O que acontecerá ao preço dos combustíveis durante 2013?
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Brass River Escreveu:Caro gorgol. A margem bruta das refinarias na Europa são 3 uso/bbl ?? Para que tipo de refinaria ? Hydroskimming, CRACKING, hydrocracking ? A margem de uma refinaria depende de muitas coisas. O tipo de refinaria é por vezes o mais importante mas o enquadramento (preços de mercado dos produtos) também o é; a localização geográfica da refinaria também é importante bem como a flexibilidade da própria refinaria por exemplo em poder tratar muitos tipos diferentes de matérias primas. Para tua informação 2012 foi um ano em que durante longos períodos o próprio benchmark do CRACKING foi negativo (preço dos produtos abaixo do Crude).
Abraço
Brass
Brass river é um local petrolífero!
Conceitos (ver relatório e contas da Galp):
Margem de refinação de benchmark = 45% hydrocraking + 42,5% cracking de Roterdão + 7% óleos base + 5% aromáticos.
Algumas componentes tiveram negativas. O hydroskimming como a fábrica de combs de Matosinhos é o normal. Quantas vezes já se falou em fechar a refinaria do porto? Só as fábricas de aromáticos, de óleos base e a operação logística justificam a refinaria. Hoje com a troca de componentes com Sines permite ter 2 refinarias interligadas e o output é o de uma refinaria conjunta.
Já agora a margem de refinação da Galp em 2012 foi de $ 2,2/bbl e neste primeiro trimestre de 1,8.
Para os Gomes Ferreira que muito falam mas pouco estudam ou sabem:
Qual foi o EBIT da galp no primeiro trimestre deste ano e em 2012, no negócio da Refinação e Distribuição?
Resposta: Zero e menos € 26 milhões respetivamente.
O Amorim deve estar vendedor deste segmento!
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Caro gorgol. A margem bruta das refinarias na Europa são 3 uso/bbl ?? Para que tipo de refinaria ? Hydroskimming, CRACKING, hydrocracking ? A margem de uma refinaria depende de muitas coisas. O tipo de refinaria é por vezes o mais importante mas o enquadramento (preços de mercado dos produtos) também o é; a localização geográfica da refinaria também é importante bem como a flexibilidade da própria refinaria por exemplo em poder tratar muitos tipos diferentes de matérias primas. Para tua informação 2012 foi um ano em que durante longos períodos o próprio benchmark do CRACKING foi negativo (preço dos produtos abaixo do Crude).
Abraço
Brass
Abraço
Brass
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http://www.tabonito.pt/jose-gomes-ferre ... ita-gente/
Sempre disse que achava que existia um cartel das gasolineiras.
Parece que não sou só eu.
A330
Sempre disse que achava que existia um cartel das gasolineiras.
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O principal fator que pode influenciar, e muito, o preço do crude este ano é a instabilidade no Médio Oriente. Em especial uma guerra com o Irão.
O Irão está a atingir o "ponto de não retorno" na produção de urânio enriquecido, prevendo-se que durante o 1º semestre tenha quantidade e qualidade suficiente para armas nucleares, o que já foi declarado uma "red line" por americanos e israelitas.
Por outro lado a situação na Síria está a degradar-se e cada vez mais a internacionalizar-se. Já há forças americanas, russas, turcas e árabes preparadas para intervir, o que desencadearia uma resposta por parte do Irão que não quer deixar cair o seu aliado estratégico.
Em caso de conflito o preço do crude pode disparar para $200 o barril, ou mais. Nem é preciso que haja um conflito aberto, basta que haja a ameaça real o que levaria logo as seguradoras a suspender os seguros dos petroleiros. E ninguém arriscaria navegar sem seguro.
Nesse caso a duração da alta dependerá muito do nível de estragos à capacidade de produção e transporte de crude da Arábia Saudita, Koweit, Emiratos. Se for uma intervenção rápida, embora intensa, sem grandes estragos, o preço regressará rapidamente aos niveis normais. Até porque os países ocidentais iriam acionar as suas reservas estratégicas.
Se o conflito se prolongar e os estragos forem consideráveis, então a alta do crude pode durar semanas ou meses e alterar por completo as previsões.
O Irão está a atingir o "ponto de não retorno" na produção de urânio enriquecido, prevendo-se que durante o 1º semestre tenha quantidade e qualidade suficiente para armas nucleares, o que já foi declarado uma "red line" por americanos e israelitas.
Por outro lado a situação na Síria está a degradar-se e cada vez mais a internacionalizar-se. Já há forças americanas, russas, turcas e árabes preparadas para intervir, o que desencadearia uma resposta por parte do Irão que não quer deixar cair o seu aliado estratégico.
