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Caldeirão da Bolsa

Águas de Portugal tem 400 carros de luxo

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por Elias » 23/9/2010 17:11

AutoMech Escreveu:Não sejas assim Elias !!!! Ainda ontem viste o PM a andar de metro. És um má lingua :mrgreen:


LOL
 
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por Automech » 23/9/2010 17:10

Elias Escreveu:
AutoMech Escreveu:É discutível Elias. A CGD e a TAP estão em concorrência com privados e podem ter objectivo de lucros, que por sua vez revertem para o accionista estado.


Nesse caso fazia sentido privatizar, não achas?


Eu tenho tendências liberais por isso a resposta é sim para as empresas em concorrência (e mesmo para as de monopólio se houver reguladores fortes, coisa em que não acredito neste país).

Elias Escreveu:Concordo com a parte da competência, mas continuo a não acreditar que a atribuição de vencimentos muito elevados e de regalias extras contribua para atingir esse objectivo. Pelo menos não é o que temos visto nas nossas empresas públicas.


Pois... não se atraem competências. É tudo por cunhas.


Elias Escreveu:Olha, no Reino Unido o Cameron disse aos ministros que passassem a usar os transportes públicos.

"Não há cá pão pa malucos" 8-)

http://www.thesun.co.uk/sol/homepage/ne ... train.html


Não sejas assim Elias !!!! Ainda ontem viste o PM a andar de metro. És um má lingua :mrgreen:
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por Elias » 23/9/2010 17:10

AutoMech Escreveu:Agora um tipo que tem competencia a nivel de gestão pode vender essa competencia ao sector publico ou privado. Ou seja, o sector publico compete com o sector privado pela atracção de competências


Então e como é que tu medes os resultados da gestão numa empresa pública? Pergunto isto sabendo que no privado os resultados são os lucros...
 
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por Elias » 23/9/2010 17:08

mais_um Escreveu:Tenho amigos meus que ganham mais do que isso e não são gestores, nem tem cargos de direcção.


em empresas públicas?

mais_um Escreveu:Penso que estás equivocado, a existir tal regra tem o PR como bitola e não o PM.


És capaz de ter razão, mas isso é pouco relevante, pois a diferença é pequena. O que interessa é a aplicabilidade do princípio.

mais_um Escreveu:Quem é que queres a gerir empresas publicas? Pessoas com o espirito de missionário?


Achas que um gestor de uma empresa pública justifica um salário três ou quatro vezes maior que o ministro das finanças ou o director-geral dos impostos, só para dar dois exemplos?

mais_um Escreveu:Se por hipotese não existisse cunhas e favores partidários, como é que deviam ser escolhidos os gestores publicos? Por concurso? Como é que deveria ser atribuido o seu vencimento?


Até pode ser por nomeação, como os restantes cargos de confiança política. O que eu não percebo é que em empresas que dão milhões em prejuízo se atribua salários elevados.

Já vimos aqui diversas afirmações a comparar com privado. Mas nota que as empresas privadas têm como objectivo declarado o lucro e os seus accionistas até podem pagar um milhão ao gestor, se assim o entenderem, para ele maximizar o lucro. Ninguém tem nada a ver com isso (embora o Cavaco ache que tem 8-)). No caso das empresas públicas o objectivo não é o lucro mas sim o serviço público, logo não percebo para que é que precisas de gestores XPTO.
 
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por tugatuga11 » 23/9/2010 17:05

mais_um Escreveu:
tugatuga11 Escreveu:Numa empresa que está em dificuldades a existência de 400 viaturas de luxo ou semi-luxo é obsceno.


O que são para ti viaturas de luxo ou semi-luxo?


Por exemplo o fiat uno ou o fiat 127.
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por Automech » 23/9/2010 17:04

Elias Escreveu:
mais_um Escreveu:E qual é o termo de comparação para o considerares alto?


