Off Topic - 25 de Abril o falhanço da Democracia?
Sem a minima simpatia pelo antigo regime!
Sábado 24 Abr, 2010 11:08 am
MEMÓRIAS DO PORTUGAL RESPEITADO
Corria o ano da graça de 1962. A Embaixada de Portugal em Washington recebe pela mala diplomática um cheque de 3 milhões de dólares (em termos actuais algo parecido com € 50 milhões) com instruções para o encaminhar ao State Department para pagamento da primeira tranche do empréstimo feito pelos EUA a Portugal, ao abrigo do Plano Marshall.
O embaixador incumbiu-me – ao tempo era eu Primeiro Secretário da Embaixada – dessa missão.
Aberto o expediente, estabeleci contacto telefónico com a desk portuguesa, pedi para ser recebido e, a pedido do funcionário encarregado da desk, disse ao que ia. O colega americano ficou algo perturbado e, contra o costume, pediu tempo para responder. Recebeu-me nessa tarde, no final do expediente. Disse-me que certamente havia um mal entendido da parte do governo português. Nada havia ficado estabelecido quanto ao pagamento do empréstimo e não seria aquele o momento adequado para criar precedentes ou estabelecer doutrina na matéria. Aconselhou a devolver o cheque a Lisboa, sugerindo que o mesmo fosse depositado numa conta a abrir para o efeito num Banco português, até que algo fosse decidido sobre o destino a dar a tal dinheiro. De qualquer maneira, o dinheiro ficaria em Portugal. Não estava previsto o seu regresso aos EUA.
Transmiti imediatamente esta posição a Lisboa, pensando que a notícia seria bem recebida, sobretudo num altura em que o Tesouro Português estava a braços com os custos da guerra em África. Pensei mal. A resposta veio imediata e chispava lume. Não posso garantir a esta distância a exactidão dos termos mas era algo do tipo: "Pague já e exija recibo". No dia seguinte, sem aviso prévio, voltei à desk e comuniquei a posição de Lisboa.
Lançada estava a confusão no Foggy Bottom: - não havia precedentes, nunca ninguém tinha pago empréstimos do Plano Marshall; muitos consideravam que empréstimo, no caso, era mera descrição; nem o State Department, nem qualquer outro órgão federal, estava autorizado a receber verbas provenientes de amortizações deste tipo. O colega americano ainda balbuciou uma sugestão de alteração da posição de Lisboa mas fiz-lhe ver que não era alternativa a considerar. A decisão do governo português era irrevogável.
Reuniram-se então os cérebros da task force que estabelecia as práticas a seguir em casos sem precedentes e concluíram que o Secretário de Estado - ao tempo Dean Rusk - teria que pedir autorização ao Congresso para receber o pagamento português. E assim foi feito. Quando o pedido chegou ao Congresso atingiu implicitamente as mesas dos correspondentes dos meios de comunicação e fez manchete nos principais jornais. "Portugal, o país mais pequeno da Europa, faz questão de pagar o empréstimo do Plano Marshall"; "Salazar não quer ficar a dever ao tio Sam" e outros títulos do mesmo teor anunciavam aos leitores americanos que na Europa havia um país – Portugal – que respeitava os seus compromissos.
Anos mais tarde conheci o Dr. Aureliano Felísmino, Director-Geral perpétuo da Contabilidade Pública durante o salazarismo (e autor de umas famosas circulares conhecidas ao tempo por "Ordenações Felismínicas" as quais produziam mais efeito do que os decretos do governo). Aproveitei para lhe perguntar por que razão fizemos tanta questão de pagar o empréstimo que mais ninguém pagou. Respondeu-me empertigado: - "Um país pequeno só tem uma maneira de se fazer respeitar – é nada dever a quem quer que seja".
Lembrei-me desta gente e destas máximas quando há dias vi na televisão o nosso Presidente da República a ser enxovalhado pública e grosseiramente pelo seu congénere checo a propósito de dívidas acumuladas.
Eu ainda me lembro de tais coisas, mas a grande maioria dos Portugueses de hoje nem esse consolo tem.
Estoril, 18 de Abril de 2010
Luís Soares de Oliveira
Sábado 24 Abr, 2010 11:08 am
MEMÓRIAS DO PORTUGAL RESPEITADO
Corria o ano da graça de 1962. A Embaixada de Portugal em Washington recebe pela mala diplomática um cheque de 3 milhões de dólares (em termos actuais algo parecido com € 50 milhões) com instruções para o encaminhar ao State Department para pagamento da primeira tranche do empréstimo feito pelos EUA a Portugal, ao abrigo do Plano Marshall.
O embaixador incumbiu-me – ao tempo era eu Primeiro Secretário da Embaixada – dessa missão.
Aberto o expediente, estabeleci contacto telefónico com a desk portuguesa, pedi para ser recebido e, a pedido do funcionário encarregado da desk, disse ao que ia. O colega americano ficou algo perturbado e, contra o costume, pediu tempo para responder. Recebeu-me nessa tarde, no final do expediente. Disse-me que certamente havia um mal entendido da parte do governo português. Nada havia ficado estabelecido quanto ao pagamento do empréstimo e não seria aquele o momento adequado para criar precedentes ou estabelecer doutrina na matéria. Aconselhou a devolver o cheque a Lisboa, sugerindo que o mesmo fosse depositado numa conta a abrir para o efeito num Banco português, até que algo fosse decidido sobre o destino a dar a tal dinheiro. De qualquer maneira, o dinheiro ficaria em Portugal. Não estava previsto o seu regresso aos EUA.
Transmiti imediatamente esta posição a Lisboa, pensando que a notícia seria bem recebida, sobretudo num altura em que o Tesouro Português estava a braços com os custos da guerra em África. Pensei mal. A resposta veio imediata e chispava lume. Não posso garantir a esta distância a exactidão dos termos mas era algo do tipo: "Pague já e exija recibo". No dia seguinte, sem aviso prévio, voltei à desk e comuniquei a posição de Lisboa.
Lançada estava a confusão no Foggy Bottom: - não havia precedentes, nunca ninguém tinha pago empréstimos do Plano Marshall; muitos consideravam que empréstimo, no caso, era mera descrição; nem o State Department, nem qualquer outro órgão federal, estava autorizado a receber verbas provenientes de amortizações deste tipo. O colega americano ainda balbuciou uma sugestão de alteração da posição de Lisboa mas fiz-lhe ver que não era alternativa a considerar. A decisão do governo português era irrevogável.
Reuniram-se então os cérebros da task force que estabelecia as práticas a seguir em casos sem precedentes e concluíram que o Secretário de Estado - ao tempo Dean Rusk - teria que pedir autorização ao Congresso para receber o pagamento português. E assim foi feito. Quando o pedido chegou ao Congresso atingiu implicitamente as mesas dos correspondentes dos meios de comunicação e fez manchete nos principais jornais. "Portugal, o país mais pequeno da Europa, faz questão de pagar o empréstimo do Plano Marshall"; "Salazar não quer ficar a dever ao tio Sam" e outros títulos do mesmo teor anunciavam aos leitores americanos que na Europa havia um país – Portugal – que respeitava os seus compromissos.
Anos mais tarde conheci o Dr. Aureliano Felísmino, Director-Geral perpétuo da Contabilidade Pública durante o salazarismo (e autor de umas famosas circulares conhecidas ao tempo por "Ordenações Felismínicas" as quais produziam mais efeito do que os decretos do governo). Aproveitei para lhe perguntar por que razão fizemos tanta questão de pagar o empréstimo que mais ninguém pagou. Respondeu-me empertigado: - "Um país pequeno só tem uma maneira de se fazer respeitar – é nada dever a quem quer que seja".
Lembrei-me desta gente e destas máximas quando há dias vi na televisão o nosso Presidente da República a ser enxovalhado pública e grosseiramente pelo seu congénere checo a propósito de dívidas acumuladas.
