Risco de bancarrota agrava-se em Portugal
Re: Portugal: Uma economia deprimida e à deriva
Be Cool Escreveu:Portugal: Uma economia deprimida e à deriva
José Reis, Professor de economia na Universidade de Coimbra
O professor José Reis foi um dos autores do manifesto a favor das grandes obras públicas. Um dos muitos "keynesianos" que nos fizeram chegar ao estado em que estamos. Acusam tudo e todos, falta é o mea culpa de quem defendeu este rumo. Haja alguma vergonha !
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Portugal: Uma economia deprimida e à deriva
Portugal: Uma economia deprimida e à deriva
José Reis
10/07/11 17:30
As semanas negras para a economia portuguesa têm-se somado e as contas não parecem encerradas.
A semana que agora acaba é, de facto, particularmente soturna.
Estão a empurrar-se para lá do suportável os factores de recessão, a destruição de emprego, a exigência rude de sacrifícios e, principalmente, uma lógica de desapossamento da economia e dos cidadãos. Não admira, pois, que o quadro que nos rodeia seja de profunda depressão.
A atravessar tudo isto estiveram duas coisas: deslocação de rendimentos do trabalho para outras esferas da economia e deslocação de rendimentos da esfera nacional para um quadro internacional dominado pelos financiadores. A desvalorização salarial comporta uma profunda alteração das relações sociais prevalecentes. É notório que se estão a alterar os padrões de vida social em Portugal. É também claro que se pode identificar uma fortíssima manipulação agressiva da economia portuguesa a partir do exterior. É notório que a economia portuguesa foi colocada num barco à deriva, num mar estranho.
Estas formas de extorsão têm relação e impacto directos na economia e no seu funcionamento e traduzem-se em recessão, austeridade e crise. Claro que há quem pense que se está apenas a eliminar gorduras, a corrigir comportamentos viciosos, a punir prevaricadores. E que, depois, de reposta a normalidade, vem a virtude e, com ela, o crescimento e o progresso. Eu não penso assim. Acho, ao contrário, que as bases institucionais, produtivas e sociais da economia estão a ser seriamente atingidas por acções puramente negativas, sem nenhuma visão construtiva e geradora de sentido de futuro.
Neste sentido, a descida brutal dos ‘ratings' ou a subida das taxas de juro são episódios que justificam e completam um quadro negro, mas não surpreendente.
José Reis, Professor de economia na Universidade de Coimbra
José Reis
10/07/11 17:30
As semanas negras para a economia portuguesa têm-se somado e as contas não parecem encerradas.
A semana que agora acaba é, de facto, particularmente soturna.
Estão a empurrar-se para lá do suportável os factores de recessão, a destruição de emprego, a exigência rude de sacrifícios e, principalmente, uma lógica de desapossamento da economia e dos cidadãos. Não admira, pois, que o quadro que nos rodeia seja de profunda depressão.
A atravessar tudo isto estiveram duas coisas: deslocação de rendimentos do trabalho para outras esferas da economia e deslocação de rendimentos da esfera nacional para um quadro internacional dominado pelos financiadores. A desvalorização salarial comporta uma profunda alteração das relações sociais prevalecentes. É notório que se estão a alterar os padrões de vida social em Portugal. É também claro que se pode identificar uma fortíssima manipulação agressiva da economia portuguesa a partir do exterior. É notório que a economia portuguesa foi colocada num barco à deriva, num mar estranho.
Estas formas de extorsão têm relação e impacto directos na economia e no seu funcionamento e traduzem-se em recessão, austeridade e crise. Claro que há quem pense que se está apenas a eliminar gorduras, a corrigir comportamentos viciosos, a punir prevaricadores. E que, depois, de reposta a normalidade, vem a virtude e, com ela, o crescimento e o progresso. Eu não penso assim. Acho, ao contrário, que as bases institucionais, produtivas e sociais da economia estão a ser seriamente atingidas por acções puramente negativas, sem nenhuma visão construtiva e geradora de sentido de futuro.
Neste sentido, a descida brutal dos ‘ratings' ou a subida das taxas de juro são episódios que justificam e completam um quadro negro, mas não surpreendente.
José Reis, Professor de economia na Universidade de Coimbra
charles Escreveu:Elias Escreveu:Mcmad Escreveu:Claro que tem impacto Charles. Isso está no meu próprio comentário. Apesar das nossas fragilidades se ainda tivéssemos AAA a coisa "rolava" mais uns tempos.
