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Caldeirão da Bolsa

Corrupção em Portugal a vir ao de cima graças à «Crise»

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por L.S.S » 18/2/2012 12:51

«Saco Azul» paga ministros – Verbas secretas esticam salário para 10 mil euros – Governo de Sócrates usava cartões de crédito e fundo de maneio para despesas sem rasto – Ministra da Cultura tinha «plafond» de 5 mil euros e na Justiça todo o ministério estava nos 4 mil – Juízes admitem queixa-crime contra gabinetes que não entreguem documentos.


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Bull And Bear Markets
O jogo da especulação é o mais fascinante do mundo. Mas não é um jogo para os estúpidos, para os mentalmente preguiçosos, para aqueles com fraco balanço emocional e nem para os que querem ficar ricos rapidamente. Esses vão morrer pobres. Jesse Livermore
 
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por mikemix » 12/2/2009 23:20

Alice(s) no País das Maravilhas... :|


Está bem... façamos de conta

2009-02-09 Mario Crespo

Façamos de conta que nada aconteceu no Freeport. Que não houve invulgaridades no processo de licenciamento e que despachos ministeriais a três dias do fim de um governo são coisa normal. Que não houve tios e primos a falar para sobrinhas e sobrinhos e a referir montantes de milhões (contos, libras, euros?). Façamos de conta que a Universidade que licenciou José Sócrates não está fechada no meio de um caso de polícia com arguidos e tudo.

Façamos de conta que José Sócrates sabe mesmo falar Inglês. Façamos de conta que é de aceitar a tese do professor Freitas do Amaral de que, pelo que sabe, no Freeport está tudo bem e é em termos quid juris irrepreensível. Façamos de conta que aceitamos o mestrado em Gestão com que na mesma entrevista Freitas do Amaral distinguiu o primeiro-ministro e façamos de conta que não é absurdo colocá-lo numa das "melhores posições no Mundo" para enfrentar a crise devido aos prodígios académicos que Freitas do Amaral lhe reconheceu.

Façamos de conta que, como o afirma o professor Correia de Campos, tudo isto não passa de uma invenção dos média. Façamos de conta que o "Magalhães" é a sério e que nunca houve alunos/figurantes contratados para encenar acções de propaganda do Governo sobre a educação. Façamos de conta que a OCDE se pronunciou sobre a educação em Portugal considerando-a do melhor que há no Mundo. Façamos de conta que Jorge Coelho nunca disse que "quem se mete com o PS leva". Façamos de conta que Augusto Santos Silva nunca disse que do que gostava mesmo era de "malhar na Direita" (acho que Klaus Barbie disse o mesmo da Esquerda).

Façamos de conta que o director do Sol não declarou que teve pressões e ameaças de represálias económicas se publicasse reportagens sobre o Freeport. Façamos de conta que o ministro da Presidência Pedro Silva Pereira não me telefonou a tentar saber por "onde é que eu ia começar" a entrevista que lhe fiz sobre o Freeport e não me voltou a telefonar pouco antes da entrevista a dizer que queria ser tratado por ministro e sem confianças de natureza pessoal. Façamos de conta que Edmundo Pedro não está preocupado com a "falta de liberdade". E Manuel Alegre também. Façamos de conta que não é infinitamente ridículo e perverso comparar o Caso Freeport ao Caso Dreyfus.

Façamos de conta que não aconteceu nada com o professor Charrua e que não houve indagações da Polícia antes de manifestações legais de professores. Façamos de conta que é normal a sequência de entrevistas do Ministério Público e são normais e de boa prática democrática as declarações do procurador-geral da República. Façamos de conta que não há SIS. Façamos de conta que o presidente da República não chamou o PGR sobre o Freeport e quando disse que isto era assunto de Estado não queria dizer nada disso.

Façamos de conta que esta democracia está a funcionar e votemos. Votemos, já que temos a valsa começada, e o nada há-de acabar-se como todas as coisas. Votemos Chaves, Mugabe, Castro, Eduardo dos Santos, Kabila ou o que quer que seja. Votemos por unanimidade porque de facto não interessa. A continuar assim, é só a fazer de conta que votamos.
http://jn.sapo.pt/Opiniao/default.aspx? ... o%20Crespo
Abraços!
M





http://www.queseguro.pt i link it!
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por MarcoAntonio » 12/2/2009 22:25

Há preços que naturalmente estão correctos. Por exemplo, no caso do GPS fiz uma pequena pesquisa cruzando a informação no site Transparência e com o fornecedor. Rapidamente se percebe que marca de receptores comercializa e até se consegue deduzir qual é o modelo provavelmente em causa.

E julgo ser este:

http://www.e-trimblegps.com/basestation.htm


Aquilo que é referido meramente como "instituto público" é o Instituto Superior de Engenharia do Porto.

Naturalmente quem propaga este mail não faz a mínima ideia de para que foi adquirido o aparelho e se este gasto se justifica ou não. Não faltam equipamentos desta gama de valores a ser adquiridos por Faculdades. Por acaso se fosse uma cadeira de dentista para a Faculdade de Medicina Dentária alguém colocava em causa o valor ou vinha falar de propinas?

Obviamente não se trata de um receptor de GPS vulgar.


(...)

The Trimble 5700 L1 Reference Station system is an affordable entry into Trimble's scalable GPS infrastructure solutions. Featuring a range of solutions from entry-level to advanced, the scalable infrastructure series supports all GPS applications-from a single user doing GPS mapping, to a five-person survey crew, to a network of dual-frequency reference stations for geodetic modeling. As your business evolves and your needs change, Trimble has a solution to keep pace.