Eu ainda me lembro de tais coisas, mas a grande maioria dos Portugueses de hoje nem esse consolo tem.
Estoril, 18 de Abril de 2010
Luís Soares de Oliveira
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democracia
É engracado como a maioria das pessoas aqui estabelecem uma relacao (por vezes indirecta) entre democracia e corrupcao.
As questoes que vos deixo para reflectir sao:
1) num sistema não democratico haverá menos tendencia para a corrupcao?
2) Democracia vs Democracia Portuguesa - temos nós uma democracia menos funcional que as outras democracias? Existe alguma democracia optima?
3) Qual a relacao entre a cultura de um país e o seu "nivel" democratico? Será por acaso que as democracias do sul da Europa são tendencialmente mais caoticas, corruptas e menos funcionais?
4) O peso do estado no país não afecta o "desempenho" da propria democracia?
5) Ao excluirmos a democracia, que outro regimes escolheriamos?
As questoes que vos deixo para reflectir sao:
1) num sistema não democratico haverá menos tendencia para a corrupcao?
2) Democracia vs Democracia Portuguesa - temos nós uma democracia menos funcional que as outras democracias? Existe alguma democracia optima?
3) Qual a relacao entre a cultura de um país e o seu "nivel" democratico? Será por acaso que as democracias do sul da Europa são tendencialmente mais caoticas, corruptas e menos funcionais?
4) O peso do estado no país não afecta o "desempenho" da propria democracia?
5) Ao excluirmos a democracia, que outro regimes escolheriamos?
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elbmurcs Escreveu:Democracia supõe igualdade, fraternidade, etc.
O mote do partido Comunista era a separação dos fascistas, como se fossem seres de outra galáxia. Mesmo que tivessem 1 pequeno negócio, e que se levantassem todos os dias às 7 da manhã como todos os trabalhadores. A minha terra é bastante comunista, e é engraçado que desde a minha infância que vejo sempre a mesma gente encostada às esquinas, a jogar à bisca às 15 da tarde.
Muito interessante este filme:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Torre_Bela_%28filme%29
Se alguém souber onde arranjar, agradecia.
A democracia não pode ser considerada um resultado do Comunismo, do Capitalismo ou de qualquer outra política.
A democracia deve ser o resultado de um povo que tenta ver que a sua maior riqueza é o seu povo e a sua cultura, e nesse sentido deverá tentar criar condições para que:
- todas as pessoas tenham trabalho
- todas as profissões sejam respeitadas e como iguais (não podendo ser criados salários muito desnívelados, entre a mesma ou áreas diferentes)
- todos os empregos respeitem os funcionários no horário
- exista uma responsabilização social onde a própria sociedade é responsável por ela mesma (garantindo qualidade de vida na velhice)
- em suma, aproveitar o de melhor que a Dinamarca tem, pois afinal de contas não nos interessa a todos criar um país rico apenas para alguns, ou criar um país rico apenas com metade das pessoas a trabalhar (afinal de contas trabalhar não deve ser encarado como um privilégio ou obrigação, mas sim como uma necessidade humana para que as pessoas se sintam úteis à sociedade e como pessoas)
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Democracia supõe igualdade, fraternidade, etc.
O mote do partido Comunista era a separação dos fascistas, como se fossem seres de outra galáxia. Mesmo que tivessem 1 pequeno negócio, e que se levantassem todos os dias às 7 da manhã como todos os trabalhadores. A minha terra é bastante comunista, e é engraçado que desde a minha infância que vejo sempre a mesma gente encostada às esquinas, a jogar à bisca às 15 da tarde.
Muito interessante este filme:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Torre_Bela_%28filme%29
Se alguém souber onde arranjar, agradecia.
O mote do partido Comunista era a separação dos fascistas, como se fossem seres de outra galáxia. Mesmo que tivessem 1 pequeno negócio, e que se levantassem todos os dias às 7 da manhã como todos os trabalhadores. A minha terra é bastante comunista, e é engraçado que desde a minha infância que vejo sempre a mesma gente encostada às esquinas, a jogar à bisca às 15 da tarde.
Muito interessante este filme:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Torre_Bela_%28filme%29
Se alguém souber onde arranjar, agradecia.
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Marco Martins Escreveu:
O mais importante seria aprovarem o que o Cravinho já tinha sugerido e que no parlamento irritou bastante o PM (perceba-se lá porque!!!), que seria cada pessoa ter de justificar as suas posses.
Será assim tão complicado? Acho que tudo aquilo que o Zé Povinho ganha, recebe, herda, vende, ou declara... será simples de
O mais importante seria as pessoas quererem de facto resolver os problemas.
Sejam eles a corrupção ou outro qualquejustificar... quanto à seriedade daqueles que roubam o Zé Povinho, desses nada posso dizer...
r.
O que favorece a corrupção é o excesso de regras, de normas, de regulação, de burocracia.
Se eu te obrigar a apresentar 30 papeis, 2 licenças, 4 vistorias, 5 taxas, e 250 regras para tu desempenhares uma tarefa no âmbito da tua actividade empresarial, e se para cada uma delas eu criar uma razoável morosidade, não só não te estou a facilitar a vida, como estou a criar um bom isco para tu começares a tentar untar as mãos de quem te possa aligeirar esses processos, a começar por mim.
Fui eu o culpado de tu te sentires na necessidade de começar a corromper.
Claro que não vou admitir esse facto, vou justificar cada papel, cada taxa, cada vistoria, cada entrave que criei com conversa muito técnica, muito esotérica, vou exigir muitas certificações para se entrar nos meandros em que eu me movo, e tenho a vida côr de rosa.
Vou inventar ASAEs e derivados, vou proibir isto aquilo e o outro, vou criar um regulador, vou meter amigos, primos, afilhados e afins nessa pirâmide burocrática e vou deliciar-me a ver-te transpirar cada vez que precisares de mim ou dos meus serviços.
No discurso vou falar em reformas, mas não vou reformar ponta de um cauda. Vou falar em agilizar mas é tudo tanga porque isso não me interessa de todo, vou criar uma comissão para estudar essa reforma mas vou miná-la por dentro com uns amigos especiais controlados por mim que vão zelar para que fique tudo igual e estou garantido.
Vou ter os meus defensores, sobretudo aqueles a quem dei regalias especiais e que vão defender a minha imagem como cães de fila.
Se houver algum escândalo, crio um facto lateral para desviar as atenções e durmo que nem um anjo.
O culpado sou eu.
Diferente seria se eu te facilitasse a vida.
Se te exigisse um minimo razoável e depois deixasse o mercado decidir o que tu efectivamente vales.
Faliste? Não venhas ter comigo, o problema é teu que não foste competente. Começa de novo.
Serás substituido por outro que terá as mesmas condições que tu tiveste e que tentará ser melhor que tu.
Neste caso eu não teria sítio onde meter os amigos, os afilhados e a família porque não me deves nada e eu não posso pedir-te nada.
Mas uma coisa posso garantir-te, a tua vida seria mais fácil, à custa da minha ser apenas um pouco pior, mas nenhum de nós teria razão de queixa um do outro e a sociedade seria mais justa.
Nunca ias ter motivo para corromper nada nem ninguém.
Lion_Heart Escreveu:Antes do mais vou dizer porque razão alterei os meus post , que inicialmente eram sobre mercados , bolsa e empresas para post sobre a actualidade politica e economica.
A bolsa ja vem de longe, e até ja fui profissional dos mercados como trader.
No entanto estou relativamente afastado do mercado accionista no momento.
Depois, discutir se uma acção vai subir ou descer , AT ou AF é como estar a discutir o sexo doa anjos, cada um vai ter uma opinião diferente.
Depois em virtude de estar cada vez mais velho, deixamos de encarar tudo como um mar de rosas e começamos a ver os espinhos.
E infelizmente em Portugal , espinhos não faltam.
