ADSE só é sustentável se cada funcionário ganhar + de 7000€
Ai entao o Dr ee Porfessor... Ena !
Safe Escreveu:Excelente o debate dado pelo Prof. António Ferreira na TVI24 em que explicou tudo como deve ser. Realmente uma organização que gasta 3x mais do que aquilo que recebe deveria acabar. Pois senão lá vai o CONTRIBUINTE pagar o que não usufruiu.
Tambeem o ouvi. O homem atee sabe umas coisas. Eu ee que engalinho com aquele sibilar, cruzamento de Joao-Proenc,a com Carvalho-da-Silva, um tanto abimbalhado, nao me tomem literalmente, isto sao coisas de gente urbana (ou urbanizada) que desata a marrar com indiviiduos de alto calibre que sibilam.
Jaa Virgiilio-Ferreira me chateava com aquele sibilar do interior beirao e ali estava aquele Preemio Camoes !, o homem que deixou a Manha Submersa entre outras peerolas pensantes.
Mas voltando ao Dr. Antonio (I'm sorry!) Professor Antonio, o homem ee uma grande despesa para o eraario puublico. Eu caa por mim punha logo aquele Conselho de Administrac,ao sob apertada vigilaancia financeira. E nao me venham caa com competeencias e o carassas.
Hoje estou pouco permeaavel aa esperteza-saloia.

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Excelente o debate dado pelo Prof. António Ferreira na TVI24 em que explicou tudo como deve ser. Realmente uma organização que gasta 3x mais do que aquilo que recebe deveria acabar. Pois senão lá vai o CONTRIBUINTE pagar o que não usufruiu. 

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O senhor deve ter lido o tópico

Santos Pereira: Salários em Portugal são demasiado baixos?
13/12/2012
Álvaro Santos Pereira considera que os salários praticados em Portugal são “demasiado baixos” e que o caminho da recuperação da economia portuguesa não passa por apostar nessa política.
Em entrevista à SIC Notícias, na quarta-feira à noite, o ministro recusou que a aposta na reindustrialização da economia pretende tirar partido dos baixos salários. “Não vamos ganhar competitividade pensado que vamos ter um país de salários baixos”, afirmou o ministro
Afirmando que “os salários em Portugal são demasiados baixos”, Santos Pereira justificou esta tendência pelo facto de no passado Portugal “não ter conseguido ter taxas de crescimento da produtividade a níveis que devíamos ter”.
Para inverter este cenário “ é preciso que a economia cresça e a produtividade cresça”, afirmou.
Penso que esta discussão (troca de ideias) não nos leva lado nenhum.
Pois como diz o Primeiro Ministro e bem tudo tem de ser revisto.
Penso que a falta de um plano para o que Portugal quer ser no futuro arrasta o país para estas confusões, e não sabermos o que é o melhor para nós.
1º Queremos um país virado para quê?? (Pelo menos na altura do José Socrates tínhamos a ambição das renováveis, sustentáveis ou não tinhamos um rumo. Penso que pior é não ter nenhum rumo) Os países escandinavos são talhados para as engenharias, Espanha para a agricultura, França para vinhos e agricultura.
2º Em relação à ADSE penso que enquanto os utilizadores pagarem 5€ por consulta em clínicas privadas de consultas de especialidade, o futuro estará condenado. Aqui também sou da opinião do MarcoAntónio pois se é um privilégio da função pública os senhores que se "cocem" e que paguem o défice pois é o que mais faltava termos as pessoas que nem dinheiro têm para ir a consultas nos hospitais ou comprarem medicamentos por falta de dinheiro e ainda depois terem de tapar este buraco. Penso que já chega desta brincadeira.
3º Em relação aos estudos, aqui vai mandar o mercado, pois já temos mais pessoas licenciadas e menos pessoas qualificadas tecnicamente para executar. Penso que já se deveriam ter fechados cursos pois andamos a formar pessoas para o desemprego (ex. Professores primários, educadores de infância)
Na minha humilde opinião falta-nos o planeamento para daqui a 20 anos que país queremos ser.
Pois como diz o Primeiro Ministro e bem tudo tem de ser revisto.
Penso que a falta de um plano para o que Portugal quer ser no futuro arrasta o país para estas confusões, e não sabermos o que é o melhor para nós.
1º Queremos um país virado para quê?? (Pelo menos na altura do José Socrates tínhamos a ambição das renováveis, sustentáveis ou não tinhamos um rumo. Penso que pior é não ter nenhum rumo) Os países escandinavos são talhados para as engenharias, Espanha para a agricultura, França para vinhos e agricultura.
