Calculando o risco de mercado
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Batmax Escreveu:Parabéns pela tua iniciativa e a partilhares.
De nada

Concretizando num exemplo:
Imaginemos 4 acções que são de empresas com capitalização bolsista de 1500 milhões de euros cada. Avaliar cada uma em separado seria complicado, mas se for uma análise comparativa, pelo menos o risco de mercado seria idêntico.
Ou melhor não é bem assim. O risco actual de uma acção da banca é diferente do que era há bem pouco tempo por conta do que se tem passado e misturar com outra para compor o risco de mercado talvez fosse inapropriado. Talvez por isso fizesse sentido calcular riscos de mercado sectoriais. Mas a questão aqui é procurar um método que não seja infalível mas pelo menos consiga orientar cada um nas suas escolhas.
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Calculando o risco de mercado
Muitos de vocês avaliam o mercado por uma perspectiva técnica, até porque calcular o valor fundamental de uma empresa é tarefa muito complicada porque implica prever com alguma exactidão os cash-flows futuros, implica arbitrar taxas de crescimento a partir de um horizonte temporal específico e talvez mais complicado que tudo isso implica o cálculo de um risco de mercado.
As ferramentas de avaliação do risco de mercado são de matemática complexa e nem sempre compreensível à maioria das pessoas. Os métodos são, para além do mais, métodos que envolvem avaliação estatística complexa de dados passados e talvez por isso tenham vários inconvenientes. É difícil para quem não tenha software e informação avançados chegar a valores bons para análise. E o outro problema é se a realidade macroeconómica sempre se transforma, a importância de dados passados relativiza-se.
O meu objectivo com este tópico é discutir de que forma um pequeno investidor pode calcular um risco de mercado e a partir daí construir um instrumento de avaliação próprio que o ajude a entender que taxa de retorno é apropriada para o seu investimento em acções.
Vou colocar aqui uma ideia simples de avaliação do risco de mercado e espero discutir convosco alternativas e pontos fracos a esta ou a outras ideias de avaliação do risco de mercado.
A avaliação pelo valor futuro que permite avaliar qualquer activo pode ser feita através do método dos cash-flows descontados:
Valor = somatório (i) CFi/(1+t)^i
A taxa de desconto t é a taxa de remuneração exigida pelo investidor quando compra acções. Essa taxa pode ser decomposta em:
Taxa = Tref + beta x (Rm – Tref)
Tref seria uma taxa de juro sem risco, Rm o risco de mercado e o beta um valor que representa a razão entre volatilidade da acção e do mercado. Tref pode tirar-se da yield de mercado das OT’s, o beta vem frequentemente publicado em vários sites. Falta saber o Rm.
Uma sugestão para um cálculo actualizado e simplificado do Rm poderia ser assim:
Pondera-se um PER médio ponderado através de cotação actualizada de todas as acções e da previsão mais recente de resultados. Poderia usar o P/CF mas vou assumir que o cash gerado em amortizações seja para reinvestimento. Esta é a expectativa actual do mercado em relação às empresas cotadas e a sua exigência de retorno presente.
Supondo um PER médio de 14,4 (que admito possa estar mal calculado) e admitindo que não há crescimento futuro de CF, ou então que nesse PER médio já está incluída essa expectativa de crescimento de CF’s futuros, podemos obter um valor para o risco de mercado que os agentes atribuem hoje:
V = CF/taxa => taxa = risco de mercado = 1/PER = 6,92%; O beta aqui é um porque se trata de uma carteira do PSI.
Desvantagens: em mercados em ebulição o PER médio sobe muito o que daria ideia de um risco de mercado muito baixo favorecendo um efeito bola de neve – baixa o risco, aumenta a avaliação, aumenta o preço. Da mesma forma, em mercados depressivos, o PER desce dando a expectativa de alto risco e diminuindo o preço também com efeito bola de neve.
Vantagens: é útil para uma estratégia de stock-picking. O risco de mercado é difícil de avaliar e o melhor mesmo é deixar que o mercado defina um valor, mas para esse valor podemos escolher um lote de acções que apresentem bons rácios de retorno/risco.
As ferramentas de avaliação do risco de mercado são de matemática complexa e nem sempre compreensível à maioria das pessoas. Os métodos são, para além do mais, métodos que envolvem avaliação estatística complexa de dados passados e talvez por isso tenham vários inconvenientes. É difícil para quem não tenha software e informação avançados chegar a valores bons para análise. E o outro problema é se a realidade macroeconómica sempre se transforma, a importância de dados passados relativiza-se.
O meu objectivo com este tópico é discutir de que forma um pequeno investidor pode calcular um risco de mercado e a partir daí construir um instrumento de avaliação próprio que o ajude a entender que taxa de retorno é apropriada para o seu investimento em acções.
Vou colocar aqui uma ideia simples de avaliação do risco de mercado e espero discutir convosco alternativas e pontos fracos a esta ou a outras ideias de avaliação do risco de mercado.
A avaliação pelo valor futuro que permite avaliar qualquer activo pode ser feita através do método dos cash-flows descontados:
Valor = somatório (i) CFi/(1+t)^i
A taxa de desconto t é a taxa de remuneração exigida pelo investidor quando compra acções. Essa taxa pode ser decomposta em:
Taxa = Tref + beta x (Rm – Tref)
Tref seria uma taxa de juro sem risco, Rm o risco de mercado e o beta um valor que representa a razão entre volatilidade da acção e do mercado. Tref pode tirar-se da yield de mercado das OT’s, o beta vem frequentemente publicado em vários sites. Falta saber o Rm.
Uma sugestão para um cálculo actualizado e simplificado do Rm poderia ser assim:
Pondera-se um PER médio ponderado através de cotação actualizada de todas as acções e da previsão mais recente de resultados. Poderia usar o P/CF mas vou assumir que o cash gerado em amortizações seja para reinvestimento. Esta é a expectativa actual do mercado em relação às empresas cotadas e a sua exigência de retorno presente.
Supondo um PER médio de 14,4 (que admito possa estar mal calculado) e admitindo que não há crescimento futuro de CF, ou então que nesse PER médio já está incluída essa expectativa de crescimento de CF’s futuros, podemos obter um valor para o risco de mercado que os agentes atribuem hoje:
V = CF/taxa => taxa = risco de mercado = 1/PER = 6,92%; O beta aqui é um porque se trata de uma carteira do PSI.
Desvantagens: em mercados em ebulição o PER médio sobe muito o que daria ideia de um risco de mercado muito baixo favorecendo um efeito bola de neve – baixa o risco, aumenta a avaliação, aumenta o preço. Da mesma forma, em mercados depressivos, o PER desce dando a expectativa de alto risco e diminuindo o preço também com efeito bola de neve.
Vantagens: é útil para uma estratégia de stock-picking. O risco de mercado é difícil de avaliar e o melhor mesmo é deixar que o mercado defina um valor, mas para esse valor podemos escolher um lote de acções que apresentem bons rácios de retorno/risco.
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Editado pela última vez por pdcarrico em 27/5/2010 16:14, num total de 1 vez.
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