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Caldeirão da Bolsa

Na Grécia foi/é assim… E em Portugal, como será?

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por Mares » 17/1/2011 0:10

MarcoAntonio Escreveu:
Mares Escreveu:Não poderá ser explicado pelo aumento de 2,9% nos salários da Função Pública?


Não, é completamente insuficiente: é cerca de 5x maior (a passar) que a subida que se deve ao aumento de custos com pessoal relativos a aumentos de salários nesse ano.


aumento salarial (+2,9%) + queda do PIB (-0.8%?)
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por MarcoAntonio » 16/1/2011 23:59

Mares Escreveu:Não poderá ser explicado pelo aumento de 2,9% nos salários da Função Pública?


Não, é completamente insuficiente: é cerca de 5x maior (a passar) que a subida que se deve ao aumento de custos com pessoal relativos a aumentos de salários nesse ano.
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FLOP - Fundamental Laws Of Profit

1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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por MarcoAntonio » 16/1/2011 23:57

Mares Escreveu:a "olho nú" podemos vêr que: Aposentações, Saúde e Educação apresentam o mesmo comportamento temporal em ambos os gráficos; Defesa Nacional caí no teu gráfico (significando que o Estado "desinvestiu" neste sector); etc.


Tás a ver como o "meu" é mais informativo?...
:wink:


Mares Escreveu:A soma de todos os sectores não dá 100% no teu gráfico. Como explicas?


Respondo-te dizendo que os gastos do Estado não são a economia portuguesa toda e que se somares tudo até podes verificar qual o peso do Estado na Economia Portuguesa ao longo dos anos.
:wink:


Mares Escreveu:Quanto à segunda pergunta... os sub-sectores críados em 1994, corresponde ao sector "privado" do Estado e foi criado por qual governante?


Eu não creio que tenha sido criado nada de especial em 1994, apenas que os dados passaram a ser apresentados/disponibilizados com um agrupamento diferente. Aliás, o que se pode deduzir do gráfico é precisamente que "não foi nada criado", tu estás a subverter completamente a informação (as linhas que surgem em 1994 estavam antes incluidas numa outra parcela até aí).
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por Mares » 16/1/2011 23:53

artista Escreveu:Num olhar mais promenorizado do gráfico intrigou-me o crescimento acentuado em 2009 dos gastos com a educação, só estou a ver um aumento da acção social escolar a explicar isto!? Alguém tem alguma outra hipótese?

abraços

artista


Não poderá ser explicado pelo aumento de 2,9% nos salários da Função Pública?
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por Mares » 16/1/2011 23:50

MarcoAntonio Escreveu:
Mares Escreveu:MarcoAntonio,

o gráfico anterior (por mim colocado) não é mais elucidatívo visto que mostra-nos qual é o peso relatívo de cada sector nos gastos totais do Estado?


Não é mais elucidativo porque simultaneamente essa informação está imbuída do crescimento económico e da inflação, algo que tu não consegues descontar a olho nú. Como tal, não conseguirás saber exactamente quanto está realmente a crescer, se é que está a crescer (o crescimento absoluto não interessa para absolutamente nada se não for tomado em linha de conta o resto: seria o mesmo que dizer que um kilograma de batatas em 1907 custava 0.013 euros, ie, só com esta informação em termos práticos fico a saber o mesmo!).


a "olho nú" podemos vêr que: Aposentações, Saúde e Educação apresentam o mesmo comportamento temporal em ambos os gráficos; Defesa Nacional caí no teu gráfico (significando que o Estado "desinvestiu" neste sector); etc.

Se a pergunta fôr, quanto corresponde cada sector nos gastos totais do Estado, o que tu respondes? A soma de todos os sectores não dá 100% no teu gráfico. Como explicas?

