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Caldeirão da Bolsa

Função pública vai trabalhar mais horas

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por artista_ » 24/11/2012 19:46

bar38 Escreveu:E' inevitável por uma questão demográfica mais que evidente ,já em relação a' saúde tenho exactamente opinião contraria uma população envelhecida nesse cita de mais cuidados de saúde.


Para termos uma opinião temos de a basear em dados concretos. E os dados concretos são o número de alunos na escola. Já foste ver como tem evoluído ao longo dos últimos anos? Claro que não!

Já coloquei aqui os números mais que uma vez, não é difícil encontrá-los. Nos últimos anos houver realmente uma ligeira redução mas que está longe dos cerca de 20% que eles reduziram no número de professores. Mais, nos próximos anos o número de alunos vai subir... tu estás a contar apenas com o facto de haver menos nascimentos mas esqueces-te que a idade da escolaridade obrigatória tem vindo a subir, primeiro subiu dos 12 para os 15, agora vai subir dos 15 para os 18!

Independentemente disso eles cortaram cerca de 20 mil professores só este ano e isso não teve nada a ver com redução do número de alunos mas sim com:

1- Redução do número de disciplinas que compõem os currículos de todos os ciclos;
2- Aumento do número máximo de alunos por turma. No ano letivo anterior tinha subido de 26 para 28, neste de 28 para 30;
3- Constituição de mega-agrupamentos que reduziu bastante o número de professores em direções de escolas;
4- Aumento do número de tempos letivos que um professor tem de dar por semana, de 22 para 24;

bar38 Escreveu:Quando dizes que se reformam 3500 professores esqueces te de aqueles que se formam todos os anos.


Reformam-se todos os anos, em média, cerca de 3500 professores. Se não se alterar nada e o número de alunos se mantiver esses terão de ser substituídos por outros. Não percebo o teu ponto?! :roll:

bar38 Escreveu:Quanto a' avaliação acho que todos sabemos como funcionam e para o que servem ,para nada.


Então porque é que disseste que ela devia ser tida em conta para verificar quais os que são despedidos ou não?!

bar38 Escreveu:Sei também perfeitamente que as desigualdades entre o sector publico e privado não são da culpa dos funcionários públicos nem são estes os responsáveis directos pela crise ,mas que são parte do problema isso sem duvida.


São parte do problema da mesma forma que os empregados de uma empresa passam a ser parte do problema quando a empresa está em dificuldades. A única diferença é que o estado não é bem uma empresa... e as desigualdades de que falas não são válidas para todos, no meu caso estaria bem melhor no privado, aliás já disse algumas vezes, quem me dera ter-me passada uma coisa pela cabeça há uns anos e ter procurado lugar no privado, se o tivesse feito hoje estaria certamente melhor! As generalizações são perigosas, olhar só para um lado da questão também!
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por Bar38 » 24/11/2012 11:36

artista Escreveu:
bar38 Escreveu:O re dimensionar do sistema de ensino era óbvio já muitos anos, mais era inevitável e esta crise só o veio tornar mais célere,


Engraçado que todos dizem isso mas não sei de onde tiraram essa ideia?! Alguém me explica porque é que isso era inevitável?!

Eu não acho nada e vou explicar porquê, talvez vocês me consigam fazer ver que eu estou a pensar mal a coisa.

Para mim é claro que neste momento os cortes foram já longe de mais, as turmas estão grandes de mais, muitos professores estão sobrecarregados de trabalho, alguns já não terão condições físicas para o que lhes está a ser exigido. A grande maioria está desmotivada com isto tudo. Parece-me claro que a qualidade irá cair, e isso será visível nos resultados, mesmo que o tentem disfarçar com exames acessíveis como já foi feito em alguns anos!

Hoje saiu num jornal que o Crato conseguir poupar 136 milhões de euros com esta reorganização curricular! Poupou na educação, porque no curto prazo uma boa parte destas despesas vão parar à segurança social, via subsídios de desemprego (para não falar no que teria de gastar se não tivesse usado este malabarismo indecente de não pagar indemnizações! E eu pergunto, esta razia completa, para poupar 136 milhões de euros, seria necessária se o país não estivesse endividado como está? Tenho sérias dúvidas... para não dizer que tenho a certeza de que não seria nada necessária, antes pelo contrário, estivessem as contas do estado em ordem e haveria dinheiro até para não fazer grandes mexidas no sistema e ainda colocar nos quadros os professores contratados mais antigos!

Mas enfim, fico à espera das razões que vos levam a dar como inevitáveis estes cortes!?! :roll:


bar38 Escreveu:...eu apenas sou contra e' ao critério usado ou a falta dele, mas para haver critério teria que haver avaliação coisa que a grande maioria dos professores lutaram tanto para não a ter...


Não digas isso, esse é daqueles mitos que são completamente descabidos. Em primeiro lugar eu sempre fui avaliado, desde 2008 que o sistema mudou bastante, e até acho que era relativamente rigoroso, embora fosse muito diferente de escola para escola.

Mas o mais importante é que o problema não foi nunca a avaliação, o problema era o sistema que eles queriam colocar em prática. Era tão ridículo e tão burocrático que era completamente descabido... eu escrevi bastante aqui na altura sobre isso, não me está a apetecer muito escrever agora tudo. Mas vou deixar-te aqui apenas um exemplo. Eu, da área das artes, iria ter aulas observadas por um colega de educação física, que, por isso mesmo, não me avaliaria em alguns indicadores. E eu iria concorrer a quotas com professes de outros grupos que eram avaliados nesses indicadores que eu não tinha sido. É só um exemplo, que acontecia em muitas escolas. Na generalidade o sistema era extremamente trabalhoso (e foi, andou tudo à nora durante alguns meses) e os resultados iria ser descabidos, ou melhor, absurdos!

