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Caldeirão da Bolsa

O regresso ao final da 1ª República

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por varus » 26/1/2011 10:37

Vê o documentário a "Guerra" , e não foram só umas palhotas, há diversas versões , conheci , uma pessoa esteve nos comandos , e seu instrutor , esteve nessa operação , e falava diversas vezes nessa operação, e nunca considerou um fracasso completo.
Os testemunhos da Frelimo, dizem que durante 3 semanas tiveram uma grande pressão.
Em Angola , havia três movimentos , foi inicialmente palco mais difícil, foi possível reverter desde 1969, e recuar os terroristas, muitos foram capturados.
Em Moçambique , era bastante difícil, á Frelimo descer mais para sul , esbarrava com povos hostis, como os Macuas, embora em Tete, tenham morto os sobas .
É que para a maioria da opinião pública manipulada ,
os portugueses é que eram os maus, mas a guerrilha minava os caminhos , para as machanbas , só para as mulheres não poderem cultivar os campos, atacavam aldeias , aterrorizavam as populações, já nem falo das purgas internas, e as populações serem coagidas a pagar o imposto revolucionário, e pelo terror.

A guerra , ía começar a ter um rumo mais tecnológico, e com mais meios,com mais tropas africana, como já disse , este tipo de guerras , também são cansativas para a guerrilha, e muitas vezes desaparecem ,porque os financiadores ou fornecedores do material não vêm resultados.
Muitos movimentos ao longo da história recente desapareceram , ou deixaram de ter grande influencia, o caso mais conhecido , são as Farc, mas já tiveram os seus dias, e governo conseguiu reverter a situação, acabando pelo menos com os grupos da extrema direita.

O caso do Afeganistão , é uma guerra perdida para a Nato, porque não põe em prática os princípios básicos, que portugueses , já tinham aprendido na guerra colonial. Mas esta guerra é mais complexa porque tem contornos religiosos , e o financiamento nunca lhes irá faltar.


Não é utópico , dizer , que Portugal quase praticamente poderia ter ganho a guerra, era uma questão de tempo, e este estava contra os guerrilheiros. Angola é a prova disso, embora a Guiné fosse mais complicado, porque era um território mais pequeno com países vizinhos a darem cobertura, mas esse apoio poderia acabar subitamente , aí a guerra rapidamente acabava . A operaç«ao mar verde , tinha como objectivo principal a mudança de governo na Guiné Conacri.
 
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por mais_um » 25/1/2011 23:16

varus Escreveu:Relativamente á operação "Nó Górdio", não foi um êxito , para os objectivos determinados .
O efeito de surpresa foi dissipado , a operação deveria ter sido realizada só com as tropas especiais , o efeito de cerco, funcionou.

No programa da TV " A guerra", um dos capitães , diz, mesmo não tendo sido atingidos os objectivos , foi preferível realizá-la .
Em termos internacionais , não era possível existir um bastião terrorista , em Moçambique.
Os testemunhos da Frelimo, dizem o contrário, que de facto a pressão foi enorme , e situação esteve muito complicada.


Deixa a propaganda e cinge-te aos factos, foi a operação da guerra colonial que custou mais dinheiro, para atacar um conjunto de palhotas abandonadas à meses!!!!

Tendo a agravante de desguarnecer o resto da colonia.



varus Escreveu:A guerra colonial analisada num livro que recomendo " Contra-Subversão em África" de John Cann, até faz grande elogios ao exercito português , comparando com outros teatros de guerra similares , Malásia , Indochina, Argélia e Vietnam .
Acha que os portugueses inovaram , prepararam-se e fizeram uma guerra de baixa intensidade , não afectando os recursos para o desenvolvimento económico, com resultados surpreendentes a nível militar.



Também tenho esse livro, sem duvida que desse ponto de vista, mais uma vez fomos um exemplo para o mundo, um pequeno país manter 3 teatros de guerra de guerrilha à distancia, isolados diplomaticamente e sem ajuda das grandes potências, pelo contrário até eram hostis, é um feito unico.



varus Escreveu:
A guerra em Angola , estava ganha na frente leste, com a estratégia de praticamente só se utilizar tropas especiais , em pequenos grupos.


