Outros sites Medialivre
Caldeirão da Bolsa

Governo coloca em dez dias por ano trabalhado a média das in

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por Sinner » 29/7/2011 1:43

Elias Escreveu:
Sinner Escreveu:-----Achas que alguém sobrevive com o Salário Mínimo Nacional?


Quem aceita, é porque concorda que o trabalho vale aquele salário (senão não aceitaria). É o mercado a funcionar. Que eu saiba ninguém é obrigado a aceitar o SMN.


Estás a brincar, ou não vivemos no mesmo País.

Elias Escreveu:
Sinner Escreveu:-----Aqui temos de começar por definir “Empresário”.

-----Em Portugal existe um pouco a noção que Empresário é aquele que têm algum papel e abre/monta/instala uma empresa.

-----Isto para mim não passa de um tipo com algum papel, que explorando o trabalho dos outros e com 300 000 estratagemas para não pagar impostos, que quer ficar cheio dele em pouco tempo.


Ou seja, para ti quem é patrão é automaticamente alguém que quer explorar o trabalho dos outros.

E já agora para ti o que não seria explorar o trabalho dos outros?


Continuas a brincar, ou então se vives em Portugal não vês o tecido empresarial que temos.

Elias Escreveu:
Ena! Tanta coisa gira!
O que é um empresário com formação? Estás a falar de licenciados em gestão de empresas, é isso?
E como é que se investe num ramo de negócios rentável? E como é que isso se distingue de alguém que "que quer ficar cheio dele em pouco tempo"?


O Gestor de Empresas, não têm que ser Empresário, nem o Empresário tem de ser Gestor de Empresas, como é obvio.
Convém que o Empresário não seja um bronco que encontrou o dinheiro na embalagem do NAN1.

Elias Escreveu:
Sinner Escreveu:-----Aqui lembrar-nos-íamos daquela velha pergunta que muita gente faz: Porque é que os Portugueses no Estrangeiro são dos trabalhadores mais produtivos?


Pois, pois... o velho cliché.

Esqueces-te que os portugueses que emigraram eram precisamente aqueles que queriam fazer alguma coisa. Os que preferiram ficar nas suas terrinhas eram, em muitos casos, os mais mandriões que não queriam fazer nenhum. Como a mão-de-obra mais capaz foi toda embora, ficaram os menos capazes e menos produtivos.

Se quiseres, foi um processo de selecção natural 8-)

Visão parcial.
Muitos dos que emigraram eram os que cá não tinham emprego.
A volatilidade dos mercados é a maior aliada do “verdadeiro investidor”.
Warren Buffett
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 349
Registado: 18/8/2009 22:17
Localização: Portugal

por Automech » 29/7/2011 1:39

Sinner Escreveu:-----Isto para mim não passa de um tipo com algum papel, que explorando o trabalho dos outros e com 300 000 estratagemas para não pagar impostos, que quer ficar cheio dele em pouco tempo.


Se o trabalhador é explorado, significa que a lei laboral é má. Como é que defendes então que esta lei laboral é boa ?

Sinner, o que nós temos que fazer é que as empresas não tenham medo de contratar pessoas, arriscar, fazer experiências em novos mercados, etc. sem ficarem a pensar duas vezes que, se a pessoa não corresponder ou se se passar a borrifar para o trabalho é difícil dispensá-la.

Isso vai ajudar a que haja mais vagas, abrindo mais oportunidade para os melhores e forçando as empresas a competir pelos melhores, melhorando condições.

É óbvio que no curto prazo vai haver um aumento dos despedimentos. Mas quem são esses ? São aqueles que a empresa entende que não produzem para o que lhes é pago. Só um empresário burro é que vai despedir um bom trabalhador, só porque de repente liberalizaram os despedimentos.
No man is rich enough to buy back his past - Oscar Wilde
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 9360
Registado: 4/6/2010 12:12
Localização: 16

por Automech » 29/7/2011 1:34

JMHP Escreveu:Já aqui foram mencionadas 4 medidas (atalhos) de flexibilidade á lei laboral:

- Banco de horas
- Recibos verdes
- Trabalho temporário
- Estágios financiados e apoiados pelo Estado.