Mas isso não implicou o fim da avaliação, como disse, eu fui avaliados todos os anos, em todas as escolas onde lecionei!

bar38 Escreveu:e que leva agora muitos dos bons professores que acredito que seja o caso do Artista fiquem sem colocação cedendo o lugar a outros, promovendo a mediocridade no sistema de ensino.


Mas isso tem a ver apenas com a mesma razão que está por detrás destes cortes. Eles arranjaram estar artimanha de não pagar indemnizações aos contratados. Obviamente que não lhes passa pela cabeça não pagar aos que estão no quadro. Logo, vão os contratados porque são muito mais baratos... ainda para mais quando os que estão no quadro já lá estão todos há muitos anos, as indemnizações seria incomportáveis para o "estado" do "estado"!

bar38 Escreveu:Quanto ao caso particular do Artista acho que claramente deveria haver lugar a indemnização ,por outro lado também nunca ninguém com certeza lhe garantiu que um dia passaria aos quadros, já sabia para o que ia e ao que estava sujeito.


Duas notas:

É importante perceber que a minha situação é a de cerca de 20 mil professores, talvez mais!

Em relação às garantias, enfim, realmente o que os políticos dizem há muito que não é garantia nenhuma. Mas a verdade é que os sucessivos ministros iam prometendo aos sindicatos que os contratados passariam em breve aos quadros. Os sindicatos também nunca se importaram muito com os contratados, no fundo fizeram um bocado o jogo dos governos, o "negócio" deles estava claramente muito mais nos professores do quadro.

Também é preciso ter em conta que, ao contrário do que vocês afirmam, não era fácil prever este desfecho, nada fácil mesmo. Até 2007 eu concorria como não profissionalizado, e conseguia um horário com relativa facilidade. Nesse ano chamaram-me para fazer a profissionalização, não fui eu que pedi, foram eles que me chamaram. Depois da profissionalização subi muito nas listas e não acho que fosse de todo previsível que um dia chegasse a esta situação. Todos os anos se reformam em média 3500 professores, como é que me passaria pela cabeça que alguns anos depois de conseguir entrar facilmente não sendo profissionalizado iria ficar sem colocação depois de milhares de colegas se reformarem?! :roll:

bar38 Escreveu:E quanto ao tópico foi coisa que nunca percebi porque raio na função publica sempre trabalharam menos horas e se reformam mais cedo.


Pois, não sei, mas certamente que culpa dos trabalhadores é que não é... podem culpar a gestão, os governos, mas as pessoas apenas fazem o que lhes pedem para fazer, desde que cumpram o contrato com profissionalismo não vejo porque devam ser criticadas...


E' inevitável por uma questão demográfica mais que evidente ,já em relação a' saúde tenho exactamente opinião contraria uma população envelhecida nesse cita de mais cuidados de saúde.

Quando dizes que se reformam 3500 professores esqueces te de aqueles que se formam todos os anos.

Quanto a' avaliação acho que todos sabemos como funcionam e para o que servem ,para nada.

Sei também perfeitamente que as desigualdades entre o sector publico e privado não são da culpa dos funcionários públicos nem são estes os responsáveis directos pela crise ,mas que são parte do problema isso sem duvida.
 
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por artista_ » 24/11/2012 3:54

bar38 Escreveu:O re dimensionar do sistema de ensino era óbvio já muitos anos, mais era inevitável e esta crise só o veio tornar mais célere,


Engraçado que todos dizem isso mas não sei de onde tiraram essa ideia?! Alguém me explica porque é que isso era inevitável?!

Eu não acho nada e vou explicar porquê, talvez vocês me consigam fazer ver que eu estou a pensar mal a coisa.

Para mim é claro que neste momento os cortes foram já longe de mais, as turmas estão grandes de mais, muitos professores estão sobrecarregados de trabalho, alguns já não terão condições físicas para o que lhes está a ser exigido. A grande maioria está desmotivada com isto tudo. Parece-me claro que a qualidade irá cair, e isso será visível nos resultados, mesmo que o tentem disfarçar com exames acessíveis como já foi feito em alguns anos!

Hoje saiu num jornal que o Crato conseguir poupar 136 milhões de euros com esta reorganização curricular! Poupou na educação, porque no curto prazo uma boa parte destas despesas vão parar à segurança social, via subsídios de desemprego (para não falar no que teria de gastar se não tivesse usado este malabarismo indecente de não pagar indemnizações! E eu pergunto, esta razia completa, para poupar 136 milhões de euros, seria necessária se o país não estivesse endividado como está? Tenho sérias dúvidas... para não dizer que tenho a certeza de que não seria nada necessária, antes pelo contrário, estivessem as contas do estado em ordem e haveria dinheiro até para não fazer grandes mexidas no sistema e ainda colocar nos quadros os professores contratados mais antigos!

Mas enfim, fico à espera das razões que vos levam a dar como inevitáveis estes cortes!?! :roll:


bar38 Escreveu:...eu apenas sou contra e' ao critério usado ou a falta dele, mas para haver critério teria que haver avaliação coisa que a grande maioria dos professores lutaram tanto para não a ter...


Não digas isso, esse é daqueles mitos que são completamente descabidos. Em primeiro lugar eu sempre fui avaliado, desde 2008 que o sistema mudou bastante, e até acho que era relativamente rigoroso, embora fosse muito diferente de escola para escola.

