Empresas do Estado cortam mais de 5 mil milhões à dívida

[mais_um]

Não existem heróis perfeitos, nem a história dos homens está limpa de sangue. A nossa história, a de Portugal está para sempre manchada de sangue dos homens, mulheres e crianças que submetemos á escravatura durante séculos.

Claro que não existem heróis perfeitos, só considero excessivo alguns comentários enaltecendo as virtudes do homem, esquecendo os defeitos. Talvez fosse "habitual" andar a cortar o pescoço de mulheres e crianças no sec. XVII, mas seguramente que não o é na 2ª metade do sec. XX.

Teve um papel importante (como outros) no 25 de Abril e 25 de Novembro e foi reconhecido (merecidamente) ainda em vida por isso (ao contrario de outros), não me parece que haja motivos para alegar falta de reconhecimento publico.

[JMHP]

Quando uma pessoa morre é normal lembrar-nos apenas das "virtudes" (e como já vi neste tópico) de uma forma "excessiva" e esquecermos os defeitos.

O Jaime Neves foi um militar (como muito outros ao longo da história) que defendeu Portugal contra os seus inimigos. Mas não fez o 25 de Abril sozinho, nem o 25 de Novembro.

Rui Azevedo Teixeira, ex-comando, escritor, professor universitário e autor da biografia “Homem de guerra e boémio”, descreve assim o amigo Jaime Neves: “Afectuoso e brusco, violento, chegando à violência obscena, e bom, querendo ser um bom homem. Tal é o Jaime Neves percebido pela maioria. Um ser para o bem, e, por vezes, para o mal (…). Nos castigos, em vez de um processo e uns quantos dias preso na ‘Mariazinha’, aplica o rápido correctivo de dois murros. Nas operações, não só ‘nunca se balda como dá sempre o litro’. O Tigre é dos comandantes que vão à frente…”.

Jaime Neves estava ao comando no massacre de Wyriamu. João de Melo escreve em “Os anos da guerra” que “Costa Gomes contará que o comandante do Batalhão de Comandos de Moçambique, major Jaime Neves (sob cuja tutela se encontravam também as tropas Wyriamu) lhe entregou certa vez um relatório de operações em que era referida a morte de 54 pessoas, tendo as tropas gastos apenas 10 munições. Solicitado a dar explicações, Jaime Neves dirá que as vítimas foram executadas com armas brancas, nelas se incluindo mulheres e crianças. E adiantará que tal atitude fazia parte do regulamento dos Comandos, o que era verdade: na instrução, aconselhava-se a eliminar todos os que pudessem denunciar uma operação em curso”.

Jaime Neves é promovido a general em Abril de 2009, muitos anos depois de ter decidido passar à reserva. Em 1995, foi condecorado pelo então Presidente da República Mário Soares com a mais elevada condecoração portuguesa a atribuir a um militar: a Ordem da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito.


http://www.ionline.pt/portugal/jaimite- ... omeopatica

E mais um artigo:

http://www.jn.pt/PaginaInicial/Sociedad ... 81&page=-1

Não existem heróis perfeitos, nem a história dos homens está limpa de sangue. A nossa história, a de Portugal está para sempre manchada de sangue dos homens, mulheres e crianças que submetemos á escravatura durante séculos.

[pmpcpinto]

Entevista de Jaime Neves ao Sol.


http://ultramar.terraweb.biz/MajorGeneralJaimeNeves/Entrevista%20a%20Jaime%20Neves%20no%20Sol%20I.pdf



Pedro

[mais_um]

Quando uma pessoa morre é normal lembrar-nos apenas das "virtudes" (e como já vi neste tópico) de uma forma "excessiva" e esquecermos os defeitos.

O Jaime Neves foi um militar (como muito outros ao longo da história) que defendeu Portugal contra os seus inimigos. Mas não fez o 25 de Abril sozinho, nem o 25 de Novembro.

Rui Azevedo Teixeira, ex-comando, escritor, professor universitário e autor da biografia “Homem de guerra e boémio”, descreve assim o amigo Jaime Neves: “Afectuoso e brusco, violento, chegando à violência obscena, e bom, querendo ser um bom homem. Tal é o Jaime Neves percebido pela maioria. Um ser para o bem, e, por vezes, para o mal (…). Nos castigos, em vez de um processo e uns quantos dias preso na ‘Mariazinha’, aplica o rápido correctivo de dois murros. Nas operações, não só ‘nunca se balda como dá sempre o litro’. O Tigre é dos comandantes que vão à frente…”.

