BES - Tópico Geral
Drecksack Escreveu:Obviamente que estando os dois dentro do BES estão completamente biased e portanto é claro que está com bom aspecto na vossa perspectiva
Provavelmente tens razão... o hammer de hoje vale 30% uma aposta de subida... o resto é lotaria...
"There are two times in a man's life when he should not speculate: when he can't afford it and when he can."
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defst0ned Escreveu:que grande martelo o BES fez hoje.
Depois da ilha de há 2 dias, altamente bear, hj fez uma vela altamente bull.
Raramente o Bes faz essa figura, vamos ver no que dá.
Não foi mau de todo o comportamento do Bes hoje, ainda a ressacar do dia de ontem ainda conseguiu fechar o gapdown da abertura. Amanhã poderá ser um dia bem mais calmo para o Bes e fazer já alguma recuperação das perdas recentes, mas isto são só suposições.
Bons negócios

ENTREVISTA-Perguntas e respostas CEO Banco Espírito Santo BES.LS
09/05/2013
LISBOA, 9 Mai (Reuters) - Esta é o conjunto de perguntas e respostas do Chief Executive Officer (CEO) do Banco Espírito Santo (BES) -- segundo maior banco privado de Portugal.
Ricardo Espírito Santo Salgado adiantou que o BES quer ter uma presença permanente no mercado mundial de obrigações e está "muito activo" a analisar emissões de 'Bonds' e de 'exchangeable Bonds' sobre activos internacionais, após a excelente colocação a 10 anos de Portugal.
Seguem perguntas e respostas:
REUTERS: O BES apresentou um prejuízo neste primeiro trimestre, mas a verdade é que tem mais-valias potenciais elevadas em dívida pública, da ordem dos 120 ME, que podia ter usado e não o fez. Porquê? Alguns analistas referem que, por causa deste facto, o BES pode voltar aos lucros já no final do segundo trimestre de 2013, esta leitura faz sentido, concorda?
RICARDO SALGADO: "Nós estamos numa evolução das economias europeia e portuguesa complicada e não se trata de uma evolução conjuntural pois já há alguns anos estamos dentro de uma tendência recessiva dentro da Europa. Desde 2008/2009 a situação só se tem vindo a agravar e hoje temos praticamente toda a União Europeia (UE) em recessão e com níveis de desemprego acima de 12 pct. Portugal está sob intervenção juntamente com a Irlanda e Grécia".
"Ninguém nesta altura pode prever quando é que as circunstâncias macroeconómicas, dado que são muito profundos os factores que estão a influenciar negativamente a economia da Europa, evoluem no sentido da saída da crise e se essa saída é sustentada".
"Perante estas dúvidas, os banqueiros e os bancos devem manter uma política conservadora. Nós não estamos a prevêr uma redução do provisionamento para crédito vencido antes do final do ano".
"A economia portuguesa foi muito afectada em diversos sectores. Tudo o que é a produção de bens e serviços para o mercado português 'stricto sensu' e não envolvida nas exportações para o mercado internacional sofreu um choque bastante profundo, tem vindo a destruir muitas empresas e muito emprego".
"Contudo, prevejo que uma evolução mais positiva pode acontecer até ao final do ano porque já há factores que são positivos e estão a traduzir-se num patamar de liquidez em Portugal que é superior áquele que o país tinha no passado recente. Isto resultou do aumento da poupança das famílias, da neutralização do défice externo pois o país está com uma Balança de Pagamentos positiva. Apesar das exportações estarem a desacelerar, as importações continuam em queda devido à contracção do consumo, há o efeito positivo de capitais que vieram das privatizações -- eu recordo que esta última (ANA) foi particularmente bem sucedida e a transacção não está completa --, há ainda as entradas de capitais que vêem do aumento dos financiamentos da 'troika' e o aumento das remessas dos emigrantes que é significativo e surpreendente. Portanto, temos um conjunto de factores que tem permitido aumentar a liquidez".
REUTERS: Os analistas ficaram surpreendidos com o resultado negativo do BES. Alguns, referiram que o BES algum dia vai ter de materializar o ganho potencial da venda da carteira de dívida. Gostava de tentar perceber quando?
RICARDO SALGADO: "Nós temos uma política financeira muito conservadora. E as próprias variações das taxas de juro da dívida soberana também são função de acontecimentos exógenos incontroláveis. Quando se deu a crise do Chipre, houve uma variação brusca de subida das taxas de juro na Europa do Sul".
"Portanto, nós temos de pensar que todos os resultados que temos em reservas latentes não têm de ser materializados nesse momento, podem perfeitamente aguardar uma evolução de mercado que permita uma maior estabilização das circunstâncias, que nesta altura são muito instáveis. Eu diria que é uma reserva de prudência que temos no BES".
"Acredito que, perante esta situação, o que falta é o arranque do investimento e é necessário que haja um novo ânimo no nosso país e que esse novo 'estado de alma' dos nossos empresários tem de encontrar suporte em políticas concretas do Governo. Só medidas de austeridade não é um elemento favorável a essa evolução".
"Numa análise, que temos, a empresários mais de 60 pct diz que se não investem é porque estão a prever uma queda de vendas no mercado interno e esse é o factor fundamental. As circunstâncias negativas ainda são preponderantes e só podem ser alteradas de duas fomas: uma, como uma política fiscal que vá ao encontro de uma razoabilidade da carga fiscal, não tem de ser uma descida abrupta do IRC, pode ser uma descida programada pois os empresários tomam as decisões de investimento hoje e este é executado um, dois anos depois. E ninguém vira do exterior, de sua livre vontade, investir em Portugal, se o país tem uma carga fiscal 50 pct acima da média europeia. É fundamental que haja uma perspectiva positiva que altere o estado de espírito dos empresários, da economia privada pois é o sector privado que faz evoluir a economia".
