Conheça as propostas do FMI para cortar 4 mil milhões na des
richardj Escreveu:Rantamplan algumas das coisas que referes também existem no publico, não são exclusivas do privado. Se vamos a entrar por ai, ainda não me esqueci aquela dos cartões de credito para gastar-se. Mas enfim, há coisas que não servem como argumento porque não são generalizáveis. For formos a ver todas as regalias, temos de falar sector a sector, de quadros de topo e de quando base etc.
O problema que levantas é muito típico português, existe a lei para o comum dos trabalhadores e depois existem as excepções. E em portugal, todas as profissões são excepção. Todos tem um regime próprio, em condições próprias, pelo que não são comparáveis entre si. E como a lei em portugal muda tão depressa, frequentemente nem são comparáveis dentro da própria profissão porque estão abrangidos por leis significativamente diferentes.
e portanto, através desse mecanismo, se pode abusar em profissões com maior capacidade corporativa. E como não se pode comparar, nem com outras profissões no pais, nem com outros países, não existe nenhum referencial. não existe nenhuma base em que se possa comparar nada. E todas as grandes corporações vivem e andam neste limbo.
E por isso, qualquer tentativa de racionalizar um determinado sector será sempre visto como um ataque ao sector, porque, ganham todos muito pouco, ou tem condições de trabalho diferentes dos outros, ou está em causa a saúde, educação, justiça, transportes públicos, "interesses nacionais" etc.
e portanto, não se pode mexer em nada, porque não se consegue ver o que está a mais ou a menos, porque qualquer comparação não está correcta e portanto, excepto se o governo mandar um estudo aprofundado para cada sector, para cada tipo de quadro, para a lei sobre o qual está regente o funcionário etc etc etc (a qual não está ao acesso publico), toda a discussão não faz sentido, porque as fontes não estão correctas e são de qualidade tão má que não se pode dizer nada a partir delas.
Em quase total concordância contigo.
E assim volto ao tema deste tópico. O relatório do FMI tal qual foi feito e apresentado é um mau documento técnico. Para que hajam mexidas laborasi tendo por princípio a dicotomia público-privado façam-se os estudos necessários e com a desagregação necessária para que o debate seja sério. E não precisamos de pagar as fortunas mirabolantes a consultores externos. Seguramente que no Estado/ universidades públicas, encontramos técnicos com mais do que capacidade para os fazer e que custariam ao erário público uma ínfima parte do que andamos a gastar com este bando de sanguessugas que propalam a "endeusificação" do setor privado mas que não sobrevivem sem os contratos milionários que fazem com o Estado.
Já agora tinha colocado num post anterior uma questão que ninguém me respondeu: Alguém sabe quanto é que os contribuintes vão pagar pelo relatório do FMI?
"Caminante, no hay camino, se hace camino al andar", Antonio Machado
Rantamplan algumas das coisas que referes também existem no publico, não são exclusivas do privado. Se vamos a entrar por ai, ainda não me esqueci aquela dos cartões de credito para gastar-se. Mas enfim, há coisas que não servem como argumento porque não são generalizáveis. For formos a ver todas as regalias, temos de falar sector a sector, de quadros de topo e de quando base etc.
O problema que levantas é muito típico português, existe a lei para o comum dos trabalhadores e depois existem as excepções. E em portugal, todas as profissões são excepção. Todos tem um regime próprio, em condições próprias, pelo que não são comparáveis entre si. E como a lei em portugal muda tão depressa, frequentemente nem são comparáveis dentro da própria profissão porque estão abrangidos por leis significativamente diferentes.
e portanto, através desse mecanismo, se pode abusar em profissões com maior capacidade corporativa. E como não se pode comparar, nem com outras profissões no pais, nem com outros países, não existe nenhum referencial. não existe nenhuma base em que se possa comparar nada. E todas as grandes corporações vivem e andam neste limbo.
E por isso, qualquer tentativa de racionalizar um determinado sector será sempre visto como um ataque ao sector, porque, ganham todos muito pouco, ou tem condições de trabalho diferentes dos outros, ou está em causa a saúde, educação, justiça, transportes públicos, "interesses nacionais" etc.
e portanto, não se pode mexer em nada, porque não se consegue ver o que está a mais ou a menos, porque qualquer comparação não está correcta e portanto, excepto se o governo mandar um estudo aprofundado para cada sector, para cada tipo de quadro, para a lei sobre o qual está regente o funcionário etc etc etc (a qual não está ao acesso publico), toda a discussão não faz sentido, porque as fontes não estão correctas e são de qualidade tão má que não se pode dizer nada a partir delas.
O problema que levantas é muito típico português, existe a lei para o comum dos trabalhadores e depois existem as excepções. E em portugal, todas as profissões são excepção. Todos tem um regime próprio, em condições próprias, pelo que não são comparáveis entre si. E como a lei em portugal muda tão depressa, frequentemente nem são comparáveis dentro da própria profissão porque estão abrangidos por leis significativamente diferentes.
e portanto, através desse mecanismo, se pode abusar em profissões com maior capacidade corporativa. E como não se pode comparar, nem com outras profissões no pais, nem com outros países, não existe nenhum referencial. não existe nenhuma base em que se possa comparar nada. E todas as grandes corporações vivem e andam neste limbo.
E por isso, qualquer tentativa de racionalizar um determinado sector será sempre visto como um ataque ao sector, porque, ganham todos muito pouco, ou tem condições de trabalho diferentes dos outros, ou está em causa a saúde, educação, justiça, transportes públicos, "interesses nacionais" etc.
e portanto, não se pode mexer em nada, porque não se consegue ver o que está a mais ou a menos, porque qualquer comparação não está correcta e portanto, excepto se o governo mandar um estudo aprofundado para cada sector, para cada tipo de quadro, para a lei sobre o qual está regente o funcionário etc etc etc (a qual não está ao acesso publico), toda a discussão não faz sentido, porque as fontes não estão correctas e são de qualidade tão má que não se pode dizer nada a partir delas.
Pata,
Desculpa lá a pergunta, mas tb tens de ver que na Finlândia algures no tempo mais recente apareceu uma empresa que basicamente "deu" para cobrir o estado...
E que agora está em maus lençóis e tudo treme por lá...
