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Caldeirão da Bolsa

O cesto da vitória

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por tmms » 14/1/2009 20:10

queria editar um erro ortográfico na mensagem anterior e enganei-me... :x
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por malicias » 14/1/2009 17:03

Crómio Escreveu:
A verdade é que a crise actual que na minha opinião é a continuação da loucura iniciada em 1999/2000, vai forçosamente implicar mudanças radicais em muitas áreas, sendo agora o seu foco centrada no mercado financeiro. Porque quer queiramos quer não a verdade é que esta crise é financeira. Foi provocada pelos financeiros e será paga por todos.


Acerca disso, recomendo-te o Excelente artigo do Djovarius - Um longo caminho, assim como a leitura do artigo que ele aponta no final do seu post.

Dos futuros, acho que já percebeste a ideia, que é a maior recompensa que posso ter por resumir nalgumas linhas o que aprendi em alguns meses acerca deles.

Acerca das vendas a descoberto, poderás descobrir ao longo da tua jornada que não se consegue encontrar nenhuma relação entre shorts e a crise em que se vive, ou a sua agravante, sendo as proibições de shorts medidas simplesmente políticas e populistas, pois o povo tem que ter bodes expiatórios que não os seus responsáveis governamentais e monetários.

Da alavancagem, essa sim pertencente ao problema, não por ser nefasta em si mas por ter sido utilizada massivamente em produtos "martelados" pela alta finança, sem controlo e baseadas em crédito de alto risco patrocinado pelo governo americano através das fannies e freddies, que foram criadas para isso mesmo, garantir a segurança sobre crédito de altíssimo risco.

Resumo, alavancagem aplicada a produtos "martelados".

É o mesmo que proibir as facas porque uns tipos malucos andaram a matar com elas.

Lê o artigo do Dj, vale mesmo a pena.

Abraço

EDIT: Erro ortográfico




Excelente o artigo. Obrigado pelo link. Vou ler com mais calma, mas já retive o seguinte:
- O problema é financeiro, já tem vários anos, e a alavancagem só o piorou;
- O estouro está apenas no início. Não tenham qualquer dúvida.
- Citação: "Mas misturando a parte "estragada" do bolo com a parte "saborosa" tornou-se possível vender esse mesmo bolo. Até um belo dia..."; Olha os tóxicos !!
- Excesso de liquidez levou todos em manada no filão do crude; Felizes, e alavancados.
- O post do ulrich.

Por fim acrescentaria o seguinte:
No não longínquo ano 2000, a meio de uma pós graduação numa faculdade das ditas “melhores faculdades de gestão” deste país, no tópico avaliação de empresas, o mote era: Esqueçam todos os métodos de avaliação (VAL, VALA,…) o que conta agora é o valor futuro das acções. A nova economia vai reescrever os manuais.
Para espanto meu, apenas dois de um grupo de 20 discordamos dessa aproximação e fomos considerados velhos do Restelo. Meses depois caiu tudo. Foi-se a nova economia.
Se não me engano estamos novamente lá. Isto vai cair tudo. A economia virtual, da geração fictícia de valor, acabou. Agora não são apenas as dot.com que vão ao charco. Vão todas porque entraram no barco do dinheiro fácil, do dinheiro virtual. Como são os financeiros que estão no centro de todos os negócios, já não é o “produto”, a “coisa” que interessa, mas a rapidez com que se consegue obter lucro do nada. Puro jogo especulativo que nada produz.


EDIT: Quote: "The problem isn’t the tools,”. “It’s who is using the tools. Derivatives are like guns."


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por Crómio » 14/1/2009 13:45

Petrius,

Obrigado, detesto erros ortográficos, vou corrigir.

Abraço
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William Bernstein
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por katanga » 14/1/2009 13:40

Parabens tmms.

O teu último exemplo é perfeito para ilustrar a utilidade dos contratos de futuros e desmistificar essa ideia, que corre por aí, que se trata de invenções de especuladores.