"Eu espero que isso aconteça porque foi o próprio Governo a anunciar que iria revêr a taxa de IRC. Se isso acontecer, Portugal poderá ter no segundo semestre um sinal novo de uma tendência que deixaria de ser recessiva para passar a revelar uma maior estabilidade e eventualmente de uma recuperação da economia que pudesse vir a acontecer em 2014".
REUTERS: No final do trimestre, o crédito em risco passou para 10,1 pct de 9,4 pct em Dezembro de 2012. Quais os segmentos em que mais se degradou a qualidade dos activos? As imparidades ainda terão tendência de subida? Porquê esta aceleração tão forte num trimestre?
RICARDO SALGADO: "O BES tem uma boa parte da carteira de crédito orientada para as empresas, trabalhamos com todos os sectores empresarias do país. A nossa carteira de 'corporate' são 73,5 pct (do crédito total) que é muitíssimo distribuída: na área dos serviços 14,8 pct, no 'real state' 11,4 pct, nos sector financeiro 7,9 pct, na distribuição e retalho 6,5 pct, na indústria de transformação 6,2 pct, nas telecoms 6 pct".
"Mas, é claro que os sectores que mais contribuíram para a insolvências foram naturalmente as empresas orientadas para o mercado doméstico. Desde logo, empresas de construção, a montante os fornecedores destas empresas e a juzante as subscontratadas daquelas. Temos também pequenos negócios da área comercial e a restauração que foi particularmente afectada".
"A construção, o comércio e a restauração tiveram uma contribuição importante para o aumento do desemprego no nosso país. O volume de emprego dificilmente voltará a recuperar, se não houver uma evolução positiva no sector da construção. Para essa evolução positiva poderão eventualmente contribuir estas medidas que o Governo tomou dos 'golden visas', de investimento estrangeiro que venha para Portugal a procurar ter o passaporte português e poderão investir no sector imobiliário, para já a venda de activos imobiliários pendentes, mas também de alguma forma a recuperação parcial do sector imobiliário também poderia começar por aí".
"O crédito em risco no sector empresarial deverá ainda aumentar nos próximos trimestres. Eu julgo que, quando chegarmos ao último trimestre deste ano, teremos uma visão mais clara e eu tenho fundadas expectativas de uma evolução mais favorável da evolução da economia"
REUTERS: Julgo que neste primeiro trimestre houve um grande aumento de depósitos -- 3.000 ME, dos quais 1.400 ME em Portugal. O que é que esteve por trás desta captação? Será que o BES está a pagar mais pelo 'funding' dos depósitos do que a concorrência?
RICARDO SALGADO: "Pode ter a certeza que não estamos a pagar mais do que a concorrência e que estamos a pagar menos".
"Isso revela a confiança, a força da nossa marca e certament
e a antiguidade é um factor. A rede tem evoluído constantemente no sentido de um 'upgrade' da qualidade dos serviços. Ganhámos um prémio de melhor classificado entre os bancos portugueses no European Consumer Index, é um trabalho que tem sido feito desde há muito tempo".
REUTERS: Este resultado pode manter-se?
RICARDO SALGADO: "Estamos perante uma imposição da 'troika' que aponta para um rácio de 'deleverage' de 120 pct no final de 2014, parece que esse rácio agora já não é tão mandatório quanto foi, e nós estamos nos 129 pct. Mas, nós estamos novamente a crescer no crédito e no crédito às empresas".
"Enquanto não estivermos nos 120 pct, a tendência é continuarmos a captar recursos e contribuir para o 'deleverage', mas queremos continuar a emprestar, nomeadamente às empresas exportadoras e PMEs onde temos tido um posicionamento estratégico muito forte".
"Não deveremos prever uma desaceleração significativa no crescimento dos depósitos".
"O facto de estarmos com um crescimento dos depósitos superior ao crescimento do crédito também contribuiu para deteriorar a conta de exploração porque naturalmente o custo dos recursos aumenta mais do que aumenta a receita que vem do crédito".
REUTERS: Para esta captação de recusos, o BES também beneficiou de não ter recorrido a ajuda estatal, aos CoCos, para se capitalizar?
RICARDO SALGADO: "Acho que isso foi positivo certamente. O facto que não ter sido um banco que teve intervenção estatal reforçou a identidade do BES como sendo um banco forte. Mas, os bancos que fizeram o aumento do capital com a intervenção do Estado também estão hoje muitíssimo bem capitalizados".
"Umas das características do sistema bancário português é a resiliência resultantes das medidas que atempadamente foram tomadas".
REUTERS: Nesta tendência adversa o BES vai olhar para os custos. Qual a redução de custos que vê? Haverá redução de balcões, pessoal?
RICARDO SALGADO: "Prevemos uma redução de custos na actividade em Portugal de 100 ME no conjunto dos três anos até 2015. Será em tudo aquilo que puder ser reduzido".
"Recordo que, como o BES nunca cresceu com aquisições, nós não temos gorduras na área administrativa e da capacidade produtiva em termos de recursos humanos que têm outros bancos, que cresceram por aquisições. Em relação à rede temos vindo a moldá-la à dimensão das necessidades desde há longa data e temos um 'cost-to-income' por balcão. Todos os anos temos reduzido o número de balcões e hoje há menos pessoas a virem aos balcões porque estão a utilizar o banco à distância através da Internet e do telefone. Isto dá-nos uma noção da menor necessidade da rede de balcões em termos físicos".