Junta aí as "medidas terroristas" que o RMachado referiu, usadas pelas empresas para se "livrarem" de um trabalhador.
No man is rich enough to buy back his past - Oscar Wilde
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 9360
Registado: 4/6/2010 12:12
Localização: 16

por Automech » 29/7/2011 1:32

Sinner Escreveu:Obviamente que não.

Isso faz parte da estratégia de gestão de recursos humanos/incentivo à produção.


Lá temos uma coisa em que concordamos :wink:
No man is rich enough to buy back his past - Oscar Wilde
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 9360
Registado: 4/6/2010 12:12
Localização: 16

por Elias » 29/7/2011 1:30

Sinner Escreveu:-----Achas que alguém sobrevive com o Salário Mínimo Nacional?


Quem aceita, é porque concorda que o trabalho vale aquele salário (senão não aceitaria). É o mercado a funcionar. Que eu saiba ninguém é obrigado a aceitar o SMN.

Sinner Escreveu:-----Aqui temos de começar por definir “Empresário”.

-----Em Portugal existe um pouco a noção que Empresário é aquele que têm algum papel e abre/monta/instala uma empresa.

-----Isto para mim não passa de um tipo com algum papel, que explorando o trabalho dos outros e com 300 000 estratagemas para não pagar impostos, que quer ficar cheio dele em pouco tempo.


Ou seja, para ti quem é patrão é automaticamente alguém que quer explorar o trabalho dos outros.

E já agora para ti o que não seria explorar o trabalho dos outros?

Sinner Escreveu:-----Empresário para mim é um indivíduo com formação para tal, que procura investir o seu capital num ramo de negócios rentável através do qual consegue melhorar o seu próprio negócio (reinvestir uma boa parte dos lucros) e melhorar as condições de trabalho dos seus funcionários assim como a sua remuneração. Em Portugal existem muito poucos.


Ena! Tanta coisa gira!
O que é um empresário com formação? Estás a falar de licenciados em gestão de empresas, é isso?
E como é que se investe num ramo de negócios rentável? E como é que isso se distingue de alguém que "que quer ficar cheio dele em pouco tempo"?

Sinner Escreveu:-----Aqui lembrar-nos-íamos daquela velha pergunta que muita gente faz: Porque é que os Portugueses no Estrangeiro são dos trabalhadores mais produtivos?


Pois, pois... o velho cliché.

Esqueces-te que os portugueses que emigraram eram precisamente aqueles que queriam fazer alguma coisa. Os que preferiram ficar nas suas terrinhas eram, em muitos casos, os mais mandriões que não queriam fazer nenhum. Como a mão-de-obra mais capaz foi toda embora, ficaram os menos capazes e menos produtivos.

Se quiseres, foi um processo de selecção natural 8-)
 
Mensagens: 35428
Registado: 5/11/2002 12:21
Localização: Barlavento

por Sinner » 29/7/2011 1:27

AutoMech Escreveu:
Sinner Escreveu:Achas mal que se incorpore prémios de produtividade indexados aos lucros?

De forma nenhuma Sinner. Mas não concordo que seja obrigatório por lei. Tu defendes que deve estar estabelecido por lei ?

Obviamente que não.

Isso faz parte da estratégia de gestão de recursos humanos/incentivo à produção.
A volatilidade dos mercados é a maior aliada do “verdadeiro investidor”.
Warren Buffett
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 349
Registado: 18/8/2009 22:17
Localização: Portugal

Re: Pois...

por Automech » 29/7/2011 1:25

bboniek00 Escreveu: E por falar em instruc,ao... se os trabalhadores sao um bocado proo tacanho (isto em Portugal, quando saiem para outros Paiises organizados produzem como os outros, coisa difiicil de explicar),


Bboniek, não viste aqui ninguém dizer que o mal das empresas está todo na legislação laboral. Há muitos outros factores tais como a falta de formação dos empresários, peso do estado, morosidade da justiça, burocracia exigida às empresas, etc. Mas é inegável que este código do trabalho é extremamente rígido e que protege quem não quer produzir e que sabe que é praticamente impossível ser despedido (o que não promove a concorrência).

