Conduzir a mais de 110 km/h nas auto-estradas vai ser proibi
Atomez Escreveu:Maybe, or not maybe.Combustível 20% mais caro faria o consumo cair 8%
O consumo de combustíveis cairia entre sete e oito por cento num cenário de aumento dos preços em 20 por cento, segundo um inquérito que a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico) realizou em dez Estados-membros.
Se o objectivo fosse reduzir o consumo tout court, bastaria aumentar o ISP em 20 cêntimos

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Maybe, or not maybe.
Combustível 20% mais caro faria o consumo cair 8%
O consumo de combustíveis cairia entre sete e oito por cento num cenário de aumento dos preços em 20 por cento, segundo um inquérito que a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico) realizou em dez Estados-membros.
As pessoas são tão ingénuas e tão agarradas aos seus interesses imediatos que um vigarista hábil consegue sempre que um grande número delas se deixe enganar.
Niccolò Machiavelli
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radiohead Escreveu:Tens números?
Não tenho números, o que conheço é uma série de pessoas que trabalham no privado e uma série de pessoas que trabalha na função pública e o que se passa a nível de horários (se são fixos ou não, se ficam para lá do horário de trabalho ou não) é bastante semelhante nos dois grupos. Há imensa gente a sair do local de trabalho para lá do horário (e até sem receber horas extras) na função pública, coisa que pareces não ter noção...
Sem números não vamos chegar a consenso nenhum, por isso mais vale esquecer o teu argumento (recorda-te que o argumento era teu, não era meu: eu não disse em parte nenhuma que a medida devia ser aplicada só a estes ou a aqueles... até porque acho o teu ponto muito pouco relevante e foi por aí que comecei).
radiohead Escreveu:Este "sacrifício" é feito voluntáriamente no interesse de todas as partes e a sua existência é inegável para quem conheça o mercado de trabalho privado nestas áreas mais avançadas.
Se calhar é aqui que está a diferença: na função pública, em grande parte dos casos (pelo menos nos que conheço) ficam para lá da hora porque são obrigados. A existência destas situações é inegável para quem está minimamente a par do que se passa na função pública actualmente...
radiohead Escreveu:Mas para perceber melhor se existem ganhos ou não, podemos ver o caso extremo. Vamos supor que para reduzir o consumo energético se proibia o automóvel e todas as pessoas passavam a andar de carroça.
Este tipo de exercício é completamente inútil. Não nos permite medir nada dado que nada nos diz que as relações são lineares (na verdade estou seguro que não são).
radiohead Escreveu: (...) , diz-me onde a minha percepção está errada, por favor. Não me digas é que toda a gente neste país trabalha 8 horas por dia e que o valor acrescentado do tempo das pessoas é o mesmo para quem trabalha em empresas exportadoras e para um burocrata, subsídio-dependente ou reformado.
(1) O comentário da percepção dizia respeito a outro ponto;
(2) Sobre o tipo de impacto no horário de trabalho e uma mensuração (muito superficial) desse impacto foi feito noutro ponto.
Os meus textos são relativamente organizados, tenta lê-los na integralidade sem confundir parágrafos ou diferentes aspectos focados nos meus posts.
radiohead Escreveu:Muita gente mora em subúrbios e tem sempre que passar por uma auto-estrada, por exemplo margem sul (ponte vasco da gama) região Oeste (A8) etc,etc.
A maior parte dessas pessoas passará, depois de um período transitório nos casos em que for mais evidente/notório, a sair mais cedo de casa e a chegar mais tarde a casa (uns minutos!).
Aliás, é algo irónico e incoerente que um dos teus pontos se centre no voluntarismo em perfazer um determinado tempo de trabalho (porque, entende-se, as pessoas sentem e percebem a necessidade de realizar o trabalho até estar realizado, aliás disseste-o mais ou menos expressamente) mas depois, porque perdem mais uns minutos na estrada (praticamente imperceptíveis!*) já vão descontar esse tempo ao horário de trabalho ou vão deixar de fazer aquilo que antes entendiam por bem fazer no seu dia de trabalho...
* Se um individuo realizar em cada viagem 50Km, dos quais 30Km são realizados em velocidade cruzeiro a 130Km/h e passarem a fazê-lo a 120Km/h, a perda de tempo pelo ajuste de velocidade é de 1 minuto e 9 segundos (ou 69 segundos).