O salário do primeiro-ministro é o termo de comparação. Se existe uma regra / lei que diz que nenhum f.p. pode ganhar mais que o PM, porque é que essa regra não é extensível ao SEE?


Um tipo que tem competencia para ser politico apenas o pode ser no 'sector publico' (chamemos-lhe assim). Ou é politico ali ou não é. Não há cargo de primeiro ministro no privado.

Agora um tipo que tem competencia a nivel de gestão pode vender essa competencia ao sector publico ou privado. Ou seja, o sector publico compete com o sector privado pela atracção de competências
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por Elias » 23/9/2010 17:04

AutoMech Escreveu:É discutível Elias. A CGD e a TAP estão em concorrência com privados e podem ter objectivo de lucros, que por sua vez revertem para o accionista estado.


Nesse caso fazia sentido privatizar, não achas?

Mas penso que o teu comentário era para os monopólios tipo CP, água, etc.

AutoMech Escreveu:Nesse caso o objectivo é ter lucro zero (descontados já os necessários investimentos futuros) ou ser o menos deficitária possível, se for uma actividade em que não há possibilidade de atingir o lucro zero. E o défice maior ou menor pode ser conseguido com melhor ou menor competência da gestão, não concordas ?


Concordo com a parte da competência, mas continuo a não acreditar que a atribuição de vencimentos muito elevados e de regalias extras contribua para atingir esse objectivo. Pelo menos não é o que temos visto nas nossas empresas públicas.

Olha, no Reino Unido o Cameron disse aos ministros que passassem a usar os transportes públicos.

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por mais_um » 23/9/2010 17:03

Elias Escreveu:
O Relatório e Contas de 2006 da AdP SGPS (Sociedade Gestora de Participações Sociais) revela que Pedra Serra auferiu naquele ano 126.686 mil euros de remuneração, mais 19.003 euros de PPR, além de despesas com telefone, viatura, combustível e seguros de saúde e de vida.


Tenho amigos meus que ganham mais do que isso e não são gestores, nem tem cargos de direcção.



Elias Escreveu:O salário do primeiro-ministro é o termo de comparação. Se existe uma regra / lei que diz que nenhum f.p. pode ganhar mais que o PM, porque é que essa regra não é extensível ao SEE?


Penso que estás equivocado, a existir tal regra tem o PR como bitola e não o PM.

Quem é que queres a gerir empresas publicas? Pessoas com o espirito de missionário?

Se por hipotese não existisse cunhas e favores partidários, como é que deviam ser escolhidos os gestores publicos? Por concurso? Como é que deveria ser atribuido o seu vencimento?
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por Automech » 23/9/2010 16:57

Elias Escreveu:
A ideia de pagar vencimentos altos para obter bons resultados parte do pressuposto de que as empresas do estado têm como objectivo o lucro (não têm).


É discutível Elias. A CGD e a TAP estão em concorrência com privados e podem ter objectivo de lucros, que por sua vez revertem para o accionista estado.

Mas penso que o teu comentário era para os monopólios tipo CP, água, etc.

Nesse caso o objectivo é ter lucro zero (descontados já os necessários investimentos futuros) ou ser o menos deficitária possível, se for uma actividade em que não há possibilidade de atingir o lucro zero. E o défice maior ou menor pode ser conseguido com melhor ou menor competência da gestão, não concordas ?

Então a competência é importante e os salários / regalias também

Elias Escreveu:Além disso, até hoje não encontrei casos de gestores que tenham conseguido evitar os prejuízos monstruosos das empresas públicas (o Fernando Pinto na TAP conseguiu durante um ano, mas foi sol de pouca dura, voltou logo a afundar-se tudo).

Mas isso, quanto a mim, tem a ver com o facto dos gestores públicos serem na maioria dos casos nomeados por cunha e não pela competência.

O que significa que, se o estado conseguisse atrair gente competente (com salários competitivos) os défices seria provavelmente inferiores (e esses salários até saiam baratos).