"Em termos de capacidade operativa, temos de reduzir todos os custos que pudermos e que não sejam essenciais para a nossa actividade. O objectivo é reduzir 3 pct este ano, cinco pct o ano que vem e seis pct o ano seguinte. Deverá produzir uma redução de custos de cerca de 15 pct em Portugal. Na área internacional, teremos de ter uma atenção com o controlo de custos, como sempre, mas continuaremos a investir em países e em plataformas e é natural que continue a haver um crescimento nos custos".
REUTERS: O BES tem uma posição de capital e liquidez confortável, gostaria de aumentar a quota em Portugal? E quanto à aposta no exterior?
RICARDO SALGADO: "A nossa quota média de mercado andará entre os 19 e os 20 pct, que já é uma quota bastante forte e a banca em Portugal está bastante concentrada. O BES aumentar quota por via de aquisições, certamente que não fará, mas por via da nossa qualidade operacional e de serviços prestados aos clientes é natural que ainda possamos aumentar alguma coisa".
"No entanto, o nosso objectivo agora é reforçar o nosso posicionamento externo. Acreditamos que haverá também uma boa hipótese em Espanha de aumentarmos a quota de mercado".
REUTERS: A margem também foi penalizada?
RICARDO SALGADO: "A margem foi penalizada com o aumento dos depósitos muito superior ao aumento do crédito, com o efeito de redução de volume no crédito por via das insolvências e juros anulados, com o reembolso de 1.000 ME de LTRO ao Banco Central Europeu (BCE) com um custo barato a 1 pct, com as emissões internacionais que fizemos no final do ano passado e este ano a taxas superiores e com o facto da taxa de juro (Euribor) estar a cair".
"Espero que a recuperação da margem aconteça até ao final do ano".
REUTERS: Como viu a emissão ontem dos Bonds da República a 10 anos? O BES foi pioneiro em emissões pós-bailout e, apesar da liquidez confortável, pode aproveitar esta janela de oportunidade para fazer uma nova emissão de Bonds, em breve?
RICARDO SALGADo: "É possível, depende naturalmente da evolução das taxas de juro. A evolução das taxas de juro tem sido surpreendente no sentido da baixa, apesar de alguns precalços no percurso como aconteceu no caso do Chipre".
"Mas, muitas vezes nós vamos ao mercado para estarmos presentes no mercado, para testarmos o mercado. Quem não está presente no mercado, é como na vida em geral esquece-se".
"É bom ter uma participação activida no mercado, mas tem de ser feita com muita ponderação".
"Esta colocação do Estado português foi excelente, a primeira vez que Portugal colocou uma emissão a 10 anos depois de dois anos do 'bailout' e a procura foi muito diversificada e superior a 10.000 ME para 3.000 ME de oferta. Conseguimos 'quadrar' a equação financeira do país para 2013 e ficámos já com a equação de 2014 em boa parte resolvida, isso é muito positivo. Houve muitos pedidos que foram pouco satisfeitos, e muito diversificados quer pela Europa quer pelos EUA, com muitos pedidos da Europa do norte. Até nos pedidos do mercado português, que representou 14 pct da colocação, houve muita procura que não foi satisfeita. E a taxa de juro foi bastante boa".
"Tivemos uma excelente demonstração da credibilidade externa que o país tem e que tem de ser aproveitada positivamente e é bom que a evolução política continue no bom sentido, no sentido construtivo e com os maiores consensos possíveis".
REUTERS: Então acha que o BES pode fazer, nos próximos tempos, em breve, uma nova emissão de Bonds?
RICARDO SALGADO: "É. Podemos ir ao mercado com Bonds e podemos ir ao mercado com operações de conversões de activos internacionais. Será a área financeira a dizer qual o momento oportuno para o fazer, mas estamos muito activos e a ouvir muito o mercado. É muito importante estar presente estar presente no mercado internacional".
"Nos fizemos um 'exchangeable' (Bond) com acções do Bradesco. Poderemos fazer outras operações desse estilo com outros activos internacionais. Nós (BES) devemos estar em permanência no mercado".
REUTERS: Quando é que acha que o sucesso da emissão da República a 10 anos pode ter um impacto positivo no financiamento da economia real? Há uma brutal melhoria sistemática da percepção do risco país -- a yield a 10 anos cai de mais de 17 pct em Janeiro de 2012 para 6,5 pct.
RICARDO SALGADO: "Começou desde o final do ano passado. Nós (BES) fomos ao mercado em Novembro, fomos ao mercado em Janeiro. O Estado foi ao mercado no início deste ano, foi novamente agora. Isto é um processo evolutivo que é fundamental que prossiga o seu curso porque é o mercado que nos pode permitir, de facto, os meios necessários para relançarmos a nossa actividade económica".
"Na medida em que nós (Portugal) consigamos convencer o mercado da bondade da execução das políticas que estão em curso, nós estaremos simultâneamente a atrair investimento estrangeiro, eu não tenho dúvidas sobre isto. Não só investimento por via dos empréstimos, mas também capital de risco, que é essencial para que
o país cresça".
REUTERS: Há um binómio austeridade-crescimento, faltam as políticas de crescimento. A austeridade neste momento é excessiva? Há cansaço da austeridade?
RICARDO SALGADO: "Hoje, toda a gente considera que a austeridade já ultrapassou os limites do razoável. Acredito que esse sentimento se esteja a propagar também à Europa porque vejo os políticos alemães a falarem na necessidade de relançarem a economia da Alemanha e da Europa. Vejo a União Europeia (UE) preocupada em analisar fontes de financiamento alternativos a médio e longo prazo".