Como diz o Crómio, essas proibições temporárias do short-sellinga serviram , tão só, para confortar as pessoas e acalmá-las, perante os profetas da desgraça, que continuam a atribuir às posições curtas todo o mal do mundo.

Eu só não concordo é com os "bodes ESpiatórios" do Crómio.Penso que são expiatórios.

Cumprimentos a todos
 
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por tmms » 14/1/2009 13:24

Crómio Escreveu:Resumo, alavancagem aplicada a produtos "martelados".

Sim, o Crómio tem toda a razão.

A alavancagem em si não tem qualquer problema. E, já agora, não deve ser confundida com crédito.

Todas as famílias que já deram um pequeno sinal na celebração de um contrato de promessa de compra e de venda de um imóvel, por exemplo, estão a realizar uma operação alavancada. E com os financiamentos a 100% dos últimos anos maior alavancagem é impossível. Mas para moralizar o sistema podemos sempre proibir também o crédito à habitação. :wink:

É isto precisamente que é um contrato de futuros com a diferença que o activo subjacente está muito bem definido, bem como as quantidades, qualidade, prazos e forma de entrega, etc. O facto de ser tipificado confere-lhe a liquidez necessária para ser transaccionado nas bolsas de derivados.

Claro que existem contratos sobre bens intangíveis como taxas de juro, por exemplo. Estes servem, por exemplo, para protecção do risco (para o qual não é possível contratar uma apólice numa seguradora).

Um exemplo concreto, Malicias. Imagina o seguinte cenário:

:arrow: Vais fazer um grande investimento e tens de te endividar para esse efeito;

:arrow: Não é possível contratar uma taxa de juro fixa com a instituição de crédito;

:arrow: Tens três hipóteses: 1. Desistir do investimento; 2. Correr o risco de contratar um crédito que passado algum tempo (devido a uma eventual subida das taxas de juro) te pode levar à falência; 3. Proteger-te nos mercados futuros contra uma eventual subida das taxas e, desta forma, fixares a taxa do teu empréstimo;

:arrow: Não sei por qual optarias mas a terceira hipótese parece-me muito interessante. Isto só é possível porque existem por este mundo uns milhões de especuladores que estão dispostos a correr o risco por ti;

Abraço,
Tiago

edit: a alavancagem em "si" e não em "sim"
Editado pela última vez por tmms em 14/1/2009 20:13, num total de 1 vez.
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por Crómio » 14/1/2009 13:06

SCP,

Eu já me contentava com uma um bocadinho pura... das virgens era uma trabalheira desgraçada e dos mercados subirem sempre era um aborrecimento...

:mrgreen:

Jokas

zguibz e scp: brigadinho pelas palavras, é o que se pode fazer sem muito conhecimento :P
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William Bernstein
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por Crómio » 14/1/2009 12:54

A verdade é que a crise actual que na minha opinião é a continuação da loucura iniciada em 1999/2000, vai forçosamente implicar mudanças radicais em muitas áreas, sendo agora o seu foco centrada no mercado financeiro. Porque quer queiramos quer não a verdade é que esta crise é financeira. Foi provocada pelos financeiros e será paga por todos.


Acerca disso, recomendo-te o Excelente artigo do Djovarius - Um longo caminho, assim como a leitura do artigo que ele aponta no final do seu post.

Dos futuros, acho que já percebeste a ideia, que é a maior recompensa que posso ter por resumir nalgumas linhas o que aprendi em alguns meses acerca deles.

Acerca das vendas a descoberto, poderás descobrir ao longo da tua jornada que não se consegue encontrar nenhuma relação entre shorts e a crise em que se vive, ou a sua agravante, sendo as proibições de shorts medidas simplesmente políticas e populistas, pois o povo tem que ter bodes expiatórios que não os seus responsáveis governamentais e monetários.