Elias Escreveu:Se conheces algum gestor de uma empresa pública que mereça, que justifique plenamente o vencimento que recebe e as regalias que tem, então diz-me quem é e que resultados conseguiu. Talvez aí eu mude de opinião.


Infelizmente não conheço nenhum Elias.

Mas eu acho que tu formaste a tua opinião de não dar regalias aos gestores públicos, sabendo hoje quem eles são e o quão incompetentes muitos deles são. Eu acho que a questão deve ser vista em abstracto porque, se olharmos para os nomes, então, como já disse antes, alguns nem à borla os queria nas empresas publicas.
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por DNVG » 23/9/2010 16:54

mais_um Escreveu:
Elias Escreveu:
mais_um Escreveu:
Elias Escreveu:Se conheces algum gestor de uma empresa pública que mereça, que justifique plenamente o vencimento que recebe e as regalias que tem, então diz-me quem é e que resultados conseguiu. Talvez aí eu mude de opinião.


Embora saia já do ambito do topico esta discussão é interessante, já agora aproveito para a alargar um pouco mais. Porque devem os funcionários publicos ter vencimentos e regalias? Se calhar deveriam todos prestar serviço de voluntariado ou então deveria ser em regime obrigatório, como era antigamente na tropa, tipo 5 anos a prestar serviço publico sem vencimento, não?


Calma aí, eu em momento algum defendi que os funcionários públicos não devem ser pagos ou deviam ser voluntários. Os vencimentos da função pública estão tabelados e eu nem sequer pus em causa essas tabelas (que não conheço em pormenor). A retribuição pelo trabalho faz parte das mais elementares normas de prestação de trabalho.

O que eu questionei é se se justificam os salários altos para gestores de empresas públicas (não entendo porque têm de ser equiparados ao privado).

Escrevi e mantenho que discordo da atribuição de viaturas de serviço personalizadas em empresas e instituições do Estado, pois vejo que isso seja necessário ao bom desempenho da função. Se realmente o cargo o justifica, então que seja aumentado o vencimento, dentro das regras estabelecidas, em lugar de atribuir regalias que servem sobretudo para não pagar impostos.


A ideia que eu tenho, mas posso estar errado é que os salarios dos gestores das empresas publicas (empresas em que o Estado detem mais de 50% do capital social )é relativamente menor comparando com o do privado.

Já agora sabes qual é o salario do presidente das Aguas de Portugal? E qual é o termo de comparação para o considerares alto?


em 2006 era:

O Relatório e Contas de 2006 da AdP SGPS (Sociedade Gestora de Participações Sociais) revela que Pedra Serra auferiu naquele ano 126.686 mil euros de remuneração, mais 19.003 euros de PPR, além de despesas com telefone, viatura, combustível e seguros de saúde e de vida.


fonte: http://tv1.rtp.pt/noticias/?article=89631&visual=3&layout=10
 
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por Elias » 23/9/2010 16:50

mais_um Escreveu:A ideia que eu tenho, mas posso estar errado é que os salarios dos gestores das empresas publicas (empresas em que o Estado detem mais de 50% do capital social )é relativamente menor comparando com o do privado.


Isso para mim é irrelevante. Nem devia haver lugar a comparações com o privado (mas se vamos comparar, há que ver de que privado estamos a falar - empresas cotadas? multinacionais? grandes empresas? médias? pequenas? semipublicas?)

mais_um Escreveu:Já agora sabes qual é o salario do presidente das Aguas de Portugal?


O Relatório e Contas de 2006 da AdP SGPS (Sociedade Gestora de Participações Sociais) revela que Pedra Serra auferiu naquele ano 126.686 mil euros de remuneração, mais 19.003 euros de PPR, além de despesas com telefone, viatura, combustível e seguros de saúde e de vida.

A notícia já tem dois anos mas dá para ficar com uma ideia até porque o presidente não mudou: http://tv1.rtp.pt/noticias/?article=896 ... &layout=10

mais_um Escreveu:E qual é o termo de comparação para o considerares alto?


