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Caldeirão da Bolsa

Falência da Republica Portuguesa iminente?

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

comentário

por jotabilo » 29/5/2013 21:45

Caros

Julgo que para analisarmos a nossa situação, nos temos que situar um pouco mais afastados da realidade do nosso país.
Estamos a pagar e a sofrer por causa da ganância das empresas europeias transnacionais de um lado e dos USA-UK por outro.
Essas empresas estão a explorar a mão de obra barata do extremo oriente e com essa deslocalização a provocar o desemprego das massas trabalhadoras do Ocidente.
Este crime social é que é o real causador da nossa actual ruina.
Este é o nó do problema que nos avassala.
É necessário assustar essas empresas através de uma rebeldia qualquer, de modo a que arrepiem esse caminho doloso. Se o não fizermos a alternativa situa-se na necessária guerra.
O Papa já recomendou à Merkel que é necessário regular o comércio a nível global...como ela própria declarou quando o visitou em Roma.
Não podemos ter esta conversa de escravos acusando-nos mutuamente...e mesmo de modo assíncrono referindo-nos a governos anteriores e de outros regimes .....temos de ver quais são os reais culpados que escondidos em santuários e no meio da sociedade europeia....olham e esperam desconfiados a nossa reacção.
Temos de reagir e força-los a mudarem o sentido da sua ganância...temos de os obrigar a mudar de caminho....senão sucederá o horror da guerra......não duvidem disso.

cumps
 
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por Storgoff » 29/5/2013 21:40

Isto até parece ciência!!
Mas na pratica não passa de previsões do prof. Karamba !!!

Como é que se pode mandar bujardas destas?
É que começa logo com a premissa de 3,5% de saldo primário.
Depois é sempre a descer.
Como esta malta gosta de bricar com o Excell

Acredito mais facilmente em truques de ilusionismo de trazer por casa do que nesta anedota!

http://www.jornaldenegocios.pt/economia ... osiva.html
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por mais_um » 29/5/2013 21:34

Serra Lapa Escreveu:Mais Um:

Em outro tópico afirmaste que tinhas Certificados do Tesouro, à semelhança das Obrigações portuguesas regaste-los ou mantiveste?

Consideram que há algum perigo para Certicados de Aforro, ou de Tesouro abaixo de 100K?


oBRIGADO


Boas!

Os certificados do tesouro mantive (entretanto com as novas regras até adquiri certificados de aforro em substituição de DP de curto prazo) isto porque juridicamente são outro tipo de divida, claro que nada impede o Estado de dar-te o calote (assim como nacionalizar tudo o que tens) mas para já considero que estão num risco inferior às OT, até porque posso resgatar os CT pelo seu valor a qualquer momento.

Pela legislação actual ser menos ou mais de 100K é irrelevante.
"Só duas coisas são infinitas, o universo e a estupidez humana. Mas no que respeita ao universo ainda não tenho a certeza" Einstein
“Com os actuais meios de acesso à informação, a ignorância não é uma fatalidade, mas uma escolha pessoal" Eu
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por Storgoff » 29/5/2013 21:25

HU Escreveu:
Pois talvez seja porque nasci no final da década de cinquenta e vivi na decada de sessenta num lugarejo de Trás os Montes, que tenho uma perspectiva diferente do que era então Portugal e do que é hoje e de que "festa" estamos a falar, sem prejuízo dos muitos erros ( e "erros"...!) cometidos.

:|


:clap: :clap: :clap:


Há por aí muitos saudosos do tio das Botas!
De quando em vez ainda fazem umas peregrinações ao Vimieiro!
:lol:


Mas acima de tudo sentem uma necessidade visceral de fazer o seu ajuste de contas com o 25 Abril.
Foi algo que lhes ficou sempre atravessado na garganta.
Afinal o regime não era mau para todos.

Como eu os compreendo!!
:mrgreen:
 
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por Laribau » 29/5/2013 20:22

ppbogos Escreveu:
HU Escreveu:
ppbogos Escreveu:
mais_um Escreveu:
EuroVerde Escreveu:
mais_um Escreveu:
EuroVerde Escreveu:Como é que o Salazar conseguiu desendividar o país em 40 anos, sendo que em 1974 Portugal tinha a menor dívida de todas?


O Estado era "pequeno".


O Estado de inicio não era nada pequeno, era grande!!! Nos anos 30s a divida era enorme e também existia descontrolo dos dinheiros públicos, cada um a roubar para e por si.
Depois veio a ordem.
Com a ordem, tudo ficou ordenado, excepto a liberdade de expressão.
Esquecemos que Portugal também beneficiou e muito com a 2ªGG ao vender volfrâmio e material de guerra e tinhamos as colonias que tinham muita riqueza que ia praticamente cobrindo todo gasto do Estado.

