Passos Coelho anuncia às 19h15 novas medidas de austeridade
Re: DASSE...TANTA BURRICE JUNTA:
nov71 Escreveu:1.Só Li as gordas do que o MR.Bean Português (n querendo ofender esse grande ator inglês...mas é de quem me lembro qdo o vejo...)esta a anunciar da 7ª revisão da Troika.
Depois de nos roubarem durante 2 anos ....estamos piores em termos de indicadores...mais pobres..mais fome...mais desemprego...devemos mais etc..etc..mas a receita vai ser a mesma....dasse...que estes governantes são burros....mas mais impressionante que isto é .....
PSD SOBE 4% NAS SONDAGENS....DASSE QUE O POVO TAMBÉM É BURRO...
Será mesmo burro? Ou têm memória fresca...
DASSE...TANTA BURRICE JUNTA:
1.Só Li as gordas do que o MR.Bean Português (n querendo ofender esse grande ator inglês...mas é de quem me lembro qdo o vejo...)esta a anunciar da 7ª revisão da Troika.
Depois de nos roubarem durante 2 anos ....estamos piores em termos de indicadores...mais pobres..mais fome...mais desemprego...devemos mais etc..etc..mas a receita vai ser a mesma....dasse...que estes governantes são burros....mas mais impressionante que isto é .....
PSD SOBE 4% NAS SONDAGENS....DASSE QUE O POVO TAMBÉM É BURRO...
Depois de nos roubarem durante 2 anos ....estamos piores em termos de indicadores...mais pobres..mais fome...mais desemprego...devemos mais etc..etc..mas a receita vai ser a mesma....dasse...que estes governantes são burros....mas mais impressionante que isto é .....
PSD SOBE 4% NAS SONDAGENS....DASSE QUE O POVO TAMBÉM É BURRO...
Quando comecei a ouvir o ministro fiquei na duvida se era ele ou algum líder da oposição é que com estes números apresentados
mas depois pela voz e pela táctica de passar as perguntas para os secretários de estado que nada acrescentam verifiquei que era mesmo ele mas parecia que se estava a despedir não sei se não foi uma despedida aos portugueses.

Valete Escreveu:Mas, concerteza não atingirá os professores burgueses e bolorentos, que por lá se arrastam, mas antes os desgraçados dos contratados deslocados, que nenhuma culpa tem disto.
Não sei... Cheira-me que o alvo poderão ser os "do quadro" com horário zero.
Ainda há pouco houve um concurso em que o ministério quis passar esse pessoal para dar formação no Instituto de Emprego e Formação Profissional, e pouquíssimos aceitaram.
"People want to be told what to do so badly that they'll listen to anyone." - Don Draper, Mad Men
20 mil?
Não chega para eliminar todos os que conseguiram o seu posto eterno no Estado de forma ilegal.
Aliás, desconfio que esses ficam lá todos. Ao que parece 10 mil são professores. Mas, concerteza não atingirá os professores burgueses e bolorentos, que por lá se arrastam, mas antes os desgraçados dos contratados deslocados, que nenhuma culpa tem disto.
Não chega para eliminar todos os que conseguiram o seu posto eterno no Estado de forma ilegal.
Aliás, desconfio que esses ficam lá todos. Ao que parece 10 mil são professores. Mas, concerteza não atingirá os professores burgueses e bolorentos, que por lá se arrastam, mas antes os desgraçados dos contratados deslocados, que nenhuma culpa tem disto.
In God we trust, all others bring data.
Ti Salvador Mano Escreveu:Ti Salvador Mano Escreveu:Défice de 2012 ficou nos 6% do PIB
Em Actualização:
Raquel Martins
15/03/2013 - 09:46
O défice de 2012 ficará na casa dos 6%, anunciou esta sexta-feira o ministro das Finanças.
Vítor Gaspar revelou que o Eurostat rejeitou que a receita da concessão da ANA fosse considerada para efeitos do défice, o que obrigará o Governo a reclassificar esta receita.
“Excluindo efeitos pontuais o défice de 2012 é de 6%”, anunciou Vítor Gaspar durante a apresentação dos resultados da sétima avaliação do memorando de entendimento.
O ministro destacou que se estas receitas de 800 milhões de euros da concessão da ANA fosse consideradas, então o défice de 2012 seria de 4,9% do PIB.
20 mil funcionários públicos podem ser dispensados já este ano. Pormenores já no Expresso Online
- Mensagens: 2163
- Registado: 29/11/2007 2:05
- Localização: aqui
Ti Salvador Mano Escreveu:Défice de 2012 ficou nos 6% do PIB
Em Actualização:
Raquel Martins
15/03/2013 - 09:46
O défice de 2012 ficará na casa dos 6%, anunciou esta sexta-feira o ministro das Finanças.
Vítor Gaspar revelou que o Eurostat rejeitou que a receita da concessão da ANA fosse considerada para efeitos do défice, o que obrigará o Governo a reclassificar esta receita.
“Excluindo efeitos pontuais o défice de 2012 é de 6%”, anunciou Vítor Gaspar durante a apresentação dos resultados da sétima avaliação do memorando de entendimento.
O ministro destacou que se estas receitas de 800 milhões de euros da concessão da ANA fosse consideradas, então o défice de 2012 seria de 4,9% do PIB.
- Mensagens: 2163
- Registado: 29/11/2007 2:05
- Localização: aqui
Quico Escreveu:Be Cool Escreveu:http://www.dinheirovivo.pt/Economia/Artigo/CIECO081702.html?page=0
O governo húngaro está sob resgate desde 2008, mas bateu o pé ao FMI e a Bruxelas em 2012 e pôs travão às políticas de austeridade
Um país com dez milhões de habitantes que faz tudo ao contrário de Portugal
22/12/2012 | 00:01 | Dinheiro Vivo
Em Budapeste, os governantes têm dedicado o seu tempo, desde 2010, a projetar e implementar nacionalizações de companhias, aumentar o salário mínimo, aliviar a carga fiscal sobre as famílias, incentivar o consumo interno, taxar mais os bancos, reduzir de forma acentuada os encargos do Estado com as parcerias público-privadas (PPP), baixar os impostos para as empresas, entre outras medidas. Se as políticas pensadas e executadas pelo governo português olhassem para o espelho, a imagem daí resultante seria naturalmente invertida e veríamos então o executivo húngaro em ação.
Portugal e Hungria têm áreas e população de dimensões em tudo semelhantes. São dois países da União Europeia (UE) que distam entre si 2390 quilómetros. O primeiro está no euro e o segundo ainda possui moeda própria, o chamado florim húngaro. Portugal quer terminar o ano de 2012 com um défice de 5% e uma dívida de 120% relativamente a um PIB que deverá cair 3%. A Hungria, pelo contrário, deverá ter um défice de 2,5% e uma dívida de 78,4%, tendo como base uma economia que deverá recuar 1,2%. Bem-vindo ao mundo dos contrastes no seio da Europa dos 27.
Alguns poderão perguntar-se se estar ou não sob resgate externo poderá condicionar as políticas. Ora, embora seja um caso pouco falado em Portugal, a Hungria acaba por estar a beneficiar de ajuda do FMI e da UE. O programa da Hungria data de 2008 e tinha o valor de 20 mil milhões, tendo sido entregues até ao momento 14 mil milhões, que acabarão de ser pagos em 2016. O problema surgiu em 2010, na sequência da transição de um Governo socialista para um conservador de Direita, liderado pelo polémico Viktor Órban. Em setembro último, o primeiro-ministro pôs um travão nas políticas de austeridade do FMI, depois de meses de conflito. Pelo meio, Budapeste foi inundada por cartazes anti-FMI colocados pelo governo e que procuravam assumidamente angariar o apoio da população.
"Segundo o acordo feito pelo governo anterior, os salários e pensões teriam de sofrer reduções progressivas e, por esse motivo, o atual Executivo cancelou essas medidas e parou com o processo de cortes", explicou, ao Dinheiro Vivo, o secretário de Estado das Finanças, Gyula Pleschinger.
Se pudesse dar um conselho a Portugal, diria que é possível renegociar acordos com o FMI? "Nós negociámos com o FMI com base nos nossos progressos. Estamos preparados para soluções de compromisso, mas estas não devem ir contra os valores básicos deste governo", sublinha o secretário de Estado. "A crise mostrou que implementar uma união monetária sem uma união fiscal foi muito perigoso e o euro era demasiado forte para Portugal e Grécia e muito barato para a Alemanha", acrescenta.
O governo húngaro quis deixar mais dinheiro para as famílias e introduziu a taxa única de 16% no IRS, aumentando antes os impostos sobre o consumo, nomeadamente o IVA, cuja taxa máxima está nos 27%. Consultando a página de Internet do executivo, a sensação de estarmos perante a imagem de Portugal, invertida por um espelho, ganha mais força. O salário mínimo (485 euros) português está congelado desde 1 de janeiro de 2011 e não se perspetiva aumento. Na Hungria, o salário mínimo vai subir 5,4% em 2013, para 341 euros. A eletricidade e o gás , nas mãos de privados, deverão descer cerca de 10% no início de janeiro por imposição do governo húngaro. Em Portugal, o gás vai subir 2,5% e a eletricidade 2,8%, após várias outras subidas, nomeadamente a que resultou da aplicação do IVA máximo a estes serviços.
