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Caldeirão da Bolsa

ADSE - o sorvedouro

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por Jose Serrote » 15/1/2013 17:48

rmachado

Ok desculpa, mas como te referiste a "conceitos" pensei que era comigo. :lol:
 
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por Rantamplan » 15/1/2013 17:46

rmachado Escreveu:Giro, giro foi ouvir o "pai" do SNS a dizer que a ideia era "fundir" os sub sistemas...

e que é uma ideia já muito antiga...


Tb é giro de repente aparecer este conceito de seguro e pior ter ouvido algúem dizer que era como um seguro de vida... o que lá se ia pondo (no SNS e na ADSE) depois iria ser usado mais tarde...

É uma confusão de conceitos que assusta...


É efetivamente assutador a trapalhada que se consegue criar à volta de uma coisa que aparentemente é simples.

Mas a confusão tem razões históricas para existir. Quando a maioria dos subsistemas de saúde apareceram o SNS existindo, não estava consolidado e não era de todo universal, i.e., não existia a malha de prestadores suficiente para garantir a cobertura universal de cuidados. Os subsistemas públicos de saúde apareceram para colmatar esta limitação garantindo aos FP o acesso gratuito, ou quase gratuito a cuidados de saúde. A lógica da sua constituição foi de um seguro de saúde que era financiado por uma quota mensal paga pelos funcionários. Em circunstância alguma seguro de vida, que é uma afirmação (não sei quem a proferiu), no mínimo de atraso mental.

O problema é que as premissas iniciais deixaram de ser válidas na medida em que o SNS se tornou efetivamente universal. Como os benefícios da ADSE são efetivamente muito superiores aos conferidos aos contribuintes em geral, toca de tratar a ADSE como direitos adquiridos, independentemente das contribuições dos FP não cobrirem a despesa gerada pela ADSE. E como em direitos adquiridos neste país não se pode mexer, toca de injetar cheta à conta do OE, i.e., dos impostos.

Fundir subsistemas é perpetuar o problema. A solução. Extingui-los porque os impostos que todos pagamos (alguns mais do que outros) garantem acesso a cuidados de saúde.

Problema: Extinguir subsistemas é a mesma coisa que dizer que os grupos privados de saúde (BES, HPP, etc.) entram em falência quase imediata. Há algumas excepções (O grupo mello se não estou em erro não tem acordo com adse), mas são marginais. Assim como quem não quer a coisa quase 50% da faturação do Hospital da Luz vem da ADSE... Quem paga? O contribuinte!!!

Não se toca nos subsistemas não por causa do FP. É por causa do interesses instalados...
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por rmachado » 15/1/2013 17:44

Zé Serrote Escreveu:
rmachado Escreveu:Giro, giro foi ouvir o "pai" do SNS a dizer que a ideia era "fundir" os sub sistemas...

e que é uma ideia já muito antiga...


Tb é giro de repente aparecer este conceito de seguro e pior ter ouvido algúem dizer que era como um seguro de vida... o que lá se ia pondo (no SNS e na ADSE) depois iria ser usado mais tarde...

É uma confusão de conceitos que assusta...


Da minha parte não há confusão de conceitos nenhuma, apenas cometi um erro. Uma coisa é a ADSE para a assistência na doença e outra coisa são os seguros de acidentes de trabalho, que na Administração Pública NÂO EXISTEM e cujos custos são pagos pela ADSE e o pior é que aparecem depois comentadores a comentar aquilo que ignoram completamente.


Zé, não me estava a referir a tua mensagem, mas sim as opiniões que ouvi hoje de manhã na TSF.

E o mais engraçado era ouvir algo como "estão a pagar duas vezes pela mesma coisa", então se assim não faz mais sentido "juntar" e pagar só uma vez?
 
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por Jose Serrote » 15/1/2013 17:39

Elias Escreveu:
Zé Serrote Escreveu:Por falar em injustiça e equidade todas as empresas são obrigadas a ter um seguro de acidentes pessoais para os funcionários,porque é que esse seguro não existe na FP?


Talvez seja pela mesma razão que obriga os proprietários de automóveis a ter um seguro, ao passo que os veículos do Estado em muitos casos não têm qualquer seguro.