Em caso de conflito o preço do crude pode disparar para $200 o barril, ou mais. Nem é preciso que haja um conflito aberto, basta que haja a ameaça real o que levaria logo as seguradoras a suspender os seguros dos petroleiros. E ninguém arriscaria navegar sem seguro.
Nesse caso a duração da alta dependerá muito do nível de estragos à capacidade de produção e transporte de crude da Arábia Saudita, Koweit, Emiratos. Se for uma intervenção rápida, embora intensa, sem grandes estragos, o preço regressará rapidamente aos niveis normais. Até porque os países ocidentais iriam acionar as suas reservas estratégicas.
Se o conflito se prolongar e os estragos forem consideráveis, então a alta do crude pode durar semanas ou meses e alterar por completo as previsões.
As pessoas são tão ingénuas e tão agarradas aos seus interesses imediatos que um vigarista hábil consegue sempre que um grande número delas se deixe enganar.
Niccolò Machiavelli
http://www.facebook.com/atomez
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Re: O que acontecerá ao preço dos combustíveis durante 2013?
gorgol Escreveu:O combustível low cost não existe, visto a diferença de preço não vir da aditivação, mas do canal onde se distribui, portanto é tudo um engano da DECO e da politicos que acham que sem combs aditivados o preço baixa, até porque não subiu quando as petrolíferas começaram a aditivar.
Este é um ponto pertinente que infelizmente está afogado em ruído, em parte por culpa das próprias petrolíferas que acabam vítimas do seu próprio marketing mas depois com outros agentes, orgãos e entidades a somar ao ruído: a questão dos aditivos nunca foi significativamente relevante, nem ao nível da qualidade dos combustíveis nem ao nível dos preços.
A diferença entre a BP/Galp e afins e as chamadas marcas brancas é essencialmente uma diferença de modelos de marketing (por exemplo, se se praticam descontos directos ou por mecanismos de fidelização e/ou parcerias) e de modelos de negócio (por exemplo, qual o core business, onde se localizam os postos, etc).
Pelas margens em si, os preços pouco (praticamente nada, não é algo que o consumidor vá notar) podem baixar, infelizmente...
FLOP - Fundamental Laws Of Profit
1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
Re: O que acontecerá ao preço dos combustíveis durante 2013?
tiagopt Escreveu:Elias Escreveu:tiagopt Escreveu:Mas mesmo que tal não aconteça para já, e o preço não desça por esse motivo, também não acredito que esse factor seja responsável por um aumento dos preços.
Mas se o efeito for, como sugeres, uma diminuição das margens, até pode acontecer haver um aumento de preços nas 'brancas' e uma diminuição nas 'de marca'.
Sim, em última análise se o mercado reconhecesse ambos os produtos como equivalentes haveria um equilíbrio de valor. Aumentando os de marca branca e diminuindo os restantes.
Gorgol,
Estou sempre disposto a aprender com quem sabe muito mais do que eu. Se quiser partilhar em que parte o meu raciocínio falhou, só tenho a agradecer.
Só para clarificar, por não complexificar as ideias não quer dizer que não as compreenda. O objectivo era mesmo simplificar e não dar uma aula do nível das que serão dadas nos institutos que ministram cursos sobre petróleo em França e Inglaterra.
Vou apenas acrescentar o seguinte para veres esta matéria é muito específica e não se vai lá com os conhecimentos gerais:
As margens brutas das refinarias são definidas em USD/barril e na europa são da ordem dos € 3 USD/barril. Este valor não paga os custos. Existem 2 benchmarks consoante a complexidade das refinarias que são: hydroskim e refinaria de cracking. Os benchmarks na Europa são referidos a Roterdão. Todas as refinarias vendem os produtos (destilados e residuos em cotações internacionais, definidas em Roterdão ou em Marselha (MED) para as refinarias do mediterrâneo, logo não há monopolios desde que mercados livres e pratica-se o preço de import parity. As margens de refinação são um cálculo complexo entre imputs e outputs de uma refinaria.
Tens 3 refinarias em Espanha que podem facilmente e a abaixo custo colocar produtos em Portugal: huelva, Portolhano e el Ferrol. Importando do Norte da Europa qualquer operador pode funcionar.
A margem de 15 cts/litro é a margem bruta de comercialização, isto é depois de Ex works duma refinaria.
A este valor tens de retirar: descontos vários, operações de logística, como parques e transportes, rendas de terrenos onde estão os postos, custos de mkt, manutenção e sistemas,investimento e amortização de equipamentos, custo de operação do posto.