Além do mais a Finlândia não foi assim tão destruida pela guerra (se compararmos por exemplo com a Guerra Civil Espanhola)
Mas isto é um aparte.
O problema cá é sempre o mesmo, é impossivel fazer qq tipo de reforma sem se tramar alguém e normalmente como temos elites que enfim... preferem discutir o acessório e não explicar que é preciso fazer isto devido a isto e fundamentar a decisão com números crediveis.
Ainda agora temos uma pessoa a apontar um erro crasso no relatório... Mas se é assim, então onde foram buscar o valor para lá colocar?
Desculpa lá a pergunta, mas tb tens de ver que na Finlândia algures no tempo mais recente apareceu uma empresa que basicamente "deu" para cobrir o estado...
E que agora está em maus lençóis e tudo treme por lá...
Além do mais a Finlândia não foi assim tão destruida pela guerra (se compararmos por exemplo com a Guerra Civil Espanhola)
Mas isto é um aparte.
O problema cá é sempre o mesmo, é impossivel fazer qq tipo de reforma sem se tramar alguém e normalmente como temos elites que enfim... preferem discutir o acessório e não explicar que é preciso fazer isto devido a isto e fundamentar a decisão com números crediveis.
Ainda agora temos uma pessoa a apontar um erro crasso no relatório... Mas se é assim, então onde foram buscar o valor para lá colocar?
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richardj Escreveu:mas as comparações não podem ser feitas apenas na base do salário.
porque existem/existiram durante muitos anos outros factores importantes na equação. estou a falar de:
Pensões suplementares, ou formulas de desconto que permitem ter uma melhor reforma pela CGA do que pela SS, com os mesmo descontos;
menor anos de descontos para se aposentar sem penalização;
ADSE;
contractos sem termo;
verificação de que existem muito mais baixas medicas por ano por trabalhador na FP do que no privado;
menor carga horária "obrigatória";
etc
Pode acrescentar também os fringe benefits, os bónus anuais, a atribuição de viaturas, os seguros privados, os telemóveis, a bonificação de crédito, etc, etc... Para o privado, bem entendido.
Sabe qual é o problema desta sua retórica? Foi aquele que já lhe mencionei antes; os universos não são comparáveis nem entre público-privado nem dentro de cada setor (público ou privado), em que as disparidades são enormes.
Dentro do privado são óbvias essas diferenças pelo que nem as enumero.
Dentro do público não serão tão óbvias para a maioria. Sabe que entre 30% a 40% dos funcionários da administração pública (em sentido lato) são regidos por Contrato Individual de Trabalho nas mesmíssimas condições que o aplicado no setor privado? Sem ADSE, com 40h de trabalho, descontando para a SS, sem regalias de diuturnidades, sem CGA.
Sabe que não obstante isso todos os cortes que se aplicaram aos funcionários públicos foram aplicados em igualdadede circunstâncias aos funcionários com CIT?
Esta comparação público-prvado com base em preconceitos, sem a devida desagregação para níveis em que os universos sejam comparáveis é contraproducente porque em vez que contribuir para o debate, mina-o. E o debate tem e deve ser feito, o Estado tem de ser repensado, muito provavelmente tem de ser encolhido. Mas que se faça a discussão com critérios sustentados.
"Caminante, no hay camino, se hace camino al andar", Antonio Machado
mas as comparações não podem ser feitas apenas na base do salário.
porque existem/existiram durante muitos anos outros factores importantes na equação. estou a falar de:
Pensões suplementares, ou formulas de desconto que permitem ter uma melhor reforma pela CGA do que pela SS, com os mesmo descontos;
menor anos de descontos para se aposentar sem penalização;
ADSE;
contractos sem termo;
verificação de que existem muito mais baixas medicas por ano por trabalhador na FP do que no privado;
menor carga horária "obrigatória";
etc
porque existem/existiram durante muitos anos outros factores importantes na equação. estou a falar de:
Pensões suplementares, ou formulas de desconto que permitem ter uma melhor reforma pela CGA do que pela SS, com os mesmo descontos;
menor anos de descontos para se aposentar sem penalização;
ADSE;
contractos sem termo;
verificação de que existem muito mais baixas medicas por ano por trabalhador na FP do que no privado;
menor carga horária "obrigatória";
etc
Lion_Heart Escreveu:A-330 infelizmente uma das principais razões de os PIGS terem ido contra a parede foi terem julgado que a partir da entrada do euro eram ricos.
Era salários a subir, preços a subir, dinheiro por todo o lado , regalias e etc. Mas a produtividade era nula ou quase.
E a parede chegou em 2008 .
Portugal, Espanha, Grécia não podiam nem podem pagar salários na ordem do que se pagava (médios e de topo) simplesmente porque não se produz para tal. E também não pode ter preços de bens e serviços como se tem. Porque também não se ganha para isso.
Não adianta andar a falar de salários de 2.000 - 3.000 se nem 1.500 se pode pagar, não é querer nivelar por baixo , é a realidade.
Mas também não se pode pagar salários de 400 ou 500.
Na função pública, ou seja, no empregador Estado, isto não se passou. Os salários não subiram desde a entrada no Euro até 2008. Pelo contrário, desceram 9% (e desde então, os salários mais altos desceram mais 22%).
O Estado, desde que entrámos no Euro, nunca criou nos seus empregados a ilusão de que era rico.
It’s a recession when your neighbor loses his job; it’s a depression when you lose your own. — Harry S. Truman
If you're going through hell, keep going. - Winston Churchill
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A-330 infelizmente uma das principais razões de os PIGS terem ido contra a parede foi terem julgado que a partir da entrada do euro eram ricos.
Era salários a subir, preços a subir, dinheiro por todo o lado , regalias e etc. Mas a produtividade era nula ou quase.
E a parede chegou em 2008 .
Portugal, Espanha, Grécia não podiam nem podem pagar salários na ordem do que se pagava (médios e de topo) simplesmente porque não se produz para tal. E também não pode ter preços de bens e serviços como se tem. Porque também não se ganha para isso.
Não adianta andar a falar de salários de 2.000 - 3.000 se nem 1.500 se pode pagar, não é querer nivelar por baixo , é a realidade.
Mas também não se pode pagar salários de 400 ou 500.
