What Makes Finnish Kids So Smart?
Atomez Escreveu:Já no Brasil a banda larga é considerada um "artigo de luxo" e tem um imposto especial de 45%...
Nós estamos entre cá e lá.
Onde é que encontraste esse imposto especial?
Eu vivo no Brasil e tenho banda larga. Existe imposto cujo cálculo é complicado, mas não é imposto de luxo.
Existe uma taxa de ICMS calculado "por dentro" (o próprio imposto faz parte do valor de incidência) de 27%. É alto, é abusivo, mas não é "privilégio" da banda larga.
Pedro Carriço
(erro de click)
As pessoas são tão ingénuas e tão agarradas aos seus interesses imediatos que um vigarista hábil consegue sempre que um grande número delas se deixe enganar.
Niccolò Machiavelli
http://www.facebook.com/atomez
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Estes Finlandeses não são doidos...
O acesso à internet em banda larga é um direito humano!
Já no Brasil a banda larga é considerada um "artigo de luxo" e tem um imposto especial de 45%...
Nós estamos entre cá e lá.

O acesso à internet em banda larga é um direito humano!
Finland the first country in the world to make broadband access a legal right
We knew this was coming, but starting today, every citizen of Finland has the legal right to a 1Mbps broadband connection, meaning that providers are now required to make the connections available to everyone.
The government of Finland has also promised to make good on its goal of getting every citizen with a 100Mbps connection by 2015, saying that they now consider internet access a basic requirement of daily life. We're with you on that one, we promise.
Já no Brasil a banda larga é considerada um "artigo de luxo" e tem um imposto especial de 45%...
Nós estamos entre cá e lá.

As pessoas são tão ingénuas e tão agarradas aos seus interesses imediatos que um vigarista hábil consegue sempre que um grande número delas se deixe enganar.
Niccolò Machiavelli
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Na Finlândia os putos começam a conduzir rallies mal conseguem espreitar por cima do tablier... E têm "sisu"!
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Editado pela última vez por atomez em 1/7/2010 23:46, num total de 3 vezes.
As pessoas são tão ingénuas e tão agarradas aos seus interesses imediatos que um vigarista hábil consegue sempre que um grande número delas se deixe enganar.
Niccolò Machiavelli
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É o primado do facilitismo sobre o da exigência. Mas iludam-se os que pensam que tal se deve exclusivamente à iniciativa das Novas Oportunidades e/ou outras deste governo. O processo degenerativo do nosso sistema de ensino começou há muito. Salvam-se os que têm a sorte de ter pais que zelam por garantir uma boa/excelente educação para os seus filhos, não olhando a meios, ou os que têm a sorte de ir parar a bons estabelecimentos de ensino, com bons professores. Genericamente falando, a situação está longe de ser má, é mesmo péssima. Para onde é que se espera que vá assim o país?
Ao longo da minha carreira, deparei-me com muita gente. Altamente qualificada, no papel. Se há alguns que aprecio sobremaneira são os que acabaram as licenciaturas graças às passagens administrativas. Então economistas, mesmo de reputadas universidades portuguesas (por acaso a par mais deslumbrante fez o curso na mesma, do norte...), são uma verdadeira relíquia. Mais recentemente, são os rookies ou malta com alguma experiência e que se acha bom. Bué. Um desfasamento de 10 anos para a minha geração. Mesmo na minha, há mais joio do que trigo...
Em África, nalgumas ex-colónias, vive-se o drama dos magotes de "licenciados", sem qualquer utilização possível, da Ilha de Juventude, de um qualquer instituto nessa fantástica ilha de Cuba ou do Azerbaijão. Gente "canudada" na doutrina porque de resto é um horror. Mas isto é nestes países, o nosso é substancialmente diferente...
Um abraço,
MozHawk
Ao longo da minha carreira, deparei-me com muita gente. Altamente qualificada, no papel. Se há alguns que aprecio sobremaneira são os que acabaram as licenciaturas graças às passagens administrativas. Então economistas, mesmo de reputadas universidades portuguesas (por acaso a par mais deslumbrante fez o curso na mesma, do norte...), são uma verdadeira relíquia. Mais recentemente, são os rookies ou malta com alguma experiência e que se acha bom. Bué. Um desfasamento de 10 anos para a minha geração. Mesmo na minha, há mais joio do que trigo...