Ganha... enfim, vamos considerar que a actividade da guerrilha era muito diminuta.


varus Escreveu:
Na Guiné a situação estava mais complicada , mas os terrorista , estavam também muito cansados , e não queriam sair das tabancas , o principal inimigo , era o esforço português de levar a educação e a saúde ás populações , a construção de estradas, a melhoria de vida.


Na Guiné estva perdida, considerando que já não controlavas todo o território, era uma questão de tempo.

varus Escreveu:Moçambique ,a situação não estava complicada , os portugueses tinham aliados no terreno , por Ex. os Macuas que depois formaram a Renamo, a guerra tinha de ser feita com tropas especiais , num sistema semelhante ao utilizado na frente leste.A incorporação de africanos , com os mesmos salários e integrados em batalhões em conjunto com as tropas europeias . Esta foi a grande inovação portuguesa.



Em Moçambique estava a evoluir para uma situação perigosa, não como na Guiné mas para lá caminhava.

varus Escreveu:O estado novo , e a guerra colonial foi um esforço para mudar a história de uma forma favorável, porque já estavam a ver o rumo e as desgraças das descolonizações mal feitas pelas antigas potencias europeias.


Infelizmente os politicos da epoca não foram capazes de tirar dividendos do esforço militar para mudar o curso da história e o resultado foi o que foi.
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por varus » 25/1/2011 19:57

Geralmente neste tipo de guerras , quando teoricamente , parecem perdidas , muito rapidamente podem ser ganhas, o caso da frente leste , é o exemplo , em 1974 o MPLA estava fora de combate , e própria UNITA , podia resistir mais dois ( afirmação de um elemento ex elemento).
Tem muitas das vezes a ver com o apoio logístico,financiamentos e quando começam a criar problema aos países hospedeiros colaborantes.
 
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por varus » 25/1/2011 19:49

Resalvo : o efeito de cerco não se concretizou, os terroristas conseguiram escapar.
 
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por varus » 25/1/2011 19:45

Caro mais-um :

Quando se deu o 25A , era bastante novo, mas o suficiente , para para ter consciência da realidade do país, e sublinho que ambiente económico era muito melhor que o actual , embora tenha havido em 1973 o 1º choque petrolífero, que afectou muito a europa,e os EUA.

Relativamente á operação "Nó Górdio", não foi um êxito , para os objectivos determinados .
O efeito de surpresa foi dissipado , a operação deveria ter sido realizada só com as tropas especiais , o efeito de cerco, funcionou.
No programa da TV " A guerra", um dos capitães , diz, mesmo não tendo sido atingidos os objectivos , foi preferível realizá-la .
Em termos internacionais , não era possível existir um bastião terrorista , em Moçambique.
Os testemunhos da Frelimo, dizem o contrário, que de facto a pressão foi enorme , e situação esteve muito complicada.

A guerra colonial analisada num livro que recomendo " Contra-Subversão em África" de John Cann, até faz grande elogios ao exercito português , comparando com outros teatros de guerra similares , Malásia , Indochina, Argélia e Vietnam .
Acha que os portugueses inovaram , prepararam-se e fizeram uma guerra de baixa intensidade , não afectando os recursos para o desenvolvimento económico, com resultados surpreendentes a nível militar.

A nível médico , apoio ás populações e militares, bem melhor que no Vietnam.
O desafio da logística foi resolvido, em três frentes , e de forma mais eficiente que americana.
O serviço de informações muito eficiente , a anos de luz do americano .
Grande esforço na educação e desenvolvimento dos territórios.

A guerra em Angola , estava ganha na frente leste, com a estratégia de praticamente só se utilizar tropas especiais , em pequenos grupos.

Na Guiné a situação estava mais complicada , mas os terrorista , estavam também muito cansados , e não queriam sair das tabancas , o principal inimigo , era o esforço português de levar a educação e a saúde ás populações , a construção de estradas, a melhoria de vida.

