Os Mais Poderosos
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Poderosos num país fraco
10 Setembro2010 | 11:00
Pedro Santos Guerreiro - psg@negocios.pt
Portugal vive em economia de regime: ou se está com o poder, ou contra ele. O agnosticismo não é viável. E o regime, em 2010, é o Governo PS e o grupo Espírito Santo. Ricardo Salgado e José Sócrates são os mais poderosos na economia portuguesa.
Nas últimas seis semanas, publicámos todos os dias um trabalho inédito e fundador, que hoje culmina: a lista dos 50 mais poderosos da economia portuguesa. Não de influentes, não de importantes, não de mediáticos, não foi um concurso de beleza - mas uma lista de poderosos.
É necessariamente um projecto controverso, organizado em torno de critérios objectivos e transparentes e resultado de um trabalho de investigação, de cruzamento de fontes e de análise de informação de vários meses. Objectivo: revelar qual é o poder real, não o formal, incluindo o discreto e o secreto, neste ano de 2010. Ao todo, estudámos mais de 200 "elegíveis", dos quais pode encontrar nesta edição os 50 mais poderosos (dos primeiros 25 já publicámos perfis diários), e de outros tantos que perderam poder, que apenas aparentam tê-lo e que poderão vir a conquistá-lo.
Poderosos: uns são, outros estão. Mas esta não é apenas uma lista de nomes, é uma estrutura de poder. E a estrutura é de regime antigo. O poder dos negócios permanece organizado entre o Estado e grupos financeiros.
Com diferenças: há menos indústrias fortes que no passado e há mais empresas de serviços que o não são; o poder é cada vez mais centralizado em Lisboa, em detrimento, inclusive, do Porto.
Mas com muitas semelhanças: a ausência de portuguesas poderosas (a angolana Isabel dos Santos e alemã Angela Merkel são as únicas mulheres em 50). Uma economia estatizada. Pior: politizada. A força condutora dos grupos financeiros, que por isso se tornam grupos económicos. As muitas dívidas e a falta de capital. Pessoas que não usam o poder que o cargo lhes confere. Poderosos de desgaste rápido, que o são num ano de oportunidade e deixam de sê-lo após a mudança de conjuntura. Reguladores liderados por técnicos brilhantes mas sem coragem nem espírito crítico. Força discreta mas vasta da Maçonaria (hoje muito mais que da Opus Dei).
Sobretudo: falta gente nova. Não na idade, mas nas ideias. Que Américo Amorim e Belmiro de Azevedo estejam sempre no topo é normal, desejável, estável: são grandes empresários, não são franco-atiradores. Mas onde estão as novas ideias que noutros países constroem poderosos nas áreas sociais, nas tecnologias, a partir da sustentabilidade, do ambiente? A Fundação Gulbenkian não é o que podia ser na representação geracional de defesa do ambiente. O Star Tracker, apadrinhado por Cavaco Silva, não conseguiu ser a rede social que ambicionou.
A ausência é grave. Não por uma questão de moda, mas porque dos Steve Jobs aos Al Gore, dos fundadores dos Googles aos do Facebook, há um movimento que é desconhecido dos nossos poderosos: o do poder que vem da sociedade. Das pessoas. Não são escolhas políticas, nem herdeiros, nem falsos predestinados de lobbies financeiros e empresariais. São poderosos não por causa disso mas apesar disso - ou mesmo contra isso. São agregadores das vontades sociais numa geração que não queima pneus nem soutiens, queima conceitos de ordem social hierarquizada e comportadinha.
É esta geração do Milénio, motivada para causas sociais, para o ambiente, pela libertação através da tecnologia, que não tem poderes que a representem. Ainda é cedo? Já é tarde.
A lista dos poderosos dá pano para mangas, que arregaçaremos nos próximos dias. Do poder angolano. Do poder do Banco Espírito Santo. Do poder político. Da efemeridade do poder. Mas nada é mais inquietante do que a incapacidade de renovar elites, de desafiar a estrutura de poder instalada, de mudar esta economia de século XX que se arrasta em 2010. Portugal é Ptolomeu num mundo Galileu. Teremos sempre poderosos. Mas, assim, nunca o seremos.
in www.negocios.pt
10 Setembro2010 | 11:00
Pedro Santos Guerreiro - psg@negocios.pt
Portugal vive em economia de regime: ou se está com o poder, ou contra ele. O agnosticismo não é viável. E o regime, em 2010, é o Governo PS e o grupo Espírito Santo. Ricardo Salgado e José Sócrates são os mais poderosos na economia portuguesa.
Nas últimas seis semanas, publicámos todos os dias um trabalho inédito e fundador, que hoje culmina: a lista dos 50 mais poderosos da economia portuguesa. Não de influentes, não de importantes, não de mediáticos, não foi um concurso de beleza - mas uma lista de poderosos.