Agora Portugal nem armas vende para a Síria... :oops:


Grande!?!?!?! :lol: :lol:

Pois, era escolas, hospitais, etc... aos montes! E saneamento básico, estradas, etc.. chegava a quase 100% da população. E apoios socias? Ui! era um fartote! E malta reformada? Eram aos magotes! :mrgreen: :mrgreen:

O Estado era "pequeno", muito "pequeno" mesmo, comparando com o que tens hoje.


Como diria uma ex-ministra xuxalista....Foi uma festa para todos...

Cumprimentos

PS: gerir dinheiro dos outros sem qualquer tipo de responsabilidade é refresco.


E que festa !

Em 40 anos, diminuíram drasticamente os níveis de analfabetismo e de mortalidade infantil, absorveram-se quase 600 000 regressados das ex-colónias, dotou-se o país de um sistema de protecção no desemprego, doença e velhice, a escolaridade obrigatória aumentou para 12 anos, dotou-se o país de infra-estruturas de comunicações, energia, escolares e de saúde, o acesso ao ensino superior aumentou exponencialmente, o país entrou numa zona de movimentação livre de bens, pessoas e capitais, adoptou uma nova moeda.

Houve alguns desmandos ( ou mesmo muitos) ? Houve com certeza !

Mas a "festa" custou 200 000 Biliões de Euros de dívida pública, quanto dessa dívida foi desperdício ? Terá sido proporcionalmente muito ?

Recuperar um país de 40 anos de "não dívida" ( e do que estava para trás), de doze anos de guerra , do atraso estrutural em que estava mergulhado, por 200 bis ( incluindo o desperdício) foi uma festa. Talvez tenha sido, mas foi uma festa que valeu a pena. Em todas as festas há exageros que mais cedo ou mais tarde se pagam, mas não é por isso que a festa deixou de valer a pena. Há que concertar os estragos da festa, lá isso há. Vai custar alguns sacrifícios ? Vai com certeza. Há que culpar alguns "arruaceiros" que em alguns aspectos desvirtuaram a festa ? Sem dúvida.

Mas a festa valeu a pena e continua a valer.

:wink:


Parte desse dinheiro foi uma verdadeira festa e infelizmente os culpados andam aí à solta, de cabeça bem levantada e alguns em altos cargos da nação.

Se me disseres que a maior parte desse dinheiro foi para criar riqueza nacional e melhorar a vida dos Tugaleses, meu amigo, vou contigo à festa e pagamos o bilhete para entrar.

Agora se esse dinheiro foi para esbanjar, criar investimento improdutivo, para além daquele que foi desviado, então meu caro amigo, vamos os dois à festa na mesma, mas tu pagas os 2 bilhetes. Eu não entro em festas para as quais não me sinto convidado. Mas se quiseres a minha companhia terás tu que a pagar.

O que melhorou não foi o nível de vida. O que melhorou de facto foi a ilusão de uma geração pós 25 de abril que a criou e viveu, mas ao mesmo tempo criou um pesadelo para os seus filhos.

Quando vejo gente que ganha 3000 euros a queixar-se que isto está mau, que tem os filhos em casa aos 30 anos, desempregados, com netos para cuidar e alimentar.....a esses digo....comam da ilusão que andaram a criar...

Cumprimentos


Pois talvez seja porque nasci no final da década de cinquenta e vivi na decada de sessenta num lugarejo de Trás os Montes, que tenho uma perspectiva diferente do que era então Portugal e do que é hoje e de que "festa" estamos a falar, sem prejuízo dos muitos erros ( e "erros"...!) cometidos.

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por SERRA LAPA » 29/5/2013 20:17

Mais Um:

Em outro tópico afirmaste que tinhas Certificados do Tesouro, à semelhança das Obrigações portuguesas regaste-los ou mantiveste?

Consideram que há algum perigo para Certicados de Aforro, ou de Tesouro abaixo de 100K?


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por bogos » 29/5/2013 19:06

HU Escreveu:
ppbogos Escreveu:
mais_um Escreveu:
EuroVerde Escreveu:
mais_um Escreveu:
EuroVerde Escreveu:Como é que o Salazar conseguiu desendividar o país em 40 anos, sendo que em 1974 Portugal tinha a menor dívida de todas?


O Estado era "pequeno".


O Estado de inicio não era nada pequeno, era grande!!! Nos anos 30s a divida era enorme e também existia descontrolo dos dinheiros públicos, cada um a roubar para e por si.
Depois veio a ordem.
Com a ordem, tudo ficou ordenado, excepto a liberdade de expressão.
Esquecemos que Portugal também beneficiou e muito com a 2ªGG ao vender volfrâmio e material de guerra e tinhamos as colonias que tinham muita riqueza que ia praticamente cobrindo todo gasto do Estado.

Agora Portugal nem armas vende para a Síria... :oops:


Grande!?!?!?! :lol: :lol:

Pois, era escolas, hospitais, etc... aos montes! E saneamento básico, estradas, etc.. chegava a quase 100% da população. E apoios socias? Ui! era um fartote! E malta reformada? Eram aos magotes! :mrgreen: :mrgreen:

O Estado era "pequeno", muito "pequeno" mesmo, comparando com o que tens hoje.