Mas o mais importante é que o problema não foi nunca a avaliação, o problema era o sistema que eles queriam colocar em prática. Era tão ridículo e tão burocrático que era completamente descabido... eu escrevi bastante aqui na altura sobre isso, não me está a apetecer muito escrever agora tudo. Mas vou deixar-te aqui apenas um exemplo. Eu, da área das artes, iria ter aulas observadas por um colega de educação física, que, por isso mesmo, não me avaliaria em alguns indicadores. E eu iria concorrer a quotas com professes de outros grupos que eram avaliados nesses indicadores que eu não tinha sido. É só um exemplo, que acontecia em muitas escolas. Na generalidade o sistema era extremamente trabalhoso (e foi, andou tudo à nora durante alguns meses) e os resultados iria ser descabidos, ou melhor, absurdos!

Mas isso não implicou o fim da avaliação, como disse, eu fui avaliados todos os anos, em todas as escolas onde lecionei!

bar38 Escreveu:e que leva agora muitos dos bons professores que acredito que seja o caso do Artista fiquem sem colocação cedendo o lugar a outros, promovendo a mediocridade no sistema de ensino.


Mas isso tem a ver apenas com a mesma razão que está por detrás destes cortes. Eles arranjaram estar artimanha de não pagar indemnizações aos contratados. Obviamente que não lhes passa pela cabeça não pagar aos que estão no quadro. Logo, vão os contratados porque são muito mais baratos... ainda para mais quando os que estão no quadro já lá estão todos há muitos anos, as indemnizações seria incomportáveis para o "estado" do "estado"!

bar38 Escreveu:Quanto ao caso particular do Artista acho que claramente deveria haver lugar a indemnização ,por outro lado também nunca ninguém com certeza lhe garantiu que um dia passaria aos quadros, já sabia para o que ia e ao que estava sujeito.


Duas notas:

É importante perceber que a minha situação é a de cerca de 20 mil professores, talvez mais!

Em relação às garantias, enfim, realmente o que os políticos dizem há muito que não é garantia nenhuma. Mas a verdade é que os sucessivos ministros iam prometendo aos sindicatos que os contratados passariam em breve aos quadros. Os sindicatos também nunca se importaram muito com os contratados, no fundo fizeram um bocado o jogo dos governos, o "negócio" deles estava claramente muito mais nos professores do quadro.

Também é preciso ter em conta que, ao contrário do que vocês afirmam, não era fácil prever este desfecho, nada fácil mesmo. Até 2007 eu concorria como não profissionalizado, e conseguia um horário com relativa facilidade. Nesse ano chamaram-me para fazer a profissionalização, não fui eu que pedi, foram eles que me chamaram. Depois da profissionalização subi muito nas listas e não acho que fosse de todo previsível que um dia chegasse a esta situação. Todos os anos se reformam em média 3500 professores, como é que me passaria pela cabeça que alguns anos depois de conseguir entrar facilmente não sendo profissionalizado iria ficar sem colocação depois de milhares de colegas se reformarem?! :roll:

bar38 Escreveu:E quanto ao tópico foi coisa que nunca percebi porque raio na função publica sempre trabalharam menos horas e se reformam mais cedo.


Pois, não sei, mas certamente que culpa dos trabalhadores é que não é... podem culpar a gestão, os governos, mas as pessoas apenas fazem o que lhes pedem para fazer, desde que cumpram o contrato com profissionalismo não vejo porque devam ser criticadas...
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por Las_Vegas » 24/11/2012 2:33

MiamiBlueHeart Escreveu:Devia ser horário igual para todos - 40h.

E sem excepções.



Isso é capaz de ser demais, assim só ficavam duas horas para o café da manhã.

:mrgreen:
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por Bar38 » 24/11/2012 0:53

artista Escreveu:
MPC_finance Escreveu:
Nada do que vi nos teus links me surprende.

Referi várias vezes que temos um estado falido, em assistência financeira. Assim num dos links é referido que este ano foram colocados menos 5 mil professores que no ano passado. Ou seja um aumento de sensilvelmente 12.5% ao ano anterior.

Quanto ao meu credo não se discute é meu.


Se quiseres arranjo-te umas listas de alguns grupos que ainda estão piores que o meu?! Não te surpreende algo em que não acreditavas?! Ou ainda não acreditas?! :shock: :shock: :shock: :shock:

Essa de que foram colocados menos 5 mil professores é outra mentira das grandes, a redução do número de professores este ano, em relação ao anterior, dever rondar os 20 mil! 5 mil foi a diferença apenas na primeira colocação, no dia 31 de Agosto, mas para a maioria das pessoas é esse o número oficial!

Já agora, faço-te a mesma pergunta que fiz ao Las Vegas, o que achas de eles não pagarem indemnizações aos professores contratados?! E de os terem contratado ilegalmente durante uma série de anos?
O re dimensionar do sistema de ensino era óbvio já muitos anos, mais era inevitável e esta crise só o veio tornar mais célere,eu apenas sou contra e' ao critério usado ou a falta dele, mas para haver critério teria que haver avaliação coisa que a grande maioria dos professores lutaram tanto para não a ter, e que leva agora muitos dos bons professores que acredito que seja o caso do Artista fiquem sem colocação cedendo o lugar a outros, promovendo a mediocridade no sistema de ensino.
Quanto ao caso particular do Artista acho que claramente deveria haver lugar a indemnização ,por outro lado também nunca ninguém com certeza lhe garantiu que um dia passaria aos quadros, já sabia para o que ia e ao que estava sujeito.

E quanto ao tópico foi coisa que nunca percebi porque raio na função publica sempre trabalharam menos horas e se reformam mais cedo.
 
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por MiamiBlue » 23/11/2012 15:38

mcarvalho Escreveu:só espero que os da AR e outros.. também... mas como funcionários publicos... para todos ..


Devia ser horário igual para todos - 40h.

E sem excepções. Por exemplo, o caso recente do contratos dos médicos ser adaptado a esta nova realidade.