Quanto à segunda pergunta... os sub-sectores críados em 1994, corresponde ao sector "privado" do Estado e foi criado por qual governante?
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por artista_ » 16/1/2011 23:34

Num olhar mais promenorizado do gráfico intrigou-me o crescimento acentuado em 2009 dos gastos com a educação, só estou a ver um aumento da acção social escolar a explicar isto!? Alguém tem alguma outra hipótese?

abraços

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por MarcoAntonio » 16/1/2011 23:26

Mares Escreveu:MarcoAntonio,

o gráfico anterior (por mim colocado) não é mais elucidatívo visto que mostra-nos qual é o peso relatívo de cada sector nos gastos totais do Estado?


Não é mais elucidativo porque simultaneamente essa informação está imbuída do crescimento económico e da inflação, algo que tu não consegues descontar a olho nú. Como tal, não conseguirás saber exactamente quanto está realmente a crescer, se é que está a crescer (o crescimento absoluto não interessa para absolutamente nada se não for tomado em linha de conta o resto: seria o mesmo que dizer que um kilograma de batatas em 1907 custava 0.013 euros, ie, só com esta informação em termos práticos fico a saber o mesmo!).
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por Mares » 16/1/2011 23:22

MarcoAntonio Escreveu:É preferível este gráfico pois é mais esclarecedor e informativo dado que do anterior temos de filtrar informação fora como a inflação e crescimento económico.

Este é independente da inflação e o crescimento económico está incorporado no PIB...


MarcoAntonio,

o gráfico anterior (por mim colocado) não é mais elucidatívo visto que mostra-nos qual é o peso relatívo de cada sector nos gastos totais do Estado?

Em 1994 respondes ao "artista", que ocorreu a divisão do sector Administração em vários sub-sectores (energia, telecomunicações, transportes..., etc). Minha pergunta é... foi aqui que nasceu o sector "privado" do Estado? Se verdade, em que governo foi isto criado?

Abraço,

Mares.
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por artista_ » 16/1/2011 22:59

Elementar meu caro! :wink:

abraço

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por MarcoAntonio » 16/1/2011 22:57

artista Escreveu:Marco, não conseguirás tu explicar aquela estranha linha dos "Serviços Gerais e Administração Pública"?!

abraço

artista


Parece-me evidente que a partir daquela data o item foi sub-dividido em vários (vê as novas linhas que começam a partir dali).

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por artista_ » 16/1/2011 22:55

Marco, não conseguirás tu explicar aquela estranha linha dos "Serviços Gerais e Administração Pública"?!

abraço

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por MarcoAntonio » 16/1/2011 22:39

É preferível este gráfico pois é mais esclarecedor e informativo dado que do anterior temos de filtrar informação fora como a inflação e crescimento económico.

Este é independente da inflação e o crescimento económico está incorporado no PIB...
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por artista_ » 16/1/2011 22:34

O gráfico é ilucidativo, a segurança e acção social com um crescimento exponencial é já o que pesa mais nas contas do estado... a saúde e educação são as outras duas áreas com peso significativo na despesa(também por isso é onde os cortes poderão produzir maiores reduções das despesas)!

A sector dos Serviços Gerais e Administração Pública é que me intriga um bocado, não compreendo porque é que era tão alta na primeira metade da década de 90, caiu abruptamente e voltou a subir muito nos últimos anos?! Há aqui alguém que decifre este enigma? :)

abraços

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por Mares » 16/1/2011 22:12

Segue um gráfico com a evoluçãos das despesas do Estado nos diversos sectores.

Observamos que o ítem "aposentações + reformas + apoios sociais" cresçe de forma galupante desde 1992 (11,3 mil milhões em 2009).
Segue-se os ítens "Saúde" e "Educação" com 9,8 mil milhões e 8,5 mil milhões, respectivamente em 2009.
"Saúde" e "Educação" crescem moderadamente desde a Revolução.

Ítens ainda com relatívo peso, nos gastos do Estado, temos: Administração Pública com 3,7 mil milhões (crescimento exponencial a partir de 2006); Segurança Pública com 3,0 mil milhões (crescimento moderado) e Defesa Nacional com uma despesa estável em 1,9 mil milhões.