A austeridade no seio do Estado está a ser implementada, mas com moderação. "Na administração pública não aumentámos os salários nos últimos dois anos. O valor nominal e a duração do subsídio de desemprego sofreu cortes [tal como em Portugal]. Queremos recolocar as pessoas no mercado de trabalho e incentivamos as famílias a terem filhos através da atribuição de vários subsídios", afirma Pleschinger.
À luz do perfil dos três maiores partidos políticos portugueses (PSD, PS e CDS), pode parecer estranho que na Hungria tenham sido socialistas a privatizar quase todo o sector empresarial e sejam agora conservadores a tentar recuperar ativos importantes para a esfera do Estado. A oposição de Bruxelas tem sido manifesta, mas Budapeste não desiste.
No superministério do Desenvolvimento Nacional, a ministra Zsuzsa Németh confessou ao Dinheiro Vivo que a Comissão Europeia não gosta das políticas de nacionalização. "Quando comprámos um banco privado comercial, através do nosso banco de fomento, a Comissão Europeia torceu o nariz. Mas tivemos de lhes lembrar que existe um caso semelhante na Alemanha. Por outro lado, a banca privada tem tido grandes lucros, mas não está a emprestar às empresas", afirmou.
* Jornalista viajou a convite da embaixada da Hungria em Portugal
Queria agradecer ao Be Cool por este magnífico trade (pelo menos está a correr bem até agora). Sem ele nunca me lembraria de pôr no meu "radar" um possível short ao Florim Húngaro.
Vivam os "travões" às políticas de austeridade!![]()
(P.S. - Gostei do asterisco final!)
Só depois é que reparei...pensava que estava no tópico prá descontra...

O asterisco substitui a palavra "Disclaimer"...

“A única diferença entre mim e um louco é que eu não sou louco.”
Salvador Dali
Salvador Dali
Be Cool Escreveu:http://www.dinheirovivo.pt/Economia/Artigo/CIECO081702.html?page=0
O governo húngaro está sob resgate desde 2008, mas bateu o pé ao FMI e a Bruxelas em 2012 e pôs travão às políticas de austeridade
Um país com dez milhões de habitantes que faz tudo ao contrário de Portugal
22/12/2012 | 00:01 | Dinheiro Vivo
Em Budapeste, os governantes têm dedicado o seu tempo, desde 2010, a projetar e implementar nacionalizações de companhias, aumentar o salário mínimo, aliviar a carga fiscal sobre as famílias, incentivar o consumo interno, taxar mais os bancos, reduzir de forma acentuada os encargos do Estado com as parcerias público-privadas (PPP), baixar os impostos para as empresas, entre outras medidas. Se as políticas pensadas e executadas pelo governo português olhassem para o espelho, a imagem daí resultante seria naturalmente invertida e veríamos então o executivo húngaro em ação.
Portugal e Hungria têm áreas e população de dimensões em tudo semelhantes. São dois países da União Europeia (UE) que distam entre si 2390 quilómetros. O primeiro está no euro e o segundo ainda possui moeda própria, o chamado florim húngaro. Portugal quer terminar o ano de 2012 com um défice de 5% e uma dívida de 120% relativamente a um PIB que deverá cair 3%. A Hungria, pelo contrário, deverá ter um défice de 2,5% e uma dívida de 78,4%, tendo como base uma economia que deverá recuar 1,2%. Bem-vindo ao mundo dos contrastes no seio da Europa dos 27.
Alguns poderão perguntar-se se estar ou não sob resgate externo poderá condicionar as políticas. Ora, embora seja um caso pouco falado em Portugal, a Hungria acaba por estar a beneficiar de ajuda do FMI e da UE. O programa da Hungria data de 2008 e tinha o valor de 20 mil milhões, tendo sido entregues até ao momento 14 mil milhões, que acabarão de ser pagos em 2016. O problema surgiu em 2010, na sequência da transição de um Governo socialista para um conservador de Direita, liderado pelo polémico Viktor Órban. Em setembro último, o primeiro-ministro pôs um travão nas políticas de austeridade do FMI, depois de meses de conflito. Pelo meio, Budapeste foi inundada por cartazes anti-FMI colocados pelo governo e que procuravam assumidamente angariar o apoio da população.
"Segundo o acordo feito pelo governo anterior, os salários e pensões teriam de sofrer reduções progressivas e, por esse motivo, o atual Executivo cancelou essas medidas e parou com o processo de cortes", explicou, ao Dinheiro Vivo, o secretário de Estado das Finanças, Gyula Pleschinger.
Se pudesse dar um conselho a Portugal, diria que é possível renegociar acordos com o FMI? "Nós negociámos com o FMI com base nos nossos progressos. Estamos preparados para soluções de compromisso, mas estas não devem ir contra os valores básicos deste governo", sublinha o secretário de Estado. "A crise mostrou que implementar uma união monetária sem uma união fiscal foi muito perigoso e o euro era demasiado forte para Portugal e Grécia e muito barato para a Alemanha", acrescenta.
O governo húngaro quis deixar mais dinheiro para as famílias e introduziu a taxa única de 16% no IRS, aumentando antes os impostos sobre o consumo, nomeadamente o IVA, cuja taxa máxima está nos 27%. Consultando a página de Internet do executivo, a sensação de estarmos perante a imagem de Portugal, invertida por um espelho, ganha mais força. O salário mínimo (485 euros) português está congelado desde 1 de janeiro de 2011 e não se perspetiva aumento. Na Hungria, o salário mínimo vai subir 5,4% em 2013, para 341 euros. A eletricidade e o gás , nas mãos de privados, deverão descer cerca de 10% no início de janeiro por imposição do governo húngaro. Em Portugal, o gás vai subir 2,5% e a eletricidade 2,8%, após várias outras subidas, nomeadamente a que resultou da aplicação do IVA máximo a estes serviços.
A austeridade no seio do Estado está a ser implementada, mas com moderação. "Na administração pública não aumentámos os salários nos últimos dois anos. O valor nominal e a duração do subsídio de desemprego sofreu cortes [tal como em Portugal]. Queremos recolocar as pessoas no mercado de trabalho e incentivamos as famílias a terem filhos através da atribuição de vários subsídios", afirma Pleschinger.
À luz do perfil dos três maiores partidos políticos portugueses (PSD, PS e CDS), pode parecer estranho que na Hungria tenham sido socialistas a privatizar quase todo o sector empresarial e sejam agora conservadores a tentar recuperar ativos importantes para a esfera do Estado. A oposição de Bruxelas tem sido manifesta, mas Budapeste não desiste.
No superministério do Desenvolvimento Nacional, a ministra Zsuzsa Németh confessou ao Dinheiro Vivo que a Comissão Europeia não gosta das políticas de nacionalização. "Quando comprámos um banco privado comercial, através do nosso banco de fomento, a Comissão Europeia torceu o nariz. Mas tivemos de lhes lembrar que existe um caso semelhante na Alemanha. Por outro lado, a banca privada tem tido grandes lucros, mas não está a emprestar às empresas", afirmou.
* Jornalista viajou a convite da embaixada da Hungria em Portugal
Queria agradecer ao Be Cool por este magnífico trade (pelo menos está a correr bem até agora). Sem ele nunca me lembraria de pôr no meu "radar" um possível short ao Florim Húngaro.
Vivam os "travões" às políticas de austeridade!

(P.S. - Gostei do asterisco final!

- Anexos
-
- Screen Shot 2013-03-12 at 17.11.50.png (22.12 KiB) Visualizado 3356 vezes
"People want to be told what to do so badly that they'll listen to anyone." - Don Draper, Mad Men
Actualização do aumento da dívida dos sucessivos governos:
Cavaco Silva - 11.1 milhões de euro/dia
António Guterres - 9.1 milhões de euro/dia
Durão Barroso - 18.3 milhões de euro/dia
Santana Lopes - 19.3 milhões de euro/dia
José Sócrates - 33.7 milhões de euro/dia
Passos Coelho - 51.5 milhões de euro/dia (até ao final de Novembro)
Note-se o grande aumento da despesa diária deste governo em relação aos últimos dados que aqui coloquei: (http://caldeiraodebolsa.jornaldenegocios.pt/viewtopic.php?t=80625&postdays=0&postorder=asc&start=1451)
Os dados são os do IGCP.
Cavaco Silva - 11.1 milhões de euro/dia
António Guterres - 9.1 milhões de euro/dia
Durão Barroso - 18.3 milhões de euro/dia
Santana Lopes - 19.3 milhões de euro/dia
José Sócrates - 33.7 milhões de euro/dia
Passos Coelho - 51.5 milhões de euro/dia (até ao final de Novembro)
Note-se o grande aumento da despesa diária deste governo em relação aos últimos dados que aqui coloquei: (http://caldeiraodebolsa.jornaldenegocios.pt/viewtopic.php?t=80625&postdays=0&postorder=asc&start=1451)
Os dados são os do IGCP.