É necessariamente um projecto controverso, organizado em torno de critérios objectivos e transparentes e resultado de um trabalho de investigação, de cruzamento de fontes e de análise de informação de vários meses. Objectivo: revelar qual é o poder real, não o formal, incluindo o discreto e o secreto, neste ano de 2010. Ao todo, estudámos mais de 200 "elegíveis", dos quais pode encontrar nesta edição os 50 mais poderosos (dos primeiros 25 já publicámos perfis diários), e de outros tantos que perderam poder, que apenas aparentam tê-lo e que poderão vir a conquistá-lo.
Poderosos: uns são, outros estão. Mas esta não é apenas uma lista de nomes, é uma estrutura de poder. E a estrutura é de regime antigo. O poder dos negócios permanece organizado entre o Estado e grupos financeiros.
Com diferenças: há menos indústrias fortes que no passado e há mais empresas de serviços que o não são; o poder é cada vez mais centralizado em Lisboa, em detrimento, inclusive, do Porto.
Mas com muitas semelhanças: a ausência de portuguesas poderosas (a angolana Isabel dos Santos e alemã Angela Merkel são as únicas mulheres em 50). Uma economia estatizada. Pior: politizada. A força condutora dos grupos financeiros, que por isso se tornam grupos económicos. As muitas dívidas e a falta de capital. Pessoas que não usam o poder que o cargo lhes confere. Poderosos de desgaste rápido, que o são num ano de oportunidade e deixam de sê-lo após a mudança de conjuntura. Reguladores liderados por técnicos brilhantes mas sem coragem nem espírito crítico. Força discreta mas vasta da Maçonaria (hoje muito mais que da Opus Dei).
Sobretudo: falta gente nova. Não na idade, mas nas ideias. Que Américo Amorim e Belmiro de Azevedo estejam sempre no topo é normal, desejável, estável: são grandes empresários, não são franco-atiradores. Mas onde estão as novas ideias que noutros países constroem poderosos nas áreas sociais, nas tecnologias, a partir da sustentabilidade, do ambiente? A Fundação Gulbenkian não é o que podia ser na representação geracional de defesa do ambiente. O Star Tracker, apadrinhado por Cavaco Silva, não conseguiu ser a rede social que ambicionou.
A ausência é grave. Não por uma questão de moda, mas porque dos Steve Jobs aos Al Gore, dos fundadores dos Googles aos do Facebook, há um movimento que é desconhecido dos nossos poderosos: o do poder que vem da sociedade. Das pessoas. Não são escolhas políticas, nem herdeiros, nem falsos predestinados de lobbies financeiros e empresariais. São poderosos não por causa disso mas apesar disso - ou mesmo contra isso. São agregadores das vontades sociais numa geração que não queima pneus nem soutiens, queima conceitos de ordem social hierarquizada e comportadinha.
É esta geração do Milénio, motivada para causas sociais, para o ambiente, pela libertação através da tecnologia, que não tem poderes que a representem. Ainda é cedo? Já é tarde.
A lista dos poderosos dá pano para mangas, que arregaçaremos nos próximos dias. Do poder angolano. Do poder do Banco Espírito Santo. Do poder político. Da efemeridade do poder. Mas nada é mais inquietante do que a incapacidade de renovar elites, de desafiar a estrutura de poder instalada, de mudar esta economia de século XX que se arrasta em 2010. Portugal é Ptolomeu num mundo Galileu. Teremos sempre poderosos. Mas, assim, nunca o seremos.
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" Richard's prowess and courage in battle earned him the nickname Coeur De Lion ("heart of the lion")"
Lion_Heart
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Cada um é poderoso à sua maneira.
Uns são poderosos pelo dinheiro, outros pela inteligencia embora não tenham muito dinheiro, outros são poderosos pelos seus actos de bem-fazer, outros são poderosos pelo mal-fazer. Outros ainda são poderosos(as) pelo charme que transbordam.
O que interessa aqui é ser poderoso a bem da sociedade e não poderoso só por ser... de proveito próprio. É propriamente um acto poderoso, ter consciência disso e nada fazer. Embora se faça o que não se impede de ser feito, o poder é algo irreal, mas vos digo que também não tem limites...
Uns são poderosos pelo dinheiro, outros pela inteligencia embora não tenham muito dinheiro, outros são poderosos pelos seus actos de bem-fazer, outros são poderosos pelo mal-fazer. Outros ainda são poderosos(as) pelo charme que transbordam.
O que interessa aqui é ser poderoso a bem da sociedade e não poderoso só por ser... de proveito próprio. É propriamente um acto poderoso, ter consciência disso e nada fazer. Embora se faça o que não se impede de ser feito, o poder é algo irreal, mas vos digo que também não tem limites...
aaugustobb Escreveu:Porque será que acham quo Ricardo Salgado é o mais poderoso de Portugal??
A familia Salgado sempre foi a mais poderosa de Portugal e de longe. Ja vem do tempo de Salazar.
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- Registado: 29/11/2007 1:39
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Os Mais Poderosos
Engraçada esta lista criada pelo Negocios.
Ainda mais engraçada é a quantidade de politicos e ex-politicos que aparece.
Quanto a ordem, nada a dizer !
Ainda mais engraçada é a quantidade de politicos e ex-politicos que aparece.
Quanto a ordem, nada a dizer !
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