Prices

Prices range from $8,500 to $16,000. Just fill out the request form below and a detailed quotation is yours. (Price link for educators)
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FLOP - Fundamental Laws Of Profit

1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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por MarcoAntonio » 12/2/2009 22:03

Ah... e a terceira coisa que não me surpreende é que não só não tenhas ficado espantado com o mail, como ainda espetaste com valores que já estão corrigidos no próprio site que indicas!

http://transparencia-pt.org/?search_str=viatura

18921 2008-11-26 Municipio de Vale de Cambra RENAULT PORTUGAL S.A. AQUISIÇÃO DE VIATURA DE 16 LUGARES PARA TRANSPORTE DE CRIANÇAS 29.220,00 €


E não é só esse que já está corrigido!
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por MarcoAntonio » 12/2/2009 21:50

Eu também não fiquei espantado: já sabia que erros informáticos destes aconteciam...

E também não fiquei espantado com grande parte das reacções: já sabia que a maior parte das pessoas não perde grande tempo a pensar.
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por limpaesgotos » 12/2/2009 21:27

MarcoAntonio Escreveu:
limpaesgotos Escreveu:Desde que vi o estado a assumir um buraco (roubo, desvio) de 1800 mil milhões de euros e toda a gente continuar impune, já acredito em tudo ! :shock:


Que eu saiba, o caso ainda não foi arquivado. Eu esperaria pelo fim para comentar se fica toda a gente impune ou não. Em todo o caso não vou estar aqui a opinar sobre a resolução desse caso ou não, que não tem nada que ver de resto com este assunto do Ajuste Directo.

Confundir um caso que esteve escondido por detrás de uma malha financeira com valores que são introduzidos online à vista de todos, convenhamos que...
:roll:


Lá porque se descobre uma grande fraude num Banco, não é razão para desligarmos o cérebro!


Marco muito, sinceramente não fiquei nada espantado com este mail !

Como dizia o meu avô: "Isto é trabalhar para ladrões!"
Cumprimentos.


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por Pata-Hari » 12/2/2009 21:23

Marco, infelizmente, nos exemplos dados pela Clara Ferreira Alves ficou mesmo tudo impune. E sabemos que neste país tende a ser assim mesmo.
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por MarcoAntonio » 12/2/2009 20:52

limpaesgotos Escreveu:Desde que vi o estado a assumir um buraco (roubo, desvio) de 1800 mil milhões de euros e toda a gente continuar impune, já acredito em tudo ! :shock:


Que eu saiba, o caso ainda não foi arquivado. Eu esperaria pelo fim para comentar se fica toda a gente impune ou não. Em todo o caso não vou estar aqui a opinar sobre a resolução desse caso ou não, que não tem nada que ver de resto com este assunto do Ajuste Directo.

Confundir um caso que esteve escondido por detrás de uma malha financeira com valores que são introduzidos online à vista de todos, convenhamos que...
:roll:


Lá porque se descobre uma grande fraude num Banco, não é razão para desligarmos o cérebro!
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por limpaesgotos » 12/2/2009 20:41

MarcoAntonio Escreveu:Como se pode ver, alguns dos links já não funcionam sequer.

Mas alguém em seu perfeito juízo acredita que foi vendida em Portugal a uma autarquia uma viatura de 16 lugares por quase 3 milhões de euros?

Haja bom senso!
:roll:


São valores absurdos e é óbvio para quem tiver dois dedos de testa que se tratam de erros e não de valores verdadeiros. Quem tiver mais do que dois neurónios rapidamente deduz também que o valor correcto são 29 mil euros e que estão dois zeros a mais...

Basta que a informação tenha sido passada de uns PCs para outros que têm um separador decimal diferente. Algo que acontece com frequência (e a isto ainda acresce erro de introdução dos valores por parte de quem está a introduzir os dados).


Desde que vi o estado a assumir um buraco (roubo, desvio) de 1800 mil milhões de euros e toda a gente continuar impune, já acredito em tudo ! :shock:
Cumprimentos.


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por MarcoAntonio » 12/2/2009 20:32

Como se pode ver, alguns dos links já não funcionam sequer.

Mas alguém em seu perfeito juízo acredita que foi vendida em Portugal a uma autarquia uma viatura de 16 lugares por quase 3 milhões de euros?

Haja bom senso!
:roll:


São valores absurdos e é óbvio para quem tiver dois dedos de testa que se tratam de erros e não de valores verdadeiros. Quem tiver mais do que dois neurónios rapidamente deduz também que o valor correcto são 29 mil euros e que estão dois zeros a mais...

Basta que a informação tenha sido passada de uns PCs para outros que têm um separador decimal diferente, algo que acontece com frequência. E a isto ainda acresce erro de introdução dos valores por parte de quem está a introduzir os dados.
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por MarcoAntonio » 12/2/2009 20:20

Este assunto já veio ao forum tanta vez. Trata-se evidentemente (pelo menos na maior parte dos casos) de erro de inserção dos valores, provacado por erro nas casas decimais...

Muitos dos items já viram os valores corrigidos/clarificados, inclusivamente nos média.

Infelizmente há quem não ligue pevide a isso, qualquer coisa serve para gerar mails em cadeia para uma massa acéfala de recepientes.