Exacto Mcmad. Aliás bem podemos agradecer à Moody's o facto de nos ter mantido 3 níveis acima de lixo estes meses todos (ao contrário das outras duas que já nos haviam colocado apenas um nível acima de lixo).
Lol no comments
Charles, pelo que tenho lido a opinião neste forum em relação à moodys ou mesmo em relaçao a toda a situaçao em que se encontra portugal divide-se em 2.
Uns que acham que nos estão a tramar, outros que admitem a culpa mas não vêm ainda nenhuma soluçao eficaz aplicada.
E embora muita gente parecia ter admitido a culpa e visto o problema, com esta situaçao da moodys virou outra vez de opiniao.
O que eu acho estranho é numa semana toda tarem a discutir o rating, e a entrarem com paginas no facebook, cartas com lixo, 1001 opinioes de tudo o que é personalidade em portugal.
A unica coisa que nao vi fazerem foi, perguntarem-se porque é que aquela agencia e as outras deram os ratings que deram, identificar os problemas, arranjar soluçoes e mãos a obra.
Dai concordar que por este caminho, la para o natal tamos iguaizinhos à grécia de hoje.
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pc05 Escreveu:Um pequeno teste à credibilidade/capacidade da Moodys em prever o futuro, pode ser feito já na prox. 6f!
Segundo a Moodys:
- Código: Selecionar todos
Moody's: 4 bancos nacionais chumbam testes de stress
6f teremos a resposta!!!!
Isso seria catastrófico quanto a mim.

Temos que compreender uma coisa, todos nós quando compramos ou vendemos acções fazemos aquilo que fazem as agências de rating. Especulamos sobre valorização\desvalorização futura. E cada um tem os seus argumentos.
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Elias Escreveu:Mcmad Escreveu:Claro que tem impacto Charles. Isso está no meu próprio comentário. Apesar das nossas fragilidades se ainda tivéssemos AAA a coisa "rolava" mais uns tempos.
Exacto Mcmad. Aliás bem podemos agradecer à Moody's o facto de nos ter mantido 3 níveis acima de lixo estes meses todos (ao contrário das outras duas que já nos haviam colocado apenas um nível acima de lixo).
Lol no comments

Cumpt
só existe um lado do mercado, nem é o da subida nem o da descida, é o lado certo
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Um pequeno teste à credibilidade/capacidade da Moodys em prever o futuro, pode ser feito já na prox. 6f!
Segundo a Moodys:
6f teremos a resposta!!!!
Segundo a Moodys:
- Código: Selecionar todos
Moody's: 4 bancos nacionais chumbam testes de stress
6f teremos a resposta!!!!
Mcmad Escreveu:Claro que tem impacto Charles. Isso está no meu próprio comentário. Apesar das nossas fragilidades se ainda tivéssemos AAA a coisa "rolava" mais uns tempos.
Exacto Mcmad. Aliás bem podemos agradecer à Moody's o facto de nos ter mantido 3 níveis acima de lixo estes meses todos (ao contrário das outras duas que já nos haviam colocado apenas um nível acima de lixo).
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Elias Escreveu:Mcmad Escreveu:Obviamente que a culpa é da moody´s. Apesar de Portugal estar muito provavelmente na falência, apesar de ter as contas descontroladas, nas familias, nas empresas e no Estado. Autarquias falidas, Estado que não paga a fornecedores, famílias com cerca de 10 créditos, etc etc etc. Apesar de tudo isto se a moody´s nos atribuísse um AAA, nós conseguiríamos disfarçar todas as fragilidades com recurso ao endividamento barato.
Portanto a CONCLUSÃO é que a culpa do nosso default é da Moody´s
Acima de tudo é preciso encontrar um CULPADO.
Vocês são uns grandes preciosistas da semântica

São capazes de clarificar o vosso ponto de vista relativamente ao acto de se constatar factos, de que modo podemos nós constatar factos e evidências?!
Cumpt
Cumpt
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Mcmad Escreveu:Obviamente que a culpa é da moody´s. Apesar de Portugal estar muito provavelmente na falência, apesar de ter as contas descontroladas, nas familias, nas empresas e no Estado. Autarquias falidas, Estado que não paga a fornecedores, famílias com cerca de 10 créditos, etc etc etc. Apesar de tudo isto se a moody´s nos atribuísse um AAA, nós conseguiríamos disfarçar todas as fragilidades com recurso ao endividamento barato.
Portanto a CONCLUSÃO é que a culpa do nosso default é da Moody´s
Acima de tudo é preciso encontrar um CULPADO.

