Albufeira perde 40 mil hóspedes e Lisboa estagna. Gaia é a surpresa do semestre

[LTCM]

Manuela Ferreira Leite, quando era ministra das finanças e pretendeu taxar em 5% os imóveis sediados em Off-shores

Será que era mesmo isso?

[Flying Turtle]

Os paraísos fiscais não são uma invenção recente. Apesar de todos os seus inconvenientes, a verdade é que não vemos Governos tão "respeitáveis" como os do Reino Unido, da Irlanda, do Luxemburgo ou Regional da Madeira abdicar deles. Se de facto a conclusão de prejuízo para os interesses dos Estados fosse assim tão óbvia seria facílimo acabar come eles. Morria o bicho, morria a peçonha...

A verdade é que muitos Governos utilizam os paraísos fiscais como forma de captar investimentos que de outro modo não conseguiriam atrair, contribuindo para a criação de riqueza dos países e/ou regiões. Nestes casos, considerarão que outros benefícios (por exemplo criação de emprego, desenvolvimento de actividades subsidiárias, prestações de serviços) induzidos por esses investimentos são superiores aos prejuízos advenientes das condições fiscais vantajosas.

Não conheço o caso concreto do Bono - em boa verdade, não conheço nenhum caso concreto - nem conheço o regime fiscal do Reino Unido. Mas se o caso fosse em Portugal as contas não seriam assim tão simples porque, desde logo, todas as transacções e transferências envolvendo paraísos fiscais estão sujeitas a taxas de imposto adicionais e específicas que, salvo erro (não tenho tempo para ir confirmar) são de 20%. Logo, o prejuízo fiscal seria muito mais reduzido, quando não mesmo nulo. Por outro lado, o repatriamento do dinheiro também não seria fácil sem levantar suspeitas.

Enfim, longe de mim "defender" os paraísos fiscais. Procuro, no entanto, comprender porque existem e, sobretudo, porque são admitidos, e mesmo acarinhados, por Governos de países desenvolvidos, com economias modernas e sistemas fiscais mais ou menos sofisticados. E compreendo também que as empresas busquem as melhores condições, incluindo fiscais, para se instalarem. Era o que eu faria - dentro de estritas condições de legalidade - se fosse gestor de uma empresa com dimensão para se ver perante esse tipo de escolhas.

E duvido que o "esquema" do Bono seja assim tão simples e clarividente porque, se assim fosse, só por desleixo ou conivência (ou medo da publicidade?) é que não estaria com um sério processo de fraude fiscal à perna...

FT

[Barra]

Descobriste a pólvora...

Agora fora de brincadeiras, isso passa-se assim tal e qual como referes, à muitos e muitos anos e sabes que mais? vai continuar assim porque não há verdadeiro interesse poítico numa efectiva mudança.

Cá pelo burgo a única pessoa que vi com alguma coragem foi a Drª Manuela Ferreira Leite, quando era ministra das finanças e pretendeu taxar em 5% os imóveis sediados em Off-shores, mas eis que este governo resolveu mudar tudo novamente...

No resto da Europa é igual, aliás os políticos têm muitos interesses que isso se mantenha como está.

[alvim]

Recentemente fiquei a saber como funciona o "esquema" dos paraisos fiscais, ou melhor, ( CFI) Centros Financeiros Internacionais (que significa a mesma coisa).

Fiquei alarmado com o Simples e LEGAL, funcionamento da "coisa"; ainda que discutivel moralmente.

O funcionamento é "basico", Tanto para uma Grande empresa ou para um particular...

Primeiro;
Abre-se uma empresa num dos 72 CFI existentes.
Para isso basta ir à Net.

Depois de ter a empresa legalizada num desses 72 paises, é lhes atribuido um Apartado postal nesse pais, onde é possivel pedir o reenvio de correspondencia, até para a nossa casa !!!

Acrescento ainda que os CFI, funcionam em REDE, onde Discriçao e Sigilo sao sagrados.

A empresa aberta num dos 72 CFI, pagará Impostos, tal como em qualquer outro pais.
Mas esses impostos são MINIMOS. E é aqui que reside o esquema.

Por exemplo:
O Sr BONO, esse grande empresário da musica Pop, filantropo e Ex-conselheiro ambiantal do Sr Blair, tem a sua empresa sediada num CFI, em vez de ser no UK.
Como tal, paga os seus impostos num CFI.

A diferenca, entre ele pagar os seus impostos num CFI ou no UK, ascende a mais de 200 MILHOES, só em 2006.

Isso seria fantástico, mas aqui reside um "pequeno" problema...., esses 200 Milhoes vão ser pagos por alguem (todos os contribuintes UK).

São Bilioes de € que se evaporam anualmente dos cofres dos estados da Uniao Europeia, e que todos nós REPOMOS com os nossos impostos!!!

Outro esquema usado pelas empresas sediadas em CFI, é fazer compras virtuais à empresa mãe. Estas compras são de valor muito alto (alguns €/unidade), e são revendidas a outras firmas-armazem, acrescidas de um lucro minimo, geralmente 2 ou 3 centimos!!!!

Assim, o imposto Grande é pago no CFI, e o imposto pequeno, é pago no pais de venda das mercadorias.

É claro, que o Imposto "desviado" vai ser pago por nós..., e duplamente.
Pagamos há empresa, que vai ficar com o dinheiro de um imposto convertido em lucro, e teremos que "repor" o dinheiro que vai faltar ao estado para as obras publicas.


Há fortes suspeitas que muitas empresas cotadas em bolsa, estejam directa ou indirectamente ligadas a sub-empresas sediadas em CFI.

Em todo caso, é um jogo de caça ao rato.

Abraço