Já não me surpreende a falta de sentido crítico das pessoas. Ele é pseudo-citações do Karl Marx, ele é preços do petróleo passados completamente falsos, ele é erros informáticos passados como preços exurbitantes reais. Enfim, a malta "come" qualquer coisa desde que essa coisa sirva para "espantar"...
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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por limpaesgotos » 12/2/2009 20:10

Recebi este mail, escandaloso e vergonhoso !

Desajustes Directos em Portugal

Portugal , País de grandes tradições e brandos costumes... pelo menos é que muitos pensam ser verdade... até abrirem os olhos.

Agora, expliquem-me, porque eu devo estar a ver mal, como é que se justifica:

1) gastar mais de 10.000,00 euros num GPS ( http://www.base.gov.pt/_layouts/ccp/Aju ... ecto=14722 ) para um instituto público - quando nos dizem que não há dinheiro para baixar as propinas aos alunos.


2) Aquisição de:1 armário persiana; 2 mesas de computador; 3 cadeiras c/rodízios, braços e costas altas - pela módica quantia de 97.560,00 EUROS (!!!)
http://www.base.gov.pt/_layouts/ccp/Aju ... recto=8073


3) Em Vale de Cambra , vai-se mais longe... e se pensam que o Ferrari do Cristiano Ronaldo é caro, esperem para ver quanto custa um autocarro de 16 lugares para as crianças : 2.922.000,00 €
É isso mesmo: quase 3 milhões de euros???
http://www.base.gov.pt/_layouts/ccp/Aju ... recto=7827


4) No Alentejo , as reparações de fotocopiadoras também não ficam baratas:
Reparação de 2 Fotocopiadores WorkCentre Pró 412 e Fotocopiador WorkCentre PE 16 do Centro de Saúde de Portel: 45.144,00 €
http://www.base.gov.pt/_layouts/ccp/Aju ... ecto=10781


5) Ao menos em Alcobaça , a felicidade e alegria as crianças fala mais alto: em brinquedos para os filhos dos funcionários da câmara!
Crianças... se não receberam uma Nintendo Wii no Natal, reclamem ao Pai Natal, porque alguém vos atrofiou o esquema!


6) Mas voltemos ao Alentejo, onde - por uns meros 375.600,00 Euros se podem adquirir: " 14 módulos de 3 cadeiras em viga e 10 módulos de 2 cadeiras em viga " http://www.base.gov.pt/_layouts/ccp/Aju ... ecto=10663

Ora... 14x3 + 10x2 = 62 cadeiras... a 375.600,00 euros dá um custo de... 6.058,00 Euros por cadeira!
Mas, pensando bem, num país onde quem precisa de ir a um hospital passa mais tempo sentado à espera do que a ser atendido - talvez justifique investir estes montantes no conforto dos utentes...
http://www.base.gov.pt/_layouts/ccp/Aju ... ecto=10663

7) Em Ílhavo , a informática também está cara, 3 computadores e mais uns acessórios custam 380.666,00 €
Sem dúvida, uns supercomputadores para a Câmara Municipal conseguir descobrir onde andam a estourar o orçamento.
http://www.base.gov.pt/ajustesdirectos/ ... x?ajuste=0

8) Falando em informática, se se interrogam sobre o facto da Microsoft ser tão amiga do nosso País, e de como o Bill Gates é/era o homem mais rico do mundo... é fácil quando se olham para as contas: Renovação do licenciamento do software Microsoft: 14.360.063,00 €
Já diz o ditado popular: Dezena de milhão a dezena de milhão, enche a Microsoft o papo!
(Já agora, isto dava para quantas reformas de pessoas que trabalharam uma vida inteira?)
http://www.base.gov.pt/_layouts/ccp/Aju ... recto=7085


9) Mas, para acabar em pleno, cagar na capital fica caro meus amigos! A Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa gastou 5.806,08 € em 9072 rolos de papel higiénico !
Ora, uma pesquisa rápida pela net revelou-me que no Jumbo facilmente encontro rolos de papel higiénico (de folha dupla, pois claro! - pois não queremos tratar indignamente os rabos dos nossos futuros doutores) por cerca de 0,16 Euros a unidade...
Mas na Faculdade de Letras, aparentemente isso não é suficiente, e o melhor que conseguiram foi um preço de 0,64 Euros a unidade!
É "apenas" quatro vezes mais do que qualquer consumidor consegue comprar - e sem sequer pensarmos no factor de "descontos" para tais quantidades industriais. 8.849,60€ para a Concentra
http://www.base.gov.pt/_layouts/ccp/Aju ... recto=1297

http://www.base.gov.pt/_layouts/ccp/Aju ... ecto=10878



Num País minimamente decente, eu deveria poder exigir que me devolvessem o valor pago em excesso, não?
Mandava o link para a Faculdade de Letras de Lisboa, e exigia que me devolvessem os 4.000 e tal euros pagos a mais. (Se comprassem no Jumbo, teriam pago apenas 1.451 euros pelo mesmo número de rolos de papel higiénico.)


Ó MEUS AMIGOS.... como é que é possível justificarem estas situações?
Que, como se pode imaginar, não são as únicas. Se continuasse a pesquisar nunca mais parava - como por exemplo, os mais de 650 mil euros gastos em vinho tinto e branco em Loures. Leitores de Loures, não têm por aí nada onde estes 650 mil euros fossem melhor empregues???
http://www.base.gov.pt/_layouts/ccp/Aju ... recto=5276

É preciso ser doutor, ou engenheiro, ou ministro, ou criar uma comissão de inquérito, para perceber como o dinheiro dos nossos impostos anda a ser desperdiçado?
Isto até me deixa doente... é mesmo deitar o dinheiro pela retrete abaixo (literalmente, no caso da Faculdade de Letras de Lisboa!)


