baixar o desemprego enquanto se fazia as reformas necessárias para lentamente depois levaram ao repor dos valores da moeda. Isto associado ao aumento de I&D nas empresas.

lfhm Escreveu:
A questão do valor da dívida não será o maior problema mas a capacidade da amortizar e o peso dos juros no orçamento.


E o tamanho da divida nao e uma das coisas que fez os juros atingirem os valores que atingiram


lfhm Escreveu:
A questão não era reduzir as despesas das empresas mas sim tornar o país atractivo ao investimento estrangeiro e ao empreendedorismo. Vide modelo Irlandês.


Certo, baseado em impostos mais baixos vide modelo irlandes. Mas os nossos impostos estao a milhas do irlandes. A ideia de baixar a TSU era baixar os custos de producao das empresas portugues. Ou seja, baixar os impostos da producao nacional e mater impostos altos no consumo.

De certo modo fazer com impostos aquilo que nao podemos fazer com desvalorizacao da moeda. O problema e que so funciona se os empresarios nao ficarem com ele. E o gaspar era pessimo a prever comportamentos. Assim como ficou surpreendido com a quebra no consurmo interno quando se por tudo a poupar, algo que aconteceu na suecia e finlandia. Nao sei porque ficou surpreendido. Nao consigo perceber.


lfhm Escreveu:Não se está a conseguir fazer? Vê lá bem o balanço das importações/exportações nos últimos 3 anos!


Baixaram as taxas de juro embora ainda insustentavelmente altas, e conseguiram equilibrar o racio importacoes/exportacoes. Mas o defice, divida, taxa de desemprego, e falencias continuam a acontecer. Estamos a morrer um pouco mais devagar mas continuamos a morrer.


lfhm Escreveu:Não se pode comparar países nórdicos com país periféricos. Num país nórdico as políticas esquerdistas funcionam muito bem porque as pessoas respeitam o estado como sendo património pessoal e não têm problemas nenhuns em pagar impostos altos. Os nórdicos têm uma sociedade equilibrada com níveis de produtividade elevados não porque trabalham mais horas mas porque o valor agregado por hora de trabalho é muito superior ao português por exemplo.


Ninguem aqui esta a defender politicas de esquerda. longe disso! Apenas a falar contra mais austeridade para parar com o aumento de falencias e desemprego. As reformas que sao essenciais de esquerda nao tem nada.

lfhm Escreveu:Já agora já pensaste quanto iria custar um litro de gasolina caso se volte ao escudo? Sem energia não há exportações para ninguém.


Os Estado Portugues sempre resolveu este tipo de problema com desvalorizacao da moeda e sempre resolveu. Suecia e Finlandia sao mais um exemplo de sucesso deste tipo de solucao. Energia nao e tudo. O maior problema e que nao produzimos para o valor que recebemos. E nem toda a energia vem da gasolina.
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Re: Euro :: Por vezes é preciso dar um passo atrás...

por BearManBull » 6/7/2013 11:31

brunojsn Escreveu:

lfhm Escreveu:

:arrow: Os países de sul tem problemas originados por conta própria ninguém a não ser os mesmos e anos sucessivos de más políticas foram responsáveis pelos mesmos.


Se eu ponho um individuo a fazer algo para o qual eu sei que ele não está preparado, a culpa é de quem? Minha ou dele?

lfhm Escreveu:


Isso até teria lógica se nós não fossemos os principais prejudicados com a situação. Agora estar mandar culpas lá para fora a dizer que estamos mal porque nos deram melhores condições de acesso ao crédito não será muito sensato.

brunojsn Escreveu::arrow: O maior problema do Euro foram as condições de adesão, que seguiram uma lógica invertida. O ajustamento deveria ter sido obrigatório numa fase pré Euro. Causa VS Consequência.


Concordo, mas é possível fazer o ajustamento nestas condições? Com 130% de dívida? Com 18% de desemprego.