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Obviamente que a culpa é da moody´s. Apesar de Portugal estar muito provavelmente na falência, apesar de ter as contas descontroladas, nas familias, nas empresas e no Estado. Autarquias falidas, Estado que não paga a fornecedores, famílias com cerca de 10 créditos, etc etc etc. Apesar de tudo isto se a moody´s nos atribuísse um AAA, nós conseguiríamos disfarçar todas as fragilidades com recurso ao endividamento barato.
Portanto a CONCLUSÃO é que a culpa do nosso default é da Moody´s
Portanto a CONCLUSÃO é que a culpa do nosso default é da Moody´s
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charles Escreveu:Eu acho que o custo dos credit default swaps terem aumentado
é obviamente consequência da baixa de notação que Moodys atribuiu a Portugal.
Já viram a insistência das ameaças da Moodys em baixar o rating da Itália, eu estou expetável que Espanha seja o próximo alvo da Moodys ou das agências de rating americanas, mas começo a pensar se não irão atacar um alvo maior neste caso a Itália.
Sou suspeito porque estou curto, mas perante estes ruomores parece-me que 2ª feira isto é mesmo capaz de pressionar para baixo novamente.
É tudo consequência do mesmo e ocorreu logo na 3f! Os CDS dispararam, tal como as taxas da dívida publica, logo apos a baixa de rating da Moodys a Portugal!!!
Eu acho que o custo dos credit default swaps terem aumentado
é obviamente consequência da baixa de notação que Moodys atribuiu a Portugal.
Já viram a insistência das ameaças da Moodys em baixar o rating da Itália, eu estou expectável que Espanha seja o próximo alvo da Moodys ou das agências de rating americanas, mas começo a pensar se não irão atacar um alvo maior neste caso a Itália.
Sou suspeito porque estou curto, mas perante estes rumores parece-me que 2ª feira isto é mesmo capaz de pressionar para baixo novamente.
é obviamente consequência da baixa de notação que Moodys atribuiu a Portugal.
Já viram a insistência das ameaças da Moodys em baixar o rating da Itália, eu estou expectável que Espanha seja o próximo alvo da Moodys ou das agências de rating americanas, mas começo a pensar se não irão atacar um alvo maior neste caso a Itália.
Sou suspeito porque estou curto, mas perante estes rumores parece-me que 2ª feira isto é mesmo capaz de pressionar para baixo novamente.
Editado pela última vez por charles em 10/7/2011 15:57, num total de 2 vezes.
Cumpt
só existe um lado do mercado, nem é o da subida nem o da descida, é o lado certo
só existe um lado do mercado, nem é o da subida nem o da descida, é o lado certo
Parece que afinal a Moody's é que tinha razão! 

Sugestões de trading, análises técnicas, estratégias e ideias http://sobe-e-desce.blogspot.com/
http://www.gamesandfun.pt/afiliado&id=28
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Risco de bancarrota agrava-se em Portugal
Risco de bancarrota agrava-se em Portugal
8 de Julho
jornaldoalgarve.pt
Pela primeira vez, o custo dos seguros financeiros contra o risco de bancarrota da dívida portuguesa ultrapassou a linha dos 1000 pontos base. O risco de default disparou para mais de 58%.
Pela primeira vez, desde a adesão ao euro, o custo dos credit default swaps (cds, seguros financeiros contra a probabilidade de incumprimento) ligados à dívida soberana portuguesa ultrapassou a linha dos 1000 pontos base.
A meio da manhã de ontem, o custo dos cds a 5 anos está em 1065,30 pontos base, segundo dados da CMA DataVision. Este nível significa um spread (diferença) em relação ao custo dos cds para a dívida alemã (que serve de referência) de 1020 pontos base – cada 100 pontos base implicam um diferencial de 1 ponto percentual nos juros a pagar para financiar dívida no mercado.
A probabilidade de default da dívida portuguesa subiu, assim, para 58,30%, tendo aberto ontem em 56,06% e fechado na quarta-feira em 55,45%. É um salto diário, só numa manhã, de mais de dois pontos percentuais. Portugal conserva o 2º lugar no “clube” dos 10 países de maior risco de incumprimento das dívidas soberanas.
As yields (juros implícitos) das obrigações do Tesouro (OT) no mercado secundário estão, também, a relectir esta brutal degradação do crédito. Os juros das OT com maturidades a 3 anos atingiram a meio da manhã o nível de 18,68% e os juros das OT a 2 anos o nível de 17,39%, segundo dados da Bloomberg.