Em termos percentuais (2009):

Aposentações + reformas + apoios sociais ~ 29%
Saúde ~ 25%
Educação ~ 22%
Administração Pública ~9%
Segurança Pública ~ 7%
Defesa Nacional ~5%
Transportes + telecomunicações +
+ Indústria + enegia ~3%

Gráfico obtído em: http://www.pordata.pt/azap_runtime/?n=4
Anexos
Despesas do estado_execucao_orcamental.png
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por artista_ » 16/1/2011 21:45

Mares Escreveu:Pelo que dizes, então é preferível um corte "cego" nos salários (começar em 20% e ír até aos 30%, ou então retírar os subsídios de férias e Natal), mas não despedir nínguem. Finalmente integrar todas as pessoas com contractos precários na FP.


Não... eu disse que deveriam ser evitados cortes cegos, mas isso agora já não se coloca porque deixámos chegar as contas públicas a uma situação demasiado grave!

Quanto à gestão dos funcionários acho que não se vai lá com precariedade, tem de haver maior facilidade de despedimento e também uma maior mobilidade, mas não acredito que seja com empregos precários que se vá lá! Pelo contrário, tenho até dúvidas se o estado não tem cometido ilegalidades ao manter precariamente professores durante tantos anos. Pergunto se uma empresa privada o podia fazer?! acho que não, mas não sou especialista no assunto!

Mares Escreveu:Mesmo que as estatísticas mostrem que a realidade do ensino em Portugal está desajustada à restante realidade europeia, acredito que os profissionais "excedentes" possam ser utilizados para elevar o nível de qualificação da população (por exemplo: cursos de línguas, cursos de informática, cursos de formação cívica, envolvimento na resolução dos problemas locais, etc, etc).


Pois, não há é dinheiro para lhes pagar! Como é que queres fazer isto? trabalham à borla? :)

Mares Escreveu:A escola tem de ír à sociedade e não o contrário. É preciso voltar a colocar as escolas públicas como referência no ensino. É preciso reequipá-las, cuidar delas e para isso é preciso haver investimentos (que não podem ficar apenas em salários).


É um assunto vasto, difícil de discutir aqui... acho que estamos já a sair bastante do tema do tópico! :wink:

abraço

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por Mares » 16/1/2011 21:19

artista Escreveu:
Mares Escreveu:
Olá artista,

A reforma no Estado terá de ocorrer, isso é certo.

Será necessário corrigír os erros cometídos no passado, mas não cometendo mais erros no presente.

Também não concordo que tenhas de ser tu (e os que estão na tua posição) a serem os mais prejudicados.

Será preferível cortar nos salários progressivamente, a quem ganha mais (retírando assim de quem recebeu benesses de governantes irresponsáveis), do que a despedir milhares que nunca receberam as mesmas regalías.

Abraço,

Mares.


Não sei se serei eu mas, a confirmarem-se estes cortes brutais na carreira docente, serão muitos milhares... certamente será assim, faltará apenas perceber (isso dependerá de previsiveis negociações com os sindicatos, se é que o governo demonstrará alguma flexibilidade) quantos milhares serão? é mais fácil e socialmente aceitável do que despedir os que já estão nos quadros, embora estes ganhem bem mais! Também não há tempo para fazer uma avaliação exaustiva (de qualquer forma muito difícil de fazer) para manter os melhores!

É curioso o quanto isto é injusto. Providências cautelares por causa de uma diminuição de salário de 3,5%?! Os contratados não se importariam de estar na situação desses e reduzirem-lhe os salários 20%, ficariam a ganhar mais do que ganham agora, teriam muito mais regalias e, mais importante ainda, estariam nos quadros da função pública... é tudo uma questão de perspectiva, o que é mau para uns é o céu para outros! Qualquer português, por mais pobre que seja, está mil vezes melhor que milhões de pessoas em África!

abraços

artista


Pelo que dizes, então é preferível um corte "cego" nos salários (começar em 20% e ír até aos 30%, ou então retírar os subsídios de férias e Natal), mas não despedir nínguem. Finalmente integrar todas as pessoas com contractos precários na FP.