A questão do valor da dívida não será o maior problema mas a capacidade da amortizar e o peso dos juros no orçamento.

brunojsn Escreveu:
A TSU... mas quem é que acredita que as empresas portuguesas debaixo de uma crise destas iam pegar no dinheiro da TSU e investir? Iam guardar para mais tarde e diziam obrigadinho. Até as entidades patronais se manifestaram FORTEMENTE contra a iniciativa porque ia reduzir-lhes as vendas ainda mais e fazer precipitar as falências ainda mais depressa. Foi colocar empregradores contra empregados. Muito giro só na teoria.
.


As entidades patronais manifestão-se contra tudo... :D

A questão não era reduzir as despesas das empresas mas sim tornar o país atractivo ao investimento estrangeiro e ao empreendedorismo. Vide modelo Irlandês.

brunojsn Escreveu:
lfhm Escreveu:
Sendo assim qual é vantagem de mudar de moeda?
.


A vantagem de desvalorizar a moeda é fazer aquilo que não se está a conseguir fazer de mais maneira nenhuma, promover o consumo interno e penalizar o consumo externo.
Foi assim que a Finlandia e Suécia resolveram um problema idêntico nos anos 90. Reformas mas com desvalorização da moeda e redução das taxas de juro para travar o problema no curto prazo e fomentar a economia interna.


Não se está a conseguir fazer? Vê lá bem o balanço das importações/exportações nos últimos 3 anos!

Não se pode comparar países nórdicos com país periféricos. Num país nórdico as políticas esquerdistas funcionam muito bem porque as pessoas respeitam o estado como sendo património pessoal e não têm problemas nenhuns em pagar impostos altos. Os nórdicos têm uma sociedade equilibrada com níveis de produtividade elevados não porque trabalham mais horas mas porque o valor agregado por hora de trabalho é muito superior ao português por exemplo.

Já agora já pensaste quanto iria custar um litro de gasolina caso se volte ao escudo? Sem energia não há exportações para ninguém.
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por brunojsn » 5/7/2013 23:20

The depression of 1991-1993 had a deep effect on the economy of Finland throughout the 1990s.

During this period the gross national product decreased 13% and the unemployment rose to 18.9% from 3.5%.
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por Opcard » 5/7/2013 14:44

Aos bancos centrais é pedida solução para a quadratura do circulo,

Na actual crise preparar o futuro assemelha-se ao nono mandamento bíblico. Uma palavra de grande significado moral, mas cuja realização parece impossível. A superação da crise provavelmente exigirá mais de 10 anos, e até lá ainda vemos muitas crises aqui e ali. Para os investidores, a pergunta é quais são os melhores investimentos para fazer a sem muito dano, este período incerto.

Aqui vai totalidade do artigo ainda de assinalar valor dos títulos na posse do bancos centrais , passou 10 triliões para 20 triliões '..


"Les banques centrales sommées de résoudre la quadrature du cercle !
Eberhardt Unger

Ce que la Banque des règlements internationaux (BRI) demande aux banques centrales revient à leur demander de résoudre la quadrature du cercle : c'est tout simplement impossible.

Tout d'abord, la BRI a fait l'éloge des banques centrales pour avoir su aller très loin dans les mesures non conventionnelles pour "acheter" du temps.

Les taux d'intérêt sont historiquement bas. Dans les pays développés, le montant des titres rachetés par les banques centrales s'établit à 25% de leur PIB et à 40% dans les pays émergents.

Toutes banques centrales confondues, le montant de leurs avoirs en titres est passé de 10 400 milliards de dollars en 2007 à plus de 20 500 milliards actuellement.



Mais six ans après le déclenchement de la crise, il n'y a toujours pas de reprise économique autonome, très peu de croissance et très peu d'emplois créés.