"Ouço vozes cada vez mais em unissono no sentido que permitam à economia da Europa arrancar novamente e isso também me dá algum ânimo em relação à segunda metade deste ano. Considero que já vamos tarde porque, se não fizermos nada, o risco da recessão se agravar na Europa está aí, está presente, continua".
REUTERS: A instituição que mais fez p+ara resolver a crise das dívidas soberanas e do euro foi o BCE. Falta que os políticos, a UE e a Comissão Europeia, façam um pouco mais?
RICARDO SALGADO: "Se houve uma trave mestra de sustentação da União Europeia Monetária, não tenho dúvidas, que foi o BCE e as políticas do presidente Mario Draghi. Foi o elemento diferenciador em relação áquilo que seria necessário para a Europa encontrar sustentabilidade".
"Mas, essa sustentabilidade ainda não está garantida. A Europa tem ainda instintos de auto-destruição que estão a ultrapassar os limites do bom senso. Seria uma pena que o projecto europeu termine porque a única hipótese da Europa ter um papel importante no mundo global é manter-se unida -- a Europa hoje representa a maior plataforma comercial económica e financeira do mundo".
REUTERS: Então que medidas é que seriam necessárias para a Europa relançar o crescimento, conter o aumento do desemprego, a saturação da austeridade e a insegurança dos agentes económicos?
RICARDO SALGADO: "Parece-me que há uma realidade que já está absorvida por todos: cada Estado tem de ter uma sustentabilidade e ninguém pode pensar que os outros Estados estão disponíveis para financiar a falta de sustentabilidade de um ou outro Estado qualquer".
"Uma vez posta a ordem nas economias de cada país, daí até a Europa ter políticas de mutualização passa a ser quase evidente. Alguns Estados europeus não aceitam eurobonds é porque há países que pensam que ainda podem manter a falta de sustentabilidade das suas políticas internas à custa de outros, não pode ser".
REUTERS: Está confiante que Portugal cumprirá as metas orçamentais do resgate e que o país sairá do programa de ajustamento a partir de Junho de 2014?
RICARDO SALGADO: "Acredito que, com o tempo e com a flexibilidade que a troika tem demonstrado, Portugal poderá comprovar que não precisa de reestruturar a sua dívida, nem de um segundo resgate".
"Mas, se os políticos (portugueses) se desentenderem e se houver uma instabilidade nesse sentido, nós vamos direitos ao segundo resgate, à reestruturação da dívida e ao colapso".
REUTERS: Essa é uma mensagem, digamos assim, para os três partidos que tem tido responsabilidade governativas -- PSD, CDS-PP e PS? Tem de haver pontes entre a oposição e o Governo?
RICARDO SALGADO: "Tem de haver um esforço de todos no sentido de haver um consenso possível. O consenso não tem de ser perfeito, mas tem de ser sobre questões fundamentais, tais como encontrar a sustentabilidade para o nosso Estado".
"Tem de haver consenso para o nível de sustenabilidade das políticas do Estado: mais Segurança Social significa mais carga fiscal, menos Segurança Social significa menos carga fiscal. Mas é preciso que isso resulte de um consenso alargado".
"É fundamental que haja um esforço de consenso nesse caminho. Os partidos no Governo vão mudando, mas quem estiver no Governo tem de ter presente que a sustentabilidade do Estado é essencial".
(Por Sérgio Gonçalves; Editado por Filipa Cunha Lima)
((sergio.goncalves@thomsonreuters.com)(+351213509204)(Reuters Messaging: sergio.goncalves.reuters.com@reuters.net))
09/05/2013
LISBOA, 9 Mai (Reuters) - Esta é o conjunto de perguntas e respostas do Chief Executive Officer (CEO) do Banco Espírito Santo (BES) -- segundo maior banco privado de Portugal.
Ricardo Espírito Santo Salgado adiantou que o BES quer ter uma presença permanente no mercado mundial de obrigações e está "muito activo" a analisar emissões de 'Bonds' e de 'exchangeable Bonds' sobre activos internacionais, após a excelente colocação a 10 anos de Portugal.
Seguem perguntas e respostas:
REUTERS: O BES apresentou um prejuízo neste primeiro trimestre, mas a verdade é que tem mais-valias potenciais elevadas em dívida pública, da ordem dos 120 ME, que podia ter usado e não o fez. Porquê? Alguns analistas referem que, por causa deste facto, o BES pode voltar aos lucros já no final do segundo trimestre de 2013, esta leitura faz sentido, concorda?
RICARDO SALGADO: "Nós estamos numa evolução das economias europeia e portuguesa complicada e não se trata de uma evolução conjuntural pois já há alguns anos estamos dentro de uma tendência recessiva dentro da Europa. Desde 2008/2009 a situação só se tem vindo a agravar e hoje temos praticamente toda a União Europeia (UE) em recessão e com níveis de desemprego acima de 12 pct. Portugal está sob intervenção juntamente com a Irlanda e Grécia".
"Ninguém nesta altura pode prever quando é que as circunstâncias macroeconómicas, dado que são muito profundos os factores que estão a influenciar negativamente a economia da Europa, evoluem no sentido da saída da crise e se essa saída é sustentada".
"Perante estas dúvidas, os banqueiros e os bancos devem manter uma política conservadora. Nós não estamos a prevêr uma redução do provisionamento para crédito vencido antes do final do ano".
"A economia portuguesa foi muito afectada em diversos sectores. Tudo o que é a produção de bens e serviços para o mercado português 'stricto sensu' e não envolvida nas exportações para o mercado internacional sofreu um choque bastante profundo, tem vindo a destruir muitas empresas e muito emprego".