Mesmo que as estatísticas mostrem que a realidade do ensino em Portugal está desajustada à restante realidade europeia, acredito que os profissionais "excedentes" possam ser utilizados para elevar o nível de qualificação da população (por exemplo: cursos de línguas, cursos de informática, cursos de formação cívica, envolvimento na resolução dos problemas locais, etc, etc).

A escola tem de ír à sociedade e não o contrário. É preciso voltar a colocar as escolas públicas como referência no ensino. É preciso reequipá-las, cuidar delas e para isso é preciso haver investimentos (que não podem ficar apenas em salários).

Abraço,

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por artista_ » 16/1/2011 20:55

Mares Escreveu:
Olá artista,

A reforma no Estado terá de ocorrer, isso é certo.

Será necessário corrigír os erros cometídos no passado, mas não cometendo mais erros no presente.

Também não concordo que tenhas de ser tu (e os que estão na tua posição) a serem os mais prejudicados.

Será preferível cortar nos salários progressivamente, a quem ganha mais (retírando assim de quem recebeu benesses de governantes irresponsáveis), do que a despedir milhares que nunca receberam as mesmas regalías.

Abraço,

Mares.


Não sei se serei eu mas, a confirmarem-se estes cortes brutais na carreira docente, serão muitos milhares... certamente será assim, faltará apenas perceber (isso dependerá de previsiveis negociações com os sindicatos, se é que o governo demonstrará alguma flexibilidade) quantos milhares serão? é mais fácil e socialmente aceitável do que despedir os que já estão nos quadros, embora estes ganhem bem mais! Também não há tempo para fazer uma avaliação exaustiva (de qualquer forma muito difícil de fazer) para manter os melhores!

É curioso o quanto isto é injusto. Providências cautelares por causa de uma diminuição de salário de 3,5%?! Os contratados não se importariam de estar na situação desses e reduzirem-lhe os salários 20%, ficariam a ganhar mais do que ganham agora, teriam muito mais regalias e, mais importante ainda, estariam nos quadros da função pública... é tudo uma questão de perspectiva, o que é mau para uns é o céu para outros! Qualquer português, por mais pobre que seja, está mil vezes melhor que milhões de pessoas em África!

abraços

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por Mares » 16/1/2011 20:37

artista Escreveu:
Mares Escreveu:
artista,

Existe um provérbio sábio: "Contra os factos, não há argumentos".

Se queres apresentar outros factos (documentados), poderêmos até mudar os argumentos.


Mas eu estou a dar-te factos e argumentos, e os teus são argumentos baseados em estudos e dados, não são factos?!

O que escrevi acrescenta algo ao que colocaste, especifica algumas coisas, tenho algumas dúvidas em relação a alguns números mas não disse que não são verdadeiros... de qualquer forma, colocaste uma notícia que tinha apenas a ver com o ensino quando se estava a falar da massa salarial em função do PIB...

Além disso, mesmo contra os meus interesses, eu acho que se tem de cortar (não temos outra hipótese) na ensino e nas outras áreas, mesmo que se perca, em alguns casos, qualidade nos serviços... nunca me viste defender algo diferente disto, a única coisa que tenho escrito é que não se deveria ter deixado o país chegar a este ponto, porque agora os cortes serão muito mais radicais e cegos. Isso vai prejudicar os serviços do estado, criar desiquilibrios e injustiças ainda maiores e será prejudicial ao desenvolvimento (económico e não só) do país!

O Exemplo que dei do ensino é apenas um caso, que conheço melhor, alguns dos cortes não deveriam ser feitos, outros deveriam ser executados de uma forma faseada e não abrupta! Achas que cortar 30% dos professores (a que acrescem os cortes nos vencimentos destes) de um ano para o outro será algo desejável, sensato e/ou equilibrado? É apenas necessário...

