Saída do euro - o que acontece às obrigações?
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Re: Preocupações desnecessárias!!!!
Trisquel Escreveu:Sem "políticas apropriadas", tais como a criação de um fundo de solidariedade que assegure a estabilidade do euro a longo prazo, o Nobel da Economia alerta que o euro pode não sobreviver.
nada de novo; traduzindo por miúdos: ou os países do norte subsidiam os do sul ou capiche euro

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Preocupações desnecessárias!!!!
Talvez não seja necessário sair do Euro, entretanto o mesmo desaparece!
Stiglitz: Euro vai desaparecer se não forem tomadas medidas adicionais
05 Janeiro 2011 | 09:29
Jornal de Negócios Online - negocios@negocios.pt
O Nobel da Economia teme que a moeda europeia desapareça caso as autoridades não tomem mais medidas para assegurar a estabilidade do euro no longo prazo.
Joseph Stiglitz, economista norte-americano e laureado com o Nobel da economia, alerta que o euro pode não sobreviver à actual crise, caso não sejam tomadas medidas adicionais para assegurar a estabilidade do euro a longo prazo.
Em entrevista ao jornal francês "Liberation", citada pela Bloomberg, Stiglitz considera que os fundos de emergência anunciados pela Europa vão providenciar apenas "um alívio temporário para os países de menor dimensão".
Quanto aos países de maior dimensão, como a Espanha e a Itália, o economista defende que a sua situação orçamental é "precária" e que se o cenário se deteriorar, o euro vai ser alvo de pressões ainda mais intensas.
Sem "políticas apropriadas", tais como a criação de um fundo de solidariedade que assegure a estabilidade do euro a longo prazo, o Nobel da Economia alerta que o euro pode não sobreviver.
Stiglitz tem também nos últimos tempos manifestado a opinião de que os planos de austeridade na Zona Euro são excessivos e que irão colocar a economia da região em Recessão.

Stiglitz: Euro vai desaparecer se não forem tomadas medidas adicionais
05 Janeiro 2011 | 09:29
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O Nobel da Economia teme que a moeda europeia desapareça caso as autoridades não tomem mais medidas para assegurar a estabilidade do euro no longo prazo.
Joseph Stiglitz, economista norte-americano e laureado com o Nobel da economia, alerta que o euro pode não sobreviver à actual crise, caso não sejam tomadas medidas adicionais para assegurar a estabilidade do euro a longo prazo.
Em entrevista ao jornal francês "Liberation", citada pela Bloomberg, Stiglitz considera que os fundos de emergência anunciados pela Europa vão providenciar apenas "um alívio temporário para os países de menor dimensão".
Quanto aos países de maior dimensão, como a Espanha e a Itália, o economista defende que a sua situação orçamental é "precária" e que se o cenário se deteriorar, o euro vai ser alvo de pressões ainda mais intensas.
Sem "políticas apropriadas", tais como a criação de um fundo de solidariedade que assegure a estabilidade do euro a longo prazo, o Nobel da Economia alerta que o euro pode não sobreviver.
Stiglitz tem também nos últimos tempos manifestado a opinião de que os planos de austeridade na Zona Euro são excessivos e que irão colocar a economia da região em Recessão.
Cumpts.
Trisquel
A divindade, o princípio e o fim, a eterna evolução, o movimento, a vibração e a perpétua aprendizagem.
Trisquel
A divindade, o princípio e o fim, a eterna evolução, o movimento, a vibração e a perpétua aprendizagem.
Embora não concorde muitas vezes com ele, desta vez um excelente artigo do Prof. João Ferreira do Amaral, um dos poucos economistas que sempre apontou os perigos da adesão ao euro:
http://www.ionline.pt/conteudo/96779-a- ... -e-um-erro
http://www.ionline.pt/conteudo/96779-a- ... -e-um-erro