Salário das 40h, igual ao salário das 35h.
 
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por mcarvalho » 23/11/2012 15:22

só espero que os da AR e outros.. também... mas como funcionários publicos... para todos ..


Marques Mendes: horário da Função Pública vai "provavelmente" subir para 37,5 horas

23/11/2012

“Ainda não se sabe exactamente das 35 horas vamos passar para quantas, isso o Governo ainda não disse, mas evidentemente que provavelmente vai ser para qualquer coisa como 37 horas e meia, que é hoje em dia a média na União Europeia”, afirmou o conselheiro de Estado, no programa “Política Mesmo”, da TVI 24.

“É preciso que se saiba que no essencial nós somos daqueles que temos o horário de trabalho mais baixo da UE, de 35 horas, há treze países que têm 40 horas e a média é de 37 horas e meia e a própria Espanha já decidiu aumentar”, acrescentou o comentador.

A intenção foi assumida pelo ministro das Finanças na conferência de imprensa de apresentação do resultados da sexta avaliação da troika, na segunda-feira. O secretário de Estado da Administração Pública, Hélder Rosalino, acrescentou na mesma conferência de imprensa que “é necessário repensar o modelo de organização de duração do tempo de trabalho, em linha com algumas experiências que estão a ser implementadas na administração pública”.

Hélder Rosalino referiu como exemplo o recente acordo dos médicos, deixando implícito que o que o Governo pretende é aumentar o horário de 35 horas para 40 horas semanais.

“É evidente que isso tem de ser explorado e desenvolvido noutro sectores da administração pública no sentido de suportar o aumento da produtividade e aumentar a qualidade dos serviços públicos prestados”, acrescentou.
Na Saúde, porém, a medida foi acompanhada de um correspondente aumento salarial, o que não deverá acontecer com a generalidade dos funcionários públicos.

Antes deste anúncio, o secretário de Estado da Administração Pública tinha já afirmado publicamente que o que a troika defende que o horário suba para as 40 horas.

No sector privado, o Código do Trabalho estabelece as 40 horas como horário “máximo” de trabalho, podendo os contratos individuais definir um horário mais leve. É o que acontece no sector dos serviços, onde os contratos de trabalho estabelecem frequentemente um horário de 35 horas.
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por moppie85 » 23/11/2012 1:56

MPC_finance Escreveu:
moppie85 Escreveu:
Os idosos, meia-idade, jovens, pagam a taxa moderadora no hospital e têm a lata de vir dizer a um enfermeiro ou a um médico "Eu quero isto, até porque sou eu que lhe pago o seu ordenado porque desconto" (e grande parte deles nem desconta 10% do que o médico ou o enfermeiro desconta).

Mas não, a culpa é da Função Publica e também da Troika e do Pai Natal...

Bom, ja divaguei o suficiente. Vou dormir.


Bem.... concordo com quase tudo à excepção de algumas coisas pontuais

e uma é esta,

O médico, enfermeiro ou outro funcionário público recebe o seu pagamento da arrecadação pública de impostos, logo até os próprios impostos que pagam provêm de dinheiros do estado.


Desculpa, mas a tua distinção não faz qualquer sentido.

Pela tua distinção, eu podia ser um médico, fazer uma empresa unipessoal (ou pq nao, fazer uma empresa com os colegas de serviço) e prestar exactamente o mesmo serviço pago pelo Estado à empresa que me pagaria o mesmo e aí já não seria um FP mas um funcionário privado.

Os gastos seriam os mesmos, pagos pelo mesmo (no fim de contas, o estado, pois o estado paga à empresa que "transfere" o pagamento para mim) e os descontos os mesmos). A tua distinção é no minimo ridicula, como este exemplo mostra.

No caso que descrevi, o médico não é funcionario publico, mas sim privado, mas o dinheiro vem do mesmo sitio - do estado. O mesmo acontece com grande parte do tecido empresarial portugues - o cliente principal (e por vezes o unico) é o estado. Pela tua lógica, e considerando o exemplo que te dei acima, estes funcionários também são pagos com o dinheiro do estado e, portanto deveriam ter exactamente os mesmos sacrificios que os outros,... ou não?! (ou os 2 médicos um com contrato directo e outro com contrato via empresa criada por ele, são diferentes?!
 
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por Visitante57 » 23/11/2012 0:27

MPC_finance Escreveu:Artista

Se assim é lamento, mas mesmo assim tenho fé que para o ano irás conseguir horário.


Eu tenho fé numa coisa também, é que um dia o Caldeirão tenha gente que não venha aqui opinar sem saber do que fala.

Uma coisa é ter opiniões diferentes, outra coisa é alguém ter uma opinião diferente por partir de pressupostos errados e contrários à realidade. Na minha terra (Minho) não chamamos a isso "opinião diferente", chamamos antes "não saber do que se fala".

Aproveite para aprender um pouco sobre a realidade do país onde vive e do qual é um profundo desconhecedor. Mas para aprender não pode estar constantemente a opinar, tem de ler, ouvir e ter capacidade de encaixe para aprender.

Deixe-me elucidá-lo que isto não se destina só a si nem é em relação a professores, é para si e para mais uns quantos, e é em relação à generalidade dos temas que dizem respeito à cidadania.

Nós somos muito pobres em termos de cidadania, porque gostamos que alguém (que não sejamos nós) levante o real traseiro da cadeira para lutar pelos direitos dos cidadãos, e gostamos de achar sempre que os oportunistas são os outros.

A nossa crise não é financeira, é uma crise de valores. A crise financeira é uma consequência da crise de valores.

O carissimo desculpe o meu comentário, mas hoje saiu-me.
 