"Contudo, prevejo que uma evolução mais positiva pode acontecer até ao final do ano porque já há factores que são positivos e estão a traduzir-se num patamar de liquidez em Portugal que é superior áquele que o país tinha no passado recente. Isto resultou do aumento da poupança das famílias, da neutralização do défice externo pois o país está com uma Balança de Pagamentos positiva. Apesar das exportações estarem a desacelerar, as importações continuam em queda devido à contracção do consumo, há o efeito positivo de capitais que vieram das privatizações -- eu recordo que esta última (ANA) foi particularmente bem sucedida e a transacção não está completa --, há ainda as entradas de capitais que vêem do aumento dos financiamentos da 'troika' e o aumento das remessas dos emigrantes que é significativo e surpreendente. Portanto, temos um conjunto de factores que tem permitido aumentar a liquidez".
REUTERS: Os analistas ficaram surpreendidos com o resultado negativo do BES. Alguns, referiram que o BES algum dia vai ter de materializar o ganho potencial da venda da carteira de dívida. Gostava de tentar perceber quando?
RICARDO SALGADO: "Nós temos uma política financeira muito conservadora. E as próprias variações das taxas de juro da dívida soberana também são função de acontecimentos exógenos incontroláveis. Quando se deu a crise do Chipre, houve uma variação brusca de subida das taxas de juro na Europa do Sul".
"Portanto, nós temos de pensar que todos os resultados que temos em reservas latentes não têm de ser materializados nesse momento, podem perfeitamente aguardar uma evolução de mercado que permita uma maior estabilização das circunstâncias, que nesta altura são muito instáveis. Eu diria que é uma reserva de prudência que temos no BES".
"Acredito que, perante esta situação, o que falta é o arranque do investimento e é necessário que haja um novo ânimo no nosso país e que esse novo 'estado de alma' dos nossos empresários tem de encontrar suporte em políticas concretas do Governo. Só medidas de austeridade não é um elemento favorável a essa evolução".
"Numa análise, que temos, a empresários mais de 60 pct diz que se não investem é porque estão a prever uma queda de vendas no mercado interno e esse é o factor fundamental. As circunstâncias negativas ainda são preponderantes e só podem ser alteradas de duas fomas: uma, como uma política fiscal que vá ao encontro de uma razoabilidade da carga fiscal, não tem de ser uma descida abrupta do IRC, pode ser uma descida programada pois os empresários tomam as decisões de investimento hoje e este é executado um, dois anos depois. E ninguém vira do exterior, de sua livre vontade, investir em Portugal, se o país tem uma carga fiscal 50 pct acima da média europeia. É fundamental que haja uma perspectiva positiva que altere o estado de espírito dos empresários, da economia privada pois é o sector privado que faz evoluir a economia".
"Eu espero que isso aconteça porque foi o próprio Governo a anunciar que iria revêr a taxa de IRC. Se isso acontecer, Portugal poderá ter no segundo semestre um sinal novo de uma tendência que deixaria de ser recessiva para passar a revelar uma maior estabilidade e eventualmente de uma recuperação da economia que pudesse vir a acontecer em 2014".
REUTERS: No final do trimestre, o crédito em risco passou para 10,1 pct de 9,4 pct em Dezembro de 2012. Quais os segmentos em que mais se degradou a qualidade dos activos? As imparidades ainda terão tendência de subida? Porquê esta aceleração tão forte num trimestre?
RICARDO SALGADO: "O BES tem uma boa parte da carteira de crédito orientada para as empresas, trabalhamos com todos os sectores empresarias do país. A nossa carteira de 'corporate' são 73,5 pct (do crédito total) que é muitíssimo distribuída: na área dos serviços 14,8 pct, no 'real state' 11,4 pct, nos sector financeiro 7,9 pct, na distribuição e retalho 6,5 pct, na indústria de transformação 6,2 pct, nas telecoms 6 pct".
"Mas, é claro que os sectores que mais contribuíram para a insolvências foram naturalmente as empresas orientadas para o mercado doméstico. Desde logo, empresas de construção, a montante os fornecedores destas empresas e a juzante as subscontratadas daquelas. Temos também pequenos negócios da área comercial e a restauração que foi particularmente afectada".
"A construção, o comércio e a restauração tiveram uma contribuição importante para o aumento do desemprego no nosso país. O volume de emprego dificilmente voltará a recuperar, se não houver uma evolução positiva no sector da construção. Para essa evolução positiva poderão eventualmente contribuir estas medidas que o Governo tomou dos 'golden visas', de investimento estrangeiro que venha para Portugal a procurar ter o passaporte português e poderão investir no sector imobiliário, para já a venda de activos imobiliários pendentes, mas também de alguma forma a recuperação parcial do sector imobiliário também poderia começar por aí".
"O crédito em risco no sector empresarial deverá ainda aumentar nos próximos trimestres. Eu julgo que, quando chegarmos ao último trimestre deste ano, teremos uma visão mais clara e eu tenho fundadas expectativas de uma evolução mais favorável da evolução da economia"
REUTERS: Julgo que neste primeiro trimestre houve um grande aumento de depósitos -- 3.000 ME, dos quais 1.400 ME em Portugal. O que é que esteve por trás desta captação? Será que o BES está a pagar mais pelo 'funding' dos depósitos do que a concorrência?
RICARDO SALGADO: "Pode ter a certeza que não estamos a pagar mais do que a concorrência e que estamos a pagar menos".