Querem mais? Divirtam-se no portal da transparência !

http://transparencia-pt.org/
Cumprimentos.


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por rpmt » 29/11/2008 23:03

Realmente o artigo da Carla Ferreira levanta a ponta do véu, pessoalmente olhando para trás e olhando para o que se passa hoje e tudo aquilo que vamos sabendo nas conversas de todos os dias já á muito que cheguei a conclusão que isto nunca vai mudar as teias e as malhas são tão profundas o sistema funciona como uma máfia todos tem o rabo preso e vão-se segurando uns aos outros, para mudar alguma coisa a sério em Portugal tinha de haver um terramoto :( :(
 
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por Crómio » 29/11/2008 22:26

Já agora, se quiseres acrescentar à ficha:

António Vitorino
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.


António Vitorino (Lisboa, 12 de Janeiro de 1957), político português.

Licenciou-se em Direito pela Universidade de Lisboa, obtendo aí o grau de Mestre em Ciências Jurídico-Políticas. Advogado e assistente universitário, é militante do Partido Socialista, pelo qual foi Deputado à Assembleia da República a partir de 1980 e presidente do Grupo Parlamentar dos Assuntos Europeus.

Entre 1989 e 1994 António Vitorino foi Juiz do Tribunal Constitucional e em 1994, foi eleito Deputado ao Parlamento Europeu, onde exerceu a função de Presidente da Comissão das Liberdades Cívicas e dos Assuntos Internos. Entre 1995 e 1997 foi Vice-Primeiro-Ministro e Ministro da Defesa e a partir de 1999, enquanto membro da Comissão Europeia, foi responsável pelo pelouro da Justiça e Assuntos Internos.

Comenta, semanalmente, a actualidade nacional e internacional na televisão, em As Notas Soltas de António Vitorino na RTP1




EDIT: Depois é que reparei que já tinhas a wiki como fonte...
Editado pela última vez por Crómio em 29/11/2008 23:18, num total de 1 vez.
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por GodsDead_JNEG » 29/11/2008 20:13

Ulisses Pereira Escreveu:...
Pegue-se no exemplo do António Vitorino, na minha opinião, uma das "cabeças" deste país. Embora discordando dele em muitas coisas,´considero-o extremamente inteligente, competente e sério. E por ter estado no Governo não pode trabalhar onde trabalha agora? Tinha que ir varrer escadas?
...
Um abraço,
Ulisses

P.S. Até eu, por saber que agora vou ouvir toda a gente a bater no "ceguinho" hesitei entre escrever ou não este post.


Lamento Ulisses, mas acho que te vou bater um bocadinho, aqui vai:

Não quero ser preconceituoso nem ir pelo caminho do dizer mal por dizer, mas a minha opinião sobre o servidor público é que, quem se propõe a sê-lo, deveria trazer uma bagagem de experiencia e de ideias formadas e formatadas pela experiencia de vida.
Fui fazer umas pesquisas, sobre o Dr. António Vitorino e aqui fica para que possamos avaliar com dados.


António Vitorino
(cronologia possível – não consegui arranjar mais dados)
12/01/1957 – Data de Nascimento

1980 – 1989 – Eleito Deputado pelo Partido Socialista (23 anos);
1989 – 1994 – Foi juiz do Tribunal Constitucional (entre os 32 e os 37 anos);
1994 – 1995 – Eleito Deputado ao Parlamento Europeu (37 anos);
1995 – 1997 – Foi Vice-primeiro-ministro e Ministro da Defesa (entre os 38 e os 40 anos);
1997 – 1999 - Vice-presidente não executivo da Portugal Telecom Internacional e presidente da assembleia geral do Banco Santander em Portugal (entre os 40 e os 42 anos);
1999 – Membro da Comissão Europeia responsável pelo pelouro da Justiça e Assuntos Internos (42 anos) (é sempre interessante ler a Audição do Comissário Designado http://www.europarl.europa.eu/dg2/heari ... efault.pdf) ;

Não encontre na net mais elementos sobre cargos e funções exercidas após 1999, mas parece-me que já chega para justificar a minha opinião.
No último link das fontes destes elementos ressaltou o facto de o rendimento ter aumentado de 36.000,00 € em 1994 para 371.000,00 € em 1999 (irá ao encontro daquilo que se diz que os políticos iniciam a sua vida profissional depois de o ser?).

Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%B3nio_Vitorino
http://www.europarl.europa.eu/dg2/heari ... efault.pdf
http://www.inverbis.net/sistemapolitico ... itica.html


Em conclusão, após ter entrado no mundo do trabalho o Dr. António Vitorino sempre exerceu funções públicas, quero dizer com isto que quem quiser servir o seu país deveria ter algo mais do que vontade (que eu admito como legitima) mas ter uma experiencia de vida que lhe permitisse olhar para o seu Povo com uma visão razoável e verdadeira das suas dificuldades e esperanças.
Lamento mais uma vez poder parecer preconceituoso para com os políticos mas um “miúdo” de 23 anos ainda não viu nada deste mundo!!!