- Anexos
-
- Dívida.png (13.09 KiB) Visualizado 2938 vezes
It’s a recession when your neighbor loses his job; it’s a depression when you lose your own. — Harry S. Truman
If you're going through hell, keep going. - Winston Churchill
If you're going through hell, keep going. - Winston Churchill
Como vamos para eleiçoes ,ja que nao é possivel fazer uma assembleia geral , todos os males terao cura!
Ex-estrategas de Sócrates assumem comunicação do PS
15 Janeiro 2013, 18:10 por Pedro Santos Guerreiro |
Luís Bernardo e Mafalda Costa Pereira vão voltar a liderar a comunicação do PS. Equipa de Sócrates regressa para assessorar Seguro.
O Partido Socialista vai reforçar a sua equipa estratégica de comunicação. Na próxima semana, Luís Bernardo assume a coordenação da estratégia de comunicação política no Largo do Rato, em regime de colaboração externa.
Simultaneamente, Mafalda Costa Pereira assumirá a coordenação da equipa de comunicação. Nesta equipa assim reforçada vão manter-se Ricardo Pires (actual assessor da bancada parlamentar do PS) e Cláudia Veloso (actual assessora de António José Seguro).
O regresso ao Rato de Luis Bernardo e Mafalda Costa Pereira reedita a equipa que coordenava a comunicação de José Sócrates, no Governo anterior.
Ex-estrategas de Sócrates assumem comunicação do PS
15 Janeiro 2013, 18:10 por Pedro Santos Guerreiro |
Luís Bernardo e Mafalda Costa Pereira vão voltar a liderar a comunicação do PS. Equipa de Sócrates regressa para assessorar Seguro.
O Partido Socialista vai reforçar a sua equipa estratégica de comunicação. Na próxima semana, Luís Bernardo assume a coordenação da estratégia de comunicação política no Largo do Rato, em regime de colaboração externa.
Simultaneamente, Mafalda Costa Pereira assumirá a coordenação da equipa de comunicação. Nesta equipa assim reforçada vão manter-se Ricardo Pires (actual assessor da bancada parlamentar do PS) e Cláudia Veloso (actual assessora de António José Seguro).
O regresso ao Rato de Luis Bernardo e Mafalda Costa Pereira reedita a equipa que coordenava a comunicação de José Sócrates, no Governo anterior.
- Mensagens: 4581
- Registado: 14/3/2009 0:19
- Localização: 16
O agravamento da recessão previsto pelo Banco de Portugal (BdP) esgota a folga de 830 milhões de euros no Orçamento do Estado (OE) deste ano, obrigando o Governo a ter de ir buscar mais 100 milhões de euros se quiser cumprir a meta do défice que combinou com a troika.
Ainda só passaram 15 dias desde o início do ano, mas ontem, no boletim económico de inverno, o banco central governado por Carlos Costa avisou que a recessão deve ser de 1,9%, quase o dobro face à previsão do Governo (1%) no OE. E que o consumo das famílias, fonte da decisiva receita fiscal deste ano, cairá 3,6% e não 2,2%, como defendem as Finanças no OE. A diferença deixa antever um problema grave nas contas públicas à medida que o ano for progredindo.
Se assim for (consumo inferior em 1,4 pontos percentuais face ao que defendeu o Governo no OE para sustentar a previsão de receita), significa que o ministro das Finanças, Vítor Gaspar, vai querer exigir qualquer coisa como 930 milhões de euros em medidas. Já existe uma almofada de 830 milhões no OE em medidas "predominantemente, ou até quase exclusivamente, do lado da despesa" (os 0,5% do produto interno bruto prometidos por Gaspar à troika).
Mas não chega: é preciso ir buscar mais 100 milhões, caso contrário o défice sobe 0,56 pontos percentuais, para 5,06% do PIB. A meta combinada é 4,5%.
O contágio da recessão ao défice surge modelizado pelas próprias Finanças no OE. A contração de um ponto percentual do PIB com origem na diminuição na procura interna, "mais especificamente uma diminuição no consumo privado", leva a um agravamento de 0,4 pontos no défice. Como a evolução do consumo privado prevista pelo BdP fica a 1,4 pontos, o impacto é proporcionalmente maior.
E estamos a 16 de janeiro!!!!!
Se não fosse tão grave, até era hilariante..
- Mensagens: 1399
- Registado: 17/10/2010 19:32
- Localização: 14
Muffin Escreveu:Pata-Hari Escreveu:Foi exactamente o que pensei quando li a noticia. Parece mesmo tentar legislar em proveito próprio.
Mas neste país o que seria um escândalo em muitos outros, é tratado com normalidade, e portanto, acontecem estas coisas.
O Sr. não recebe ordenado de Presidente, mas sim o de reformado, pelo que é normal que se insurja quando lhe toca o bolso. Mas toda a gente acha normal que a lei contemple o caso e que:
1. Ele o faça;
2. Um reformado do(s) sistema(s) público(s) possa ganhar mais como reformado que o maior representante do país no activo, exercendo as suas funções.
O ponto 2. por si só, demonstra o disparate de todo o sistema público de pensões, mas se o povo aceita este paradigma, não se deve queixar das suas consequências.
Já há bastante tempo que noto uma mudança de atitude política e de discurso por parte de algumas figuras públicas (que deviam ter mais sentido de Estado), nomeadamente da Sra. Ferreira Leite que começou a protestar (de forma e conteúdo absurdos) apenas quando lhe começaram a cortar a pensão e a constante mudança de humor do Sr. Reformado quando o fazem às ajudas da Maria.
Tem havido muita cura ao longo de anos a fio para uma doença que são estes cancros, que criaram o maior monstro alguma vez existente neste país.
Social-Democracia......Social Xupismo isso sim.
Cumprimentos
O Banco de Portugal estima que a economia portuguesa destrua cerca de 88 mil empregos durante este ano, prevendo uma queda no nível de emprego de 1,9%, segundo as estimativas divulgadas hoje pela instituição.
Em janeiro, o banco de Portugal já fala de uma recessão de 2%, no presente ano.
Aguardemos os resultados final do OE2012.
Brilhante gestão do Governo e especialmente do nosso PM Vitor Gaspar.
Em janeiro, o banco de Portugal já fala de uma recessão de 2%, no presente ano.
Aguardemos os resultados final do OE2012.
Brilhante gestão do Governo e especialmente do nosso PM Vitor Gaspar.
- Mensagens: 1399
- Registado: 17/10/2010 19:32
- Localização: 14
E eu confesso que sempre me fez confusão esta coisa de se estar no activo e a receber pensões. Acho que desvirtua exactamente o sistema das pensões que são para quando se está REFORMADO e não no activo. Podem dizer que assim temos um trabalhador de borla. Eu confesso que vejo apenas mais um trabalhador (e não um reformado) que deveria ainda estar a contribuir para o bolo mas que prefere ir comendo o bolo enquanto a fatia que lhe coube era injustamente grande.
Mas pronto, se calhar é só o meu mau feitio a falar.
Mas pronto, se calhar é só o meu mau feitio a falar.
Pata-Hari Escreveu:Foi exactamente o que pensei quando li a noticia. Parece mesmo tentar legislar em proveito próprio.
Mas neste país o que seria um escândalo em muitos outros, é tratado com normalidade, e portanto, acontecem estas coisas.
O Sr. não recebe ordenado de Presidente, mas sim o de reformado, pelo que é normal que se insurja quando lhe toca o bolso. Mas toda a gente acha normal que a lei contemple o caso e que:
1. Ele o faça;
2. Um reformado do(s) sistema(s) público(s) possa ganhar mais como reformado que o maior representante do país no activo, exercendo as suas funções.
O ponto 2. por si só, demonstra o disparate de todo o sistema público de pensões, mas se o povo aceita este paradigma, não se deve queixar das suas consequências.
Já há bastante tempo que noto uma mudança de atitude política e de discurso por parte de algumas figuras públicas (que deviam ter mais sentido de Estado), nomeadamente da Sra. Ferreira Leite que começou a protestar (de forma e conteúdo absurdos) apenas quando lhe começaram a cortar a pensão e a constante mudança de humor do Sr. Reformado quando o fazem às ajudas da Maria.
- Mensagens: 848
- Registado: 4/1/2004 22:32
- Localização: lx
Quando 5% dos reformados, ficam com 30%,a reação é equilibrar os rendimentos ai temos um FMI socialista...