Quanto ao teu comentário, duas observações:
- Quem vai para fora já tem necessariamente um espírito diferente dos que por cá ficam. Vão à luta. Duvido que transportem o mesmo espírito.
- Quando vão já sabem que lá não é como cá. Não trabalham vão andando rapidamente.
No man is rich enough to buy back his past - Oscar Wilde
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 9360
Registado: 4/6/2010 12:12
Localização: 16

por Sinner » 29/7/2011 1:21

Elias Escreveu:Isso é o mercado a funcionar. Ou achas mal que esses "desgraçados" aceitem?


-----Desde que não estejam aceitar por desespero um ordenado miserável, não a opor.

-----Achas que alguém sobrevive com o Salário Mínimo Nacional?


Elias Escreveu:
Sinner Escreveu:Empresário, não é quem quer é quem pode.


podes elaborar?


-----Aqui temos de começar por definir “Empresário”.

-----Em Portugal existe um pouco a noção que Empresário é aquele que têm algum papel e abre/monta/instala uma empresa.

-----Isto para mim não passa de um tipo com algum papel, que explorando o trabalho dos outros e com 300 000 estratagemas para não pagar impostos, que quer ficar cheio dele em pouco tempo.

-----Empresário para mim é um indivíduo com formação para tal, que procura investir o seu capital num ramo de negócios rentável através do qual consegue melhorar o seu próprio negócio (reinvestir uma boa parte dos lucros) e melhorar as condições de trabalho dos seus funcionários assim como a sua remuneração. Em Portugal existem muito poucos.

-----Aqui lembrar-nos-íamos daquela velha pergunta que muita gente faz: Porque é que os Portugueses no Estrangeiro são dos trabalhadores mais produtivos?
A volatilidade dos mercados é a maior aliada do “verdadeiro investidor”.
Warren Buffett
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 349
Registado: 18/8/2009 22:17
Localização: Portugal

por Elias » 29/7/2011 1:20

Mares Escreveu:Não Elias, não seríam 50% dos lucros da empresa....

O que eu disse é que sería desejável que a componente variável do salário (componente produtividade) pudesse chegar a 50% do salário fixo.


Certo, não seriam 50% dos lucros mas fariam sempre baixar o ROE tornando o investimento na empresa menos interessante...
 
Mensagens: 35428
Registado: 5/11/2002 12:21
Localização: Barlavento

por Automech » 29/7/2011 1:18

Mares Escreveu:O plano de investimento da empresa não devería interferir no montante total do lucro da empresa a distribuír por todos os colaboradores.


Mares, isto resume a tua ideia, com a qual discordo totalmente. Aquilo que acabas de dizer é que a empresa tem, obrigatoriamente, de distribuir os lucros, mesmo que tenha possibilidades de investimento desses lucros, seja em tecnologia, aposta em novos mercados, etc. limitando assim o crescimento futuro e a própria criação de emprego.

Outra coisa que não percebo é porque é que o empregado tem direito, por lei, a lucros quando não arriscou nada do seu capital. Presumo que não defendas também a obrigatoriedade de, quando começa o contrato, o empregado ter de investir ?

E em ano de prejuízos ?

Já imaginaste a incerteza que estás a criar nos salários das pessoas ao indexar parte da remuneração aos lucros ?
No man is rich enough to buy back his past - Oscar Wilde
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 9360
Registado: 4/6/2010 12:12
Localização: 16

por Mares » 29/7/2011 1:11

Elias Escreveu:
Mares Escreveu:Cada sector de actividade tería definida por lei as percentagens mínima e máxima de distribuíção obrigatória dos seus lucros por seus colaboradores.

Essa componente variável devería ter um peso relevante sobre o salário de base (por exemplo entre 10% e 50%) por forma a servir de incentivo ao trabalhador para aumentar a produção da empresa, participar na diminuição de custos, etc.


Esqueces-te de uma coisa. Ao distribuíres metade dos lucros pelos trabalhadores, fica muito menos disponível para o accionista, o que significa que o retorno sobre o capital investido cai para metade. Numa situação destas, o interesse em investir numa tal empresa cairá imediatamente, ou seja, será mais difícil uma empresa financiar-se em bolsa, por exemplo.

Sinner Escreveu:Por falta de outras oportunidades, e se não aceitarem aparecem 20 desgraçados a aceitar.


Isso é o mercado a funcionar. Ou achas mal que esses "desgraçados" aceitem?