Não me surpreenderia aliás se em média, esse minuto perdido não fosse compensado pela menor taxa de acidentes com impacto inverso no tempo médio gasto por dia para percorrer a mesma distância.
FLOP - Fundamental Laws Of Profit
1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
Atomez Escreveu:
Isto porque:
- qual é realmente a redução (em %) de consumo de uma viatura de 120 para 110 km/h? Isso não aparece dito em lado nenhum, mas é baixíssimo de certeza.
- essa medida não afecta a circulação urbana, que como se sabe é a que provoca maior consumo de combustível
- provavelmente vão gastar muito mais só com a mudança de sinalização do que a poupança no combustível...
...
Nos EUA...
Como consequência imprevista verificaram também que o nº de acidentes mortais caiu para metade e por isso mantiveram esse limite muito para lá da necessidade de reduzir o consumo e só recentemente a velocidade máxima em algumas autoestradas subiu para 75 mph(120 km/h) com o objectivo de aumentar o escoamento de tráfego para reduzir os congestionamentos.
Seria interessante sabermos o raciocínio de quem propôs este medida, para entendermos melhor, porque realmente as razões, a terem resultados práticos, não parecem ser óbvias.
Tudo depende do que ser fizer na prática em termos de fiscalização. Umas das piores coisas que podempos ter na auto-estrada é um carro que anda a 200km/h e termos polícia e radares que nos prendem ao chão. É realmente muito cómodo fazer grandes distâncias em pouco tempo e quanto aos acidentes não temos normalmente um grande receio. O conforto e a estabilidade que temos no interior de uma viatura deturpam a nossa percepção dos riscos da condução, nos quais a velocidades é um dos grandes factores. Nem temos a percepção que morre muita gente na estrada.
Nunca percebi porque razão os automóveis são preparados para atingir 160, 180, 200, etc, km/h. a não ser por essa mesma: atingir essas velocidades e dessa maneira transgredir as regras. O limite de velocidade dos automóveis é uma potencialidade de transgressão de normas que os automóveis tem logo desde a sua concepção. é como cultivar uma substância cujo comsumo é proíbido. O consumo é proibido mas a produção não.
esta medida espenhola parece-me boa para quem a decreta, Estado: reduz a importação de combustível e aumenta as receitas com as multas por infracção.
respondendo à questão do Atomez, a partir de uma determinada velocidade para determinadas viaturas, a relação espaço/tempo/recurso torna-se menos eficiente à medida que se aumenta o binómio espaço/tempo ou seja passa-se a gastar mais recursos se aumentarmos a velovidade. Poderá ser o efeito de eficiência que se procura, daí ser importante ouvir quem propos esta medida.
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Acabei de me auto-promover a Principiante!
Aaahhgrrr,... os meus dedos não estalam!!!
TAMBÉM QUERO SER RICO! Por onde começo? Estou disposto a deixar de trabalhar!
Aaahhgrrr,... os meus dedos não estalam!!!
TAMBÉM QUERO SER RICO! Por onde começo? Estou disposto a deixar de trabalhar!
MarcoAntonio Escreveu:radiohead Escreveu:(sim, porque no privado não existem horários muito fixos e quase toda a gente trabalha mais do que 8 horas)
Esta medida só tem racionalidade se for aplicada a funcionários públicos, reformados e beneficiários do rendimento mínimo.
Queres apresentar números sobre essas diferenças?
O que eu leio neste pedaço de texto é uma percepção e uma percepção que, por sinal, eu penso que é francamente equívoca e baseia-se em informação deficiente, potencialmente enviezada...
Podemos começar por aqui, que é importante. Números? Pois não tenho, mas posso afirmar que na minha experiência pessoal em 3 empresas de consultoria informática (duas das maiores do país e exportadoras, que suponho que de alguma coisa serão representativas) não conheci ninguém que cumprisse as 8 horas de trabalho religiosamente (só vi isso nalgumas experiências lá fora, com britânicos). Ninguém "entra às 9 e saia às 6", ninguém pica o ponto (como vi nalgumas Câmaras), ninguém olha para o relógio e diz "já fiz as 8 horas, vou embora". As pessoas entram às 9, às 10, às 10:30 e vão-se embora quando julgam já ter realizado a "missão" para esse dia. Pode ser às 19, às 20 ou mesmo mais tarde.