Basicamente o que temos é um Estado que não aplica a si próprio as leis que produz para os cidadãos.


No caso dos veículos do Estado não faço a minima ideia de como funciona.
 
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por Jose Serrote » 15/1/2013 17:35

rmachado Escreveu:Giro, giro foi ouvir o "pai" do SNS a dizer que a ideia era "fundir" os sub sistemas...

e que é uma ideia já muito antiga...


Tb é giro de repente aparecer este conceito de seguro e pior ter ouvido algúem dizer que era como um seguro de vida... o que lá se ia pondo (no SNS e na ADSE) depois iria ser usado mais tarde...

É uma confusão de conceitos que assusta...


Da minha parte não há confusão de conceitos nenhuma, apenas cometi um erro. Uma coisa é a ADSE para a assistência na doença e outra coisa são os seguros de acidentes de trabalho, que na Administração Pública NÂO EXISTEM e cujos custos são pagos pela ADSE e o pior é que aparecem depois comentadores a comentar aquilo que ignoram completamente.
 
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por Elias » 15/1/2013 17:34

Zé Serrote Escreveu:Por falar em injustiça e equidade todas as empresas são obrigadas a ter um seguro de acidentes pessoais para os funcionários,porque é que esse seguro não existe na FP?


Talvez seja pela mesma razão que obriga os proprietários de automóveis a ter um seguro, ao passo que os veículos do Estado em muitos casos não têm qualquer seguro.

Basicamente o que temos é um Estado que não aplica a si próprio as leis que produz para os cidadãos.
 
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por Jose Serrote » 15/1/2013 17:24

Rantamplan Escreveu:
Zé Serrote Escreveu:Por falar em injustiça e equidade todas as empresas são obrigadas a ter um seguro de acidentes pessoais para os funcionários,porque é que esse seguro não existe na FP? Quanto custa um seguro desses?
Então e os seguros de saúde que algumas empresas oferecem aos funcionários? Não são pagos com dinheiro que deveria entrar nos impostos?


Caro Zé Serrote

Creio que vai aí uma grande confusão de conceitos.
Todas as empresas são obrigadas a ter seguro de acidentes de trabalho e não pessoais. As empresas públicas também. A Administração Pública, Setor Público Administrativo se quiseres, pode ter ou não seguro de acidentes de trabalho. Se tiver quem cobre a despesa hospitalar é o Seguro, se não tiver a despesa é cobrada à respectiva instituição.

Ora bem, nada disto tem o que quer que seja a ver com a ADSE. A Adse é subsistema de sáude que age como "Seguro de Saúde", em tudo distinto de seguro de acidentes de trabalho ou de acidentes pessoais. Em circunstância alguma um acidente de trabalho pode ser cobrado à ADSE.


Caro Rantamplan

Tens toda a razão o termo correto é seguro de acidentes de trabalho, foi um erro meu.
Quanto ao resto já não tens razão porque enquanto numa empresa privada a responsável pelos custos referentes ao acidente, indemnização ao sinistrado inclusive, é a companhia de seguros. Na Administração Pública as coisas não são assim, os custos médicos são empurrados para a ADSE e os funcionários mesmo que fiquem com alguma incapacidade nunca recebem indemnização.
 
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por rmachado » 15/1/2013 17:22

Giro, giro foi ouvir o "pai" do SNS a dizer que a ideia era "fundir" os sub sistemas...

e que é uma ideia já muito antiga...


Tb é giro de repente aparecer este conceito de seguro e pior ter ouvido algúem dizer que era como um seguro de vida... o que lá se ia pondo (no SNS e na ADSE) depois iria ser usado mais tarde...

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por Rantamplan » 15/1/2013 16:58

Zé Serrote Escreveu:Por falar em injustiça e equidade todas as empresas são obrigadas a ter um seguro de acidentes pessoais para os funcionários,porque é que esse seguro não existe na FP? Quanto custa um seguro desses?
Então e os seguros de saúde que algumas empresas oferecem aos funcionários? Não são pagos com dinheiro que deveria entrar nos impostos?