Da alavancagem, essa sim pertencente ao problema, não por ser nefasta em si mas por ter sido utilizada massivamente em produtos "martelados" pela alta finança, sem controlo e baseadas em crédito de alto risco patrocinado pelo governo americano através das fannies e freddies, que foram criadas para isso mesmo, garantir a segurança sobre crédito de altíssimo risco.

Resumo, alavancagem aplicada a produtos "martelados".

É o mesmo que proibir as facas porque uns tipos malucos andaram a matar com elas.

Lê o artigo do Dj, vale mesmo a pena.

Abraço

EDIT: Erro ortográfico
Editado pela última vez por Crómio em 14/1/2009 13:46, num total de 1 vez.
There are two kinds of investors: those who don't know where the market is headed, and those who don't know that they don't know.

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Re: Ainda o artigo

por tmms » 14/1/2009 12:31

malicias Escreveu:Quando determinada ferramenta, complexa, de acesso e utilização restrita, passa a estar disponível sem qualquer restrição para todos, a probabilidade do uso seu indevido provocar gravissimos problemas na sociedade é muito elevada. Logo, sou da opinião que se deve restringir o seu uso. E não sou o único a dize-lo.
Alguns instrumentos financeiros são demasiado perigosos para estarem disponíveis sem controlo. Se não é possível o controlo proíbam-se. Mesmo que temporariamente como nos USA.

Eu dava-te toda a razão caso os instrumentos em questão funcionassem num só sentido e, desta forma, desvirtuassem o funcionamento dos mercados.

Não colocas a hipótese de as coisas tenderem naturalmente para um equilíbrio? E que, no interim, existam momentos extremos? Não é assim em tudo na vida ao longo da história da humanidade? Ou mesmo da própria natureza há muito mais tempo?

É nisto que eu acredito. Sou adepto do funcionamento livre dos mercados. Com regulação, obviamente. Mas para impedir fraudes e proteger os direitos dos consumidores. Não para proibir o livre funcionamento dos mercados.

Posto isto, a partir daqui a questão entra numa base ideológica. Ou seja, é perfeitamente legitimo defender-se tanto a proibição como a liberalização.

Eu, pessoalmente, prefiro viver num sistema capitalista que premeia o mérito individual e que, por muito que custe a muita gente, é o sistema que mais riqueza, bem estar e cultura trouxe às populações dos países que "tiveram a sorte" de se desenvolver nesse contexto.

Abraço,
Tiago
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por malicias » 14/1/2009 12:13

Crómio Escreveu:X,



Repito a ESMAGADORA maioria dos negociadores estão no mercado por razões acima explicadas.

E a ESMAGADORA maioria dos especuladores puros é levada à falência ou ruína financeira...

E repito também que não percebo nada disto, nunca negociei futuros e nunca estive presentena sua fantástica negociação.

Procura posts do Fogueiro e aprenderás muito, eu aprendi.



Não podemos querer que seja proibido ganhar dinheiro a negociar honestamente.

Se existem casos em que a lei é contornada ou dobrada ou mesmo permite que desonestidades sejam feitas acho muito bem que sejam regularizadas essas situações... agora, não podemos exigir que todas as mulheres sejam virgens e puras... ou que os mercados subam sempre...


Caro Cromio
Estou sempre disposto a aprender e podes acreditar que todos os dias aprendo algo novo.

Como já deves ter percebido, as minhas posições têm como único objectivo questionar, questionar, questionar e claro apresentar algumas ideias radicas, que em tese, no meu ponto de vista, fazem todo o sentido.

A verdade é que a crise actual que na minha opinião é a continuação da loucura iniciada em 1999/2000, vai forçosamente implicar mudanças radicais em muitas áreas, sendo agora o seu foco centrada no mercado financeiro. Porque quer queiramos quer não a verdade é que esta crise é financeira. Foi provocada pelos financeiros e será paga por todos.

Logo, temos que ser radicais. Sem soluções radicais (algumas podem vir a revelar-se erradas, mas é a vida) vamos ficar neste grande buraco por muito tempo.