Este "sacrifício" é feito voluntáriamente no interesse de todas as partes e a sua existência é inegável para quem conheça o mercado de trabalho privado nestas áreas mais avançadas. Quantificá-lo não sei, mas que o país beneficia com ele parece-me evidente.
MarcoAntonio Escreveu:Os veículos de transporte já se movimentam a velocidades inferiores às em questão, não são afectados.
Também não há razões para advogar que os horários de trabalho são afectados. Para lá de um efeito transitório, as deslocações passarão a ser ajustadas aos tempos gastos, naturalmente.
Vamos lá a ver se nos entendemos, estamos a falar de ganhos marginais, com estes valores que estão em discussão (quer o que tu defendes, que a minha hipótese). Mas para perceber melhor se existem ganhos ou não, podemos ver o caso extremo. Vamos supor que para reduzir o consumo energético se proibia o automóvel e todas as pessoas passavam a andar de carroça. Em vez de demorarem 1 hora a chegar ao seu local de trabalho demoravam 2 horas (hipoteticamente

Agora é óbvio que estamos a falar de valores marginais e a diferença não é passar de automóvel para carroça, mas sim de 120 para 110, mas a lógica mantêm-se.
Agora claro, para um reformado que não produz nada, bem que poderia andar de carroça que nunca conseguiria "pagar" essa diferença na balança de pagamentos.
Isto pode não ser simpático, mas é teoria económica elementar, diz-me onde a minha percepção está errada, por favor. Não me digas é que toda a gente neste país trabalha 8 horas por dia e que o valor acrescentado do tempo das pessoas é o mesmo para quem trabalha em empresas exportadoras e para um burocrata, subsídio-dependente ou reformado.
MarcoAntonio Escreveu:Esta medida também não afecta a grande maioria do transito (urbano, etc) e uma boa parte do que se faz nestes condições (em auto-estrada e a alta velocidade) são deslocações de lazer ou fora do horário de trabalho.
Muita gente mora em subúrbios e tem sempre que passar por uma auto-estrada, por exemplo margem sul (ponte vasco da gama) região Oeste (A8) etc,etc.
MarcoAntonio Escreveu:Terás ainda que considerar ainda o impacto positivo ao nível da sinastrilidade, que provavelmente cobre qualquer perda marginal de productividade.
Tens números

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radiohead Escreveu:Então mas quem é que disse que a redução do consumo é benéfica para a economia?
Pode ser, ou não.
Vamos tomar como exemplo um trabalhador privado que trabalha numa empresa exportadora ou numa empresa que produz bens que substituem importações.
Os veículos de transporte já se movimentam a velocidades inferiores às em questão, não são afectados.
Também não há razões para advogar que os horários de trabalho são afectados. Para lá de um efeito transitório, as deslocações passarão a ser ajustadas aos tempos gastos, naturalmente.
Esta medida também não afecta a grande maioria do transito (urbano, etc) e uma boa parte do que se faz nestes condições (em auto-estrada e a alta velocidade) são deslocações de lazer ou fora do horário de trabalho.
Terás ainda que considerar ainda o impacto positivo ao nível da sinastrilidade, que provavelmente cobre qualquer perda marginal de productividade.
radiohead Escreveu:(sim, porque no privado não existem horários muito fixos e quase toda a gente trabalha mais do que 8 horas)
Esta medida só tem racionalidade se for aplicada a funcionários públicos, reformados e beneficiários do rendimento mínimo.
Queres apresentar números sobre essas diferenças?
O que eu leio neste pedaço de texto é uma percepção e uma percepção que, por sinal, eu penso que é francamente equívoca e baseia-se em informação deficiente, potencialmente enviezada...
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2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
MarcoAntonio Escreveu:radiohead Escreveu:Marco António, mas o objectivo não é reduzir o déficit externo (energético)?
Radiohead, a redução do consumo - e por arrasto da importação de combustíveis - já a enderecei várias vezes neste tópico, incluindo no post que estás a citar!
Não mistures alhos com bugalhos, lê o texto na integralidade e atenta na sequência dos pontos debatidos...