2º Em relação à ADSE penso que enquanto os utilizadores pagarem 5€ por consulta em clínicas privadas de consultas de especialidade, o futuro estará condenado. Aqui também sou da opinião do MarcoAntónio pois se é um privilégio da função pública os senhores que se "cocem" e que paguem o défice pois é o que mais faltava termos as pessoas que nem dinheiro têm para ir a consultas nos hospitais ou comprarem medicamentos por falta de dinheiro e ainda depois terem de tapar este buraco. Penso que já chega desta brincadeira.
3º Em relação aos estudos, aqui vai mandar o mercado, pois já temos mais pessoas licenciadas e menos pessoas qualificadas tecnicamente para executar. Penso que já se deveriam ter fechados cursos pois andamos a formar pessoas para o desemprego (ex. Professores primários, educadores de infância)
Na minha humilde opinião falta-nos o planeamento para daqui a 20 anos que país queremos ser.
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É verdade que, ao contrário do que muitos defendem, ainda estamos muito longe dos níveis europeus em termos de formação escolar, mesmo com as assinaláveis melhorias verificadas nos últimos anos. Mas é preciso ver que as diferenças nas remunerações relativamente às praticadas noutros países da comunidade até têm sido tradicionalmente mais acentuadas nos escalões mais baixos, onde o nível de formação exigida é minimo. Basta comparar as enormes divergências entre ordenados minimos. Ainda por cima, actualmente vive-se uma situação tão adversa em Portugal que já se oferecem ordenados próximos dos minimos a gente com formação superior, até a mestrados. Basta fazeres uma pesquisa por ofertas de emprego na net para te aperceberes dessa nova realidade.
Portanto, a diferença na formação está longe de justificar tamanhas desigualdades e não vai ser por aí que se vai impedir a saída massiva de portugueses para outros destinos. Até porque os trabalhadores portugueses, mesmo aqueles cujas qualificações profissionais se baseiam mais na experiência do que nas credenciais escolares, são muitissimo reconhecidos em todos os países com comunidades portuguesas. Vai ser o mercado a ditar a lei pelo que, a não ser que se instale por cá uma ditadura e fechem as fronteiras, a sangria vai-se manter.
Adiantaria ainda que o compadrio, o tráfico de influências e a corrupção levam a que demasiado frequentemente, profissionais e gestores competentes sejam preteridos em favor de gente que "se movimenta bem". Por exemplo, lugares em conselhos de administração (administradores não executivos e outros) para ex-politicos que não têm qualquer formação especifica na área de gestão.
Quanto ao resto, estou perfeitamente de acordo.
Portanto, a diferença na formação está longe de justificar tamanhas desigualdades e não vai ser por aí que se vai impedir a saída massiva de portugueses para outros destinos. Até porque os trabalhadores portugueses, mesmo aqueles cujas qualificações profissionais se baseiam mais na experiência do que nas credenciais escolares, são muitissimo reconhecidos em todos os países com comunidades portuguesas. Vai ser o mercado a ditar a lei pelo que, a não ser que se instale por cá uma ditadura e fechem as fronteiras, a sangria vai-se manter.
Adiantaria ainda que o compadrio, o tráfico de influências e a corrupção levam a que demasiado frequentemente, profissionais e gestores competentes sejam preteridos em favor de gente que "se movimenta bem". Por exemplo, lugares em conselhos de administração (administradores não executivos e outros) para ex-politicos que não têm qualquer formação especifica na área de gestão.
Quanto ao resto, estou perfeitamente de acordo.
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assunoadr Escreveu:Claro que é tudo como dizes. A questão é sabermos se alguma vez vamos ter gente em quantidade suficiente, qualificada e trabalhadora (como acho que são a grande maioria dos portugueses) disposta a viver e a produzir num país que não oferece condições de vida minimamente dignas, quando na Europa, e não só, os recebem de braços abertos para ganhar mais do triplo do que ganhariam por cá se tivessem a sorte de ter emprego. Ao mesmo tempo, as empresas vão perdendo facturação com um impactro bem mais siginificativo nas suas contas do que os salários, sendo certo que já temos muitos patrões a manifestarem a opinião de que não é pela reducção dos salários que se vão tornar mais competitivos. Muitos preferiam ver baixar o preço da energia, dos combustiveis e dos impostos do que propriamente os salários porque se têm apercebido bastante bem das consequências negativas que a quebra das condições de vida tem tido na produtividade das pessoas que para eles trabalham. As consequências de termos um custo de vida em linha com a média europeia e simultâneamente os salários mais baixos da zona Euro, num espaço europeu em que existe livre circulação de pessoas, são bastante previsiveis. Aqui também funcionam as leis do mercado.