Sinner Escreveu:Empresário, não é quem quer é quem pode.


podes elaborar?


Não Elias, não seríam 50% dos lucros da empresa....

O que eu disse é que sería desejável que a componente variável do salário (componente produtividade) pudesse chegar a 50% do salário fixo.

A percentagem dos lucros por sector de actividade, sobre os lucros totais de cada empresa, devería estar por lei e nunca devería tomar um valor que colocassem em causa a saúde financeira das empresas, mas que permitissem um valor que fosse usado para incentivar as empresas a atingirem a maior produtividade e por conseguinte um lucro maior.
- A ganância dos outros poderá gerar-lhe lucros.
- A sua ganância poderá levá-lo à ruína.
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 2504
Registado: 20/10/2010 17:33
Localização: 16

por Automech » 29/7/2011 1:10

Sinner Escreveu:Achas mal que se incorpore prémios de produtividade indexados aos lucros?

De forma nenhuma Sinner. Mas não concordo que seja obrigatório por lei. Tu defendes que deve estar estabelecido por lei ?

Sinner Escreveu:Por falta de outras oportunidades, e se não aceitarem aparecem 20 desgraçados a aceitar.

Se existem 20 pessoas a querer aquela vaga há dois cenários possíveis:
- A vaga está ocupada pelo melhor dos 20, quando consideramos a relação remuneração / trabalho executado e aí não há injustiça.

- A vaga está ocupada por alguém que não é o melhor dos 20 e aí é uma brutal injustiça, quer para a empresa que não pode contratar melhor, pelo mesmo dinheiro, como para o trabalhador melhor que é preterido por alguém pior.

Consegues ver onde chega a não liberalização de despedimentos ?

Sinner Escreveu:Emprego não existe, existe sim desemprego.


Claro que existe Sinner. É por isso que estamos a discutir medidas para o diminuir. A inflexibilidade laboral não é o único factor, mas é um dos factores importantes.

Sinner Escreveu:Empresário, não é quem quer é quem pode.

Errado. É empresário quem quer. Nem todos têm é capacidade.

Sinner Escreveu:Pura demagogia ideológica, ou então não vivemos no mesmo país.

Demagogia é dizer que o nosso código laboral é dos mais liberais da europa.
No man is rich enough to buy back his past - Oscar Wilde
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 9360
Registado: 4/6/2010 12:12
Localização: 16

por Elias » 29/7/2011 1:03

Mares Escreveu:Cada sector de actividade tería definida por lei as percentagens mínima e máxima de distribuíção obrigatória dos seus lucros por seus colaboradores.

Essa componente variável devería ter um peso relevante sobre o salário de base (por exemplo entre 10% e 50%) por forma a servir de incentivo ao trabalhador para aumentar a produção da empresa, participar na diminuição de custos, etc.


Esqueces-te de uma coisa. Ao distribuíres metade dos lucros pelos trabalhadores, fica muito menos disponível para o accionista, o que significa que o retorno sobre o capital investido cai para metade. Numa situação destas, o interesse em investir numa tal empresa cairá imediatamente, ou seja, será mais difícil uma empresa financiar-se em bolsa, por exemplo.

Sinner Escreveu:Por falta de outras oportunidades, e se não aceitarem aparecem 20 desgraçados a aceitar.


Isso é o mercado a funcionar. Ou achas mal que esses "desgraçados" aceitem?

Sinner Escreveu:Empresário, não é quem quer é quem pode.


podes elaborar?
 
Mensagens: 35428
Registado: 5/11/2002 12:21
Localização: Barlavento

Pois...

por bboniek33 » 29/7/2011 0:54

Isto ee estar a chover no molhado. Entao vamos laa esperar pelas alterac,oes que esta gente (entoac,ao Medina Carreira p.f.) vai introduzir e, daqui a alguns anos, logo se veraa a produtividade florescente que a Economia vai ter.

Na minha opiniao apenas se vao agravar as clivagens jaa com laivos terceiro-mundistas deste Paiis desinstruido. E por falar em instruc,ao... se os trabalhadores sao um bocado proo tacanho (isto em Portugal, quando saiem para outros Paiises organizados produzem como os outros, coisa difiicil de explicar), falava de instruc,ao, e que tal fazer evoluir os empresaarios que, muitos deles (e nao me venham pedir estatiisticas ou percentagens, eu soo atirei uma bujarda), passam a vida a roubar o Estado, a fugir aos impostos em falcatruas dum camandro ? Dizia, que tal eles evoluirem ?