"Anatomia de um país desigual, segundo o FMI
11/01/2013
Pensões de reforma:
Velhos contra novos A ideia de que há uma "conspiração grisalha" a inquinar o sistema de pensões está interiorizada há vários anos por parte dos decisores públicos. Fernando Ribeiro Mendes, antigo secretário de Estado da Segurança Social deu nome de baptismo do fenómeno e explicou-o num livro com o mesmo título, onde defende a tese que a sua geração - já com cabelos de prata - criou para si condições de protecção social que os mais jovens já não terão. E como nos sistemas de repartição as pensões são efectivamente pagas pelos descontos de quem está no activo (o princípio da solidariedade intergeracional subjacente a estes modelos), num contexto de fortes restrições orçamentais e de declínio demográfico, a tendência será a de pressionar quem trabalha a fazer esforços contributivos cada vez maiores para pagar as pensões dos actuais reformados, quando, no futuro, eles próprios terão reformas tendencialmente mais magras.
A reforma da Segurança Social de 2000 e, mais tarde, a de 2007, tentaram responder a este diagnóstico. A transição para fórmulas de cálculo das pensões que consideram toda a carreira contributiva (em vez dos melhores dez dos últimos 15 anos) foi acelerada e a evolução demográfica atalhada com um "factor de sustentabilidade" que considera os avanços na esperança média de vida. Mas aquilo que outrora foi classificado como uma reforma "revolucionária" por parte de Angel Gurria, secretário-geral da OCDE, é hoje tido como manifestamente insuficiente pelo FMI.
Frases como o sistema "protege a actual geração de reformados enquanto coloca o fardo do ajustamento nos seus filhos e netos" e "as reformas puseram o peso do ajustamento nas futuras gerações de reformados" abundam pelo relatório. Afinal, quem nos últimos anos se reformou com um salário médio levou para casa uma pensão equivalente a cerca de 100% do salário bruto, enquanto quem agora entra no mercado de trabalho vai reformar-se com menos de 70% do salário bruto, segundo estimativas que têm vindo a ser publicadas pelo OCDE.
A solução do FMI é interromper a transição suave que está em curso e fazer os actuais pensionistas pagar também esta diferença. Muitas das soluções que propõe são, contudo, de constitucionalidade duvidosa. Fazer as contas ao custo das pensões com regras actuariais e corrigir o valor das reformas que estão a ser atribuídas em função dos resultados; ou aplicar um corte às reformas que leve em conta a evolução da esperança de vida entre 2000 e 2007 são alguns dos exemplos que o próprio fundo considera "mais radicais", mas indispensáveis para repor alguma justiça entre gerações.
Desemprego: de novo a luta entre gerações No acesso ao subsídio de desemprego, o FMI encontra uma luta geracional que os mais novos estão a perder. A excessiva generosidade do subsídio de desemprego (em termos de tempo e de dinheiro) faz com que não sobre dotação orçamental para o alargar aos mais jovens, com menos tempo de descontos porque sujeitos a contratos de mais curta duração. Na visão do FMI, é o sistema a "beneficiar os mais velhos", uma vez mais.
Nas comparações internacionais, Portugal não gasta muito com subsídio de desemprego (está abaixo da média europeia), nem mesmo tendo uma das mais altas taxas de desemprego da Europa. As estatísticas sobre o aumento do desemprego têm vindo a mostrar uma percentagem crescente de população que não tem trabalho nem tem direito à protecção social - no final do ano passado já ultrapassava os 40% de desempregados.
Este fenómeno pode ser explicado pela persistência do desemprego de longa duração (as pessoas esgotam o subsídio sem conseguirem encontrar trabalho) e pela curta duração dos novos contratos de trabalho, que não permitem acumular descontos suficientes.
Para o FMI, isto é um sintoma de desequilíbrio geracional. Os mais velhos estão a receber um apoio social muito generoso, acabando por afastar os mais jovens do acesso à prestação.
As regras dizem que para aceder ao subsídio de desemprego é preciso ter descontado pelo menos um ano (até meados de 2012 eram 15 meses). O FMI entende que o prazo é demasiado longo, e faz com que muita juventude acabe por ficar desprotegida. Uma situação que poderá ser remediada se se tirarem benefícios do sistema, demasiado "generoso". São eles o valor - o subsídio representa 65% do salário bruto, variando entre um mínimo de 394 euros e não podendo ir além de 985 euros - e o tempo de atribuição, que varia entre os cinco e os 26 meses, quando até há um ano podia ir aos 38 meses. Reino Unido e Irlanda são exemplos que inspiram o FMI nesta área: ao fim de dez meses de subsídio, ele deixa de ter a função de seguro, e os desempregados passam a receber, no máximo, o valor do indexante de apoios sociais (IAS), de 419,22 euros.
Prestações sociais: os ricos levam a melhor
Na recta final do ano, Pedro Passos Coelho disse ter em sua posse elementos que provavam que os mais ricos estão a apropriar-se da maior parcela de transferências sociais do Estado, mas, apesar de insistentes pedidos, não chegou a mostrar estudos ou a explicar as contas. Sabe-se agora que a fonte desses elementos é o FMI, que os divulgará na próxima semana quando publicar o chamado "artigo IV" sobre Portugal. O conteúdo está ainda reservado, mas a conclusão é em linha com a apresentada pelo primeiro-ministro: "O sistema de Segurança Social reflecte uma lógica de 'insiders' e 'outsiders' e serve para reforçar o fosso entre ricos e pobres".
O estudo a divulgar concluirá que as transferências sociais em Portugal dão mais benefícios aos grupos com rendimentos mais altos, prejudicando os grupos com salários mais baixos. A informação adiantada mostra que 38% das transferências sociais vai para o último quintil da população (os 20% mais ricos) e que o quintil mais baixo (os 20% mais pobres) só recebem 13%, uma proporção que devia estar invertida para que o sistema seja progressivo.
O estudo não foi ainda publicado, mas já está a fazer fervilhar o debate público, por duas razões. Os resultados levam em conta a transferência de rendimentos para pensionistas, uma área onde é natural que quem mais rendimentos tenha, mais receba (uma vez que a pensão é uma proporção do salário auferido); e não considera o efeito líquido das transferências sociais, uma vez que ignorará os impostos pagos por cada um para sustentar o Estado Social.
Salários: o Estado a ganhar acima dos privados "A verdade é que, em média, os salários na Função Pública são 10 a 15% superior à média nacional". As hostilidades foram abertas em 2011 por Pedro Passos Coelho, quando o primeiro-ministro veio a público explicar porque cortara os subsídios de Natal e de férias apenas à Função Pública, em vez de optar por uma solução universal que repartisse os esforços entre todos.
A estratégia do Governo - controversa dentro do próprio Executivo, segundo relataram na altura diversos órgãos de comunicação social - seria censurada pelo Presidente da República e chumbada pelo Tribunal Constitucional. Mas o FMI volta agora ao mesmo argumento, para dizer que, apesar dos cortes que já foram operados na base salarial (3,5% a 10% e subsídios), o prémio por trabalhar para o Estado continua a ser alto, e está mesmo entre os maiores da Europa. O prémio aumenta mais quando se compara o número de horas trabalhadas e as férias, uma situação que deve ser erradicada até porque "o sector público tem de estar a par do privado no seu modo de actuação. Não pode ser visto como abrigando privilégios para si próprio, seja em formas de remuneração, seja em condições de emprego".
Baixar a despesa salarial é fundamental por questões de equidade, mas também porque "o público pode impulsionar o crescimento privado, ajudando-o a reduzir os custos de contexto". A solução do FMI passa por tornar permanentes os cortes salariais operados até aqui, aplicando, por exemplo, um corte entre 3% e 7% aos salários base. Adicionalmente, para introduzir maior atractividade do patrão Estado aos olhos dos trabalhadores mais qualificados, é proposta uma revisão das tabelas salariais com uma maior diferenciação entre escalões e indexada à antiguidade. Nesta recomposição, que já está em curso, apesar das declarações equívocas do primeiro-ministro e do ministro das Finanças no passado, ficarão a perder os funcionários menos qualificados.
Para o FMI, têm sido demasiado protegidos nos cortes salariais, sem justificação, até porque as pessoas com salários até 600 euros não estão em risco de pobreza.
Pensões de reforma: Função Pública contra Segurança Social A segunda clivagem evidenciada pelo FMI ao nível das pensões de reforma opõe os aposentados do Estado aos da Segurança Social. Os primeiros recebem demasiado para o que descontaram; os segundos estão, na sua maior parte, remetidos para pensões mínimas por não terem formado carreiras contributivas suficientes para terem direito a uma pensão completa.
"Os funcionários públicos representam 15% de todos os reformados, mas absorvem 35% dos gastos com todas as pensões", começa por dizer o FMI. A pensão média paga pela Caixa Geral de Aposentações (16.052 euros por ano, 1.146 euros/mês) é quase três vezes mais alta que a pensão média paga pela Segurança Social (5.515 euros por ano, 393 euros/mês). Esta diferença é parcialmente justificada pelas remunerações que serviram de base aos descontos (a Função Pública, em média mais qualificada do que o sector privado, recebeu salários superiores), mas para o FMI esta não é a principal justificação.
O problema está nas fórmulas de cálculo das pensões de reforma, e é amplificado com o facto de os funcionários públicos trabalharem menos horas por semana e em muitos casos beneficiarem de regimes onde os anos de descontos são majorados para efeitos de reforma.