Não é assim tão estranho termos salários inferiores. Se calhar se olhares para o nível de educação da nossa população " a coisa" fica parcialmente explicada de modo automático.
vide http://www.oecd-ilibrary.org/sites/eag_ ... =text/html
e
http://www.oecd-ilibrary.org/sites/eag_ ... =text/html
E o resto é explicado pela falta de investimento técnico/de capital.
(há ainda mais um detalhe, que é o facto de um trabalhor português pouco qualificado que vai para a alemanha (ou mesmo para a auto-europa) e que aprende on-the-job, ganha qualificações a trabalhar, tem formação adequada relativa a tecnologia de ponta e ganha valor intrinseco, algo pouco comum aqui por falha de gestão e falha de investimento em capital: esta é a minha convicção do que conheço e por descrições dos modos de trabalhar. Não tenho dados que provem isto)
Claro que é tudo como dizes. A questão é sabermos se alguma vez vamos ter gente em quantidade suficiente, qualificada e trabalhadora (como acho que são a grande maioria dos portugueses) disposta a viver e a produzir num país que não oferece condições de vida minimamente dignas, quando na Europa, e não só, os recebem de braços abertos para ganhar mais do triplo do que ganhariam por cá se tivessem a sorte de ter emprego. Ao mesmo tempo, as empresas vão perdendo facturação com um impactro bem mais siginificativo nas suas contas do que os salários, sendo certo que já temos muitos patrões a manifestarem a opinião de que não é pela reducção dos salários que se vão tornar mais competitivos. Muitos preferiam ver baixar o preço da energia, dos combustiveis e dos impostos do que propriamente os salários porque se têm apercebido bastante bem das consequências negativas que a quebra das condições de vida tem tido na produtividade das pessoas que para eles trabalham. As consequências de termos um custo de vida em linha com a média europeia e simultâneamente os salários mais baixos da zona Euro, num espaço europeu em que existe livre circulação de pessoas, são bastante previsiveis. Aqui também funcionam as leis do mercado.
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assunoadr Escreveu:Estou perfeitamente de acordo contigo relativamente ao teu ultimo texto. A verdade é que não podemos competir com os chineses nos mesmos produtos e mercados porque eles partiram de uma estrutura produtiva bastante mais atrasada do que a nossa. No entanto, estão a crescer e bem, denotando-se uma melhoria progressiva nas suas condições de vida devido ao crescimento dos salários mas também por terem um custo de vida significativamente mais baixo do que o nosso. É preciso ver que o custo de vida dos portuguses, ao contrário dos salários que são dos mais baixos da Europa, encontra-se em linha com a média europeia pelo que é insustentável querermos competir com os chineses pelos salários. Nesse caso, as condições de vida dos portugueses teriam ser bem piores do que as dos chineses para serem competitivos. Portanto, não há outra solução que não seja mudar de paradigma, aproveitar o que temos de melhor, inovar e recuperar sectores da economia que eram viáveis mas que foram destruídos nos últimos 30 anos com a ajuda de dinheiros europeus. Diria até que manter os salários dos portugueses nos níveis actuais não é sustentável a prazo sem que o país sofra graves danos civilizacionais e mesmo de soberania.
Eu dei o exemplo dos chineses mas poderia ter dado de outra outra nação europeia mais pobre que nós (... teria que me esforçar

Portanto, não há outra solução que não seja mudar de paradigma, aproveitar o que temos de melhor, inovar e recuperar sectores da economia que eram viáveis mas que foram destruídos nos últimos 30 anos com a ajuda de dinheiros europeus.
De acordo, claro. Até sugiro que sejam outros, porque os que tradicionalmente eramos líders, eram relativamente pouco interessantes. Hoje em dia até conseguimos ser líders em áreas de tecnologia...!
Para já não tens escolha nem tens soberania. Como di o outro, "aguenta e não chora". Claro está que o resultado não tarda e tens os bons profissionais a fugir do país (de repente parece que metade dos meus amigos desapareceram para fora) e assim será até que haja um reajuste de ordenados que seja coerente com o nível de produção. Na prática isto significa que os bons profissionais têm que continuar a ser bem pagos ou irão para outras paragens e os mais fracos ou menos corajosos (eu incluída porque neste momento não me apetece voltar a ir viver fora e sou dos idiotas que pagam todos os impostos) ficarão cá a pagar as contas até isto se endireitar. Tristíssimo mas verdade.Diria até que manter os salários dos portugueses nos níveis actuais não é sustentável a prazo sem que o país sofra graves danos civilizacionais e mesmo de soberania
Mais um pormaior , o estado contratualiza com privados prestações de serviços a metade do preço que se paga a ele próprio nos Hospitais.