Sim, existe o risco e uma seerie de chatices. Mas deixem laa que se trata de gente com baixa condic,ao civil, mais interessada a encher os bolsos do que a "criar riqueza" (e a distribui-la, que ee para isso que se fazem empresaarios, a coisa nao ee de nascenc,a).

Essa ladainha neo-liberal, esse choradinho dos coitadinhos dos patroes estaa bem aa altura das queixinhas dos "bolcheviques" sindicais. Eles CFN... sabem, nao ha ee mama para todos.

Pobre Paiis...
Imagem
 
Mensagens: 2713
Registado: 22/4/2003 23:12

por Sinner » 29/7/2011 0:52

AutoMech Escreveu:É por isso que são remunerados com uma coisa chamada salário,....

Achas mal que se incorpore prémios de produtividade indexados aos lucros?
AutoMech Escreveu: ...que aceitaram voluntariamente,.

Por falta de outras oportunidades, e se não aceitarem aparecem 20 desgraçados a aceitar.

AutoMech Escreveu: ....além de ninguém os prender à empresa,...

Verdade
AutoMech Escreveu:....podendo mudar de emprego ou estabelecerem o seu próprio negócio.

Pura demagogia ideológica, ou então não vivemos no mesmo país.
Emprego não existe, existe sim desemprego.
Empresário, não é quem quer é quem pode.
A volatilidade dos mercados é a maior aliada do “verdadeiro investidor”.
Warren Buffett
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 349
Registado: 18/8/2009 22:17
Localização: Portugal

por Mares » 29/7/2011 0:48

AutoMech Escreveu:
Mares Escreveu:Pata-Hari,

os trabalhadores não são máquinas que se ligam e desligam quando se quer.

O grande problema na produtividade em Portugal está no fraco envolvimento do trabalhador com a empresa e o isolamento do empresariado com as pessoas com quem trabalham.

Enquanto isso não mudar, muito dificilmente as empresas irão gerar riqueza suficiente, num ambiente saudável e terem capacidade de distribuir riqueza por todos os que nela participam.

Também não é o capital por si só que gera a riqueza. A maior parte dos investimentos feitos no sistema produtivo é recorrendo a empréstimos à banca.

Também, o retorno do capital não é proporcional ao risco, mas sim à produtividade. A função das empresas no mercado é criarem produtos/serviços e da sua actividade gerarem riqueza.

O envolvimento de todos aqueles que participam na geração da riqueza é fundamental para impulsionar a produtividade e dessa forma gerar-se mais riqueza.


Mares, o teu discurso está giro, mas concretiza lá isto naquilo que o estado pode e deve fazer para eliminar as dificuldades que enumeraste. Gostaria de ouvir medidas concretas e não coisas vagas.


Retirando os impostos do Estado, cada empresa tinha a liberdade de estipular uma percentagem dos lucros a distribuír, no ano seguinte e por duodécimos, aos seus trabalhadores.

Cada sector de actividade tería definida por lei as percentagens mínima e máxima de distribuíção obrigatória dos seus lucros por seus colaboradores.

Essa componente variável devería ter um peso relevante sobre o salário de base (por exemplo entre 10% e 50%) por forma a servir de incentivo ao trabalhador para aumentar a produção da empresa, participar na diminuição de custos, etc.

Ao trabalhor que fosse despedido, este tería direito ao recebimento do factor produtividade, logo após determinados os lucros da empresa do ano anterior.

Ao trabalhador novo na empresa, este começaria a receber essa componente variável somente no ano seguinte.

O factor de produtividade sería definida entre os trabalhadores e empregadores da empresa, atribuindo cada um deles uma classificação aos demais pela sua percepção de desempenho de cada um na empresa.

O plano de investimento da empresa não devería interferir no montante total do lucro da empresa a distribuír por todos os colaboradores.
- A ganância dos outros poderá gerar-lhe lucros.
- A sua ganância poderá levá-lo à ruína.
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 2504
Registado: 20/10/2010 17:33
Localização: 16

por Automech » 29/7/2011 0:03

Bem vindo ao Caldeirão Sevenairam
sevenairam Escreveu:Nos últimos anos tem-se verificado uma gritante tendência legislativa de modo a simplificar a vida das empresas, sempre com o discurso que é preciso dinamizar a economia, fomentar as exportações, existir um mercado laboral mais flexível, e por aí adiante.


