Para onde Portugal?
Caro mais-um :
A maioria esteve na guerra , e mesmo alguns filhos das elites, como caso D. Duarte Nuno,o meu irmão ficou na metrópole, na policia militar, e agora vai dizer que houve cunha, não houve , os meus pais , que eram da classe média e não pertenciam ás elites ,e nem á politica.
Acho em alguns casos pode ter razão, mas não pode generalizar.
Vendo o actual panorama politico, que nem vale a pena fazer comentários , mas comparando com "elite" do estadado novo , nomeadamente na fase final para ser mais comparável, veja as diferenças, começa a ser revoltante.
A seriedade e honestidade inquestionável de Salazar e Caetano.
Caetano, quando foi para o Brasil, em S. Paulo, nem tinha dinheiro para pagar o hotel, foi um antigo aluno que pagou a conta.
Posteriormente , para sobreviver, teve dar aulas e vivia num pequeno apartamento no Rio, morreu amargurado.
O Américo Tomaz , teve que ser ajudada pelos emigrantes.
O Tenrreiro, em que se dizia , quando era pequeno, que estava rico, mas não foi isso que se constatou.
Agora faço a pergunta , as contas na Suiça ?
Não tinham contas na Suiça , eram sérios, não roubaram.
Não cito o Salazar,porque é de conhecimento geral que morreu pobre, e quis ser sepultado , numa campa comum !
O Almeida Santos , é de desconfiar.....
A guerra em Moçambique , não estava á beira de uma derrota militar,como já disse com actuação adequada das tropas especiais , a situação é facilmente alterada à semelhança de Angola é preciso por muitas reticencias a esta entrevista , Ele faz parte dos "vencedores" e quer ficar na história.
Por vezes á guerras , que podem parecer perdidas, e não estão, o exemplo das FARC na Colombia, em que tiveram muita força , teóricamente com apoio das populações, e a situação actual é complicada.
Por vezes afirmações "politicamente correctas" de guerra colonial estava perdida , podem ser um grave erro.
Os Portugueses por diversas vezes tiveram em situações muito difiçeis, e superaram, quantas vezes Malaca este sitiada, a epopeia oriental pouco conhecida , é um espanto, Angola ocupada pelos Holandeses,mas havia um pequeno grupo resistia, Brasil e a luta contra o Holandeses, etc.
Depois temos 1580 , em que podemos comparar as élites portuguesas que colaborarm com Filipe II ,talvez com medo dos terços espanhois , com os capitães de abril.
É curioso salientar que na India em 1571 , Goa , Chaul e Baçaim, estiveram cercadas por poderosos exercitos turcos , percas e indianos e resistiram, e 9 anos depois os portugueses da metrópole, não conseguiram vencer os espanhois , mas que grande diferença de atitude entre os que estava na India e em Portugal.
Bom fim semana a todos e si mais-um.
A maioria esteve na guerra , e mesmo alguns filhos das elites, como caso D. Duarte Nuno,o meu irmão ficou na metrópole, na policia militar, e agora vai dizer que houve cunha, não houve , os meus pais , que eram da classe média e não pertenciam ás elites ,e nem á politica.
Acho em alguns casos pode ter razão, mas não pode generalizar.
Vendo o actual panorama politico, que nem vale a pena fazer comentários , mas comparando com "elite" do estadado novo , nomeadamente na fase final para ser mais comparável, veja as diferenças, começa a ser revoltante.
A seriedade e honestidade inquestionável de Salazar e Caetano.
Caetano, quando foi para o Brasil, em S. Paulo, nem tinha dinheiro para pagar o hotel, foi um antigo aluno que pagou a conta.
Posteriormente , para sobreviver, teve dar aulas e vivia num pequeno apartamento no Rio, morreu amargurado.
O Américo Tomaz , teve que ser ajudada pelos emigrantes.
O Tenrreiro, em que se dizia , quando era pequeno, que estava rico, mas não foi isso que se constatou.
Agora faço a pergunta , as contas na Suiça ?
Não tinham contas na Suiça , eram sérios, não roubaram.
Não cito o Salazar,porque é de conhecimento geral que morreu pobre, e quis ser sepultado , numa campa comum !
O Almeida Santos , é de desconfiar.....
A guerra em Moçambique , não estava á beira de uma derrota militar,como já disse com actuação adequada das tropas especiais , a situação é facilmente alterada à semelhança de Angola é preciso por muitas reticencias a esta entrevista , Ele faz parte dos "vencedores" e quer ficar na história.
Por vezes á guerras , que podem parecer perdidas, e não estão, o exemplo das FARC na Colombia, em que tiveram muita força , teóricamente com apoio das populações, e a situação actual é complicada.
Por vezes afirmações "politicamente correctas" de guerra colonial estava perdida , podem ser um grave erro.
Os Portugueses por diversas vezes tiveram em situações muito difiçeis, e superaram, quantas vezes Malaca este sitiada, a epopeia oriental pouco conhecida , é um espanto, Angola ocupada pelos Holandeses,mas havia um pequeno grupo resistia, Brasil e a luta contra o Holandeses, etc.
Depois temos 1580 , em que podemos comparar as élites portuguesas que colaborarm com Filipe II ,talvez com medo dos terços espanhois , com os capitães de abril.
É curioso salientar que na India em 1571 , Goa , Chaul e Baçaim, estiveram cercadas por poderosos exercitos turcos , percas e indianos e resistiram, e 9 anos depois os portugueses da metrópole, não conseguiram vencer os espanhois , mas que grande diferença de atitude entre os que estava na India e em Portugal.
Bom fim semana a todos e si mais-um.
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- Registado: 22/5/2008 21:52
Impressionado, verdadeiramente impressionado!
Como é que o "xico esperto" no seu congresso diz só blasfemias, o seu discurso inflamado oco de nada dizer, de dificil compreenssão e de impossivel racionalidade, só mesmo para os "ceguinhos"... mas isso é o que somos!
Como é que o "xico esperto" no seu congresso diz só blasfemias, o seu discurso inflamado oco de nada dizer, de dificil compreenssão e de impossivel racionalidade, só mesmo para os "ceguinhos"... mas isso é o que somos!
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mesmo para quem não goste do homem, penso que deveriam ler, sem ser na diagonal....

«Melo Antunes e Almeida e Costa acordaram com a Frelimo as bases do futuro Acordo de Lusaca»
António de Almeida Santos
Antigo colono em Moçambique, onde integrou os Democratas de Moçambique, Almeida Santos, hoje com 78 anos, relata em pormenor a descolonização deste país e não hesita em afirmar que o acordo de independência foi negociado entre a Frelimo, Melo Antunes e Almeida e Costa. Quanto a si e a Mário Soares em Lusaca, apenas assinaram o que já fora combinado. E, no seu caso, também tratou de o "pôr em bom português".
Público - Da leitura do que o senhor já disse e escreveu sobre descolonização fica patente que é muito omisso nas referências que faz.