Jaime Neves estava ao comando no massacre de Wyriamu. João de Melo escreve em “Os anos da guerra” que “Costa Gomes contará que o comandante do Batalhão de Comandos de Moçambique, major Jaime Neves (sob cuja tutela se encontravam também as tropas Wyriamu) lhe entregou certa vez um relatório de operações em que era referida a morte de 54 pessoas, tendo as tropas gastos apenas 10 munições. Solicitado a dar explicações, Jaime Neves dirá que as vítimas foram executadas com armas brancas, nelas se incluindo mulheres e crianças. E adiantará que tal atitude fazia parte do regulamento dos Comandos, o que era verdade: na instrução, aconselhava-se a eliminar todos os que pudessem denunciar uma operação em curso”.

Jaime Neves é promovido a general em Abril de 2009, muitos anos depois de ter decidido passar à reserva. Em 1995, foi condecorado pelo então Presidente da República Mário Soares com a mais elevada condecoração portuguesa a atribuir a um militar: a Ordem da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito.


http://www.ionline.pt/portugal/jaimite- ... omeopatica

E mais um artigo:

http://www.jn.pt/PaginaInicial/Sociedad ... 81&page=-1

[Paulo68]

Visto do ponto de vista dos últimos companheiros a expressarem-se, só me resta retirar o que disse.
Desse ponto de vista claro que o País lhe deve e o deve recordar como um lutador e um bom cidadão, disso não há dúvidas.
O que eu quis dizer é que do ponto de vista monetário o País penso não lhe ter ficado a dever nada dado que lhe pagou o que tinha direito, penso eu.
Mas direitos nós já não vamos ter ou vamos ter poucos, se calhar nem reformas vamos ter e vamos esmifrar-nos a trabalhar até aos 65 anos.
Os jovens nem se fala estão condenados, se não forem os Pais vão ser uns miseráveis.

Nisso tens toda a razão. A forma como isto está a correr o futuro não se apresenta risonho.

[ocart]

Esse é o relato do Homem que foi Jaime Neves. Um Simbolo não só para os Comnandos mas também para toda a tropa que pelo Ultramar andou.Éra o tipo de Homem que todos gostariam de ter como Comandante pois era um Homem de ação e não de gabinete como houve tantos! Creio e pelas suas palavras vistas nas Tv, ver a sua desilusão por aquilo em que o País se transformou sem Justiça, sem respeito, etc......enfim sem democracia.Ainda fui dos que tiveram o previlegio de o conhecer em Moçambique. A historia deste Homem começou muito antes do 25 de Abril e quanto a essa guerra não foram os militares que a escolheram maas sim a politica da epoca. Paz a sua Alma.

[xixi]

Visto do ponto de vista dos últimos companheiros a expressarem-se, só me resta retirar o que disse.
Desse ponto de vista claro que o País lhe deve e o deve recordar como um lutador e um bom cidadão, disso não há dúvidas.
O que eu quis dizer é que do ponto de vista monetário o País penso não lhe ter ficado a dever nada dado que lhe pagou o que tinha direito, penso eu.
Mas direitos nós já não vamos ter ou vamos ter poucos, se calhar nem reformas vamos ter e vamos esmifrar-nos a trabalhar até aos 65 anos.
Os jovens nem se fala estão condenados, se não forem os Pais vão ser uns miseráveis.

[Paulo68]

À parte da sua morte a qual se lamenta por ser um ser humano e que contribuiu para o regime que temos, penso que o País nada lhe ficou a dever, não nos podemos esquecer que se reformou muito cedo pelos 43 ou 44 anos, a partir daí não produziu nada para o País, penso eu, pedindo desculpa se estiver enganado.

Não colocando em causa a tua opinião, mas creio que estás a juntar duas coisas diferentes, a dedicação a uma causa e as questões materiais, neste caso de uma reforma que lhe é devida por lei.
Quando pessoas como ele contribuiram para a liberdade e a democracia, creio que as outras questões passam para segundo plano. Há coisas que não têm valor e que são pagas com o reconhecimento e um lugar na História. E esse reconhecimento não pode ser envergonhado.