Acresce dizer que vão ficar os que ganham mais, porque esses tinham de os despedir, os outros mantêm-nos há 5, 10, 15 anos com contratos anuais precários (onde é que isto aconteceria no sector privado?), e por isso não serão despedidos, apenas deixam de ser colocados... mas, se estes números se confirmarem, obviamente não será de ânimo leve que tanta gente qualificada aceitará esta situação!

abraço

artista


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por artista_ » 16/1/2011 20:05

Mares Escreveu:
artista,

Existe um provérbio sábio: "Contra os factos, não há argumentos".

Se queres apresentar outros factos (documentados), poderêmos até mudar os argumentos.


Mas eu estou a dar-te factos e argumentos, e os teus são argumentos baseados em estudos e dados, não são factos?!

O que escrevi acrescenta algo ao que colocaste, especifica algumas coisas, tenho algumas dúvidas em relação a alguns números mas não disse que não são verdadeiros... de qualquer forma, colocaste uma notícia que tinha apenas a ver com o ensino quando se estava a falar da massa salarial em função do PIB...

Além disso, mesmo contra os meus interesses, eu acho que se tem de cortar (não temos outra hipótese) na ensino e nas outras áreas, mesmo que se perca, em alguns casos, qualidade nos serviços... nunca me viste defender algo diferente disto, a única coisa que tenho escrito é que não se deveria ter deixado o país chegar a este ponto, porque agora os cortes serão muito mais radicais e cegos. Isso vai prejudicar os serviços do estado, criar desiquilibrios e injustiças ainda maiores e será prejudicial ao desenvolvimento (económico e não só) do país!

O Exemplo que dei do ensino é apenas um caso, que conheço melhor, alguns dos cortes não deveriam ser feitos, outros deveriam ser executados de uma forma faseada e não abrupta! Achas que cortar 30% dos professores (a que acrescem os cortes nos vencimentos destes) de um ano para o outro será algo desejável, sensato e/ou equilibrado? É apenas necessário...

Acresce dizer que vão ficar os que ganham mais, porque esses tinham de os despedir, os outros mantêm-nos há 5, 10, 15 anos com contratos anuais precários (onde é que isto aconteceria no sector privado?), e por isso não serão despedidos, apenas deixam de ser colocados... mas, se estes números se confirmarem, obviamente não será de ânimo leve que tanta gente qualificada aceitará esta situação!

abraço

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por Icaro00 » 16/1/2011 19:13

Será covardia pedir a entrada do FMI ou será vontade de acreditar que as medidas de austeridade tomadas terão alguma função para o futuro deste país?
Será covardia pedir a entrada do FMI ou será vontade de acreditar que a venda de divida a países “amigos” (China, Líbia, Brasil…) não hipoteca o futuro das próximas gerações?
Sabemos que Portugal vendeu directamente a China divida na última semana e que em contrapartida cedeu” apoio diplomático” para a entrada dos chineses na África que fala português, para além de redução das taxas aduaneiras e preços muito interessantes para aceder à nossa divida.
Era que quero vender país a esses povos, ou será que prefiro a entrada do FMI?
A entrada do FMI é MAU e não é uma decisão fácil, mas de certeza que queremos continuar a hipotecar o futuro?
O “Sucesso” da semana passada diz respeito a cerca de mil milhões de divida, como este ano precisamos de 46 mil milhões e o ano tem 52 semanas, se tirarmos a época de férias e natal significa que todas as semanas do ano teremos colocação de “sucessos”, digo dívida, mas será que irá ser possível continuar a colocar tanta dívida, concorrendo com países como Espanha (taxa de 5,48%); Itália, Bélgica, etc.? Mas pior. Por quanto tempo será possível continuar a pagar juros de 6,7-7%, ou mais?
Se colocarmos a dívida aos valores da semana passada até ao final do ano significa que 80% do arrecadado com o corte com os salários dos funcionários públicos “já foi à vida” e que muito rapidamente teremos NOVOS CORTES. Eu conto com pelo menos mais um corte de 10% antes do Verão e provavelmente mais 10% até ao final do ano…
Mas isso sou eu que sou pessimista, porque nós vivemos num país rico onde tudo vai bem, cada vez existe menos desemprego, os juros não estão a subir, os spreads não estão a subir, a inflação não está a subir (3%), os produtos hortícolas (15%) a fruta (8%) a carne (2%), o petróleo e as outras commodities não estão a subir. O que de facto sobe são os ordenados e o emprego. Pelo que tudo vai bem neste mar de rosas à beira-mar plantado
NOTA: não sou filiado em nenhum partido. Não poderia ser filiado porque todos fazem asneiras e eu não poderia seguir cegamente tudo o que o Chefe manda/diz…
Não, não é covardia chamar o FMI, é MEDO, medo da incompetência dos políticos que temos tido e continuamos a ter que para não darem a cara pelos erros cometidos e para continuarem a ajudar alguns boys não nos contam o real estado da economia.
É MEDO de que os sacrifícios que estão a ser pedidos ao povo estejam a ser esbanjados e não sirvam para nada. Se tivéssemos pedido a ajuda do FMI quando começamos a pedir PEC’s atrás de PEC’s a taxa de juro que poderíamos negociar na altura poderia seria inferior a 5% e agora se pedirmos ajuda alguém acredita que teremos capacidade de negociar taxas inferiores a 6%?, 6,5%?
Covardia? Não, apenas MEDO muito medo do que está ser feito…

