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Caldeirão da Bolsa

Uma boa notícia Portugal não será o primeiro.

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por mfsr1980 » 9/2/2009 20:37

O que me deixa deveras preocupado, são as declarações do Sócrates acerca dos investimentos públicos megalómanos e que demonstram que...ELE NÃO PERCEBE PATAVINA D'AQUILO!
Todo o mundo já sabe que não temos capacidade financeira para esses investimentos e aquela abécula mentirosa continua a insistir no erro...VALHA-NOS DEUS!
( Esta é para o Cavaco ) Não será melhor tirá-lo de lá? Têm maioria ainda? Será que somos assim tão broncos?
 
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por trial » 9/2/2009 16:42

Eu estou com uma grande duvida se será possível continuar a apostar ,nas grandes obras , Aeroporto , TGV e outros grandes investimentos




Risco da dívida portuguesa dispara 254% num ano
Tiago Figueiredo Silva
09/02/09 12:32



Os investidores exigem um prémio maior para comprar dívida pública.

O risco da dívida pública portuguesa não pára de aumentar e, no espaço de um ano, disparou mais de 250%. Este é um dos temas em discussão na reunião dos ministros das Finanças da UE.

Na base desta percepção de risco dos investidores, em relação à dívida soberana, está uma expectativa mais cautelosa sobre a solidez financeira do Estado português e o recente corte no 'rating' da Standard & Poor's.

De acordo com os dados da Bloomberg, a cotação actual dos ‘credit default swaps' (CDS) da dívida portuguesa a cinco anos está nos 123 pontos, valor que representa uma subida de 254% face aos 34,6 pontos registados há um ano.

Já o risco de dívida a dez anos regista uma progressão igualmente significativa. A cotação dos CDS, instrumentos financeiros utilizados pelos investidores para medir a capacidade de o Estado cumprir as suas obrigações de dívida, está nos 123 pontos contra os homólogos 41,75 pontos.

A expectativa mais cautelosa sobre a solidez financeira do Estado português está a fazer subir o prémio de risco das Obrigações do Tesouro a 10 anos. No mês passado, a Standard & Poor's reviu em baixa a notação de dívida da República portuguesa, de ‘AA-‘ para ‘A+', por considerar que as reformais estruturais lançadas pelo Governo revelaram-se insuficientes.

Quanto maior for a percepção de risco dos investidores em relação à dívida soberana, maior é a taxa de juro (‘yield') exigida para comprar as obrigações, o que significa que os países têm que pagar mais pela dívida que emitem.
 
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por trial » 9/2/2009 11:56

Os ministros das Finanças da Zona Euro estão crescentemente preocupados com o facto de alguns Governos estarem a sentir dificuldades acrescidas em financiarem-se nos mercados internacionais.

Essa inquietação está expressa num documento confidencial preparado para a próxima reunião do G7, que terá lugar a 14 de Fevereiro em Roma – e que está a ser divulgado pela agência Bloomberg – segundo o qual o agravamento da amplitude entre as taxas de juro que têm de ser pagas aos investidores pelos diferentes países do euro é classificado de “desenvolvimento preocupante”.

Apesar de publicamente a maior parte dos responsáveis das Finanças considerar “normal” que os mercados penalizem as obrigações emitidas pelos países com maiores dívidas (interna e externa) – como é o caso de Portugal, Espanha, Grécia ou Itália – o documento que servirá de base à intervenção de Jean-Claude Juncker, na qualidade de presidente do Eurogrupo (que reúne apenas os ministros das Finança do euro) sublinha que estes “desenvolvimentos evidenciam a necessidade de os Estados-membros tomarem em linha de conta a sustentabilidade orçamental quanto analisam e implementam medidas de resgate” da banca e da economia real.

O documento faz ainda referência à preocupação com que os responsáveis da Zona Euro têm assistido à fraca adesão aos leilões de obrigações de Tesouro, e que tem atingido mesmo os países mais “robustos”, como é o caso da Alemanha.
 
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por trial » 8/2/2009 16:56

Um país da zona-euro – como a Grécia - poder cessar pagamentos, por as suas emissões de divida publica ficarem sem comprador é um pesadelo .
Esta probabilidade só agora merece a atenção da imprensa escrita, é um assunto já a algum merece atenção do das entidades responsáveis da zona euro.

Os valor de divida publica a emitir dos USA a Europa vai atinge valores astronómicos a Grécia esta com uma notação de” A-“,

Os países conseguem colocar a sua divida publica porque em período de crise há apetência por este tipo de produto as pessoas estão avessas ao risco .

Mas com tanta oferta os países mal notados , como os recursos não vão chegar para todos , podem entrar em bancarrota .
 
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por pinto80 » 8/2/2009 13:15

trial Escreveu:Alem dos direitos adquiridos há situações chocantes no nosso pai , um conjunto de cidadãos organizados em partidos , utilizando o estado para seu proveito .