Então mas quem é que disse que a redução do consumo é benéfica para a economia?
Pode ser, ou não.
Vamos tomar como exemplo um trabalhador privado que trabalha numa empresa exportadora ou numa empresa que produz bens que substituem importações.
Enquanto esse trabalhador está a andar devagar na estrada, não está no trabalho a produzir e a diminuir as exportações, potencialmente num valor mais elevado do que essa poupança (sim, porque no privado não existem horários muito fixos e quase toda a gente trabalha mais do que 8 horas).
Esta medida só tem racionalidade se for aplicada a funcionários públicos, reformados e beneficiários do rendimento mínimo.

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A-330 Escreveu:Não tenho opinião quanto a tolerâncias.Poderia até não haver nenhuma tolerancia. Se as houvesse e fosse de 30km/h tanto melhor.
Bem, mas se é para haver 30 km/h de tolerância, então mais vale dizer que a velocidade limite é de 180 km/h sem tolerância, não achas?
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Elias Escreveu:A-330 Escreveu:Limite de 140 ou 150 Km/h são perfeitamente aceitáveis nas auto-estradas e com os carros de hoje em dia.
A330,
Imaginando que se alterava a lei para permitir uma velocidade máxima de 150 km/h... e admitindo que concordarias com essa lei, uma vez que consideras essas velocidades aceitáveis, diz-me lá uma coisa: achas que quem circulasse a 155 km/h deveria ser multado, ou defendes uma tolerância "de 30 km/h equivalente à que já existe hoje em dia (na prática isso significaria que quem circulasse a menos de 180 não seria multado)?
Elias,
Não tenho opinião quanto a tolerâncias.Poderia até não haver nenhuma tolerancia. Se as houvesse e fosse de 30km/h tanto melhor.
Quando escrevi que achava os 150 Km/h uma velocidade confortável foi a pensar no condutor médio com um carro médio, mas como disse anteriormente em algumas estradas até poderia nem haver limite. Em alguns carros uma velocidade de 200Km/h é uma velocidade de cruzeiro bem confortável.
As pessoas também não precisam andar todas ao limite. Quantas vezes temos um limite de 120 e por causa da chuva ou porque nos apetece andamos mais devagar?
A330
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radiohead Escreveu:Marco António, mas o objectivo não é reduzir o déficit externo (energético)?
Radiohead, a redução do consumo - e por arrasto da importação de combustíveis - já a enderecei várias vezes neste tópico, incluindo no post que estás a citar!
Não mistures alhos com bugalhos, lê o texto na integralidade e atenta na sequência dos pontos debatidos...
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
MarcoAntonio Escreveu:Atomez Escreveu:Pois eu desde o início do ano reduzi o consumo de combustível (e a respectiva despesa) em 30% andando o mesmo nº de km -- passei a andar de Smart.
Ora, eu tenho escrito inúmeras vezes que os Governos faziam bem melhor - em lugar do apoio, de momento estúpido, aos eléctricos - em introduzir mais incentivos à aquisição de veículos mais eficientes (menos gastadores), incluindo os híbridos.
A redução do consumo de combustíveis fósseis seria bem superior que apoiando os eléctricos, com menores custos para o Estado e com menos investimento/consumo dos utilizadores!
Era bem mais inteligente... mais eficaz e com resultados globais superiores!
Uma outra medida que já vem sendo advogada pela Quercus há mais de 10 anos era a introdução de portagens diferenciadas (nomeadamente na Ponte 25 de Abril), oferecendo tarifas mais vantajosas a veículos que circulassem com 3 ou mais pessoas.
Neste caso o Estado até sairia a ganhar, pois as portangens nessa ponte são subsidiadas pelo Estado.
Com portagens diferenciadas teríamos cumulativamente as seguintes ventagens:
- menos tráfego na ponte, logo melhor escoamento
- redução do consumo global de combustíveis devido ao menor número de veículos em circulação
- menos custos em combustíveis e portagens para as pessoas que se associassem em veículos
- menos despesa do Estado na subsidiação de portagens
A perda de receitas de IVA não seria significativa, uma vez que esta portagem tem uma taxa de 6%.
Quem ficaria a perder mais era a Lusoponte, que é concessionária.