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por artista_ » 22/11/2012 22:32

MPC_finance Escreveu:Dito assim dessa forma até parece que eu tenho alguma coisa contra os professores e não tenho.


Eu não disse isso em lado nenhum, podes considerar o caso de outro profissional qualquer, eu falei destes porque os conheço bem.

MPC_finance Escreveu:À anos que isto é assim, se acho que deveria ser alterado? Sim talvez.

Nesta Legislatura? Não me parece.


O que é que devia ser alterado? Não percebi bem o que quiseste dizer?

Ainda assim, os professores recebiam essas indeminizações, deixaram de receber, salvo erro, em 2009..

MPC_finance Escreveu:Já agora pergunto, já pensaste na forma de o fazer?

Trabalho um ano com um horário incompleto acabo o ano lectivo e recebo uma indemnização, no ano seguinte fico em lista de substituição, começo a trabalhar em Fevereiro no final do ano lectivo recebo nova indeminização, and so on


Mas não é assim para todos os funcionários? Sejam do público ou do privado?! Há uma alternativa a isso, meterem o trabalhador nos quadros, o que não pode acontecer é empregarem e meterem na rua quando lhes dá jeito! Eu não sei o que fazes, pelos vistos achavas bem que o teu patrão te fizesse o mesmo, quando tem muito trabalho chama uma data de trabalhadores, quando o trabalho reduz manda-os para a rua... qual era a empresa que não gostava de fazer isso?!

Neste caso ainda há a agravante de quase todos terem sido contratados durante vários anos sem nunca serem passados aos quadros, algo que também é ilegal...
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por MPC_finance » 22/11/2012 21:57

artista Escreveu:
MPC_finance Escreveu:
O médico, enfermeiro ou outro funcionário público recebe o seu pagamento da arrecadação pública de impostos, logo até os próprios impostos que pagam provêm de dinheiros do estado.


E então? Desconta na mesma, ou não?



Desconta. O valor que cada funcionário público paga de imposto é lhe descontado do salário bruto que o seu patrão (estado) lhe dá.

artista Escreveu:
Não respondeste ao meu comentário... registo que continuas a pensar que um professor pode ser colocado na rua quando o estado muito bem entender, porque pode se colocado no ano seguinte!


Dito assim dessa forma até parece que eu tenho alguma coisa contra os professores e não tenho.

À anos que isto é assim, se acho que deveria ser alterado? Sim talvez.

Nesta Legislatura? Não me parece.

Já agora pergunto, já pensaste na forma de o fazer?

Trabalho um ano com um horário incompleto acabo o ano lectivo e recebo uma indemnização, no ano seguinte fico em lista de substituição, começo a trabalhar em Fevereiro no final do ano lectivo recebo nova indeminização, and so on
 
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por artista_ » 22/11/2012 20:38

MPC_finance Escreveu:
O médico, enfermeiro ou outro funcionário público recebe o seu pagamento da arrecadação pública de impostos, logo até os próprios impostos que pagam provêm de dinheiros do estado.


E então? Desconta na mesma, ou não?

Não respondeste ao meu comentário... registo que continuas a pensar que um professor pode ser colocado na rua quando o estado muito bem entender, porque pode se colocado no ano seguinte! :shock: :shock: :shock:

Para além dos comentário que já fiz ao descabido do argumento, pergunto ainda se isso não é válido para qualquer outro profissional?! Qualquer um despedido não tem hipótese se, eventualmente, ser readmitido no ano seguinte?! ou alguns meses depois... ou anos! :shock:

Em que condições é que tu achas então que se deve cumprir a Lei?! :roll:
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por Nabonisto » 22/11/2012 20:17

Boa tarde a todos

Não é habitual eu participar ativamente no fórum, no entanto não deixo de ser leitor assiduo dos comentários construtivos que alguns membros fazem o favor de partilhar; obrigado.
Relativamente ao assunto em causa, eu só queria dizer o seguinte: o que era preciso era pegar em todos os politicos com responsabilidade na governação (negligente) deste País desde o 25 Abril de 74, independentemente do quadrante politico a que pertecem e colocá-los no banco dos réus para serem apuradas as suas responsabiliodades penalizando-os se fosse caso disso.
Se tivesse havido rigor e disciplina orçamental durante todos estes anos, os dinheiros tivessem sido aplicados de forma adequada sem oportunismos nem desvios o país estaria certamente de outra forma.
Não se discutiria agora se a responsabilidade é da função pública ou não.
Eu trabalho na função pública, sempre cumpri os meus horários( como muitos outros) e sempre dei o meu melhor.
Sim também existem os que nada fazem, que não cumprem horários ; mas nesses ninguém toca? Porquê?
Se se vai contra os interesses instituidos ainda se corre o risco de não ter a razão do nosso lado e ficar-se mal visto.
Desde Abril 74 a agricultura não se modernizou apesar dos incentivos, as pescas estão como estão, a industria continua atrasada em relação aos paises desenvolvidos.
Só demonstra incompetencia de quem geriu, porque os Portugueses vão para fora e normalmente são elogiados pelo seu trabalho e dedicação.
Desculpem o desabafo.
Abraço a todos.
 
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por MPC_finance » 22/11/2012 19:36

moppie85 Escreveu:
Os idosos, meia-idade, jovens, pagam a taxa moderadora no hospital e têm a lata de vir dizer a um enfermeiro ou a um médico "Eu quero isto, até porque sou eu que lhe pago o seu ordenado porque desconto" (e grande parte deles nem desconta 10% do que o médico ou o enfermeiro desconta).

Mas não, a culpa é da Função Publica e também da Troika e do Pai Natal...

Bom, ja divaguei o suficiente. Vou dormir.