Em África, nalgumas ex-colónias, vive-se o drama dos magotes de "licenciados", sem qualquer utilização possível, da Ilha de Juventude, de um qualquer instituto nessa fantástica ilha de Cuba ou do Azerbaijão. Gente "canudada" na doutrina porque de resto é um horror. Mas isto é nestes países, o nosso é substancialmente diferente...
Um abraço,
MozHawk
Fonte é o iht.com
October 9, 2009
Op-Ed Columnist
The Uneducated American
By PAUL KRUGMAN
If you had to explain America’s economic success with one word, that word would be “education.” In the 19th century, America led the way in universal basic education. Then, as other nations followed suit, the “high school revolution” of the early 20th century took us to a whole new level. And in the years after World War II, America established a commanding position in higher education.
But that was then. The rise of American education was, overwhelmingly, the rise of public education — and for the past 30 years our political scene has been dominated by the view that any and all government spending is a waste of taxpayer dollars. Education, as one of the largest components of public spending, has inevitably suffered.
Until now, the results of educational neglect have been gradual — a slow-motion erosion of America’s relative position. But things are about to get much worse, as the economic crisis — its effects exacerbated by the penny-wise, pound-foolish behavior that passes for “fiscal responsibility” in Washington — deals a severe blow to education across the board.
About that erosion: there has been a flurry of reporting recently about threats to the dominance of America’s elite universities. What hasn’t been reported to the same extent, at least as far as I’ve seen, is our relative decline in more mundane measures. America, which used to take the lead in educating its young, has been gradually falling behind other advanced countries.
Most people, I suspect, still have in their minds an image of America as the great land of college education, unique in the extent to which higher learning is offered to the population at large. That image used to correspond to reality. But these days young Americans are considerably less likely than young people in many other countries to graduate from college. In fact, we have a college graduation rate that’s slightly below the average across all advanced economies.
Even without the effects of the current crisis, there would be every reason to expect us to fall further in these rankings, if only because we make it so hard for those with limited financial means to stay in school. In America, with its weak social safety net and limited student aid, students are far more likely than their counterparts in, say, France to hold part-time jobs while still attending classes. Not surprisingly, given the financial pressures, young Americans are also less likely to stay in school and more likely to become full-time workers instead.
But the crisis has placed huge additional stress on our creaking educational system.
According to the Bureau of Labor Statistics, the United States economy lost 273,000 jobs last month. Of those lost jobs, 29,000 were in state and local education, bringing the total losses in that category over the past five months to 143,000. That may not sound like much, but education is one of those areas that should, and normally does, keep growing even during a recession. Markets may be troubled, but that’s no reason to stop teaching our children. Yet that’s exactly what we’re doing.
There’s no mystery about what’s going on: education is mainly the responsibility of state and local governments, which are in dire fiscal straits. Adequate federal aid could have made a big difference. But while some aid has been provided, it has made up only a fraction of the shortfall. In part, that’s because back in February centrist senators insisted on stripping much of that aid from the American Recovery and Reinvestment Act, a k a the stimulus bill.
As a result, education is on the chopping block. And laid-off teachers are only part of the story. Even more important is the way that we’re shutting off opportunities.
For example, the Chronicle of Higher Education recently reported on the plight of California’s community college students. For generations, talented students from less affluent families have used those colleges as a stepping stone to the state’s public universities. But in the face of the state’s budget crisis those universities have been forced to slam the door on this year’s potential transfer students. One result, almost surely, will be lifetime damage to many students’ prospects — and a large, gratuitous waste of human potential.
So what should be done?
First of all, Congress needs to undo the sins of February, and approve another big round of aid to state governments. We don’t have to call it a stimulus, but it would be a very effective way to create or save thousands of jobs. And it would, at the same time, be an investment in our future.
Beyond that, we need to wake up and realize that one of the keys to our nation’s historic success is now a wasting asset. Education made America great; neglect of education can reverse the process.
Relatório da OCDE
Educação: Portugal continua a ter nível de educação muito baixo
12.09.2009 - 10h02 Lusa
Portugal é um dos países europeus onde é mais compensador concluir um curso superior, mas o nível de educação no país é ainda muito baixo, revela um relatório internacional apresentado esta semana em Paris. O documento, elaborado com base em dados estatísticos começados em 2007, foi esta semana apresentado em Paris pela Organização de Cooperação e Desenvolvimento Económicos (OCDE).