Como diria uma ex-ministra xuxalista....Foi uma festa para todos...

Cumprimentos

PS: gerir dinheiro dos outros sem qualquer tipo de responsabilidade é refresco.


E que festa !

Em 40 anos, diminuíram drasticamente os níveis de analfabetismo e de mortalidade infantil, absorveram-se quase 600 000 regressados das ex-colónias, dotou-se o país de um sistema de protecção no desemprego, doença e velhice, a escolaridade obrigatória aumentou para 12 anos, dotou-se o país de infra-estruturas de comunicações, energia, escolares e de saúde, o acesso ao ensino superior aumentou exponencialmente, o país entrou numa zona de movimentação livre de bens, pessoas e capitais, adoptou uma nova moeda.

Houve alguns desmandos ( ou mesmo muitos) ? Houve com certeza !

Mas a "festa" custou 200 000 Biliões de Euros de dívida pública, quanto dessa dívida foi desperdício ? Terá sido proporcionalmente muito ?

Recuperar um país de 40 anos de "não dívida" ( e do que estava para trás), de doze anos de guerra , do atraso estrutural em que estava mergulhado, por 200 bis ( incluindo o desperdício) foi uma festa. Talvez tenha sido, mas foi uma festa que valeu a pena. Em todas as festas há exageros que mais cedo ou mais tarde se pagam, mas não é por isso que a festa deixou de valer a pena. Há que concertar os estragos da festa, lá isso há. Vai custar alguns sacrifícios ? Vai com certeza. Há que culpar alguns "arruaceiros" que em alguns aspectos desvirtuaram a festa ? Sem dúvida.

Mas a festa valeu a pena e continua a valer.

:wink:


Parte desse dinheiro foi uma verdadeira festa e infelizmente os culpados andam aí à solta, de cabeça bem levantada e alguns em altos cargos da nação.

Se me disseres que a maior parte desse dinheiro foi para criar riqueza nacional e melhorar a vida dos Tugaleses, meu amigo, vou contigo à festa e pagamos o bilhete para entrar.

Agora se esse dinheiro foi para esbanjar, criar investimento improdutivo, para além daquele que foi desviado, então meu caro amigo, vamos os dois à festa na mesma, mas tu pagas os 2 bilhetes. Eu não entro em festas para as quais não me sinto convidado. Mas se quiseres a minha companhia terás tu que a pagar.

O que melhorou não foi o nível de vida. O que melhorou de facto foi a ilusão de uma geração pós 25 de abril que a criou e viveu, mas ao mesmo tempo criou um pesadelo para os seus filhos.

Quando vejo gente que ganha 3000 euros a queixar-se que isto está mau, que tem os filhos em casa aos 30 anos, desempregados, com netos para cuidar e alimentar.....a esses digo....comam da ilusão que andaram a criar...

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por K. » 29/5/2013 17:29

Nao me parece existir qualquer risco de falencia ou de incumprimento da divida.


O importante para avaliar esse risco e a forma como a divida esta estruturada, muito mais do que a sua dimensao.

Nao e do nada que os juros estao perto de minimos historicos.

Nos ultimos dois anos, tem vindo a ser executado um programa de reorganiZacao da dividA, que a transferiu de maos especulativas internacionais e de prazos curtos para instituicoes europeias que tem a sua disposicao instrumentos de monetizacao apropriados.

Neste momento nao ha "credores internacionais" no sentido a que estavamos habituados.

Toda a divida esta nas maos do BCE, da Troika, ou em bancos e instituicoes portuguesas. Ou seja, e IMPOSSIVEL reestruturar envolvendo privados. Isto que salientei e algo importante, que raramente e referido nas habituais discussoes sobre a reestruturacao.

O que se passa e que com este processo de transferencia o Pais perdeu a soberania e esta a ser gerido como a Troika pensa ser melhor para o futuro. Se e mesmo o melhor para Portugal, nao podemos saber. O facto e que as decisoes importantes ja nao sao tomadas em Lisboa. Para aqueles que tanto criticam a classe politica, isto deveria ser um alivio. Mas obviamente nao e alivio nenhum...
 
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por _x_ » 29/5/2013 17:17

Voltando à forma como foi reposta a divida nos anos 30, além da diminuição do tamanho do estado, que nem era tão grande como apregoam, talvez tirando a parte do exercito, foi possível pelas seguintes medidas:

1 - Fecho a importações exteriores, mesmo a preço mais baixo, prejudicando os consumidores, coisa que hoje, estando no Euro não é possível fazer.

2 - O comercio com as colonias e para as colonias, eram preferenciais, a preços maiores que os externos e produtos de menor qualidade.

3 - Afinação da máquina do estado, em termos de eficiência e de funcionamento, com escrutínio rigoroso de quem ia para lá, preferencialmente alinhados com o regime, logo não compatível com a democracia vigente.