Bons negócios, Eduardo
 
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por Mares » 16/1/2011 18:47

artista Escreveu:
Mares Escreveu:O estudo refere, ainda, que, apesar de Portugal ser um dos países do estudo com menor Produto Interno Bruto(PIB) "per capita", os salários dos professores estão ao nível de países com um PIB "per capita" bastante superior. O relatório salienta que Portugal gastou, em 2005, cerca de 5,7% do PIB na Educação: 1,4% no Ensino Superior e os restantes 3,7% nos outros graus de ensino.


Continuo a ter dúvidas em relação aos números desta fonte... já passou por aqui um estudo que confirmava que, tendo em conta o PIB de cada país, os professores em início de carreira ganhavam abaixo da média, e os professores em final de carreira ganhavam acima da média! Se os valores que citaste estão correctos, devem representar uma média e penso que é pertinente o reparo que fiz!

Não sei até que ponto o facto de contabilizarem professores que não estão nas escolas(estão no Ministério da Educação, em Sindicatos, nas direcções das escolas, etc) para formar a média de alunos por professor não está a influenciar bastante esses resultados... não estou a ver que outra razão pode fazer com que os valores de Portugal sejam tão inferiores, por exemplo, aos da Alemanha e França, as turmas lá têm a mesma dimensão que têm cá... enfim, estou agora a ver dois dados que podem contribuir para isto: 1. A eventualidade de os alunos terem maior carga horária (não sei se têm mas é uma hipótese, isto será reduzido com o desaparecimento de Área de Projecto e Estudo Acompanhado); 2. A redução da carga horária dos professores com a idade (embora isto tenha já acabado os professores mais velhos ainda estão a beneficiar desta redução), algo que será retirado este ano e que contribuirá bastante para que milhares de professores fiquem sem colocação! Mas estes dois aspectos teriam que ser comparados com os outros países, mas alguma coisa tem de explicar as diferenças, e o número de alunos por turma não será com toda a certeza.

Os 5,7% do PIB gastos com a Educação parecem-me pouco, mas talvez esteja correcto... o artigo não faz é uma comparação com a percentagem do PIB que outros países gastam?!


Mares Escreveu:Por último, o trabalho realça a pouco autonomia que é dada às escolas portuguesas, com o poder central a tomar 57% das decisões e restando aos estabelecimentos pouco mais do que a escolha dos manuais de entre os previamente seleccionados por Lisboa.

fonte: http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Socieda ... 81&page=-1


Pois, com isto concordo, mesmo que algumas escolas prefiram ter alguém que lhes diga "o que fazer, e como fazer" do que terem de ser elas a dicidir isso!

abraços

artista


artista,

Existe um provérbio sábio: "Contra os factos, não há argumentos".