Os dados do relatório, que incorpora conclusões de outros documentos, como o inquérito TALIS (Teaching and Learning International Survey) aos professores e directores de escola, confirmam que Portugal tem o melhor rácio entre o número de docentes e de alunos no espaço OCDE. Por outro lado, apenas dois terços dos professores em Portugal têm vínculo permanente, a pior percentagem nos países incluídos no inquérito TALIS.
Outros números indicam que a maior fatia do investimento nas escolas vai, em Portugal, para os salários do corpo docente e, se no início da carreira os professores em Portugal recebem comparativamente menos, com a progressão profissional a classe atinge níveis salariais superiores aos da média da OCDE.
Nas centenas de tabelas e gráficos contidos no relatório, Portugal aparece de forma inequívoca como um país de alto retorno do investimento na educação superior, comparativamente à média do espaço da OCDE e dos países associados à organização. Por outras palavras, Portugal é um dos países onde mais compensa adquirir uma formação superior, analisadas as condições de acesso ao emprego, a mobilidade de trabalho, a diferença salarial acumulada ao longo da carreira e a percepção das consequências sócio-económicas de ter uma licencitura universitária.
Portugal aparece no segundo lugar da lista comparativa de ganhos salariais acumulados das mulheres com formação superior, em relação às mulheres que têm apenas formação secundária.
Segundo o relatório da OCDE, uma mulher com formação universitária em Portugal pode esperar uma vantagem salarial acumulada, ao longo da sua carreira, de cerca de 220 mil dólares norte-americanos (152 mil euros), por comparação com uma mulher que tenha apenas concluído o ensino secundário.
A taxa de emprego dos homens com formação universitária (89,3 por cento) situa-se na média do espaço OCDE, mas é pouco superior à taxa que afere as hipóteses de emprego dos homens com formação secundária (82,2 por cento).
As taxas de emprego por nível de formação e por sexo revelam um país onde ainda é, comparativamente ao espaço OCDE, muito fácil arranjar trabalho a pessoas com menos escolarização, ao nível do ensino preparatório.
Confirmando, sem surpresa, o contexto nacional analisado em anteriores relatórios sectoriais da OCDE, o peso do ponto de partida de Portugal – de um atraso de muitas décadas no investimento no sistema educativo –, faz sentir-se tanto na grande expansão do ensino superior como no fraco nível geral de educação da população.
Assim, Portugal ocupa o fundo da tabela no "ranking" dos níveis de formação da população, tanto para o último ciclo do secundário (posição 29 em 30 países), como para o universitário (é número 28 em 30), com valores drasticamente inferiores à média da OCDE na faixa etária com mais de 55 anos.
Outro dado relevante é que o número de licenciados do ensino superior cresceu em Portugal na última década acima da média – quase o dobro – da OCDE.
Lembrei-me de ir desenterrar este tópico para acrescentar uma entrevista com tudo para gerar polémica mas com muitas ideias.
Tirado do Publico de hoje:
Tirado do Publico de hoje:
Entrevista com Aldo Naouri
"Os maus pais são os que acham que a criança tem direito a tudo"
25.03.2009 - 08h41 Bárbara Wong
Já está reformado, mas antes de ter deixado o exercício da pediatra ainda observou os netos de uma das suas primeiras doentes, orgulha-se. Sabe dizer “não tenhas medo” em 48 línguas, tantas quantas as nacionalidades de doentes que recebia no seu consultório, em Paris. Escolheu ser pediatra porque acreditava que não ia lidar com a morte. Enganou-se. Agora dedica-se à escrita de livros.
Em Educar os Filhos: Uma Urgência nos Dias Que Correm, publicada pela Livros d´Hoje, defende uma educação sem relações democráticas, onde as crianças são postas no seu lugar, que é o de obedecer sem questionar. Eles não têm direitos, porque não são o centro do mundo. Conservador? “Sim, mas no bom sentido da palavra”, admite.
Defende que os pais são muito permissivos e que devem exercer mais a autoridade. Como é que chegou a essa conclusão?
Quando os bebés vêm ao mundo, passam por um processo muito violento que é o da expulsão do corpo da mãe. Desde o primeiro dia que os pais procuram ajudá-los a adaptar-se e quando o bebé chora, a resposta dos pais é imediata na procura do seu conforto. Os pais acorrem imediatamente e o bebé compreende-o. O que defendo é que o bebé precisa de regras desde cedo, porque se estas não lhe forem ensinadas, ele permanecerá um bebé para o resto da vida.
Não é um cenário exagerado?