Moçambique ,a situação não estava complicada , os portugueses tinham aliados no terreno , por Ex. os Macuas que depois formaram a Renamo, a guerra tinha de ser feita com tropas especiais , num sistema semelhante ao utilizado na frente leste.A incorporação de africanos , com os mesmos salários e integrados em batalhões em conjunto com as tropas europeias . Esta foi a grande inovação portuguesa.

A utilização em Angola de antigos ex - terroristas , nas TE GE , e antigos combatentes do catanga .

O estado novo fez um bom trabalho, estava corrigir erros passados, e queria um destino diferente , para melhor nas colónias e suas populações.
Durante as últimas décadas , nos países descolonizados , foram um autentico pesadelo para as suas populações , salvo raras excepções.

As guerras civis posteriores , em toda a África, mataram de fome e de guerra muitos milhões africanos e alguns brancos e mestiços.

O estado novo , e a guerra colonial foi um esforço para mudar a história de uma forma favorável, porque já estavam a ver o rumo e as desgraças das descolonizações mal feitas pelas antigas potencias europeias.

A história já começa a dar razão a esse esforço, mas enquanto houver estes velhos do restelo , cegos pela ideologia.
 
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por Madeirense » 25/1/2011 13:10

pmpcpinto Escreveu:A guerra do ultramar não se pode comparar com o Iraque ou Afeganistão. Em Angola o MPLA estava praticamente dizimado, a UNITA ao "serviço" das tropas portugesas e a FNLA confinada a pequenos espaço. Em Moçambique a FRELIMO estava confinada na zona de Tete e Cabo Delgado.

Pedro


Claro que não se pode comparar, uma foi nos anos 60 e as outras são actualmente. Alguém ainda consegue imaginar Portugal com um império colonial na actualidade?
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por pmpcpinto » 25/1/2011 11:58

mais_um, disse discordar um pouco, pois tenho consciência que a tua posição em relação à "Nó Górdio", provavelmente é a mais defensável.

Concordo, que teve muitas falhas na preparação e na execução, que utilizou meios desajustados, alguns pouco motivados (pois já tinham acabam a sua comissão)..... e acima de tudo não teve o efeito surpresa, pois já todos sabiam que se ia passar algo em Cabo Delgado, talvez pela vaidade do seu mentor (Kaúlza de Arriaga).

A série "A guerra" do Joaquim Furtado, tem um episódio dedicado à "Nó Górdio".



Pedro


PS: Para mim as operações "Tridente" e "Mar Verde" são as mais "impressionantes" da guerra do ultramar, apesar de terem resultados diferentes.
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por mais_um » 25/1/2011 11:13

pmpcpinto Escreveu:mais_um, permite-me discordar um pouco.

Realmente a Frelimo abre a frente de Tete quando sai de Cabo Delgado, devido à "Nó Górdio". No entanto, tirando Cabo Delgado, que foi limpa na "Nó Górdio", Tete (onde os portugueses construiram Cabora Bassa sem qualquer problema) e Niassa, a guerra não chegou a mais nenhuma provincia.

Quanto à "Nó Górdio", concordo que ficou longe de atingir os seus objectivos, mas não considero um fiasco, pois limpou Cabo Delgado e apreendaram muito material. Mas concordo que uma operação que evolveu metade do contigente em Moçambique devia ter tido outros resultado.



Estás à vontade para discordar! :mrgreen:

http://www.guerracolonial.org/index.php?content=408
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por pmpcpinto » 25/1/2011 10:52

mais_um, permite-me discordar um pouco.

Realmente a Frelimo abre a frente de Tete quando sai de Cabo Delgado, devido à "Nó Górdio". No entanto, tirando Cabo Delgado, que foi limpa na "Nó Górdio", Tete (onde os portugueses construiram Cabora Bassa sem qualquer problema) e Niassa, a guerra não chegou a mais nenhuma provincia.

Quanto à "Nó Górdio", concordo que ficou longe de atingir os seus objectivos, mas não considero um fiasco, pois limpou Cabo Delgado e apreendaram muito material. Mas concordo que uma operação que evolveu metade do contigente em Moçambique devia ter tido outros resultado.