Podes p.f. indicar duas ou três alterações significativas ao nosso Código do Trabalho nos últimos 10 anos ? Significativas p.f. (e excluindo as que foram anunciadas nestas ultimas semanas, claro)

sevenairam Escreveu:Vejo muitos comentários a dizer que os empresários é que arriscam, investem, e que se der prejuízo os trabalhadores não comparticipam : é verdade.

Mas também não vejo muitas empresas a repartir lucros.


Qual é a tua sugestão ? Uma percentagem obrigatória dos lucros a serem distribuídos pelos empregados ?

Isso presumo que implicaria uma redução das remunerações actuais, certo ?

E em anos de prejuízo faz-se o quê ?


sevenairam Escreveu:As empresas são vitais para o país, mas os funcionários são-no para as empresas.


É por isso que são remunerados com uma coisa chamada salário, que aceitaram voluntariamente, além de ninguém os prender à empresa, podendo mudar de emprego ou estabelecerem o seu próprio negócio.
No man is rich enough to buy back his past - Oscar Wilde
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 9360
Registado: 4/6/2010 12:12
Localização: 16

por sevenairam » 28/7/2011 23:47

Boa noite
Esta é a minha primeira mensagem e é logo acerca de um assunto que me é muito caro.

Acerca desta assunto, e dado que já estive de ambos os lados da questão ( empregado por conta de outrém e empresário), apraz-me dizer o seguinte :

Nos últimos anos tem-se verificado uma gritante tendência legislativa de modo a simplificar a vida das empresas, sempre com o discurso que é preciso dinamizar a economia, fomentar as exportações, existir um mercado laboral mais flexível, e por aí adiante.
Tudo bem, as empresas são fulcrais para o desenvolvimento do país.

Mas a verdade e para sermos honestos para toda a gente, o único "elemento" produtivo que que teve uma evolução significativa neste país em termos de qualidade foi a mão-de-obra. Os empresários ( a maior parte, pelo menos) deixaram-se ficar no passado.
Mas quem tem sempre sido afectado por estas leis tem sido apenas e só o "zé povinho" sempre com a desculpa de ser preciso dar "condições" ao empregador.
Dêem uma cana de pesca a alguém que more no deserto, pode ser de má ou de excelente qualidade, não interessa, o resultado será sempre o mesmo : não irá pescar nada se se mantiver parado no mesmo sítio.

Vejo muitos comentários a dizer que os empresários é que arriscam, investem, e que se der prejuízo os trabalhadores não comparticipam : é verdade.

Mas também não vejo muitas empresas a repartir lucros.

Aquilo que mais me custa é ler opiniões de quem parece que vive num país áparte ( não só acerca deste caso, mas também dos transportes, funcionários públicos, regalias sociais e outros).

As empresas são vitais para o país, mas os funcionários são-no para as empresas.

Sempre a bater nos trabalhadores, sempre com o mesmo motivo, é que não.

Vasco Martins
 
Mensagens: 57
Registado: 28/7/2011 13:58
Localização: 14

por JMHP » 28/7/2011 23:45

AutoMech Escreveu:
scotch Escreveu:Eu concordo com a pretensao de reduzir as indeminizações por despedimento opara 10 dias por ano.E até estou receptivo a mais...Desde que lancem caça aos parasitas das Empresas de Trabalho Temporário (ETT).Ninguém fala do falso trabalho temporário que é uma praga maior que os "recibos verdes".

Flexibilizar as leis laborais até um meio termo, entre o que temos agora no regime geral e o que é praticado pelas ETT.Depois é presegui-las até fecharem!!!!!As empresas utilizadoras serão obrigadas a contratar diretamente.


Não precisas de perseguir as ETTs. Flexiblizas os despedimentos e elas desaparecem. Ou por outra, não desaparecem. Centram-se exclusivamente naquilo para o qual deveriam estar vocacionadas: o fornecimento de trabalho a título pontual.