Defendo algumas soluções radicais que, apesar de todos as virtudes que possam ter, os problemas que criam / que potenciam levam-me a continuar a defende-las, a saber:
- Proibir as vendas a descoberto
- Proibir a alavancagem
- e acrescento a proibição dos bancos / correctores negociarem produtos de saúde / reforças (PPR, fundos de pensões,etc). Porque neste momento o factor social terá que estar em primeiro lugar. Não se pode brincar com as poupanças / reformas das pessoas.

Algumas destas soluções já estão em prática em alguns países. Temporariamente ou de modo definitivo. Logo não serei o único louco neste mundo. Penso eu de que

Malic x.
 
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Re: Ainda o artigo

por malicias » 14/1/2009 11:52

tmms Escreveu:
malicias Escreveu:Só mesmo o jogo alavancado e curto. Quando foi necessário pagar, o “gajo” que mais jogou atirou-se contra o comboio. Se por exemplo a alavancagem fosse proibida, provavelmente este senhor ainda por cá andava.

Mas Malicias, por esse ponto de vista podemos acabar com as mortes na estrada se proibirmos a venda de automóveis. E com as mortes por afogamento proibindo a construção de piscinas. E com as mortes por enforcamento proibindo o fabrico de corda... e... e... e...

Não é pelo facto de algumas pessoas utilizarem de forma errada ou imprudente determinada "coisa" que a culpa deve ser imputada à "coisa".

Abraço,
Tiago


Quando determinada ferramenta, complexa, de acesso e utilização restrita, passa a estar disponível sem qualquer restrição para todos, a probabilidade do uso seu indevido provocar gravissimos problemas na sociedade é muito elevada. Logo, sou da opinião que se deve restringir o seu uso. E não sou o único a dize-lo.
Alguns instrumentos financeiros são demasiado perigosos para estarem disponíveis sem controlo. Se não é possível o controlo proíbam-se. Mesmo que temporariamente como nos USA.

Na analogia das mortes na estrada, se como as autoridades continuam a afirmar, a culpa é exclusivamente do condutor, considero que o melhor é limitar as velocidades dos veicúlos (como nos autocarros).
 
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por zguibz » 13/1/2009 20:58

Bem Crómio;

aquilo é que se chama um post didáctico moço!

Ele é costeletas de porco, ele é salsichas, ele é a quadratura do círculo...

Só não aprende quem não quer! :mrgreen:


Parabéns miúdo!


abraços
zguibz
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por dancing » 13/1/2009 20:51

Xii. Estive a ler a entrevista ao "Investidor Perdedor" e fiquei siderado.

Fora a arrogância, pois tenho consciência da minha total incompetência o perfil assentou que nem uma luva.

Resultado: Já perdi tanto em acções que prefiro nem contar.

De qualquer modo hoje em dia (embora continuando às casinadas) ando a tentar perceber este complexo organismo que se chama mercado sem muito êxito.

Alguém m explica as razões para a queda brutal da Brisa???
 
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por scpnuno » 13/1/2009 20:39

Só uma pequenina correcção e uma observação, num post que é verdadeiramente interessante, Crómio

Crómio Escreveu:...
não sobreviveriam à próxima má colheita ou doença da língua cor de rosa,
...


Azul, colega, azul. Cor de rosa é sinal de boa saúde - ora vai ao espelho e olha para a tua
(todos nós sabemos que azul é mau vento ou mau casamento - e sinal que alguma coisa está mal)

Crómio Escreveu:
ora, não podemos exigir que todas as mulheres sejam virgens e puras... ou que os mercados subam sempre...


Não podem, mas querem. Virgens são todas as nascidas em Agosto. Puras são todas as que nao sofrem de lingua azul

Abraço, Crómio, parabens
Esta é a vantagem da ambição:
Podes não chegar á Lua
Mas tiraste os pés do chão...
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por Crómio » 13/1/2009 20:12

Como é que um produtor de milho garante o preço do milho no futuro?