Eu ao contrario da maioria resolvi falar sobre estes assuntos que interessam a todos nós mas poucos tem a coragem de o fazer.
Eu sou Português , sempre fui e sempre serei.
Tenho orgulho na História deste País .
Agora hoje em dia tenho vergonha e revolta por ver o estado a que as coisas chegaram.
Ser a chacota da Europa, os pobrezinhos e coitadinhos de mão estendida ja é demais.
Estar a empobrecer uma grande maioria de todos nós enquanto outros nunca viveram com tanto luxo.
Não é democratico.
Este é exactamente o sentimento portugues que existia no fim da Monarquia perto de 1900 e que fez acelerar a República.
Ou seja, o rei era um banana que se rebaixava perante as exigências inglesas... e o orgulho portugues estava ferido!!!
Quando se diz que vivemos tempos "difíceis" estes podem-se ainda tornar mais negros...
Neste momento se existir um movimento contra corruptos que comecem a fazer justiça pelas próprias mãos, eu participarei...
O respeito deve ser dado aqueles que o fazem por merecer... pois essa é que é a democracia pela qual nos devemos reger.
Em virtude da corrupção, foi recentemente aprovado no parlamento mais um pacote de areia para os olhos das pessoas...
O mais importante seria aprovarem o que o Cravinho já tinha sugerido e que no parlamento irritou bastante o PM (perceba-se lá porque!!!), que seria cada pessoa ter de justificar as suas posses.
Será assim tão complicado? Acho que tudo aquilo que o Zé Povinho ganha, recebe, herda, vende, ou declara... será simples de justificar... quanto à seriedade daqueles que roubam o Zé Povinho, desses nada posso dizer...
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O 25 de Abril foi sim o falhanço da ditadura
As pessoas são tão ingénuas e tão agarradas aos seus interesses imediatos que um vigarista hábil consegue sempre que um grande número delas se deixe enganar.
Niccolò Machiavelli
http://www.facebook.com/atomez
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mais_um Escreveu:
Agora o que tu fizeste (e infelizmente não és o unico) foi deturpar os factos e fazer afirmações incorrectas e sem as fundamentar!
Porque é que te estás a esquecer que o senhor em causa foi condenado no tribunal de primeira instância?
Tenho que fundamentar o quê?
Que houve pelo menos um juiz que deu como provados os factos e o condenou?
JLMF Escreveu:
1 – A abstenção é como a palavra indica uma atitude de alguém que não participa e opta por não afirmar ou actuar.
Distinguir dentro do total abstinente quem não vota porque foi para a praia, ficou na cama, já morreu, está mal recenseado, está preso, está ausente no estrangeiro, é preguiçoso, não quer saber, não tem consciência cívica, foi impedido por motivos profissionais, não sabia que era dia de eleições, nuca aprendeu o que é isso de eleições, o marido ou a mulher não permitem que vote, etc., dos que não votam como forma de protesto, é impossível e todos ficam no mesmo saco, ora eu pessoalmente gosto de escolher o saco em que me meto antes que mo escolham por mim.
Na prática o voto em branco consegue ser mais inútil que a abstenção. A única diferença é do ponto de vista formal no que ao acto eleitoral diz respeito.
Se votas em branco só actuas em termos estatísticos, nãao eleges nada, não dizes nada e ninguém quer saber o que estás a tentar dizer.
O teu argumento é meramente teórico e tem pragmatismo Zero.
JLMF Escreveu:2 – Penso que é fácil entender porque é que os políticos apelam ao voto em detrimento da abstenção. Podemos conjecturar mas apontando algumas hipóteses, será talvez porque indirectamente estão a apelar que votem neles, vemos isso nas campanhas, também porque lhes faz bem á consciência armarem-se em defensores da democracia com pretensa autoridade paternal ensinando aos demais o que estes devem fazer como que a indicar-lhes o caminho.
Depois, que lógica teria um politico em campanha apelar ao voto em branco? Só se não quisesse capitalizar votos, perder e fazer perder os outros, e até já houve casos destes, mas dos que estamos a falar, só se fossem ainda mais cínicos do que já são.
E digo isto, porque de facto se a abstenção pode ser motivada por aquilo que quiserem que seja, a percentagem de votos em branco é, comparada com os restantes resultados apurados, um verdadeiro sinal demonstrativo...
Um verdadeiro sinal demonstrativo de coisa nenhuma, em termos práticos como já referi.
Há uma coisa que esqueces.
Imagina que és candidato e és eleito por um circulo eleitoral de 100 eleitores. Há 2 que votam e 98 que decidem não votar.
Dos 2 que votaram, 1 vota em ti e o outro vota em branco.
Na prática tivemos uma abstenção de 98%.
Tu foste eleito com 50% dos votos e estás contente (ou talvez não).
O outro voto foi em branco.
Neste cenário o voto em branco foi completamente inútil e não te deve merecer um segundo de atenção sequer.
Mas a abstenção teve um peso descomunal e a tua vitória eleitoral dá-te mais legitimidade para estares caladinho do que para vires para a rua festejar uma eleição que foi um desastre. No entanto foste eleito com 50% dos votos.
É por esta razão que os argumentos de ter cumprido um direito cívico pelo facto de se votar em branco, ao contrário dos outros que não votam, são conversa de uma mão cheia de nada.
JLMF Escreveu:3 –
Pergunto eu se estas duas situações são semelhantes ou qual delas terá mais impacto numas eleições?
A) Abstenção 51%, partidos 49%.
B) Votos brancos 51%, partidos 49%
Em A) 100% dos eleitores votaram em partidos.
Em B) apenas 49% dos eleitores votaram em partidos.
É obvio que são diferentes.
No caso A a abstenção ganhou as eleições. A verificar-se criaria algum mau estar.
O caso B é tão improvável que se calhar é mais fácil caír-te um Boeing 747 no prato da sopa. Ainda assim, mesmo que se verificasse nãi ia causar mau estar nenhum. Ninguém ia querer saber a não ser talvez um ou outro analista um pouco mais escrupuloso.
JLMF Escreveu:Reduzam o numero de cargos políticos e dirigentes públicos, desde deputados a vereadores, de secretários de Estado a chefes de gabinetes, de presidentes de institutos a chefes de serviço, etc., que perfazem muitas dezenas de milhares e em cada eleição são mais uns milhares, de competência aleatória, que ficarão com benesses e reformas e mais não sei o quê e substituam-nos por algumas centenas de bons gestores, economistas, técnicos, etc. com provas dadas no privado e com os mesmos ordenados que auferem mesmo que sejam de 40.000€ para cima e se o problema é não poderem ganhar mais que o Presidente da Republica, que O ponham com mais 100€ que o melhor remunerado e, sairemos beneficiados com a troca.
You're dreaming aren't you?
Editado pela última vez por Jolly Roger em 24/4/2010 4:27, num total de 2 vezes.
Re: Off Topic - 25 de Abril o falhanço da Democracia?
mais_um Escreveu: Penso que não será abuso deduzir das tuas palavras que consideras que democracia é apenas expressar opiniões e pensamentos livremente?
Por acaso até é abusivo. Eu só dei um exemplo que porventura é um sinonimo da ditadura (esquerda ou direita) a liberdade de expressão. É obvio que existem muitos outros, como falamos em baixo.
mais_um Escreveu:Bom, não vou tentar provar-te que a tua noção de democracia não é correcta (do ponto de vista formal ) mas vou partilhar contigo o que é para mim democracia (que também não é correcta do ponto de vista formal).
Para mim democracia é um sistema de governo/politico onde existe separação de poderes, onde há liberdade de circulação de pessoas, onde as pessoas não são perseguidas (legalmente) pelas suas opiniões, onde podemos contribuir para escolher que governa, etc....