"Isso revela a confiança, a força da nossa marca e certament
e a antiguidade é um factor. A rede tem evoluído constantemente no sentido de um 'upgrade' da qualidade dos serviços. Ganhámos um prémio de melhor classificado entre os bancos portugueses no European Consumer Index, é um trabalho que tem sido feito desde há muito tempo".
REUTERS: Este resultado pode manter-se?
RICARDO SALGADO: "Estamos perante uma imposição da 'troika' que aponta para um rácio de 'deleverage' de 120 pct no final de 2014, parece que esse rácio agora já não é tão mandatório quanto foi, e nós estamos nos 129 pct. Mas, nós estamos novamente a crescer no crédito e no crédito às empresas".
"Enquanto não estivermos nos 120 pct, a tendência é continuarmos a captar recursos e contribuir para o 'deleverage', mas queremos continuar a emprestar, nomeadamente às empresas exportadoras e PMEs onde temos tido um posicionamento estratégico muito forte".
"Não deveremos prever uma desaceleração significativa no crescimento dos depósitos".
"O facto de estarmos com um crescimento dos depósitos superior ao crescimento do crédito também contribuiu para deteriorar a conta de exploração porque naturalmente o custo dos recursos aumenta mais do que aumenta a receita que vem do crédito".
REUTERS: Para esta captação de recusos, o BES também beneficiou de não ter recorrido a ajuda estatal, aos CoCos, para se capitalizar?
RICARDO SALGADO: "Acho que isso foi positivo certamente. O facto que não ter sido um banco que teve intervenção estatal reforçou a identidade do BES como sendo um banco forte. Mas, os bancos que fizeram o aumento do capital com a intervenção do Estado também estão hoje muitíssimo bem capitalizados".
"Umas das características do sistema bancário português é a resiliência resultantes das medidas que atempadamente foram tomadas".
REUTERS: Nesta tendência adversa o BES vai olhar para os custos. Qual a redução de custos que vê? Haverá redução de balcões, pessoal?
RICARDO SALGADO: "Prevemos uma redução de custos na actividade em Portugal de 100 ME no conjunto dos três anos até 2015. Será em tudo aquilo que puder ser reduzido".
"Recordo que, como o BES nunca cresceu com aquisições, nós não temos gorduras na área administrativa e da capacidade produtiva em termos de recursos humanos que têm outros bancos, que cresceram por aquisições. Em relação à rede temos vindo a moldá-la à dimensão das necessidades desde há longa data e temos um 'cost-to-income' por balcão. Todos os anos temos reduzido o número de balcões e hoje há menos pessoas a virem aos balcões porque estão a utilizar o banco à distância através da Internet e do telefone. Isto dá-nos uma noção da menor necessidade da rede de balcões em termos físicos".
"Em termos de capacidade operativa, temos de reduzir todos os custos que pudermos e que não sejam essenciais para a nossa actividade. O objectivo é reduzir 3 pct este ano, cinco pct o ano que vem e seis pct o ano seguinte. Deverá produzir uma redução de custos de cerca de 15 pct em Portugal. Na área internacional, teremos de ter uma atenção com o controlo de custos, como sempre, mas continuaremos a investir em países e em plataformas e é natural que continue a haver um crescimento nos custos".
REUTERS: O BES tem uma posição de capital e liquidez confortável, gostaria de aumentar a quota em Portugal? E quanto à aposta no exterior?
RICARDO SALGADO: "A nossa quota média de mercado andará entre os 19 e os 20 pct, que já é uma quota bastante forte e a banca em Portugal está bastante concentrada. O BES aumentar quota por via de aquisições, certamente que não fará, mas por via da nossa qualidade operacional e de serviços prestados aos clientes é natural que ainda possamos aumentar alguma coisa".
"No entanto, o nosso objectivo agora é reforçar o nosso posicionamento externo. Acreditamos que haverá também uma boa hipótese em Espanha de aumentarmos a quota de mercado".
REUTERS: A margem também foi penalizada?
RICARDO SALGADO: "A margem foi penalizada com o aumento dos depósitos muito superior ao aumento do crédito, com o efeito de redução de volume no crédito por via das insolvências e juros anulados, com o reembolso de 1.000 ME de LTRO ao Banco Central Europeu (BCE) com um custo barato a 1 pct, com as emissões internacionais que fizemos no final do ano passado e este ano a taxas superiores e com o facto da taxa de juro (Euribor) estar a cair".
"Espero que a recuperação da margem aconteça até ao final do ano".
REUTERS: Como viu a emissão ontem dos Bonds da República a 10 anos? O BES foi pioneiro em emissões pós-bailout e, apesar da liquidez confortável, pode aproveitar esta janela de oportunidade para fazer uma nova emissão de Bonds, em breve?
RICARDO SALGADo: "É possível, depende naturalmente da evolução das taxas de juro. A evolução das taxas de juro tem sido surpreendente no sentido da baixa, apesar de alguns precalços no percurso como aconteceu no caso do Chipre".
"Mas, muitas vezes nós vamos ao mercado para estarmos presentes no mercado, para testarmos o mercado. Quem não está presente no mercado, é como na vida em geral esquece-se".
"É bom ter uma participação activida no mercado, mas tem de ser feita com muita ponderação".
"Esta colocação do Estado português foi excelente, a primeira vez que Portugal colocou uma emissão a 10 anos depois de dois anos do 'bailout' e a procura foi muito diversificada e superior a 10.000 ME para 3.000 ME de oferta. Conseguimos 'quadrar' a equação financeira do país para 2013 e ficámos já com a equação de 2014 em boa parte resolvida, isso é muito positivo. Houve muitos pedidos que foram pouco satisfeitos, e muito diversificados quer pela Europa quer pelos EUA, com muitos pedidos da Europa do norte. Até nos pedidos do mercado português, que representou 14 pct da colocação, houve muita procura que não foi satisfeita. E a taxa de juro foi bastante boa".