António de Almeida Santos - Sou intencionalmente omisso por razões de responsabilidade política. Tenho um sentido de Estado muito apurado.
P. - A ideia que dá é que o senhor não assume responsabilidade nenhuma no processo.
R. - Se usar a palavra responsabilidade, tenho de assumir alguma; se usar a palavra culpa, eu não assumo nenhuma. Responsável sou, culpado não sou.
P. - O senhor diz que foi "o bombeiro da descolonização"...
R. - Exacto.
P. - Em relação a Lusaca diz que o acordo estava pré-negociado por uma alta patente das Forças Armadas, que em Alvor o senhor se limitou a "pôr em bom português" um acordo que estava pré-feito.
R. - Tudo isso é rigorosamente verdade.
P. - Quem são as pessoas que fazem estes acordos?
R. - Permita-me que faça um apanhado dos vários processos de descolonização. Primeiro, Guiné - na Guiné a guerra estava perdida. Havia uma situação de facto; os descolonizadores o que fizeram foi arranjar um acordo bonito de ler, em que se falava de cooperação, em amizade.
P. - Uma saída airosa.
R. - Uma saída airosa. Nós não tínhamos a possibilidade de fazer mais nada, porque a alternativa era a continuação da guerra e a derrota que se queria evitar. Na Guiné não há culpas da nossa parte, nada a fazer. Moçambique foi a seguir. A situação não era idêntica, apesar de nos três meses que mediaram o 25 de Abril e a Lei 7/74 a guerra ter acelerado; a Frelimo procurou atacar mais do que nunca para poder negociar em força. É natural.
P. - Mas houve ou não uma retirada das forças do terreno em Moçambique?
R. - Também em Moçambique estávamos à beira da derrota militar. E a Frelimo pôs o problema claramente: não aceitavam negociações com aqueles partidecos que surgiram à última hora, porque não tinham entrado na luta; só eles tinham legitimidade revolucionária, os outros não tinham; e não estavam dispostos a disputar uma eleição em pé de igualdade com os outros partidecos de última hora, uns ligados à minoria branca, outros ligados a outras minorias negras. Se a alternativa era negociar com a Frelimo ou continuar a guerra, tivemos de negociar. É verdade que houve, infelizmente, uma posição de força das nossas Forças Armadas - não de todas, nisto há bom e mau, como em tudo. E o facto é que se recebeu aqui [em Lisboa] um telegrama a dizer: "Se até ao fim do mês vocês não entregarem o poder à Frelimo, único e legítimo representante do povo de Moçambique, nós depomos as armas."
P. - Quem era a estrutura militar em Moçambique?
R. - Não vou dizer-lhe, desculpe, eu nem sei, nem nunca quis saber. Posso dizer: foram os comandantes de tal e de tal e agora vão à procura de quem eram à data, mas não vou fazer isso, pela razão simples que eu compreendo de algum modo a razão deles: eles tinham feito o 25 de Abril para acabar com a guerra e a guerra depois do 25 de Abril em vez de acabar, acelerou-se; morreram tantos ou mais soldados portugueses nessa altura que anteriormente. Eles não puderam aceitar isso e então começaram a fazer pressão para que houvesse paz. Houve uma companhia, no Norte de Moçambique, em Omar, que se entregou. Esse tal telegrama dizia: "Até ao fim do mês." No fim do mês uma companhia entregou-se à Frelimo. E veio outro telegrama a dizer que a companhia tinha sido objecto de uma emboscada, tinha sido involuntário da parte dos nossos. E antes de irmos para Lusaca, para as negociações, o general Spínola disse-me que, como condição de começarmos a discutir, eles tinham de apresentar desculpas pelo que se passou em Omar. Assim fizemos, dissemos: "Temos instruções de não começar a negociar sem vocês justificarem o que se passou em Omar." Eles apresentaram uma cassete que mostrava que tinham sido os nossos que se tinham entregado. Na cassete diziam: "É hoje, peguem lá as nossas armas."
P. - O tal prazo.
R. - Trouxemos uma cópia da cassete para o Spínola. Imagine o efeito que fez a cassete no Spínola quando começou a ouvir aquilo. Não conseguiu ouvir até ao fim. Começou a ficar comovido e irado quase. Portanto, nós negociámos nesta situação, sem suporte militar; tínhamos deixado de ter suporte militar e sem suporte militar não há negociação forte que eu saiba. Depois evocaram o facto de na Guiné não ter havido o referendo que o Spínola queria fazer.
P. - Mas hoje não acha que teria sido mais sensato fazer esses referendos?
R. - Os referendos eram impossíveis, na medida em que a Frelimo disse e todos disseram: ou referendo com continuação da guerra, ou não há referendo. Optava pela continuação da guerra? Não podia, não havia suporte militar. Também lhe digo uma coisa: o referendo seria uma fonte de distúrbios de toda a ordem. Aqueles partidecos todos, a lutar uns com os outros. A Frelimo muito mais potente, muito mais armada, a boicotar o referendo. A Frelimo disse: "Quem votar no referendo é traidor." Mas também é verdade que, antes de o dr. Mário Soares e eu termos ido para Lusaca, tinha havido uma negociação prévia, dirigida pelo MFA. Porque, a partir da Lei 7/74, que veio permitir negociações directas entre os movimentos, o MFA chamou a si a condução do processo de descolonização. O MFA mandou a Dar-es-Salam [Tanzânia] dois militares.
P. - Quem eram?
R. - Melo Antunes e Almeida e Costa. E, de facto, acordaram com a Frelimo as bases do futuro acordo. O essencial estava lá: a dispensa da consulta popular, fosse referendária, fosse directa; o reconhecimento da Frelimo como único e legítimo representante do povo de Moçambique; a existência de um governo de transição com a composição assim ou assado - estava basicamente tudo discutido. Portanto, não venham dizer que os culpados sou eu e o dr. Mário Soares, quando depois começamos a discutir, naquela base, em Lusaca. Também eu aí absolvo absolutamente o dr. Mário Soares. Não estou a defender-me a mim, pela razão simples que ele negociou perante situações de facto: primeiro, sem cobertura militar; segundo, com uma negociação prévia em que não tinha intervindo. Ele não teve culpa nenhuma. O acordo de Lusaca, apesar de tudo, é um acordo hábil. Tenho um grande papel na redacção do acordo; os acordos foram praticamente todos redigidos no essencial por mim, mas na prosa, não nas soluções.