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yabadoo Escreveu:Já agora uma dúvida maluca
Com uma saída do euro era preciso pedir mais emprestado ao exterior ? Não bastava imprimir a nossa própria moeda ? É inviável devido à inflação disparar ?
yabadoo Escreveu:Já agora uma dúvida maluca
Com uma saída do euro era preciso pedir mais emprestado ao exterior ? Não bastava imprimir a nossa própria moeda ? É inviável devido à inflação disparar ?
A dúvida não é maluca, é pertinente e tem razão de ser.
O problema é mesmo esse. Imprimir por imprimir só tenderá a agravar uma já perspectivada grande inflação apenas pela mera readopção do Escudo.
Pedir lá fora permite não influenciar a inflação e financiar a economia e o Estado. Mas por outro lado estamos a alocar/transferir para o estrangeiro parte da nossa riqueza para o pagamento dos respectivos juros!
Também é certo que, mesmo havendo inflação, poderá ser vantajoso imprimir e não pedir lá fora.
Tudo depende das prioridades e da forma como é feito, do ciclo económico, etc.
A inflação, por si só, é um fenómeno tendencialmente neutro desde que o país continue a produzir o mesmo e admitindo que tudo o resto de mantém igual.
O grande problema de uma inflação elevada é que cria muita instabilidade económica, desconfiança dos investidores, elevadas e instáveis taxas de juro, ao ponto dos próprios salários deixarem de acompanhar a evolução da inflação.
Aqui está o maior problema: os salários, a partir de determinado momento, deixarem de acompanhar a inflação.
Repare-se que a inflação é algo muito dinâmico e que pode observar-se numa base quinzenal ou mensal.
Já os salários são apenas ajustados anualmente.
Logo aqui temos uma disparidade temporal e de valor entre inflação e ajustamento dos salários que será tanto maior quanto maior for a inflação.
Mares Escreveu:Acreditam mesmo que Portugal poderá sair do Euro?
Acho isso muito improvável, senão quase impossivel...
Abraço,
Mares.
ps- só se nos expulsarem...
Eu não acredito, mas gosto de pensar que os cisnes negros andam por aí.
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Já agora uma dúvida maluca
Com uma saída do euro era preciso pedir mais emprestado ao exterior ? Não bastava imprimir a nossa própria moeda ? É inviável devido à inflação disparar ?

Com uma saída do euro era preciso pedir mais emprestado ao exterior ? Não bastava imprimir a nossa própria moeda ? É inviável devido à inflação disparar ?
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yabadoo Escreveu:Não sei se percebi. Se sairmos do euro, podemos pagar só uma parte da dívida ? Mas,em caso de default, não podemos pagar só uma parte da dívida, permanecendo no euro ?
imagina que Portugal agora se vira para os seus credores e diz "ok, vão-se lá embora, não pagamos mais nada"; como não podem penhorar o países, os credores ficam a arder...
o problema é que, tendo regressado à moeda nacional, mais ninguém nos empresta dinheiro e deixamos de poder pagar importações...
anyway, o provável é existir um default parcial; uma boa analogia com o nosso caso presente pode ser obtida estudando o default argentino de 2002, também ele originado por uma "moeda única", neste caso a manutenção de um peg fixo face ao dólar

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Estamos metidos num imbróglio, sair do Euro é péssimo, manter o Euro também é péssimo!
Não houve Países que mantiveram a paridade com o dólar e que tiveram de abandonar pelos horríveis resultados? Não foi o Brasil?
É que eu só vejo solução dentro da moeda única se houver um apoio eficaz às empresas exportadoras e eu não estou a ver isso. A indústria só sobrevive se tiver custos de energia competitivos (ainda agora vão dar uma cacetada de 4% no preço da electricidade e os combustiveis a mesma coisa) e uma fiscalidade bem mais baixa que a actual. Não estou mesmo nada a ver isso a acontecer!
Continuo a apostar nos "bens não transaccionáveis", apesar de saber que seriam os "bens transaccionáveis" os que nos fariam sair da crise. Simplesmente não há condições!
Não houve Países que mantiveram a paridade com o dólar e que tiveram de abandonar pelos horríveis resultados? Não foi o Brasil?
É que eu só vejo solução dentro da moeda única se houver um apoio eficaz às empresas exportadoras e eu não estou a ver isso. A indústria só sobrevive se tiver custos de energia competitivos (ainda agora vão dar uma cacetada de 4% no preço da electricidade e os combustiveis a mesma coisa) e uma fiscalidade bem mais baixa que a actual. Não estou mesmo nada a ver isso a acontecer!
Continuo a apostar nos "bens não transaccionáveis", apesar de saber que seriam os "bens transaccionáveis" os que nos fariam sair da crise. Simplesmente não há condições!
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Camisa Roxa Escreveu:a saída do euro só se justificaria pela assumpção de um default onde Portugal deixaria de pagar parte da dívida...
Não sei se percebi. Se sairmos do euro, podemos pagar só uma parte da dívida ? Mas,em caso de default, não podemos pagar só uma parte da dívida, permanecendo no euro ?
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kpt Escreveu:Portugal pagaria compromissos numa moeda forte através duma moeda fraca, o que implicaria um esforço brutal.
a saída do euro só se justificaria pela assumpção de um default onde Portugal deixaria de pagar parte da dívida...