"Tivemos uma excelente demonstração da credibilidade externa que o país tem e que tem de ser aproveitada positivamente e é bom que a evolução política continue no bom sentido, no sentido construtivo e com os maiores consensos possíveis".
REUTERS: Então acha que o BES pode fazer, nos próximos tempos, em breve, uma nova emissão de Bonds?
RICARDO SALGADO: "É. Podemos ir ao mercado com Bonds e podemos ir ao mercado com operações de conversões de activos internacionais. Será a área financeira a dizer qual o momento oportuno para o fazer, mas estamos muito activos e a ouvir muito o mercado. É muito importante estar presente estar presente no mercado internacional".
"Nos fizemos um 'exchangeable' (Bond) com acções do Bradesco. Poderemos fazer outras operações desse estilo com outros activos internacionais. Nós (BES) devemos estar em permanência no mercado".
REUTERS: Quando é que acha que o sucesso da emissão da República a 10 anos pode ter um impacto positivo no financiamento da economia real? Há uma brutal melhoria sistemática da percepção do risco país -- a yield a 10 anos cai de mais de 17 pct em Janeiro de 2012 para 6,5 pct.
RICARDO SALGADO: "Começou desde o final do ano passado. Nós (BES) fomos ao mercado em Novembro, fomos ao mercado em Janeiro. O Estado foi ao mercado no início deste ano, foi novamente agora. Isto é um processo evolutivo que é fundamental que prossiga o seu curso porque é o mercado que nos pode permitir, de facto, os meios necessários para relançarmos a nossa actividade económica".
"Na medida em que nós (Portugal) consigamos convencer o mercado da bondade da execução das políticas que estão em curso, nós estaremos simultâneamente a atrair investimento estrangeiro, eu não tenho dúvidas sobre isto. Não só investimento por via dos empréstimos, mas também capital de risco, que é essencial para que
o país cresça".
REUTERS: Há um binómio austeridade-crescimento, faltam as políticas de crescimento. A austeridade neste momento é excessiva? Há cansaço da austeridade?
RICARDO SALGADO: "Hoje, toda a gente considera que a austeridade já ultrapassou os limites do razoável. Acredito que esse sentimento se esteja a propagar também à Europa porque vejo os políticos alemães a falarem na necessidade de relançarem a economia da Alemanha e da Europa. Vejo a União Europeia (UE) preocupada em analisar fontes de financiamento alternativos a médio e longo prazo".
"Ouço vozes cada vez mais em unissono no sentido que permitam à economia da Europa arrancar novamente e isso também me dá algum ânimo em relação à segunda metade deste ano. Considero que já vamos tarde porque, se não fizermos nada, o risco da recessão se agravar na Europa está aí, está presente, continua".
REUTERS: A instituição que mais fez p+ara resolver a crise das dívidas soberanas e do euro foi o BCE. Falta que os políticos, a UE e a Comissão Europeia, façam um pouco mais?
RICARDO SALGADO: "Se houve uma trave mestra de sustentação da União Europeia Monetária, não tenho dúvidas, que foi o BCE e as políticas do presidente Mario Draghi. Foi o elemento diferenciador em relação áquilo que seria necessário para a Europa encontrar sustentabilidade".
"Mas, essa sustentabilidade ainda não está garantida. A Europa tem ainda instintos de auto-destruição que estão a ultrapassar os limites do bom senso. Seria uma pena que o projecto europeu termine porque a única hipótese da Europa ter um papel importante no mundo global é manter-se unida -- a Europa hoje representa a maior plataforma comercial económica e financeira do mundo".
REUTERS: Então que medidas é que seriam necessárias para a Europa relançar o crescimento, conter o aumento do desemprego, a saturação da austeridade e a insegurança dos agentes económicos?
RICARDO SALGADO: "Parece-me que há uma realidade que já está absorvida por todos: cada Estado tem de ter uma sustentabilidade e ninguém pode pensar que os outros Estados estão disponíveis para financiar a falta de sustentabilidade de um ou outro Estado qualquer".
"Uma vez posta a ordem nas economias de cada país, daí até a Europa ter políticas de mutualização passa a ser quase evidente. Alguns Estados europeus não aceitam eurobonds é porque há países que pensam que ainda podem manter a falta de sustentabilidade das suas políticas internas à custa de outros, não pode ser".
REUTERS: Está confiante que Portugal cumprirá as metas orçamentais do resgate e que o país sairá do programa de ajustamento a partir de Junho de 2014?
RICARDO SALGADO: "Acredito que, com o tempo e com a flexibilidade que a troika tem demonstrado, Portugal poderá comprovar que não precisa de reestruturar a sua dívida, nem de um segundo resgate".
"Mas, se os políticos (portugueses) se desentenderem e se houver uma instabilidade nesse sentido, nós vamos direitos ao segundo resgate, à reestruturação da dívida e ao colapso".
REUTERS: Essa é uma mensagem, digamos assim, para os três partidos que tem tido responsabilidade governativas -- PSD, CDS-PP e PS? Tem de haver pontes entre a oposição e o Governo?
RICARDO SALGADO: "Tem de haver um esforço de todos no sentido de haver um consenso possível. O consenso não tem de ser perfeito, mas tem de ser sobre questões fundamentais, tais como encontrar a sustentabilidade para o nosso Estado".