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por mais_um » 23/9/2010 16:50

Elias Escreveu: Os vencimentos da função pública estão tabelados e eu nem sequer pus em causa essas tabelas (que não conheço em pormenor).

E será que esse valores são adequados para o trabalho que fazem? São altos ou baixo?

Elias Escreveu: A retribuição pelo trabalho faz parte das mais elementares normas de prestação de trabalho.


Mesmo o dos gestores publicos?

Deixa-me fazer mais pergunta, és funcionário publico?
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por mais_um » 23/9/2010 16:46

Elias Escreveu:
mais_um Escreveu:
Elias Escreveu:Se conheces algum gestor de uma empresa pública que mereça, que justifique plenamente o vencimento que recebe e as regalias que tem, então diz-me quem é e que resultados conseguiu. Talvez aí eu mude de opinião.


Embora saia já do ambito do topico esta discussão é interessante, já agora aproveito para a alargar um pouco mais. Porque devem os funcionários publicos ter vencimentos e regalias? Se calhar deveriam todos prestar serviço de voluntariado ou então deveria ser em regime obrigatório, como era antigamente na tropa, tipo 5 anos a prestar serviço publico sem vencimento, não?


Calma aí, eu em momento algum defendi que os funcionários públicos não devem ser pagos ou deviam ser voluntários. Os vencimentos da função pública estão tabelados e eu nem sequer pus em causa essas tabelas (que não conheço em pormenor). A retribuição pelo trabalho faz parte das mais elementares normas de prestação de trabalho.

O que eu questionei é se se justificam os salários altos para gestores de empresas públicas (não entendo porque têm de ser equiparados ao privado).

Escrevi e mantenho que discordo da atribuição de viaturas de serviço personalizadas em empresas e instituições do Estado, pois vejo que isso seja necessário ao bom desempenho da função. Se realmente o cargo o justifica, então que seja aumentado o vencimento, dentro das regras estabelecidas, em lugar de atribuir regalias que servem sobretudo para não pagar impostos.


A ideia que eu tenho, mas posso estar errado é que os salarios dos gestores das empresas publicas (empresas em que o Estado detem mais de 50% do capital social )é relativamente menor comparando com o do privado.

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por Elias » 23/9/2010 16:39

mais_um Escreveu:
Elias Escreveu:Se conheces algum gestor de uma empresa pública que mereça, que justifique plenamente o vencimento que recebe e as regalias que tem, então diz-me quem é e que resultados conseguiu. Talvez aí eu mude de opinião.


Embora saia já do ambito do topico esta discussão é interessante, já agora aproveito para a alargar um pouco mais. Porque devem os funcionários publicos ter vencimentos e regalias? Se calhar deveriam todos prestar serviço de voluntariado ou então deveria ser em regime obrigatório, como era antigamente na tropa, tipo 5 anos a prestar serviço publico sem vencimento, não?


Calma aí, eu em momento algum defendi que os funcionários públicos não devem ser pagos ou deviam ser voluntários. Os vencimentos da função pública estão tabelados e eu nem sequer pus em causa essas tabelas (que não conheço em pormenor). A retribuição pelo trabalho faz parte das mais elementares normas de prestação de trabalho.

O que eu questionei é se se justificam os salários altos para gestores de empresas públicas (não entendo porque têm de ser equiparados ao privado).

Escrevi e mantenho que discordo da atribuição de viaturas de serviço personalizadas em empresas e instituições do Estado, pois vejo que isso seja necessário ao bom desempenho da função. Se realmente o cargo o justifica, então que seja aumentado o vencimento, dentro das regras estabelecidas, em lugar de atribuir regalias que servem sobretudo para não pagar impostos.
 
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por mais_um » 23/9/2010 16:33

Elias Escreveu:Se conheces algum gestor de uma empresa pública que mereça, que justifique plenamente o vencimento que recebe e as regalias que tem, então diz-me quem é e que resultados conseguiu. Talvez aí eu mude de opinião.