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moppie85 Escreveu:Penso q ainda n ouviste pq é completamente irrealista e "suicida" do ponto de vista económico. Por acaso, gostaria de alguns economistas que advogam essa solução, explicassem como se procederia de forma a que o país não entrasse em default se saísse da UEM...
Seria uma tragédia a saída do euro.
Passaríamos todos a consultar o caldeirão num magalhães porque não teríamos dinheiro para comprar um sony ou toshiba.

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kpt Escreveu:Portugal pagaria compromissos numa moeda forte através duma moeda fraca, o que implicaria um esforço brutal.
Penso que aí não teríamos hipóteses de cumprir minimamente com a dívida.
Por outro lado podias pôr a Casa da Moeda a imprimir escudos ! O problema era que a inflação disparava

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yabadoo Escreveu:kpt Escreveu:
A menos que (teoria maluca), fixasse-se um câmbio fixo entre Escudo e Euro, semelhante ao câmbio inicial de adopção, i.e., 200,482 PTE.
Mas isso não era exactamente o mesmo que não sair do euro ?
Sim, os efeitos eram muito semelhantes, daí eu ter dito "a menos que", e ter referido que seria uma hipótese "maluca".
Contudo, numa óptica de transição até poderia ser uma hipótese a considerar, pois caso contrário Portugal entraria mesmo em default e aí os obrigacionistas ficavam mesmo a xuxar no dedo.
migluso Escreveu:Por acaso ainda não ouvi ou li nenhum especialista a explicar como se processaria uma eventual saída do euro no domínio da dívida ao exterior.
Penso q ainda n ouviste pq é completamente irrealista e "suicida" do ponto de vista económico. Por acaso, gostaria de alguns economistas que advogam essa solução, explicassem como se procederia de forma a que o país não entrasse em default se saísse da UEM...
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kpt Escreveu:
A menos que (teoria maluca), fixasse-se um câmbio fixo entre Escudo e Euro, semelhante ao câmbio inicial de adopção, i.e., 200,482 PTE.
Mas isso não era exactamente o mesmo que não sair do euro ?
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Julgo que teriam que ser pagas em euros. Assim como os empréstimos aos bancos, já que estes também têm as suas dívidas ao exterior em euros.
Ou isso ou passarmos a pagar 10, 15, 20, 30% de juros em escudos.
Por acaso ainda não ouvi ou li nenhum especialista a explicar como se processaria uma eventual saída do euro no domínio da dívida ao exterior.
Ou isso ou passarmos a pagar 10, 15, 20, 30% de juros em escudos.
Por acaso ainda não ouvi ou li nenhum especialista a explicar como se processaria uma eventual saída do euro no domínio da dívida ao exterior.
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Mas Portugal sairia do Euro sozinho? O euro continuaria a existir?
Se sim, penso então que Portugal teria que pagar quer juros, quer capital em Euros, uma vez que foi esta a moeda em que foi emitida a dívida e uma vez que a mesma encontrar-se-ia, nessa situação, em circulação legal.
Uma vez que a nossa moeda passaria a ser o escudo (ou com qualquer outro nome) ficaríamos sujeitos às flutuações cambiais.
É claro que logo no momento zero o nosso custo da dívida iria disparar, mesmo que as taxas de juro não aumentassem.
Iria disparar tão simplesmente porque o escudo estaria muito desvalorizado face ao Euro. O câmbio não seria certamente 1€ = 200,482 escudos como foi na altura da sua adopção, seria muito superior, penso eu.