O combustível low cost não existe, visto a diferença de preço não vir da aditivação, mas do canal onde se distribui, portanto é tudo um engano da DECO e da politicos que acham que sem combs aditivados o preço baixa, até porque não subiu quando as petrolíferas começaram a aditivar.
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Re: O que acontecerá ao preço dos combustíveis durante 2013?
Elias Escreveu:tiagopt Escreveu:Mas mesmo que tal não aconteça para já, e o preço não desça por esse motivo, também não acredito que esse factor seja responsável por um aumento dos preços.
Mas se o efeito for, como sugeres, uma diminuição das margens, até pode acontecer haver um aumento de preços nas 'brancas' e uma diminuição nas 'de marca'.
Sim, em última análise se o mercado reconhecesse ambos os produtos como equivalentes haveria um equilíbrio de valor. Aumentando os de marca branca e diminuindo os restantes.
Gorgol,
Estou sempre disposto a aprender com quem sabe muito mais do que eu. Se quiser partilhar em que parte o meu raciocínio falhou, só tenho a agradecer.
Só para clarificar, por não complexificar as ideias não quer dizer que não as compreenda. O objectivo era mesmo simplificar e não dar uma aula do nível das que serão dadas nos institutos que ministram cursos sobre petróleo em França e Inglaterra.
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Re: O que acontecerá ao preço dos combustíveis durante 2013?
tiagopt Escreveu:No final do mês de Dezembro de cada ano surgem sempre várias previsões e anúncios de aumentos nos mais diversos bens e serviços. Os combustíveis são hoje responsáveis por uma importante fatia do orçamento das famílias e é por isso fundamental que se anteveja o que o novo ano nos pode trazer nesse campo.
Para os mais impacientes, fica já a conclusão. Na minha opinião, durante o próximo ano veremos o preço dos combustíveis baixar. Passemos então à explicação por detrás desta teoria.
Há, assim por alto, pelo menos 5 factores que têm uma influência significativa no preço final dos combustíveis: A margem de lucro das gasolineiras, os impostos sobre os produtos petrolíferos, a margem de lucro de quem refina, o preço da matéria prima e o factor cambial.
Margem de lucro das gasolineiras
2013 tem tudo para ser um ano de quebra de margens para as gasolineiras. O trabalho de desmistificação por parte da DECO relativamente à falta de benefício dos combustíveis aditivados veio criar algum desconforto nas gasolineiras, que deixam de ter um argumento sólido para se oporem ao desejo que o governo tem em obrigá-las a fornecerem também combustível não aditivado. Mesmo que o poder do lobby vença esta guerra e a medida não passe do papel, a tendência do próximo ano nunca será de aumento nas margens, pelo contrário.
Impostos sobre produtos petrolíferos
O orçamento de estado para 2013 prevê um aumento deste imposto, o que não vem ajudar a minha teoria. Felizmente este aumento é praticamente irrelevante, significando cerca de 0,2 cêntimos por litro no preço final do gasóleo e 0,11 cêntimos no da gasolina. Isto significará um aumento médio de 10 cêntimos por depósito. Não poderemos esperar daqui uma diminuição no preço final mas também não se antevê um acréscimo relevante de impostos neste campo para o próximo ano, o que é menos mau.
Margem de lucro das refinarias
Esta área continua a ser demasiado monopolista, o que não ajuda de forma alguma o consumidor final. As margens de lucro das refinarias no nosso país andavam, da última vez que verifiquei, por volta dos 16 cêntimos por litro. Não é nenhuma fortuna, têm de ganhar a sua parte, mas se houvesse um aumento da concorrência poderíamos ver essa margem cair para metade. Sendo realistas e concretos, não se espera que tal aconteça em 2013. Poderá inclusive haver um aumento ligeiro para compensar o aumento da inflação (e as quebras de rendimento provocadas pela diminuição da procura). Ainda assim não acredito que os aumentos de margem no próximo ano sejam escandalosos.
Preço da matéria prima
Deixei a matéria prima e o factor cambial para o final por serem os mais relevantes e aqueles que sofrerão certamente uma maior alteração no próximo ano. Comecemos pela matéria prima. O nosso país tem como referência o preço do Brent, que serve de referência para praticamente todo o mundo à excepção dos Estados Unidos. Ora, isto é mau para nós... Quanto mais fulgorante estiver a economia mundial mais elevado será o preço do Brent. Porquê? Porque os mercados associam o fulgor económico a um maior consumo de petróleo, e o maior consumo faz aumentar o preço. Estando os emergentes ainda em franco crescimento nós levamos por tabela!