Bem.... concordo com quase tudo à excepção de algumas coisas pontuais

e uma é esta,

O médico, enfermeiro ou outro funcionário público recebe o seu pagamento da arrecadação pública de impostos, logo até os próprios impostos que pagam provêm de dinheiros do estado.
 
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por Pata-Hari » 22/11/2012 15:28

Totalmente de acordo, Moppie.
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por goodmoney » 22/11/2012 11:20

O triste são estas generalizações...

Quem trabalha no Estado ou conhece alguém que trabalha sabe que os tempos antigos já lá vão, quem mamou mamou, quem não mamou mamasse...

Esses ditos luxos já foram todos.
 
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Afirmar não é opinar!

por albarrã » 22/11/2012 6:58

Eneias Escreveu:Desmistificando:

A ideia não é tanto colocar a malta da fp a trabalhar mais a horas! A ideia é outra! :?

Em muitas das "profissões" na função pública como na saúde (médicos, enfermeiros...), na Segurança (PSP, GNR...) a partir das 35 semanais são pagos em horas extraordinárias (cujo valor varia consoante o dia da semana, a hora do dia blá, blá). Ora com a nova regulamentação a "coisa" pode começar a ser feita de modo diferente e lá está o Estado a poupar mais uns trocos (largos) em horas extraordinários!
:shock:
Simples e eficaz! :x


[Afirmar não é opinar!
Espero que utilizes este mesmo espaço para fazeres prova de que são apenas 35horas semanais (obrigatórias) o horário de trabalho de algumas das profissões a que te referiste bem como recebem, um cêntimo que seja, em horas extraordinárias, independentemente do número, dia da semana ou do horário, etc!
O Caldeirão merece muito mais do que “o diz que disse”.
Que nunca por vencidos se conheçam!
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Re: porra vcs nem dormem

por artista_ » 22/11/2012 2:38

MPC_finance Escreveu:Contudo não estou de acordo com uma suposta indemnização, precisamente pelo facto de um professor contratado poder ficar um ano sem horário mas no ano seguinte ter horário.


:shock: :shock: :shock: :shock:

Então a indemnização paga-se, ou não, acordo com uma "eventualidade"?! :shock:

Então o BCP também pode despedir agora os 600 funcionários (ou mais) sem lhes pagar nada, basta dizer-lhes que é possível que noutro ano consigam voltar a dar-lhe trabalho?! :shock: :shock: E se não for o banco nada nos diz que não encontrem trabalho logo a seguir noutro sítio qualquer, ou não?!

A minha alma está parva! :shock: :shock:

Já agora, e quem não conseguir um novo horário?! ... paciência não é?! :mrgreen:
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por moppie85 » 22/11/2012 2:32

MPC_finance Escreveu:
moppie85 Escreveu:
MPC_finance Escreveu:
artista Escreveu:
4. Eu (e mais uns milhares de professores) trabalhei cerca de 16 anos para o estado, meteram-me na rua, sem qualquer indemnização (ainda nem subsídio de desemprego sei se terei, quase 3 meses depois). É incompreensível, que a agilidade que tu, e muitos outros, usam para apelidar de cidadãos de 1ª os funcionários públicos, não exista para ficar indignado por o governo agir desta forma?! A razão é simples, quanto mais o estado poupar, menos sobrará para vocês pagarem!



Arista

Meteram-te na rua, dizes tu, e pergunto eu definitivamente?
Não ficaste apenas sem horário?
Pró ano não vais ficar colocado?


Só um pormenor
Quando dizes
"A razão é simples, quanto mais o estado poupar, menos sobrará para vocês pagarem! "
Lembro que não é para voces é para nós pagarmos


Respondendo rapidamente pelo Artista às tuas perguntas:

-> Sim, meteram-no definitivamente. Os professores contratados têm contrato válido durante o ano lectivo e depois "kaput", acabou - são desempregados outra vez.

-> Não, não ficou apenas sem horário. Como não tinha vinculo (nao era dos quadros), embora trabalhasse há 16 anos consecutivos como professor para o estado, o contrato terminava no final de cada ano lectivo. Não confundir com os "professores de horário zero" - esses sim, estão no quadro (e portanto a receber) mas não têm horário.

-> A probabilidade dita que o Artista dificilmente arranjará emprego como professor do estado para o ano. De fecto, cada vez são menos os professores que conseguem ter horarios, uma vez que os que estão no quadro cada vez dão mais horas e têm mais alunos. Infelizmente para o Artista não auguro um bom futuro no ensino...

Quanto ao comentário final, o "trabalhador do privado" tem a mania que o "trabalhor do publico" é o gajo que o "chula" (e peço desculpa pela linguagem) e que "o trabalhador do publico" devia pagar os desvarios todos do estado, porque como é o "Estado" que está mal, a culpa é dos funcionarios publicos, os priveligiados. Isto está mais que provado com as novas manifs - quando o corte foi só à FP a reacção foi "É bem feito que os tipos sãos uns previligiados", agora quando vai começar a sair do bolso dos privados também (cortes q a FP já esteve a suportar o ano passado) é que já é "injusto" e "inaceitável". É a velha máxima que "Pimenta no cu dos outros, para mim é refresco!".

Quanto aos serviços, bonificações nos créditos (tipo crédito habitação), pensões, trabalhos efectuados para o Estado pelas empresas privadas, isso não conta. Não é "chular" o Estado... é só o "estado" que faz maus negócios e dá beneficios que não devia e "eu só aproveitei". Não me lixem! O Pais está como está não por culpa da FP mas por culpa de todos os que andaram a m.a.m.a.r (e novamente peço desculpa pela linguagem) do Estado - as empresas e os cidadãos. Às empresas sabia bem pq se enchiam, e aos cidadãos sabia bem pq tinham mais "direitos" do que para os quais trabalhavam (RSIs, reformas insustentáveis, pensões atrás de pensões, saúde gratuita, habitação social, etc etc.)