Portugal pagaria compromissos numa moeda forte através duma moeda fraca, o que implicaria um esforço brutal.
Penso que aí não teríamos hipóteses de cumprir minimamente com a dívida.
A menos que (teoria maluca), fixasse-se um câmbio fixo entre Escudo e Euro, semelhante ao câmbio inicial de adopção, i.e., 200,482 PTE.
Se sim, penso então que Portugal teria que pagar quer juros, quer capital em Euros, uma vez que foi esta a moeda em que foi emitida a dívida e uma vez que a mesma encontrar-se-ia, nessa situação, em circulação legal.
Uma vez que a nossa moeda passaria a ser o escudo (ou com qualquer outro nome) ficaríamos sujeitos às flutuações cambiais.
É claro que logo no momento zero o nosso custo da dívida iria disparar, mesmo que as taxas de juro não aumentassem.
Iria disparar tão simplesmente porque o escudo estaria muito desvalorizado face ao Euro. O câmbio não seria certamente 1€ = 200,482 escudos como foi na altura da sua adopção, seria muito superior, penso eu.
Portugal pagaria compromissos numa moeda forte através duma moeda fraca, o que implicaria um esforço brutal.
Penso que aí não teríamos hipóteses de cumprir minimamente com a dívida.
A menos que (teoria maluca), fixasse-se um câmbio fixo entre Escudo e Euro, semelhante ao câmbio inicial de adopção, i.e., 200,482 PTE.
Re: Saída do euro - o que acontece às obrigações?
Nonick Escreveu:Estava agora a pensar para mim sobre as consequências duma eventual saída do euro, e esta questão passou-me pela cabeça:
O que aconteceria às obrigações de longo prazo que já foram emitidas em euros se Portugal voltasse a adoptar o escudo?
Os juros continuariam a ser pagos em euros? Tendo em conta a provável desvalorização do escudo, isto implicaria um aumento ainda maior nas despesas com as obrigações, já que para além de se estar a pagar juros, ainda se ter de pagar a diferença de valor entre o euro/escudo nesse período de tempo?
Provavelmente estou a fazer uma grande confusão, mas agora fiquei curioso sobre isto
Eu também penso como tu. Aliás, se a dívida pudesse ser paga em escudos, provavelmente era boa ideia sair mesmo do euro, já que podíamos ter política monetária (mas com artistas destes ao leme do país, se calhar não era assim tão boa ideia).
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Saída do euro - o que acontece às obrigações?
Estava agora a pensar para mim sobre as consequências duma eventual saída do euro, e esta questão passou-me pela cabeça:
O que aconteceria às obrigações de longo prazo que já foram emitidas em euros se Portugal voltasse a adoptar o escudo?
Os juros continuariam a ser pagos em euros? Tendo em conta a provável desvalorização do escudo, isto implicaria um aumento ainda maior nas despesas com as obrigações, já que para além de se estar a pagar juros, ainda se ter de pagar a diferença de valor entre o euro/escudo nesse período de tempo?
Provavelmente estou a fazer uma grande confusão, mas agora fiquei curioso sobre isto
O que aconteceria às obrigações de longo prazo que já foram emitidas em euros se Portugal voltasse a adoptar o escudo?
Os juros continuariam a ser pagos em euros? Tendo em conta a provável desvalorização do escudo, isto implicaria um aumento ainda maior nas despesas com as obrigações, já que para além de se estar a pagar juros, ainda se ter de pagar a diferença de valor entre o euro/escudo nesse período de tempo?
Provavelmente estou a fazer uma grande confusão, mas agora fiquei curioso sobre isto
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