Ora, para 2013 é provável que a economia Mundial abrande, ou pelo menos que os maiores motores abrandem o ritmo de crescimento. Se isso ocorrer, o preço do Brent descerá progressivamente para níveis mais razoáveis. Tecnicamente falando, estamos agora numa zona de considerável resistência e o próximo suporte é nos 85 dólares! Existe uma franca probabilidade de o Brent sofrer uma quebra a rondar os 25% nos próximos meses, o que aliviaria em muito as carteiras dos consumidores.
A adicionar a este factor temos actualmente um dos maiores diferenciais entre Brent e Crude dos últimos anos! Actualmente o preço do Brent está 33% acima do preço do Crude, o que me parece claramente exagerado. Se houver uma convergência de preços, como eu espero que haja, esta convergência fará baixar o preço do Brent.
A estabilidade geopolítica não pode também ser desprezada. Sempre que os Americanos se metem em confusões pagamos todos, porque o preço do petróleo aumenta. Felizmente o presidente Obama é uma pessoa sensata e tem diminuído os confrontos e tensões com países produtores de petróleo. Se a estabilidade Geopolítica se mantiver, também daí não teremos surpresas. Só para terminar este ponto, e não querendo ser exaustivo, let me make this clear: a ameaça de precipício orçamental dos US não faz o preço dos combustíveis aumentar, como os nossos jornais têm anunciado diariamente. Pelo contrário, se os US caírem numa recessão e se essa recessão contaminar o mundo é mais do que expectável que o preço dos combustíveis caia!
Factor Cambial
A cotação da matéria prima continua a fazer-se na moeda de referência mundial, o dólar. Nós compramos a matéria prima em Euros. Isto significa que quando o Euro está "forte" pagamos menos do que quando este está "fraco". Como bem sabemos, a Europa tem atravessado uma crise que (na minha modesta opinião) tem mais de alarmista do que de concreta. Os mercados, como sempre, exacerbam os movimentos e as modas. Isso fez com que o Euro estivesse em 2012 extremamente baixo relativamente ao Dólar. Felizmente para nós, esta crise trouxe-nos a oportunidade de reestruturarmos alguns dos pontos fracos da economia, reforçando-a. Pelo contrário, os US "taparam o sol com a peneira". Ao invés de corrigirem os problemas, adiaram-nos com mais problemas. E a dívida continua a aumentar.... de forma assustadora!
Isto tudo para dizer que estou extremamente pessimista em relação ao futuro do Dólar e optimista em relação ao comportamento do Euro face a esta divisa, a recuperação de 10% dos últimos meses poderá não ficar por aqui. A confirmar-se esta previsão poderíamos contar com mais um factor a ajudar-nos durante o próximo ano. Veríamos certamente a balança comercial ser prejudicada mas pelo menos os combustíveis também ficariam mais baratos.
É verdade que a melhor altura para fazer prognósticos é no fim do jogo. Só mesmo no fim do jogo é que evitamos o erro, erro que tantas e tantas vezes acontece nos mercados. Mas se formos acompanhando as tendências poderemos tentar prever o que acontecerá num futuro de curto/médio prazo e, se possível, ganhar algum dinheiro com isso. Aproveito este último post do ano para desejar a todos os que acompanham este espaço um feliz ano novo. Ainda não será no novo ano que a minha atenção regressará em pleno ao blog, pois continuo fortemente condicionado pelo doutoramento e pelo trabalho, mas não deixo de acompanhar com frequência a evolução dos mercados. Se tiverem alguma questão ou comentário já sabem que mos podem fazer chegar por e-mail ou pelo Facebook, eu vou sempre respondendo.
Um bom ano novo cheio de saúde, sucesso e dinheiro!!
Esta análise está muito errada. Tenho pena em dizer isto com esta frontalidade. Demonstra que não sabe como se desenvolvem os preços na fileira do petróleo. Aconselho a tirar um curso nos vários institutos sobre o petroleo existentes em França e Inglaterra.
Enfim, são tudo palpites!
Algunas ideias básicas;
A margem das refinarias portuguesas é definida pelos preços Europeus dos destilados. Palavras como platt´s, ARA, CIF NWE, dizem-te alguma coisa? As margens liquidas foram negativas nos últimos anos. Toda a refinação na Europa perdeu dinheiro. Não te deixes levar pelas margens brutas.
A margem de lucro da petrolíferas é elevada? Como sabes? Para o ano é que vai baixar? Não sabes como elas fazem o cálculo, nem que estratégias têm? Era capaz de afirmar que vão tentar melhorar as margens, pois nos últimos anos foram más; basta o consumo recuperar. Quais as consequências na rentabilidade pelo facto de o mercado cair 20%, nos últimos anos e respectivo impacto dos custos fixos na rentabilidade?