A gestão de dinheiros Públicos neste País é surreal e nós toleramos tudo...os privados que paguem os défices crónicos...
A ADSE é o maior cliente e e pagador das redes de cuidados privadas...ao acabar muitos hospitais privados sofrem uma quebra de 30 a 40 %...ou seja, mais uma vez, dinheiros públicos a alimentar/desvirtuar o mercado.
Abraços
A gestão de dinheiros Públicos neste País é surreal e nós toleramos tudo...os privados que paguem os défices crónicos...
A ADSE é o maior cliente e e pagador das redes de cuidados privadas...ao acabar muitos hospitais privados sofrem uma quebra de 30 a 40 %...ou seja, mais uma vez, dinheiros públicos a alimentar/desvirtuar o mercado.
Abraços
“A única diferença entre mim e um louco é que eu não sou louco.”
Salvador Dali
Salvador Dali
Re: ADSE só é sustentável se cada funcionário ganhar + de 70
Pata-Hari Escreveu:Estado
ADSE só é sustentável se cada funcionário ganhar mais de 7 mil euros
Ana Petronilho
12/12/12 12:34
A despesa oficial da ADSE é de 560 milhões, dos quais 221,5 milhões vêm do Estado, resultando um deficit de 337,8 milhões de euros.
Cada funcionário público teria de ter um salário bruto mensal de 7.262 euros durante 14 meses para que a ADSE fosse sustentável. A conta foi apresentada pelo presidente do conselho de administração do Hospital de São João, António Ferreira, com base no relatório de actividades da ADSE de 2011.
Segundo o responsável hospitalar que falava na conferência sobre "Economia e Financiamento em Saúde" organizada pelo Diário Económico, a despesa oficial da ADSE é de 560 milhões, dos quais 221,5 milhões vêm do Estado, resultando um deficit de 337,8 milhões de euros.
Fiquei abismado.
E fui (re)fazer as contas. Nem vale a pena explicar os resultados a que cheguei, basta dizer que os nuumeros do Dr. Antonio Ferreira, confrontados com os meus, sao absurdos.
Mas... ele laa sabe que algoritmo ee que usou. E sendo o Pres. do CA dum hospital deve saber escolher as melhores foormulas e meetodos de gestao. Imagino eu, que por vezes sou ingeenuo.
Fui entao saber o vencimento do Dr. Antonio Ferreira e raapidamente concluii que o PIB portuguees teria que ser na ordem dos 370 MM Euros para estar em consonancia com os seus proventos. Dito de outra forma, o Dr. Antonio Ferreira aufere um valor 165% acima das possibilidades do Paiis em func,ao da riqueza criada.
Nao vos vou mac,ar com os algoritmos que utilizei. Serei tao beneevolo como o Dr. Antonio.
Ele, coitado, que acaba por ser um excessivo encargo nacional.
Mete pena. Nao mete ?

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Estou perfeitamente de acordo contigo relativamente ao teu ultimo texto. A verdade é que não podemos competir com os chineses nos mesmos produtos e mercados porque eles partiram de uma estrutura produtiva bastante mais atrasada do que a nossa. No entanto, estão a crescer e bem, denotando-se uma melhoria progressiva nas suas condições de vida devido ao crescimento dos salários mas também por terem um custo de vida significativamente mais baixo do que o nosso. É preciso ver que o custo de vida dos portuguses, ao contrário dos salários que são dos mais baixos da Europa, encontra-se em linha com a média europeia pelo que é insustentável querermos competir com os chineses pelos salários. Nesse caso, as condições de vida dos portugueses teriam ser bem piores do que as dos chineses para serem competitivos. Portanto, não há outra solução que não seja mudar de paradigma, aproveitar o que temos de melhor, inovar e recuperar sectores da economia que eram viáveis mas que foram destruídos nos últimos 30 anos com a ajuda de dinheiros europeus. Diria até que manter os salários dos portugueses nos níveis actuais não é sustentável a prazo sem que o país sofra graves danos civilizacionais e mesmo de soberania.