[Opcard]

pág. 159 , sobre 25 de Novembro': foi grande.

"A Ação na Polícia Militar é o ponto central na profissão e na vida do Jaime Neves. É-o não só porque axial para a vitória contra o totalitarismo, mas também porque consegue evitar a guerra civil. Com dois mortos, os comandos queriam imediata vingança, matar «pelo menos 200». O dramatismo da situação facilmente poderia ter derivado para a tragédia. Neves evita a sangueira. A Calçada da Ajuda e a radiosa manhã de 26 de Novembro de 1975 são o lugar e o momento do universo no qual o infinito pessoal de Jaime Neves converge. Nesta ação, a leitura fria e correta da situação, a capacidade de liderança, o poder de decisão, a valentia e o humanismo do Tigre encontram o inultrapassável ponto óptimo..."

[pmpcpinto]

À parte da sua morte a qual se lamenta por ser um ser humano e que contribuiu para o regime que temos, penso que o País nada lhe ficou a dever, não nos podemos esquecer que se reformou muito cedo pelos 43 ou 44 anos, a partir daí não produziu nada para o País, penso eu, pedindo desculpa se estiver enganado.

Penso que Portugal ficará sempre em dívida para todos os portugueses que combateram no ultramar.

Muito mais quando estamos a falar de um homem que sempre lutou com desapego total pela própria vida, mesmo como comandante do batalhão de comandos em Moçambique, salvo raras excecpções, acompanhava os seus homens nas missões e quando não o fazia era por insistência destes.

Para terem uma ideia da sua "fibra", acompanhou várias vezes os rodesianos (na altura dos melhores militares africanos), quando estes trocavam os pisteiros de 2 em 2 horas, devido ao seu desgaste, ele chegava a andar 1 semana com eles.

No 25 de novembro de 75, foram muitos os comandos que largaram os seu empregos, se apresentaram na Amadora e se colocaram às suas ordens, isto mostra o que foi como lider.

Pessoalmento, acho que nunca foi, nem quis ser politico, tinha um grande receio, se tratado como foram os militares que regressaram da India.


Pedro

[PIKAS]

À parte da sua morte a qual se lamenta por ser um ser humano e que contribuiu para o regime que temos, penso que o País nada lhe ficou a dever, não nos podemos esquecer que se reformou muito cedo pelos 43 ou 44 anos, a partir daí não produziu nada para o País, penso eu, pedindo desculpa se estiver enganado.

Não é bem assim.
É a tua opinião mas...
Não se reformou tão cedo e quando passou à reserva passou quando a lei diz que devia passar.
Nisso em nada foi beneficiado.
Há por aí muitos que mesmo nada fizeram ( e o pouco que fizeram foi merd.. ) e são louvados e usufruiram e usufruem de benesses que criaram para eles próprios. Estão aí e falam de galo...
Este HOMEM não está ao nível do País. E se algo de incomum foi feito para o HOMEM incomum foi promovê-lo a general quando já estava na reforma, o que é caso único.
Paz à sua alma e que sirva de exemplo para todos.
Cumprimentos,

[xixi]

À parte da sua morte a qual se lamenta por ser um ser humano e que contribuiu para o regime que temos, penso que o País nada lhe ficou a dever, não nos podemos esquecer que se reformou muito cedo pelos 43 ou 44 anos, a partir daí não produziu nada para o País, penso eu, pedindo desculpa se estiver enganado.

[Dom_Quixote]

Se hoje celebramos a liberdade a 25 de Abril... a 25 de Novembro o devemos!

[pmpcpinto]

Foi um grande patriota e um grande militar.

Em termos de coragem e audácia foi dos maiores militares do século XX.


Pedro

[bráscubas]

Independentemente de outros valores, há um em que o Gen. Jaime Neves e o Dr. Álvaro Cunhal estavam em campos opostos : Lealdade à Pátria.
Lamento que associem à imgem de um Herói Português a "coerência" com que o Dr. A. Cunhal tentou submeter-nos a valores estrangeiros.
Como contraponto faria sentido. A oportunidade é que não faz sentido

[MKlop]

Muito temos hoje a agradecer ao Exmo. Sr. MajGen Jaime Neves!