Todas as petroliferas (majors) estão vendedoras de operações de retalho/refinação e a concentrar-se no upstream. Porque será?
O câmbio e as matérias primas - qualquer um pode ter os argumentos contrários e concluir o oposto.
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Re: O que acontecerá ao preço dos combustíveis durante 2013?
tiagopt Escreveu:Mas mesmo que tal não aconteça para já, e o preço não desça por esse motivo, também não acredito que esse factor seja responsável por um aumento dos preços.
Mas se o efeito for, como sugeres, uma diminuição das margens, até pode acontecer haver um aumento de preços nas 'brancas' e uma diminuição nas 'de marca'.

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Re: O que acontecerá ao preço dos combustíveis durante 2013?
Elias Escreveu:tiago,
Gostei da análise.
Deixo apenas duas notas:
1 - IVA
Não referiste o IVA, mas se houver mexidas na taxa de IVA, isso irá reflectir-se no PVP.
2-tiagopt Escreveu:Margem de lucro das gasolineiras
2013 tem tudo para ser um ano de quebra de margens para as gasolineiras. O trabalho de desmistificação por parte da DECO relativamente à falta de benefício dos combustíveis aditivados veio criar algum desconforto nas gasolineiras, que deixam de ter um argumento sólido para se oporem ao desejo que o governo tem em obrigá-las a fornecerem também combustível não aditivado.
Este é o aspecto que me suscita mais dúvidas.
Não acho que a DECO tenha desmistificado coisa alguma.
Não acho que tenha sido criado desconforto nas gasolineiras.
E se os combustíveis são realmente todos iguais, porque é que as pessoas que se 'queixam' não se limitam a abastecer onde é mais barato (áreas comerciais) em lugar de quererem regular as margens das marcas? Será porque querem poder abastecer a preço de marca branca mas sem terem de ir longe ou de estar em filas?
Convém notar que noutros países europeus também existe uma diferença de 10-15 cêntimos entre as marcas brancas e os combustíveis 'de marca'.
1 abraço e Boas Entradas,
Elias
Olá Elias,
Tens razão, esqueci-me do IVA... Fica para o update 2.0:)
Em relação à tua outra observação, acredito que tenha sido criado algum desconforto. Pelo menos foi aberto caminho para a necessidade de argumentação mais sólida e científica no que diz respeito às vantagens dos aditivos.
Pessoalmente não defendo a regulação das margens das marcas, acredito sim que se a maioria das pessoas ficar alerta para as possíveis não-vantagens dos aditivos o mercado fará o seu papel e o gap diminuirá. Mas mesmo que tal não aconteça para já, e o preço não desça por esse motivo, também não acredito que esse factor seja responsável por um aumento dos preços.
Abraço,
Tiago
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Re: O que acontecerá ao preço dos combustíveis durante 2013?
tiago,
Gostei da análise.
Deixo apenas duas notas:
1 - IVA
Não referiste o IVA, mas se houver mexidas na taxa de IVA, isso irá reflectir-se no PVP.
2-
Este é o aspecto que me suscita mais dúvidas.
Não acho que a DECO tenha desmistificado coisa alguma.
Não acho que tenha sido criado desconforto nas gasolineiras.
E se os combustíveis são realmente todos iguais, porque é que as pessoas que se 'queixam' não se limitam a abastecer onde é mais barato (áreas comerciais) em lugar de quererem regular as margens das marcas? Será porque querem poder abastecer a preço de marca branca mas sem terem de ir longe ou de estar em filas?
Convém notar que noutros países europeus também existe uma diferença de 10-15 cêntimos entre as marcas brancas e os combustíveis 'de marca'.
1 abraço e Boas Entradas,
Elias
Gostei da análise.
Deixo apenas duas notas:
1 - IVA
Não referiste o IVA, mas se houver mexidas na taxa de IVA, isso irá reflectir-se no PVP.
2-
tiagopt Escreveu:Margem de lucro das gasolineiras
2013 tem tudo para ser um ano de quebra de margens para as gasolineiras. O trabalho de desmistificação por parte da DECO relativamente à falta de benefício dos combustíveis aditivados veio criar algum desconforto nas gasolineiras, que deixam de ter um argumento sólido para se oporem ao desejo que o governo tem em obrigá-las a fornecerem também combustível não aditivado.
Este é o aspecto que me suscita mais dúvidas.
Não acho que a DECO tenha desmistificado coisa alguma.
Não acho que tenha sido criado desconforto nas gasolineiras.