É a impossibilidade de despedir livremente que levou à proliferação de ETTs.


Já aqui foram mencionadas 4 medidas (atalhos) de flexibilidade á lei laboral:

- Banco de horas
- Recibos verdes
- Trabalho temporário
- Estágios financiados e apoiados pelo Estado.

Enfim... A lei laboral está como a nossa constituição, estática e soberana por tempo indeterminado... Entretanto com o passar do tempo o mundo pula e as sociedades avançam de acordo com a realidade, resta-lhes seguramente um lugar honrado num museu para a posteridade.
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 1659
Registado: 19/5/2009 18:26
Localização: 12

por Automech » 28/7/2011 23:41

Mares Escreveu:Pata-Hari,

os trabalhadores não são máquinas que se ligam e desligam quando se quer.

O grande problema na produtividade em Portugal está no fraco envolvimento do trabalhador com a empresa e o isolamento do empresariado com as pessoas com quem trabalham.

Enquanto isso não mudar, muito dificilmente as empresas irão gerar riqueza suficiente, num ambiente saudável e terem capacidade de distribuir riqueza por todos os que nela participam.

Também não é o capital por si só que gera a riqueza. A maior parte dos investimentos feitos no sistema produtivo é recorrendo a empréstimos à banca.

Também, o retorno do capital não é proporcional ao risco, mas sim à produtividade. A função das empresas no mercado é criarem produtos/serviços e da sua actividade gerarem riqueza.

O envolvimento de todos aqueles que participam na geração da riqueza é fundamental para impulsionar a produtividade e dessa forma gerar-se mais riqueza.


Mares, o teu discurso está giro, mas concretiza lá isto naquilo que o estado pode e deve fazer para eliminar as dificuldades que enumeraste. Gostaria de ouvir medidas concretas e não coisas vagas.
No man is rich enough to buy back his past - Oscar Wilde
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 9360
Registado: 4/6/2010 12:12
Localização: 16

por Sr_SNiper » 28/7/2011 23:31

Mares Escreveu:
Pata-Hari Escreveu:Mares, olha que normalmente a dificuldade em despedir gente é um dos factores cruciais na falência e consequente desemprego de todos os trabalhadores. Fosse o mercado mais flexível e as empresas poderiam ajustar custos e produção ao que têm de procura, poderiam ajustar e escolher empregados produtivos em troca de empregados altamente improdutivos, etc. Este teu tipo de argumentação é mesmo aquele que automaticamente merece de resposta: deverias tentar, olha que o dinheiro dos empresários não nasceu das árvores, a maioria não nasceu rico e se o nasceram, foi porque alguém se sacrificou e arranjou o capital necessário. Se é tão fácil, deverias fazer. Descobriste a polvora.


Pata-Hari,

os trabalhadores não são máquinas que se ligam e desligam quando se quer.

O grande problema na produtividade em Portugal está no fraco envolvimento do trabalhador com a empresa e o isolamento do empresariado com as pessoas com quem trabalham.

Enquanto isso não mudar, muito dificilmente as empresas irão gerar riqueza suficiente, num ambiente saudável e terem capacidade de distribuir riqueza por todos os que nela participam.

Também não é o capital por si só que gera a riqueza. A maior parte dos investimentos feitos no sistema produtivo é recorrendo a empréstimos à banca.

Também, o retorno do capital não é proporcional ao risco, mas sim à produtividade. A função das empresas no mercado é criarem produtos/serviços e da sua actividade gerarem riqueza.

O envolvimento de todos aqueles que participam na geração da riqueza é fundamental para impulsionar a produtividade e dessa forma gerar-se mais riqueza.


Já isso diziam os países comunista altamente modernos e ricos onde brotam direitos regalias e ordenaos churudos...
Lose your opinion, not your money
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 8980
Registado: 27/6/2009 22:08
Localização: Sniper World

por Mares » 28/7/2011 23:29

Pata-Hari Escreveu:Mares, olha que normalmente a dificuldade em despedir gente é um dos factores cruciais na falência e consequente desemprego de todos os trabalhadores. Fosse o mercado mais flexível e as empresas poderiam ajustar custos e produção ao que têm de procura, poderiam ajustar e escolher empregados produtivos em troca de empregados altamente improdutivos, etc. Este teu tipo de argumentação é mesmo aquele que automaticamente merece de resposta: deverias tentar, olha que o dinheiro dos empresários não nasceu das árvores, a maioria não nasceu rico e se o nasceram, foi porque alguém se sacrificou e arranjou o capital necessário. Se é tão fácil, deverias fazer. Descobriste a polvora.