Era salários a subir, preços a subir, dinheiro por todo o lado , regalias e etc. Mas a produtividade era nula ou quase.
E a parede chegou em 2008 .
Portugal, Espanha, Grécia não podiam nem podem pagar salários na ordem do que se pagava (médios e de topo) simplesmente porque não se produz para tal. E também não pode ter preços de bens e serviços como se tem. Porque também não se ganha para isso.
Não adianta andar a falar de salários de 2.000 - 3.000 se nem 1.500 se pode pagar, não é querer nivelar por baixo , é a realidade.
Mas também não se pode pagar salários de 400 ou 500.
" Richard's prowess and courage in battle earned him the nickname Coeur De Lion ("heart of the lion")"
Lion_Heart
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Olá ,
Apesar de não ter participado neste tópico é com interesse que o tenho vindo a acompanhar.Já se falou de vários assuntos.Começou por FMI , passou pelos professores e agora estamos na situação atual.
Entendo os argumentos de muitos outros foristas que vêem cada vez mais os seus salários e a sua qualidade de vida a diminuir.
É triste realidade que temos hoje em dia, em que 1000,1500 euros seja considerado um bom salário.É o que o mercado paga ou o que é possível pagar em função do que produzimos? Sim ,é , mas não é nem vai ser um bom salário nunca.E cada vez será menos, porque as reformas estruturais não estão a ser feitas.
E quando forem feitas , se chegarem a ser feitas algum dia ,estas passarão por desempregar ainda mais gente,porque se verá que se calhar temos gente a mais em alguns setores. Provavelmente essas reformas também farão o nosso país mais competitivo e mais atrativo ao investimento,mas as retomas são sempre mais demoradas do que as quedas.E as pessoas não podem esperar por isso porque tem que comer todos os dias.
A avaliar pelo que produzimos,e se não gastarmos mais do que produzirmos ,sem falar na dívida que está por pagar, não estou a ver o nosso país muito melhor do que um Marrocos.Seremos talvez tão pobres quanto eles , mas com umas estradas melhores.
Apesar de achar que as pessoas também são culpadas por não questionarem,não se manifestarem contra o sistema corrupto implementado e que nos deixou nesta situação,não deixo de estar bastante solidário com aqueles que se revoltam por serem só os que trabalham honestamente a pagar.Por verem que quem está no poleiro não é atingido pelos cortes , e nada se faz para evitar a corrupção e para tentar reaver dinheiro roubado que tanta falta nos faz.
Penso que com ou sem reformas a vida até 2020 será muito dura.Seremos pobres mesmo.Se mantivermos esta inércia , será sempre dura.Se as reformas estruturais forem feitas , pode ser que o futuro seja mais risonho.
Quanto ás reformas (aposentadorias).Somos uma geração de tesos com salários que mal dão para comer, quanto mais para juntar para complementar uma reforma do estado que será miserável , se é que ainda existirá.E ainda teremos que sustentar os nossos filhos que , como está a situação, não sairão de casa antes dos 30 anos em muitos casos.
Não estou nada otimista.
A330
Apesar de não ter participado neste tópico é com interesse que o tenho vindo a acompanhar.Já se falou de vários assuntos.Começou por FMI , passou pelos professores e agora estamos na situação atual.
Entendo os argumentos de muitos outros foristas que vêem cada vez mais os seus salários e a sua qualidade de vida a diminuir.
É triste realidade que temos hoje em dia, em que 1000,1500 euros seja considerado um bom salário.É o que o mercado paga ou o que é possível pagar em função do que produzimos? Sim ,é , mas não é nem vai ser um bom salário nunca.E cada vez será menos, porque as reformas estruturais não estão a ser feitas.
E quando forem feitas , se chegarem a ser feitas algum dia ,estas passarão por desempregar ainda mais gente,porque se verá que se calhar temos gente a mais em alguns setores. Provavelmente essas reformas também farão o nosso país mais competitivo e mais atrativo ao investimento,mas as retomas são sempre mais demoradas do que as quedas.E as pessoas não podem esperar por isso porque tem que comer todos os dias.
A avaliar pelo que produzimos,e se não gastarmos mais do que produzirmos ,sem falar na dívida que está por pagar, não estou a ver o nosso país muito melhor do que um Marrocos.Seremos talvez tão pobres quanto eles , mas com umas estradas melhores.
Apesar de achar que as pessoas também são culpadas por não questionarem,não se manifestarem contra o sistema corrupto implementado e que nos deixou nesta situação,não deixo de estar bastante solidário com aqueles que se revoltam por serem só os que trabalham honestamente a pagar.Por verem que quem está no poleiro não é atingido pelos cortes , e nada se faz para evitar a corrupção e para tentar reaver dinheiro roubado que tanta falta nos faz.
Penso que com ou sem reformas a vida até 2020 será muito dura.Seremos pobres mesmo.Se mantivermos esta inércia , será sempre dura.Se as reformas estruturais forem feitas , pode ser que o futuro seja mais risonho.
Quanto ás reformas (aposentadorias).Somos uma geração de tesos com salários que mal dão para comer, quanto mais para juntar para complementar uma reforma do estado que será miserável , se é que ainda existirá.E ainda teremos que sustentar os nossos filhos que , como está a situação, não sairão de casa antes dos 30 anos em muitos casos.
Não estou nada otimista.
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Mais uma trapalhada....
Não percebo porque não pediram ao mesmo tempo que pediram ao FMI.

Governo ainda não pediu estudo à OCDE: sugestões não chegarão a tempo do debate sobre funções do Estado
A OCDE ainda não recebeu qualquer pedido do Governo para estudar o Estado português e avançar com sugestões de reforma. Segundo apurou o Negócios, mesmo que o pedido seja realizado nos próximos dias, o relatório já não chegará a tempo da discussão com a troika, agendada para Fevereiro.
Fonte oficial da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) afirmou hoje ao Negócios que o departamento legal da instituição “não ouviu falar de nada” relacionado com um pedido de estudo ou relatório, semelhante ao que foi encomendado pelo governo ao Fundo Monetário Internacional (FMI).
Há poucas horas, Pedro Passos Coelho garantiu: "Nós solicitámos também a uma equipa da OCDE que nos pudesse apresentar um relatório com a mesma finalidade [do estudo do FMI]." Acrescentou ainda que o relatório divulgado quarta-feira pelo Negócios "não será a Bíblia" do governo.