E se os combustíveis são realmente todos iguais, porque é que as pessoas que se 'queixam' não se limitam a abastecer onde é mais barato (áreas comerciais) em lugar de quererem regular as margens das marcas? Será porque querem poder abastecer a preço de marca branca mas sem terem de ir longe ou de estar em filas?
Convém notar que noutros países europeus também existe uma diferença de 10-15 cêntimos entre as marcas brancas e os combustíveis 'de marca'.
1 abraço e Boas Entradas,
Elias
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O que acontecerá ao preço dos combustíveis durante 2013?
No final do mês de Dezembro de cada ano surgem sempre várias previsões e anúncios de aumentos nos mais diversos bens e serviços. Os combustíveis são hoje responsáveis por uma importante fatia do orçamento das famílias e é por isso fundamental que se anteveja o que o novo ano nos pode trazer nesse campo.
Para os mais impacientes, fica já a conclusão. Na minha opinião, durante o próximo ano veremos o preço dos combustíveis baixar. Passemos então à explicação por detrás desta teoria.
Há, assim por alto, pelo menos 5 factores que têm uma influência significativa no preço final dos combustíveis: A margem de lucro das gasolineiras, os impostos sobre os produtos petrolíferos, a margem de lucro de quem refina, o preço da matéria prima e o factor cambial.
Margem de lucro das gasolineiras
2013 tem tudo para ser um ano de quebra de margens para as gasolineiras. O trabalho de desmistificação por parte da DECO relativamente à falta de benefício dos combustíveis aditivados veio criar algum desconforto nas gasolineiras, que deixam de ter um argumento sólido para se oporem ao desejo que o governo tem em obrigá-las a fornecerem também combustível não aditivado. Mesmo que o poder do lobby vença esta guerra e a medida não passe do papel, a tendência do próximo ano nunca será de aumento nas margens, pelo contrário.
Impostos sobre produtos petrolíferos
O orçamento de estado para 2013 prevê um aumento deste imposto, o que não vem ajudar a minha teoria. Felizmente este aumento é praticamente irrelevante, significando cerca de 0,2 cêntimos por litro no preço final do gasóleo e 0,11 cêntimos no da gasolina. Isto significará um aumento médio de 10 cêntimos por depósito. Não poderemos esperar daqui uma diminuição no preço final mas também não se antevê um acréscimo relevante de impostos neste campo para o próximo ano, o que é menos mau.
Margem de lucro das refinarias
Esta área continua a ser demasiado monopolista, o que não ajuda de forma alguma o consumidor final. As margens de lucro das refinarias no nosso país andavam, da última vez que verifiquei, por volta dos 16 cêntimos por litro. Não é nenhuma fortuna, têm de ganhar a sua parte, mas se houvesse um aumento da concorrência poderíamos ver essa margem cair para metade. Sendo realistas e concretos, não se espera que tal aconteça em 2013. Poderá inclusive haver um aumento ligeiro para compensar o aumento da inflação (e as quebras de rendimento provocadas pela diminuição da procura). Ainda assim não acredito que os aumentos de margem no próximo ano sejam escandalosos.
Preço da matéria prima
Deixei a matéria prima e o factor cambial para o final por serem os mais relevantes e aqueles que sofrerão certamente uma maior alteração no próximo ano. Comecemos pela matéria prima. O nosso país tem como referência o preço do Brent, que serve de referência para praticamente todo o mundo à excepção dos Estados Unidos. Ora, isto é mau para nós... Quanto mais fulgorante estiver a economia mundial mais elevado será o preço do Brent. Porquê? Porque os mercados associam o fulgor económico a um maior consumo de petróleo, e o maior consumo faz aumentar o preço. Estando os emergentes ainda em franco crescimento nós levamos por tabela!
Ora, para 2013 é provável que a economia Mundial abrande, ou pelo menos que os maiores motores abrandem o ritmo de crescimento. Se isso ocorrer, o preço do Brent descerá progressivamente para níveis mais razoáveis. Tecnicamente falando, estamos agora numa zona de considerável resistência e o próximo suporte é nos 85 dólares! Existe uma franca probabilidade de o Brent sofrer uma quebra a rondar os 25% nos próximos meses, o que aliviaria em muito as carteiras dos consumidores.
A adicionar a este factor temos actualmente um dos maiores diferenciais entre Brent e Crude dos últimos anos! Actualmente o preço do Brent está 33% acima do preço do Crude, o que me parece claramente exagerado. Se houver uma convergência de preços, como eu espero que haja, esta convergência fará baixar o preço do Brent.