4 - Assente nos grandes lóbis possuidores de terra, tendo os seus produtos protegidos de qualquer concorrência, impossível executar hoje.

5 - O valor da moeda, nem teve uma grande desvalorização, houve sim, um apertar dos rendimentos do trabalho.

Posto isto, fica apenas a minha ideia de que as receitas aplicadas por Salazar, e com resultados muito bons e que para alguns, seriam as receitas supremas a fazer, não são possíveis de executar, tanto a luz das leis como da economia em que estamos inseridos. Sendo aquelas que são possíveis, possivelmente insuficientes para se obterem resultados rápidos e duradouros ou mesmo que sejam obtidos resultados positivos.
_X_

John Maynard Keynes ‏
The capitalist economy is not real, it is simply a delusion that keeps the masses enchained to their social bondage.

É sempre muito falível projetar cenários não acontecidos.
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por GALBA » 29/5/2013 16:59

Relativamente ao antigo regime , já foi largamente discutido.

A grande diferença , apesar dos seus defeitos , tinham muitas virtudes , e eram sérios , e defenderam sempre o interesse nacional , até às últimas consequências.

Acho que quem está muito atento, começa a perceber contra quem o regime estava a lutar, em diversas frentes .
O problema principal, é que eles não faziam parte dos "globalistas" , e sabiam que estavam a lutar contra forças muito poderosas , em muitas frentes.

O 25A foi decidido , numa das reuniões , em 1973 , creio que na Suiça .

A ideologia , e folclore que se assistiu ,depois do 25A é mais fumaça, e curiosamente acreditavam nas suas convicções .

A verdade aos poucos , vai começar a vir á tona ...

O que Portugal está a passar atualmente , não é só incompetência nacional , é algo muito maior .

Porque motivo grande parte do nosso sistema produtivo foi arrasado do mapa , mas em outros países estão a florescer , como na Alemanha ?

Esqueçam a ideologia , e pensem pela vossa cabeça .

Salazar , e Marcelo Caetano , eram portugueses , e não eram marionetes.
 
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por Storgoff » 29/5/2013 16:39

HU Escreveu:Não. Não vai ironia nenhuma. A minha opinião é que apesar dos desmandos ( quanto valem ? 10 Bis? 20 Bis ?) o país vale muito mais agora do que valia no tempo do "Botas". Acrescentou-se mais valor económico e social do que a dívida.

:wink:


Ok.
A boa divida + desmandos já dão a linda quantia que ronda os 200.000 milhões de euros, o que na notação
anglo-saxónica serão então 200Billions.

Chegados aqui acho que devemos também fazer o nossos jogo.
Se temos dívida em excesso é porque os nossos credores entraram tal como nós num jogo irresponsável.
Como tal agora aguentam os dois.
Não pode é ser aquela de que o credor é sagrado.
Então se os credores da Grécia aguentaram porque carga de água os de Portugal não aguentam?
Ai aguentam aguentam.
:lol:

Isto no fundo é tudo uma história mal contada.

A nossa dívida não é mais do que o reciclar dos super-avitos alemães e outros que tais.
E enquanto o jogo foi rolando as suas economias iam prosperando com endividamento dos outros.
Agora chegou a hora de pagar pelo jogo perigoso.
Não há aqui os bons e os maus.
Há meramente interesses económicos que aparentemente satisfazia ambas as partes.
Agora que a corda partiu as 2 partes tem de ser chamadas à pedra.
 
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por Allaphor » 29/5/2013 16:37

HU Escreveu:
Storgoff Escreveu:
HU Escreveu:E que festa !

Em 40 anos, diminuíram drasticamente os níveis de analfabetismo e de mortalidade infantil, absorveram-se quase 600 000 regressados das ex-colónias, dotou-se o país de um sistema de protecção no desemprego, doença e velhice, a escolaridade obrigatória aumentou para 12 anos, dotou-se o país de infra-estruturas de comunicações, energia, escolares e de saúde, o acesso ao ensino superior aumentou exponencialmente, o país entrou numa zona de movimentação livre de bens, pessoas e capitais, adoptou uma nova moeda.

Houve alguns desmandos ( ou mesmo muitos) ? Houve com certeza !

Mas a "festa" custou 200 000 Biliões de Euros de dívida pública, quanto dessa dívida foi desperdício ? Terá sido proporcionalmente muito ?

Recuperar um país de 40 anos de "não dívida" ( e do que estava para trás), de doze anos de guerra , do atraso estrutural em que estava mergulhado, por 200 bis ( incluindo o desperdício) foi uma festa. Talvez tenha sido, mas foi uma festa que valeu a pena. Em todas as festas há exageros que mais cedo ou mais tarde se pagam, mas não é por isso que a festa deixou de valer a pena. Há que concertar os estragos da festa, lá isso há. Vai custar alguns sacrifícios ? Vai com certeza. Há que culpar alguns "arruaceiros" que em alguns aspectos desvirtuaram a festa ? Sem dúvida.

Mas a festa valeu a pena e continua a valer.