Tudo somado, um funcionário público que se reforme fica com um prémio de cerca de 15% acima do privado.
Uma vez mais, o diagnóstico evidenciado pelo FMI não é novo, mas a ênfase na clivagem e a estratégia são-no. Enquanto até aqui a estratégia tem sido a da aproximação progressiva dos regimes de aposentação entre sector público e privado (nomeadamente fazendo convergir fórmulas de cálculo das pensões, aumentando progressivamente a idade da reforma e fazendo migrar todos os novos funcionários públicos contratados a partir de 2006 para a Segurança Social), o FMI quer andar mais depressa.
Entre as suas propostas, consta uma fusão completa das fórmulas de cálculo das pensões entre a CGA e o Regime Geral de Segurança Social e a aplicação, desde já, de um corte de 20% ao valor das reformas pagas pela CGA para compensar o privilégio de que têm gozado.
"Anatomia de um país desigual, segundo o FMI
11/01/2013
Pensões de reforma:
Velhos contra novos A ideia de que há uma "conspiração grisalha" a inquinar o sistema de pensões está interiorizada há vários anos por parte dos decisores públicos. Fernando Ribeiro Mendes, antigo secretário de Estado da Segurança Social deu nome de baptismo do fenómeno e explicou-o num livro com o mesmo título, onde defende a tese que a sua geração - já com cabelos de prata - criou para si condições de protecção social que os mais jovens já não terão. E como nos sistemas de repartição as pensões são efectivamente pagas pelos descontos de quem está no activo (o princípio da solidariedade intergeracional subjacente a estes modelos), num contexto de fortes restrições orçamentais e de declínio demográfico, a tendência será a de pressionar quem trabalha a fazer esforços contributivos cada vez maiores para pagar as pensões dos actuais reformados, quando, no futuro, eles próprios terão reformas tendencialmente mais magras.
A reforma da Segurança Social de 2000 e, mais tarde, a de 2007, tentaram responder a este diagnóstico. A transição para fórmulas de cálculo das pensões que consideram toda a carreira contributiva (em vez dos melhores dez dos últimos 15 anos) foi acelerada e a evolução demográfica atalhada com um "factor de sustentabilidade" que considera os avanços na esperança média de vida. Mas aquilo que outrora foi classificado como uma reforma "revolucionária" por parte de Angel Gurria, secretário-geral da OCDE, é hoje tido como manifestamente insuficiente pelo FMI.
Frases como o sistema "protege a actual geração de reformados enquanto coloca o fardo do ajustamento nos seus filhos e netos" e "as reformas puseram o peso do ajustamento nas futuras gerações de reformados" abundam pelo relatório. Afinal, quem nos últimos anos se reformou com um salário médio levou para casa uma pensão equivalente a cerca de 100% do salário bruto, enquanto quem agora entra no mercado de trabalho vai reformar-se com menos de 70% do salário bruto, segundo estimativas que têm vindo a ser publicadas pelo OCDE.
A solução do FMI é interromper a transição suave que está em curso e fazer os actuais pensionistas pagar também esta diferença. Muitas das soluções que propõe são, contudo, de constitucionalidade duvidosa. Fazer as contas ao custo das pensões com regras actuariais e corrigir o valor das reformas que estão a ser atribuídas em função dos resultados; ou aplicar um corte às reformas que leve em conta a evolução da esperança de vida entre 2000 e 2007 são alguns dos exemplos que o próprio fundo considera "mais radicais", mas indispensáveis para repor alguma justiça entre gerações.
Desemprego: de novo a luta entre gerações No acesso ao subsídio de desemprego, o FMI encontra uma luta geracional que os mais novos estão a perder. A excessiva generosidade do subsídio de desemprego (em termos de tempo e de dinheiro) faz com que não sobre dotação orçamental para o alargar aos mais jovens, com menos tempo de descontos porque sujeitos a contratos de mais curta duração. Na visão do FMI, é o sistema a "beneficiar os mais velhos", uma vez mais.
Nas comparações internacionais, Portugal não gasta muito com subsídio de desemprego (está abaixo da média europeia), nem mesmo tendo uma das mais altas taxas de desemprego da Europa. As estatísticas sobre o aumento do desemprego têm vindo a mostrar uma percentagem crescente de população que não tem trabalho nem tem direito à protecção social - no final do ano passado já ultrapassava os 40% de desempregados.
Este fenómeno pode ser explicado pela persistência do desemprego de longa duração (as pessoas esgotam o subsídio sem conseguirem encontrar trabalho) e pela curta duração dos novos contratos de trabalho, que não permitem acumular descontos suficientes.
Para o FMI, isto é um sintoma de desequilíbrio geracional. Os mais velhos estão a receber um apoio social muito generoso, acabando por afastar os mais jovens do acesso à prestação.
As regras dizem que para aceder ao subsídio de desemprego é preciso ter descontado pelo menos um ano (até meados de 2012 eram 15 meses). O FMI entende que o prazo é demasiado longo, e faz com que muita juventude acabe por ficar desprotegida. Uma situação que poderá ser remediada se se tirarem benefícios do sistema, demasiado "generoso". São eles o valor - o subsídio representa 65% do salário bruto, variando entre um mínimo de 394 euros e não podendo ir além de 985 euros - e o tempo de atribuição, que varia entre os cinco e os 26 meses, quando até há um ano podia ir aos 38 meses. Reino Unido e Irlanda são exemplos que inspiram o FMI nesta área: ao fim de dez meses de subsídio, ele deixa de ter a função de seguro, e os desempregados passam a receber, no máximo, o valor do indexante de apoios sociais (IAS), de 419,22 euros.
Prestações sociais: os ricos levam a melhor
Na recta final do ano, Pedro Passos Coelho disse ter em sua posse elementos que provavam que os mais ricos estão a apropriar-se da maior parcela de transferências sociais do Estado, mas, apesar de insistentes pedidos, não chegou a mostrar estudos ou a explicar as contas. Sabe-se agora que a fonte desses elementos é o FMI, que os divulgará na próxima semana quando publicar o chamado "artigo IV" sobre Portugal. O conteúdo está ainda reservado, mas a conclusão é em linha com a apresentada pelo primeiro-ministro: "O sistema de Segurança Social reflecte uma lógica de 'insiders' e 'outsiders' e serve para reforçar o fosso entre ricos e pobres".
O estudo a divulgar concluirá que as transferências sociais em Portugal dão mais benefícios aos grupos com rendimentos mais altos, prejudicando os grupos com salários mais baixos. A informação adiantada mostra que 38% das transferências sociais vai para o último quintil da população (os 20% mais ricos) e que o quintil mais baixo (os 20% mais pobres) só recebem 13%, uma proporção que devia estar invertida para que o sistema seja progressivo.
O estudo não foi ainda publicado, mas já está a fazer fervilhar o debate público, por duas razões. Os resultados levam em conta a transferência de rendimentos para pensionistas, uma área onde é natural que quem mais rendimentos tenha, mais receba (uma vez que a pensão é uma proporção do salário auferido); e não considera o efeito líquido das transferências sociais, uma vez que ignorará os impostos pagos por cada um para sustentar o Estado Social.
Salários: o Estado a ganhar acima dos privados "A verdade é que, em média, os salários na Função Pública são 10 a 15% superior à média nacional". As hostilidades foram abertas em 2011 por Pedro Passos Coelho, quando o primeiro-ministro veio a público explicar porque cortara os subsídios de Natal e de férias apenas à Função Pública, em vez de optar por uma solução universal que repartisse os esforços entre todos.
A estratégia do Governo - controversa dentro do próprio Executivo, segundo relataram na altura diversos órgãos de comunicação social - seria censurada pelo Presidente da República e chumbada pelo Tribunal Constitucional. Mas o FMI volta agora ao mesmo argumento, para dizer que, apesar dos cortes que já foram operados na base salarial (3,5% a 10% e subsídios), o prémio por trabalhar para o Estado continua a ser alto, e está mesmo entre os maiores da Europa. O prémio aumenta mais quando se compara o número de horas trabalhadas e as férias, uma situação que deve ser erradicada até porque "o sector público tem de estar a par do privado no seu modo de actuação. Não pode ser visto como abrigando privilégios para si próprio, seja em formas de remuneração, seja em condições de emprego".
Baixar a despesa salarial é fundamental por questões de equidade, mas também porque "o público pode impulsionar o crescimento privado, ajudando-o a reduzir os custos de contexto". A solução do FMI passa por tornar permanentes os cortes salariais operados até aqui, aplicando, por exemplo, um corte entre 3% e 7% aos salários base. Adicionalmente, para introduzir maior atractividade do patrão Estado aos olhos dos trabalhadores mais qualificados, é proposta uma revisão das tabelas salariais com uma maior diferenciação entre escalões e indexada à antiguidade. Nesta recomposição, que já está em curso, apesar das declarações equívocas do primeiro-ministro e do ministro das Finanças no passado, ficarão a perder os funcionários menos qualificados.