Embora saia já do ambito do topico esta discussão é interessante, já agora aproveito para a alargar um pouco mais. Porque devem os funcionários publicos ter vencimentos e regalias? Se calhar deveriam todos prestar serviço de voluntariado ou então deveria ser em regime obrigatório, como era antigamente na tropa, tipo 5 anos a prestar serviço publico sem vencimento, não?

Enfim tanta demagogia......
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por Elias » 23/9/2010 16:32

Esclarecimento sobre a frota automóvel

Face a notícias hoje surgidas na imprensa relativas a viaturas alugadas pelo Grupo AdP cumpre esclarecer o seguinte:

1. O Grupo AdP pauta-se pela gestão no sentido da eficiência e da minimização dos custos e tem feito um intenso esforço nesse sentido. No que diz respeito aos custos com o aluguer de viaturas, é objectivo do Grupo diminuir em 30% os custos unitários com viaturas nos próximos 3 anos.

2. O Grupo AdP é constituído por 42 empresas, sendo responsável pela prestação do serviço público de abastecimento de água para consumo humano, de drenagem e tratamento de águas residuais e de tratamento e valorização de resíduos a mais de 8 milhões de habitantes em Portugal e desenvolve a sua actividade em mais de 210 municípios do continente.

3. O Grupo AdP tem ao seu serviço cerca de 5.300 colaboradores, que exercem funções em praticamente todo o país, do Norte ao Sul.

4. Existe um Regulamento de Atribuição de Viaturas no Grupo AdP que foi revisto no sentido de integrar uma política mais restritiva de atribuição de viaturas e integrar a tributação obrigatória das viaturas de serviço personalizadas nos termos do Código do Imposto sobre as Pessoas Singulares.

5. Este Regulamento, cuja versão mais recente está em vigor desde 1 de Janeiro de 2010, identifica as viaturas de serviço de acordo com duas tipologias:
a) Viaturas de serviço personalizadas: veículos automóveis ligeiros atribuídos a administradores, quadros com funções de direcção e outros colaboradores, para utilização ao serviço da empresa no exercício das suas funções e competências e enquanto essa necessidade persistir.
b) Viaturas de serviço operacionais: viaturas que não estão atribuídas a nenhum colaborador da empresa e são utilizadas para o exercício das actividades das empresas pelos colaboradores que as executam).

6. As viaturas de serviço da empresa são contratadas em regime de Aluguer Operacional de Viaturas, ou seja as viaturas não são compradas mas alugadas por um determinado prazo, de acordo com a perspectiva de utilização.

7. Entre outras medidas de racionalização aplicadas estão nomeadamente a contratação caso a caso do n.º de km previsíveis em serviço (idem para combustível e outros), e outras medidas de gestão da frota que conduzam uma gestão rigorosa que racionalize a utilização de todos os recursos do Grupo;

8. Quanto à tributação, o regulamento é explícito quanto à sua obrigatoriedade nas viaturas personalizadas.

9. No Grupo AdP existem regras para atribuição de viaturas, designadamente relacionadas com o custo, os níveis de emissão de carbono, o consumo médio misto, e a cilindrada (que se situa em média entre 1.2 e 2.0). Em relação aos administradores das empresas do grupo, e em cumprimento rigoroso do disposto no Estatuto dos Gestores Públicos, é da competência exclusiva da Assembleia Geral a atribuição e fixação da respectiva viatura que determina a viatura a atribuir.

10. No final do primeiro semestre de 2010, no conjunto das 42 empresas encontram-se em regime de AOV 1.190 viaturas de serviço, das quais 388 são viaturas de serviço personalizadas.

Adicionalmente aos dados atrás expressos, informamos ainda que, contrariamente ao que foi veiculado por alguns órgãos de comunicação Social, as 34 viaturas de serviço personalizadas cujos contratos de aluguer foram celebrados no primeiro semestre de 2010 não são veículos de luxo.