Pata-Hari,

os trabalhadores não são máquinas que se ligam e desligam quando se quer.

O grande problema na produtividade em Portugal está no fraco envolvimento do trabalhador com a empresa e o isolamento do empresariado com as pessoas com quem trabalham.

Enquanto isso não mudar, muito dificilmente as empresas irão gerar riqueza suficiente, num ambiente saudável e terem capacidade de distribuir riqueza por todos os que nela participam.

Também não é o capital por si só que gera a riqueza. A maior parte dos investimentos feitos no sistema produtivo é recorrendo a empréstimos à banca.

Também, o retorno do capital não é proporcional ao risco, mas sim à produtividade. A função das empresas no mercado é criarem produtos/serviços e da sua actividade gerarem riqueza.

O envolvimento de todos aqueles que participam na geração da riqueza é fundamental para impulsionar a produtividade e dessa forma gerar-se mais riqueza.
- A ganância dos outros poderá gerar-lhe lucros.
- A sua ganância poderá levá-lo à ruína.
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 2504
Registado: 20/10/2010 17:33
Localização: 16

por Automech » 28/7/2011 23:26

scotch Escreveu:Eu concordo com a pretensao de reduzir as indeminizações por despedimento opara 10 dias por ano.E até estou receptivo a mais...Desde que lancem caça aos parasitas das Empresas de Trabalho Temporário (ETT).Ninguém fala do falso trabalho temporário que é uma praga maior que os "recibos verdes".

Flexibilizar as leis laborais até um meio termo, entre o que temos agora no regime geral e o que é praticado pelas ETT.Depois é presegui-las até fecharem!!!!!As empresas utilizadoras serão obrigadas a contratar diretamente.


Não precisas de perseguir as ETTs. Flexiblizas os despedimentos e elas desaparecem. Ou por outra, não desaparecem. Centram-se exclusivamente naquilo para o qual deveriam estar vocacionadas: o fornecimento de trabalho a título pontual.

É a impossibilidade de despedir livremente que levou à proliferação de ETTs.
No man is rich enough to buy back his past - Oscar Wilde
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 9360
Registado: 4/6/2010 12:12
Localização: 16

por Automech » 28/7/2011 23:24

Pata-Hari Escreveu:poderiam ajustar e escolher empregados produtivos em troca de empregados altamente improdutivos, etc.


Esta frase da Pata é de extrema importância. Alguém improdutivo, porque sabe que dificilmente despedem um efectivo, está a ocupar o lugar de alguém que quer e sabe trabalhar melhor do que ele, pelo mesmo valor.

O raciocínio é aliás, de enorme simplicidade. Os bons trabalhadores não vão trabalhar pior nem melhor se os despedimentos forem liberalizados (e também não vão ser despedidos porque são bons). Já (alguns) dos maus trabalhadores têm de pensar duas vezes, mudar, melhorar, evoluir, sob pena de irem andando.

Agora expliquem-me como é que isto pode ser prejudicial para a economia ?
No man is rich enough to buy back his past - Oscar Wilde
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 9360
Registado: 4/6/2010 12:12
Localização: 16

por scotch » 28/7/2011 23:23

Eu concordo com a pretensao de reduzir as indeminizações por despedimento opara 10 dias por ano.E até estou receptivo a mais...Desde que lancem caça aos parasitas das Empresas de Trabalho Temporário (ETT).Ninguém fala do falso trabalho temporário que é uma praga maior que os "recibos verdes".

Flexibilizar as leis laborais até um meio termo, entre o que temos agora no regime geral e o que é praticado pelas ETT.Depois é presegui-las até fecharem!!!!!As empresas utilizadoras serão obrigadas a contratar diretamente.
 
Mensagens: 210
Registado: 23/2/2008 0:35

AnteriorPróximo

Quem está ligado:
Utilizadores a ver este Fórum: Google [Bot], niceboy, PacoNasssa, Shimazaki_2, silva_39 e 184 visitantes