Para o FMI, têm sido demasiado protegidos nos cortes salariais, sem justificação, até porque as pessoas com salários até 600 euros não estão em risco de pobreza.
Pensões de reforma: Função Pública contra Segurança Social A segunda clivagem evidenciada pelo FMI ao nível das pensões de reforma opõe os aposentados do Estado aos da Segurança Social. Os primeiros recebem demasiado para o que descontaram; os segundos estão, na sua maior parte, remetidos para pensões mínimas por não terem formado carreiras contributivas suficientes para terem direito a uma pensão completa.
"Os funcionários públicos representam 15% de todos os reformados, mas absorvem 35% dos gastos com todas as pensões", começa por dizer o FMI. A pensão média paga pela Caixa Geral de Aposentações (16.052 euros por ano, 1.146 euros/mês) é quase três vezes mais alta que a pensão média paga pela Segurança Social (5.515 euros por ano, 393 euros/mês). Esta diferença é parcialmente justificada pelas remunerações que serviram de base aos descontos (a Função Pública, em média mais qualificada do que o sector privado, recebeu salários superiores), mas para o FMI esta não é a principal justificação.
O problema está nas fórmulas de cálculo das pensões de reforma, e é amplificado com o facto de os funcionários públicos trabalharem menos horas por semana e em muitos casos beneficiarem de regimes onde os anos de descontos são majorados para efeitos de reforma.
Tudo somado, um funcionário público que se reforme fica com um prémio de cerca de 15% acima do privado.
Uma vez mais, o diagnóstico evidenciado pelo FMI não é novo, mas a ênfase na clivagem e a estratégia são-no. Enquanto até aqui a estratégia tem sido a da aproximação progressiva dos regimes de aposentação entre sector público e privado (nomeadamente fazendo convergir fórmulas de cálculo das pensões, aumentando progressivamente a idade da reforma e fazendo migrar todos os novos funcionários públicos contratados a partir de 2006 para a Segurança Social), o FMI quer andar mais depressa.
Entre as suas propostas, consta uma fusão completa das fórmulas de cálculo das pensões entre a CGA e o Regime Geral de Segurança Social e a aplicação, desde já, de um corte de 20% ao valor das reformas pagas pela CGA para compensar o privilégio de que têm gozado.
Editado pela última vez por Opcard em 11/1/2013 15:18, num total de 1 vez.
- Mensagens: 4581
- Registado: 14/3/2009 0:19
- Localização: 16
Lamento que a "mumia" não tenha tido a mesma preocupação com a desigualdade quando andou a taxar menos os reformados que os activos em sede de IRS, quando permitiu a disparidade das reformas entre CGA e SS, etc...
OE2013: Presidente contra 'imposto de classe'
Cavaco Silva não poupa críticas ao Orçamento do Estado (OE) para 2013, no pedido de fiscalização que enviou ao Tribunal Constitucional (TC), a cujo conteúdo o SOL teve acesso e que a Presidência não quis divulgar publicamente.
O Presidente da República (PR) é particularmente incisivo nas medidas que afectam as pensões – onde há normas que, garante, «enfermam de inconstitucionalidades» – e até mesmo num ponto que consta do memorando da troika.
A argumentação central do Presidente, que atravessa todo o requerimento, é a de que os cortes de rendimentos (subsídios de férias e sobretaxa de solidariedade) sobre os portugueses que vivem da sua pensão ou reforma são um «imposto de classe», ilegítimo face à lei fundamental.
Os argumentos do Presidente:
«A suspensão do subsídio de férias aos funcionários públicos e pensionistas (...) consistirá num verdadeiro imposto».
«A desigualdade que subsiste na tributação entre trabalhadores do sector público e do sector privado terá de ancorar (...) em fundamentos materiais adequados e não tanto em argumentos de maior fragilidade, como os que constavam do OE-2012».
«Subsistem dúvidas sobre se as referidas normas [corte de subsídio na administração pública] observam os ‘limites da proibição do excesso em termos de igualdade proporcional’» [declarada pelo TC em 2012].
«As normas (...) relativas à tributação dos reformados e pensionistas suscitam três ordens de dúvidas em matéria de constitucionalidade: a) inobservância do critério da igualdade proporcional na tributação dos reformados. b) susceptibilidade de violação do princípio da igualdade (...) por força da criação de ‘imposto de classe’ destinado a tributar agravadamente os pensionistas. c) desconformidade com os princípios da protecção da confiança, da proporcionalidade e da garantia dos direitos patrimoniais».
«Um qualquer ‘estado de necessidade’ financeiro ou fiscal não parece autorizar a criação de ‘impostos de classe’ portadores de um esforço fiscal desigualitário ou excessivo em face das demais categorias de cidadãos».
«Um qualquer ‘estado de necessidade’ financeiro ou fiscal não parece autorizar que as pensões de nível médio ou superior, por se reportarem a uma minoria (embora expressiva) de pensionistas, possam ser submetidas a um agravamento tributário profundamente desigual e até exorbitante».
«Estima-se que as normas [da contribuição extraordinária de solidariedade] enfermam de inconstitucionalidade».
http://sol.sapo.pt/inicio/Politica/Inte ... t_id=66126
"Só duas coisas são infinitas, o universo e a estupidez humana. Mas no que respeita ao universo ainda não tenho a certeza" Einstein
“Com os actuais meios de acesso à informação, a ignorância não é uma fatalidade, mas uma escolha pessoal" Eu
“Com os actuais meios de acesso à informação, a ignorância não é uma fatalidade, mas uma escolha pessoal" Eu
Nunca é demais recordar a história para continuarmos a perceber o que nos está a acontecer.
Por favor se não tem 48 minutos para ver este filme com atenção que merece, guarde para ver mais tarde.
...este é o filme da RTP 2 que passou às duas da madrugada.
http://vimeo.com/40658606
independentemente das simpatias partidárias
........
Com a chancela do Bloco de Esquerda (Jorge Costa – realizador - Fernando Rosas, historiador), como é óbvio, este apontamento de 48 minutos (que, não por acaso, passou na RTP 2, às duas da madrugada) propõe-se colocar em evidência duas "evidências” que explicam quase tudo. A primeira é que "o lugar num ministério é hoje trampolim para uma vertiginosa ascensão social através de remunerações com que muitos quadros partidários nunca sonharam, nem no partido nem nas suas profissões". E a segunda vai ao âmago da corrupção: "Quem dirigiu a privatização passa a dirigir o que privatizou, quem adjudicou a obra pública passa a liderar a construtora escolhida, quem negociou pelo Estado a parceria público-privada passa a gerir a renda que antes atribuiu ou vice-versa."
"O filme acaba por procurar contribuir para a discussão da natureza da crise actual. É um filme que discute quem é que viveu afinal acima das nossas possibilidades", afirma Jorge Costa. O documentário termina com uma reflexão: "Sob o regime da dívida, a própria democracia política é ameaçada." No final, sobressai o retrato de um Portugal cada vez mais dependente das importações, refém do desemprego e da crise financeira internacional, que abandonou o Estado social e aumentou os impostos sobre o consumo. Numa última imagem, o que resta é um país que agoniza. Um país deprimido e, sempre, um país deprimente no círculo fechado dos negócios e da política.”
Por favor se não tem 48 minutos para ver este filme com atenção que merece, guarde para ver mais tarde.
...este é o filme da RTP 2 que passou às duas da madrugada.
http://vimeo.com/40658606
independentemente das simpatias partidárias
........
Com a chancela do Bloco de Esquerda (Jorge Costa – realizador - Fernando Rosas, historiador), como é óbvio, este apontamento de 48 minutos (que, não por acaso, passou na RTP 2, às duas da madrugada) propõe-se colocar em evidência duas "evidências” que explicam quase tudo. A primeira é que "o lugar num ministério é hoje trampolim para uma vertiginosa ascensão social através de remunerações com que muitos quadros partidários nunca sonharam, nem no partido nem nas suas profissões". E a segunda vai ao âmago da corrupção: "Quem dirigiu a privatização passa a dirigir o que privatizou, quem adjudicou a obra pública passa a liderar a construtora escolhida, quem negociou pelo Estado a parceria público-privada passa a gerir a renda que antes atribuiu ou vice-versa."
"O filme acaba por procurar contribuir para a discussão da natureza da crise actual. É um filme que discute quem é que viveu afinal acima das nossas possibilidades", afirma Jorge Costa. O documentário termina com uma reflexão: "Sob o regime da dívida, a própria democracia política é ameaçada." No final, sobressai o retrato de um Portugal cada vez mais dependente das importações, refém do desemprego e da crise financeira internacional, que abandonou o Estado social e aumentou os impostos sobre o consumo. Numa última imagem, o que resta é um país que agoniza. Um país deprimido e, sempre, um país deprimente no círculo fechado dos negócios e da política.”
mcarvalho
- Mensagens: 7051
- Registado: 17/2/2004 1:38
- Localização: PORTO
Muffin..
muito haveria que dizer sobre este e outros senhores ..
não vale a pena ... estão velhos... mas dão maus exemplos
de qualquer forma deixo-te e a quem interessar
escrito por Mario Soares
http://www.fmsoares.pt/mario_soares/tex ... 02/315.pdf
Marx saiu do purgatório?
por Mário Soares
No verão é habitual as editoras publicarem muitos livros esquecidos, biografias, literatura de
viagens e as grandes revistas lançarem hors-série, com sentido retrospectivo mas de grande
actualidade.