Se queres apresentar outros factos (documentados), poderêmos até mudar os argumentos.

Abraço,

Mares.
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por artista_ » 16/1/2011 15:45

Mares Escreveu:O estudo refere, ainda, que, apesar de Portugal ser um dos países do estudo com menor Produto Interno Bruto(PIB) "per capita", os salários dos professores estão ao nível de países com um PIB "per capita" bastante superior. O relatório salienta que Portugal gastou, em 2005, cerca de 5,7% do PIB na Educação: 1,4% no Ensino Superior e os restantes 3,7% nos outros graus de ensino.


Continuo a ter dúvidas em relação aos números desta fonte... já passou por aqui um estudo que confirmava que, tendo em conta o PIB de cada país, os professores em início de carreira ganhavam abaixo da média, e os professores em final de carreira ganhavam acima da média! Se os valores que citaste estão correctos, devem representar uma média e penso que é pertinente o reparo que fiz!

Não sei até que ponto o facto de contabilizarem professores que não estão nas escolas(estão no Ministério da Educação, em Sindicatos, nas direcções das escolas, etc) para formar a média de alunos por professor não está a influenciar bastante esses resultados... não estou a ver que outra razão pode fazer com que os valores de Portugal sejam tão inferiores, por exemplo, aos da Alemanha e França, as turmas lá têm a mesma dimensão que têm cá... enfim, estou agora a ver dois dados que podem contribuir para isto: 1. A eventualidade de os alunos terem maior carga horária (não sei se têm mas é uma hipótese, isto será reduzido com o desaparecimento de Área de Projecto e Estudo Acompanhado); 2. A redução da carga horária dos professores com a idade (embora isto tenha já acabado os professores mais velhos ainda estão a beneficiar desta redução), algo que será retirado este ano e que contribuirá bastante para que milhares de professores fiquem sem colocação! Mas estes dois aspectos teriam que ser comparados com os outros países, mas alguma coisa tem de explicar as diferenças, e o número de alunos por turma não será com toda a certeza.

Os 5,7% do PIB gastos com a Educação parecem-me pouco, mas talvez esteja correcto... o artigo não faz é uma comparação com a percentagem do PIB que outros países gastam?!


Mares Escreveu:Por último, o trabalho realça a pouco autonomia que é dada às escolas portuguesas, com o poder central a tomar 57% das decisões e restando aos estabelecimentos pouco mais do que a escolha dos manuais de entre os previamente seleccionados por Lisboa.

fonte: http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Socieda ... 81&page=-1


Pois, com isto concordo, mesmo que algumas escolas prefiram ter alguém que lhes diga "o que fazer, e como fazer" do que terem de ser elas a dicidir isso!

abraços

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por fatimafaria » 16/1/2011 15:34

Eu acho piada que se defenda a entrada do FMI em Potugal assim sem mais nem menos, porque não se esqueçam que isso só vai afectar ainda mais as classes já tão afectadas pelas novas medidas do PEC.

Acham que a classe politica e seus comparsas que vão ser afectados?. Claro que não, nomeadamente esses senhores da direita que defendem a entrada do FMI, porque eles sabem que possivelmente o governo cairá, e depois irão governar, com um governo fantoche que apenas vai cumprir ordens,e vão ter sempre a desculpa que a culpa de todo o sofrimento causado não é deles. A isto eu chamo Covardia!,Simples e pura covardia!!!!
 
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por Mares » 16/1/2011 15:26

Xitonhane Escreveu:Mares, esse artigo veio confirmar o que disse no post em cima...é incrivel a falta de resultados das escolas portuguesas...


Agora é tarde...

O que irá aconteçer a Portugal, depois do ocorrído na Grécia?
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por Xitonhane » 16/1/2011 15:20

Mares, esse artigo veio confirmar o que disse no post em cima...é incrivel a falta de resultados das escolas portuguesas...
 
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