:wink:


Apesar de dizeres grandes verdades, parece-me no entanto que vai por ai muita ironia!!
Ou será que estou a ver mal?
:wink:

Já agora não fazes a festa por menos de 200 000 Biliões????
:shock:

Alguns por aqui não conseguem disfarçar o encanto que sentem pelos gloriosos tempos do homem do Vimieiro, em que a divida em % do PIB era uma coisa fantástica?
Falta é mostrar o reverso da medalha.


Não. Não vai ironia nenhuma. A minha opinião é que apesar dos desmandos ( quanto valem ? 10 Bis? 20 Bis ?) o país vale muito mais agora do que valia no tempo do "Botas". Acrescentou-se mais valor económico e social do que a dívida.

:wink:


É precisamente por isto que me irrita sempre que se fala na nossa dívida e de termos de a pagar (ou pelo menos refinanciar e pagar juros), aparecerem logo uns tipos a dizer que a dívida é odiosa.

A nossa dívida colossal serviu para tornar um país praticamente do terceiro mundo, onde os putos andavam descalços, num país cheio de infraestruturas, com hospitais e escolas e estradas e barragens e etc e tal.

Foi roubado muito dinheiro? Foi! Mas a maior parte dele está à nossa volta a fazer a nossa vida melhor do que a dos nosso avós. As pessoas esquecem-se que no tempo do Botas, o pessoal que se queixa porque não arranja emprego como prof ou historiador ou jornalista, queixar-se-ia de não ter o que comer.
 
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por Laribau » 29/5/2013 16:02

Storgoff Escreveu:
HU Escreveu:E que festa !

Em 40 anos, diminuíram drasticamente os níveis de analfabetismo e de mortalidade infantil, absorveram-se quase 600 000 regressados das ex-colónias, dotou-se o país de um sistema de protecção no desemprego, doença e velhice, a escolaridade obrigatória aumentou para 12 anos, dotou-se o país de infra-estruturas de comunicações, energia, escolares e de saúde, o acesso ao ensino superior aumentou exponencialmente, o país entrou numa zona de movimentação livre de bens, pessoas e capitais, adoptou uma nova moeda.

Houve alguns desmandos ( ou mesmo muitos) ? Houve com certeza !

Mas a "festa" custou 200 000 Biliões de Euros de dívida pública, quanto dessa dívida foi desperdício ? Terá sido proporcionalmente muito ?

Recuperar um país de 40 anos de "não dívida" ( e do que estava para trás), de doze anos de guerra , do atraso estrutural em que estava mergulhado, por 200 bis ( incluindo o desperdício) foi uma festa. Talvez tenha sido, mas foi uma festa que valeu a pena. Em todas as festas há exageros que mais cedo ou mais tarde se pagam, mas não é por isso que a festa deixou de valer a pena. Há que concertar os estragos da festa, lá isso há. Vai custar alguns sacrifícios ? Vai com certeza. Há que culpar alguns "arruaceiros" que em alguns aspectos desvirtuaram a festa ? Sem dúvida.

Mas a festa valeu a pena e continua a valer.

:wink:


Apesar de dizeres grandes verdades, parece-me no entanto que vai por ai muita ironia!!
Ou será que estou a ver mal?
:wink:

Já agora não fazes a festa por menos de 200 000 Biliões????
:shock:

Alguns por aqui não conseguem disfarçar o encanto que sentem pelos gloriosos tempos do homem do Vimieiro, em que a divida em % do PIB era uma coisa fantástica?
Falta é mostrar o reverso da medalha.


Não. Não vai ironia nenhuma. A minha opinião é que apesar dos desmandos ( quanto valem ? 10 Bis? 20 Bis ?) o país vale muito mais agora do que valia no tempo do "Botas". Acrescentou-se mais valor económico e social do que a dívida.

:wink:
The sense of responsibility in the financial community for the community as a whole is not small. It is nearly nil. ..... So the wise in Wall Street are nearly always silent. The foolish thus have the field to themselves.

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por Storgoff » 29/5/2013 15:56

HU Escreveu:E que festa !

Em 40 anos, diminuíram drasticamente os níveis de analfabetismo e de mortalidade infantil, absorveram-se quase 600 000 regressados das ex-colónias, dotou-se o país de um sistema de protecção no desemprego, doença e velhice, a escolaridade obrigatória aumentou para 12 anos, dotou-se o país de infra-estruturas de comunicações, energia, escolares e de saúde, o acesso ao ensino superior aumentou exponencialmente, o país entrou numa zona de movimentação livre de bens, pessoas e capitais, adoptou uma nova moeda.

Houve alguns desmandos ( ou mesmo muitos) ? Houve com certeza !

Mas a "festa" custou 200 000 Biliões de Euros de dívida pública, quanto dessa dívida foi desperdício ? Terá sido proporcionalmente muito ?