É o caso da revista Francesa “Le Point” que publicou um número dedicado a Karl Marx, sobre o
que verdadeiramente escreveu, como o seu pensamento foi manipulado, bem como a sua história e
herança. É um caderno com cento e vinte e tal páginas, escrito por autores entre os maiores
economistas, politólogos, sociólogos e historiadores, polémico, de vários ângulos político-ideológicos,
facilmente compreensível – o que nem sempre foi o caso de Marx, quer como economista, quer como
filósofo, neo-hegeliano – com extremo rigor e clareza, que recomendo vivamente aos meus leitores.
Como é sabido, fui comunista na minha juventude, entre 1942-1949 e durante esses anos – e
mesmo depois deles – considerei-me marxista. Mas nunca consegui ler o “Capital”, de que, aliás, tenho
duas edições, uma em português do Brasil e outra em francês, nem outros livros e ensaios mais
filosóficos ou de teoria económica. Fiquei-me pelo “Manifesto Comunista”, escrito em colaboração com
Engels, por livros de história, como o “18 de Brumário de Luís Bonaparte” e, obviamente, pela cartilha
marxista, que surgiu, em Portugal, no final da segunda grande guerra, quando era moda falar do
marxismo-leninismo, de Marx, Engels, Lenine e Estaline e muito mais tarde de Mao-Tsé-Tung, que
nunca me convenceu... Aliás, diga-se de passagem, os escritos de Estaline, então considerado o pai
dos pobres, eram dos mais lineares e claros.
Marx, todos o sabemos, exerceu uma influência profunda no movimento operário e
revolucionário do séc. XIX e XX, apesar de ter morrido em Março de 1883. Porque foi a referência
fundamental de Lenine, embora longe de Marx pelo culto da violência e a exterminação dos inimigos, e
de figuras mais humanistas, como: Karl Kautsky, Eduard Bernstein, Plekhanov, Trotsky e Antonio
Gramsci. Para não falar de Mao-Tse-Tung, Ho-Chi-Minh e tantos outros.
Curiosamente, há vinte anos, com o fim do muro de Berlim, da Cortina de Ferro, e o colapso do
colossal embuste, que foi a União Soviética, Karl Marx parece ter caído no purgatório, senão mesmo no
inferno. Com o aparecimento em força do neo-liberalismo, a teoria do fim das ideologias, de menos
Estado e os valores humanistas substituídos pelo dinheiro e a hegemonia dos mercados.
A crise de 2008-2009, em que nos encontramos, representou, contudo, o toque de finados do
neo-liberalismo e parece ter retirado do purgatório Karl Marx, ele que não acreditava em Deus e que,
na linha do filósofo e historiador alemão Feuerbach, acreditava que Deus era uma criação humana.
A verdade, porém, é que Marx parece estar – com a actual crise – a sair do purgatório. Vejamse as biografias que se têm publicado de Marx, como a de Jacques Attali “Karl Marx ou l’Esprit du
Monde”, como as Universidades americanas e europeias voltaram ao seu estudo. E agora o caderno
hors-série que tenho estado a comentar.
Porquê? Porque se o capitalismo não acabou – apenas o capitalismo financeiro-especulativo,
sem valores éticos – o socialismo democrático também não: um “socialismo de rosto humano”, como
se pretendia antes da queda do Muro, com valores democráticos, humanistas e éticos, que Marx na
sua obra nunca renegou, apesar de ter preconizado a “ditadura do proletariado” e a luta de classes,
num sentido diferente ao que lhe deram depois...
Vau, 20 de Agosto de 20
citação do texto:
"Como é sabido, fui comunista na minha juventude, entre 1942-1949 e durante esses anos – e
mesmo depois deles – considerei-me marxista."
http://www.iscsp.utl.pt/~cepp/partidos_ ... abril_.htm
Partido Socialista
Fundado em 19 de Abril de 1973 em Bad Munstereifel.
Mário Soares chega a Lisboa de comboio, vindo de Paris, logo em 28 de Abril de 1974, acompanhado por Tito de Morais e Francisco Ramos da Costa.
Nele se integra o Movimento Socialista Popular de Manuel Serra.
Congresso da Aula Magna da Reitoria de Lisboa em 13, 14 e 15 de Dezembro de 1974.
No Congresso de 21 de Fevereiro de 1988 é reeleito Vítor Constâncio que, depois de assinar acordo com o PSD para a revisão constitucional (14 de Outubro) se demite (27 de Outubro).
No Congresso de 15 de Janeiro de 1989 é eleito Jorge Sampaio como novo secretário-geral. Vence as eleições autárquicas em Lisboa (17 de Dezembro de 1989). Consegue 29,1% nas eleições de 6 de Outubro de 1991.
Em 23 de Fevereiro de 1992 é eleito António Guterres
Marxismo teórico
Em 1974 ainda invoca como inspiração teórica predominante o marxismo, saudando a revolução soviética como marco fundamental na história da Humanidade, embora advogue uma via portuguesa para o socialismo, repudiando, nos sociais-democratas, o facto desses conservarem as estruturas do capitalismo e de servirem os interesses do imperialismo.
Soares, face aos comunistas, dirá sucessivamente que não é Marx nem Lenine que nos dividem, invocando a faceta estalinista do movimento cunhalista.
Com os ventos de Abril, o partido passou do restrito grupo de amigos de Mário Soares a um dos maiores partidos políticos do regime. Beneficiou da participação activa nos governos provisórios, da boa ligação à Internacional Socialista e de se ter tornado na vanguarda da luta contra o comunismo e o sovietismo.
Marx, Sérgio e Soares
Um partido que hibridamente procura misturar o método científico de Karl Marx, o sonho de Antero, a pedagogia de António Sérgio e o realismo criador de Mário Soares, como mais tarde sintetizará Manuel Alegre. Marxistas dissidentes
A sua espinha dorsal era constituída pelos marxistas dissidentes do PCP, desde os que vieram dos tempos do MUD, como Soares, quer os exilados, como os do grupo de Genebra, com António Barreto, Eurico de Figueiredo e Medeiros Ferreira. Republicanos históricos
O segundo grande núcleo provinha dos republicanos históricos, afonsistas ou sergianos, como Henrique de Barros, Vasco da Gama Fernandes e Raul Rego, quase todos eles próximos da maçonaria clássica do Grande Oriente Lusitano.
Católicos progressistas
O terceiro vector era o dos católicos dos anos sessenta, provindos da JUC e da JOC, que não começaram pelo marxismo, mas pela doutrina social da Igreja Católica.
Activistas revolucionários
Seguiam-se alguns revolucionários das intentonas contra o regime, adeptos da acção directa, mas insusceptíveis de enquadramento pela disciplina subversiva dos comunistas, não faltando os exilados estacionados em Argel marcados por um esquerdismo intelectual quase libertário, como Lopes Cardoso e Manuel Alegre.
o 1º programa do PS tinha mesmo explicito que o Ps era um partido Marxista
o Partido comunista era Marxista, Leninista , Estalista
http://kostadealhabaite.blogspot.pt/200 ... oares.html
abraço
Ps a História devia tratar o passado como passado.. fosse ele Soares ou Salazar.. avaliando os beneficios e prejuizos para uma Nação e seu povo
muito haveria que dizer sobre este e outros senhores ..
não vale a pena ... estão velhos... mas dão maus exemplos
de qualquer forma deixo-te e a quem interessar
escrito por Mario Soares
http://www.fmsoares.pt/mario_soares/tex ... 02/315.pdf
Marx saiu do purgatório?
por Mário Soares
No verão é habitual as editoras publicarem muitos livros esquecidos, biografias, literatura de
viagens e as grandes revistas lançarem hors-série, com sentido retrospectivo mas de grande
actualidade.
É o caso da revista Francesa “Le Point” que publicou um número dedicado a Karl Marx, sobre o
que verdadeiramente escreveu, como o seu pensamento foi manipulado, bem como a sua história e
herança. É um caderno com cento e vinte e tal páginas, escrito por autores entre os maiores
economistas, politólogos, sociólogos e historiadores, polémico, de vários ângulos político-ideológicos,
facilmente compreensível – o que nem sempre foi o caso de Marx, quer como economista, quer como
filósofo, neo-hegeliano – com extremo rigor e clareza, que recomendo vivamente aos meus leitores.