Assim considero que em Portugal há democracia e melhoramos muito nos ultimos 36 anos. Não encontro por parte do Estado (leis )que promovam a perseguição ou intimidem pessoas pelas suas opiniões. Assim discordo da tua opinião que não há democracia porque as pessoas tem medo de falar.
As pessoas podem ter medo de falar por varios motivos (medo de perder o emprego, abuso de poder ( não tem nada a ver com Estado), etc..), mas em Portugal nenhum deles tem a ver com democracia.
A democracia falhou? Não sei, para falhar tinha que ter um objectivo, qual era o objectivo? Viver melhor? Sim vivemos claramente melhor agora do que à 36 anos.
Podia-se estar melhor? Sim, penso que sim, era possivel estar melhor mas não é por isso que considero que democracia falhou.
A democracia tem muitos defeitos um deles é:o facto de permitir que objectivos lançados por um governo a longo prazo, mesmo que sejam essenciais para o progresso/bem estar dos cidadãos, possam ser postos de lado pelo governo seguinte, adiando assim decisões importantes, ou seja, não permite que haja um rumo para a nação em causa.
E este problema tem tido bastante impacto no nosso país.
Considero que a classe dirigente (politica )em Portugal é fraquinha, tem demasiadas benesses para o que dão em troca, a maior parte deles não tem a noção da realidade do dia a dia. Há afirmações dos deputados (de todos os partidos )que é de meter os cabelos em pé de qualquer pessoa que tenha 2 dedos de testa!
Defendo uma maior responsabilização dos politicos, quer criminalmente (pode ter um efeito perverso que é não fazerem nada para não serem responsabilizados..), quer politicamente.
Mas já agora, não queres partilhar as tuas ideias para tentar alterar o que tu consideras que está mal?
Antes de começar a comentar as tuas palavras vou dar-te a minha ideia e que ja a disse aqui no caldeirão da principal razão porque o 25 de Abril falhou.
O 25 de Abril falhou no seguinte: não limpou o País dos verdadeiros donos do poder. Va la elminou alguns mas não os principais.
Os verdadeiros senhores do poder continuam hoje a controlar o País a seu belo prazer mas supostamente de uma forma mais "democratica".
Efectivamente os tres pilares da Democracia :
Poder executivo , legislativo e judicial tem que ser independentes uns dos outros. Ora aqui isso não acontece. Quanto ao resto ,circulação , voto , opiniões , até te dou razão mas com condicionantes .
A democracia esta directamente relacionada com o capitalismo . Para mim a essencia do capitalismo é permitir que a riqueza seja distribuida pelo maior numero de pessoas possivel atraves da concorrencia e oferta e que qualquer pessoa tenha oportunidade para vencer na vida pelo seu esforço. Isso aqui é muito limitado.
Nunca compreendi porque em Portugal um empresario ou um gestor (dos pequenos é claro) que resolveu arriscar, tentar melhorar a sua vida e a dos seus e contribuir para o crescimento do seu País , se lhe corre bem paga impostos que nunca mais acabam, se corre mal, deu cabo da sua vida .
E os grandes gestores e politicos que literalmente destroem este País e causam milhões de prejuizo entram e saem como se nada fosse.
Isto é democracia?
Depois temos uma coisa muito curiosa, que é em pleno sec. XXI e num País Europeu (devemos ser mesmo os únicos) a esquerda radical a anti-democrática (digam o que disserem a essencia politica e ideologica desse partidos não é a democracia) tem 20% dos votos. Enfim!
A genese do 25 de Abril foi conseguida ( devolver a liberdade ao povo ). Faltou foi implantar um sistema democratico.
Editado pela última vez por Lion_Heart em 24/4/2010 2:59, num total de 1 vez.
" Richard's prowess and courage in battle earned him the nickname Coeur De Lion ("heart of the lion")"
Lion_Heart
Lion_Heart
Re: Off Topic - 25 de Abril o falhanço da Democracia?
Lion_Heart Escreveu:Ora bom, ja que estamos perto de esta famosa data para a história de Portugal gostava de saber a vossa opinião sobre o estado da democracia que se vive hoje em dia.
Para mim é facil, Democracia aqui não existe. E digo porque. São muito poucos os Portugueses que ousam livremente e sem medo expressar as suas opiniões e pensamentos.
Penso que não será abuso deduzir das tuas palavras que consideras que democracia é apenas expressar opiniões e pensamentos livremente?
E que em Portugal tal não é possivel?
Bom, não vou tentar provar-te que a tua noção de democracia não é correcta (do ponto de vista formal ) mas vou partilhar contigo o que é para mim democracia (que também não é correcta do ponto de vista formal).
Para mim democracia é um sistema de governo/politico onde existe separação de poderes, onde há liberdade de circulação de pessoas, onde as pessoas não são perseguidas (legalmente) pelas suas opiniões, onde podemos contribuir para escolher que governa, etc....
Assim considero que em Portugal há democracia e melhoramos muito nos ultimos 36 anos. Não encontro por parte do Estado (leis )que promovam a perseguição ou intimidem pessoas pelas suas opiniões. Assim discordo da tua opinião que não há democracia porque as pessoas tem medo de falar.
As pessoas podem ter medo de falar por varios motivos (medo de perder o emprego, abuso de poder ( não tem nada a ver com Estado), etc..), mas em Portugal nenhum deles tem a ver com democracia.
A democracia falhou? Não sei, para falhar tinha que ter um objectivo, qual era o objectivo? Viver melhor? Sim vivemos claramente melhor agora do que à 36 anos.
Podia-se estar melhor? Sim, penso que sim, era possivel estar melhor mas não é por isso que considero que democracia falhou.
A democracia tem muitos defeitos um deles é:
o facto de permitir que objectivos lançados por um governo a longo prazo, mesmo que sejam essenciais para o progresso/bem estar dos cidadãos, possam ser postos de lado pelo governo seguinte, adiando assim decisões importantes, ou seja, não permite que haja um rumo para a nação em causa.
E este problema tem tido bastante impacto no nosso país.
Considero que a classe dirigente (politica )em Portugal é fraquinha, tem demasiadas benesses para o que dão em troca, a maior parte deles não tem a noção da realidade do dia a dia. Há afirmações dos deputados (de todos os partidos )que é de meter os cabelos em pé de qualquer pessoa que tenha 2 dedos de testa!
Defendo uma maior responsabilização dos politicos, quer criminalmente (pode ter um efeito perverso que é não fazerem nada para não serem responsabilizados..), quer politicamente.
Mas já agora, não queres partilhar as tuas ideias para tentar alterar o que tu consideras que está mal?
"Só duas coisas são infinitas, o universo e a estupidez humana. Mas no que respeita ao universo ainda não tenho a certeza" Einstein
“Com os actuais meios de acesso à informação, a ignorância não é uma fatalidade, mas uma escolha pessoal" Eu
“Com os actuais meios de acesso à informação, a ignorância não é uma fatalidade, mas uma escolha pessoal" Eu
Jolly Roger Escreveu:mais_um Escreveu:
Pois, esse é um dos nossos problemas, qualquer português que se preze é "especialista" em tudo e mais alguma coisa, ele é arbitro, ele é treinador, ele é juiz, ele é economista, ele é médico, etc...
Há uma coisa que se chama senso comum e a tua exposição parece querer condenar ao silêncio todo aquele que não tenha credenciais numa área, seja ela qual for.
É mais ou menos tipo - Mas tu és economista? Não? Então está caladinho e não digas disparates.
Ou... - Mas és jurista? Não? Então está calado e deixa isso para os especialistas e iluminados na matéria.
Não disse nem insinuei algo semelhante!!!
As pessoas devem pensar pela sua cabeça questionar, etc...dar a sua opinião devidamente fundamentada, isto é o que eu defendo e tento fazer não só aqui no forum como no meu dia a dia.