Lisboa, 23 de Setembro de 2010

Fonte: http://www.adp.pt/content/index.php?act ... -automovel
 
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por Elias » 23/9/2010 16:27

pocoyo Escreveu:Ultima tentativa;

O estado privatiza 40% da TAP, deve ter um gestor de topo ou um gestor do "voluntariado".

Se mesmo assim pensares igual, passa os valores para 50% e depois para 60%. :)


Para mim as empresas semi-privadas são o pior que há, são o que eu chamo uma solução croquete (não são carne nem peixe, o Estado quer deter o controlo e receber o dinheiro, não se percebe se têm fins lucrativos ou se são serviço público...)
 
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por pocoyo » 23/9/2010 16:25

Elias Escreveu:
pocoyo Escreveu:Tirando o Mourinho, nunca vi ninguem dizer que trabalhava de graça. :)


Andas a dormir...

Voluntariado, diz-te alguma coisa?


:lol: Boa...

Acho que se devia propor isso para gestores de empresas publicas.

Ultima tentativa;

O estado privatiza 40% da TAP, deve ter um gestor de topo ou um gestor do "voluntariado".

Se mesmo assim pensares igual, passa os valores para 50% e depois para 60%. :)
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por Elias » 23/9/2010 16:24

CDS-PP pede intervenção do Governo na Águas de Portugal
23.09.2010 - 15:24 Por Lusa

A deputada do CDS-PP Cecília Meireles considerou hoje “inaceitável” a renovação da frota de automóveis da Águas de Portugal numa altura em que a empresa “já ultrapassou” o limite de endividamento fixado pelo Governo.

“É muito simples, das duas uma, ou o senhor ministro não manda, ou as empresas não obedecem”, criticou, afirmando que “não é aceitável” que as despesas da Águas de Portugal “continuem a ser pagas pelos contribuintes”.

Em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, Cecília Meireles defendeu que se as empresas do sector empresarial do Estado “não obedecem” às directrizes do Governo, “é bom que haja consequências políticas porque a nomeação destes administradores é da responsabilidade do Governo”.

Questionada sobre que tipo de consequências políticas deve haver, Cecília Meireles afirmou que se referia à necessidade de o Governo dar instruções às empresas que tutela no sentido de cumprirem as metas fixadas pelo executivo.

A deputada sublinhou que o Governo fixou no Programa de Estabilidade e Crescimento que o sector empresarial do Estado não poderá ultrapassar sete por cento no crescimento do endividamento.

“Registamos que a empresa Águas de Portugal já ultrapassou esse limite. Em relação à renovação de frota, o Governo estabeleceu que por cada três carros abatidos, apenas um será adquirido. Aquilo que vemos é que na empresa Águas de Portugal a regra é que 34 são substituídos por 34 no âmbito de 400 viaturas personalizadas sendo que aquilo que é dito serenamente é que este ano não há redução de custos”, criticou.

O jornal Correio da Manhã noticia hoje que no presente ano já foram substituídas 34 viaturas de alta cilindrada nas empresas do grupo Águas de Portugal, que têm cerca de 400 automóveis topo de gama à disposição.
 
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por mais_um » 23/9/2010 16:23

tugatuga11 Escreveu:Numa empresa que está em dificuldades a existência de 400 viaturas de luxo ou semi-luxo é obsceno.


O que são para ti viaturas de luxo ou semi-luxo?
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por PJBM2 » 23/9/2010 16:22

E porquê que um gestor de uma empresa pública há de ser o melhor do país ou do mundo??

Não é preciso ser muito genial para gerir uma empresa pública sem concorrência.

Eu entendo que os melhores devem estar nas empresas privadas competitivas e que estão a competir no mercado externo. Isso sim é já é preciso estofo.

O estado não tem que os ir buscar para as suas empresas.