Com os melhores cumprimentos
GodsDead
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por mcarvalho » 28/11/2008 23:33

no Pós 25 Abr as Multinacionais e os capitalistas
resolviam o problema dos contestários.. comunistas e esquerda.. promovendo-os a chefes.. que depois foram os que mais exploraram os trabalhadores

abraço
mcarvalho

vale a pena
Barroso, p Pereira, Pina Moura etc etc

abraço
mcarvalho
vale a pena ler este artigo..
não é norte nem é sul .. costumo escrever que o norte tem sido prejudicado pelos parolos traidores
do próprio norte que quando chegam a lisboa ficam embebecidos pela pompa e mal lhes perguntam de onde são dizem.... de CASCAIS

http://norteamos.blogspot.com/2008/11/compre-norte.html
 
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por atomez » 28/11/2008 19:13

Ulisses Pereira Escreveu:Atomez, posso assegurar-te que qualquer uma dessas três pessoas já foi convidada para cargos governamentais.

Nunca quando o partido que os convidou estava no poder e a formar governo, só antes de eleições para aparecerem como "candidatos a ministro".
As pessoas são tão ingénuas e tão agarradas aos seus interesses imediatos que um vigarista hábil consegue sempre que um grande número delas se deixe enganar.
Niccolò Machiavelli
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por Ulisses Pereira » 28/11/2008 19:06

Atomez, posso assegurar-te que qualquer uma dessas três pessoas já foi convidada para cargos governamentais.

Um abraço,
Ulisses
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por Crómio » 28/11/2008 19:03

Para mim o Estado transformou-se numa associação de malfeitores que suga tudo o que pode da sociedade em geral (tendo o cuidado de não exagerar para não matar a galinha dos ovos de ouro), uma gigantesca máquina burocrática em que grupos autenticamente mafiosos disputam lugares e distribuem favores e benesses entre os amigos para garantir a sua posição agora e no futuro, e que se defendem com unhas e dentes contra tudo o que mesmo vagamente possa pôr em causa o seu poder, estatuto, regalias, benefícios, etc.

Eu diria que isto é sumo concentrado.
:clap: :clap: :clap:

Emprestas-me esse capacete?

Abraço
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por atomez » 28/11/2008 18:54

Ulisses Pereira Escreveu:Não deixam? Eu dou-te alguns exemplos: António Borges, António Carrapatoso, Mário Mexia são nomes que são sistematicamente convidados para cargos governamentais e que sempre dizem que não com 2 argumentos: Ganhariam menos de 1/10 do que ganham no privado e não conseguiriam viver com um país inteiro a insultá-los.

Permito-me discordar totalmente.

Tanto quanto sei essas pessoas nunca foram convidadas para cargos governamentais. São convidados sim é para aparecerem em congressos, estados gerais, grupos de estudo, comícios e cenas dessas ao lado dos políticos de carreira para lhes darem credibilidade e mostrarem ao povo que têm o apoio de gente competente e séria.

Mas os políticos de carreira nunca os querem em postos com poder real. Por 2 razões:

- iriam brilhar mais que os políticos profissionais, mostrar trabalho, ter mais visibilidade que eles, e isso eles não podem permitir porque poria a sua própria posição em risco

- no momento em que fosse preciso pactuar com situações mais duvidosas essas personalidades muito facilmente batem com a porta e põem-se a andar porque não precisam daquilo para nada, e de novo isso é inadmissível para os políticos profissionais porque demonstraria a sua fraqueza

Para mim o Estado transformou-se numa associação de malfeitores que suga tudo o que pode da sociedade em geral (tendo o cuidado de não exagerar para não matar a galinha dos ovos de ouro), uma gigantesca máquina burocrática em que grupos autenticamente mafiosos disputam lugares e distribuem favores e benesses entre os amigos para garantir a sua posição agora e no futuro, e que se defendem com unhas e dentes contra tudo o que mesmo vagamente possa pôr em causa o seu poder, estatuto, regalias, benefícios, etc.

É triste mas é assim mesmo.
As pessoas são tão ingénuas e tão agarradas aos seus interesses imediatos que um vigarista hábil consegue sempre que um grande número delas se deixe enganar.
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Re: No Expresso .. Clara Ferreira Alves

por Crómio » 28/11/2008 15:26

mccarvalho,

Editei o texto para se visualizar melhor.

Obrigado por voltares a colocar este artigo, acho de uma lucidez e independência Claríssimos.

Esta senhora, não é política, nem jornalista, pois pode publicar este texto.

É uma cientista de primeira água, que escreve muito bem sobre temas interessantíssimos.

Óbviamente não ganhou nada com este artigo a não ser o respeito de muitos leitores que concordam em absoluto com ela.

Concerteza ganhou o desdém e asco da classe política portuguesa.

Nenhum deputado levou este ou similares textos à assembleia, nenhum deputado pede investigação ao próximo.

Qualquer classe de protege a si mesma, mesmo sendo oponentes.


----------
A justiça portuguesa não é apenas cega, é surda, muda, coxa e marreca

Clara Ferreira Alves - Expresso


Portugal tem um défice de responsabilidade civil, criminal e moral muito maior do que o seu défice financeiro, e nenhum português se preocupa com isso apesar de pagar os custos da morosidade, do secretismo, do encobrimento, do compadrio e da corrupção. Os portugueses, na sua infinita e pacata desordem existencial, acham tudo 'normal' e encolhem os ombros.

Por uma vez gostava que em Portugal alguma coisa tivesse um fim, ponto final, assunto arrumado. Não se fala mais nisso. Vivemos no país mais inconclusivo do mundo, em permanente agitação sobre tudo e sem concluir nada.