Pegando no exemplo que referiste do Domingos Povoa, quando o caso surgiu na comunicação social pensei que era um caso claro de corrupção, porquê? Porque foi isso que a comunicação social insinou durante varias semanas, não me inteirei dos factos, não fui ler a lei, etc...mas não andei a afirmar que ele era corrupto, não tinha elementos para o afirmar, logo não podia nem devia fazer acusações.
Agora o que tu fizeste (e infelizmente não és o unico) foi deturpar os factos e fazer afirmações incorrectas e sem as fundamentar!
Jolly Roger Escreveu:Refiro-me ao senhor empresário Domingos Névoa e às tentativas de corromper José Sá Fernandes através do irmão Ricardo.
Ora como a lei deste país a fingir, fala em corromper titular de cargo político e não especifica que isso pode ser feito através de terceira pessoa que não sendo ela mesmo corrompível, pode ser irmão, tio, sobrinho, primo ou "whatever" do tipo que se pretende corromper, o douto juiz pronunciou-se pela absolvição apesar de ter sido tudo dado como provado.
A absolvição não foi pelo que tu escreveste, mas sim:
A decisão do tribunal superior assenta no pressuposto de que Domingos Névoa terá oferecido a José Sá Fernandes, por intermédio do irmão advogado, Ricardo Sá Fernandes, 200 mil euros em troca de dois actos: desistir de uma acção popular no Tribunal Administrativo de Lisboa que travou o negócio com a Câmara de Lisboa de permuta de terrenos com o Parque Mayer; e fazer uma declaração pública, na Câmara, a atestar a legalidade do negócio.
Neste enquadramento, os magistrados concordam que não estava em causa um pedido de desvio das funções de José Sá Fernandes enquanto vereador, uma vez que a acção em tribunal foi apresentada em tribunal na qualidade de cidadão e num momento em que ainda não era vereador da oposição.
Por outro lado, a prestação de declarações públicas também não faz parte das incumbências legais de um vereador, faltando, portanto, a prática de actos contrários ao dever do cargo - requisito do crime de corrupção, ainda que para acto lícito.
já agora, ao contrario do que esreveste a lei até condena as tentativas de corrupção por 3ª pessoa:
Artigo 3º Corrupção activa
1. Para efeitos da presente convenção, constitui corrupção activa o facto de uma pessoa prometer ou dar intencionalmente, de forma directa ou por interposta pessoa, uma vantagem de qualquer natureza a um funcionário, para este ou para terceiros, para que pratique ou se abstenha de praticar, em violação dos deveres do seu cargo, actos que caibam nas suas funções ou no exercício das mesmas.
Jolly Roger Escreveu:Mas depois vem o mas.
É que os resultados obtidos pelos especialistas acabam por se revelar muito fraquinhos.
Então de que serve a especialidade? Só para isto?
É curto.
Especialmente quando discordamos dos resultados


Jolly Roger Escreveu:As pessoas sentem.
As pessoas pensam porque têm cérebro.
E quando surge o sentimento generalizado de que algo está mal, isso quer dizer que é muito natural que esteja mesmo mal.
E agora onde ficou o cerebero para julgar que o arbitro até se pode ter enganado ou até pode ter ajuizado bem e nós não reparamos ou até porque não percebemos nada do assunto???
Jolly Roger Escreveu:mais_um Escreveu:
Neste caso concreto vi uma reportagem sobre corrupção em Portugal que mostrou transcrições de conversas, depoimentos de algumas pessoas etc. e as notícias de ontem. Não vi o canal de televisão até agora ser processado por ter dito tudo aquilo. A reportagem foi insultuosa?
Não, em parte alguma foi afirmado que ele é corrupto, "apenas" foi insinuado, esse é o truque da comunicação social e não só, insinua-se e depois deixa-se a ignorancia, a inveja e a imaginação das pessoas funcionar. Não é preciso mais para destruir uma figura publica e mesmo quando se pisa o risco só custa 50 mil €, é o maximo que até hoje em portugal, um orgão de comunicação social foi condenado por difamação.
Um exemplo bem recente foi a historia da reforma do Manuel Alegre, o correio da manhã só pagou 50 mil € por ter inventado a historia, passado 3 anos. Mas a noticia saiu na altura da campanha das presidencias....coincidência, garantidamente!!!
Jolly Roger Escreveu:Por ultimo dizeres-me que foste investigar e que achas que o juiz tem razão é mais um indício interessante.
Sim, usei o cerebro, pensei, não é para isso que dizes que ele serve?
Já agora lanço-te um desafio, tens a lei, tens os factos, explica o que ele fez contra a lei, fundamenta a tua afirmação de que ele é corrupto.
Jolly Roger Escreveu:O que as pessoas retêm como certo é que em Portugal ninguém é condenado por corrupção. E essa é que é a grande questão, muito mais importante de saber neste caso em concreto quem tem razão ou não.
Sim, é verdade, eu também tenho essa percepção, (nem sempre as percepções correspondem à realidade) mas não é por isso que vou considerar alguém criminoso sem ter provas, especialmente quando um conjunto de especialistas (os juizes do tribunal da relação )o afirma e justifica porquê, ao contrario de quem diz o contrario.
Já agora estou curioso de saber se alguém vai recorrer, o Sá Fernades ou o MP. Se o fizerem e o tribunal a seguir decidir em sentido contrario há-de justificar porquê.
"Só duas coisas são infinitas, o universo e a estupidez humana. Mas no que respeita ao universo ainda não tenho a certeza" Einstein
“Com os actuais meios de acesso à informação, a ignorância não é uma fatalidade, mas uma escolha pessoal" Eu
“Com os actuais meios de acesso à informação, a ignorância não é uma fatalidade, mas uma escolha pessoal" Eu
Caro M.Antonio
Discordo , já o sao hoje mais que arcaicos não respondem aos desafios actuais .
Cumprimentos
Discordo , já o sao hoje mais que arcaicos não respondem aos desafios actuais .
Cumprimentos
MarcoAntonio Escreveu:Os sistemas políticos actuais vão-nos parecer dentro de uns séculos tão arcaicos quanto nos parecem agora arcaicos os sistemas medievais ou da antiguidade.
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Jolly Roger Escreveu:Agora fizeste sentido.
Só não consigo concordar contigo na tua tese de que quem não vota porque conscientemente assim o decide, deve perder os direitos de contestação, ou de opinião ainda que moralmente falando.
Se houvesse uma lei que dissesse que votar era obrigatório ainda podia fazer sentido, mas não há.
A moeda tem dois lados e pode saír cara ou coroa, mas também existe a possibilidade de não querer mandar a moeda ao ar. Simples.
Desde o 25 de Abril que se criou essa tendência de puxar as pessoas para votar. Até o presidente da República faz uma comunicação ao país a pedir às pessoas que votem, portanto eu percebo a tua dificuldade em aceitar a minha posição. É uma questão de mentalidade e de ter andado anos a ouvir dizer sempre a mesma coisa - votem porque sim.
Eu lamento, mas não voto porque não.
Jolly Roger Escreveu:
A verdade é que nunca vi nenhum político dizer uma única palavra sobre os votos em branco.
Em nenhuma eleição e em nenhum partido.
Pelo contrário já ouvi alguns políticos dizerem que a abstenção em Portugal é preocupante ou atingiu aqui e ali níveis preocupantes e que talvez se devesse reflectir sobre isso por forma a fazer alguma coisa.
Sem qualquer pretensão, isso parece indicar que a tua posição nada lhes diz, enquanto a minha parece que os incomoda.
Quando me abstenho o que estou a dizer é - Mudem lá o jogo porque este já não me apetece jogar mais. Ganha sempre o mesmo.
Pois, temos opiniões diferentes e ainda bem.
Eu detalho um pouco mais a minha, neste aspecto do voto em branco versus abstenção:
1 – A abstenção é como a palavra indica uma atitude de alguém que não participa e opta por não afirmar ou actuar.