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Atomez Escreveu:Pois eu desde o início do ano reduzi o consumo de combustível (e a respectiva despesa) em 30% andando o mesmo nº de km -- passei a andar de Smart.
Ora, eu tenho escrito inúmeras vezes que os Governos faziam bem melhor - em lugar do apoio, de momento estúpido, aos eléctricos - em introduzir mais incentivos à aquisição de veículos mais eficientes (menos gastadores), incluindo os híbridos.
A redução do consumo de combustíveis fósseis seria bem superior que apoiando os eléctricos, com menores custos para o Estado e com menos investimento/consumo dos utilizadores!
Era bem mais inteligente... mais eficaz e com resultados globais superiores!
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
MarcoAntonio Escreveu:Além disso, existirão receitas adicionais, como as obtidas através das multas que tenderão inevitavelmente a aumentar por força do maior incumprimento face ao limite mais baixo. Não sabemos em que medida o incumprimento vai aumentar mas se aumentar pouco significa que o consumo se reduz mais, se aumentar muito terá um impacto mais significativo nas receitas obtidas nas multas!
E só para ter uma ideia, quando se instalam radares, de uma forma geral em poucos meses o investimento está pago só com as multas. Ora, colar uns autocolantes (mesmo que tenham que ser substituidos passado algum tempo) é muitíssimo mais barato do que colar "uns papéis" (provavelmente são feitos de um polímero qualquer mas whatever)...
Marco António, mas o objectivo não é reduzir o déficit externo (energético)?
Onde é que as multas contribuem para isto? Zero, não? Uma multa é uma transferência interna entre espanhóis, não de espanhóis para sauditas ou venezuelanos...
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Pois eu desde o início do ano reduzi o consumo de combustível (e a respectiva despesa) em 30% andando o mesmo nº de km -- passei a andar de Smart.
As pessoas são tão ingénuas e tão agarradas aos seus interesses imediatos que um vigarista hábil consegue sempre que um grande número delas se deixe enganar.
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Atomez Escreveu:Isto porque:
- qual é realmente a redução (em %) de consumo de uma viatura de 120 para 110 km/h? Isso não aparece dito em lado nenhum, mas é baixíssimo de certeza.
Isso já foi aqui discutido recentemente noutro tópico (com números retirados de várias fontes) e já coloquei alguns aqui neste mesmo tópico com estimativas.
Se a medida se reduzir a baixar 10Km/h em auto-estrada em velocidades em torno dos 120 ou 130Km/h (admite-se que existe sempre alguma tolerância) a redução em termos percentuais - a nível global - é relativamente discreta. Poupa-se mas em percentagem é muito pouco, possivelmente menos de 1% do gasto em combustíveis fósseis utilizados para transporte...
Contudo pode ir mais além se actualmente as tolerâncias forem algo folgadas - por exemplo, em Portugal e em auto-estrada a tolerância vai até aos 150Km/h em termos de fiscalização e o incumprimento para lá dos 120Km/h ocorre em larga escala - e passarem a ser mais apertadas e/ou as medidas (por esta ou outra razão) passem a ser acompanhadas por um maior cumprimento dos limites.
Em teoria existe potencial para um redução expressiva, mas está dependente de condições adicionais que não sabemos, pelo menos por enquanto, se se verificam...
Atomez Escreveu:- provavelmente vão gastar muito mais só com a mudança de sinalização do que a poupança no combustível...
Aqui tenho algumas (bastantes) dúvidas...
Em primeiro lugar, apesar de a redução ser pouco expressiva em termos relativos no cenário mais pessimista, trata-se de uma redução algo marginal numa factura colossal, em termos absolutos a redução vai ser sempre significativa (estaremos a falar, no cenário espanhol, em algo que certamente se vai situar na casa das centenas de milhões de euros).
Além disso, existirão receitas adicionais, como as obtidas através das multas que tenderão inevitavelmente a aumentar por força do maior incumprimento face ao limite mais baixo. Não sabemos em que medida o incumprimento vai aumentar mas se aumentar pouco significa que o consumo se reduz mais, se aumentar muito terá um impacto mais significativo nas receitas obtidas nas multas!