O seu contributo para a instituição da democracia em Portugal salvou-nos desses comunistas que prefiriam oferecer o nosso país à União Soviética.

Uns poucos lutaram por Portugal enqanto outros lutaram por uma nova ditadura ainda mais agressiva - e alguns destes deveriam estar presos.

Deveríamos ter vergonha de celebrarmos o Sr Cunhal ( que "talvez"* tenha tido muito a dever a familias cristãs de centro-direita, e para as quais nem um pequeno obrigado público dirigiu.)

No seu funeral deveriam ter estado os mais altos representantes da Nação.

Tenho muita consideração pelos homens que se arriscaram para acabar com o PREC.

Condolências à familia e que descanse em Paz e um muito e sincero obrigado pelo seu trabalho.

[Quico]

Hoje no funeral apenas esteve presente o secretário de estado da defesa e o deputado Ribeiro e Castro. Triste é o país que trata os seus filhos assim.

Há "efemérides" mais importantes!

Claro que sim, depende das prioridades de cada um.

Claro que sim. Existe sempre quem prefira louvar aqueles que sempre "coerentemente" (! - ) apoiaram regimes ditatoriais (para não dizer pior).

Centenário de Álvaro Cunhal: sugestões de leitura I
Centenário de Álvaro Cunhal: sugestões de leitura II
Centenário de Álvaro Cunhal: sugestões de leitura III
Centenário de Álvaro Cunhal: sugestões de leitura IV
Centenário de Álvaro Cunhal: sugestões de leitura V
Centenário de Álvaro Cunhal: sugestões de leitura VI

[mfsr1980]

Há "efemérides" mais importantes!

Vou ter de gramar outra vez a "cassete" durante um ano!? Fogo!!!

[Paulo68]

Hoje no funeral apenas esteve presente o secretário de estado da defesa e o deputado Ribeiro e Castro. Triste é o país que trata os seus filhos assim.

Há "efemérides" mais importantes!

Claro que sim, depende das prioridades de cada um.

[Quico]

Hoje no funeral apenas esteve presente o secretário de estado da defesa e o deputado Ribeiro e Castro. Triste é o país que trata os seus filhos assim.

Há "efemérides" mais importantes!

[Paulo68]

Tomei conhecimento, com pesar, do falecimento do General Jaime Neves.
Talvez as gerações mais novas não tenham noção do que o País lhe deve. Informem-se.
Tenho uma profunda admiração por ele.
Os media, gostemos ou não, ainda hoje dominados pela esquerda, não estão a dar o destaque mais que merecido que a democracia lhe deve.Lamento.
Ficam as minhas condolências à Família e a todos os Comandos Portugueses.

Associo-me a este pesar. O regime democrático que somos hoje, muito deve a este homem, que pela sua coragem e convição nos valores da liberdade e da independência. Para não falar na folha de serviços em combate que é exemplar, a sua ação em momentos conturbados do 25 de abril, anterior e posterior, foi essencial para que Portugal se mantivesse ao serviço do Povo. É pena é que esses valores sejam esquecidos e não recordados. Hoje no funeral apenas esteve presente o secretário de estado da defesa e o deputado Ribeiro e Castro. Triste é o país que trata os seus filhos assim.
O que interessa é que a homenagem foi-lhe prestada pelos seus camaradas de armas. Mama Sumae, Jaime Neves.
Descansa em paz

[Quico]

Os media, gostemos ou não, ainda hoje dominados pela esquerda, não estão a dar o destaque mais que merecido que a democracia lhe deve.Lamento.

Nem todos.
www.ionline.pt/sites/default/files/capa_i_48.pdf

[bráscubas]

Tomei conhecimento, com pesar, do falecimento do General Jaime Neves.
Talvez as gerações mais novas não tenham noção do que o País lhe deve. Informem-se.
Tenho uma profunda admiração por ele.
Os media, gostemos ou não, ainda hoje dominados pela esquerda, não estão a dar o destaque mais que merecido que a democracia lhe deve.Lamento.
Ficam as minhas condolências à Família e a todos os Comandos Portugueses.