Recuperar um país de 40 anos de "não dívida" ( e do que estava para trás), de doze anos de guerra , do atraso estrutural em que estava mergulhado, por 200 bis ( incluindo o desperdício) foi uma festa. Talvez tenha sido, mas foi uma festa que valeu a pena. Em todas as festas há exageros que mais cedo ou mais tarde se pagam, mas não é por isso que a festa deixou de valer a pena. Há que concertar os estragos da festa, lá isso há. Vai custar alguns sacrifícios ? Vai com certeza. Há que culpar alguns "arruaceiros" que em alguns aspectos desvirtuaram a festa ? Sem dúvida.

Mas a festa valeu a pena e continua a valer.

:wink:


Apesar de dizeres grandes verdades, parece-me no entanto que vai por ai muita ironia!!
Ou será que estou a ver mal?
:wink:

Já agora não fazes a festa por menos de 200 000 Biliões????
:shock:

Alguns por aqui não conseguem disfarçar o encanto que sentem pelos gloriosos tempos do homem do Vimieiro, em que a divida em % do PIB era uma coisa fantástica?
Falta é mostrar o reverso da medalha.
 
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por Laribau » 29/5/2013 14:24

ppbogos Escreveu:
mais_um Escreveu:
EuroVerde Escreveu:
mais_um Escreveu:
EuroVerde Escreveu:Como é que o Salazar conseguiu desendividar o país em 40 anos, sendo que em 1974 Portugal tinha a menor dívida de todas?


O Estado era "pequeno".


O Estado de inicio não era nada pequeno, era grande!!! Nos anos 30s a divida era enorme e também existia descontrolo dos dinheiros públicos, cada um a roubar para e por si.
Depois veio a ordem.
Com a ordem, tudo ficou ordenado, excepto a liberdade de expressão.
Esquecemos que Portugal também beneficiou e muito com a 2ªGG ao vender volfrâmio e material de guerra e tinhamos as colonias que tinham muita riqueza que ia praticamente cobrindo todo gasto do Estado.

Agora Portugal nem armas vende para a Síria... :oops:


Grande!?!?!?! :lol: :lol:

Pois, era escolas, hospitais, etc... aos montes! E saneamento básico, estradas, etc.. chegava a quase 100% da população. E apoios socias? Ui! era um fartote! E malta reformada? Eram aos magotes! :mrgreen: :mrgreen:

O Estado era "pequeno", muito "pequeno" mesmo, comparando com o que tens hoje.


Como diria uma ex-ministra xuxalista....Foi uma festa para todos...

Cumprimentos

PS: gerir dinheiro dos outros sem qualquer tipo de responsabilidade é refresco.


E que festa !

Em 40 anos, diminuíram drasticamente os níveis de analfabetismo e de mortalidade infantil, absorveram-se quase 600 000 regressados das ex-colónias, dotou-se o país de um sistema de protecção no desemprego, doença e velhice, a escolaridade obrigatória aumentou para 12 anos, dotou-se o país de infra-estruturas de comunicações, energia, escolares e de saúde, o acesso ao ensino superior aumentou exponencialmente, o país entrou numa zona de movimentação livre de bens, pessoas e capitais, adoptou uma nova moeda.

Houve alguns desmandos ( ou mesmo muitos) ? Houve com certeza !

Mas a "festa" custou 200 000 Biliões de Euros de dívida pública, quanto dessa dívida foi desperdício ? Terá sido proporcionalmente muito ?

Recuperar um país de 40 anos de "não dívida" ( e do que estava para trás), de doze anos de guerra , do atraso estrutural em que estava mergulhado, por 200 bis ( incluindo o desperdício) foi uma festa. Talvez tenha sido, mas foi uma festa que valeu a pena. Em todas as festas há exageros que mais cedo ou mais tarde se pagam, mas não é por isso que a festa deixou de valer a pena. Há que concertar os estragos da festa, lá isso há. Vai custar alguns sacrifícios ? Vai com certeza. Há que culpar alguns "arruaceiros" que em alguns aspectos desvirtuaram a festa ? Sem dúvida.

Mas a festa valeu a pena e continua a valer.

:wink:
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por bogos » 29/5/2013 13:40

mais_um Escreveu:
EuroVerde Escreveu:
mais_um Escreveu:
EuroVerde Escreveu:Como é que o Salazar conseguiu desendividar o país em 40 anos, sendo que em 1974 Portugal tinha a menor dívida de todas?


O Estado era "pequeno".


O Estado de inicio não era nada pequeno, era grande!!! Nos anos 30s a divida era enorme e também existia descontrolo dos dinheiros públicos, cada um a roubar para e por si.
Depois veio a ordem.
Com a ordem, tudo ficou ordenado, excepto a liberdade de expressão.
Esquecemos que Portugal também beneficiou e muito com a 2ªGG ao vender volfrâmio e material de guerra e tinhamos as colonias que tinham muita riqueza que ia praticamente cobrindo todo gasto do Estado.