E só para ter uma ideia, quando se instalam radares, de uma forma geral em poucos meses o investimento está pago só com as multas. Ora, instalar uns radares é muitissimo mais caro que colar "uns papéis", mesmo que tenham de ser substituidos passado algum tempo (provavelmente são feitos de um polímero qualquer mas whatever)...
Atomez Escreveu:E já agora, nos EUA houve de facto uma baixa da velocidade máxima em todas as estradas nos anos 70 na sequência do embargo petrolífero decretado pelos países árabes na altura da guerra do Yom Kippur. Nessa altura chegou mesmo a haver falta de gasolina e racionamento nos States e o governo decidiu limitar
a velocidade a 55 mph (88.5 km/h) e isso sim teve como consequência uma redução sensível no consumo.
Isto foi um dos aspectos que apresentei quando se discutiu anteriormente o consumo versus velocidade aqui no forum: nos últimos anos a resposta (em termos de consumos) face à velocidade sofreu uma deslocação para velocidades mais elevadas. Esta resposta tem genericamente a forma de uma curva (em forma de lomba): a distancia por litro de combustível vai subindo até à velocidade óptima e desce a partir daí (a queda de rendimento é mais abrupta do que a subida). A velocidade óptima tem vindo a subir nas últimas décadas, pelo que o que ocorria antes por volta dos 90Km/h ocorre agora por volta dos 110Km/h (já agora, é sensivelmente nesta zona que ocorre o consumo óptimo dos veículos construídos nos últimos 10 ou 15 anos).
Sintetizando, esta medida tem potencial para apresentar resultados significativos e é mais ajustada (nomeadamente em termos técnicos) do que alguns estão a "pintar". A expressão dos resultados vai estar dependente de condições adicionais como já assinalei, no entanto...
Editado pela última vez por MarcoAntonio em 7/3/2011 19:40, num total de 1 vez.
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
luka Escreveu:Acho q a medida dos 110km/h é uma medida inteligente
Os Estados Unidos no passado lançaram uma medida deste tipo (mas para reduzir os acidentes) e tiveram uma surpresa agradavel no q diz respeito à "factura do petroleo" que se reduziu... diminuindo o déficit comercial.
Pois eu acho que é totalmente estúpida, apenas show off para o governo mostrar ao povinho que está a fazer qualquer coisa e não tem imaginação para mais.
Isto porque:
- qual é realmente a redução (em %) de consumo de uma viatura de 120 para 110 km/h? Isso não aparece dito em lado nenhum, mas é baixíssimo de certeza.
- essa medida não afecta a circulação urbana, que como se sabe é a que provoca maior consumo de combustível
- provavelmente vão gastar muito mais só com a mudança de sinalização do que a poupança no combustível...
E já agora, nos EUA houve de facto uma baixa da velocidade máxima em todas as estradas nos anos 70 na sequência do embargo petrolífero decretado pelos países árabes na altura da guerra do Yom Kippur. Nessa altura chegou mesmo a haver falta de gasolina e racionamento nos States e o governo decidiu limitar
a velocidade a 55 mph (88.5 km/h) e isso sim teve como consequência uma redução sensível no consumo.
Como consequência imprevista verificaram também que o nº de acidentes mortais caiu para metade e por isso mantiveram esse limite muito para lá da necessidade de reduzir o consumo e só recentemente a velocidade máxima em algumas autoestradas subiu para 75 mph(120 km/h) com o objectivo de aumentar o escoamento de tráfego para reduzir os congestionamentos.
As pessoas são tão ingénuas e tão agarradas aos seus interesses imediatos que um vigarista hábil consegue sempre que um grande número delas se deixe enganar.
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Aveloz Escreveu:A propósito das bicicletas, e fazendo jus ao meu nickname "aveloz", tenho por hábito fazer uma maratona (42 km) todos os anos.
Para isso, no inicio de cada ano planeio o local, que por enquanto tem sido na Europa.
Em Outubro de 2009 fui a Amesterdão e fiquei siderado. Não é que a malta não soubesse já que os holandeses idolatram a bicicleta, mas aquilo impressiona mesmo nas horas de ponta a velocidade com que eles circulam e sem acidentes... Então os parques para bicicletas são um verdadeiro espectáculo.
Enfim, uma verdadeira lição de vida que os holandeses dão ao mundo.