Boa pergunta. Negociando um contrato de futuro ou vendendo no futuro, como é lógico.


Portanto, o vendedor SHORTA milho para garantir o seu preço de venda.

Faz uma venda a descoberto, vende milho que não tem...

Imoral.
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por Crómio » 13/1/2009 20:06

X,

Antes de mais eu não sou nenhum especialista na matéria, nenhum profissional em mercados, simplesmente tinha a mesma opinião desinformada do que tu quando me insurgi contra os malandros dos especuladores.

Depois, vi que desconhecia muito, mas mesmo muito, do que estava a opinar, portanto descobri a minha ignorância... felicidade, sabia que podia evoluir...

E estudei...

Depois pude percepcionar as coisas de outra forma, e reconhecer em outros menos informados os mesmos erros de palmatória e a mesma falta de argumentos e conhecimentos.

Não podemos dizer mal de uma coisa que não conhecemos, a ignorância é extrememente atrevida e auto-ridicularizante quando não reconhecida.

Eu reconheço que ainda sou muito ignorante, mas esforço-me para perceber melhor o mundo que existe à minha volta.

E parece-me que já evoluiste um bocadinho, que já leste alguma coisa e que já não serias tão radical nem repetirias afirmações populistas de políticos e Correios da Manhã quando iniciaste a tua declaração indignada.

Nem percebo porque te chocas se te caem perguntas e te exigem argumentos nas afirmações... então vens parar a uma comunidade de sorvedores de informação, de produtos financeiros, mercados especulativos e ficas surpreendido que te exijam argumentos?

E depois a velha e mofa questão de que "Eu é que sou o Presidente da Junta" porque sou um investidor e não um especulador... For God sake! Então quem entra numa empresa porque acredita nela não quer ganhar dinheiro com aposterior VENDA das suas acções? Desinvestir numa empresa na qual se acreditou com fim meramente lucrativo, tomando proveito do trabalho dos seus colaboradores e gestores e ganhando dinheiro desinvestindo em quem lho deu?

Esse é uma questão estéril, tipo Benfica/Sporting ou PS/PSD onde cada um mastiga os velhos argumentos sem ouvir ou alguma vez ter intenção de tentar compreender a outra parte, uma Quadratura do Círculo onde se debate o fútil e estéril com orgasmos mentais dogmáticos e pwneds.

Eu hoje posso decidir investir em costeletas de porco com um click no rato.

Compro umas centenas de quilos neste minuto a um vendedor de costeletas de porco e vendo-as no outro a um comprador de costeletas de porco.

Arrisco muito, porque não sei se neste momento não haverá uma redução acentuada nas encomendas dos talhantes ou fabricantes de salsichas, e posso perder dinheiro porque não percebo nada do negócio de costeletas de porco.

Mas posso fazê-lo e ganhar dinheiro ou perdê-lo todo.

O mercado é livre, posso comprar e vender produtos e pago impostos por isso, posso ir à falência por isso.

Com ovos também, com milho também...

Como é que um produtor de milho garante o preço do milho no futuro? Boa pergunta. Negociando um contrato de futuro ou vendendo no futuro, como é lógico. O problema é que o valor do contrato futuro em nada vai ajudar o agricultor. Vai ser exclusivamente usado para especular. No vencimento do contrato, alguém vai comprar o milho ao preço combinado é certo, mas qual a garantia que o agricultor ficou melhor? Normalmente apenas serve para “espremer” ainda mais o pobre do agricultor na negociação do contrato seguinte. Em tese é uma boa ideia. Na prática é um desastre para o agricultor. Ainda vamos ver os mercados de produtos agrícolas a florescer de novo.


Se soubesses como funcionam os mercados de futuros por dentro, saberias que a esmagadora maioria dos negócios feitos nesta área são efectivamente negociados por produtores que querem garantir o seu preço de venda e transformadores que querem garantir o seu preço de compra.