Caro Zé Serrote

Creio que vai aí uma grande confusão de conceitos.
Todas as empresas são obrigadas a ter seguro de acidentes de trabalho e não pessoais. As empresas públicas também. A Administração Pública, Setor Público Administrativo se quiseres, pode ter ou não seguro de acidentes de trabalho. Se tiver quem cobre a despesa hospitalar é o Seguro, se não tiver a despesa é cobrada à respectiva instituição.

Ora bem, nada disto tem o que quer que seja a ver com a ADSE. A Adse é subsistema de sáude que age como "Seguro de Saúde", em tudo distinto de seguro de acidentes de trabalho ou de acidentes pessoais. Em circunstância alguma um acidente de trabalho pode ser cobrado à ADSE.
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por Rantamplan » 15/1/2013 16:45

Um curioso... Escreveu:
Rantamplan Escreveu:Para que eu possa admitir a coexistência dos vários subsistemas então os mesmos têm de ser auto-sustentáveis com as receitas dos seus beneficiários. O problema. O desconto muito provavelmente passaria de 2.5% para 10%.


O desconto de momento é de 1,5 % que incide sobre o rendimento ilíquido do funcionário.



Corrigido. Obrigado "Um Curioso..."
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por Jose Serrote » 15/1/2013 16:45

Por falar em injustiça e equidade todas as empresas são obrigadas a ter um seguro de acidentes pessoais para os funcionários,porque é que esse seguro não existe na FP? Quanto custa um seguro desses para 600 mil pessoas?
Então e os seguros de saúde que algumas empresas oferecem aos funcionários? Não são pagos com dinheiro que deveria entrar nos impostos? Também deveriam acabar?
Editado pela última vez por Jose Serrote em 15/1/2013 16:56, num total de 1 vez.
 
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por Um curioso... » 15/1/2013 16:16

Rantamplan Escreveu:Para que eu possa admitir a coexistência dos vários subsistemas então os mesmos têm de ser auto-sustentáveis com as receitas dos seus beneficiários. O problema. O desconto muito provavelmente passaria de 2.5% para 10%.


O desconto de momento é de 1,5 % que incide sobre o rendimento ilíquido do funcionário.
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por Rantamplan » 15/1/2013 13:49

rcostab Escreveu:
artista Escreveu:
richardj Escreveu:sim, porque a falta de natalidade é compensada com a maior longevidade das pessoas. eu disse que nao era relevante.

por outro lado, esqueci-me de dizer que as contribuições para a adse subiram de 1,5% para 2,5%, o que é um factor importante para justificar a descida do custo ao comtribuinte


Porquê?? Se as pessoas contribuem mais vão usar menos?! Isso não faz sentido!

Eu já disse lá atrás o que contribuiu significativamente para a redução, a ADSE deixou de comparticipar alguns cuidados de saúde... só o fim de comparticipação de óculos e próteses deve dar uns trocos valentes a cada beneficiário! Também reduziu a comparticipação em alguns casos!


A eliminação de fraudes e percepção por parte de quem é beneficiário e prestador que o controle é mais rigoroso também fez baixar os custos da ADSE.


O custo per capita da ADSE diminuiu por engenharia financeira e nada mais.

Em 2009 os cuidados de saúde dos Hospitais Públicos que eram faturados à ADSE deixaram de o ser passando os mesmos a ser faturados ao SNS, sendo que o ministério faria á posteriori o acerto de contas com a ADSE. O que aconteceu foi que no mesmo ano a dotação orçamental da ADSE diminuiu 50%, para cerca de 500 milhões. Tá bom de ver o que aconteceu. Nunca existiu acerto de contas entre o ministério e a ADSE, ou seja, o custo dos atendimentos a utentes beneficiários da ADSE passou a ser suportado na íntegra pelo contribuinte.

Ao contrário do que se anda a apregoar a sustentabilidade da ADSE com receitas próprias é inexistente. Todos os anos o orçamento de estado injeta na ADSE umas centenas de milhões. As receitas próprias da ADSE dão, grosso modo, para cobrir o pagamento dos cuidados prestados aos doentes em unidades privadas. O resto paga o contribuinte.

Fim da ADSE deveria uma das principais prioridades por uma questão de equidade, de moralidade e de gastos públicos superfluos.
O FP tem direito de escolha. O contribuinte geral não tem.
As regalias da ADSE são cobertas, em parte pelos impostos que todos pagamos, sendo que o contribuinte geral não tem acesso a essas regalias.