Não. A sociedade será constituída por indivíduos que estão centrados sobre si próprios, para os quais as regras e os outros não interessam. O problema da educação é não é só de cada uma das famílias, mas diz respeito directamente a toda a sociedade.
É por isso que defende que uma ordem, dada pelos pais, não deve ser explicada, mas executada?
Os pais e os filhos não estão no mesmo nível geracional, entre o pai e a criança a relação é vertical. Ao educarmos a criança, queremos elevá-la, fazê-la ascender ao nosso nível, ou seja, partimos do bebé para fazermos um adulto. Quando damos uma ordem e a explicamos, a relação vertical torna-se horizontal porque permitimos à criança que possa negociá-la. No entanto, ela precisa de saber que há limites.
Mas se aplicarmos este princípio, não estaremos a criar adultos sem pensamento crítico, que executam ordens sem perceber, nem contestar?
Este é um conceito que deve ser aplicado em qualquer idade: os pais dão a ordem e a criança executa. Claro que a ordem pode ser explicada, mas só depois. Dizer “não” a uma criança é como o parapeito de uma ponte, em cima da qual ela se encontra. Se não houver esse parapeito, a criança cai para o vazio e nenhum pai quer que isso aconteça. O “não” é uma protecção.
Os pais nunca pedem desculpa, nem mesmo quando erram ou são injustos?
Nunca! Os pais nunca pedem desculpa. Devem falar com firmeza e ternura. Nunca temos de nos justificar, nem de dar argumentos à criança. Podemos explicar, mas não justificar. O limite entre ambas é ténue, por isso defendo que na maior parte das vezes nem se explique.
O modo como os pais educam, por vezes, não é em reacção à forma como foram educados? Ou seja, eles tiveram pais rigorosos e autoritários, logo, são mais democráticos?
Justamente, quando os pais se tornam pais, por vezes, recordam que há algum ressentimento em relação aos seus pais e não querem repetir, nem querem que os seus filhos o sintam mais tarde. O que digo a esses pais é que as crianças estão condenadas a amá-los, porque foram eles que as educaram. É inútil entrar no jogo da sedução, esse é que é perigoso. Quando dizemos “não”, estamos a impor limites, estamos a dizer à criança: “O teu percurso é por cima desta ponte e esta tem parapeitos para que não caias à água.” Se os pais disserem “não” com tranquilidade, a criança não vai contestar.
Não haverá uma altura em que a criança quer espreitar por cima do parapeito ou pôr-se em cima dele?
A criança vai querer abanar a ponte, transgredir para ver se a ponte é sólida. Essa transgressão vai ajudá-la. As crianças são extremamente sensíveis aos limites, porque têm medo. A autoridade não é nociva, porque dá-lhes boas indicações sobre como é que devem seguir o seu percurso.
Por isso defende que é preferível educar as crianças de uma forma ditatorial a uma democrática?
Os pais são permissivos porque a ideia da democracia e dos direitos está muito espalhada. Ao criar as crianças de um modo ditatorial e autoritário, estas vão aprender a reprimir. A partir desse momento, compreendem que os outros também existem e, no futuro, serão democratas. Mas, se os criarmos em democracia, como se fossem iguais aos pais, vão crescer centrados sobre si mesmos, vão crescer como fascistas. O que é um fascista? É um indivíduo que pensa que tem todos os direitos.
Os pais têm mais direitos do que os filhos?
Hoje os pais procuram o prazer da criança e devia ser ao contrário. Os pais têm mais direitos, mas também mais deveres. O direito de saber o que é que lhes convém e às crianças e o dever de o impor à criança.
Não é isso a ditadura?
Não! Não é ditadura, mas autoridade. Se os pais continuarem a dar todos os direitos à criança, começam a pedir-lhe autorização para sair à noite, para fazer esta ou aquela compra. Em França, 53 por cento das decisões sobre que produtos comprar são decididas pelas crianças. Alerto para o risco de estarmos a criar tiranos.
Que tipo de adultos estamos a criar?
A mensagem do marketing insiste na importância dos filhos, o que paralisa os pais. A mensagem tem como objectivo aumentar o consumo. E estamos a criar crianças tiranas, autocentradas, perversas, que só pensam nelas.
São crianças que não sabem reagir à frustração? Que efeitos pode a actual crise económica ter sobre elas?
A crise económica é já um resultado de uma educação irresponsável.
Isso significa que as duas gerações anteriores já foram educadas nesse paradigma de que a criança é o centro do mundo?