Distinguir dentro do total abstinente quem não vota porque foi para a praia, ficou na cama, já morreu, está mal recenseado, está preso, está ausente no estrangeiro, é preguiçoso, não quer saber, não tem consciência cívica, foi impedido por motivos profissionais, não sabia que era dia de eleições, nuca aprendeu o que é isso de eleições, o marido ou a mulher não permitem que vote, etc., dos que não votam como forma de protesto, é impossível e todos ficam no mesmo saco, ora eu pessoalmente gosto de escolher o saco em que me meto antes que mo escolham por mim.
Ao votar em branco, penso que todas as hipóteses anteriores estão implicitamente afastadas e o significado do voto é claro. Evidentemente não defendo os votos nulos propositados.
2 – Penso que é fácil entender porque é que os políticos apelam ao voto em detrimento da abstenção. Podemos conjecturar mas apontando algumas hipóteses, será talvez porque indirectamente estão a apelar que votem neles, vemos isso nas campanhas, também porque lhes faz bem á consciência armarem-se em defensores da democracia com pretensa autoridade paternal ensinando aos demais o que estes devem fazer como que a indicar-lhes o caminho.
Depois, que lógica teria um politico em campanha apelar ao voto em branco? Só se não quisesse capitalizar votos, perder e fazer perder os outros, e até já houve casos destes, mas dos que estamos a falar, só se fossem ainda mais cínicos do que já são.
E digo isto, porque de facto se a abstenção pode ser motivada por aquilo que quiserem que seja, a percentagem de votos em branco é, comparada com os restantes resultados apurados, um verdadeiro sinal demonstrativo de quanto os votantes não se identificam com nenhuma das alternativas propostas.
Alem do mais eu não engulo sem digerir o que se diz e muito menos se são políticos a verbalizar e ainda por cima em campanha e estranho que dê assim tanta importância aquilo que os políticos apelam q que se faça, sem o mínimo tentar entender o que eles querem dizer efectivamente.
3 – Agora e porque estou com preguiça, transcrevo uma parte de texto de num artigo do Publico:
- “No caso das presidenciais, o voto em branco é irrelevante para o apuramento final dos resultados, já que a Lei Eleitoral do Presidente da República estipula que "será eleito o candidato que obtiver mais de metade dos votos validamente expressos, não se considerando como tal os votos em branco".
A diferença é que em todos os outros tipos de eleição o voto em branco, tal como o nulo, apesar de não contar para a distribuição de mandatos, constitui uma percentagem no total dos votos apurados.
Na eleição presidencial, os votos em branco e nulos são excluídos do apuramento final dos resultados, chegando-se aos 100 por cento apenas com os votos expressos em cada um dos candidatos.”
Pergunto eu se estas duas situações são semelhantes ou qual delas terá mais impacto numas eleições?
A) Abstenção 51%, partidos 49%.
B) Votos brancos 51%, partidos 49%
Em A) 100% dos eleitores votaram em partidos.
Em B) apenas 49% dos eleitores votaram em partidos.
Posto isto, que para mim é importante, o que no entanto me merece mais atenção é o que já referi antes.
Reduzam o numero de cargos políticos e dirigentes públicos, desde deputados a vereadores, de secretários de Estado a chefes de gabinetes, de presidentes de institutos a chefes de serviço, etc., que perfazem muitas dezenas de milhares e em cada eleição são mais uns milhares, de competência aleatória, que ficarão com benesses e reformas e mais não sei o quê e substituam-nos por algumas centenas de bons gestores, economistas, técnicos, etc. com provas dadas no privado e com os mesmos ordenados que auferem mesmo que sejam de 40.000€ para cima e se o problema é não poderem ganhar mais que o Presidente da Republica, que O ponham com mais 100€ que o melhor remunerado e, sairemos beneficiados com a troca.
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Os sistemas políticos actuais vão-nos parecer dentro de uns séculos tão arcaicos quanto nos parecem agora arcaicos os sistemas medievais ou da antiguidade.
FLOP - Fundamental Laws Of Profit
1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
JLMF Escreveu:
Quando não votei em qualquer um dos proponentes, com o meu voto em branco votei contra tudo isto e se me abstivesse estaria a dar o meu ámen a tudo e a todos.
A verdade é que nunca vi nenhum político dizer uma única palavra sobre os votos em branco.
Em nenhuma eleição e em nenhum partido.
Pelo contrário já ouvi alguns políticos dizerem que a abstenção em Portugal é preocupante ou atingiu aqui e ali níveis preocupantes e que talvez se devesse reflectir sobre isso por forma a fazer alguma coisa.
Sem qualquer pretensão, isso parece indicar que a tua posição nada lhes diz, enquanto a minha parece que os incomoda.
Quando me abstenho o que estou a dizer é - Mudem lá o jogo porque este já não me apetece jogar mais. Ganha sempre o mesmo.
JLMF Escreveu:Não há nenhuma lei em Portugal que iniba de direitos quem não vota, assim como também em Portugal não há qualquer tipo de penalizações monetárias, cívicas ou fiscais para quem se priva desse direito ou dever como dizem alguns.
Eu sempre votei, talvez maioritariamente em branco. Mas nunca me privei de exercer um direito sentindo-me por isso implicado no sistema que é apelidado de democracia participativa. Custa-me a entender como é que alguém que não participa se sente com o direito, moral, de exigir ou criticar, mas repito direito moral porque legalmente não existe distinção.
De uma forma diminutiva, se eu pertenço a uma associação qualquer e não participo, não voto, etc., como é que depois vou sentir autoridade moral para contribuir de alguma forma com a minha critica para afirmar os meus pontos de vista em relação á respectiva vida associativa?
Votei em branco por não encontrar nenhuma proposta correspondente ao que anseio ou por deficiente conhecimento ou compreensão das alternativas existentes e recuso-me a passar um cheque a algo ou alguém que eu não possa posteriormente defender como executante com a minha contribuição.
Se a nossa caminhada como povo com conhecimento das instituições e exigente com quem as lidera ainda é muito recente, penso que já seria altura de a maioria de nós estarmos preparados para evitar certos descalabros, afinal já passaram quase duas gerações, e sobretudo porque á excepção da Espanha, estamos inseridos num bloco de países que nos precederam e alguma coisa podíamos ter aprendido acelerando o processo.
Do outro lado temos uma classe politica e judicial que se permite continuar a tratar prioritariamente o umbigo pessoal muito á custa desta permissividade e para isso em muito contribuem os que se abstêm.
Se em lugar de termos um sistema com milhares de “políticos” eleitos em cada fornada e que na maioria das vezes desprezam e retomam sem continuidade o pouco trabalho positivo que alguns, poucos, se atreveram a realizar durante os anteriores 4 anos, tivéssemos 1/10 do numero desses pára-quedistas, mas em verdadeiros gestores, técnicos, economistas, etc., mesmo que a ganhar 10 vezes mais, pelo menos tanto quanto no privado, penso que seriamos melhor servidos e a continuar desta forma estou convicto que serão sempre os menos capazes a dirigir o nosso destino como país, porque alem do mais, mesmo que alguns com valor em competência, arrisquem por amor á camisola, a experiencia, e prescindindo de 9/10 da remuneração, num ou noutro ministério ou serviço publico, depressa são corridos ou desincentivados porque estarão a incomodar os instalados, com a demonstração de qual o verdadeiro valor destes últimos, que se sentirão ameaçados.
Já tivemos exemplos destes e alguns dos protagonistas não tiveram qualquer problema em retomar o seu lugar no privado e recuperar o seu anterior nível de remunerações. Os instalados esses, não retomam coisa nenhuma, não tem nada para retomar; São catapultados para novas funções que ganharam como prémio de tanto tratarem do umbigo.
Quando não votei em qualquer um dos proponentes, com o meu voto em branco votei contra tudo isto e se me abstivesse estaria a dar o meu ámen a tudo e a todos.
Agora fizeste sentido.