A mesma lógica se aplica aos subsisteams dos militares, da PSP e da GNR.

Para que eu possa admitir a coexistência dos vários subsistemas então os mesmos têm de ser auto-sustentáveis com as receitas dos seus beneficiários. O problema. O desconto muito provavelmente passaria de 1.5% para 9%.
Editado pela última vez por Rantamplan em 15/1/2013 16:44, num total de 1 vez.
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por Elias » 15/1/2013 13:10

Extinção da ADSE divide socialistas. Ex-ministros a favor do fim do sistema
Por Rita Tavares, publicado em 15 Jan 2013 - 03:10 | Actualizado há 8 horas 54 minutos

PS rejeita acabar com ADSE, como defendeu o coordenador de Seguro para a Saúde. Tema levanta discórdia interna e a maioria aproveita para criticar “dificuldade de coordenar mensagens”

Um sobressalto de relevo na abertura das Jornadas Parlamentares do PS, em Viseu. O coordenador de António José Seguro para a Saúde fala no fim da ADSE, numa entrevista, e põe na agenda um tema incómodo, em pleno debate sobre as funções do Estado e quando o partido junta tropas para preparar essa mesma discussão. Resultado: um dia de justificações socialistas, a prometerem zelar pela saúde da ADSE, dois ex-ministros da Saúde a defenderem o oposto e até um pedido de congresso antecipado.

O homem de Seguro para a Saúde chama-se Álvaro Beleza, ex-presidente do Instituto Português do Sangue, e deu uma entrevista ao “Jornal de Notícias” onde fala na necessidade de “assegurar o acesso universal à saúde e melhorar a qualidade com a despesa controlada”. E tudo porque, segundo diz, “ainda é possível poupar”. Um dos pontos a rever é a “desigualdade” entre os portugueses por causa dos subsistemas de Saúde, entre os quais a ADSE (ver como funciona na página 20). Perante a pergunta se defende o fim deste sistema, Beleza não deixa dúvidas: “Claramente. É um sistema único na Europa e é injusto.”

Depois segue com o que é preciso fazer ao nível do Serviço Nacional de Saúde (SNS) como resposta ao fim dos subsistemas. A extinção da ADSE fica com a porta aberta mas por pouco tempo, porque o líder parlamentar Carlos Zorrinho veio fechá-la com estrondo. “O PS não é a favor da extinção da ADSE.”

Mais tarde Álvaro Beleza havia de vir dizer que se tratava de uma opinião pessoal de que foi feito “aproveitamento miserável”, mas a discussão estava lançada. Tocar no subsistema de Saúde dos funcionários públicos é ponto delicado e esta já não é a primeira vez que o PS aparece a desmentir a intenção com veemência. Em 2009, o programa eleitoral de José Sócrates falava no assunto: “Como forma de promover maior equidade, devem os subsistemas públicos de saúde evoluir para o modelo de auto-suficiência.” Mas o PS veio negar que quisesse cortar benefícios. O que é certo é que tanto o ministro da Saúde de António Guterres e do primeiro executivo de Sócrates, como a que se lhe seguiu e executou este mesmo programa eleitoral, têm entendimento diferente.

EX-MINISTRA ESTRANHA RECUO Ao i, Ana Jorge explica que na altura, perante esta ideia defendida pelo PS, definiu-se em articulação com as Finanças (que tutelam a ADSE) que não fossem estabelecidos novos acordos. O assunto até espoletou polémica, com a então ministra a criticar publicamente um acordo entre o Hospital da Luz e a ADSE que levou mesmo à intervenção do primeiro-ministro, ao tentar esvaziar a polémica, atribuindo outra interpretação à crítica clara de Ana Jorge.

O episódio ficou para trás, mas a ex- -ministra mantém que “a ADSE deve ser revista. Não é tirar todos os direitos aos funcionários públicos de um dia para o outro, mas encontrar uma solução económica sustentável”. “Não devem haver novos acordos, os que existem devem ser revistos progressivamente para conseguir redução de despesas”, diz, acrescentando que tal qual está, o subsistema de saúde só contribui para “criar um grande fosso entre o público e o privado. Estamos a desviar dinheiro do SNS para o privado e a ADSE contribui para isso”.