P. - O problema em Moçambique foi só Jorge Jardim?
R. - Não! Qual Jorge Jardim! O Jorge Jardim é um falso problema em Moçambique. O acordo de Lusaca é um acordo em que salvamos a face. Nós não reconhecemos a Frelimo como único e legítimo representante. Leia o acordo e não está lá isso. Foi o que ainda conseguimos: evitar reconhecer que a Frelimo era o único e legítimo representante, mas foi com a Frelimo que negociámos. Por outro lado, estabeleceu-se cooperação, amizade, deixámos as pontes lançadas, coisas que a França não deixou na Argélia, nem a Holanda na Indonésia, nem a França na Indochina, nem a Inglaterra no Quénia. Atenção, é preciso ver isto! As pontes ficaram cortadas e as nossas não ficaram. Ficaram lá muitos portugueses e continuaram a passar nos dois sentidos.
Por que é que o processo não correu bem? Porque no próprio dia em que assinámos o acordo de Lusaca um grupo de brancos em Moçambique invadiu o Rádio Clube e fez uma intentona militar favorável à direita. A seguir a isso, houve um massacre de pretos, em que morreram entre uma centena e um milhar, não se sabe bem, há várias estatísticas, mas morreu muita gente, um massacre verdadeiro. Isto passou-se a 7 de Setembro. No dia 21 de Outubro, há a "revanche" dos pretos contra os brancos. Aí morrem uma largas dezenas, se não centenas de brancos, que foram chacinados. Ora bem, com estas condições é evidente que o processo de descolonização foi imediatamente abandonado. E a Frelimo começou a pensar: O que é que mais nos convém? É termos aqui esta minoria branca, que nos vai continuar a infernizar a vida e a fazer intentonas militares, ou criar o vazio, correndo o risco de batermos no fundo, do ponto de vista económico, administrativo, jurídico, social e médico?" Eles optaram por criar o vazio.
P. - Alguma vez julgou possível um Moçambique branco, uma solução de tipo rodesiana?
R. - Branco nunca, nunca defendi isso.
P. - Quando integrou o grupo Democratas de Moçambique, qual a solução que propunha?
R. - Nós no princípio da guerra - um pouco influenciados pela Commonwealth inglesa e pela União Francesa e também pelas ideias defendidas pelo Cunha Leal na altura - defendemos uma solução comunitária, que ainda era possível nessa altura. Não tínhamos ilusões de que, mais tarde ou mais cedo, o cordão umbilical se cortaria, mas cortava-se sem dor. Escrevemos manifestos, eu escrevi um livro que foi proibido pela censura e em resultado disso tive problemas de toda a ordem. Mas a partir de certa altura, quando a guerra começou a não ter recuo e vimos que não conseguíamos controlar as frentes militares, aceitámos a ideia de autodeterminação e independência. Fomos os primeiros a fazê-lo num manifesto eleitoral. Candidatávamo-nos às eleições fantoches do regime anterior e éramos depois "descandidatados" pelo tribunal administrativo, que anulava as candidaturas pelas razões mais fúteis: a primeira vez foi porque defendíamos ideias contrárias à ordem social estabelecida; outra vez foi ainda mais ridículo - porque não tínhamos feito a prova de cidadãos portugueses. Como se fosse preciso! Estávamos inscritos nos cadernos eleitorais.
P. - Como avalia o papel de Vítor Crespo?
R. - Atendendo às dificuldades que ele teve de encarar a seguir ao 7 de Setembro e ao 21 de Outubro, que envenenou completamente o processo, foi tão bom como possível, o que significa que não foi inteiramente bom, mas também não podia ter sido muito melhor.
P. - No livro "Paixão Lusófona" relata que antes de Lusaca foi ao Buçaco encontrar-se com Spínola, acompanhado por Veiga Simão, e que ao entrar viu sair um grupo de personalidades que identifica como "amigos de Jorge Jardim". Quem foram essas pessoas que diz também terem estado por trás da criação da Renamo?
R. - Foram as pessoas que estiveram no 7 de Setembro, que estiveram no Rádio Clube de Moçambique [a principal estação emissora ouvida em todo o país].
P. - Pode dizer nomes?
R. - Vou lembrar alguns: Velez Grilo, que tinha sido dirigente do PCP, um ex-padre ou padre Moreira, o Arlindo Maloso, o líder daquilo, o Gomes, locutor que se colocara ao microfone a tentar incendiar aquilo. Mas eles não falaram só com o Spínola, falaram com outras entidades.
P. - Quais?
R. - Falaram com o MFA, não sei se falaram também com o primeiro-ministro. Comigo não falaram. Dois dias depois estavam no Rádio Clube a tentar incendiar aquilo. Que vieram cá fazer? Não sei, talvez tentar evitar que houvesse Lusaca, como não conseguiram atacaram o Rádio Clube.
«O grosso dos meus haveres ficou em Moçambique e perdi-os»
P. - O senhor tem sido acusado de ter dito às pessoas para ficarem, para deixarem os bens e de ter salvo e retirado de Moçambique uma fortuna pessoal. Já comentou isto, mas...
R. - Vamos separar as duas coisas. Conselhos: não é verdade que tenha dito às pessoas que não tirassem. Pelo contrário, nalguns casos de amigos mais íntimos até os aconselhei a salvaguardar alguma coisa, porque o futuro era incerto. Portanto, é mentira que tenha aconselhado a deixarem ficar. Mas, se o tivesse feito, era de boa fé, era na fase em que acreditava que a descolonização era possível sem prejuízo dos bens e das pessoas. O meu caso: estou farto de explicar que nunca vendi nada em Moçambique. Só vendia os carros quando os trocava. Nunca vendi nada, salvo um pequeníssimo terreno que tinha lá numa periferia qualquer e que um dia vendi para me libertar daquilo. Não vendi nenhuma quota, nenhuma acção, nenhum imóvel, nada. De tal maneira que está tudo registado em meu nome nas conservatórias. Vão lá e vejam.
P. - E nunca tentou readquirir? O Governo de Moçambique tem estado a devolver a propriedade.
R. - Eu podia, melhor que ninguém, fazer essa tentativa, porque tenho amigos no Governo de Moçambique. Nunca o fiz por uma questão de coerência. Se eu pedir o prédio que tinha no centro da cidade, valiosíssimo, estou convencido que eles mo dão. Nunca tentei. Portanto, é um bocado doloroso que, nunca tendo feito aquilo que podia ter feito, seja acusado de ter feito aquilo que não fiz.
É verdade que eu advoguei muito em Portugal, muito na Inglaterra, na África do Sul, e sempre que advoguei no exterior deixei cá fora uma reserva. Por isso, quando vim, depois do 25 de Abril, não vim pobre.
O grosso dos meus haveres ficou em Moçambique e perdi-os. É claro que trouxe os meus livros, o meu instrumento de trabalho. Sabia lá se precisava de voltar a ganhar a vida como advogado. Trouxe as mobílias de minha casa e dos dois carros que tinha trouxe um carro.
«As descolonizações que pude controlar previram consulta popular»
Em Cabo Verde e São Tomé e Príncipe não havia guerra, mas a pressão foi idêntica para descolonizar. O MFA pôs-se ao lado dos independentistas, lembra Almeida Santos, que afirma que nestes casos conseguiu controlar o processo no caminho da democratização: "As descolonizações que eu pude controlar previram consulta popular."