No Diário da República nº 255 de 6 de Novembro 2008:

EXEMPLO 1
No aviso nº 11 466/2008 (2ª Série), declara-se aberto concurso no I.P.J.
para um cargo de "ASSESSOR", cujo vencimento anda à volta de 3.500 EUR
(700 contos). Na alínea 7:...

" Método de selecção a utilizar é o concurso de prova pública que consiste na ... Apreciação e discussão do currículo profissional do candidato."

EXEMPLO 2
No Aviso simples da pág. 26922, a Câmara Municipal de Lisboa lança concurso
externo de ingresso para COVEIRO, cujo vencimento anda à roda de
450EUR (90 contos) mensais. "...
Método de selecção:
Prova de conhecimentos globais de natureza teórica e escrita com a
duração de 90 minutos. A prova consiste no seguinte:
1. - Direitos e Deveres da Função Pública e Deontologia Profissional;
2. - Regime de Férias, Faltas e Licenças; 3. - Estatuto Disciplinar
dos Funcionários Públicos.
Depois vem a prova de conhecimentos técnicos: Inumações, cremações,
exumações, trasladações, ossários, jazigos, columbários ou cendrários.....

....
- A escolaridade obrigatória somará + 16 valores;
- O 11º ano de escolaridade somará + 18 valores;
- O 12º ano de escolaridade somará + 20 valores.
No final haverá um exame médico para aferimento das capacidadesfísicas e psíquicas do candidato.


Ora, aí está uma situação concreta que prova aquilo que digo. Trata-se de uma admissão de um acessor de uma forma muito mais superficial e menos exigente do que a de um coveiro, sem desprestigiar a actividade do coveiro.

Muitas dessas situações passam-se na administração pública. Como todos sabemos, dar empregos é uma forma de pagar favores..

Com a quantidade de funcionários que todos os anos se reformam, sem grande alarido, se fossem propostos limites nas novas admissões por concelho, de certeza que uma grande parte da administração pública se faria automaticamente em poucos anos....
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por C.N. » 8/2/2009 10:27

trial Escreveu:...Já se discute abertamente nas páginas do Financial Times a possibilidade de um país da zona-euro - a Grécia - poder cessar pagamentos... em Portugal, embora o Governo jure que não ultrapassa os 3,9%, o défice orçamental este ano estará mais perto dos 5 que dos 4%...Desta vez, a S&P fez o trabalho de casa...


Ola,

Este topico esta a servir para outro tipo de discussao, mas acho que vale a pena voltar ao tema inicial.

O que tenho a acrescentar e:

:arrow: Ler e interpretar a interpretacao de um jornalista do Publico sobre a interpretacao de um jornalista do Financial Times sobre um relatorio de dois analistas de credito da Standard & Poor's que intepretam a economia de varios paises, parece-me ma ideia. Mais vale ir a fonte. O relatorio original (o tal dos dois analistas) esta disponivel em anexo.

E o que e que eles dizem sobre Portugal? O seguinte para 2009:

:arrow: Government Deficit 3.6% of GDP, 8.8% na UK
:arrow: Government Debt 65.8% of GDP, 63.5% na UK
:arrow: Real GDP Change -1.5%, -2.2% na UK
:arrow: Current Account 9.5% of GDP, 4.9% na UK

Nota: os valores para a UK sao para comparacao. Os valores da Current Account sao de 2008.

Que mais ha a dizer? Que a agencias de ratings estao descreditadas apos a crise bancaria; e que tem uma tendencia leve anti-EU.

Abraco

CN
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por trial » 7/2/2009 23:45

Alem dos direitos adquiridos há situações chocantes no nosso pai , um conjunto de cidadãos organizados em partidos , utilizando o estado para seu proveito .


No Diário da República nº 255 de 6 de Novembro 2008:

EXEMPLO 1
No aviso nº 11 466/2008 (2ª Série), declara-se aberto concurso no I.P.J.
para um cargo de "ASSESSOR", cujo vencimento anda à volta de 3.500 EUR
(700 contos). Na alínea 7:...

" Método de selecção a utilizar é o concurso de prova pública que consiste na ... Apreciação e discussão do currículo profissional do candidato."

EXEMPLO 2
No Aviso simples da pág. 26922, a Câmara Municipal de Lisboa lança concurso
externo de ingresso para COVEIRO, cujo vencimento anda à roda de
450EUR (90 contos) mensais. "...
Método de selecção:
Prova de conhecimentos globais de natureza teórica e escrita com a
duração de 90 minutos. A prova consiste no seguinte:
1. - Direitos e Deveres da Função Pública e Deontologia Profissional;
2. - Regime de Férias, Faltas e Licenças; 3. - Estatuto Disciplinar
dos Funcionários Públicos.
Depois vem a prova de conhecimentos técnicos: Inumações, cremações,
exumações, trasladações, ossários, jazigos, columbários ou cendrários.....

....
- A escolaridade obrigatória somará + 16 valores;
- O 11º ano de escolaridade somará + 18 valores;
- O 12º ano de escolaridade somará + 20 valores.
No final haverá um exame médico para aferimento das capacidadesfísicas e psíquicas do candidato.
 