Desde os Templários e as obras de Santa Engrácia, que se sabe que, nada acaba em Portugal, nada é levado às últimas consequências, nada é definitivo e tudo é improvisado, temporário, desenrascado.

Da morte de Francisco Sá Carneiro e do eterno mistério que a rodeia, foi crime, não foi crime, ao desaparecimento de Madeleine McCann ou ao caso Casa Pia, sabemos de antemão que nunca saberemos o fim destas histórias, nem o que verdadeiramente se passou nem quem são os criminosos ou quantos crimes houve.

Tudo a que temos direito são informações caídas a conta-gotas, pedaços de enigma, peças do quebra-cabeças. E habituámo-nos a prescindir de apurar a verdade porque intimamente achamos que não saber o final da história é uma coisa normal em Portugal e que este é um país onde as coisas importantes são 'abafadas', como se vivêssemos ainda em ditadura.

E os novos códigos Penal e de Processo Penal em nada vão mudar este estado de coisas. Apesar dos jornais e das televisões, dos blogs, dos computadores e da Internet, apesar de termos acesso em tempo real ao maior número de notícias de sempre, continuamos sem saber nada, e esperando nunca vir a saber com toda a naturalidade.

Do caso Portucale à Operação Furacão, da compra dos submarinos às escutas ao primeiro-ministro, do caso da Universidade Independente ao caso da Universidade Moderna, do Futebol Clube do Porto ao Sport Lisboa Benfica, da corrupção dos árbitros à corrupção dos autarcas, de Fátima Felgueiras a Isaltino Morais, da Braga parques ao grande empresário Bibi, das queixas tardias de Catalina Pestana às de João Cravinho, há por aí alguém que acredite que algum destes secretos arquivos e seus possíveis e alegados, muitos alegados crimes, acabem por ser investigados, julgados e devidamente punidos?

Vale e Azevedo pagou por todos.

Quem se lembra dos doentes infectados por acidente e negligência de Leonor Beleza com o vírus da sida?
Quem se lembra do miúdo electrocutado no semáforo e do outro afogado num parque aquático?
Quem se lembra das crianças assassinadas na Madeira e do mistério dos crimes imputados ao padre Frederico?

Quem se lembra que um dos raros condenados em Portugal, o mesmo padre Frederico, acabou a passear no Calçadão de Copacabana?
Quem se lembra do autarca alentejano queimado no seu carro e cuja cabeça foi roubada do Instituto de Medicina Legal?

Em todos estes casos, e muitos outros, menos falados e tão sombrios e enrodilhados como estes, a verdade a que tivemos direito foi nenhuma.
No caso McCann, cujos desenvolvimentos vão do escabroso ao incrível, alguém acredita que se venha a descobrir o corpo da criança ou a condenar alguém?

As últimas notícias dizem que Gerry McCann não seria pai biológico da criança, contribuindo para a confusão desta investigação em que a Polícia espalha rumores e indícios que não têm substância.
E a miúda desaparecida em Figueira? O que lhe aconteceu? E todas as crianças desaparecida antes delas, quem as procurou?
E o processo do Parque, onde tantos clientes buscavam prostitutos, alguns menores, onde tanta gente 'importante' estava envolvida, o que aconteceu?
Arranjou-se um bode expiatório, foi o que aconteceu.

E as famosas fotografias de Teresa Costa Macedo? Aquelas em que ela reconheceu imensa gente 'importante', jogadores de futebol, milionários, políticos, onde estão? Foram destruídas? Quem as destruiu e porquê?

E os crimes de evasão fiscal de Artur Albarran mais os negócios escuros do grupo Carlyle do senhor Carlucci em Portugal, onde é que isso pára? O mesmo grupo Carlyle onde labora o ex-ministro Martins da Cruz, apeado por causa de um pequeno crime sem importância, o da cunha para a sua filha.

E aquele médico do Hospital de Santa Maria, suspeito de ter assassinado doentes por negligência? Exerce medicina?

E os que sobram e todos os dias vão praticando os seus crimes de colarinho branco sabendo que a justiça portuguesa não é apenas cega, é surda, muda, coxa e marreca.

Passado o prazo da intriga e do sensacionalismo, todos estes casos são arquivados nas gavetas das nossas consciências e condenados ao esquecimento.
Ninguém quer saber a verdade. Ou, pelo menos, tentar saber a verdade.

Nunca saberemos a verdade sobre o caso Casa Pia, nem saberemos quem eram as redes e os 'senhores importantes' que abusaram, abusam e abusarão de crianças em Portugal, sejam rapazes ou raparigas, visto que os abusos sobre meninas ficaram sempre na sombra.

Existe em Portugal uma camada subterrânea de segredos e injustiças , de protecções e lavagens , de corporações e famílias , de eminências e reputações, de dinheiros e negociações que impede a escavação da verdade.

Este é o maior fracasso da democracia portuguesa.

Clara Ferreira Alves - 'Expresso'
-------------


Ulisses,

Não será por reflexões dentro do estilo deste texto da Clara Ferreira Alves que independentes competentes se recusam a assumir cargos políticos?

Será que uma pessoa por mais competente que seja, está interessada em se conspurcar nos meandros dos interesses e movimentos instalados?

Será que alguém competente consegue fazer algo ao seu nível estando dentro de uma estrutura que não o apoia, mas sim bloqueia?