Só não consigo concordar contigo na tua tese de que quem não vota porque conscientemente assim o decide, deve perder os direitos de contestação, ou de opinião ainda que moralmente falando.
Se houvesse uma lei que dissesse que votar era obrigatório ainda podia fazer sentido, mas não há.
A moeda tem dois lados e pode saír cara ou coroa, mas também existe a possibilidade de não querer mandar a moeda ao ar. Simples.
Desde o 25 de Abril que se criou essa tendência de puxar as pessoas para votar. Até o presidente da República faz uma comunicação ao país a pedir às pessoas que votem, portanto eu percebo a tua dificuldade em aceitar a minha posição. É uma questão de mentalidade e de ter andado anos a ouvir dizer sempre a mesma coisa - votem porque sim.
Eu lamento, mas não voto porque não.
Jolly Roger Escreveu:Eu concordo que democracia não é bem o que temos por cá. O que temos por aqui é mais uma mascarada a fingir que é democracia.
Ontem estava eu a ver as notícias, quando soube que um empresário deste país a fingir que é democrata, foi considerado inocente relativamente a uma acusação de corrupção ou tentativa de corrupção por um douto juiz, deste país a fingir que é democrata.
Refiro-me ao senhor empresário Domingos Névoa e às tentativas de corromper José Sá Fernandes através do irmão Ricardo.
Ora como a lei deste país a fingir, fala em corromper titular de cargo político e não especifica que isso pode ser feito através de terceira pessoa que não sendo ela mesmo corrompível, pode ser irmão, tio, sobrinho, primo ou "whatever" do tipo que se pretende corromper, o douto juiz pronunciou-se pela absolvição apesar de ter sido tudo dado como provado.
Para melhor e completa caricatura deste país a fingir, soube também, que Ricardo Sá Fernandes foi condenado a pagar uma indemnização ao mesmo empresário apenas porque lhe chamou corrupto. Não se pode chamar corrupto a um corrupto, fiquei a saber também.
Aqui não sei se devo rir ou chorar. Mas lembrei-me de uma obra de Gil Vicente no qual uma das suas personagens usa a expressão "fideputa maldito" para se referir a outro personagem. Já não sei bem se não é no Auto da Barca do Inferno. Que me desculpem se não é essa a obra, os amantes do perfeccionismo.
E lembrei-me disso já não sei se a propósito do juiz, se do empresário, se do Inferno em que está metido este país a fingir.
Como cereja em cima do bolo soube também que ontem no parlamento, os 230 inúteis e consumidores de recursos que por lá se passeiam, aprovaram ontem uma série de leis contra a corrupção.
Fica-me no ar a questão de se irão servir para alguma coisa ou se é mais para continuar a fingir.
Não existe democracia num país onde a corrupção é mais ou menos o modo de vida quase que generalizado. Quando há corrupção num qualquer país, está-se necessariamente num país a fingir.
O resto já se sabe. Junte-se uma justiça que demora não dias, não semanas, não meses, não anos, mas décadas, e temos um país mesmo a fingir.
Num outro post há um video de uma deputada brasileira que diz que no país dela a corrupção está no DNA. Mas pelo que percebi, por lá os tipos ainda vão presos.
Creio que ela é capaz de ter razão. Como nós estamos na origem desse país, ela só deve mesmo ter razão, e não sei porque me lembro também de Angola que também nos tem nas origens.
Por isso ontem fiquei a saber várias coisas. Nomeadamente a forma legal de corromper alguém - ir falar com alguém não corrompível, mas que de alguma forma se relacione com o objecto que se pretende corromper.
Assim é legal e mesmo que se vá a tribunal saímos de lá todos a rir. Ah... e ainda dá para pedir uma indemnização por danos morais e ter uma boa jantarada no fim.
Democracia uma ova.







































eu também devo ser muito limitado...



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Não há nenhuma lei em Portugal que iniba de direitos quem não vota, assim como também em Portugal não há qualquer tipo de penalizações monetárias, cívicas ou fiscais para quem se priva desse direito ou dever como dizem alguns.
Eu sempre votei, talvez maioritariamente em branco. Mas nunca me privei de exercer um direito sentindo-me por isso implicado no sistema que é apelidado de democracia participativa. Custa-me a entender como é que alguém que não participa se sente com o direito, moral, de exigir ou criticar, mas repito direito moral porque legalmente não existe distinção.
De uma forma diminutiva, se eu pertenço a uma associação qualquer e não participo, não voto, etc., como é que depois vou sentir autoridade moral para contribuir de alguma forma com a minha critica para afirmar os meus pontos de vista em relação á respectiva vida associativa?
Votei em branco por não encontrar nenhuma proposta correspondente ao que anseio ou por deficiente conhecimento ou compreensão das alternativas existentes e recuso-me a passar um cheque a algo ou alguém que eu não possa posteriormente defender como executante com a minha contribuição.
Se a nossa caminhada como povo com conhecimento das instituições e exigente com quem as lidera ainda é muito recente, penso que já seria altura de a maioria de nós estarmos preparados para evitar certos descalabros, afinal já passaram quase duas gerações, e sobretudo porque á excepção da Espanha, estamos inseridos num bloco de países que nos precederam e alguma coisa podíamos ter aprendido acelerando o processo.
Do outro lado temos uma classe politica e judicial que se permite continuar a tratar prioritariamente o umbigo pessoal muito á custa desta permissividade e para isso em muito contribuem os que se abstêm.
Se em lugar de termos um sistema com milhares de “políticos” eleitos em cada fornada e que na maioria das vezes desprezam e retomam sem continuidade o pouco trabalho positivo que alguns, poucos, se atreveram a realizar durante os anteriores 4 anos, tivéssemos 1/10 do numero desses pára-quedistas, mas em verdadeiros gestores, técnicos, economistas, etc., mesmo que a ganhar 10 vezes mais, pelo menos tanto quanto no privado, penso que seriamos melhor servidos e a continuar desta forma estou convicto que serão sempre os menos capazes a dirigir o nosso destino como país, porque alem do mais, mesmo que alguns com valor em competência, arrisquem por amor á camisola, a experiencia, e prescindindo de 9/10 da remuneração, num ou noutro ministério ou serviço publico, depressa são corridos ou desincentivados porque estarão a incomodar os instalados, com a demonstração de qual o verdadeiro valor destes últimos, que se sentirão ameaçados.
Já tivemos exemplos destes e alguns dos protagonistas não tiveram qualquer problema em retomar o seu lugar no privado e recuperar o seu anterior nível de remunerações. Os instalados esses, não retomam coisa nenhuma, não tem nada para retomar; São catapultados para novas funções que ganharam como prémio de tanto tratarem do umbigo.
Quando não votei em qualquer um dos proponentes, com o meu voto em branco votei contra tudo isto e se me abstivesse estaria a dar o meu ámen a tudo e a todos.
Eu sempre votei, talvez maioritariamente em branco. Mas nunca me privei de exercer um direito sentindo-me por isso implicado no sistema que é apelidado de democracia participativa. Custa-me a entender como é que alguém que não participa se sente com o direito, moral, de exigir ou criticar, mas repito direito moral porque legalmente não existe distinção.
De uma forma diminutiva, se eu pertenço a uma associação qualquer e não participo, não voto, etc., como é que depois vou sentir autoridade moral para contribuir de alguma forma com a minha critica para afirmar os meus pontos de vista em relação á respectiva vida associativa?
Votei em branco por não encontrar nenhuma proposta correspondente ao que anseio ou por deficiente conhecimento ou compreensão das alternativas existentes e recuso-me a passar um cheque a algo ou alguém que eu não possa posteriormente defender como executante com a minha contribuição.