P. - A ONU tinha aconselhado as descolonizações, o clima aqui era "Nem mais um soldado para o ultramar", mas, quando se olha retrospectivamente, pensa-se assim: e Cabo Verde e São Tomé? Por que se deu a independência e não se esperou nesses casos por uma solução negociada de outra forma?
R. - Não tinha havido guerra, mas houve a mesma pressão. A hora era das independências. Não havia outra solução. Até porque, ao contrário do que julga, a pressão em São Tomé e em Cabo Verde foi igual aos outros.
P. - O senhor foi vítima em Cabo Verde de uma manifestação bastante desagradável.
R. - Terrível. Não fui eu, rigorosamente não fui.
P. - Mas o senhor é que sofreu as consequências.
R. - Era contra o Spínola, que era para ir lá. Quando chegámos à ilha do Sal, ele foi conversar com o Mobutu, ninguém assistiu à conversa. Estava no aeroporto um grupo de 15 jovens aos berros: "Independência ou morte." A insultar: "Fascista, fascista, independência ou morte." O Spínola ficou fulo, como calcula. Fascista ele nunca foi. E soube que esses jovens tinham vindo no avião que tinha transportado o próprio governador. Claro que o governador ficou ali logo demitido. O Spínola deu ordem para que fosse demitido. Ele próprio reconheceu que não tinha condições para continuar no exercício do cargo. Era para ir à Cidade da Praia e eu disse-lhe: "Olhe, senhor Presidente, se isto é assim aqui, o que será na Cidade da Praia? Vou eu, mas o senhor não vai." Ele até se zangou comigo: "O senhor agora é que me dá ordens?" E respondi: "Se é para o proteger, não sei porque não?" O Spínola caiu em si. O Firmino Miguel também me apoiou e ele não foi à Cidade da Praia.
Quando cheguei, chovia a cântaros. Como sabe, em Cabo Verde nunca chove, mas naquele dia chovia a potes, era uma coisa diluviana. Quando subimos a rampa para chegar ao topo da cidade, havia uma manifestação de milhares e milhares de pessoas, com jovens, em excitação brutal. Queriam virar o carro até que se aperceberam que o Spínola não ia dentro do carro. Abri a janela do carro para verem que ele não ia lá. Perguntaram: "Quem é este?" Disse: "É o bispo." Felizmente, quando viram que o Spínola não ia, abrandaram um pouco, mas aquele quilómetro entre o início da subida e o Palácio do Governo foram dramáticos. Ainda se nomeou um governador cabo-verdiano, mas foi demitido pouco depois, porque o PAIGC foi para lá fazer a mesma campanha eleitoral que tinha feito na Guiné.
P. - O partido era o mesmo.
R. - Pouco depois tinham aquilo dominado. E os militares fizeram pressão para que houvesse descolonização rápida. Também houve um ultimato de lá para cá, a dar cinco ou oito dias para o Governo português entregar o poder ao PAIGC, sob pena de entregarem eles lá. Ficámos de mão atadas. Não podíamos julgar centenas de militares, tinha sido um plenário de militares e não podíamos substitui-los - "Nem mais um soldado para o ultramar". O Costa Gomes e eu ficámos sem saber e eu disse: "Vou pedir a demissão, vou explicar porquê, não estou para aturar isto." Ele disse: "Ah, senhor ministro, veja lá o que pode fazer, o senhor é tão hábil, tem resolvido tantos problemas, veja se resolve mais um." Lembrei-me: "Vou chamar o Pedro Pires." Que era quem andava lá a fazer a propaganda revolucionária. Chamei-o e disse-lhe: "Você conhece este telegrama?" E ele: "Conheço." E eu: "Então, agora?" Ele diz: "Os senhores perderam, nós ganhámos." E eu perguntei: "Vocês ganharam o quê? Que guerra é que você ganhou em Cabo Verde? Quantos mortos é que tem lá?" Ele ficou um bocado chateado e diz-me: "Você é que me chamou, tem que me dizer o que quer." E eu disse: "O que quero é que você seja mais inteligente do que infelizmente alguns dos nossos moços que estão lá em Cabo Verde e que aceite uma consulta popular. Vocês ganham a consulta popular por 90 por cento e nós salvamos a face." E ele disse: "O que é que ganho com isso?" Respondi: "Olhe, ganha a legitimação democrática do novo poder, nunca mais será discutido. Se você o recebe da mão de militares, toda a vida será discutido." Ele disse: "Eu já percebi, estou de acordo, mas tenho de ir falar com os meus colegas do PAIGC e dentro de dois dias estou cá." Respondi: "Então vá depressa que não temos tempo." Ele foi, veio, quando chegou disse-me que estavam de acordo. Eu disse: "Então sente-se aí." Comecei a redigir o acordo, eu e ele, praticamente fi-lo sozinho, mas ele lá discutia uma palavra ou outra. E depois telefonei ao Costa Gomes a pedir uma reunião urgente com Mário Soares e Melo Antunes, que tinha novidades. Ele perguntou: "Boas ou más?" Respondi: "Não lhe digo pelo telefone." Chegámos lá, assinámos o acordo e ficou descolonizado Cabo Verde. Fiz uma lei eleitoral. Houve uma grande participação da população. Eles ganharam por 92 por cento. Elaboraram uma Constituição. Acabou. Salvámos a face.
P. - São Tomé também foi fruto da mesma pressão?
R. - São Tomé foi a mesmíssima coisa. Chefiei a delegação que foi a Argel discutir com o Miguel Trovoada. Eles não queriam de maneira nenhuma aceitar a consulta popular. Eu disse: "Desculpem, vocês não tiveram guerra, vocês não ganharam nenhuma guerra, não têm nenhuma legitimidade militar, têm de ter outra e a outra só pode ser a eleitoral. O que é que vocês perdem nisso? Têm aquilo resolvido." Porque também houve lá intentonas. O Pires Veloso evitou banhos de sangue em São Tomé e Príncipe, porque o povo de São Tomé e Príncipe fez lá bernardas; queriam a independência imediata, era o heroísmo da época, a moda da época.
P. - Bravatas todos os dias.
R. - Disse ao Trovoada: "Desculpem, mas no caso de São Tomé e Príncipe eu não aceito outra coisa que não uma legitimação democrática. Vocês não têm o direito de exigir que seja de outra maneira. Nós vamos mandar forças para lá - não podíamos, mas disse - e vamos resolver o problema." Ele não cedeu e interrompemos as negociações. Mas cheguei ao hotel e telefonei ao Bouteflika, que é agora Presidente da República da Argélia - conhecia-o de quando tinha ido falar à ONU, fiquei amigo dele - e disse: "Ponha lá juízo na cabeça destes gajos, não têm a menor legitimidade para exigir uma entrega imediata do poder a sessenta mil pessoas; eles que façam a consulta, eu faço-lhes uma lei eleitoral." Ele disse: "Eu vou falar com eles." E foi ele que os convenceu a sentarem-se no dia seguinte à mesa das negociações e lá fechámos o acordo. Portanto, as descolonizações que pude controlar previram consulta popular.