Sim. As coisas começaram a mudar a partir do momento em que entrámos numa sociedade de abundância. Antes disso, dizíamos: “Não se pode ter tudo.” A partir dos anos de 1955/1960, passámos a dizer: “Temos direito a tudo.” A partir desse momento, começou a crescer a importância do “eu, eu, eu”.
Sempre pensou assim, ou, à medida que foi envelhecendo, foi mudando?
As crianças vão ao meu consultório e não têm problemas. Porquê? Porque trato rapidamente desta dimensão da educação com os pais. Quando estes falam com outros pais, recomendam-me: “Vai falar com Naouri.” E eles vêm. Preciso de duas ou três consultas para resolver os problemas com eles. Porquê? Porque dou este tipo de explicações.
Quais são as principais queixas dos pais?
Falta de disciplina, mau comportamento, desobediência nas horas de comer, tomar banho ou de dormir. Os pais pedem socorro, porque não conseguem reprimir as pulsões das crianças. Seja uma criança de um, três ou sete anos, procedo sempre do mesmo modo. Falo com os pais, escuto o que se passa, agradeço à criança por me ter vindo ver e ter trazido os pais e digo-lhe ainda que me vou ocupar dos pais. Em 80 por cento dos casos, as coisas ficam em ordem.
Como é que os pais sabem que são bons pais?
Os bons pais são os que permitem à criança poder desejar. Os excelentes não existem. Todos os pais têm defeitos, os maus são os que acham que a criança tem direito a tudo.
Qual é a sua opinião sobre as novas famílias, as monoparentais, as homossexuais, as divorciadas que voltam a casar... Podem ou não ser boas educadoras?
Em nome do egoísmo pessoal tomamos decisões que são prejudiciais para as crianças. As crianças filhas de pais divorciados divorciam-se mais rapidamente. As crianças de famílias monoparentais são crianças sós. Quanto aos casais homossexuais, a criança é como que um produto. Temos direito à felicidade, à saúde, a tudo o que queremos e também a uma criança. Isso é desumanizante.
Deviam existir escolas de pais, para estes aprenderem a educar?
Pessoalmente acho que a escola de pais vai ainda paralisá-los mais. Eles recebem demasiadas mensagens, algumas contraditórias e que paralisam. Defendo que os pais devem ser pais, que não tenham medo de o ser e de ter confiança. Se assim agirem, saberão o que fazer.
Disciplinas como Educação para a Cidadania ou Educação Sexual são necessárias?
Tudo é necessário. A função da escola não é educar, a educação deve ser dada nos três primeiros anos de vida, pelos pais. A escola faz isso como paliativo, mas não chega, porque a educação é um problema e responsabilidade dos pais.
Porque é que os pais não são mais firmes? Porque têm medo que os seus filhos os deixem de amar?
As crianças olham para o mundo como os pais o apresentam. A firmeza, quando é usada, vai passar a ser uma dimensão natural do mundo. Por vezes, as coisas não são perfeitas e é preciso gastar mais energia e mais tempo, mas os pais devem manter-se firmes, sem nunca esquecerem a ternura.
No seu livro afirma que as crianças não têm direitos. Porquê?
Explico no livro que quando a França tencionava assinar a Convenção Internacional dos Direitos da Criança, os especialistas reunidos pelo Governo, entre os quais eu me encontrava, recusaram a sua assinatura porque é um documento que não se adequa ao contexto europeu, porque são só direitos, sem enunciar qualquer dever, o que leva ao laxismo. No entanto, o Governo já a havia assinado.
Mas há crianças europeias que vivem na miséria, são vítimas de abusos e de maus tratos. Não precisam de ter direitos?
São poucas as que vivem essas situações. É importante sublinhar que o direito mais importante a que a criança tem direito é à educação. É curioso verificar que "educar" e "seduzir" são construídas a partir da mesma palavra do latim "ducere", que quer dizer, "puxar para si", "conduzir", o que deu "ducare", "educar". Mas "ducere" parte do radical "dux" que quer dizer "chefe". A ideia de chefe ou do exemplo que dele se destaca. Ora "seducere", é exactamente o contrário, é colocar de parte o exemplo do chefe. Educar implica impor à criança um constrangimento ou uma privação que faça sentido em si. E que não é para ter efeito imediato, mas a longo prazo.
Em consultório, já houve pais que discordaram consigo e deixaram de o consultar?