Aujourd'hui, la BRI demande aux banques centrales de retrouver leur rôle stabilisateur et d'encourager d'autres adaptations : les gouvernements doivent créer les conditions favorables aux difficiles réformes du marché du travail et du système productif. Les ménages et les entreprises doivent rééquilibrer leurs comptes. Les gouvernements doivent faire des efforts pour assurer la viabilité à long terme des budgets publics. Les régulateurs doivent adapter les règles de notre système financier et fournir aux banques suffisamment de capitaux et de liquidité.

Chaque pays doit optimiser l'agenda des réformes pour conforter ses chances de succès sans mettre en danger la reprise économique.

Reste qu'il sera très délicat de trouver le moment précis de l'arrêt de la politique monétaire ultra-expansive pour éviter une forte hausse des rendements obligataires.

Conclusion : la demande de la BRI en vue de préparer l'avenir ressemble au 9e commandement biblique. Une parole d'une haute portée morale, mais dont la réalisation semble bien impossible. Surmonter la crise nécessitera probablement encore plus de 10 ans, et d'ici là nous verrons encore maintes crises ici ou là. Pour l'investisseur, reste la question de savoir quels seront les meilleurs placements à faire pour passer, sans trop de dégâts, cette période incertaine.
 
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Re: Euro :: Por vezes é preciso dar um passo atrás...

por brunojsn » 5/7/2013 14:35

lfhm Escreveu:

:arrow: O deslocamento não é difícil o maior problema é a barreira linguística e cultural.


Concordo, mas qualquer barreira ao deslocamente põe o sucesso em causa. Uma barreira de origem cultural é uma barreira como outra qualquer. Basta as pessoas não se deslocarem para termos um problema.


lfhm Escreveu:

:arrow: Os países de sul tem problemas originados por conta própria ninguém a não ser os mesmos e anos sucessivos de más políticas foram responsáveis pelos mesmos.


Se eu ponho um individuo a fazer algo para o qual eu sei que ele não está preparado, a culpa é de quem? Minha ou dele?

lfhm Escreveu:

:arrow: O maior problema do Euro foram as condições de adesão, que seguiram uma lógica invertida. O ajustamento deveria ter sido obrigatório numa fase pré Euro. Causa VS Consequência.


Concordo, mas é possível fazer o ajustamento nestas condições? Com 130% de dívida? Com 18% de desemprego. Com os jovens a fugir todos lá para fora? Foi pôr a carroça à frente dos bois. É que olha-se para o que está a acontecer, e lê-se sobre a Grande Depressão nos EUA nos anos 20-40 e é igual. Se cortam caí tudo. Se injetam as coisas estabelizam mas aumentam a dívida e assim que deixam de injectar volta a cair tudo novamente. A classe média foi parar toda às ruas a viver em barracas com tábuas de madeira. Não aprendemos nada com a história? Quando já vamos com 130% de dívida e 18% de desemprego ainda vamos continuar a tentar resolver as coisas de modo difícil. Para mim o tempo de experimentações e tentativas já foi completamente ultrapassado. Admita-se o erro e faça-se aquilo que se sabe. Fazer as reformas que são necessárias mas com desvalorização da moeda ao mesmo tempo.

lfhm Escreveu:
:arrow: Os fundos Europeus funcionaram e funcionam como mecanismo de distribuição e transferência dos ricos para os pobres, o resultado foi o que se vê...

Qual é a motivação que um Alemão tem para enviar mais dinheiro?


A motivação é poder vender cá os seus produtos. E eles não nos dão nada porque eles vendem cá os produtos deles sem pagar um tostao de imposto. Criam cá sucursais mas a empresa mae alema vende à sucorsal a um preço de modo à sucursual portuguesa não declarar qualquer lucro para não pagar impostos. Eu sei do que estou a falar! Isto é legal mas não deixa de ser fuga aos impostos. Os fundos estruturais são tão e só a devolução dos impostos que eles não pagam por venderem cá os seus produtos.

lfhm Escreveu:
A forma mais fácil de atrair capitais é tornar o país apelativo ao investimento o que foi feito até agora?