Seis países da zona euro em risco
O movimento de alta do risco de default é sincronizado ao conjunto dos seis países da zona euro (Grécia, Portugal, Irlanda, Espanha, Itália e Bélgica) sob observação dos mercados da dívida, ainda que em patamares de risco distintos.
A Grécia aproxima-se, de novo, dos 2500 pontos base no custo dos cds (a linha vermelha ultrapassada pela Argentina em julho de 2001) e subiu para 84,8% de risco de default. Trata-se de um novo máximo histórico para a Grécia – o anterior pico no custo dos cds havia sido em 27 de junho e o mais alto risco de default ocorreu ontem (com 84,15% no fecho). Neste momento, o custo dos cds para a dívida grega está em 2426,9 pontos base, acima dos 2421,08 pontos base de 27 de junho, antes das votações dos planos de austeridade e de privatizações no parlamento grego. A situação está hoje pior do que durante as vésperas das votações em Atenas.
A Irlanda tem 53,20% de risco de incumprimento e a Espanha subiu para 24,2%. A Itália continua com o risco acima de 18% e a Bélgica viu o seu risco subir para 14%.
Um indicador global do estado do crédito na Europa, o iTraxx Europe Crossover série 15, da CMA DataVision, que monitoriza o estado dos cds de entidades europeias, depois de uma melhoria desde o dia 29 de junho, voltou a degradar-se. A variação voltou ao negativo.
JA/Rede Expresso
8 de Julho
jornaldoalgarve.pt
Pela primeira vez, o custo dos seguros financeiros contra o risco de bancarrota da dívida portuguesa ultrapassou a linha dos 1000 pontos base. O risco de default disparou para mais de 58%.
Pela primeira vez, desde a adesão ao euro, o custo dos credit default swaps (cds, seguros financeiros contra a probabilidade de incumprimento) ligados à dívida soberana portuguesa ultrapassou a linha dos 1000 pontos base.
A meio da manhã de ontem, o custo dos cds a 5 anos está em 1065,30 pontos base, segundo dados da CMA DataVision. Este nível significa um spread (diferença) em relação ao custo dos cds para a dívida alemã (que serve de referência) de 1020 pontos base – cada 100 pontos base implicam um diferencial de 1 ponto percentual nos juros a pagar para financiar dívida no mercado.
A probabilidade de default da dívida portuguesa subiu, assim, para 58,30%, tendo aberto ontem em 56,06% e fechado na quarta-feira em 55,45%. É um salto diário, só numa manhã, de mais de dois pontos percentuais. Portugal conserva o 2º lugar no “clube” dos 10 países de maior risco de incumprimento das dívidas soberanas.
As yields (juros implícitos) das obrigações do Tesouro (OT) no mercado secundário estão, também, a relectir esta brutal degradação do crédito. Os juros das OT com maturidades a 3 anos atingiram a meio da manhã o nível de 18,68% e os juros das OT a 2 anos o nível de 17,39%, segundo dados da Bloomberg.
Seis países da zona euro em risco
O movimento de alta do risco de default é sincronizado ao conjunto dos seis países da zona euro (Grécia, Portugal, Irlanda, Espanha, Itália e Bélgica) sob observação dos mercados da dívida, ainda que em patamares de risco distintos.
A Grécia aproxima-se, de novo, dos 2500 pontos base no custo dos cds (a linha vermelha ultrapassada pela Argentina em julho de 2001) e subiu para 84,8% de risco de default. Trata-se de um novo máximo histórico para a Grécia – o anterior pico no custo dos cds havia sido em 27 de junho e o mais alto risco de default ocorreu ontem (com 84,15% no fecho). Neste momento, o custo dos cds para a dívida grega está em 2426,9 pontos base, acima dos 2421,08 pontos base de 27 de junho, antes das votações dos planos de austeridade e de privatizações no parlamento grego. A situação está hoje pior do que durante as vésperas das votações em Atenas.
A Irlanda tem 53,20% de risco de incumprimento e a Espanha subiu para 24,2%. A Itália continua com o risco acima de 18% e a Bélgica viu o seu risco subir para 14%.
Um indicador global do estado do crédito na Europa, o iTraxx Europe Crossover série 15, da CMA DataVision, que monitoriza o estado dos cds de entidades europeias, depois de uma melhoria desde o dia 29 de junho, voltou a degradar-se. A variação voltou ao negativo.
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