Moppie

Estás a falar de coisas que eu não disse. Nem sequer penso.

Mas quando falas na dita, "probabilidade de arranjar emprego como professor do estado", depois de 16 anos como professor acho pouco provável ficar definitivamente sem colocação. Simplesmente não acredito nisso.

Quanto à segunda parte do teu texto, posso dizer-te que em parte estou de acordo contigo, porque vejo que estás contra aqueles que gravitam em redor do estado.
E como temos um estado falido, convém mesmo racionalizar os recursos.

Quanto à essência da questão, acho que a convergência dos trabalhadores do público com os dos do privado deveria ser primordial por razões já especificadas aqui.
Aqui foi sugerido nivelar as coisas por cima, ou seja, subir os ordenados dos privados e diminuir a carga horário de trabalho dos privados.
Lembro que o estado está falido para fazer isso, e uma daz razões do estado estar falido, são desequilibrios da balança comercial.
Portanto não acho aconselhável de todo aumentar poder de compra.
Portanto a haver convergência, seria um erro catastrófico fazê-la por cima.


não vou tocar no tema dos professores mais, mas de facto, muitos mas mesmo muitos professores não têm a sorte de ao fim de 16 anos estarem nos quadros, e mantenho a ideia que dificilmente quem nao ficou colocado até ao momento, sê-lo-á posteriormente. Tal como em muitas coisas, já há longos anos que se tinha visto que a "carreira" de professor estava no fim. A reforma da educação (ainda em curso) semi-motivada pela crise ia dar nisto.

Não advogo a convergencia por cima nem por baixo. Acredito que a mesma já está a ser feita e o esterotipo do FP "com todos os direitos e garantias" é cada vez mais falso - aliás, os cortes de 2 salários + a taxa robin do socrates, fazem-me crer que não vale muito a pena ser FP - pelo menos para os que estão no inicio da carreira (qhe é o mm que dizer os que entraram nos ultimos 10 anos).

O que me cansa é a ignorancia da população e até de muita gente aqui do forum que não consegue entender que o problema não é a função publica per si, mas a organização quer da FP quer do estado social. Muitas pessoas reformadas, mais idosas, meia idade, e, porque não, jovens, ainda acreditam que as pessoas que se encontram agora reformadas "descontaram para o que estão a usufruir". Os idosos, meia-idade, jovens, pagam a taxa moderadora no hospital e têm a lata de vir dizer a um enfermeiro ou a um médico "Eu quero isto, até porque sou eu que lhe pago o seu ordenado porque desconto" (e grande parte deles nem desconta 10% do que o médico ou o enfermeiro desconta). Ao mesmo tempo fugimos todos com o rabo à seringa - obras por fora, oficina por fora, restaurante sem factura, etc. A juntar a isto tens agricultores que nao fazem seguros, tens empresas na falencia, tens "you name who" semana sim, semana sim, a queixar-se e a querer ordenhar o estado - pq se é bom tempo, a culpa é do estado, se é mau tempo, a culpa é do estado, se a empresa não é viável "o estado é que devia tomar conta da empresa e salvar o nosso emprego". Tudo roda à volta do estado e tudo pensa que o estado é aquela entidade abstracta, que faz aparecer dinheiro do ar e que, só não salva e não ajuda porque não lhe apetece.

Depois para terminar temos politicos de nivel rasca (q tb se servem do estado a seu belo-prazer) e um poder judicial mediocre (em que uma procuradora importante diz de boca cheia que não ha corrupção em Portugal). Os poucos sérios que queiram trabalhar, não vão longe no meio da escória toda - sempre se verifica que "a má moeda afasta a boa moeda".

Mas não, a culpa é da Função Publica e também da Troika e do Pai Natal...

Bom, ja divaguei o suficiente. Vou dormir.
 
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porra vcs nem dormem

por MPC_finance » 22/11/2012 2:29

Ainda tive que vir aqui pra não vos deixar sem resposta.

Provalvelmente até podes ter razão quanto ao números de professores sem horário ser maior que 5 mil.

Contudo não estou de acordo com uma suposta indemnização, precisamente pelo facto de um professor contratado poder ficar um ano sem horário mas no ano seguinte ter horário.

Quanto à minha "discussão" com o Marco,

A minha opinião não mudou, mas quando vejo que não tenho razão sou o primeiro a admitir.

Neste caso o que não vi foi o Artista admitir inequivocamente que nunca mais iria ser colocado.


Bom pessoal, see you soon
 
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por artista_ » 22/11/2012 2:04

Já agora, 10 mil professores contratados dão uma poupança anual a rondar os 150 milhões euros, se tivessem todos um horário completo! É só para perceberem que não é assim tanto dinheiro, não é nada que fosse incomportável se o estado não tivesse chegado ao ponto que chegou... ou seja, não me digam que é aqui que está o grande problema do país, aqui não está problema nenhum, o problema esteve noutro lado, incluindo em sítios onde eles não querem cortar!

MPC, terei mais hipóteses de ainda este ano conseguir alguma coisa, por pouco que seja, do que no próximo ano... e este anos as hipóteses já não são grandes! :|
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por artista_ » 22/11/2012 1:55

MPC_finance Escreveu:
Nada do que vi nos teus links me surprende.

Referi várias vezes que temos um estado falido, em assistência financeira. Assim num dos links é referido que este ano foram colocados menos 5 mil professores que no ano passado. Ou seja um aumento de sensilvelmente 12.5% ao ano anterior.

Quanto ao meu credo não se discute é meu.