Existem armazéns enormes, combóios de transporte enormes, milhares de agricultores, suinicultores, mineiras, industriais e grandes consumidores que simplesmente não sobreviveriam à próxima má colheita ou doença da língua cor de rosa, ou tempestade desvastadora de colheitas, assim como um ano excepcionalmente sobre produtivo, que manda para preços infernalmente baixos as imensas produções...

Felizmente, há uns séculos atrás tiveram a ideia de criar os futuros e garantir a estabilidade do negócio mesmo sob o espectro da imprevisibilidade climatérica ou biológica...

Repito a ESMAGADORA maioria dos negociadores estão no mercado por razões acima explicadas.

E a ESMAGADORA maioria dos especuladores puros é levada à falência ou ruína financeira...

E repito também que não percebo nada disto, nunca negociei futuros e nunca estive presentena sua fantástica negociação.

Procura posts do Fogueiro e aprenderás muito, eu aprendi.



Não podemos querer que seja proibido ganhar dinheiro a negociar honestamente.

Se existem casos em que a lei é contornada ou dobrada ou mesmo permite que desonestidades sejam feitas acho muito bem que sejam regularizadas essas situações... agora, não podemos exigir que todas as mulheres sejam virgens e puras... ou que os mercados subam sempre...
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Re: Ainda o artigo

por tmms » 13/1/2009 16:21

malicias Escreveu:Só mesmo o jogo alavancado e curto. Quando foi necessário pagar, o “gajo” que mais jogou atirou-se contra o comboio. Se por exemplo a alavancagem fosse proibida, provavelmente este senhor ainda por cá andava.

Mas Malicias, por esse ponto de vista podemos acabar com as mortes na estrada se proibirmos a venda de automóveis. E com as mortes por afogamento proibindo a construção de piscinas. E com as mortes por enforcamento proibindo o fabrico de corda... e... e... e...

Não é pelo facto de algumas pessoas utilizarem de forma errada ou imprudente determinada "coisa" que a culpa deve ser imputada à "coisa".

Abraço,
Tiago
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por malicias » 13/1/2009 16:04

Ulisses Pereira Escreveu:Tu achas que a acção caiu por causa da pressão do homem. Então como é que explicas que depois do homem ter sido forçado a fechar todas as suas posições a acção tenha caido e retornado aos níveis a que estava anteriormente?


Ao contrário. A pressão do homem não foi suficiente. Depois caiu naturalmente.

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por nunofaustino » 13/1/2009 15:29

Para aqueles que acham que um mercado sem futuros (onde é, por exemplo, possível shortar o mercado) leiam este artigo sobre o mercado das cebolas...

http://money.cnn.com/2008/06/27/news/ec ... 2008062713

Um abr
Nuno
Pluricanal... não obrigado. Serviço péssimo e enganador!!!
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por tmms » 13/1/2009 15:18

RandomWalk Escreveu:E tenho pena deste bear market pôr a descoberto as nossas fraquezas, a crueza da nossa ganância, a estupidez do nosso raciocínio...

E nos bull markets tens pena de...?

Abraço,
Tiago

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por Ulisses Pereira » 13/1/2009 14:54

Tu achas que a acção caiu por causa da pressão do homem. Então como é que explicas que depois do homem ter sido forçado a fechar todas as suas posições a acção tenha caido e retornado aos níveis a que estava anteriormente?
"Acreditar é possuir antes de ter..."

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por malicias » 13/1/2009 14:42

Ulisses Pereira Escreveu:Malic,

Apenas duas notas:

Como é que se pode apostar na queda da VW quando se sabia que iria ter o melhor ano de sempre (como se veio a verificar, ajudados pela Porsche é claro)


A VW subiu 2 dias brutalmente e depois caiu da mesma forma brutal. E achas que esse movimento foi causado pelos bons resultados ou fundamentais da empresa? Foi fruto de uma manobra muito bem feita pela Porshe. Os fundamentais valeram 0. Ou os fundamentais valem para explicar a subida de 2 dias mas já não servem para explicar a queda nos 2 dias seguintes?