Há pais que ficam chocados com o que digo. Não posso fazer nada. Pelo meu consultório passaram pessoas de 48 línguas diferentes. Quando vejo alguém pela primeira vez cuja língua materna não é o francês, pergunto como é que na sua língua se diz "não tenhas medo" e transcrevo foneticamente. Sei em chinês, grego... E quando pego na criança digo-lhe "não tenhas medo". À criança digo pouca coisa, trato-a com ternura e ela sente-a. Mas falo sobretudo com os pais. O que é surpreendente é a rapidez com que os pais recuperam as suas capacidades de educadores. Falo com eles e é como se se encontrassem e se sentissem autorizados.
Já foi acusado de ser de extrema-direita?
Sim, por uma imprensa que recusa totalmente a possibilidade de educar. Digo que são pessoas que não sabem nada de educação, que me acusam de fazer muito barulho e de querer impor um modelo e de dar uma ideia de catástrofe. Mas é preciso chamar a atenção para os perigos de uma educação permissiva. Contudo, a maior parte das reacções, as centenas de cartas e de e-mails que recebo são de pais que me agradecem.
E os investigadores e outros autores estão de acordo com as suas ideias?
A maior parte está de acordo. Os psicanalistas que conheço, excepto, dois ou três, dizem que o meu trabalho é excelente e necessário.
Os pediatras devem ser mais do que médicos que fazem diagnósticos?
Antigamente, os pais pediam aos pediatras: Faça tudo para que o nosso filho não morra e que tenha uma boa saúde. Agora, pedem-nos para colaborar com eles na educação. Mas os pediatras não sabem responder e é uma pena.
Não sabem responder porque falta formação nessa área?
Sim, há 60 anos que a pediatra continua a ser ensinada da mesma maneira. Os estudos deviam preparar os pediatras para saber responder a todas as dúvidas educacionais dos pais. Um dos problemas da pediatria é que as palavras “pai” e “mãe” não existem e os médicos só conhecem as palavras “bebé” e “criança”.
Os pediatras deveriam ter mais conhecimentos de psicologia e pedagogia?
Absolutamente. Os pediatras deviam perceber que os pais quando têm problemas com o comportamento dos filhos não querem ir falar com um psicólogo, mas com o médico que acompanha os seus filhos. É preciso mudar. Eu estudei psicanálise, mas também antropologia, sociologia, linguística. Fui-me formando e os meus colegas pedem-me para falar com eles sobre estes temas porque percebem que têm essa dificuldade.
A respeito das questões da educação uma importante entrevista, na minha opinião, ao Prof. Nuno Crato no programa Câmara Clara da RTP 2 no passado Domingo.
Pela clarividência das ideias e pela inteligência e cultura o Prof. Nuno Crato dá as suas opiniões sobre o ensino, particularmente em Matemática, acho que é um documento a ter em conta.
Enquanto professores e ministério se envolvem numa guerra de espada em riste em que só perde o país e os alunos, pelo menos haja alguém que pensa sobre aquilo que o país precisa...
Fica o link para ver este programa
mms://195.245.168.21/rtpfiles/videos/au ... 081123.wmv
Pela clarividência das ideias e pela inteligência e cultura o Prof. Nuno Crato dá as suas opiniões sobre o ensino, particularmente em Matemática, acho que é um documento a ter em conta.
Enquanto professores e ministério se envolvem numa guerra de espada em riste em que só perde o país e os alunos, pelo menos haja alguém que pensa sobre aquilo que o país precisa...
Fica o link para ver este programa
mms://195.245.168.21/rtpfiles/videos/au ... 081123.wmv
Cumprimentos,
Cap. Nemo
Cap. Nemo
Numa escola de Barcelos os alunos podem passar de ano mesmo com cinco negativas...
Que eu saiba ainda não há diplomas especiais para estes alunos, pois não? Os diplomas de fim de ciclo serão iguais aos dos outros alunos, não é?
Retirado do publico online
[quote]
O deputado do CDS-PP João Paulo Carvalho pediu à maioria socialista que comentasse "o caso do conselho pedagógico de uma escola de Barcelos que decidiu que os alunos podem passar de ano mesmo com cinco negativas".
...
Quanto ao caso de Barcelos, o deputado do PS a deu a entender estar de acordo com a decisão do conselho pedagógico, argumentando que "é sempre muito mais exigente e dá sempre muito mais trabalho às escolas e aos professores integrarem os alunos com percursos de aprendizagem difíceis".