Pedro
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por mais_um » 25/1/2011 10:26

pmpcpinto Escreveu:AutoMech o que tentei transmitir é que tirando a Guiné, nas outras pronvincias fazia-se uma "vida normal".


E mesmo na Guiné não havia problemas nas cidades,ou na cidade, porque tirando Bissau, chamar cidade a mais alguma povoação é um abuso. Em Angola efectivamente tinhamos a situação controlada mas em Moçambique já não era bem assim, porque uma coisa é garantir a segurança das cidades, o que se conseguia, outra era evitar a influencia da guerrilha junto das populações, algo que já não se conseguia fazer na Guiné numa parte significativa do território, em Moçambique a operação militar Nó Gordio, a mais cara de sempre, foi um fiasco, tendo um efeito perverso, devido à concentração de meios para efectuar a operção, desguarnecemos outras areas que foram imediatamente sujeitas à influencia e acções da Frelimo. Por isso dizer que em Moçambique estava-se bem, é verdade nas cidades, mas no mato não era bem assim e, perder o controlo do mato e respectivas populações é o 1º passo para perder a guerra.
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por varus » 25/1/2011 10:21

Amigo artista da bolsa , acho que não entendes ou não queres entender, o que escrevo.

A senhora que fez a visita guiada á herdade, quis dizer, que não arranjam pessoas da região, porque não querem pura e simplesmente trabalhar.
Depois são comunistas , são contra o capitalismo, mas não querem trabalhar, quando lhe oferecem empregos.
Para esta gente o SAlazar , era o diabo, porque não havia os RSI , para incentivar a não trabalhar .
Quando foi a reforma agrária , essa rapaziada , só queria herdades bem apetrechadas e acima dos 50.000 pontos.
Terra para quem trabalha, mas boa terra e com boas máquinas, as outras não prestavam.

O teu pai, provavelmente é originário de uma pequena povoação do interior, em que viviam do pastorício , mas nessas zonas nunca houve grandes oportunidades de emprego, temos é de falar das outras zonas do país aonde havia emprego. É lógico , que uma vila perdida nos montes, não existe emprego, temos de ser racionais e lógicos.

Meu caro nos sistemas comunistas todos tinham que trabalhar e se não cumpriam as metas , era um problema muito grave , muitas vezes poderia implicar ser acusado de lutar contra revolução, o significava a morte ou deportação.
Temos um grande país " democrático", que é a China, que começa a ser a grande credora das democracias , não existem regalias de RSI ou subsídios desemprego, e o mais curioso que em Macau os chineses consideram os europeus preguiçosos , porque não querem trabalhar e fazem férias de um mês, por ano.
 
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por pmpcpinto » 25/1/2011 10:19

Claro que sim.

No entanto, acredito que todos estavam convencidos que Portugal ia continuar para sempre em África e que a guerra acabaria por terminar. Daí continuarem a investir e a povoar as provincias ultramarinas.

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por Automech » 25/1/2011 10:01

Sim Pedro, eu percebo o ponto. Mas independentemente disso, sabendo que existe uma guerra pela independência, torna-se mais difícil um empresário decidir investir, sabendo que pode, dum momento para o outro, ficar sem nada (o que não é ficção, como aliás viemos a verificar).
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por pmpcpinto » 25/1/2011 9:53

AutoMech o que tentei transmitir é que tirando a Guiné, nas outras pronvincias fazia-se uma "vida normal".



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por mfsr1980 » 25/1/2011 9:41

Depois de batermos com a cabeça no muro, conversamos!
É muito dificil explicar que estamos pior, quando na verdade, estamos a viver graças a milhares de milhões de dinheiro emprestado!
 
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por Automech » 25/1/2011 9:37

Era ironia Pedro. Nenhum empresário, no seu perfeito juízo, considera que o risco de um país em guerra é o mesmo dum país sem guerra. Independentemente dessa guerra estar ou não limitada geograficamente.
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por pmpcpinto » 25/1/2011 9:24

AutoMech Escreveu:
varus Escreveu:A situação é muito pior do que em 60, porque embora houvesse emigração , não havia desemprego, e havia muitas oportunidades de emprego e negócios nas antigas colónias.