Como é sabido, fui comunista na minha juventude, entre 1942-1949 e durante esses anos – e
mesmo depois deles – considerei-me marxista. Mas nunca consegui ler o “Capital”, de que, aliás, tenho
duas edições, uma em português do Brasil e outra em francês, nem outros livros e ensaios mais
filosóficos ou de teoria económica. Fiquei-me pelo “Manifesto Comunista”, escrito em colaboração com
Engels, por livros de história, como o “18 de Brumário de Luís Bonaparte” e, obviamente, pela cartilha
marxista, que surgiu, em Portugal, no final da segunda grande guerra, quando era moda falar do
marxismo-leninismo, de Marx, Engels, Lenine e Estaline e muito mais tarde de Mao-Tsé-Tung, que
nunca me convenceu... Aliás, diga-se de passagem, os escritos de Estaline, então considerado o pai
dos pobres, eram dos mais lineares e claros.
Marx, todos o sabemos, exerceu uma influência profunda no movimento operário e
revolucionário do séc. XIX e XX, apesar de ter morrido em Março de 1883. Porque foi a referência
fundamental de Lenine, embora longe de Marx pelo culto da violência e a exterminação dos inimigos, e
de figuras mais humanistas, como: Karl Kautsky, Eduard Bernstein, Plekhanov, Trotsky e Antonio
Gramsci. Para não falar de Mao-Tse-Tung, Ho-Chi-Minh e tantos outros.
Curiosamente, há vinte anos, com o fim do muro de Berlim, da Cortina de Ferro, e o colapso do
colossal embuste, que foi a União Soviética, Karl Marx parece ter caído no purgatório, senão mesmo no
inferno. Com o aparecimento em força do neo-liberalismo, a teoria do fim das ideologias, de menos
Estado e os valores humanistas substituídos pelo dinheiro e a hegemonia dos mercados.
A crise de 2008-2009, em que nos encontramos, representou, contudo, o toque de finados do
neo-liberalismo e parece ter retirado do purgatório Karl Marx, ele que não acreditava em Deus e que,
na linha do filósofo e historiador alemão Feuerbach, acreditava que Deus era uma criação humana.
A verdade, porém, é que Marx parece estar – com a actual crise – a sair do purgatório. Vejamse as biografias que se têm publicado de Marx, como a de Jacques Attali “Karl Marx ou l’Esprit du
Monde”, como as Universidades americanas e europeias voltaram ao seu estudo. E agora o caderno
hors-série que tenho estado a comentar.
Porquê? Porque se o capitalismo não acabou – apenas o capitalismo financeiro-especulativo,
sem valores éticos – o socialismo democrático também não: um “socialismo de rosto humano”, como
se pretendia antes da queda do Muro, com valores democráticos, humanistas e éticos, que Marx na
sua obra nunca renegou, apesar de ter preconizado a “ditadura do proletariado” e a luta de classes,
num sentido diferente ao que lhe deram depois...
Vau, 20 de Agosto de 20
citação do texto:
"Como é sabido, fui comunista na minha juventude, entre 1942-1949 e durante esses anos – e
mesmo depois deles – considerei-me marxista."
http://www.iscsp.utl.pt/~cepp/partidos_ ... abril_.htm
Partido Socialista
Fundado em 19 de Abril de 1973 em Bad Munstereifel.
Mário Soares chega a Lisboa de comboio, vindo de Paris, logo em 28 de Abril de 1974, acompanhado por Tito de Morais e Francisco Ramos da Costa.
Nele se integra o Movimento Socialista Popular de Manuel Serra.
Congresso da Aula Magna da Reitoria de Lisboa em 13, 14 e 15 de Dezembro de 1974.
No Congresso de 21 de Fevereiro de 1988 é reeleito Vítor Constâncio que, depois de assinar acordo com o PSD para a revisão constitucional (14 de Outubro) se demite (27 de Outubro).
No Congresso de 15 de Janeiro de 1989 é eleito Jorge Sampaio como novo secretário-geral. Vence as eleições autárquicas em Lisboa (17 de Dezembro de 1989). Consegue 29,1% nas eleições de 6 de Outubro de 1991.
Em 23 de Fevereiro de 1992 é eleito António Guterres
Marxismo teórico
Em 1974 ainda invoca como inspiração teórica predominante o marxismo, saudando a revolução soviética como marco fundamental na história da Humanidade, embora advogue uma via portuguesa para o socialismo, repudiando, nos sociais-democratas, o facto desses conservarem as estruturas do capitalismo e de servirem os interesses do imperialismo.
Soares, face aos comunistas, dirá sucessivamente que não é Marx nem Lenine que nos dividem, invocando a faceta estalinista do movimento cunhalista.
Com os ventos de Abril, o partido passou do restrito grupo de amigos de Mário Soares a um dos maiores partidos políticos do regime. Beneficiou da participação activa nos governos provisórios, da boa ligação à Internacional Socialista e de se ter tornado na vanguarda da luta contra o comunismo e o sovietismo.
Marx, Sérgio e Soares
Um partido que hibridamente procura misturar o método científico de Karl Marx, o sonho de Antero, a pedagogia de António Sérgio e o realismo criador de Mário Soares, como mais tarde sintetizará Manuel Alegre. Marxistas dissidentes
A sua espinha dorsal era constituída pelos marxistas dissidentes do PCP, desde os que vieram dos tempos do MUD, como Soares, quer os exilados, como os do grupo de Genebra, com António Barreto, Eurico de Figueiredo e Medeiros Ferreira. Republicanos históricos
O segundo grande núcleo provinha dos republicanos históricos, afonsistas ou sergianos, como Henrique de Barros, Vasco da Gama Fernandes e Raul Rego, quase todos eles próximos da maçonaria clássica do Grande Oriente Lusitano.
Católicos progressistas
O terceiro vector era o dos católicos dos anos sessenta, provindos da JUC e da JOC, que não começaram pelo marxismo, mas pela doutrina social da Igreja Católica.
Activistas revolucionários
Seguiam-se alguns revolucionários das intentonas contra o regime, adeptos da acção directa, mas insusceptíveis de enquadramento pela disciplina subversiva dos comunistas, não faltando os exilados estacionados em Argel marcados por um esquerdismo intelectual quase libertário, como Lopes Cardoso e Manuel Alegre.
o 1º programa do PS tinha mesmo explicito que o Ps era um partido Marxista
o Partido comunista era Marxista, Leninista , Estalista
http://kostadealhabaite.blogspot.pt/200 ... oares.html
abraço
Ps a História devia tratar o passado como passado.. fosse ele Soares ou Salazar.. avaliando os beneficios e prejuizos para uma Nação e seu povo
mcarvalho
- Mensagens: 7051
- Registado: 17/2/2004 1:38
- Localização: PORTO
mcarvalho Escreveu:Já agora .. mais um .. procura o 1º programa do partido do socialista ... e do mario soares ...
o que é ser socialista ???
é seguir as ideias de quem ???... meu terroristazinho
e a tal frase até pode ser do romantico feliciano mas quem a adoptou e divulgou foi SALAZAR .. ou não?
assim como o "Socialismo" do Mario Soares .. é dele?..
vai pesquisar... ou buscar .. como diz o amigo
mcarvalho, isto já vai longe do tema, mas a memória histórica nestes casos ajuda.
O PSD solicitou a entrada na Internacional Socialista, pelo que a tua pergunta sobre o que será ser socialista (em 1974/5) é pertinente, mas segundo me parece, pouco relevante...
http://aventar.eu/2010/12/18/contos-pro ... -carneiro/
http://books.google.es/books?id=Cd7_GKm ... edir_esc=y
- Mensagens: 848
- Registado: 4/1/2004 22:32
- Localização: lx
Presidente do hospital do Porto revela que unidade poderia dispensar mais de mil trabalhadores, caso as regras fossem outras.
O presidente do conselho de administração do Hospital de São João, no Porto, revelou na TVI24 que podia dispensar mais de mil trabalhadores, se os funcionários trabalhassem 40 horas semanais e em regime de exclusividade.
“Se tivéssemos pessoas em dedicação exclusiva, todos com horários de 40 horas semanais, totalmente motivadas e dedicadas ao hospital, creio que seguramente poderíamos fazer mais do que o que fazemos com menos 20% das pessoas”, afirmou António Ferreira na TVI24.
O Hospital de São João emprega 5.600 pessoas. António Ferreira reforçou que, com “dedicação exclusiva” e uma abordagem onde fosse permitida a recompensa aos ganhos de produtividade, “estou tranquilo em dizer que podíamos dispensar à volta de 20% das pessoas”.
O responsável defende que os trabalhadores deviam ter, para além do salário base, “incentivos de acordo com qualidade e da quantidade produzida”.
Grande entrevista.
Que alguém passe da ideia aos actos..
- Mensagens: 1399
- Registado: 17/10/2010 19:32
- Localização: 14
Quem está ligado:
Utilizadores a ver este Fórum: Artista Romeno, Bing [Bot], GalegoPT, Google [Bot], IX Hispana, josehenry400, niceboy, PAULOJOAO, Rafael Abreu, rtinto, serdom, VALHALLA, yggy, zulu404 e 372 visitantes