"É sempre mais fácil colocá-los fora da escola. A nossa resposta é fazer com que as crianças fiquem dentro da escola. O direito à educação é um direito básico", acrescentou Bravo Nico.
Que eu saiba ainda não há diplomas especiais para estes alunos, pois não? Os diplomas de fim de ciclo serão iguais aos dos outros alunos, não é?
Retirado do publico online
[quote]
O deputado do CDS-PP João Paulo Carvalho pediu à maioria socialista que comentasse "o caso do conselho pedagógico de uma escola de Barcelos que decidiu que os alunos podem passar de ano mesmo com cinco negativas".
...
Quanto ao caso de Barcelos, o deputado do PS a deu a entender estar de acordo com a decisão do conselho pedagógico, argumentando que "é sempre muito mais exigente e dá sempre muito mais trabalho às escolas e aos professores integrarem os alunos com percursos de aprendizagem difíceis".
"É sempre mais fácil colocá-los fora da escola. A nossa resposta é fazer com que as crianças fiquem dentro da escola. O direito à educação é um direito básico", acrescentou Bravo Nico.
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Bem, não li o relatório... mas a "vox populi" diz que as estatisticas são "melhoradas" não por via da qualidade/eficácia da politica educativa mas pelo facilitismo. Chegamos a ter casos brilhantes de alunos a passarem com.. 6 ou mais negas.. que depois ficam nas minimas autorizadas.
Outro aspecto que gostava de ver aqui é:
Já sabemos o impacto de Bologna no ensino português? Estão a sair os alunos melhor preparados ou não?
Bem, de qq maneira o sistema de ensino têm de levar uma volta... e assentar em principios simples, tão simples como:
O aluno está lá para aprender e ser preparado para o futuro;
O Professor está lá para ensinar e a ambos devem ser dadas todas as infrastructuras necessárias;
Em ambos os casos qualidade é essencial;
- A carreira docente tem de ser valorizada mas logo na entrada;
- A disciplina, o rigor e o respeito devem imperar;
- E nada de facilitismos...
Outro aspecto que gostava de ver aqui é:
Já sabemos o impacto de Bologna no ensino português? Estão a sair os alunos melhor preparados ou não?
Bem, de qq maneira o sistema de ensino têm de levar uma volta... e assentar em principios simples, tão simples como:
O aluno está lá para aprender e ser preparado para o futuro;
O Professor está lá para ensinar e a ambos devem ser dadas todas as infrastructuras necessárias;
Em ambos os casos qualidade é essencial;
- A carreira docente tem de ser valorizada mas logo na entrada;
- A disciplina, o rigor e o respeito devem imperar;
- E nada de facilitismos...
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canguru Escreveu:O artigo parece-me equilibrado, sensato e mais importante, fundamentado em estatísticas relevantes. Ele manifesta muito daquilo que já aqui opinei na qual sobressai naturalmente o gritante e injustíssimo (do ponto de vista social) insucesso escolar.
Considero inacreditável que nas 10 páginas que reflectem, explicam e esclarecessem muitíssimo do que somos enquanto país, alguém consiga abstrair-se de tudo isso para se focalizar unicamente no seu umbigo.
canguru,
suponho que "a boca" acima fosse para mim.
continuo a pensar que o que se está a fazer no nosso ensino tem como objectivo único a melhoria das estatísticas. Não há preocupação em melhorar a qualidade do ensino e muito menos as qualificações dos nossos estudantes no fim de cada ciclo de ensino.
Infelizmente o que estou a dizer vai demorar alguns anos a ser visto até mesmo por quem não quer ver... teremos bastantes mais pessoas com o 12º ano e bastantes mais licenciados, mestres e doutores, mas em termos de conhecimento não vamos evoluir assim tanto.
Para mim é óbvio que se deve combater o insucesso e abandono escolar, mas também é óbvio que não se deve fazer isso como se está a fazer agora que é passando toda a gente para que não desmotive... qual é a mensagem que se está a passar a quem (ainda) estuda? qual é o valor de um diploma actualmente?
Outra coisa que em teoria é boa ideia são as "Novas Oportunidades". Parece-me ume excelente ideia. Não tenho absolutamente nada contra a certificação de competências. Mas, que qualidade têm os cursos das novas oportunidades? Como é feita a avaliação? Por acaso sabem? Já viram algum curso destes a funcionar? Funciona bem?
Mas claro, estou é preocupado com o meu umbigo...