A estabilidade geopolítica não pode também ser desprezada. Sempre que os Americanos se metem em confusões pagamos todos, porque o preço do petróleo aumenta. Felizmente o presidente Obama é uma pessoa sensata e tem diminuído os confrontos e tensões com países produtores de petróleo. Se a estabilidade Geopolítica se mantiver, também daí não teremos surpresas. Só para terminar este ponto, e não querendo ser exaustivo, let me make this clear: a ameaça de precipício orçamental dos US não faz o preço dos combustíveis aumentar, como os nossos jornais têm anunciado diariamente. Pelo contrário, se os US caírem numa recessão e se essa recessão contaminar o mundo é mais do que expectável que o preço dos combustíveis caia!
Factor Cambial
A cotação da matéria prima continua a fazer-se na moeda de referência mundial, o dólar. Nós compramos a matéria prima em Euros. Isto significa que quando o Euro está "forte" pagamos menos do que quando este está "fraco". Como bem sabemos, a Europa tem atravessado uma crise que (na minha modesta opinião) tem mais de alarmista do que de concreta. Os mercados, como sempre, exacerbam os movimentos e as modas. Isso fez com que o Euro estivesse em 2012 extremamente baixo relativamente ao Dólar. Felizmente para nós, esta crise trouxe-nos a oportunidade de reestruturarmos alguns dos pontos fracos da economia, reforçando-a. Pelo contrário, os US "taparam o sol com a peneira". Ao invés de corrigirem os problemas, adiaram-nos com mais problemas. E a dívida continua a aumentar.... de forma assustadora!
Isto tudo para dizer que estou extremamente pessimista em relação ao futuro do Dólar e optimista em relação ao comportamento do Euro face a esta divisa, a recuperação de 10% dos últimos meses poderá não ficar por aqui. A confirmar-se esta previsão poderíamos contar com mais um factor a ajudar-nos durante o próximo ano. Veríamos certamente a balança comercial ser prejudicada mas pelo menos os combustíveis também ficariam mais baratos.
É verdade que a melhor altura para fazer prognósticos é no fim do jogo. Só mesmo no fim do jogo é que evitamos o erro, erro que tantas e tantas vezes acontece nos mercados. Mas se formos acompanhando as tendências poderemos tentar prever o que acontecerá num futuro de curto/médio prazo e, se possível, ganhar algum dinheiro com isso. Aproveito este último post do ano para desejar a todos os que acompanham este espaço um feliz ano novo. Ainda não será no novo ano que a minha atenção regressará em pleno ao blog, pois continuo fortemente condicionado pelo doutoramento e pelo trabalho, mas não deixo de acompanhar com frequência a evolução dos mercados. Se tiverem alguma questão ou comentário já sabem que mos podem fazer chegar por e-mail ou pelo Facebook, eu vou sempre respondendo.
Um bom ano novo cheio de saúde, sucesso e dinheiro!!
Para os mais impacientes, fica já a conclusão. Na minha opinião, durante o próximo ano veremos o preço dos combustíveis baixar. Passemos então à explicação por detrás desta teoria.
Há, assim por alto, pelo menos 5 factores que têm uma influência significativa no preço final dos combustíveis: A margem de lucro das gasolineiras, os impostos sobre os produtos petrolíferos, a margem de lucro de quem refina, o preço da matéria prima e o factor cambial.
Margem de lucro das gasolineiras
2013 tem tudo para ser um ano de quebra de margens para as gasolineiras. O trabalho de desmistificação por parte da DECO relativamente à falta de benefício dos combustíveis aditivados veio criar algum desconforto nas gasolineiras, que deixam de ter um argumento sólido para se oporem ao desejo que o governo tem em obrigá-las a fornecerem também combustível não aditivado. Mesmo que o poder do lobby vença esta guerra e a medida não passe do papel, a tendência do próximo ano nunca será de aumento nas margens, pelo contrário.
Impostos sobre produtos petrolíferos
O orçamento de estado para 2013 prevê um aumento deste imposto, o que não vem ajudar a minha teoria. Felizmente este aumento é praticamente irrelevante, significando cerca de 0,2 cêntimos por litro no preço final do gasóleo e 0,11 cêntimos no da gasolina. Isto significará um aumento médio de 10 cêntimos por depósito. Não poderemos esperar daqui uma diminuição no preço final mas também não se antevê um acréscimo relevante de impostos neste campo para o próximo ano, o que é menos mau.
Margem de lucro das refinarias
Esta área continua a ser demasiado monopolista, o que não ajuda de forma alguma o consumidor final. As margens de lucro das refinarias no nosso país andavam, da última vez que verifiquei, por volta dos 16 cêntimos por litro. Não é nenhuma fortuna, têm de ganhar a sua parte, mas se houvesse um aumento da concorrência poderíamos ver essa margem cair para metade. Sendo realistas e concretos, não se espera que tal aconteça em 2013. Poderá inclusive haver um aumento ligeiro para compensar o aumento da inflação (e as quebras de rendimento provocadas pela diminuição da procura). Ainda assim não acredito que os aumentos de margem no próximo ano sejam escandalosos.