Editado pela última vez por assunoadr em 12/12/2012 23:15, num total de 1 vez.
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Mas eu concordo plenamente contigo quando dizes que a produtividade não depende apenas do factor trabalho, claro que não! E também concordo quando dizes que "A ideia de que a competitivade se consegue sobretudo com salários baixos não passa de um mito". O que não é um mito é que igual produto não vale mais por ser feito com mãozinha tuga do que por mãozinha chinoca. Ou seja, (a necessidade de ajuste para ) o ordenado baixo corresponde só e apenas a um produto final que não vale tanto quanto está a ser neste momento remunerado. E a produtividade apesar de não ser da exclusiva responsabilidade do trabalhador (é do factor capital também, dos meios colocados à sua disposição) acaba por afectar directamente o factor trabalho porque simplesmente não consegue fazer render o seu esforço. (A prova disso é que o mesmo trabalhador não-qualificado português consegue ser produtivo na suiça mas não consegue ser cá).
Duvido que a falta de competividade seja apenas decorrente do factor trabalho, até porque em muitos casos nem sequer representa o maior peso na estrutura de custos. Do que eu tenho a certeza é que a manutenção de salários baixos só contribui para a degradação da economia através do estrangulamento do consumo e consequentemente do investimento, desmotiva os trabalhadores porque ninguém consegue dar o seu máximo quando a usufrui de uma remuneração que nem sequer chega para suprir as suas necessidades básicas e promove a emigração para países com condições de trabalho mais competitivas. A ideia de que a competitivade se consegue sobretudo com salários baixos não passa de um mito.
Nesta altura temos dezenas de milhares de pessoas licenciadas e até muito qualificadas de quase todos os qudrantes no desemprego, portanto nem sequer se trata de um problema de falta de formação.
Nesta altura temos dezenas de milhares de pessoas licenciadas e até muito qualificadas de quase todos os qudrantes no desemprego, portanto nem sequer se trata de um problema de falta de formação.
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Não, o problema é a razão pela qual os ordenados têm que ser baixos: para o que produzimos, somos caros comparando a outros países. Ou, se quiseres, SIM, temos que ter a capacidade de produzir mais e consequentemente ter maiores ordenados. O valor do trabalho não depende da vontade social que temos de fazer toda a gente ganhar mais mas do valor de mercado do que se produz.
E "a coisa" piora: os que são mais caros em termos relativos são exactamente os menos qualificados (e são muitos em Portugal, infelizmente). Os nossos licenciados/mestrados/doutorados competem muitíssimo bem no mercado internacional onde são pagos melhor que aqui, são atraídos para fora por isso mesmo e são simultaneamente quem tem a capacidade de mais produzir e também de mais impostos pagar porque têm ordenados mais altos.
Ou seja, tens um problema estrutural que só se resolve numas décadas se apostares na formação da população - sendo que irás concorrer com outros países como a china onde isso também irá suceder.
E "a coisa" piora: os que são mais caros em termos relativos são exactamente os menos qualificados (e são muitos em Portugal, infelizmente). Os nossos licenciados/mestrados/doutorados competem muitíssimo bem no mercado internacional onde são pagos melhor que aqui, são atraídos para fora por isso mesmo e são simultaneamente quem tem a capacidade de mais produzir e também de mais impostos pagar porque têm ordenados mais altos.
Ou seja, tens um problema estrutural que só se resolve numas décadas se apostares na formação da população - sendo que irás concorrer com outros países como a china onde isso também irá suceder.
Nahoot Escreveu:Não posso deixar de reparar que ignoraste grande parte do que eu escrevi
Pata-Hari Escreveu:Vais-me desculpar mas o que diz ali é, se querem este estado, então têm de pagar mais impostos.
Não diz absolutamente nada de produtividade ou emprego
Só podes pagar mais impostos de duas maneiras: ou aumentas as taxas (e já estás no limite do "aguentável") ou ganhas mais, ou tens mais gente a ganhar. É por isso que está implicito.
Bem, afinal parece que são três:![]()
- Mais gente: Não me parece que nos próximos meses tenhamos muita gente a entrar no mercado de trabalho. Alias, antes pelo contrário. Voltando à comparação com os países nórdicos, temos até bastante menos incentivos à natalidade do que eles (estado social, será?). Certamente que não serão os imigrantes a resolver esta questão.