- Estado continua gordo
- Impostos ás empresas e sobre o capital são um abuso (bem que o Gaspar queria atacar a TSU veio logo o Zé Povinho a dizer que só quer vinho e sardinhas)
- Justiça nem se fala...


Mesmo debaixo desta crise ainda ninguem foi capaz de por o Estado a trabalhar. Não existe qualquer estimulos ao bom desempenho, nem qualquer penalização por mau desempenho. Enquanto isto for assim é impossível! E os Ministros vindos sei lá de onde põe-se a querer gerir instituições dos quais não percebem nada. Modelo Dinamarques, da-se autonomia às Instituições e exige-se resultados. Assim como foi deito com as nossas Universidades com bastante sucesso. Se nem debaixo de uma crise destas isto é resolvido nunca será. Se o PSD não o fez não vai ser o PS.

Impostos às empresas?
Mas que empresas é que pagam impostos? Eu conheço várias de vários tamanhos. A malta paga o mínimo para não dar nas vistas. As grandes usam engenharia financeira para fugir, as pequenas escondem lucros. Cada empresa em portugal paga o que lhe apetece.

A TSU... mas quem é que acredita que as empresas portuguesas debaixo de uma crise destas iam pegar no dinheiro da TSU e investir? Iam guardar para mais tarde e diziam obrigadinho. Até as entidades patronais se manifestaram FORTEMENTE contra a iniciativa porque ia reduzir-lhes as vendas ainda mais e fazer precipitar as falências ainda mais depressa. Foi colocar empregradores contra empregados. Muito giro só na teoria.

lfhm Escreveu:
Sendo assim qual é vantagem de mudar de moeda?
.


A vantagem de desvalorizar a moeda é fazer aquilo que não se está a conseguir fazer de mais maneira nenhuma, promover o consumo interno e penalizar o consumo externo.
Foi assim que a Finlandia e Suécia resolveram um problema idêntico nos anos 90. Reformas mas com desvalorização da moeda e redução das taxas de juro para travar o problema no curto prazo e fomentar a economia interna.

Os americanos estão fartos de criticar a politica de austeridade que a Alemanha está a impor aos países do Sul. Alguns até ridicularizam. Não os ouvimos quando eles nos avisaram sobre a moeda, vamos voltar a fazer o mesmo erro com a austeridade? O próprio FMI já não acredita nisso, a Alemanhã é que insiste.

Neste momento quase toda a sociedade Portuguesa está contra a austeridade. Os patrões uniram-se na semana passada para forçar o governo a renegociar com a alamanha. Acredito que tenha sido essa a verdadeira razao para o Gaspar se dimitir. Alias o próprio Gaspar admitiu o insucesso das medidas e pediu desculpa ao país pos não saber fazer melhor.

Não tarda vai-se começar a queimar bandeiras da UE na praça publica como já está a ser feito na Grécia. E com razão! E aí não é o Euro que fica em causa, é o projeto europeu!

O Chipre quase que mandou a Europa (Alemahã) às favas com as suas ideas sobre impostos sobre depósitos, e chegou a negociar antes com a Russia o empretimo. A Irlanda recusou-se determinantemente a aumentar os impostos porque é isso que dela um país competitivo.

Chega em Portugal. É preciso voz forte e exigir como deve ser. Temos muitas culpas mas os Alemmaes estao a enterrar isto de uma vez por todas.

Enterrar a cabeça da areia não resolve problemas, por muito mau que seja a vista. Longe dos olhos não é longe do coração.