Não havia desemprego mas a malta emigrava para trabalhar na europa. Que burros.

varus Escreveu:Actualmente há uma emigração crescente, um desemprego record , os sectores empresariais a fechar, nomeadamente na industria , a juventude sem futuro .

Nessa altura quem emigrava eram velhos. A juventude naquela altura tinha bastante futuro.

varus Escreveu:O ambiente nos anos 60, era o oposto , portanto a situação era melhor,criação de empresas, industrias e um mercado colonial promissor.

Qualquer território em guerra é altamente promissor. Eu estou a pensar montar duas empresas, uma no Iraque, outra no Afeganistão.
varus Escreveu:As razões da emigração de 60 , já expliquei, tem haver com o facto, de Salazar , ter herdado um país , sem tradição industrial, falido, sem crédito e sem poupanças.

Ò Varus, o Salazar era tão bom que herda o país a meio da década de 20 e passados 35/40 anos ainda não conseguiu fazer nada ? Então o homem não era uma estrela ?


A guerra do ultramar não se pode comparar com o Iraque ou Afeganistão. Em Angola o MPLA estava praticamente dizimado, a UNITA ao "serviço" das tropas portugesas e a FNLA confinada a pequenos espaço. Em Moçambique a FRELIMO estava confinada na zona de Tete e Cabo Delgado. Na Guiné a situação era diferente, pois tinhamos perdido o poder aéreo e o PAIGC já efectuava ataques aos quartéis.

No entanto, a guerra nunca chegou às cidades. Basta ver o exmplo que Cabora Bassa, a maior barragem de África, que foi construída entre 1969 e 1974, sem a FRELIMO ter conseguido efectuar qualquer sabotagem ou ataque.

Para mim, um dos grandes erros do Salazar foi ter olhado para África em 61, pois principalmente durante o III Plano de Fomento, Portual creceu muito, chegou a ter crescimentos de 7%, muito superiores à maior parte dos paises europeus.


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por Automech » 25/1/2011 0:42

Os meus pais devem ser estúpidos. Os meus tios devem ser estúpidos. Os amigos dos meus pais devem ser estúpidos. Estou rodeado de estúpidos que não gostaram do antigo regime (Artista, se o teu pai se sentir sozinho, diz-lhe para se juntar ao grupo).

Eu também desisto.
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por mais_um » 25/1/2011 0:17

Há muito que desiti de trocar argumentos sobre o pré e o pós-25 de Abril com o Varus, é uma total perda de tempo (Varus, sem ofensa! :wink: ).

Sempre pensei que fosses alguem que tivesse vivido no antigo regime já com idade adulta, por isso fiquei supreendido quando escreveste que nasceste em 1962! :shock: :shock:

Grande lavagem ao cerebro que levaste :shock: e garantidamente que fazias parte dos privilegiados do antigo regime, só pode. Não conheço uma unica pessoa que tenha nascido na decada de 20, 30 e 40, de origens humildes e não só, que diga bem do antigo regime.

Um abraço,

Alexandre Santos
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por artista_ » 24/1/2011 23:58

varus Escreveu:O problema actual do interior é bem complexo, ainda em Outubro estive no Alentejo a visitar uma herdade, que produz um vinho muito conhecido, a senhora que fez a visita guiada é do Porto, e confidenciou-me que quase totalidade dos trabalhadores, não eram da região , mas sim do norte.
A explicação , foi que a maioria das pessoas da região não quer trabalhar, uns trabalham para autarquia , outros vivem do RSI . Não querem trabalhar pura e simplesmente , depois são comunistas.
Meu caro, conheço pessoas amigas que estavam na industria e nos serviços , que queriam funcionários , e não arranjavam .
Ainda este Sábado , estive com pessoas dessa época diziam-me o mesmo, o patrões iam as casas das pessoas, para tentarem arranjar funcionários.