- Ganhar mais: completamente fora de questão ( http://www.dn.pt/especiais/interior.asp ... o=ECONOMIA ). A própria troika acha que ganhamos demais. Impediu-se a subida do ordenado mínimo que estava acordada com os parceiros sociais. Cortou-se em subsídios de desemprego forçando pessoas aceitarem ordenados bem abaixo do que seria natural para as suas capacidades/conhecimentos. Não sei se tens noção do que se passa no mercado de trabalho mas, basicamente, para as empresas que não estão a ir à falência, neste momento é uma festa. Por algum motivo anda toda a gente a ir embora. (não querendo personalizar os argumentos mas neste momento acho que já conheço mais pessoas - portugueses - a trabalhar no estrangeiro do que cá. E já estive mais longe de me juntar a eles.)
- Aumentar as taxas: tu própria dizes que é incomportável
Sendo assim parece que não temos solução.
Ah... já sei... a solução é cortar indiscriminadamente no estado social, não é?
O problema é que cortar no estado social é o mesmo que aumentar as taxas, aquelas que tu dizes que já estamos no limite.
Para além de ter os efeitos na economia, que depois faz entrar na pescadinha de rabo na boca que expliquei anteriormente.
Já agora, pessoas que estão em posição de serem citados pelos jornais, mesmo sendo "meros técnicos do FMI/BCE/UE" não podem dizer coisas de forma implícita.
Aquilo que ele disse foi que ou pagamos mais impostos ou há menos estado social. Tudo o resto foram implicações que tu "pensas" ouvir devido àquilo que defendes.
Tens um modo, alargar a carga fiscal a todos à la escandinava. Sendo que em grande parte a população educa-se à força. Acabar totalmente com o sigilo bancário e criar/aplicar consequências pesadas, muito pesadas, para qualquer crime de fuga fiscal é o modo normal de educar a população a mudar o comportamento, a velha regra do chicote.
O corte no estado social terá que passar pela parte social onde ela está certamente distorcida (o perfeito exemplo disso são os métodos como foram calculadas as pensões antigas que não correspondem de modo algum ao que as pessoas descontaram ao longo dos anos de trabalho face à expectativa de longevidade - em parte isso está a ser corrigido pela via fiscal de modo algo injusto porque não corrige o problema de base, apenas penaliza as reformas maiores que mais descontos fizeram - mas esta minha opinião também é controversa porque muita gente acredita que deveria simplesmente haver um plafond máximo para as pensões independentemente dos descontos feitos, eu discordo, acho demasiado injusto e motivador à fuga para países mais "justos" dos bons pagadores/ganhadores ).
Como já disse noutras ocasiões, na minha opinião a ADSE ou deve ser fundida com a Segurança Social ou então deve ter uma situação financeira neutra (isto é, não deve custar dinheiro aos contribuintes). Não há problema que os funcionários do estado tenham um sistema próprio (como muitos privados têm) desde que esse sistema não custe dinheiro ao contribuinte em geral.
Mas tenho algumas dúvidas em relação à exactidão dos montantes referidos e conclusões retiradas no artigo.
Em 2011 a ADSE terá tido de receitas próprias cerca de 290 milhões de euros, para uma despesa total de 560 milhões (o diferencial dá 270 milhões). Não só o valor da diferença é menor do que o apontado, o vencimento dos funcionários do estado anda por roda dos 1500 euros e sendo a taxa da ADSE cobrada em percentagem, não estou a ver como é que era necessário aumentar a receita na ordem de 4 ou 5 vezes. Eventualmente há aqui algo que me estará a escapar porque confesso que em relação à opinião do artigo, só li mesmo a notícia...
Seja como for, os números não parecem bater certo.
Nota: a situação no passado era bem pior; tem-se encaminhado no sentido da correcção mas ainda existe trabalho para realizar até se cumprir aquela condição inicial que eu propus e ou se reduz os custos/benefícios, ou se aumenta a taxa de desconto ou um misto das duas.
Mas tenho algumas dúvidas em relação à exactidão dos montantes referidos e conclusões retiradas no artigo.
Em 2011 a ADSE terá tido de receitas próprias cerca de 290 milhões de euros, para uma despesa total de 560 milhões (o diferencial dá 270 milhões). Não só o valor da diferença é menor do que o apontado, o vencimento dos funcionários do estado anda por roda dos 1500 euros e sendo a taxa da ADSE cobrada em percentagem, não estou a ver como é que era necessário aumentar a receita na ordem de 4 ou 5 vezes. Eventualmente há aqui algo que me estará a escapar porque confesso que em relação à opinião do artigo, só li mesmo a notícia...
Seja como for, os números não parecem bater certo.