Regalias? Sou contra!
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por mais_um » 23/9/2010 16:19

Manu Escreveu:Penso que a questão da gama à qual pertecem os carros é um pouco irrelevante.

A questão que deveria ser colocada deveria ser se esta aquisição é assim tão necessária, uma vez que há um esforço colectivo(deveria haver) para conter gastos desnecessários.

Até poderiam ser 1.500 dos mais baratinhos, que o gasto pode ser obsceno.


Os automoveis não são adquiridos mas sim alugados em regime de aluguer operacional. A questão da necessidade é realmente pertinente, mas não é isso que consta da noticia e que deu origem ao topico. Adiantando-me já ao proximo comentário, lamento que a auditoria do tribunal de contas não tenha investigado a necessidade das viaturas, uma a uma.
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por JMHP » 23/9/2010 16:16

Manu Escreveu:Penso que a questão da gama à qual pertecem os carros é um pouco irrelevante.

A questão que deveria ser colocada deveria ser se esta aquisição é assim tão necessária, uma vez que há um esforço colectivo(deveria haver) para conter gastos desnecessários.

Até poderiam ser 1.500 dos mais baratinhos, que o gasto pode ser obsceno.


Estou de acordo, a questão dos carros topo-de-gama é irrelevante.

O que verdadeiramente impressiona e parece que ninguém aqui se recorda é que a AdP foi das empresas publicas a pedir ao ministério das finanças autorização para ultrapassar os limites da despesa do orçamento de 2010.

Na minha opinião este é mais um episódio grave que prova o descontrolo e a imoralidade que invade os nossos responsáveis políticos e gestores públicos.

A este ritmo 2011 promete ser um ano histórico na nossa democracia...
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por Elias » 23/9/2010 16:15

pocoyo Escreveu:Mas se não tiveres as regalias tambem não terás (na teoria) os melhores gestores.


E os melhores gestores nas empresas do Estado servem para quê?

pocoyo Escreveu:Penso que tambem aceitas que o vencimento é importante quando te oferecem emprego.


Claro que é importante.
Masa a minha questão é esta: o salário do primeiro-ministro não chega para um presidente de uma empresa pública? Acho que são 5 mil e tal euros por mês...

pocoyo Escreveu:Tirando o Mourinho, nunca vi ninguem dizer que trabalhava de graça. :)


Andas a dormir...

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por Elias » 23/9/2010 16:13

AutoMech Escreveu:Vamos imaginar que tens 100 gestores classificados por ordem de competência de gestão.

Tens 90 empresas privadas e 10 publica que precisam de gestores.

Ao não proporcionar condições para o estado pagar duma forma competitiva com o privado (independentemente de ser ou não monopolista), aquilo que vai acontecer é que muito provavelmente o privado vai apanhar os 90 primeiros e o estado ficará com os últimos 10.

Logo estamos imediatamente a fazer com que o estado fique com os piores gestores e consequentemente com mais probabilidade de ter maus resultados.


Mas qual é o problema de ficar com os piores 10 dos primeiros 100? Para receber vencimentos desses, não vejo que façam falta nenhuma no Estado, por mim nem era preciso ficar com nenhum, podiam ir todos para o privado, que vão trabalhar para quem esteja disposto a pagar-lhes esses valores altíssimos (eu nunca fiz nem faço juízos de valor sobre os vencimentos que são pagos no privado).

A ideia de pagar vencimentos altos para obter bons resultados parte do pressuposto de que as empresas do estado têm como objectivo o lucro (não têm). Além disso, até hoje não encontrei casos de gestores que tenham conseguido evitar os prejuízos monstruosos das empresas públicas (o Fernando Pinto na TAP conseguiu durante um ano, mas foi sol de pouca dura, voltou logo a afundar-se tudo).

Se conheces algum gestor de uma empresa pública que mereça, que justifique plenamente o vencimento que recebe e as regalias que tem, então diz-me quem é e que resultados conseguiu. Talvez aí eu mude de opinião.
 
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