Sobre o recuo do PS, a ex-ministra é ainda mais clara: “Não consigo entender. Está no Memorando da troika.” O programa defende que os subsistemas caminhem para o auto-financiamento.

O seu antecessor, Correia de Campos, também veio ontem dizer que a ADSE é “um mau sistema da saúde, porque não é integrado e o doente, no fundo, é partido às fatias em função de cada especialista. Tem de haver uma integração e a ADSE não permite essa integração e é um não sistema. É essencial encontrar uma solução alternativa à ADSE”.

Ao i, o ex-ministro defende “um mecanismo de mutualização social dos encargos da ADSE, em que o Estado continua a pagar aos funcionários públicos o que é a média paga a um trabalhador por conta de outrem fora do SNS. Os funcionários públicos pagam a diferença”.

O tema também fez disparar socialistas na redes sociais. Sérgio Sousa Pinto exigiu clarificação interna. “O futuro da ADSE está a dilacerar o PS. A ala situacionista-parlamentarista-pós-socialista enfrenta a ala oficialista-situacionista-ratista-neo-socialista e a nova sensibilidade europeista-situacionista-ex-socialista-anti-tabagista. Reclamo um Congresso antecipado”, escreveu. José Lello foi outro socialista indignado que veio lembrar que “a maioria dos funcionários públicos são eleitores do PS”. “Se o PSD malhava nos funcionários públicos, o PS também teria aí de molhar a sopa. Se eles tinham um Moedas, o PS aspiraria a ter, pelo menos, uns moedinhas!”

GOVERNO APROVEITA A divisão em plenas Jornadas Parlamentares do PS foi aproveitada pela maioria. O ministro Miguel Relvas veio dizer, ao início da tarde, tratar-se de “uma proposta que parecia particularmente positiva, mas estamos à espera que o PS diga qual é que é a posição que vale, se a do porta-voz para o sector, e membro da direcção, se a do líder parlamentar”. Também o secretário de Estado Adjunto do Ministro da Saúde notou que o PS “tem maior dificuldade em coordenar as suas mensagens” do que o governo.

E no CDS, o deputado Adolfo Mesquita Nunes veio dizer que “em primeiro lugar, que o PS não participa no debate sobre o corte na despesa porque não sabe ao certo aquilo que quer, e, em segundo lugar, porque o PS se revela contra qualquer corte na despesa”. O deputado ainda disse ter sido “uma pena que tenha sido retirada” a ideia de Álvaro Beleza.

http://www.ionline.pt/portugal/adse-ex- ... ma-sistema
 
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por Um curioso... » 26/9/2012 22:36

Elias Escreveu:Há dois anos e meio criei este tópico e publiquei o quadro que aqui se reproduz (o da esquerda).

Hoje voltei à Pordata para procurar estes dados e verifiquei que a tendência então assinalada se inverteu - e de que maneira.

O quadro da direita mostra a informação actualizada.


A ADSE (muito contestada por que se destina exclusivamente a funcionários públicos) seria se estendida a toda a população o modo mais eficaz de oferecer um serviço nacional de saúde aos portugueses.