Se não sabemos estar dentro do euro estamos fora. Para quê ter taxas de juro baixas para depois levar a isto? 20% de desemprego? Isto é admissivel? Falencias por todos os lados. Siucidios. Pessoas desesperadas. É isto o projeto europeu? Se a culpa é só de portugal porque é que está o Sul todo a arder. Está porque o SUl não aguenta uma moeda destas! É impossível!
Editado pela última vez por brunojsn em 5/7/2013 14:45, num total de 1 vez.
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Re: Euro :: Por vezes é preciso dar um passo atrás...

por Heisenberg » 5/7/2013 10:44

lfhm Escreveu:- Impostos ás empresas e sobre o capital são um abuso (bem que o Gaspar queria atacar a TSU veio logo o Zé Povinho a dizer que só quer vinho e sardinhas)


Atacar a TSU passando-a para o outro do lado é fácil. Isso não é baixar impostos.
 
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por defst0ned » 5/7/2013 10:36

"icon_arrow.gif Os países de sul tem problemas originados por conta própria ninguém a não ser os mesmos e anos sucessivos de más políticas foram responsáveis pelos mesmos. "

Este ponto para mim diz tudo. Enquanto não se resolver internamente nos estados do sul isto, nem vale a pena perder tempo a colocar questões metafísicas do porque isto estar tudo a acontecer.
Negociar contra a tendência, é como mijar contra o vento.
 
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Re: Euro :: Por vezes é preciso dar um passo atrás...

por BearManBull » 4/7/2013 22:39

brunojsn Escreveu:Dívida continua a aumentar, austeridade continua, vendas a retalho caiem há 29 meses consecutivos, desemprego aumenta, crises políticas, agitação social, medo nos consumidores (até já nas poupanças)..

Os americanos tinham e têm razão desde o início.
"Não estão reunidas as condições na europa para uma moeda única funcionar. Temos pouco mais do que uma simples paridade de moedas que historicamente no mundo sempre se demonstraram insustentaveis no longo prazo."

A Europa, deslumbrada pelo sucesso do projeto europeu, precipitou-se para algo para o qual ainda não estava, nem está, preparada. E agora recusa-se a admitir o erro e luta (o Sul desesperadamente) contra o inevitavel.

Errar é humano, teimosia é contra-producente e destrutivo.

O "compromisso político" da alemanha pela sobrevivência do Euro é muito mais fácil. Eles até têm alguns beneficios com esta crise com taxas de juros por vezes abaixo de zero. Emprestimos a países intervencionados com juros interessantes. Acesso a mão-de-obra jovem barata e bem formada do sul da europa. Enquanto procuram mercados alternativos para escoar produtos, e apresenta-se a oportunidade de governar diretamente Estados Membros.

Quem realmente tem um verdadeiro e penoso compromisso político com o Euro são os países intervencionados, que têm o tecido produtivo a ser destruido, as economias a estagnar, taxas de desemprego insustentaveis e agitação social perigosas.

PS e PSD tentaram resolver o problema da dívida sem qualquer sucesso. Uns com individamento a "investir", outros com cortes de despesa.
Está na hora de assumir e enfrentar de vez o problema de frente. Preparar um descolar do Euro de modo planeado, progressivo e suave que permita desvalorizarmos a moeda de modo a restaurar a economia, até concluirmos as reformas estruturais que talvez no futuro nos permita regressar a uma moeda comum na Europa.

Relembro os 3 pilares que os entendidos concordam ser a base de uma moeda comum:

1) Uniao política

2) Sistema fiscal idêntico

3) Fácil deslocamento de populações para zonas prósperas

Alguns defendem a disponibilidade de capital de zonas prosperas para investir em zonas económicas a recuperar, não é emprestar com taxas de juro elevadas.

Todos os critérios estão a meio caminho na europa, e a estabilidade da moeda vive da cooperação facultativa dos Estados Membro e de boa vontade. Não funciona.

Quanto mais cedo admitirmos isto, melhor.
Sem alarmismos, nem pânicos, nem surpresas, nem loucuras. Devagar, planeado, flexivelmente, transparente e verdadeiro.


:arrow: Foram os Franceses que precipitaram o projecto Euro e grande parte da arquitectura está em moldes que lhe convinham na altura. Os Alemães nunca quiseram o Euro nas condições em que está aliás tenho as minhas dúvidas que sequer quisessem algum tipo de moeda única.