"Tem de haver consenso para o nível de sustenabilidade das políticas do Estado: mais Segurança Social significa mais carga fiscal, menos Segurança Social significa menos carga fiscal. Mas é preciso que isso resulte de um consenso alargado".
"É fundamental que haja um esforço de consenso nesse caminho. Os partidos no Governo vão mudando, mas quem estiver no Governo tem de ter presente que a sustentabilidade do Estado é essencial".
(Por Sérgio Gonçalves; Editado por Filipa Cunha Lima)
((sergio.goncalves@thomsonreuters.com)(+351213509204)(Reuters Messaging: sergio.goncalves.reuters.com@reuters.net))
Considerando então que:
- com os cortes de despesas conseguem equilibrar as contas para não ter prejuízos
- com os T-Bills ganham 120 milhões
- com a venda de imóveis ganham 400 milhões
Parece-me que no final do ano terão 520 milhões de lucros!
Humm... isto ainda vai disparar...
- com os cortes de despesas conseguem equilibrar as contas para não ter prejuízos
- com os T-Bills ganham 120 milhões
- com a venda de imóveis ganham 400 milhões
Parece-me que no final do ano terão 520 milhões de lucros!
Humm... isto ainda vai disparar...

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manchini Escreveu:Boas,
Se alguém souber e puder explicar, agradecia desde já.
Segundo o BPI, que hoje baixou de 1,15€ para .95€, fala em negociações com T-Bills durante o trimestre com potenciais mais valias de 120M(milhões).
1) O que são T-Bills?
2) Como só são potências não podem contabilizar, é isso?
Manchini
Boas,
Ok, as T-Bills são tipo bilhetes do tesouro dos EUA.
Agora ao nível contabilístico, só quando são vencidos ou vendidos é que entram nas contas?
Manchini
lfhm Escreveu:rpcnunes Escreveu:Antonio7 Escreveu:Importante! mas esquecido e omitido por este jornal...lamentável
Societe General dá uma recomendação de compra do BES com price target de €1.30
http://utahpeoplespost.com/2013/05/banc ... erale-bes/
É verdade. O corte do JPMorgan para um preço-alvo de 0,55 eur é que passou com grande relevo.
Como se um banco por ter um prejuizo de 60 milhões num trimestre, perdesse desde logo quase metade do valor!!!
Ridículo só mostra a credibilidade das avaliações que fazem. O professor Chibanga deve ser o principal manager lá do sitio.
O rumo de um título raramente fica definido pela apresentação de resultados. A Google no ano passado também caiu uns 15% nos dois dias a seguir aos resultados um mês depois estava em máximos históricos.
Mas será ,
que não haverá da parte do Morgan algum "outro interesse", para Eles Próprios ou para os seus Clientes , Como por ex: Preparar para entrar.

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lfhm Escreveu:O rumo de um título raramente fica definido pela apresentação de resultados. A Google no ano passado também caiu uns 15% nos dois dias a seguir aos resultados um mês depois estava em máximos históricos.
A jerónimo apresentou agora bons resultados que deu origem a um salto de 17 para 18€. Valor esse que tem-se vindo a manter há já vários dias.
Podes ter razão mas.. o contrário não é impossível.
Quanto aos preços-alvos.. quando uns dizem 0.55 e outros 1.30, não percebo como é que ainda continuamos a perder tempo a falar sobre avaliações.
Quando todos apresentavam avalições acima de 1 euro, a cotada andava a ser negociada a 0.7...
Epá.. é como o boletim metereológico. Toda a gente quer saber, mas ninguém acredita muito naquilo. Vale o que vale.
"Investors can't change the direction of the wind, but can adjust the sails."
entrei ontem no fecho, e não estou arrependido.
isto é tudo feito para eles comprarem o mais barato possivél.
por isso o RSI está a 20(+-), tém tudo para recuperar.
CALMA, MUITA CALMA......
abraços
isto é tudo feito para eles comprarem o mais barato possivél.
por isso o RSI está a 20(+-), tém tudo para recuperar.
CALMA, MUITA CALMA......
abraços
lfhm Escreveu:rpcnunes Escreveu:Antonio7 Escreveu:Importante! mas esquecido e omitido por este jornal...lamentável
Societe General dá uma recomendação de compra do BES com price target de €1.30
http://utahpeoplespost.com/2013/05/banc ... erale-bes/
É verdade. O corte do JPMorgan para um preço-alvo de 0,55 eur é que passou com grande relevo.
Como se um banco por ter um prejuizo de 60 milhões num trimestre, perdesse desde logo quase metade do valor!!!
Ridículo só mostra a credibilidade das avaliações que fazem. O professor Chibanga deve ser o principal manager lá do sitio.
O rumo de um título raramente fica definido pela apresentação de resultados. A Google no ano passado também caiu uns 15% nos dois dias a seguir aos resultados um mês depois estava em máximos históricos.
Rasteiro
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rpcnunes Escreveu:Antonio7 Escreveu:Importante! mas esquecido e omitido por este jornal...lamentável
Societe General dá uma recomendação de compra do BES com price target de €1.30
http://utahpeoplespost.com/2013/05/banc ... erale-bes/
É verdade. O corte do JPMorgan para um preço-alvo de 0,55 eur é que passou com grande relevo.
Como se um banco por ter um prejuizo de 60 milhões num trimestre, perdesse desde logo quase metade do valor!!!
Ridículo só mostra a credibilidade das avaliações que fazem. O professor Chibanga deve ser o principal manager lá do sitio.
O rumo de um título raramente fica definido pela apresentação de resultados. A Google no ano passado também caiu uns 15% nos dois dias a seguir aos resultados um mês depois estava em máximos históricos.
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