«Também em Timor houve a apetência do heroísmo barato do esquerdismo»
P. - Em relação a Timor, a ideia que dá é que o senhor não percebeu bem o que estava ou ia acontecer.
R. - Percebi muito bem e o que percebi é o seguinte: os estudantes timorenses que estavam aqui na universidade foram para lá fazer a sua revoluçãozinha e alguns militares de esquerda também foram para lá criar partidos e fazer a sua revoluçãozinha de esquerda, a época era essa. Nessa altura, quantos partidos de extrema-esquerda tínhamos aqui? Não deitaram fogo à embaixada de Espanha? Os SUV não faziam para aí tropelias de todo o tamanho? Era a época dessas loucuras. Também em Timor houve a apetência do heroísmo barato, do esquerdismo desse tempo. Quando visitei Timor, já encontrei três partidos que tinham nascido assim. Eram partidos incipientes. Ainda consegui pôr dois de acordo.
P. - A UDT...
R. - E a Fretilin. Mais tarde, o Lemos Pires tentou pô-los de acordo e conseguiu, para mais tarde se separarem. Com a Apodeti não tínhamos nada a fazer - queriam a integração na Indonésia. Mas o fenómeno foi o mesmo: uma pressão heróica de um esquerdismo militar e civil, estudantil, que estragou tudo. O acordo de Macau era um acordo bonito; previa um período de transição longo, para eles poderem preparar-se para a independência, previa uma eleição para uma Assembleia Constituinte, eles depois diriam se queriam uma ligação a Portugal, se queriam a independência. Estou certo que na altura quereriam a independência, a moda era essa. Mas depois veio a guerra e aí sou eu o culpado da guerra? Somos nós os culpados da guerra? Claro que não.
P. - Já nos anos 90, depois do massacre no cemitério de Santa Cruz, o senhor diz mais ou menos que os guerrilheiros timorenses mantiveram na montanha a lamparina da resistência e a Portugal só resta deitar azeite na lamparina. Esta declaração é um reconhecimento de que, se não fosse a resistência, não teria havido independência e Portugal teria lavado daí as suas mãos.
R. - A independência foi conquistada por aqueles bravos que foram lá para a montanha e também pelo suporte que a população lhe dava.
P. - Certo, mas é o reconhecimento total de que Portugal não teve nada a ver com isso.
R. - Portugal teve a ver na medida em que quis criar condições para eles serem independentes, fez o acordo. Por que é que Portugal não mandou para lá forças armadas, quando rebentou a guerra? Tínhamos lá forças suficientes para termos evitado a colisão entre a UDT e a Fretilin. Tínhamos lá cem pára-quedistas. Como começa a guerra? Quando a UDT ataca o quartel da polícia e aprisiona, julgava-se que tinha aprisionado, o Maggiolo Gouveia. O governador Lemos Pires ou agarrava meia dúzia de pára-quedistas, libertava o camarada e recuperava as armas, ou negociava. Negociou. Se ele na altura tem atacado a UDT e morto dois ou três membros, aqui del' rei, o que teria sido as acusações a Portugal. Como não reagiu, a UDT achou que podia atacar outros quartéis e roubar mais armas, a Fretilin fez o mesmo. Ficaram dois exércitos cheios de armas e nós sem elas. Passados uns dias o Maggiolo Gouveia fez uma declaração patética a dizer que não tinha sido sequestrado, tinha aderido voluntariamente e estava a comandar a UDT. Nessa altura o Lemos Pires podia ter tomado a atitude de ir prender o traidor. Também não o fez e continuou a negociar, o que eu também compreendo. S.J.A.
Público - 11/4/2004
Re: é
mcarvalho Escreveu:e felizmente que os que fizeram a revolução para acabar com os vistas curtas ,tinham vistas compridas
pelo menos para mais uns ..
Boas!
Antes demais devo-lhe dizer que tenho orgulho em ser português, e dos sitios que conheço, pesando os prós e os contras, Portugal é dos melhores sitios para se viver na Europa.
Os compadrios, cunhas ou o que quiser chamar sempre existiram, diga-me onde o Marcelo Rebelo de Sousa cumpriu o serviço militar obrigatório....? Sabe que o pai dele foi ministro no Estado Novo, certo? Diga-me quantos filhos das elites portuguesas da época morreram na guerra colonial ao serviço da patria?
Como diz um ditado português, muda as moscas mas a m**da é a mesma..
Sobre os nossos governantes ao longo da nossa história, temos tidos alguns muitos bons (infelizmente poucos), bons, assim-assim e maus, como em todos os paises do mundo.
Para o bem e para o mal, fomos o 1º pais do mundo a ter um imperio à escala planetária e fomos o ultimo pais do mundo a perde-lo, pelo menos até aos dias de hoje, foram cerca de 500 anos, ao longo da historia da humanidade, mais nenhum país conseguiu tal proeza, deviamos ter orgulho na nossa história, eu tenho, sei que nem sempre fizemos coisas positivas, mas nada que outros paises não tenham também feito.
Tenho um filho Afonso, o nome do 1º rei de Portugal e outro Diogo, o nome de um grande descobridor português, Diogo Cão, claro que foram nomes escolhidos por consenso entre quem de direito

Continuando, o facto de ter orgulho e dar valor à nossa historia não significa que esteja de acordo com tudo os que os nossos governantes fizeram, a questão da guerra colonial é uma delas, o que já tinha acontecido com outros paises devia ter servido para alertar o regime da epoca, ANTES de começar a guerra houve tempo para modificar as politicas, só que nada foi feito, depois de começar a guerra tudo se tornou mais dificil.
Compreendo que os portugueses que viviam nas colonias, tenham ficado bastante prejudicados e com odios de estimação, agora imaginem a alegria das centenas de milhares de mães e pais quando acabou a guerra colonial, como os meus pais por exemplo. O que vale mais, a vida dos nosso filhos ou os bens materiais dos outros?
Para terminar, não estejam sempre a dizer mal de Portugal, os outros paises tem exactamente os mesmos ou piores problemas que nós, eles até podem ter mais dinheiro, mas 1 hora e meia ou 2 para almoço, clima agradavel, boa comida, bom vinho, apesar do aumento da criminalidade, continuamos a ser um pais seguro comparando com outros paises, etc, etc,...só mesmo cá.
Um abraço e bom fim de semana,
Alexandre Santos
"Valores, meus caros valores!"
A Europa, o que é a Europa, senão o velho continente cheio de pseudo intelectuais?
Que ainda julgam ser o intelecto do mundo?
Só de pensar na Ana Gomes...mete-me raiva essa proscrita.