O que é afinal a ADSE?
Pois bem, trata-se dum seguro de saúde que funciona nos mesmos moldes que os seguros privados, mas com características especiais.
Trata-se dum seguro social. Assim, enquanto nos seguros de saúde a seguradora atribui um prémio de risco em função da idade do utente ou eventualmente em função das patologias de que é portador, na ADSE o prémio é pago exclusivamente em função do ordenado ou da pensão da pessoa. O desconto é de 1,5% e pago a parte do desconto para a CGA que é de 11%.
Quem ganha 500€ desconta 7,5€/mês para a ADSE, quem ganha 3000€ desconta 45€/mês para a ADSE.
Tal como nos seguros privados os beneficiários podem fazer os exames e consultas nos locais em que a rede tem convenção ou fora dela.
Uma consulta feita nos médicos convencionados da ADSE custa ao beneficiário apenas 3,99€ menos 1,01€
que a taxa moderadora que se paga nos Centros de Saúde. Se a consulta for feita fora da rede convencionada o beneficiário paga a totalidade da consulta e tem mais tarde um reembolso de 24€/consulta.
Existe ainda um grupo de clínicas e médicos que aderiu ao chamado regime livre. Nestes casos o beneficiário paga 30€ de consulta e tem o mesmo reembolso de 24€. Escolhe livremente o médico e oregime de consulta.
Os grandes grupos privados (e muitos dos médicos que neles trabalham), nomeadamente Hospital da Luz, HPP, Clínica de St. antónio, grupo Joaquim Chaves e muitos outros aderiram massivamente a estas convenções, o que lhes permitiu também rentabilizar os enormes investimentos que fizeram.
A satisfação global dos utentes é muito alta. No entanto nalguns casos, os beneficiários da ADSE e de muitas seguradoras privadas,queixam-se de longos tempos de espera por uma consulta. Esta situação é extremamente variável com o local de atendimento. a especialidade pretendida e o médico escolhido. Existem ainda casos dúbios, em que há referência a um maior tempo de espera para as convenções com a ADSE e seguradoras do que para os doentes privados (o que é ilegal).
No entanto o balanço é positivo tanto para os doentes como para as instituições. Apesar dos enormes ganhos na contenção de custos penso que mais tarde ou mais cedo os beneficiários irão ser chamados a aumentar o esforço contributivo para a ADSE, passando a descontar 2 a 3% do do ordenado bruto.
No entanto a filosofia do sistema parece-me deveras interessante e deveria ser estendido a toda a populaçao, ainda que tal implicasse o encerramento das centenas de Centos de Saúde existentes ou a sua venda aos privados. Sem medo!!! Os privados prestam um serviço de muito melhor qualidade. O risco de abusos existe sempre, mas boas equipes de gestão que supervisionassem eficazmente(e não a pandilha de incompetentes, líricos e burocratas do PS e do PSD que pululam no Ministério da Saúde), contribuiriam certamente para um SNS digno e universal.
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por rcostab » 26/9/2012 22:02

artista Escreveu:
richardj Escreveu:sim, porque a falta de natalidade é compensada com a maior longevidade das pessoas. eu disse que nao era relevante.

por outro lado, esqueci-me de dizer que as contribuições para a adse subiram de 1,5% para 2,5%, o que é um factor importante para justificar a descida do custo ao comtribuinte


Porquê?? Se as pessoas contribuem mais vão usar menos?! Isso não faz sentido!

Eu já disse lá atrás o que contribuiu significativamente para a redução, a ADSE deixou de comparticipar alguns cuidados de saúde... só o fim de comparticipação de óculos e próteses deve dar uns trocos valentes a cada beneficiário! Também reduziu a comparticipação em alguns casos!


A eliminação de fraudes e percepção por parte de quem é beneficiário e prestador que o controle é mais rigoroso também fez baixar os custos da ADSE.
 
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por artista_ » 26/9/2012 21:54

richardj Escreveu:sim, porque a falta de natalidade é compensada com a maior longevidade das pessoas. eu disse que nao era relevante.

por outro lado, esqueci-me de dizer que as contribuições para a adse subiram de 1,5% para 2,5%, o que é um factor importante para justificar a descida do custo ao comtribuinte


Porquê?? Se as pessoas contribuem mais vão usar menos?! Isso não faz sentido!

Eu já disse lá atrás o que contribuiu significativamente para a redução, a ADSE deixou de comparticipar alguns cuidados de saúde... só o fim de comparticipação de óculos e próteses deve dar uns trocos valentes a cada beneficiário! Também reduziu a comparticipação em alguns casos!
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por BlitzFerr » 26/9/2012 21:53

Na minha área, portanto no que toca às despesas de saúde em farmácias, as comparticipações de medicamentos mudaram há uns anos para igual ao SNS. Isto é, desde há uns anos o preço dos medicamentos é igual para ADSE e SNS.

Mas claro, as receitas da ADSE vêm sempre do privado, porque os funcionários públicos não estão para perder uma manhã à espera num serviço público como os restantes mortais :roll:

Aliás, pelo que tenho conhecimento o grande cliente dos hospitais privados e serviços de saúde privados é o utente ADSE, é do estado que vem a maior parte do dinheiro.