Se quiseres arranjo-te umas listas de alguns grupos que ainda estão piores que o meu?! Não te surpreende algo em que não acreditavas?! Ou ainda não acreditas?! :shock: :shock: :shock: :shock:

Essa de que foram colocados menos 5 mil professores é outra mentira das grandes, a redução do número de professores este ano, em relação ao anterior, dever rondar os 20 mil! 5 mil foi a diferença apenas na primeira colocação, no dia 31 de Agosto, mas para a maioria das pessoas é esse o número oficial!

Já agora, faço-te a mesma pergunta que fiz ao Las Vegas, o que achas de eles não pagarem indemnizações aos professores contratados?! E de os terem contratado ilegalmente durante uma série de anos?
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por MarcoAntonio » 22/11/2012 1:51

MPC_finance Escreveu:Nada do que vi nos teus links me surprende.

Referi várias vezes que temos um estado falido, (...)



O tema era o teu credo na recolocação de professores que há anos trabalhavam no estado e os links eram a propósito de teres alegado não teres dados (sobre a redução estrutural do número de professores em curso, na ordem dos milhares por ano).


MPC_finance Escreveu:Quanto ao meu credo não se discute é meu.


Naturalmente, claro que se discute. Tu podes é querer manter o mesmo credo mesmo depois de já dispores de alguns dados (também podes optar, à luz de mais informação, por reconsiderar o credo). Mas optes por manter ou alterar, discutir pode sempre discutir. É inteiramente passível de discussão.
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FLOP - Fundamental Laws Of Profit

1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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por MPC_finance » 22/11/2012 1:50

artista Escreveu:
MPC_finance Escreveu:Mas quando falas na dita, "probabilidade de arranjar emprego como professor do estado", depois de 16 anos como professor acho pouco provável ficar definitivamente sem colocação. Simplesmente não acredito nisso.


Não acreditas!? :shock: :shock:

Então dá aqui uma vista de olhos:

https://www.dropbox.com/s/lnh56ge5548hc ... -%20AV.pdf

Essa lista foi publicada hoje, é para um horário do Grupo 600, o meu grupo. Eu Estou nessa lista que tem 280 candidatos... podes somar os dias, antes e depois da profissionalização, para saberes o tempo de serviço de cada um dos candidatos, ou seja quantos "dias" já trabalharam como professores. Acresce que na realidade todos trabalharam mais do que aquilo que está lá, porque nenhum destes teve todos os anos horário completo (o que faz com que num ano tenham menos do que 365 dias de serviço), só para perceberes, eu em 16 anos não tive um único. Além disso ainda acresce que o ano anterior (2011/12) não conta para este concurso.

Se pegares na candidata que está na primeira posição podes ver que tem quase 6000 mil dias de tempo de serviço, o que significará que terá quase de certeza mais de 20 anos de trabalho (eu nem chego a 10 em 16 anos). Ou seja, alguém nas condições dela está ainda sem horário em finais de Novembro, e está a candidatar-se a um horário de 17 horas letivas (completo são 22, embora este ano na prática tenham de dar 24). Este horário é temporário, vai substituir alguém que pode ou não regressar. Mas, mesmo que não regresse, quem ficar com este horário, vai para a rua outra vez assim que acabarem as reuniões de final de ano, em meados finais de junho! Já agora, o horário de 17 horas dá um vencimento líquido a rondar os 850 euros, cerca de 1050 ilíquidos (nem direito à parte do subsídio de Natal terá, ou terá muito pouco)!

Agora peguemos no candidato que está na posição 40. Tem 2664 dias de tempo de serviço. Tendo em conta o que já referi atrás, provavelmente terá mais de 10 anos de trabalho como professora. Em média costumam aparecer 3/4 horários por semana, no país inteiro. Sendo que nos períodos de interrupção letiva não colocam ninguém. Quais achas que são as probabilidades de ela vir a conseguir arranjar uma colocação ainda este ano? Tendo em conta os cortes previstos para o ano, quais achas que são as probabilidades de ela conseguir colocação para o ano que vem?!


Artista

Se assim é lamento, mas mesmo assim tenho fé que para o ano irás conseguir horário.

Agora que isto não está fácil não está. E não é só para os professores.
 
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por MPC_finance » 22/11/2012 1:42

MarcoAntonio Escreveu:
MPC_finance Escreveu:
Não Marco António, eu não disse isso, de todo.

Disse que não acredito que uma pessoa com 16 anos de professor vá ficar definitivamente sem dar aulas.

Quantos aos "milhares professores" dizes tu, não tenho dados. Mas acho perfeitamente normal que se, o estado está falido e necessita de racionalizar recursos deve haver uma redução de professores do estado. Ainda mais quando temos cada vez menos alunos.



Se o problema é falta de dados aqui fica de fonte idonea, o ministério da educação:

http://www.rtp.pt/noticias/index.php?ar ... &visual=49

Mais aqui sobre o mesmo tema (e que vai claramente no sentido contrário do teu credo):

http://www.jornaldenegocios.pt/home.php ... &id=577089



Quanto a ser normal ou não ser, eu não estou a discutir nada disso. O que estou a discutir é o teu credo sobre a probabilidade de nova colocação no ano que vem, tanto mais que o que o ME diz sobre o assunto aponta no sentido inverso. Será que estás a elaborar sobre colocações sem estar minimamente a par da redução estrutural do número de professores que está em curso e que passa essencialmente pela dispensa dos contratados?


Nada do que vi nos teus links me surprende.

Referi várias vezes que temos um estado falido, em assistência financeira. Assim num dos links é referido que este ano foram colocados menos 5 mil professores que no ano passado. Ou seja um aumento de sensilvelmente 12.5% ao ano anterior.

Quanto ao meu credo não se discute é meu.
 
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