Abraço
There are two kinds of investors: those who don't know where the market is headed, and those who don't know that they don't know.

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No Expresso .. Clara Ferreira Alves

por mcarvalho » 28/11/2008 14:37

Quem não gostava de ser feliz?

Quem não gostava de ter orgulho no seu país e nos responsáveis eleitos?

Quem gosta de ser enganado?

Quem gosta de ser oprimido?

quem? quem? quem?

abraço
mcarvalho



http://bancadadirecta.blogspot.com/2008 ... reira.html

CLARA FERREIRA ALVES, ATERRADORA...
> >
> > A justiça portuguesa não é apenas cega, é surda, muda, coxa e
> > marreca -
> > Clara Ferreira Alves - Expresso
> >
> > Portugal tem um défice de responsabilidade civil, criminal e moral
> > muito
> > maior do que o seu défice financeiro, e nenhum português se
> > preocupa com
> > isso apesar de pagar os custos da morosidade, do secretismo, do
> > encobrimento, do compadrio e da corrupção. Os portugueses, na sua
> > infinita
> > e pacata desordem existencial, acham tudo 'normal' e encolhem os
> > ombros.
> >
> > Por uma vez gostava que em Portugal alguma coisa tivesse um fim, ponto
> > final, assunto arrumado. Não se fala mais nisso. Vivemos no país mais
> > inconclusivo do mundo, em permanente agitação sobre tudo e sem
> > concluir
> > nada.
> >
> > Desde os Templários e as obras de Santa Engrácia, que se sabe que,
> > nada
> > acaba em Portugal, nada é levado às últimas consequências, nada é
> > definitivo e tudo é improvisado, temporário, desenrascado.
> >
> > Da morte de Francisco Sá Carneiro e do eterno mistério que a
> > rodeia, foi
> > crime, não foi crime, ao desaparecimento de Madeleine McCann ou ao
> > caso
> > Casa Pia, sabemos de antemão que nunca saberemos o fim destas
> > histórias, nem o
> > que verdadeiramente se passou nem quem são os criminosos ou quantos
> > crimes
> > houve.
> >
> > Tudo a que temos direito são informações caídas a conta-gotas,
> > pedaços de
> > enigma, peças do quebra-cabeças. E habituámo-nos a prescindir de
> > apurar a
> > verdade porque intimamente achamos que não saber o final da história é
> > uma coisa normal em Portugal e que este é um país onde as coisas
> > importantes são 'abafadas', como se vivêssemos ainda em ditadura.
> >
> > E os novos códigos Penal e de Processo Penal em nada vão mudar este
> > estado de coisas. Apesar dos jornais e das televisões, dos blogs, dos
> > computadores e da Internet, apesar de termos acesso em tempo real ao
> > maior número de notícias de sempre, continuamos sem saber nada, e
> > esperando
> > nunca vir a saber com toda a naturalidade.
> >
> > Do caso Portucale à Operação Furacão, da compra dos submarinos às
> > escutas
> > ao primeiro-ministro, do caso da Universidade Independente ao caso da
> > Universidade Moderna, do Futebol Clube do Porto ao Sport Lisboa
> > Benfica,
> > da corrupção dos árbitros à corrupção dos autarcas, de Fátima
> > Felgueiras a
> > Isaltino Morais, da Braga parques ao grande empresário Bibi, das
> > queixas
> > tardias de Catalina Pestana às de João Cravinho, há por aí alguém que
> > acredite que algum destes secretos arquivos e seus possíveis e
> > alegados,
> > muitos alegados crimes, acabem por ser investigados, julgados e
> > devidamente
> > punidos?
> >
> > Vale e Azevedo pagou por todos.
> >
> > Quem se lembra dos doentes infectados por acidente e negligência de
> > Leonor Beleza com o vírus da sida?
> > Quem se lembra do miúdo electrocutado no semáforo e do outro
> > afogado num
> > parque aquático?
> > Quem se lembra das crianças assassinadas na Madeira e do mistério dos
> > crimes imputados ao padre Frederico?
> >
> > Quem se lembra que um dos raros condenados em Portugal, o mesmo padre
> > Frederico, acabou a passear no Calçadão de Copacabana?
> > Quem se lembra do autarca alentejano queimado no seu carro e cuja
> > cabeça
> > foi roubada do Instituto de Medicina Legal?
> >
> > Em todos estes casos, e muitos outros, menos falados e tão sombrios e
> > enrodilhados como estes, a verdade a que tivemos direito foi nenhuma.
> > No caso McCann, cujos desenvolvimentos vão do escabroso ao incrível,
> > alguém acredita que se venha a descobrir o corpo da criança ou a
> > condenar
> > alguém?
> >
> > As últimas notícias dizem que Gerry McCann não seria pai biológico da
> > criança, contribuindo para a confusão desta investigação em que a
> > Polícia
> > espalha rumores e indícios que não têm substância.
> > E a miúda desaparecida em Figueira? O que lhe aconteceu? E todas as
> > crianças desaparecida antes delas, quem as procurou?
> > E o processo do Parque, onde tantos clientes buscavam prostitutos,
> > alguns
> > menores, onde tanta gente 'importante' estava envolvida, o que
> > aconteceu?
> > Arranjou-se um bode expiatório, foi o que aconteceu.
> >
> > E as famosas fotografias de Teresa Costa Macedo? Aquelas em que ela
> > reconheceu imensa gente 'importante', jogadores de futebol,
> > milionários,
> > políticos, onde estão? Foram destruídas? Quem as destruiu e porquê?
> >
> > E os crimes de evasão fiscal de Artur Albarran mais os negócios
> > escuros
> > do grupo Carlyle do senhor Carlucci em Portugal, onde é que isso
> > pára? O
> > mesmo grupo Carlyle onde labora o ex-ministro Martins da Cruz,
> > apeado por
> > causa de um pequeno crime sem importância, o da cunha para a sua
> > filha.
> >
> > E aquele médico do Hospital de Santa Maria, suspeito de ter
> > assassinado
> > doentes por negligência? Exerce medicina?
> >
> > E os que sobram e todos os dias vão praticando os seus crimes de
> > colarinho branco sabendo que a justiça portuguesa não é apenas cega, é
> > surda, muda, coxa e marreca.
> >
> > Passado o prazo da intriga e do sensacionalismo, todos estes casos são
> > arquivados nas gavetas das nossas consciências e condenados ao
> > esquecimento.
> > Ninguém quer saber a verdade. Ou, pelo menos, tentar saber a verdade.
> >
> > Nunca saberemos a verdade sobre o caso Casa Pia, nem saberemos quem
> > eram
> > as redes e os 'senhores importantes' que abusaram, abusam e
> > abusarão de
> > crianças em Portugal, sejam rapazes ou raparigas, visto que os abusos
> > sobre meninas ficaram sempre na sombra.
> >
> > Existe em Portugal uma camada subterrânea de segredos e
> > injustiças , de
> > protecções e lavagens , de corporações e famílias , de eminências e
> > reputações, de dinheiros e negociações que impede a escavação da
> > verdade.
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> > Este é o maior fracasso da democracia portuguesa
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por carrancho » 28/11/2008 14:25