Recorde-se que, na conferência de imprensa de quarta-feira, Carlos Moedas, secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro, disse que o relatório do FMI era “um contributo, entre outros, que vamos solicitar à sociedade civil e mesmo a outras organizações internacionais, como é o caso da OCDE”.
O problema é que, não tendo ainda sido feito o pedido, mesmo que ele seja enviado nos próximos dias à instituição, as suas conclusões dificilmente chegarão a tempo de contribuir para o debate em torno das funções do Estado, que será feito com a troika em Fevereiro, no âmbito da sétima avaliação do Programa de Ajustamento Económico e Financeiro. Segundo apurou o Negócios, este tipo de estudos leva algum tempo a terminar, devendo provavelmente demorar mais de três meses. O relatório do FMI, por exemplo, começou a ser preparado a 25 de Outubro do ano passado, tendo só agora sido concluído.
Ontem, Bruxelas já voltou a insistir que a discussão terá de arrancar dentro de pouco mais de um mês, lembrando que fixou meados de Fevereiro como a data em que estas medidas deveriam ser identificadas e quantificadas, já com previsões de prazos de implementação. "Este relatório [do FMI] aponta um conjunto de opções para uma reforma na despesa: não é um ponto final, mas um passo importante na análise da despesa, que está agora a decorrer em Portugal", afirma fonte oficial da Comissão Europeia, em resposta a perguntas enviadas pelo Negócios. "Como tal, nesta fase, não vamos comentar as ideias avançadas neste relatório, que será seguido por mais discussões, até e durante a sétima avaliação."
O governo tem explicado que, apesar de ser um documento importante para discutir a reforma do Estado português e o corte de quatro mil milhões de euros na despesa, o relatório do FMI não será o único contributo técnico para este debate.
Não percebo porque não pediram ao mesmo tempo que pediram ao FMI.

"Só duas coisas são infinitas, o universo e a estupidez humana. Mas no que respeita ao universo ainda não tenho a certeza" Einstein
“Com os actuais meios de acesso à informação, a ignorância não é uma fatalidade, mas uma escolha pessoal" Eu
“Com os actuais meios de acesso à informação, a ignorância não é uma fatalidade, mas uma escolha pessoal" Eu
Pata-Hari Escreveu:Se olhares para a Finlândia de há 70 anos, tens um país extraordinariamente pobre e destruído durante a guerra. Que investiram na educação mas incluíram na sua constituição a impossibilidade do estado gastar mais do que gera. Não têm dívida.
Têm muito menos dívida do que nós, mas tem vindo a aumentar, o que significa que o estado gasta mais do que gera (eu suponho que estejas a usar a palavra "gera" no sentido de "cobra em impostos", porque o que o estado gera é muito mais difícil de medir).
A constituição deles não impossibilita ao Estado gastar mais do que gera, apenas exige uma autorização do Parlamento. No fundo aqui também, porque é o Parlamento que aprova o Orçamento de Estado. A diferença é que o nosso aprova défices maiores...
It’s a recession when your neighbor loses his job; it’s a depression when you lose your own. — Harry S. Truman
If you're going through hell, keep going. - Winston Churchill
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crybaby Escreveu:É pena que este tópico há muito tempo tenha saído da vertente técnica e de análise, e tenha passado a um destilar de veneno e mágoas acumuladas...
Sim, é verdade, todos temos um primo, um tio, um amigo no público que faz menos que nós e ganha mais...
Sim, é verdade que há carreiras no público que estão acima do sustentável...
Agora virem com exemplos de que só quem se devia queixar é a empregada da lota que se levanta às 5h da manhã e recebe tarde e más horas, não me venham com asneiras... Nem tudo nem nada.
Entre os professores no público a ganhar 2000 euros e os do privado a ganhar 500 há um meio termo, entre enfermeiros no público a ganhar 1200 e no privado a ganhar 600 não é o privado que está certo de certeza, entre muitos outros casos.
A moderação no debate já se perdeu à muito. E incrivelmente até sou de direita, mas ouço aqui coisas que nem em ditadura.
Ainda vão doer os dentes a muita malta que fala agora, que ajuda a baixar baixar baixar, saldos de recursos humanos.
Sou do privado, ganho 750 euros e vos digo, quando for para ganhar menos que isto, ficai vós aqui no Botswana...
Parabéns pela lucidez.
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sim, estou só a evidenciar um problema legal.
Mais, no sentido de que estou a dizer, um juiz nada pode fazer em muitos casos, ele está obrigado a cumprir a lei, mesmo que está seja para sociedade estúpida. Estou a pensar no caso que apareceu no outro dia de um polia que foi condenado por não ter obedecido ao superior em ir dormir em vez de fazer a patrulha nocturna.
Na fiscalidade existem muitas situações de dualidade de critérios entre o estado e o contribuinte.
Outra coisa que também é inconstitucional é a dupla tributação, e é o que não falta ai...
Mais, no sentido de que estou a dizer, um juiz nada pode fazer em muitos casos, ele está obrigado a cumprir a lei, mesmo que está seja para sociedade estúpida. Estou a pensar no caso que apareceu no outro dia de um polia que foi condenado por não ter obedecido ao superior em ir dormir em vez de fazer a patrulha nocturna.
Na fiscalidade existem muitas situações de dualidade de critérios entre o estado e o contribuinte.
Outra coisa que também é inconstitucional é a dupla tributação, e é o que não falta ai...
richardj Escreveu:a retroactividade é inconstitucional.
o corte de salários da FP é apenas legal numa situação de necessidade extrema e com carácter temporário. Ela é inconstitucional se tiver carácter permanente.
A lei é a que está em vigor. Não se pode aplicar uma lei que vai estar em vigor daqui a 5 anos. Uma pessoa que se reforma hoje não lhe pode ser aplicada o sistema legal que for daqui a 5 anos. É o de hoje.
Lá está....Agora tenho eu que xiar.
Temos uma lei perpetuada. Não se pode discutir nada.
São as tábuas da lei, a biblia sagrada. Mas eu tenho que xiar perante o existente, porque o Gaspar me meteu a factura para eu pagar essas reformas douradas.