Guerra na ex-Jugoslávia teve que vir o Tio Sam por ordem nesta Europa.
Nós falamos, falamos e olhamos para o lado!
Sim," para Angola e em Força" não estou de acordo totalmente... mas se estamos a defender algo que é nosso e pensamos isso, então devemos morrer com honra e por esse ideal.
Coisa que nunca mais volatamos a ter foi ideais.
Atá a Festa do Avante faz inveja ao capitalismo.
Pensemos e clamemos em voz alta "Valores meus caros o que faz falta são valores"
A Europa, o que é a Europa, senão o velho continente cheio de pseudo intelectuais?
Que ainda julgam ser o intelecto do mundo?
Só de pensar na Ana Gomes...mete-me raiva essa proscrita.
Guerra na ex-Jugoslávia teve que vir o Tio Sam por ordem nesta Europa.
Nós falamos, falamos e olhamos para o lado!
Sim," para Angola e em Força" não estou de acordo totalmente... mas se estamos a defender algo que é nosso e pensamos isso, então devemos morrer com honra e por esse ideal.
Coisa que nunca mais volatamos a ter foi ideais.
Atá a Festa do Avante faz inveja ao capitalismo.
Pensemos e clamemos em voz alta "Valores meus caros o que faz falta são valores"
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Não é preciso recuares quinhentos anos mas se no final da década de 50 ou início da de 60 seria uma boa altura, antes da guerra portanto. Depois de uma guerra começar nunca se sabe como nem quando vai acabar, como a história está farta de mostrar.


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Mas quando? e Como ? e Porquê?
No tempo dos descobrimentos?, No tempo do mapa cor de rosa? No tempo da 1ª Républica evitando o estupido desastre da entrada na 1ª Grande Guerra?
Como ? .. e Porquê?
Os Portugueses já lá estavam há 500anos e eram aceites pela grande maioria
Os Portugueses em Portugal também só existem há 900 anos e foi porque D. Afonso era mimado e queria um reino com soldadinhos para brincar e faltou à palavra ... Senão de Coimbra para baixo ainda iam às Mesquitas e as mulheres andavam de burka e aqui no norte eramos galegos.. que até somos
abraço
mcarvalho
ps até mails logo
No tempo dos descobrimentos?, No tempo do mapa cor de rosa? No tempo da 1ª Républica evitando o estupido desastre da entrada na 1ª Grande Guerra?
Como ? .. e Porquê?
Os Portugueses já lá estavam há 500anos e eram aceites pela grande maioria
Os Portugueses em Portugal também só existem há 900 anos e foi porque D. Afonso era mimado e queria um reino com soldadinhos para brincar e faltou à palavra ... Senão de Coimbra para baixo ainda iam às Mesquitas e as mulheres andavam de burka e aqui no norte eramos galegos.. que até somos

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mcarvalho
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Tavaverquenao
Se já tens uns anitos então não tens deculpa
Sabes que Angolanos como lhes chamas não tinham nenhuma hipotese... Foram escorraçados.. brancos e pretos logo que as tropas vieram embora e os Acordos de Alvor e Bicesse mostraram logo as intenções do MPLA e da da URSS e o desintersse dos States que preferiram as guerras civis para , de fora, melhor poder dominar os interesses .. Petroleo, diamantes e matérias primas...
Aprofunda o teus conhecimentos e deixa-te de politiquices que já lá vai o tempo...
Estamos a tentar conversar sobre História e não sobre política
abraço
mcarvalho
Se já tens uns anitos então não tens deculpa
Sabes que Angolanos como lhes chamas não tinham nenhuma hipotese... Foram escorraçados.. brancos e pretos logo que as tropas vieram embora e os Acordos de Alvor e Bicesse mostraram logo as intenções do MPLA e da da URSS e o desintersse dos States que preferiram as guerras civis para , de fora, melhor poder dominar os interesses .. Petroleo, diamantes e matérias primas...
Aprofunda o teus conhecimentos e deixa-te de politiquices que já lá vai o tempo...

Estamos a tentar conversar sobre História e não sobre política
abraço
mcarvalho
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Os Angolanos claro e isto incluía os Portugueses nascidos em Angola. Mas teria de ser independente, coisa que não agradava a muitos cá e lá.
Não foram só eles que nos "pisaram a flores", também fizemos coisas que não deveria nos orgulhar muito.
Não foram só eles que nos "pisaram a flores", também fizemos coisas que não deveria nos orgulhar muito.
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"Em força para Angola para defender os Portugueses que lá estavam", o problema não se resolvia com guerra como viemos a ver, deveríamos ter resolvido o problema pacificamente, entregando aquilo aos seus donos e talvez os expatriados não o seriam, claro que tinham de mudar alguns/muitos maus hábitos. Em relação aos nossos soldados que vão para outros países, tenho as minhas duvidas se será o mais certo, os outros fazem a porcaria e nós vamos limpar, como no Iraque, Líbano e se calhar, agora também, para a Faixa de Gaza.
P.S. Quando se deu o 25 de Abril já cá andava hà uns anos.

P.S. Quando se deu o 25 de Abril já cá andava hà uns anos.

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Caro Cest
Então já foi de fim de semana?
- Primeiro entram no nosso quintal sem tocar e cortam-nos uma flor e nós não ligamos
- A seguir pisam-nos a relva e destroiem as arvóres e nós não ligamos
- A seguir vêm mais destroem-nos o quintal, matam-nos o cão e nós não ligamos
- Por fim destroiem-nos a casa , matam-nos os filhos, matam-nos a mulher e nós já não fazemos nada agradecemos a morte porque já é tarde para reagir..
Não me recordo de quem é mas dá para pensar
Hoje não se vive vegeta-se e MCdonalds
- Primeiro entram no nosso quintal sem tocar e cortam-nos uma flor e nós não ligamos
- A seguir pisam-nos a relva e destroiem as arvóres e nós não ligamos
- A seguir vêm mais destroem-nos o quintal, matam-nos o cão e nós não ligamos
- Por fim destroiem-nos a casa , matam-nos os filhos, matam-nos a mulher e nós já não fazemos nada agradecemos a morte porque já é tarde para reagir..
Não me recordo de quem é mas dá para pensar
Hoje não se vive vegeta-se e MCdonalds
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Em força para Angola para defender os Portugueses que lá estavam ..que é coisa que vocês hoje não percebem... vão mais depressa defender os bósnios ou o Afganistão.lutando contra os pés descalços mas pagos pelas tais potencias que vocês detestam..
tal como fizeram os cubanos e mercenarios em Angola
Estão é preparar o vosso futuro
A malta abandonada em Angola,Moçambique e Guiné duma forma covarde ainda tinha aqui o canto para os receber
apesar da maior parte deles considerarem a " Metrópole " o principal inimigo ..