Nota: a situação no passado era bem pior; tem-se encaminhado no sentido da correcção mas ainda existe trabalho para realizar até se cumprir aquela condição inicial que eu propus e ou se reduz os custos/benefícios, ou se aumenta a taxa de desconto ou um misto das duas.
FLOP - Fundamental Laws Of Profit
1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
Não posso deixar de reparar que ignoraste grande parte do que eu escrevi
Bem, afinal parece que são três:
- Mais gente: Não me parece que nos próximos meses tenhamos muita gente a entrar no mercado de trabalho. Alias, antes pelo contrário. Voltando à comparação com os países nórdicos, temos até bastante menos incentivos à natalidade do que eles (estado social, será?). Certamente que não serão os imigrantes a resolver esta questão.
- Ganhar mais: completamente fora de questão ( http://www.dn.pt/especiais/interior.asp ... o=ECONOMIA ). A própria troika acha que ganhamos demais. Impediu-se a subida do ordenado mínimo que estava acordada com os parceiros sociais. Cortou-se em subsídios de desemprego forçando pessoas aceitarem ordenados bem abaixo do que seria natural para as suas capacidades/conhecimentos. Não sei se tens noção do que se passa no mercado de trabalho mas, basicamente, para as empresas que não estão a ir à falência, neste momento é uma festa. Por algum motivo anda toda a gente a ir embora. (não querendo personalizar os argumentos mas neste momento acho que já conheço mais pessoas - portugueses - a trabalhar no estrangeiro do que cá. E já estive mais longe de me juntar a eles.)
- Aumentar as taxas: tu própria dizes que é incomportável
Sendo assim parece que não temos solução.
Ah... já sei... a solução é cortar indiscriminadamente no estado social, não é?
O problema é que cortar no estado social é o mesmo que aumentar as taxas, aquelas que tu dizes que já estamos no limite.
Para além de ter os efeitos na economia, que depois faz entrar na pescadinha de rabo na boca que expliquei anteriormente.
Já agora, pessoas que estão em posição de serem citados pelos jornais, mesmo sendo "meros técnicos do FMI/BCE/UE" não podem dizer coisas de forma implícita.
Aquilo que ele disse foi que ou pagamos mais impostos ou há menos estado social. Tudo o resto foram implicações que tu "pensas" ouvir devido àquilo que defendes.

Pata-Hari Escreveu:Vais-me desculpar mas o que diz ali é, se querem este estado, então têm de pagar mais impostos.
Não diz absolutamente nada de produtividade ou emprego
Só podes pagar mais impostos de duas maneiras: ou aumentas as taxas (e já estás no limite do "aguentável") ou ganhas mais, ou tens mais gente a ganhar. É por isso que está implicito.
Bem, afinal parece que são três:

- Mais gente: Não me parece que nos próximos meses tenhamos muita gente a entrar no mercado de trabalho. Alias, antes pelo contrário. Voltando à comparação com os países nórdicos, temos até bastante menos incentivos à natalidade do que eles (estado social, será?). Certamente que não serão os imigrantes a resolver esta questão.
- Ganhar mais: completamente fora de questão ( http://www.dn.pt/especiais/interior.asp ... o=ECONOMIA ). A própria troika acha que ganhamos demais. Impediu-se a subida do ordenado mínimo que estava acordada com os parceiros sociais. Cortou-se em subsídios de desemprego forçando pessoas aceitarem ordenados bem abaixo do que seria natural para as suas capacidades/conhecimentos. Não sei se tens noção do que se passa no mercado de trabalho mas, basicamente, para as empresas que não estão a ir à falência, neste momento é uma festa. Por algum motivo anda toda a gente a ir embora. (não querendo personalizar os argumentos mas neste momento acho que já conheço mais pessoas - portugueses - a trabalhar no estrangeiro do que cá. E já estive mais longe de me juntar a eles.)
- Aumentar as taxas: tu própria dizes que é incomportável
Sendo assim parece que não temos solução.
Ah... já sei... a solução é cortar indiscriminadamente no estado social, não é?
O problema é que cortar no estado social é o mesmo que aumentar as taxas, aquelas que tu dizes que já estamos no limite.
Para além de ter os efeitos na economia, que depois faz entrar na pescadinha de rabo na boca que expliquei anteriormente.
Já agora, pessoas que estão em posição de serem citados pelos jornais, mesmo sendo "meros técnicos do FMI/BCE/UE" não podem dizer coisas de forma implícita.
Aquilo que ele disse foi que ou pagamos mais impostos ou há menos estado social. Tudo o resto foram implicações que tu "pensas" ouvir devido àquilo que defendes.