Eu já disse em outros tópicos.
Deem-me os meus 11% que desconto todos os meses.
Eu entrego (cativam-me) desses 11%, com 1% para o contributo solidário.
O Resto faço deles o que bem entender (vou ao restaurante, compro móveis, compro acções, vou ao casino, gasto-o em vinho, meto-o numa poupança, aplico-o em PPR's etc).
Uma coisa vos garanto: quando chegar aos 65 anos estou-me a borrifar para o Estado. E ESPERO TAMBÉM QUE O ESTADO SE ESTEJA A BORRIFAR PARA MIM!!!!
Eu não preciso que uma cambada de bandidos "politicos" me venha orientar as costas, com a crença de um pretenso Estado Social.
Dizdem eles...Temos que zelar pelos nossos concidadãos, pela geração futura, "PELOS NOSSOS FILHOS".
Eu pergunto: Pelos filhos de quem....."DELES", porque os meus tem que sustentar este excelente Estado Social.
Mas ninguem quer abdicar de nada disso. Toda a gente quer ir à boleia de uma "vaca gorda" que acabou.
O Estado Portugues, como Estado Social é um Estado Ponzi. Faliu.
Agora há que pagar as contas, e que vai sofrer mais é mesmo a mulher que se levanta às 5h30 da manhã, pois quem ganhou a vida acima da média salarial (e bem alta em termos de OCDE), não o soube governar, não espero que o Estado lhe ampare mais a loja. Há que pagar.
Quem estiver aqui de falinhas mansas, de tentar passar um paninho de veludo por estes assuntos, ou vai entrar em paranóia depressiva, ou vai levantar a cabeça e enfrentar o touro pelos cornos e mudar de vida.
Cumprimentos
richardj Escreveu:o corte de salários da FP é apenas legal numa situação de necessidade extrema e com carácter temporário. Ela é inconstitucional se tiver carácter permanente.
Isso refere-se aos salários nominais, não é?
É que os reais são "comidos" pela inflação e não há constituição que lhes valha...
As pessoas são tão ingénuas e tão agarradas aos seus interesses imediatos que um vigarista hábil consegue sempre que um grande número delas se deixe enganar.
Niccolò Machiavelli
http://www.facebook.com/atomez
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richardj Escreveu:a retroactividade é inconstitucional.
o corte de salários da FP é apenas legal numa situação de necessidade extrema e com carácter temporário. Ela é inconstitucional se tiver carácter permanente.
A lei é a que está em vigor. Não se pode aplicar uma lei que vai estar em vigor daqui a 5 anos. Uma pessoa que se reforma hoje não lhe pode ser aplicada o sistema legal que for daqui a 5 anos. É o de hoje.
A constituição pode ser mudada. Aliás, deve. E é engraçado porque só na fiscalidade, consigo de imediato lembrar-me de vários casos nos ultimos anos em que a retroactividade se aplicou.
Se o corte dos ordenados é inconstitucional, seremos obrigados a recorrer aos despedimentos que já não são.
Eu também acho que devo continuar a consumir o que consumia quando ganhava 10 vezes mais. Mas a mim não me é permitido. E também acho que devo poder vender as minhas acções adquiridas há 10 anos sem pagar mais valias. Mas olha, vou ter que a pagar. Ou vender as que comprei no inicio de 2012 a pensar que ia apenas pagar 26%, pagando 26%. AS regras mudam a meio do jogo para uns, não podem para outros? Richardj, entendes que para isto ser sustentável provavelmente terás que pagar mais que o teu ordenado total em impostos?
a retroactividade é inconstitucional.
o corte de salários da FP é apenas legal numa situação de necessidade extrema e com carácter temporário. Ela é inconstitucional se tiver carácter permanente.
A lei é a que está em vigor. Não se pode aplicar uma lei que vai estar em vigor daqui a 5 anos. Uma pessoa que se reforma hoje não lhe pode ser aplicada o sistema legal que for daqui a 5 anos. É o de hoje.
o corte de salários da FP é apenas legal numa situação de necessidade extrema e com carácter temporário. Ela é inconstitucional se tiver carácter permanente.
A lei é a que está em vigor. Não se pode aplicar uma lei que vai estar em vigor daqui a 5 anos. Uma pessoa que se reforma hoje não lhe pode ser aplicada o sistema legal que for daqui a 5 anos. É o de hoje.
Concordo com grande parte das tuas ideias, Storgoff. Discordo quando dizes que o preço da qualidade de vida que temos hoje é a dívida. Se olhares para a Finlândia de há 70 anos, tens um país extraordinariamente pobre e destruído durante a guerra. Que investiram na educação mas incluíram na sua constituição a impossibilidade do estado gastar mais do que gera. Não têm dívida. O que mudou tudo foi o comércio mundial e, sobretudo, os espantosos progressos tecnológicos e cientificos.
Ontem numa palestra alguém dava o exemplo que quanto tempo se tinha que trabalhar há um século para se ter uma vela e era um número da ordem de valor de horas. Nos anos 50, eram minutos. Hoje, são segundos. O facto é que hoje produzimos infinitamente mais e melhor do que em qualquer outro momento, vivemos num mundo infinitamente mais rico e com melhores condições (o aumento da esperança de vida é estrondoso no ultimo século). Isso foi o que mudou.
Concordo em absoluto contigo que "Muito naturalmente alguma coisa terá de ser corrigida aqui não só para os novos mas também para os actuais pensionistas". Os pressupostos que foram usados nos cálculos actuais não se concretizaram. Era suposto o crescimento da população (e nem sei mais o quê, porque não consigo entender como se fizeram as contas...!) sustentar as fórmulas usadas. Houve tempo para corrigir isto antes de estoirar mas não houve vontade ou coragem política
(o velho problema do conflito de interesses entre a maximização do populismo político e a boa gestão). Outros países mudaram os sistemas para serem mais baseados em contribuições reais dos participantes bem como em sistemas de capitalização. Esta insistência em manter privilégios escolhidos pelos próprios e que se provaram impossíveis de pagar é o equivalente a alguém que compra um carro que não pode pagar e quando se apercebe disso, tenta aumentar o preço de venda dos carros que serão vendidos no futuro para lhe pagar o seu carro hoje.