Estás todo trocado... tens consciência de que ao escreveres isto tornas o teu raciocínio num paradoxo! Mas afinal não há empregos ou as pessoas é que não querem trabalhar? e vivem na boa do RSI (e provavelmente mais uns biscates não declarados)?!? Quantas pessoas é que viviam do RSI na década de 60?! :lol:

varus Escreveu:Conheço muita gente, dessa época.
As próprias estatísticas, vão ao encontro do que estou a dizer.
O teu pai é um caso isolado , quem tinha vontade trabalhar , tinha emprego.


Chiça, agora já conheces o meu pai e tudo... a questão é que nem tinha outra hipótese se não trabalhar, e não era um caso isolado, na altura todos os que viviam na zona dele tinham de se fazer à vida. Até aos 10 ainda iam à escola porque eram obrigados mas aos 9 anos já ele dormia muitas noites fora de casa para guardar as cabras do meu avô! Como até era esperto conseguiu entrar para a Marinha (um feito na época para aquelas bandas), esteve 7 anos no ultramar e viu muita gente a morrer, mas não havia alternativas, ou era aquilo ou era a cavar a terra de sol a sol o resto da vida... hoje há muita coisa para faser mas o RSI é melhor!

varus Escreveu:O problema de Portugal e de muitos países europeus, é terem este tipo de subsídios, que só deveriam ser atribuídos a pessoas necessitadas e sem condições para trabalhar.


Pois... no estado novo ou trabalhavas ou não tinhas hipótese de sobreviver, agora podes dar-te ao luxo de nem sequer trabalhar! Emprego que pague menos que 700/800 euros não é emprego...

varus Escreveu:... é que no estado novo tinha um bocado o modelo próximo do americano , não sustentava malandros.


Até te digo mais, eu acho que o modelo americano foi inspirado na governação do Salazar... é uma coisa minha, ninguém me tira isso da cabeça! :roll:

:shock: :mrgreen: :lol:

Por mim já chega, só por uma boa razão volto a intervir neste tópico... acho que isto chegou a um ponto de delírio absoluto! enfim, nem encontro palavras para exprimir o estado de embriaguez mental em que os teus comentários me deixam!
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por varus » 24/1/2011 23:37

Amigo artista da bolsa, hoje, até se faz mais rápido, só que muitas fábricas fecharam entretanto no caminho, para dar lugar a empreendimentos imobiliários, e tem de ser pago , e os combustíveis também proporcionalmente subiram, e meu caro estás a pagar o tripulo ou mais em impostos em relação a 1973.
Tudo tem um preço , houve uma melhoria das comunicações, mas muitas empresas fecharam, não há bela sem senão . Faz uma visita turística, á zona norte e vês com os teus olhos a quantidade unidades fabris fechadas e arruinadas.

O problema actual do interior é bem complexo, ainda em Outubro estive no Alentejo a visitar uma herdade, que produz um vinho muito conhecido, a senhora que fez a visita guiada é do Porto, e confidenciou-me que quase totalidade dos trabalhadores, não eram da região , mas sim do norte.
A explicação , foi que a maioria das pessoas da região não quer trabalhar, uns trabalham para autarquia , outros vivem do RSI . Não querem trabalhar pura e simplesmente , depois são comunistas.
Meu caro, conheço pessoas amigas que estavam na industria e nos serviços , que queriam funcionários , e não arranjavam .
Ainda este Sábado , estive com pessoas dessa época diziam-me o mesmo, o patrões iam as casas das pessoas, para tentarem arranjar funcionários.

Conheço muita gente, dessa época.
As próprias estatísticas, vão ao encontro do que estou a dizer.
O teu pai é um caso isolado , quem tinha vontade trabalhar , tinha emprego.
O problema de Portugal e de muitos países europeus, é terem este tipo de subsídios, que só deveriam ser atribuídos a pessoas necessitadas e sem condições para trabalhar.
Em vez de trabalhar vão para os cafés , é que no estado novo tinha um bocado o modelo próximo do americano , não sustentava malandros.
 