:arrow: O deslocamento não é difícil o maior problema é a barreira linguística e cultural. Qualquer pessoa posso iniciar uma actividade profissional num país da UE sem precisar de qualquer documento especial.

:arrow: Os países de sul tem problemas originados por conta própria ninguém a não ser os mesmos e anos sucessivos de más políticas foram responsáveis pelos mesmos.

:arrow: O maior problema do Euro foram as condições de adesão, que seguiram uma lógica invertida. O ajustamento deveria ter sido obrigatório numa fase pré Euro. Causa VS Consequência.

:arrow: Os fundos Europeus funcionaram e funcionam como mecanismo de distribuição e transferência dos ricos para os pobres, o resultado foi o que se vê...

Qual é a motivação que um Alemão tem para enviar mais dinheiro?

A forma mais fácil de atrair capitais é tornar o país apelativo ao investimento o que foi feito até agora?

- Estado continua gordo
- Impostos ás empresas e sobre o capital são um abuso (bem que o Gaspar queria atacar a TSU veio logo o Zé Povinho a dizer que só quer vinho e sardinhas)
- Justiça nem se fala...

Sendo assim qual é vantagem de mudar de moeda?

PS: Não era preciso abrir outro já há para aí muita coisa sobre o Euro.
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Euro :: Por vezes é preciso dar um passo atrás...

por brunojsn » 4/7/2013 21:35

Dívida continua a aumentar, austeridade continua, vendas a retalho caiem há 29 meses consecutivos, desemprego aumenta, crises políticas, agitação social, medo nos consumidores (até já nas poupanças)..

Os americanos tinham e têm razão desde o início.
"Não estão reunidas as condições na europa para uma moeda única funcionar. Temos pouco mais do que uma simples paridade de moedas que historicamente no mundo sempre se demonstraram insustentaveis no longo prazo."

A Europa, deslumbrada pelo sucesso do projeto europeu, precipitou-se para algo para o qual ainda não estava, nem está, preparada. E agora recusa-se a admitir o erro e luta (o Sul desesperadamente) contra o inevitavel.

Errar é humano, teimosia é contra-producente e destrutivo.

O "compromisso político" da alemanha pela sobrevivência do Euro é muito mais fácil. Eles até têm alguns beneficios com esta crise com taxas de juros por vezes abaixo de zero. Emprestimos a países intervencionados com juros interessantes. Acesso a mão-de-obra jovem barata e bem formada do sul da europa. Enquanto procuram mercados alternativos para escoar produtos, e apresenta-se a oportunidade de governar diretamente Estados Membros.

Quem realmente tem um verdadeiro e penoso compromisso político com o Euro são os países intervencionados, que têm o tecido produtivo a ser destruido, as economias a estagnar, taxas de desemprego insustentaveis e agitação social perigosas.

PS e PSD tentaram resolver o problema da dívida sem qualquer sucesso. Uns com individamento a "investir", outros com cortes de despesa.
Está na hora de assumir e enfrentar de vez o problema de frente. Preparar um descolar do Euro de modo planeado, progressivo e suave que permita desvalorizarmos a moeda de modo a restaurar a economia, até concluirmos as reformas estruturais que talvez no futuro nos permita regressar a uma moeda comum na Europa.

Relembro os 3 pilares que os entendidos concordam ser a base de uma moeda comum:

1) Uniao política

2) Sistema fiscal idêntico

3) Fácil deslocamento de populações para zonas prósperas

Alguns defendem a disponibilidade de capital de zonas prosperas para investir em zonas económicas a recuperar, não é emprestar com taxas de juro elevadas.

Todos os critérios estão a meio caminho na europa, e a estabilidade da moeda vive da cooperação facultativa dos Estados Membro e de boa vontade. Não funciona.

Quanto mais cedo admitirmos isto, melhor.
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