Eu sou daquelas pessoas que acha que isto é um roubo aos nossos filhos e netos (no meu caso, que trabalho e ainda tenho longos anos de trabalho pela frente, também é um roubo ao meu bolso).
Por ultimo, um comentário genérico: surpreende-me que os participantes tenham pruridos em discutir estes temas por medo ou falta de vontade de criar discussões mais acesas. Isto é tão importante para todos, na minha opinião, vai definir tanto o nosso futuro e o dos nossos filhos que merece milhares de discussões até se chegar a melhores ideias e melhores modos de gerir a situação que temos. O medo de ferir susceptibilidades é o que permite o perpetuar erros gravíssimos de gestão de recursos.
Ontem numa palestra alguém dava o exemplo que quanto tempo se tinha que trabalhar há um século para se ter uma vela e era um número da ordem de valor de horas. Nos anos 50, eram minutos. Hoje, são segundos. O facto é que hoje produzimos infinitamente mais e melhor do que em qualquer outro momento, vivemos num mundo infinitamente mais rico e com melhores condições (o aumento da esperança de vida é estrondoso no ultimo século). Isso foi o que mudou.
Concordo em absoluto contigo que "Muito naturalmente alguma coisa terá de ser corrigida aqui não só para os novos mas também para os actuais pensionistas". Os pressupostos que foram usados nos cálculos actuais não se concretizaram. Era suposto o crescimento da população (e nem sei mais o quê, porque não consigo entender como se fizeram as contas...!) sustentar as fórmulas usadas. Houve tempo para corrigir isto antes de estoirar mas não houve vontade ou coragem política
(o velho problema do conflito de interesses entre a maximização do populismo político e a boa gestão). Outros países mudaram os sistemas para serem mais baseados em contribuições reais dos participantes bem como em sistemas de capitalização. Esta insistência em manter privilégios escolhidos pelos próprios e que se provaram impossíveis de pagar é o equivalente a alguém que compra um carro que não pode pagar e quando se apercebe disso, tenta aumentar o preço de venda dos carros que serão vendidos no futuro para lhe pagar o seu carro hoje.
Eu sou daquelas pessoas que acha que isto é um roubo aos nossos filhos e netos (no meu caso, que trabalho e ainda tenho longos anos de trabalho pela frente, também é um roubo ao meu bolso).
Por ultimo, um comentário genérico: surpreende-me que os participantes tenham pruridos em discutir estes temas por medo ou falta de vontade de criar discussões mais acesas. Isto é tão importante para todos, na minha opinião, vai definir tanto o nosso futuro e o dos nossos filhos que merece milhares de discussões até se chegar a melhores ideias e melhores modos de gerir a situação que temos. O medo de ferir susceptibilidades é o que permite o perpetuar erros gravíssimos de gestão de recursos.
richardj Escreveu:parece-me que existe um problema geracional. Porque uns viveram numa época com determinadas condições. Agora a nova geração chegou e não tem as mesmas condições que a geração anterior. Mais, a nova geração é que o grosso dos empregados, enquanto que a antiga geração está hoje praticamente toda reformada. Ao mesmo tempo, todo o sistema social está a falir, apesar da geração actual ser a mais contributiva para o estado social. Donde sai a vontade de fazer a antiga geração pagar, por a pagar aqueles que em tempos tiveram mais do que deveria, na perspectiva actual. Esta geração está mais desesperada, tem mais desemprego, um futuro mais incerto no pais, uma reforma para a qual vai descontar mais do que a geração anterior para receber menos.
existe o tremendo sentido de injustiça geracional
De alguma forma até compreendo o que dizes mas não nos podemos esquecer que o sistema de segurança
social está pensado numa filosofia de solidariedade inter-geracional.
As novas gerações não podem simplesmente reduzir isto à questão de quanto é que nos estão a custar os velhos.
Uma tal forma de pensar pode ser o lançar das sementes duma fractura geracional que, mais tarde ou
mais cedo, se ira virar contra os que pensam assim actualmente.
A geração mais velha , principalmente os que estiveram no sector publico e hoje na aposentação, usufruem duma serie de privilégios que a maioria dos cidadãos não tem.
Isso é um facto.
Muito naturalmente alguma coisa terá de ser corrigida aqui não só para os novos mas também para os actuais pensionistas.
Neste aspecto sou claramente a favor do plafonamento das pensões, independentemente dos descontos.
Não tem que haver uma relação proporcional entre o que se desconta hoje e o que se vai receber no futuro.
A lógica da solidariedade implica que os que mais tem mais pagam, e não que os que mais tem é que mais recebem.
No entanto não nos esqueçamos que esta geração aparentemente privilegiada agora, no passado passou muitas agruras na vida e não pode usufruir de uma série de bens públicos que as gerações do pós 25 Abril usufruíram e deram como adquiridos.
A grande maioria viveu tempos de privação em todos os aspectos .
Viveram os tempos da ditadura ,da guerra colonial, não tiveram acesso ao ensino liceal e muito menos ao ensino superior.
Portanto parece-me um bocado exagerado dizer que as gerações mais velhas é que viveram bem e agora os novos estão tramados.
Apesar de tudo as novas gerações usufruíram em geral de condições de vida que as gerações mais velhas nem imaginavam no seu tempo.
Par isso contribuíram uma série de novos bens públicos de acesso generalizado que surgiram nestas ultimas decadas em Portugal e que hoje damos como adquiridos.
Tudo isto teve um preço.
Chama-se divida.
Hoje somos todos chamados a pagar a factura.
Exigir que as gerações mais velhas que viveram num pais de 3º mundo , que passaram por uma guerra colonial, que fizeram uma revolução, conquistaram a liberdade, que implantaram um regime democratico e apesar de tudo modernizaram o pais mesmo que à custa de um endividamento exagerado...
Exigir a essa geração tudo isto e ainda que deixassem um Portugal arrumadinho para as novas gerações não se terem de preocupar mais, parece-me no minimo uma total falta de pudor das gerações mais novas.
O mundo mudou muito e mudou pelo facto de hoje o emprego ser um bem muito escasso.
Talvez esteja mais do que na altura de repensar muita coisa a comear pelo tipo de economia que a Europa pretende.
A economia da inclusão ou a da exclusão.