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por pinto80 » 7/2/2009 19:30

trial Escreveu:"O mal é que se pretende mexer em direitos; por vezes adquiridos outras vezes instituídos.

Mas uma reforma a sério tem de ir antes de mais aos direitos adquiridos, se não fica tudo na mesma .

Os grupos instalados que beneficiam da actual situação, não vão largar as sua mordomias sem luta , mas para ganhar eleições os políticos precisam de votos. Estamos perante a quadratura do circulo.

A Nova Zelândia conseguiu nos anos 80 fazer uma reforma completa do estado , a popularidade do seu 1º ministro chegou aos 4 %, .

[/i]


Concordo com o que diz, mas neste momeno não é possível actuar antes dos benefícios adquiridos.

Penso que haveria algo mais a fazer e que não se pode esperar mais, que é deixar que cada vez mais pessoas dependam do Estado. Todos sabemos e conhecemos os excedentários que existem em muitos serviços públicos, em que as câmaras são exemplo mais visivel.

Não se admite que qualquer Câmara possa contratar sem restrição, quando a maior parte das vezes as contratações são meros "jobs of the boys". O mesmo acontece na Admninistração Central.
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por trial » 7/2/2009 13:15

"O mal é que se pretende mexer em direitos; por vezes adquiridos outras vezes instituídos.

Mas uma reforma a sério tem de ir antes de mais aos direitos adquiridos, se não fica tudo na mesma .

Os grupos instalados que beneficiam da actual situação, não vão largar as sua mordomias sem luta , mas para ganhar eleições os políticos precisam de votos. Estamos perante a quadratura do circulo.

A Nova Zelândia conseguiu nos anos 80 fazer uma reforma completa do estado , a popularidade do seu 1º ministro chegou aos 4 %, .

[/i]
 
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por pinto80 » 7/2/2009 12:45

A reforma mais importante - a da Administração Pública - ainda nem sequer começou, pelo menos é que dá a entender.

Portugal não comportará tantos funcionários públicos durante tanto tempo. O mal é que se pretende mexer em direitos; por vezes adquiridos outras vezes instituídos.

Uma forma eficiente de reduzir no médio prazo os funcionários públicos seria colocar quotas de admissões nas câmaras, tendo e conta a dimensão da localidade. O problema é que os postos de trabaho oferecidos nas câmaras continuam a ser "jobs of the boys" e com isto continua-se a gastar uma "pequena enormidade" de dinheiro público. Este pequeno passo não resolveria de uma vez por todas o problema, mas amenizaria-o no médio/longo prazo...
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por trial » 7/2/2009 12:03

Se mesmo com "as reformas deixadas a meio" foram os protestos e manifestações que vimos, imaginem se tivessem sido concluídas.
A não ser claro que as reformas a que eles se referem sejam a dos pensionistas :roll:[/quote]

Retirado do DN de hoje:

“Educação garante pensões "milionárias", sobretudo a antigos professores catedráticos. Contudo, a melhor nova reforma do mês de Março, superior a 6200 euros mensais, é atribuída a um quadro superior da RTP.”

Acrescento eu : 6200 x 14 = 86 800 €

Os protesto vem de um sentimento de injustiça, Portugal para certas profissões tem as melhores reformas da Europa e podemos incluir organizações internacionais as melhores dão ( 1,8% salário X o Nº de anos X 70%)

Cumprimentos
 
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por Godfather » 7/2/2009 11:28

Desta vez, a S&P fez o trabalho de casa e claramente diz que o problema (de Portugal) está nas reformas deixadas a meio e no problema orçamental


Se mesmo com "as reformas deixadas a meio" foram os protestos e manifestações que vimos, imaginem se tivessem sido concluídas.
A não ser claro que as reformas a que eles se referem sejam a dos pensionistas :roll:
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Uma boa notícia Portugal não será o primeiro.

por trial » 7/2/2009 10:51

Os zunzum sobre Grécia já circulam a algum tempo,
Alemanha não quer ouvir falar do assunto e lembra ,para este problema nada este previsto a partir de Bruxelas.

A solução tem de vir washington do FMI , com a sua cura de emagrecimento.


Do artigo de Luis Campos e Cunha- "publico" de 6/2/09 , retirei estas frases .

“Já se discute abertamente nas páginas do Financial Times a possibilidade de um país da zona-euro - a Grécia - poder cessar pagamentos, o que, apenas como hipótese, já nos cria sérios problemas. “

Note-se que em Espanha o défice orçamental ultrapassará os 6%, partindo de um excedente de 2%. E, em Portugal, embora o Governo jure que não ultrapassa os 3,9%, o défice orçamental este ano estará mais perto dos 5 que dos 4%.

Desta vez, a S&P fez o trabalho de casa e claramente diz que o problema está nas reformas deixadas a meio e no problema orçamental, mais uma vez, ainda por resolver. “
 
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