Mas esta malta mais nova nao terá mais para onde ir e esta sujeitoa ser escorraçado de cá
e para os estrangeiros seremos sempre os pigs pois só roncamos na porcaria
tal como fizeram os cubanos e mercenarios em Angola
Estão é preparar o vosso futuro
A malta abandonada em Angola,Moçambique e Guiné duma forma covarde ainda tinha aqui o canto para os receber
apesar da maior parte deles considerarem a " Metrópole " o principal inimigo ..
Mas esta malta mais nova nao terá mais para onde ir e esta sujeitoa ser escorraçado de cá
e para os estrangeiros seremos sempre os pigs pois só roncamos na porcaria
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Já estávamos isolados internacionalmente mas era só baboseiras, o que deveríamos ter feito era o extermínio total, como outros ainda hoje o tentam noutros conflitos. Já o outro senhor dizia: "Em força para Angola" e " A vitória ou a morte".
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por isso é
- que há os que vencem e os falhados
- os que lutam e os que desistem
- os heróis e os covardes
- os que avançam e os que são ultrapassados
- os que ficam por cima e os que ficam por baixo
- os que morrem com glória e os que morrem conspurcados
Desistam de tudo .. não vale a pena ..
o que temos certo é Nascer e Morrer .. toca a GOZAR
Fazer filhos para quê? .. dá trabalho e já muitos que também não conseguem... para que vamos nós tentar
vamos é jogar playstation e brincar com o Magalhães
que foi um laparoto pois devia era ter ficado em casa a fazer "costura" e evitava estas discussões..
Traidores e burros foram os que foram para Angola defender meia dúzia de milhar a quem etavam a cortar o pescoço... aí sim seria a melhor altura de resolver o problema... Quando a s crianças e as mulheres gritavam a pedir socorro que estavam a cortar as cabeças e a espetá-las nos postes .. aí sim era a melhor altura para se fazer vista grossa ... como fazem hoje aos mais desgraçados ..
TINHA acabado a guerra logo em 1961 e muitos não estaria aqui para dizer baboseiras ... pois muitos dervem a sua existencia a quem teve a coragem de os defender com sacrificio da propria vida
- que há os que vencem e os falhados
- os que lutam e os que desistem
- os heróis e os covardes
- os que avançam e os que são ultrapassados
- os que ficam por cima e os que ficam por baixo
- os que morrem com glória e os que morrem conspurcados
Desistam de tudo .. não vale a pena ..
o que temos certo é Nascer e Morrer .. toca a GOZAR
Fazer filhos para quê? .. dá trabalho e já muitos que também não conseguem... para que vamos nós tentar
vamos é jogar playstation e brincar com o Magalhães
que foi um laparoto pois devia era ter ficado em casa a fazer "costura" e evitava estas discussões..
Traidores e burros foram os que foram para Angola defender meia dúzia de milhar a quem etavam a cortar o pescoço... aí sim seria a melhor altura de resolver o problema... Quando a s crianças e as mulheres gritavam a pedir socorro que estavam a cortar as cabeças e a espetá-las nos postes .. aí sim era a melhor altura para se fazer vista grossa ... como fazem hoje aos mais desgraçados ..
TINHA acabado a guerra logo em 1961 e muitos não estaria aqui para dizer baboseiras ... pois muitos dervem a sua existencia a quem teve a coragem de os defender com sacrificio da propria vida
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Caro mais-um :
A sua visão , é a que podemos chamar de politicamente correcta, mas era possivel outra via.
Como na frente leste de Angola , de 1969 a 1972 houve uma vitória estrondosa , contra o MPLA, com uso das tropas especiais, era bem possivel o mesmo em Moçambique.
A Guiné , podia acalmar , mas podia durar mais anos , desde que a URRS , como veio acontecer , entra-se em colapso, diminuindo ou parando o apoio ou perdendo o interesse.
Temos que encarar as diversas possibilidades possiveis.
Os portugueses também estavam a ganhar experiencia ,e o sucesso na frente leste , tem haver em muito com esse facto.
O problema principal, é que essa geração , que não quis lutar , que actualmente não quer trabalhar e e está levar o país para um beco sem saída,e que está a empenhar o futuro dos filhos e netos.
O filósofo José Jil no livro " A conpiração dos grisalhos " retrata um pouco , e péssimismo latente e indolente desta geração.
A sua visão , é a que podemos chamar de politicamente correcta, mas era possivel outra via.
Como na frente leste de Angola , de 1969 a 1972 houve uma vitória estrondosa , contra o MPLA, com uso das tropas especiais, era bem possivel o mesmo em Moçambique.
A Guiné , podia acalmar , mas podia durar mais anos , desde que a URRS , como veio acontecer , entra-se em colapso, diminuindo ou parando o apoio ou perdendo o interesse.
Temos que encarar as diversas possibilidades possiveis.
Os portugueses também estavam a ganhar experiencia ,e o sucesso na frente leste , tem haver em muito com esse facto.
O problema principal, é que essa geração , que não quis lutar , que actualmente não quer trabalhar e e está levar o país para um beco sem saída,e que está a empenhar o futuro dos filhos e netos.
O filósofo José Jil no livro " A conpiração dos grisalhos " retrata um pouco , e péssimismo latente e indolente desta geração.
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Acho incrível como é que ainda hoje há pessoal que acredita que poderíamos ter ganho aquelas guerras. A maior e mais sofisticada potência militar do mundo anda há 7 anos aos papeis com uns pés descalços, mal armados e que vivem em buracos.
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Caro Petronio,
Como vê não é fácil encontrar uma alternativa à descolonização, tal como ela foi feita e o motivo é muito simples, não consegue manter uma guerra sem militares e se estes não queriam continuar a lutar ainda por cima sendo eles o Poder.
Muita gente culpa o Mário Soares pela descolonização, é fácil encontrar um bode expiatório, principalmente quando não estamos correctamente informados mas ele limitou-se a negociar perante as condições impostas pelo Poder na altura, ou seja os militares do 25 de Abril. Também era bom que soubesse que o Mário Soares só concluiu as negociações em relação a Angola, nos outros casos ele já não era ministro dos negócios estrangeiros.
Sobre as consequências da descolonização, elas não são diferentes do que aconteceu com os outros países de África e não só.
A descolonização foi a possivel, tendo em conta o contexto. O que defende teria sido possivel ANTES do 25 de Abril, mas infelizmente os governantes dessa altura tinham vistas curtas....
Cumprimentos,
Alexandre Santos
Como vê não é fácil encontrar uma alternativa à descolonização, tal como ela foi feita e o motivo é muito simples, não consegue manter uma guerra sem militares e se estes não queriam continuar a lutar ainda por cima sendo eles o Poder.
Muita gente culpa o Mário Soares pela descolonização, é fácil encontrar um bode expiatório, principalmente quando não estamos correctamente informados mas ele limitou-se a negociar perante as condições impostas pelo Poder na altura, ou seja os militares do 25 de Abril. Também era bom que soubesse que o Mário Soares só concluiu as negociações em relação a Angola, nos outros casos ele já não era ministro dos negócios estrangeiros.