Sabem que nos anos 70 e 80 a industria empregava multidões?
Hoje existem os Robots que fazem praticamente tudo.
No anos 60 e mesmo 70 ainda uma grande parte da população portuguesa trabalhava na agricultura.
Quero com isto dizer que a forma como o mundo evoluiu reduziu substancialmente a oferta de emprego pelo menos nos moldes clássicos.
Parece-me lógico que se automação reduziu brutalmente as necessidades de mão de obra isso deveria ser traduzido numa benesse para os trabalhadores sob a forma de redução do horário de trabalho.
Se pensássemos em semanas de 20h de trabalho o emprego provavelmente aumentava.
No entanto o que se assiste é a uma tentativa de aumentos de horários de trabalho.
Desta forma só iremos agravar este problema social e claramente agudizar as desigualdades entre aqueles que precisam de trabalhar para viver e os que simplesmente investem o capital acumulado à procura de rendimento.
Claro que para mudarmos este estado de coisas teríamos de estar dispostos a criar uma barreira contra o trabalho escravo dos países asiáticos e dispostos a aumentos generalizados de preços nos bens e serviços.
Ou seja uma época de aumento de inflação.
Alias os níveis baixíssimos de inflação no mundo ocidental num contexto de forte aumento do endividamento só se explicam pela entrada massiva no mercado mundial duma nova força laboral sediada nos países asiáticos e que produz para o ocidente em regime de quase escravatura.
Está na altura de todos nós mais novos nos mexermos e trabalharmos para que as coisas se alterem não apenas a nível nacional mas um nível mais global
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Bolas pá! Já tinha saudades de uma discussão sobre os professores...
Dito isto:
Eu gostava de saber qual o número total de professores com horário reduzido ou 0.
A sua distribuição por distrito.
O número de professores por escalão etário.
O número de professores por discplina/ciclo letivo.
O número de professores por escalão.
É quase certo que um professor nos dias de hoje com 50 anos ou mais estará no escalaão mais elevado e que os mais novos nunca lá chegaram.
O sistema atual foi desenhado com premissas que já não existem, está desatualizado uns 20 anos... mas a qualidade do ensino tb não mexeu muito.
Temos mais pessoas com qualificações mas ainda não o suficiente.
Mas é tb uma profissão extremamente "mal cotada" e é preciso devolver aos mesmos um certo respeito.
É impressionante a maneira como por vezes são tratados por pais e governo...
Só para dar um caso caricato que atesta da "parvoice" a que chegamos...
A minha filha passou para o segundo ano e tinha 21 colegas no primeiro.
Como o governo achou que agora ela devia ter 25 colegas e como exisitam 4 condicionais, a última da hora juntou esses 4 na turma... a professora basicamente só descobriu uma semana antes de começarem as aulas.
A coisa até está a correr bem para a turma mas dada a imaturidade dos mesmos o comportamento não é o melhor...

Dito isto:
Eu gostava de saber qual o número total de professores com horário reduzido ou 0.
A sua distribuição por distrito.
O número de professores por escalão etário.
O número de professores por discplina/ciclo letivo.
O número de professores por escalão.
É quase certo que um professor nos dias de hoje com 50 anos ou mais estará no escalaão mais elevado e que os mais novos nunca lá chegaram.
O sistema atual foi desenhado com premissas que já não existem, está desatualizado uns 20 anos... mas a qualidade do ensino tb não mexeu muito.
Temos mais pessoas com qualificações mas ainda não o suficiente.
Mas é tb uma profissão extremamente "mal cotada" e é preciso devolver aos mesmos um certo respeito.
É impressionante a maneira como por vezes são tratados por pais e governo...
Só para dar um caso caricato que atesta da "parvoice" a que chegamos...
A minha filha passou para o segundo ano e tinha 21 colegas no primeiro.
Como o governo achou que agora ela devia ter 25 colegas e como exisitam 4 condicionais, a última da hora juntou esses 4 na turma... a professora basicamente só descobriu uma semana antes de começarem as aulas.
A coisa até está a correr bem para a turma mas dada a imaturidade dos mesmos o comportamento não é o melhor...
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ppbogos Escreveu:Mais desonestos a entrar por aí a dentro.
Aqui só há imaculados, no nosso Portugal.
Deixo o relatório em linguagem tuga....(as tantas ainda dizem que deve estar mal traduzido), qusando não nos alimernta o umbigo vale tudo.
Os assuntos não são Tabus, nem virgens ofendidas. A vida custa a todos....
Caro ppbogos, obrigado por ter colocado a tabela completa.
O assunto não é para mim tabu ou se quer me sinto ou faço passar por virgem ofendida. Simplesmente já dei demais para este peditório e o ruído de fundo à volta da discussão sobrepõe-se sempre ao essencial.
Se reparou, em circunstância alguma manifestei que os FP deveriam receber mais ou menos, ou que os privados deveriam receber mais ou menos.
Uma coisa tenho por certa desde que trabalho, e já passei pelo público e pelo privado; seja em que setor fôr o salário deve estar sempre correlacionado com o desempenho profissional. Em nenhum dos setores tive oportunidade de constatar isso, e não falo do meu caso particular, falo das organizações por onde passei.
Correndo o risco de me repetir, o relatório do FMI, seja em português, seja em inglês, em meu entender, não passa de um mau documento técnico e uma medíocre jogada política.
Terá seguramente o mérito de trazer à discussão um conjunto de temas que, esses sim, têm sido tabus. Só posso esperar que a discussão se desenrole de forma fundamentada e imparcial.
"Caminante, no hay camino, se hace camino al andar", Antonio Machado
É pena que este tópico há muito tempo tenha saído da vertente técnica e de análise, e tenha passado a um destilar de veneno e mágoas acumuladas...
Sim, é verdade, todos temos um primo, um tio, um amigo no público que faz menos que nós e ganha mais...
Sim, é verdade que há carreiras no público que estão acima do sustentável...
Agora virem com exemplos de que só quem se devia queixar é a empregada da lota que se levanta às 5h da manhã e recebe tarde e más horas, não me venham com asneiras... Nem tudo nem nada.
Entre os professores no público a ganhar 2000 euros e os do privado a ganhar 500 há um meio termo, entre enfermeiros no público a ganhar 1200 e no privado a ganhar 600 não é o privado que está certo de certeza, entre muitos outros casos.