No entanto fez-me imensa confusão não permitir que se comente, o artigo directamente no jornal, ao contrário dos restantes artigos.


Isso acontece por 2 razões. Quando se ultrapassa os limites da boa educação, há duas soluções: Ou se impede os comentários ou se os orienta para um espaço onde a moderação é activa sendo a razão de, há vários anos para cá, o Caldeirão ser o amior espaço de debate em portugal. Por outro lado, se há a oportunidade do autor do artigo debater com quem quer - civilizadamente - debater com ele, achamos que essa oportunidade não deve ser desperdiçada.

E assim será no futuro.


Obrigado pela resposta à minha pergunta.

Quanto à questão da VW: o Merckle caiu que nem um patinho na manobra da Porsche? Caiu, mas antes ele os seus gestores de fortunas tentaram dar o golpe contra todos os fundamentais da empresa, essa é que é a verdade. Forçaram a queda a todo o custo. Correu mal e deu nas vistas porque o tombo foi muito grande senão continuavam a tentar o mesmo golpe noutra empresa. Que é o que continua a acontecer todos os dias.

É contra isto que me insurjo, admitindo medidas radicais, porque não.

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por JoJay » 13/1/2009 14:13

Como assíduo visitante do caldeirão já a algum tempo e recém membro sou da opinião de que o sucesso deste fórum, para além da qualidade dos participantes e moderadores, é precisamente a moderação activa segundo uma disciplina que segue à risca determinados princípios (inabaláveis). Por isso mesmo é que nunca se tornou num fórum de baixo nível como muitos que existem por aí.

Concordo totalmente com o redireccionamento dos comentários ao artigo para o Caldeirão.
 
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por Ulisses Pereira » 13/1/2009 13:54

Malic,

Apenas duas notas:

Como é que se pode apostar na queda da VW quando se sabia que iria ter o melhor ano de sempre (como se veio a verificar, ajudados pela Porsche é claro)


A VW subiu 2 dias brutalmente e depois caiu da mesma forma brutal. E achas que esse movimento foi causado pelos bons resultados ou fundamentais da empresa? Foi fruto de uma manobra muito bem feita pela Porshe. Os fundamentais valeram 0. Ou os fundamentais valem para explicar a subida de 2 dias mas já não servem para explicar a queda nos 2 dias seguintes?

No entanto fez-me imensa confusão não permitir que se comente, o artigo directamente no jornal, ao contrário dos restantes artigos.


Isso acontece por 2 razões. Quando se ultrapassa os limites da boa educação, há duas soluções: Ou se impede os comentários ou se os orienta para um espaço onde a moderação é activa sendo a razão de, há vários anos para cá, o Caldeirão ser o amior espaço de debate em portugal. Por outro lado, se há a oportunidade do autor do artigo debater com quem quer - civilizadamente - debater com ele, achamos que essa oportunidade não deve ser desperdiçada.

E assim será no futuro.
"Acreditar é possuir antes de ter..."