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por artista_ » 24/1/2011 22:35

Elias Escreveu:Uma viagem de Lisboa a Guimarães de carro demorava 8 a 9 horas (hoje faz-se em menos de 3).


Espero que não esteja aqui ninguém da brigada de trânsito :mrgreen: :mrgreen:
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por MarcoAntonio » 24/1/2011 22:33

Estamos na era do wikipédia e do wikileaks e vocês ainda estão a discutir o tempo da velha senhora, desde a manhã? Será que é preciso fazer um desenho?

:lol:
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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por artista_ » 24/1/2011 22:04

varus Escreveu:Amigo artista da bolsa, mas actualmente existe emprego nas pequenas vilas ou povoações do interior do país, em que os principais empregadores são as autarquias ?


Existem os mesmos empregos que existiam em 1960, quando disseste que não havia desemprego... nessa altura não havia RSI nem subsídio de desemprego, quem queria comer tinha de se fazer à vida ou, se preferires, à terra... esses empregos continuam lá para quem os quiser, só que hoje, ao contrário de 1960, já ninguém os quer, nem dados!

varus Escreveu:Não há empregos, a situação até é mais grave do que era há 40 anos atrás , de tal forma que o preço das terras caíram.


Caíram em relação a 1960/70? Como é que fizeste esses cálculos? nos últimos anos cairam de certeza, ninguém quer cultivar as terras, no supermercado os produtos são "mais baratos" e não dão trabalho nenhum, mas não sei como tiras conclusões em relação à década de 60?!

varus Escreveu:Havia emprego na zonas litorais, mas é aí que tens perguntar ás pessoas da época se havia desemprego, não é por mero acaso a par da emigração , existiu uma grande migração interna , do interior para o litoral, mas mesmo no interior sempre existiram zonas muito dinâmicas; Braga , Guimarães, etc.


Já perguntei, ao meu pai. Havia desde que estivessem dispostos a trabalhar no duro ganhando quase nada, num país sem liberdade... ou então fugia-se para França, com uma mala de cartão!

Pode ser que cheguemos a uma situação idêntica mas até lá ainda muito temos que cair para isso acontecer... em termos de liberdade será preciso voltarmos à ditadura para ficarmos tão mal como estávamos!
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por Automech » 24/1/2011 20:59

Varus, nem me vou dar ao trabalho de te responder. Vou simplesmente plagiar o Elias que escreveu noutro tópico o seguinte:

Elias Escreveu:Antes do 25 de Abril tinhas mais de um terço de analfabetos.

A fome e o racionamento eram frequentes.

Não havia telemóveis, não havia e-mail, não havia internet.

Não havia auto-estradas.

Não havia multibanco, tinhas de levantar à sexta-feira o dinheiro de que precisavas para os dias seguintes.

Não havia electricidade na maioria das aldeias deste país.

Não havia televisão por cabo, aliás não havia televisão privada, tinhas a RTP que transmitia 6 horas por dia no primeiro canal e 3 horas por dia no segundo.

Não havia arcas congeladoras, tinhas de ir às compras quase diariamente para adquirir a comida para o dia-a-dia.

Um terço da nossa população ganhava a vida a cavar a terra.

Milhões de portugueses emigraram, principalmente para França, para fugir à miséria que por cá grassava.

Na maioria das sedes de concelho do país, o alojamento disponível resumia-se a uma casa de hóspedes ou a uma modesta pensão, em geral sem casa de banho privativa.

Nas aldeias não havia água quente e tomar banho era um luxo.

Os comboios eram lentos e muitas vezes nojentos.

Uma viagem de comboio de lisboa ao Algarve demorava 6 horas, incluindo uma travessia fluvial até ao Barreiro (hoje a mesma viagem leva 2 horas e meia).

Uma viagem de Lisboa a Guimarães de carro demorava 8 a 9 horas (hoje faz-se em menos de 3).

Em Lisboa não havia caixotes para colocar o lixo, que muitas vezes era deixado no meio da rua, em montes (só no fim da década de 1970 foram colocados caixotes nos candeeiros).


Era este o teu maravilhoso país. Mas nós é que estamos a delirar, claro.
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