Abc
Acho q a medida dos 110km/h é uma medida inteligente
Os Estados Unidos no passado lançaram uma medida deste tipo (mas para reduzir os acidentes) e tiveram uma surpresa agradavel no q diz respeito à "factura do petroleo" que se reduziu... diminuindo o déficit comercial.
Penso que por outro lado os vehiculos mais poluentes (grandes cilindradas) deviam pagar um imposto anual , em favor do desenvolvimento de projectos "clean tech" e energias renovaveis...
Exemplo:
Um veiculo q custe 100 000 Eur pagaria anualmente 5% do seu valor para ajudar a financiar novos projectos de energias renovaveis...
Penso q o ministro q tivesse a coragem politica de lançar esta medida criaria um precedente importante.
um abraço
Luka


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A-330 Escreveu:Limite de 140 ou 150 Km/h são perfeitamente aceitáveis nas auto-estradas e com os carros de hoje em dia.
Na verdade , em algumas auto-estradas que conheço bem como a A2 ou A6 até poderiam ter velocidade ilimitada.
Não se considerando as emissões de poluentes.Nesse caso , quanto mais baixa melhor , já que a resistência aerodinâmica aumenta com o quadrado da velocidade.
A330
Não concordo com um limite de 140 ou 150 genérico, visto que há autoestradas, ou pelo menos troços delas, em que uma condução a 150 já é esticar um bocadinho a corda, e as curvas já parecem apertadas (A8 e A5, por exemplo).
No entanto, concordo plenamente que há autoestradas com perfeitas condições para andar a essa velocidade ou até a velocidades mais elevadas (a A2, a A1 - a A6 não conheço).
Acho que a solução ideal seria haver uma gestão mais activas dos limites de velocidade - limites diferentes de autoestrada para autoestrada, e até de troço para troço.
E até acho que isto tem benefícios a nível de segurança. Se um condutor vê que há razoabilidade na aplicação dos limites de velocidade (ou seja, que numa autoestrada com muito boas condições, o limite é, por exemplo, 180), se de repente lhe aparece uma limitação a 120, qualquer pessoa com 2 dedos de testa abranda porque percebe que se o limite se reduziu bastante, é por alguma razão. Por outro lado, os limites actuais (um bocado arbitrários e não adaptados às vias em que estão inseridos) só fazem com que a maior parte dos condutores comece a desenvolver uma certa "visão selectiva" e a ignorar completamente os sinais de limitação de velocidade.
Á força de nos levantarmos cedo tornamo-nos completamente estúpidos. O ser humano necessita de dormir... - Franz Kafka em "A metamorfose"
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Elias Escreveu:Mcmad Escreveu:Elias Escreveu:Mcmad Escreveu:Isto são medidas... Será que nem a reboque vamos ?
O efeito prático desta medida deverá ser muito próximo de zero.
Show-off puro e simples.
Podes explicar porquê ?
Sim, vai à página 2 deste tópico e vê o meu post de 25/2/2011 às 21:41 - está lá a minha opinião.
Não discordo de alguns pontos. De qq forma um escudo é um escudo como dizia o outro e em Espanha estima-se poupar 800 milhões.
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Mcmad Escreveu:Elias Escreveu:Mcmad Escreveu:Isto são medidas... Será que nem a reboque vamos ?
O efeito prático desta medida deverá ser muito próximo de zero.
Show-off puro e simples.
Podes explicar porquê ?
Sim, vai à página 2 deste tópico e vê o meu post de 25/2/2011 às 21:41 - está lá a minha opinião.
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Penso que aqui está bem resumida a hipocrisia e inutilidade económica da coisa.
Zapaterices
Em Espanha, a moda das medidinhas segue o seu caminho, tal e qual como em Portugal. As últimas do governo Zapateriano são muito boas. Quando o petróleo começou a subir, anunciou que iriam ser tomadas medidas. Que medidas? Ao início nunca interessa saber que medidas são essas. São medidas. Se está alguma coisa a acontecer, o governo toma medidas, para mostrar que há governo. Então anunciou-se, simplesmente, que iriam ser tomadas medidas.