Preço da matéria prima
Deixei a matéria prima e o factor cambial para o final por serem os mais relevantes e aqueles que sofrerão certamente uma maior alteração no próximo ano. Comecemos pela matéria prima. O nosso país tem como referência o preço do Brent, que serve de referência para praticamente todo o mundo à excepção dos Estados Unidos. Ora, isto é mau para nós... Quanto mais fulgorante estiver a economia mundial mais elevado será o preço do Brent. Porquê? Porque os mercados associam o fulgor económico a um maior consumo de petróleo, e o maior consumo faz aumentar o preço. Estando os emergentes ainda em franco crescimento nós levamos por tabela!
Ora, para 2013 é provável que a economia Mundial abrande, ou pelo menos que os maiores motores abrandem o ritmo de crescimento. Se isso ocorrer, o preço do Brent descerá progressivamente para níveis mais razoáveis. Tecnicamente falando, estamos agora numa zona de considerável resistência e o próximo suporte é nos 85 dólares! Existe uma franca probabilidade de o Brent sofrer uma quebra a rondar os 25% nos próximos meses, o que aliviaria em muito as carteiras dos consumidores.
A adicionar a este factor temos actualmente um dos maiores diferenciais entre Brent e Crude dos últimos anos! Actualmente o preço do Brent está 33% acima do preço do Crude, o que me parece claramente exagerado. Se houver uma convergência de preços, como eu espero que haja, esta convergência fará baixar o preço do Brent.
A estabilidade geopolítica não pode também ser desprezada. Sempre que os Americanos se metem em confusões pagamos todos, porque o preço do petróleo aumenta. Felizmente o presidente Obama é uma pessoa sensata e tem diminuído os confrontos e tensões com países produtores de petróleo. Se a estabilidade Geopolítica se mantiver, também daí não teremos surpresas. Só para terminar este ponto, e não querendo ser exaustivo, let me make this clear: a ameaça de precipício orçamental dos US não faz o preço dos combustíveis aumentar, como os nossos jornais têm anunciado diariamente. Pelo contrário, se os US caírem numa recessão e se essa recessão contaminar o mundo é mais do que expectável que o preço dos combustíveis caia!
Factor Cambial
A cotação da matéria prima continua a fazer-se na moeda de referência mundial, o dólar. Nós compramos a matéria prima em Euros. Isto significa que quando o Euro está "forte" pagamos menos do que quando este está "fraco". Como bem sabemos, a Europa tem atravessado uma crise que (na minha modesta opinião) tem mais de alarmista do que de concreta. Os mercados, como sempre, exacerbam os movimentos e as modas. Isso fez com que o Euro estivesse em 2012 extremamente baixo relativamente ao Dólar. Felizmente para nós, esta crise trouxe-nos a oportunidade de reestruturarmos alguns dos pontos fracos da economia, reforçando-a. Pelo contrário, os US "taparam o sol com a peneira". Ao invés de corrigirem os problemas, adiaram-nos com mais problemas. E a dívida continua a aumentar.... de forma assustadora!
Isto tudo para dizer que estou extremamente pessimista em relação ao futuro do Dólar e optimista em relação ao comportamento do Euro face a esta divisa, a recuperação de 10% dos últimos meses poderá não ficar por aqui. A confirmar-se esta previsão poderíamos contar com mais um factor a ajudar-nos durante o próximo ano. Veríamos certamente a balança comercial ser prejudicada mas pelo menos os combustíveis também ficariam mais baratos.
É verdade que a melhor altura para fazer prognósticos é no fim do jogo. Só mesmo no fim do jogo é que evitamos o erro, erro que tantas e tantas vezes acontece nos mercados. Mas se formos acompanhando as tendências poderemos tentar prever o que acontecerá num futuro de curto/médio prazo e, se possível, ganhar algum dinheiro com isso. Aproveito este último post do ano para desejar a todos os que acompanham este espaço um feliz ano novo. Ainda não será no novo ano que a minha atenção regressará em pleno ao blog, pois continuo fortemente condicionado pelo doutoramento e pelo trabalho, mas não deixo de acompanhar com frequência a evolução dos mercados. Se tiverem alguma questão ou comentário já sabem que mos podem fazer chegar por e-mail ou pelo Facebook, eu vou sempre respondendo.
Um bom ano novo cheio de saúde, sucesso e dinheiro!!
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