Se a nossa caminhada como povo com conhecimento das instituições e exigente com quem as lidera ainda é muito recente, penso que já seria altura de a maioria de nós estarmos preparados para evitar certos descalabros, afinal já passaram quase duas gerações, e sobretudo porque á excepção da Espanha, estamos inseridos num bloco de países que nos precederam e alguma coisa podíamos ter aprendido acelerando o processo.
Do outro lado temos uma classe politica e judicial que se permite continuar a tratar prioritariamente o umbigo pessoal muito á custa desta permissividade e para isso em muito contribuem os que se abstêm.
Se em lugar de termos um sistema com milhares de “políticos” eleitos em cada fornada e que na maioria das vezes desprezam e retomam sem continuidade o pouco trabalho positivo que alguns, poucos, se atreveram a realizar durante os anteriores 4 anos, tivéssemos 1/10 do numero desses pára-quedistas, mas em verdadeiros gestores, técnicos, economistas, etc., mesmo que a ganhar 10 vezes mais, pelo menos tanto quanto no privado, penso que seriamos melhor servidos e a continuar desta forma estou convicto que serão sempre os menos capazes a dirigir o nosso destino como país, porque alem do mais, mesmo que alguns com valor em competência, arrisquem por amor á camisola, a experiencia, e prescindindo de 9/10 da remuneração, num ou noutro ministério ou serviço publico, depressa são corridos ou desincentivados porque estarão a incomodar os instalados, com a demonstração de qual o verdadeiro valor destes últimos, que se sentirão ameaçados.
Já tivemos exemplos destes e alguns dos protagonistas não tiveram qualquer problema em retomar o seu lugar no privado e recuperar o seu anterior nível de remunerações. Os instalados esses, não retomam coisa nenhuma, não tem nada para retomar; São catapultados para novas funções que ganharam como prémio de tanto tratarem do umbigo.
Quando não votei em qualquer um dos proponentes, com o meu voto em branco votei contra tudo isto e se me abstivesse estaria a dar o meu ámen a tudo e a todos.
Editado pela última vez por jlmf em 23/4/2010 19:24, num total de 2 vezes.
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Re: Off Topic - 25 de Abril o falhanço da Democracia?
bboniek00 Escreveu:
Eu tambem conheci alguns amigos que saiam porque tinham conhecimentos especiais. Nao sei se teraa sido o seu caso nem me interessa.
+fim de participac,ao neste post+
Creio que o país foi o mesmo. Não percebo porque é que ter dito que saí do país antes do 25 de Abril e antes de ter cumprido o serviço militar te parece causar tanto mau estar.
Não, não tinha conhecimentos nenhuns, mas claro que isso não te interessa.
Só mais uma achega, o meu pai era delegado sindical antes do 25 de Abril num altura em que isso era ou podia ser... como direi... um pouco perigoso.
Mas isso também não te deve interessar puto.
mais_um Escreveu:
Pois, esse é um dos nossos problemas, qualquer português que se preze é "especialista" em tudo e mais alguma coisa, ele é arbitro, ele é treinador, ele é juiz, ele é economista, ele é médico, etc...
Há uma coisa que se chama senso comum e a tua exposição parece querer condenar ao silêncio todo aquele que não tenha credenciais numa área, seja ela qual for.
É mais ou menos tipo - Mas tu és economista? Não? Então está caladinho e não digas disparates.
Ou... - Mas és jurista? Não? Então está calado e deixa isso para os especialistas e iluminados na matéria.
Mas depois vem o mas.
É que os resultados obtidos pelos especialistas acabam por se revelar muito fraquinhos.
Então de que serve a especialidade? Só para isto?
É curto.
As pessoas sentem.
As pessoas pensam porque têm cérebro.
E quando surge o sentimento generalizado de que algo está mal, isso quer dizer que é muito natural que esteja mesmo mal.
mais_um Escreveu:Pois, esse é outro problema, por cá a malta pensa que pode insultar quem quiser que não há problema. Basta ler alguns comentários de participantes do forum para perceber isso, lamento que as pessoas confundam democracia com liberdade para fazerem tudo o que lhes apetece.
Já não é a primeira nem a segunda vez que falas de insulto. Não se pode dizer nada que é tudo insulto. Isso é mania da perseguição?
Neste caso concreto vi uma reportagem sobre corrupção em Portugal que mostrou transcrições de conversas, depoimentos de algumas pessoas etc. e as notícias de ontem. Não vi o canal de televisão até agora ser processado por ter dito tudo aquilo. A reportagem foi insultuosa?
Por ultimo dizeres-me que foste investigar e que achas que o juiz tem razão é mais um indício interessante.
O que as pessoas retêm como certo é que em Portugal ninguém é condenado por corrupção. E essa é que é a grande questão, muito mais importante de saber neste caso em concreto quem tem razão ou não.
Re: Off Topic - 25 de Abril o falhanço da Democracia?
Jolly Roger Escreveu:bboniek00 Escreveu: Nao fale do que nao sabe. Desculpe o remoque mas com a informac,ao que existe disponiivel estaa ao seu alcance aprender se quiser o que se passou noutros tempos.
Ee parte da SUA Liberdade faze-lo (ou nao).
Falo do que sei.
Eu saí do país antes de ter cumprido o serviço militar. Saí legalmente e sem problemas.
Se dizer isto revela ignorância confrangedora peço desculpa pela ignorância.
Do que eu disse antes nao se infere que o caro saiu ilegalmente e com problemas. Mas, depois de ler o que escreveu acima devo dizer-lhe que viveu num Paiis diferente do meu. Eu tambem conheci alguns amigos que saiam porque tinham conhecimentos especiais. Nao sei se teraa sido o seu caso nem me interessa.
+fim de participac,ao neste post+

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rjac Escreveu:
É mais fácil para um político lidar com abstenção ou com um voto em branco?
Penso que é mais fácil para um político lidar com os votos em branco. Ninguém lhes liga a mínima, não querem saber.
Nem a comunicação social se dá ao trabalho de concluir ou perder tempo com eles.
O que lhes frita o cérebro é a abstenção, isso é que lhes dá cólicas porque lhes retira grande parte da legitimidade da eleição.
Aliás é fácil perceber pela contestação que estou a ter aqui. Se eu dissesse que voto sempre em branco, nem tu nem os outros se dariam ao trabalho de me contestar.
rjac Escreveu:Tens o direito de não votar, mas isso não implica que não tenhas a obrigação de lá ir...
Com os melhores cumprimentos,
rjac
Esta agora não percebi.
A lavagem ao cérebro vai sempre no sentido de dizer que votar é um direito e um dever.
Não percebo porque é que é tão difícil admitir que as pessoas também têm o direito inalienável de não querer votar, ou seja de se absterem.
No parlamento todos os dias passam leis com a abstenção desta e daquela bancada, aprovam-se orçamentos da mesma forma, e toda a gente acha normal.
Dizer que tenho o direito de me abster e ao mesmo tempo que tenho a obrigação de lá ir, é uma contradição que para mim não faz sentido.
Arranja-me um político sério, responsável, ético, que saiba o que quer não para satisfazer um grupo A ou B para o mês que vem, mas que tenha uma ideia clara do que quer para um futuro comum e eu volto a votar.
Até que esse dia chegue ( e confesso que já não acredito que chegue), eu nada tenho a dizer.
Re: Off Topic - 25 de Abril o falhanço da Democracia?
LTCM Escreveu:
Quando utilizamos o delírio e entramos na pessoalização não resta pachorra para explicar o óbvio, como não percebeste, a tolerância a que me refiro não é essa.
Assim, como o insigne não é versado na vertente irónica, e propenso a extrair conclusões de ideias que os outros nunca lhe manifestaram, só lhe tenho a comunicar que: “ A quem só tem um martelo tudo lhe parece um prego”.
+Fim de participação+
Por outras palavras, não percebi nada do que disseste, ou não era nada disso que querias dizer.
É típico. Conheço a técnica.
Obrigado mais uma vez.
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