Agora Portugal nem armas vende para a Síria... :oops:


Grande!?!?!?! :lol: :lol:

Pois, era escolas, hospitais, etc... aos montes! E saneamento básico, estradas, etc.. chegava a quase 100% da população. E apoios socias? Ui! era um fartote! E malta reformada? Eram aos magotes! :mrgreen: :mrgreen:

O Estado era "pequeno", muito "pequeno" mesmo, comparando com o que tens hoje.


Como diria uma ex-ministra xuxalista....Foi uma festa para todos...

Cumprimentos

PS: gerir dinheiro dos outros sem qualquer tipo de responsabilidade é refresco.
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por mais_um » 29/5/2013 13:38

EuroVerde Escreveu:
mais_um Escreveu:
EuroVerde Escreveu:Como é que o Salazar conseguiu desendividar o país em 40 anos, sendo que em 1974 Portugal tinha a menor dívida de todas?


O Estado era "pequeno".


O Estado de inicio não era nada pequeno, era grande!!! Nos anos 30s a divida era enorme e também existia descontrolo dos dinheiros públicos, cada um a roubar para e por si.
Depois veio a ordem.
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Agora Portugal nem armas vende para a Síria... :oops:


Grande!?!?!?! :lol: :lol:

Pois, era escolas, hospitais, etc... aos montes! E saneamento básico, estradas, etc.. chegava a quase 100% da população. E apoios socias? Ui! era um fartote! E malta reformada? Eram aos magotes! :mrgreen: :mrgreen:

O Estado era "pequeno", muito "pequeno" mesmo, comparando com o que tens hoje.
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por richardj » 29/5/2013 13:36

havia também maior controlo sobre os produto importados.

éramos "pobres", mas não vivíamos acima das possibilidades, agora somos pobres, e vivemos a baixo das possibilidades porque temos de pagar juros brutais dos empréstimos passados (o défice primário o ano passado já foi positivo).

já agora:
Anexos
geografismos dívida pública portuguesa em percentagem do PIB entre 1850-2011.png
geografismos dívida pública portuguesa em percentagem do PIB entre 1850-2011.png (120.69 KiB) Visualizado 3364 vezes
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por Laribau » 29/5/2013 13:34

mais_um Escreveu:
EuroVerde Escreveu:Como é que o Salazar conseguiu desendividar o país em 40 anos, sendo que em 1974 Portugal tinha a menor dívida de todas?


O Estado era "pequeno".



O Estado era pequeno, tão pequeno, que não havia pensões, subsídio de desemprego, saúde gratuita ( ou quase), etc.... Mas em contrapartida o país era Grande, em analfabetismo, em mortalidade infantil, em salários muito ( mas mesmo muito) baixos, em número de militares, em leis discriminatórias ( sobretudo em função do género) etc....

São escolhas !
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por EuroVerde » 29/5/2013 13:30

mais_um Escreveu:
EuroVerde Escreveu:Como é que o Salazar conseguiu desendividar o país em 40 anos, sendo que em 1974 Portugal tinha a menor dívida de todas?


O Estado era "pequeno".


O Estado de inicio não era nada pequeno, era grande!!! Nos anos 30s a divida era enorme e também existia descontrolo dos dinheiros públicos, cada um a roubar para e por si.
Depois veio a ordem.
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Agora Portugal nem armas vende para a Síria... :oops:
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por mais_um » 29/5/2013 13:18

EuroVerde Escreveu:Como é que o Salazar conseguiu desendividar o país em 40 anos, sendo que em 1974 Portugal tinha a menor dívida de todas?


O Estado era "pequeno".
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por EuroVerde » 29/5/2013 13:15

Como é que o Salazar conseguiu desendividar o país em 40 anos, sendo que em 1974 Portugal tinha a menor dívida de todas?
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por mais_um » 29/5/2013 10:55

Como já referi anteriormente, desde Outubro/Novembro quando vendi as OT portuguesas que penso o mesmo.

FMI diz que Portugal está a caminho da reestruturação da dívida



O Fundo Monetário Internacional diz que as reestruturações de dívida soberana falharam por serem demasiado curtas e tardias. E aponta falhas da Europa no caso grego




"Muito pouco e muito tarde" (To little and to late). É nesta expressão que o Fundo Monetário Internacional (FMI) sintetiza o balanço sobre os mais recentes casos de reestruturação de dívida soberana. No relatório divulgado no final da semana passada, o FMI conclui que a demora e a insuficiência das respostas falharam no restabelecimento da sustentabilidade da dívida e em abrir o caminho para o regresso duradouro aos mercados. E em nenhum dos vários casos analisados esta conclusão é mais válida do que na Grécia.

O relatório, que lança a discussão sobre a abordagem de futuras reestruturações (haircuts), não poupa o papel das instituições europeias na reacção à maior reestruturação de dívida soberana feita até agora, no valor de 210 mil milhões de euros. "Até que ponto a eventual reestruturação da dívida grega conduziu ao contágio é matéria para debate. Qualquer que seja a conclusão, a estratégia oficial de resgate provou ser insuficiente para responder às preocupações com a sustentabilidade da dívida e não evitou o alastramento, à medida que a crise grega revelou problemas em outros países (Irlanda, Portugal), e problemas fundamentais na arquitectura da zona euro (incluindo a inadequação dos mecanismos de defesa) que demoraram demasiado tempo a ser ultrapassados".