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O artigo parece-me equilibrado, sensato e mais importante, fundamentado em estatísticas relevantes. Ele manifesta muito daquilo que já aqui opinei na qual sobressai naturalmente o gritante e injustíssimo (do ponto de vista social) insucesso escolar.
Considero inacreditável que nas 10 páginas que reflectem, explicam e esclarecessem muitíssimo do que somos enquanto país, alguém consiga abstrair-se de tudo isso para se focalizar unicamente no seu umbigo.
Considero inacreditável que nas 10 páginas que reflectem, explicam e esclarecessem muitíssimo do que somos enquanto país, alguém consiga abstrair-se de tudo isso para se focalizar unicamente no seu umbigo.
é o ultimo item desta página:
http://www.bpiinvestimentos.pt/Research ... ceiros.asp
Deve dar para gravar o pdf e meter aqui.
http://www.bpiinvestimentos.pt/Research ... ceiros.asp
Deve dar para gravar o pdf e meter aqui.
- Anexos
-
educação.pdf
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canguru Escreveu:Pata-Hari Escreveu:http://www.bpiinvestimentos.pt/noticia. ... F&cod=1761
Tens a certeza que é este o link?
A minha questão permanece válida a menos que desejem restringir o diálogo a duas pessoas.
O meu mau feitio é mesmo intriseco. Lamentávelmente mau mas nada a fazer nesta altura do campeonato.
Eu acho que a senhora aponta muitas da questões sobre as quais ninguém (que faça parte do sistema) se queira debruçar.
Não sei de onde veio agora o tema da diminuição dos testes, até porque quem criticou a existêcia desses testes e das estatisticas que daí derivam foste tu, não eu.
Entrámos no non-sense que não leva nada. O costume.
Eu acho que a senhora aponta muitas da questões sobre as quais ninguém (que faça parte do sistema) se queira debruçar.
Não sei de onde veio agora o tema da diminuição dos testes, até porque quem criticou a existêcia desses testes e das estatisticas que daí derivam foste tu, não eu.
Entrámos no non-sense que não leva nada. O costume.
Continuas com mau feitio, mas...
O caminho actual é que passa por reduzir/eliminar os testes... e passa por melhorar as estatísticas sem melhorar os conhecimentos. Porque melhorar os conhecimentos dá muito trabalho e implica responsabilização de TODOS.
Mas se é isso que defendes, tudo bem (eu sei que não é isso que defendes, mas às vezes com o teu discurso até parece)
O caminho actual é que passa por reduzir/eliminar os testes... e passa por melhorar as estatísticas sem melhorar os conhecimentos. Porque melhorar os conhecimentos dá muito trabalho e implica responsabilização de TODOS.
Mas se é isso que defendes, tudo bem (eu sei que não é isso que defendes, mas às vezes com o teu discurso até parece)
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Infelizmente não é o que exactamente aqueles chatos números dizem. Até falam na disparidade ao longo da carreira e tudo. De facto, para quê números? que seca. Afinal de contas a nossa educação só está mal por causa dessa treta de números e estatisticas.
Acabe-se já com as estatisticas, testes e outras cenas: metes números a mais e a educação é acerca de pessoas.
Acabe-se já com as estatisticas, testes e outras cenas: metes números a mais e a educação é acerca de pessoas.
O artigo é todo um desfiar de estatísticas... uma das poucas a que dou relevo é a PISA, onde estamos como estamos...
de resto estão lá pérolas como
"...observa-se que os salários dos professores superam em muito os dos seus pares europeus."
isto podia ser verdade há alguns anos, mas agora...
de resto estão lá pérolas como
"...observa-se que os salários dos professores superam em muito os dos seus pares europeus."
isto podia ser verdade há alguns anos, mas agora...
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Pata-Hari Escreveu:Ah, pois é, somos geneticamente mais burros que os outros. Que se danem os números.
Lá estás tu com o teu mau feitio...

Reconheço que não fui claro no que escrevi, o que queria escrever era: "Não interessa nada a qualidade dos nossos alunos NO FIM DO PROCESSO EDUCATIVO".
Não me estou a queixar dos alunos, estou a queixar-me da cegueira das estatísticas.
Se eu der administrativamente diplomas a toda a população nacional isso faz-nos ficar melhor nas estatísticas, mas em termos de conhecimento não houve melhoria nenhuma...
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Pata-Hari Escreveu:http://www.bpiinvestimentos.pt/noticia. ... F&cod=1761
Tens a certeza que é este o link?
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