Outra coisa que não percebo é como algumas câmaras municipais têm um apoio de saúde adicional à ADSE. O estado paga a sua parte e a câmara municipal paga mais um pouco. O dinheiro sai por 2 buracos do mesmo bolso: do nosso.
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por rcostab » 26/9/2012 21:37

Elias Escreveu:Há dois anos e meio criei este tópico e publiquei o quadro que aqui se reproduz (o da esquerda).

Hoje voltei à Pordata para procurar estes dados e verifiquei que a tendência então assinalada se inverteu - e de que maneira.

O quadro da direita mostra a informação actualizada.


Não deixa de ser um pequeno corte na gordura do estado!!!
 
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por richardj » 26/9/2012 21:31

sim, porque a falta de natalidade é compensada com a maior longevidade das pessoas. eu disse que nao era relevante.

por outro lado, esqueci-me de dizer que as contribuições para a adse subiram de 1,5% para 2,5%, o que é um factor importante para justificar a descida do custo ao comtribuinte
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por Elias » 26/9/2012 21:25

richardj Escreveu:diria que como nascem menos pessoas existem menos pessoas a beneficiar do serviço ? não deve ter efeito expressivo


O número de beneficiários não tem caído nem aumentado. Tem-se mantido estável desde 2000, com pequenas flutuações.
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por richardj » 26/9/2012 21:17

diria que como nascem menos pessoas existem menos pessoas a beneficiar do serviço ? não deve ter efeito expressivo

por outro lado houve nos últimos anos uma redução dos custos dos medicamentos em portugal, nomeadamente com a maior utilização dos genéricos, o que faz baixar os custos...

e obviamente que as comparticipações foram reduzidas, doutra forma não se poderia conseguir esta baixa.

penso ter lido em algum lado que o que se tinha feito era limitar os custos que cada pessoa podia ter por ano. Foi uma forma de travar e controlar os custos.
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por artista_ » 26/9/2012 21:09

Elias Escreveu:Há dois anos e meio criei este tópico e publiquei o quadro que aqui se reproduz (o da esquerda).

Hoje voltei à Pordata para procurar estes dados e verifiquei que a tendência então assinalada se inverteu - e de que maneira.


Há 10 anos atrás cada beneficiário gastava mais... considerando a inflação pode-se dizer que fizeram milagres, eu diria que o corte em algumas comparticipações produziu efeitos!
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por Laribau » 26/9/2012 21:00

mais_um Escreveu:Eu sou contra a existência de regalias exclusivas de funcionários públicos, como os vários sub sistemas de saúde públicos ou regras especiais de aposentação, faz-me lembrar o regime soviético em que havia lojas para o cidadão comum e lojas para os membros do partido ou algo semelhante. Vem-me sempre à memória o Triunfo dos Porcos.
Não por questões financeiras (já era contra antes de existir crise) mas por uma questão de justiça com a restante população que é quem paga a maior parte dessas regalias sem usufruir delas, para mim não é correcto. Acaba por dividir a população em dois grupos, os de 1ª que podem reformar-se mais cedo e com um valor de reforma proporcionalmente superior (está quase a acabar) e com cuidados médicos melhores e os de 2ª que não só tem condições inferiores como contribuem com o dinheiro dos seus impostos para as melhores condições dos outros.

Eu não estou contra os FP, a culpa não é dos FP, mas sim dos vários governos que por motivos eleitoralistas foram mantendo, aumentado e criando regalias para os FP de modo a conseguir votos.
Defendo a extinção de todos os subsistemas de saúde pública e a integração dos seus beneficiários na SS, para mim é uma questão de justiça elementar.


Mais refinado ainda:

E que tal uma autarquia cujos funcionários têm ADSE e "on top of" têm Seguro de Saúde. E depois toca a aumentar o IMI....!
The sense of responsibility in the financial community for the community as a whole is not small. It is nearly nil. ..... So the wise in Wall Street are nearly always silent. The foolish thus have the field to themselves.

John Kenneth Galbraith
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por Elias » 26/9/2012 20:42

Há dois anos e meio criei este tópico e publiquei o quadro que aqui se reproduz (o da esquerda).

Hoje voltei à Pordata para procurar estes dados e verifiquei que a tendência então assinalada se inverteu - e de que maneira.

O quadro da direita mostra a informação actualizada.
Anexos
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