O risco de contágio na eurolândia foi o argumento que justificou a excepção do envolvimento do FMI no processo grego quando não existia uma das condições para a sua intervenção: a elevada probabilidade de regressar a prazo a um nível de dívida pública sustentável e aos mercados financeiros. O patamar dos 124% do PIB, e que em Portugal já foi ultrapassado este ano, tem sido apontado como o limite máximo de um intervalo que, nas regras da União Europeia, não deveria superar os 60% da riqueza de cada país.

Apesar da perda acelerada de acesso ao mercado, foi possível adiar o "haircut" da dívida grega por causa da ampla disponibilidade de financiamento oficial e da disponibilidade das autoridades para realizarem um programa sem precedentes de consolidação orçamental.

A excepção grega foi ancorada no compromisso europeu de apoiar o país no regresso aos mercados, mas não sem que antes os credores oficiais tivessem de efectuar um novo resgate financeiro, quando o processo de ajustamento económico e financeiro se revelou inviável, o que tornou também inevitável a reestruturação da dívida pública detida por privados, processo lançado em Fevereiro de 2012. Na sua versão plena, a reestruturação implica um corte nos valores devidos aos credores que no caso grego variou entre 53,5% e os 70%.

sucesso = desvalorização cambial Nem todos os países onde a preocupação sobre a sustentabilidade da dívida pública atingiu um ponto crítico foram empurrados para a reestruturação da dívida. Mas se o FMI admite que um país, mesmo sob forte pressão dos mercados, pode conseguir evitar o haircut total da dívida soberana e recuperar a estabilidade financeira, combinando financiamento institucional e ajustamento, avisa que não houve nenhum caso pós 2005 em 12 situações analisadas. A constatação reforça a tese de quem considera inevitável o cenário de uma reestruturação em Portugal. O fundo recorda o processo de 2000 em que a Turquia conseguiu dar a volta a uma situação à beira da insustentabilidade, deixando a moeda desvalorizar, entre outras medidas. Mas esta receita não está ao alcance de países como Portugal que estão sob resgate, mas que fazem parte do euro.

O caso grego dá outras pistas para a reflexão do fundo sobre novas reestruturações. Uma das matérias que tem de ser clarificada é a participação de credores públicos/institucionais em reestruturações de dívida. Este tipo de credor, FMI e União Europeia, têm tido tratamento preferencial. Há quem defenda um equilíbrio no tratamento entre privados e públicos. Mas o FMI, embora reconheça necessidade de clarificar o quadro institucional sobre a participação em reestruturações, sobretudo quando as entidades públicas já são os maiores credores, como na Grécia, mas também em países sob resgate como Portugal, defende que a matéria deve ficar aberta a negociações caso a caso.

Outro dos obstáculos que o Fundo quer controlar é o poder dos processos de impugnação das reestruturações de dívida por parte de credores privados ao abrigo de contratos de compra de obrigações. Estas acções podem travar a reestruturação e dissuadir credores de participarem no processo.

http://www.ionline.pt/artigos/dinheiro/ ... -da-divida

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por escada1 » 2/2/2012 15:23

Ulisses,
Uma crise não se decreta, nem o seu fim, nem o seu inicio.
Vejamos:
Ainda há 2 semanas era um facto que a europa iria entrar numa recessão maior.
Agora já é superficial ?
Afinal não temos a europa com a maior taxa de desemprego de sempre ?

Mas SIM, existe uma diferença, a alemanha está fora desta realidade.

Então a Europa é a Alemanha para as coisas boas, mas para as más já não é ?

Nos EUA o facto de um estado estar mal, tem pouco influência.O que importa é o conjunto.

Na europa já assim não é.

Não quero dizer que não exista problemas em Portugal, MAS se os juros que nos são cobrados, devido a estas manobras de bastidores, fossem não 5 ou 6% mas sim 1%, não teriamos a austeridade e sacrificios tão violentos.

Por isso, se estamos em crise, não pode ter terminado em tão pouco tempo, quase que por decreto, e acima de tudo SEM qualquer altera~ção do que fosse.

Nem o problema da Grecia está resolvido.
Ulisses Pereira Escreveu:escada, tu achas que esta crise não é real?

O que é que é irreal nisto tudo? O dinheiro que Portugal deve? O facto de sem as tranches da troika não termos dinheiro para pagar salários? A taxa de desemprego?

Um abraço,
Ulisses
 
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por Ulisses Pereira » 2/2/2012 15:14

escada, tu achas que esta crise não é real?

O que é que é irreal nisto tudo? O dinheiro que Portugal deve? O facto de sem as tranches da troika não termos dinheiro para pagar salários? A taxa de desemprego?

Um abraço,
Ulisses
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