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Vais-me desculpar mas o que diz ali é, se querem este estado, então têm de pagar mais impostos.
Não diz absolutamente nada de produtividade ou emprego
Só podes pagar mais impostos de duas maneiras: ou aumentas as taxas (e já estás no limite do "aguentável") ou ganhas mais, ou tens mais gente a ganhar. É por isso que está implicito.
Pata-Hari Escreveu:É, é o que lá está (ou pelo menos eu assim leio). Só que o que lá está também tem implicito que todos pagamos impostos e que conseguimos produzir e criar emprego (porque por muitos impostos que se cobrem, se a base for pequena, nunca dará valores significativos).
E se quiseres mesmo um espelho do modelo escandinavo, terás que conseguir alterar a tua economia para algo de comparável em termos de PIB per capita, começando pelos níveis de formação de base da população (não te esqueças que nós temos cerca de 50% da população com o ensino secundário versus 90 e muitos % na escandinávia...) com a consequente produtividade per capita que conseguirás atingir.
"Se querem um grande estado social, como o modelo escandinavo, tudo bem, mas então temos de descobrir uma maneira de pagar mais impostos",
Vais-me desculpar mas o que diz ali é, se querem este estado, então têm de pagar mais impostos.
Não diz absolutamente nada de produtividade ou emprego.
Mas tens toda a razão quando dizes que um dos nossos problemas é a educação (eu não queria ir bater no mesmo que outra thread que por aí há... mas...).
Só que para isso tens de investir na educação, coisa que, aparentemente, é o oposto do que se está a fazer.
A mesma coisa em relação à economia.
Para ser produtivo tens de incentivar as empresas e as pessoas (menos impostos). Desta forma (mais e melhor produção) consegues recolher mais, e ter melhores serviços, incentivando ainda mais a economia.
No entanto, o que está a ser feito é exactamente o oposto. Com a justificação de um estado demasiado grande aumentam os impostos -> acabam com a economia -> menos produção -> menos income do estado -> estado ainda "maior" -> necessidade de mais impostos (para justificar o estado) -> menos economia -> (bom... acho que já deu para perceber)
A prova de que isto não funciona é precisamente o exemplo que ele deu, os países escandinavos.
Onde há mais estado do que cá. As pessoas têm melhores condições e serviços do que cá. E pagam menos imposto do que cá.
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É, é o que lá está (ou pelo menos eu assim leio). Só que o que lá está também tem implicito que todos pagamos impostos e que conseguimos produzir e criar emprego (porque por muitos impostos que se cobrem, se a base for pequena, nunca dará valores significativos).
E se quiseres mesmo um espelho do modelo escandinavo, terás que conseguir alterar a tua economia para algo de comparável em termos de PIB per capita, começando pelos níveis de formação de base da população (não te esqueças que nós temos cerca de 50% da população com o ensino secundário versus 90 e muitos % na escandinávia...) com a consequente produtividade per capita que conseguirás atingir.
E se quiseres mesmo um espelho do modelo escandinavo, terás que conseguir alterar a tua economia para algo de comparável em termos de PIB per capita, começando pelos níveis de formação de base da população (não te esqueças que nós temos cerca de 50% da população com o ensino secundário versus 90 e muitos % na escandinávia...) com a consequente produtividade per capita que conseguirás atingir.
Pata-Hari Escreveu:Têm desde este ano, não têm a fuga fiscal que nós temos e têm uma base de riqueza maior que a nossa para tributar porque produzem mais.
Então a questão não é só mais impostos/estado social versus menos impostos/estado social.
É possível ter estado social com menos impostos...
No entanto não é isso que está a ser "vendido".
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PIKAS Escreveu:Pata-Hari Escreveu:"Se querem um grande estado social, como o modelo escandinavo, tudo bem, mas então temos de descobrir uma maneira de pagar mais impostos",
É engraçado porque o Prof. Gaspar foi, segundo creio, o primeiro a dizer isto e até usou as mesmissimas palavras.
Resultado: foi o Carmo e a Trindade a virem abaixo.
Ai daqui D'El Rei.
Foi amachucado até dizer chega.
Mal tinha acabado de falar já os guardiões do estado social - os do costume - estavam aos gritos.
E agora? Um elemento preponderante da troika diz e ninguém se ofende? O Tózé não diz nada?
Cumprimentos,
No entanto é curioso ver que esses mesmos países, se não me engano, têm impostos mais baixos que os nossos.
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