Ulisses Pereira

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Ainda o artigo

por malicias » 13/1/2009 12:24

Bom dia meus caros
Como é linda esta discussão onde basta alguém ter uma opinião diferente dos “profissionais” para que a coisa comece a aquecer.
Vamos lá então contribuir, pois isto promete:
1. A enorme bolha do imobiliário foi como todos sabem iniciado pelos bancos, necessitados de crescimento anual a dois dígitos, necessidade essa criada pelo “mercado”. Ora, quando se aperceberam do efeito pirâmide que criaram, chamaram os guros (os traders), os quais embrulharam muito bem esses créditos em produtos financeiros alternativos, bla bla, que agora são tóxicos. São tóxicos porquê? Porque foram negociados e alavancados loucamente pelo mercado. Então a culpa é dos bancos ? Claro que sim porque iniciaram a pirâmide, mas o colapso foi posterior – provocado pelos agentes do mercado.
2. Como é que um produtor de milho garante o preço do milho no futuro? Boa pergunta. Negociando um contrato de futuro ou vendendo no futuro, como é lógico. O problema é que o valor do contrato futuro em nada vai ajudar o agricultor. Vai ser exclusivamente usado para especular. No vencimento do contrato, alguém vai comprar o milho ao preço combinado é certo, mas qual a garantia que o agricultor ficou melhor? Normalmente apenas serve para “espremer” ainda mais o pobre do agricultor na negociação do contrato seguinte. Em tese é uma boa ideia. Na prática é um desastre para o agricultor. Ainda vamos ver os mercados de produtos agrícolas a florescer de novo.
3. Qual o problema de se propor a proibição de determinados comportamentos que a realidade veio demonstrar estarem errados. Felizmente alguns países já o fizeram. É lógico que não se pode simplesmente proibir e pronto. É como o problema do nosso imposto automóvel. Toda a gente sabe que é usado um método de cálculo errado, ultrapassado, que deve acabar, mas não se pode simplesmente acabar de um dia para o outro. Tem que ser diluído no tempo. Claro que os nossos políticos não acham isso e não dão o primeiro passo, mas a exemplo do que se passa noutros mercados, mais cedo ou mais tarde vai ter que ser.
4. Alguns ousam emitir opiniões taxativas com desconhecimento. Pois é o Colombo foi acusado do mesmo. É tão obvio …
5. Sempre o petróleo. É o exemplo acabado da manipulação especulativa a que está sujeito. Ou a variação brutal (na subida e na descida) foi exclusiva do factor procura/Oferta? Claro que não. Segundo os jornais da especialidade, em 2008, cerca de 60% dos contratos de petróleo estavam nas mãos de empresas financeiras !!! Está tudo trocado. Se o rácio fosse ao contrário ainda aceitava, agora assim não.
6. A analogia dos carros. Esta também é boa. Faz-me confusão que se proíbam velocidades acima de 120km/h e não se coloquem limitadores nos carros como existem nos autocarros. Se é proibido, por que raio é que se disponibilizam carros que dão 300km/h. Se a ideia é andarem no autódromo, então não lhes atribuam matrícula. É simples e eficaz. Ainda por cima reduz a nossa dependência do petróleo e as emissões de CO2.
7. VW foi o quê ? Investimento para apoiar agricultores de soja (bio diesel) ? Claro que não. Foi a ganância muito bem explorada pelos profissionais do “mercado”. Como é que se pode apostar na queda da VW quando se sabia que iria ter o melhor ano de sempre (como se veio a verificar, ajudados pela Porsche é claro)? Só mesmo o jogo alavancado e curto. Quando foi necessário pagar, o “gajo” que mais jogou atirou-se contra o comboio. Se por exemplo a alavancagem fosse proibida, provavelmente este senhor ainda por cá andava.

Nota: Iniciei a minha participação neste tópico, referindo que o artigo do Ulisses, na minha opinião, está melhor (que o da semana anterior para quem não percebeu), está mais adequado ao que se espera do Negócios. No entanto fez-me imensa confusão não permitir que se comente, o artigo directamente no jornal, ao contrário dos restantes artigos.

Cumprimentos,
Malic X
 
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por atomez » 13/1/2009 2:23

indianmustang Escreveu:Volto a dizer que não leve a mal, mas parece texto de Paulo coelho. Pode ser muito bonitinho para alguem que não está habituado a grandes publicações ou autores, mas esse estilo de escrita é completamente intragável para mim.

Há sempre gente que acha que é preciso falar e escrever de modo denso e ininteligível para demonstrar que são muito entendidos na matéria...
As pessoas são tão ingénuas e tão agarradas aos seus interesses imediatos que um vigarista hábil consegue sempre que um grande número delas se deixe enganar.
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