De facto, não deixa de ser curioso. Em todas as classes, há uma pequena percentagem de corruptos e incompetentes.


É um facto para a maioria das classes.

Para a maior parte das pessoas, na classe política, a esmagadora maioria das pessoas é corrupta e incompetente.


É um facto, pelas provas dadas!


Insisto, se 1/10 do que ganham no privado chega para viverem com qualidade, se sentem que seriam uma mais valia para o País, mas apenas não aceitam governar porque não estão dispostos a insulto e chacota... então é porque não têm a coragem e capacidade para enfrentar os problemas que se colocam a uma nação, não servem para nos governar.
Essas pessoas existem, essa capacidade existe, essa coragem existe... mas têm coluna vertebral e não estão dispostos a prescindir dela, por isso digo que não os deixam.

O problema dos salários resolviasse fácilmente, não era preciso pagarmos mais impostos, bastava pagar o mesmo mas apenas ao trigo separado do joio.
Nós votamos e pagamos a largas dezenas de políticos que de nada nos servem. Nós elegemos dezenas de políticos para uma AR que apenas lá fazem numero, não pensam ou não escolhem o que pensam... escolhem o que meia duzia de botas brilhantes lhes mandam. Temos claramente políticos a mais com produção a menos.

Abraço,

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por Ulisses Pereira » 28/11/2008 13:56

é porque não deixam, não interessam à generalidade de quem lá está!!!
´


Não deixam? Eu dou-te alguns exemplos: António Borges, António Carrapatoso, Mário Mexia são nomes que são sistematicamente convidados para cargos governamentais e que sempre dizem que não com 2 argumentos: Ganhariam menos de 1/10 do que ganham no privado e não conseguiriam viver com um país inteiro a insultá-los.

De facto, não deixa de ser curioso. Em todas as classes, há uma pequena percentagem de corruptos e incompetentes. Para a maior parte das pessoas, na classe política, a esmagadora maioria das pessoas é corrupta e incompetente.

Um abraço,
Ulisses

P.S. Jamais aceitaria ser político em Portugal. Pelas razões que outros invocam.
"Acreditar é possuir antes de ter..."

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por carrancho » 28/11/2008 13:47

No Caldeirão há vigaristas e ladrões. Não tenham dúvidas. Há em todo o lado. E, segundo esta linha de raciocínio, o Caldeirão é um antro de ladrões. Eu que estou a escrever estas linhas sou um vigarista como os outros...


Há-os em todo lado Ulisses, mas estou certo que aqui são a excepção tal como na sociedade em geral!

Cada vez mais conheço pessoas que recusam lugares públicos porque sabem que acabam por ser alvo de chacotas, insultos e este género de deduções. E é por isso que cada vez a nossa classe política fica mais pobre intelectualmente, porque os melhores não querem ir para lá.


Se não têm capacidade para enfrentar algo como chacota ou insulto injustos não têm capacidade para governar um país. Para mim quem tem tal capacidade não consegue é resistir às tais botas... falta-lhes estomago, e bem!

Pegue-se no exemplo do António Vitorino, na minha opinião, uma das "cabeças" deste país. Embora discordando dele em muitas coisas,´considero-o extremamente inteligente, competente e sério. E por ter estado no Governo não pode trabalhar onde trabalha agora? Tinha que ir varrer escadas?


Infelizmente, na política pessoas sérias e competentes são a excepção. Não concordo contigo é quando dizes que é para fugir ao insulto e chacota... é porque não deixam, não interessam à generalidade de quem lá está!!!

Em lado nenhum se podem meter todos no mesmo saco, mas há sacos em que estar lá é sinal de grande probabilidade de ser uma coisa ou outra, consuante o saco.

Abraço,

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