Sobre as consequências da descolonização, elas não são diferentes do que aconteceu com os outros países de África e não só.
A descolonização foi a possivel, tendo em conta o contexto. O que defende teria sido possivel ANTES do 25 de Abril, mas infelizmente os governantes dessa altura tinham vistas curtas....
Cumprimentos,
Alexandre Santos
O facto da revolução ter sido feita por capitães , tem haver com congelamento de carreiras, em que diferenciava os que eram provenientes da academia.
No governo de Caetano, saiu um decreto - lei nesse sentido e foi muito contestado pelos capitães.
A constituição de uma federação seria antes do 25 abril, não depois, a antiga Rodésia, que era um país , muito bonito, que tinha todas as condições , mas o governo de Ian Smith, não conseguiu , a saida dos portugueses de Moçambique , tambám afectou, sei que actualmente é miséria total, para comprar gasóleo, só em Moçambique.
Conheço mal o problema da Rodésia, mas pode ser um problema tribal, que é um dos grandes problemas de África , mesmo a África do Sul é uma caixa de pandora.
Os países em áfrica que podem ter sucesso, são os de lingua portuguesa, o que poderá significar que houve um trabalho colonial que ficou , talvez o bom relacionamento que havia e que continua entre portugueses e africanos.
A única excepção, é a Guiné , segundo dizem é uma plataforma de drogam , desgraça total.
A população negra não vivia em semi-escravidão, já havia um a classe média que trabalhava em bancos , administração pública,empresas, exército ,etc.
As condições de vida das populações interiores estava a melhorar muito, devido á construção de estradas , pontes, barragens, escolas, etc.
Basta falar com quem esteve em África , e explica o grau de desenvolvimento que estava em curso,que o 25 abril interrompeu. Como estariam esses países, sem 25 abril´? Provávelmente muito melhor.
No governo de Caetano, saiu um decreto - lei nesse sentido e foi muito contestado pelos capitães.
A constituição de uma federação seria antes do 25 abril, não depois, a antiga Rodésia, que era um país , muito bonito, que tinha todas as condições , mas o governo de Ian Smith, não conseguiu , a saida dos portugueses de Moçambique , tambám afectou, sei que actualmente é miséria total, para comprar gasóleo, só em Moçambique.
Conheço mal o problema da Rodésia, mas pode ser um problema tribal, que é um dos grandes problemas de África , mesmo a África do Sul é uma caixa de pandora.
Os países em áfrica que podem ter sucesso, são os de lingua portuguesa, o que poderá significar que houve um trabalho colonial que ficou , talvez o bom relacionamento que havia e que continua entre portugueses e africanos.
A única excepção, é a Guiné , segundo dizem é uma plataforma de drogam , desgraça total.
A população negra não vivia em semi-escravidão, já havia um a classe média que trabalhava em bancos , administração pública,empresas, exército ,etc.
As condições de vida das populações interiores estava a melhorar muito, devido á construção de estradas , pontes, barragens, escolas, etc.
Basta falar com quem esteve em África , e explica o grau de desenvolvimento que estava em curso,que o 25 abril interrompeu. Como estariam esses países, sem 25 abril´? Provávelmente muito melhor.
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- Registado: 22/5/2008 21:52
Caro Petronio,
Ponha de lado as operações e casos militares, não são relevantes para o processo de descolonização, continua a refugiar-se em propostas vagas, que não resolvem o problema de fundo assim vou dar-lhe uma ajuda.
1º O 25 de Abril de 1974 foi planeado e executado por oficias intermédios, ao contrário do 26 de Maio de 1926 que foi planeado e executado por oficiais superiores.
2º Estes oficiais, que detinham o Poder após o 25 de Abril, não queriam continuar a guerra colonial, a população portuguesa da metrópole não queria continuar a guerra colonial, mesmo que as elites o quisessem, o povo e os oficiais não generais não queriam e como eram estes que detinham o Poder….
3º Na Guiné a guerra estava perdida, no sentido que já não conseguíamos controlar todo o território, inclusive só a mantínhamos para não dar argumentos para a independência de Angola e Moçambique. Em Angola a guerrilha estava neutralizada, não vencida, Em Moçambique tínhamos um impasse.
Assim tendo em conta os condicionalismos da época, não de agora, nem antes do 25 de Abril, é à luz da situação da época, diga-me como resolvia o problema das guerrilhas, sem o exército português e a população portuguesa da metropole querer continuar a lutar. Como conseguia criar uma federação após o 25 de Abril nestas condições? Não se esqueça que a esmagadora maioria da população africana vivia em regime de semi-escravidão, a partir do momento que eles têm uma hipótese de ser independentes, explique-me como conseguia manter o domínio pelos portugueses residentes nas colónias sem uma força militar forte e mesmo assim condenada ao fracasso, como se viu na Rodésia (actual Zimbabwe), onde foi tentado uma situação desse tipo.
Assim, continuo à espera da sua solução para a descolonização.
Cumprimentos,
Alexandre Santos
Ponha de lado as operações e casos militares, não são relevantes para o processo de descolonização, continua a refugiar-se em propostas vagas, que não resolvem o problema de fundo assim vou dar-lhe uma ajuda.
1º O 25 de Abril de 1974 foi planeado e executado por oficias intermédios, ao contrário do 26 de Maio de 1926 que foi planeado e executado por oficiais superiores.
2º Estes oficiais, que detinham o Poder após o 25 de Abril, não queriam continuar a guerra colonial, a população portuguesa da metrópole não queria continuar a guerra colonial, mesmo que as elites o quisessem, o povo e os oficiais não generais não queriam e como eram estes que detinham o Poder….
3º Na Guiné a guerra estava perdida, no sentido que já não conseguíamos controlar todo o território, inclusive só a mantínhamos para não dar argumentos para a independência de Angola e Moçambique. Em Angola a guerrilha estava neutralizada, não vencida, Em Moçambique tínhamos um impasse.
Assim tendo em conta os condicionalismos da época, não de agora, nem antes do 25 de Abril, é à luz da situação da época, diga-me como resolvia o problema das guerrilhas, sem o exército português e a população portuguesa da metropole querer continuar a lutar. Como conseguia criar uma federação após o 25 de Abril nestas condições? Não se esqueça que a esmagadora maioria da população africana vivia em regime de semi-escravidão, a partir do momento que eles têm uma hipótese de ser independentes, explique-me como conseguia manter o domínio pelos portugueses residentes nas colónias sem uma força militar forte e mesmo assim condenada ao fracasso, como se viu na Rodésia (actual Zimbabwe), onde foi tentado uma situação desse tipo.
Assim, continuo à espera da sua solução para a descolonização.
Cumprimentos,
Alexandre Santos