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Aguardavam-se as medidas e elas apareceram: a partir do próximo Domingo, vai ser proibido andar a mais de 110Km/h nas autopistas e autovias do Reino de Castela e Suas Autonomias. Porquê? O país precisa de poupar combustíveis. As contas públicas, o custo do petróleo, a dependência energética, tudo isso para justificar a medida. Mas, perguntava um jornalista – se são essas as razões, porque não parar com o encerramento de centrais nucleares ou mesmo reactivar as que já se encerraram? Este programa de encerramento de centrais nucleares contribuiu muito para agravar a dependência espanhola do petróleo. E responde o governo – estão a ver mal. Embora a medida tenha muitas vantagens, a razão da decisão é porque se vão salvar vidas – baixando a velocidade, diminui o número de acidentes.
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Pergunta-se: quantas vidas se teriam salvo se a medida tivesse sido tomada assim que Zapatero tomou posse? Que inconsciência, senhor primeiro-ministro. Podia ter salvo vidas e não o fez. E que sentido faz tomar uma medida temporária – deve ser definitiva, não acha? O os responsáveis gaguejam que sim, que a medida pode ficar, porque importante não é a poupança, a vida é que não tem preço o que importa é salvar vidas.
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É então que os jornais chamam a atenção que em toda a Espanha há sinais nas estradas que permitem circular até 120Km/H ou 130Km/H e que o Código da Estrada é que manda – até porque os sinais são europeus e um estrangeiro não é obrigado a saber das “medidinhas”. Vai daí, o governo manda fazer auto-colantes a toda a pressa – e gasta um balúrdio. E no próximo fim de semana, muitos funcionários das estradas vão fazer horas extraordinárias para mudar os sinais – pagos pelos contribuintes. E daqui a algum tempo virão sinais todos novos – quer o limite se mantenha nos 110Km/h, quer a medidinha seja retirada. A pegatina tem duração limitada e o antigo sinal fica danificado.
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Bem, mas tudo isto se compreende – salvam-se vidas, é o que interessa. É mesmo? Azar dos azares – no mesmo pacote vinha outra medidinha do ministério do lado – apagar 50% das luzes das auto-estradas para poupar gastos públicos. Uma medida que vai custar vidas, disso ninguém duvida.
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Apanhada a contradição, eis que vêm de lá outra medidinha: afinal, nos sítios mais perigosos, já não se vão apagar as luzes… vão substituir-se por lâmpadas LED de baixo consumo, pelo menos nos sítios mais críticos – um investimento irrecuperável do ponto de vista financeiro.
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Ou seja: com o objectivo de ‘poupar’ e outros argumentos populistas, faz-se um investimento público caríssimo, atrasa-se a vida a toda a gente e no fim fica tudo pior. Na prática, assistimos à mais perfeita demonstração do modo de funcionamento dos socialismos ibéricos. A moda das ‘medidinhas’ que seguem a moda.
"People want to be told what to do so badly that they'll listen to anyone." - Don Draper, Mad Men
Elias Escreveu:Espanha desacelera para cortar na factura energética
07 Março 2011 | 10:57
Eva Gaspar - egaspar@negocios.pt
Entrou esta madrugada em vigor o novo limite de velocidade nas auto-estradas e várias medidas para reduzir o consumo energético. Objectivo: poupar "bolsas" públicas e privadas.
Desde as 6h00 de hoje que o limite máximo de velocidade nas auto-estradas espanholas passou de 120 para 110 km/hora. A medida estará em vigor pelo menos até Julho e insere-se numa estratégia de poupança de energia decidida pelo Governo espanhol no rescaldo da nova vaga de subida do preço do petróleo.
Para além dos novos limites de velocidade, as autoridades reduziram os pontos de iluminação nas vias públicas e o preço dos passes sociais, em 5%. Objectivo: reduzir o gasto público e privado de produtos energéticos e assim mitigar o impacto negativo da subida exponencial do preço do petróleo sobre a ainda débil economia espanhola.
Nos cálculos do Executivo de José Luís Zapatero (na foto), a descida do preço dos passes sociais custará aos cofres públicos 1.151 milhões de euros, mas será mais do que compensada pela redução esperada de 5% nas importações de petróleo, o que pressuporá uma poupança de 2.300 milhões de euros e menos 12,5 milhões de toneladas de CO2 emitidas para a atmosfera.
Isto são medidas... Será que nem a reboque vamos ?

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