A moderação no debate já se perdeu à muito. E incrivelmente até sou de direita, mas ouço aqui coisas que nem em ditadura.
Ainda vão doer os dentes a muita malta que fala agora, que ajuda a baixar baixar baixar, saldos de recursos humanos.
Sou do privado, ganho 750 euros e vos digo, quando for para ganhar menos que isto, ficai vós aqui no Botswana...
Sim, é verdade, todos temos um primo, um tio, um amigo no público que faz menos que nós e ganha mais...
Sim, é verdade que há carreiras no público que estão acima do sustentável...
Agora virem com exemplos de que só quem se devia queixar é a empregada da lota que se levanta às 5h da manhã e recebe tarde e más horas, não me venham com asneiras... Nem tudo nem nada.
Entre os professores no público a ganhar 2000 euros e os do privado a ganhar 500 há um meio termo, entre enfermeiros no público a ganhar 1200 e no privado a ganhar 600 não é o privado que está certo de certeza, entre muitos outros casos.
A moderação no debate já se perdeu à muito. E incrivelmente até sou de direita, mas ouço aqui coisas que nem em ditadura.
Ainda vão doer os dentes a muita malta que fala agora, que ajuda a baixar baixar baixar, saldos de recursos humanos.
Sou do privado, ganho 750 euros e vos digo, quando for para ganhar menos que isto, ficai vós aqui no Botswana...
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Mais desonestos a entrar por aí a dentro.
Aqui só há imaculados, no nosso Portugal.
Deixo o relatório em linguagem tuga....(as tantas ainda dizem que deve estar mal traduzido), qusando não nos alimernta o umbigo vale tudo.
Os assuntos não são Tabus, nem virgens ofendidas. A vida custa a todos....
Aqui só há imaculados, no nosso Portugal.
Deixo o relatório em linguagem tuga....(as tantas ainda dizem que deve estar mal traduzido), qusando não nos alimernta o umbigo vale tudo.
Os assuntos não são Tabus, nem virgens ofendidas. A vida custa a todos....
- Anexos
-
relatorio FMI em Tuga para os mais desatentos.pdf
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Rantamplan Escreveu:Não quero de forma alguma entrar nesta discussão dos salários da função pública vs privado porque a discussão a partida está inquinada por um conjunto de preconceitos e vacuidades que subsistem há pelo menos 10 anos e que dificlmente desaparecerão.
Só posto porque me parece de uma profunda parcialidade e desonestidade intelectual do ppbogos apresentar uma tabela cujo título é "Variação do poder de compra das remunerações dos trabalhadores da função pública e do sector privado no período 2000-2011" e só colocar a informação relativa à função pública.
Não fui consultar a fonte e portanto nem sei qual é a variação do poder de compra no período para o privado. Não que considere que os 2 universos sejam comparáveis, pelo menos com este nível de agregação. Mas sinceramente, a apresentarem-se dados, então apresente-se tudo. Caso contrário mais vale nem os apresentar...
P.S. - Pequena minudência metodológica: As variações apresentadas referenciam a valores nominais. O poder de compra é sempre calculado em função de valores reais.ppbogos Escreveu:mais_um Escreveu:MarcoAntonio Escreveu:
Epá, eu não quero estar a meter-me muito nesta discussão mas francamente só por desconhecimento ou similar se escreve isto pois há mais de 10 anos que o que há aproxima-se de uma estagnação automática, não de uma progressão automática.
Se não me falha a memoria, a progressão na carreira está congelada para quase toda a FP desde 2006 inclusive.
E os aumentos da FP estão congelados desde 2003 inclusive até hoje, com excepção de 2009.
Tá tudo congelado.... Eu diria que mais meia duzia de anos a este ritmo...tá tudo morto...
Preconceito, desonestidade, bota prá fora...mas xia....xia.
- Anexos
-
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Não quero de forma alguma entrar nesta discussão dos salários da função pública vs privado porque a discussão a partida está inquinada por um conjunto de preconceitos e vacuidades que subsistem há pelo menos 10 anos e que dificlmente desaparecerão.
Só posto porque me parece de uma profunda parcialidade e desonestidade intelectual do ppbogos apresentar uma tabela cujo título é "Variação do poder de compra das remunerações dos trabalhadores da função pública e do sector privado no período 2000-2011" e só colocar a informação relativa à função pública.
Não fui consultar a fonte e portanto nem sei qual é a variação do poder de compra no período para o privado. Não que considere que os 2 universos sejam comparáveis, pelo menos com este nível de agregação. Mas sinceramente, a apresentarem-se dados, então apresente-se tudo. Caso contrário mais vale nem os apresentar...
P.S. - Pequena minudência metodológica: As variações apresentadas referenciam a valores nominais. O poder de compra é sempre calculado em função de valores reais.
Só posto porque me parece de uma profunda parcialidade e desonestidade intelectual do ppbogos apresentar uma tabela cujo título é "Variação do poder de compra das remunerações dos trabalhadores da função pública e do sector privado no período 2000-2011" e só colocar a informação relativa à função pública.
Não fui consultar a fonte e portanto nem sei qual é a variação do poder de compra no período para o privado. Não que considere que os 2 universos sejam comparáveis, pelo menos com este nível de agregação. Mas sinceramente, a apresentarem-se dados, então apresente-se tudo. Caso contrário mais vale nem os apresentar...
P.S. - Pequena minudência metodológica: As variações apresentadas referenciam a valores nominais. O poder de compra é sempre calculado em função de valores reais.
ppbogos Escreveu:mais_um Escreveu:MarcoAntonio Escreveu:
Epá, eu não quero estar a meter-me muito nesta discussão mas francamente só por desconhecimento ou similar se escreve isto pois há mais de 10 anos que o que há aproxima-se de uma estagnação automática, não de uma progressão automática.
Se não me falha a memoria, a progressão na carreira está congelada para quase toda a FP desde 2006 inclusive.
E os aumentos da FP estão congelados desde 2003 inclusive até hoje, com excepção de 2009.
Tá tudo congelado.... Eu diria que mais meia duzia de anos a este ritmo...tá tudo morto...
"Caminante, no hay camino, se hace camino al andar", Antonio Machado
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